SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 31
Possíveis alternativas
para vacinas contra
Moraxella spp.
Adil K. Vaz PhD
Former Research Professor,
University at Buffalo,
School of Medicine,
Department of Microbiology and Immunology

adilvaz@gmail.com
Queratoconjuntivite infecciosa
bovina
•

A doença ocular de bovinos mais comum no mundo

•

Fotofobia, lacrimejamento, úlcera de córnea, cegueira
(temporária ou permanente)

•

Perdas econômicas (U$ 150m/ano nos USA) pelo custo
do manejo, tratamento e perda de produção.

•

Fator predisponente a carcinoma ocular

•

Uma das oito doenças priorizadas pelo PROCISUR para
estudo no MERCOSUL
Queratoconjuntivite bovina
•

Agentes mais comuns:

•

Moraxella bovis

•

Moraxella bovoculi

•

Outros agentes:

•

Thelazia spp.

•

Branhamella ovis

•

Mycoplasma sp.

•

IBR
Quadro clínico

Lacrimejamento

Opacidade

Úlcera
Moraxella spp.

Bastonetes Gram negativos curtos ou cocobacilos, em forma de chama
de vela, opostos pelas extremidades. Aeróbios e com estreita margem
de hemólise. Isolados recentes podem causar uma depressão no ágar
sob a colônia. Exigentes quanto ao crescimento (ágar sangue, BHI,
Todd-Hewitt...)
Epidemiologia
•

Mais comum em animais jovens (desmame)

•

Zebuínos menos afetados

•

Transmissão:

•
•

Contato direto

•
•

Moscas

Pastos altos

Portadores
Estrutura antigênica
•

Pili

•

Toxina citotóxica

•

Hemolisina

•

Proteínas dependentes de ferro -78 e 104 KDa
Tratamento e Prevenção
•

Antibióticos (em spray ou intrapalpebrais)

•

Controle de moscas

•

Pastagens baixas e controle de invasoras

•

Vacinação com vacinas à base de pili
Eficácia das vacinas
Source: Coopers
Animal Health
Por que a baixa eficácia ?
•

Propostas várias classificações sorológicas há mais de
vinte anos (Gil Turnes & Araújo 1982)

•

Os mesmos autores reconhecem que os sorotipos
mudaram neste período

•

Variabilidade antigênica dos pili faz com que as vacinas só
sejam eficazes quando o sorotipo de campo está contido
na vacina

•

Isto levou à produção de vacinas autógenas (ou quase !)

•

Dificuldade de cultivo de amostras ricas em pili

•

Via de aplicação não favorece a imunidade de mucosas
Abordagens para
melhorar as vacinas
• Buscar novos antígenos
• Estudar novas formas de administração
Novos antígenos
• Proteínas dependentes do ferro:
• Muitas bactérias expressam proteínas na
membrana celular quando crescem na
ausência do ferro. A quantidade de ferro
disponível in vivo é muito baixa no
organismo.
Proteínas dependentes
do ferro
Formação de biofilme
Pili tipo IV
•

Filamentos curtos (1 a 4 µm) e finos (50-80 Å), mas
flexíveis e resistentes

•

Polímeros da proteína pilina, disposta de forma
helicoidal

•

Bons antígenos, existem em todas as bactérias
Gram - e muitas Gram +
Sua presença confere:
• Adesão a superfícies
• Formação de micro-colônias
• Produção de biofilme
• Motilidade espasmódica
• Corrosão do ágar
• Capacidade aumentada de variação genética
Estrutura
PilQ
• Secretina responsável pela extrusão e
recolhimento dos pili

• Necessária para a adesão
• Conservada
• Dependente do ferro ?
PilQ está exposta ma
membrana celular
Estrutura da PilQ
PilQ serve no transporte
de DNA
Trabalho em
andamento

•

Moraxella catarrhalis é um patógeno humano,
muito mais estudado

•

Seu genoma é conhecido e a sequência que
codifica PilQ foi identificada

•
•

M. bovis não foi integralmente genotipada
Nos fragmentos (contigs) do genoma de M. bovis
já conhecidos encontramos uma sequência de
DNA semelhante à que codifica para PilQ em M.
catarrhalis
Sequência:
PCR
(Polymerase Chain Reaction)
(Polymerase Chain Reaction)
Sequenciamento e
reinserção
• A sequência multiplicada o PCR foi

sequenciada para verificar se estava correta

• Como estava correta, foi reinserida em um
plasmídio juntamente com HIS-tag, e o
plasmídio conjugado com Escherichia coli

• Esta E. coli passou a produzir PilQ e a

proteína está sendo isolada e concentrada
Vias de aplicação
•

A via parenteral estimula a produção de anticorpos do
tipo IgG/IgM

•

Anticorpos do tipo IgG podem ser suficientes para
conferir imunidade

•

A mucosa ocular é rica em IgA, cuja principal forma de
atuação é bloquenado a adesão de antígenos às células

•

Seria desejável que fosse utilizada uma via de aplicação
que estimulasse a produção de IgA, mas aplicação de
antígenos puros é ineficaz na maiori a dos casos
Adjuvantes para mucosas
• Adjuvantes podem auxiliar na resposta
imune nas mucosas

• Os mais estudados são toxinas

termosensíveis do cólera e de Escherichia
coli (HLTs)
As cadeias A
são responsáveis pela
toxicidade.
As cadeias B pelo
efeito adjuvante
Adjuvantes de mucosas
• A cadeia B perde sua toxicidade se separada
da cadeia A, mas mantém a adjuvanticidade

• Quando co-administrada com um antígeno,
atua como adjuvante

• LT-IIb parece ser a que melhor estimula a

produção de IgA, quando aplicada por via
intranasal

• Vacinas intranasais já são utilizadas em
bovinos e são práticas
Resumindo:
•

Talvez possamos olhar para outros antígenos:

•

PilQ, uma secretina que atua na exposição e retração dos pili
e está presente na membrana bacteriana

•

Proteínas dependentes do ferro provavelmente são expressas
in vivo e podem ser bons antígenos

•

Todas as vacinas disponíveis são aplicadas por via parenteral.
E a via intranasal, ou ocular ?

•

Adjuvantes podem auxiliar na resposta imune. LT-IIa e LT-IIb
podem ser úteis.
Equipe
• Prof. Anthony Campagnari, estrutura
antigênica de Moraxella sp.

• Prof. Terry D. Connell, toxinas como
adjuvantes

• Dra. Natalie King-Lyons, biotecnologia
• Prof. Adil K.Vaz, responsável pelo projeto e
experimentos com animais
Obrigado !
Perguntas ?
Perguntas ?
Perguntas ?
Perguntas ?

Weitere ähnliche Inhalte

Andere mochten auch

Andere mochten auch (9)

Moraxella bovis
Moraxella bovisMoraxella bovis
Moraxella bovis
 
Antibióticos corrigido
Antibióticos corrigidoAntibióticos corrigido
Antibióticos corrigido
 
óPtica da visão
óPtica da visãoóPtica da visão
óPtica da visão
 
A visão humana
A visão humanaA visão humana
A visão humana
 
Visao humana
Visao humana Visao humana
Visao humana
 
Moraxella
MoraxellaMoraxella
Moraxella
 
O olho humano
O olho humanoO olho humano
O olho humano
 
Olho e visão
Olho e visãoOlho e visão
Olho e visão
 
Óptica - O olho humano
Óptica - O olho humanoÓptica - O olho humano
Óptica - O olho humano
 

Ähnlich wie VacMoraxella40

Biotecnologia no diagnóstico e terapêutica de doenças
Biotecnologia no diagnóstico e terapêutica de doençasBiotecnologia no diagnóstico e terapêutica de doenças
Biotecnologia no diagnóstico e terapêutica de doençasMariana Leal
 
Aleitamento materno
Aleitamento maternoAleitamento materno
Aleitamento maternotatinurse
 
1- estudo das bacterias - Prof Jeanne.pptx
1- estudo das bacterias - Prof Jeanne.pptx1- estudo das bacterias - Prof Jeanne.pptx
1- estudo das bacterias - Prof Jeanne.pptxJeanneMargarethJimen
 
Aula 4 imunidade adquirida humoral_2-2011
Aula 4 imunidade adquirida humoral_2-2011Aula 4 imunidade adquirida humoral_2-2011
Aula 4 imunidade adquirida humoral_2-2011mfernandamb
 
Fabiane apresenta￧ ̄o+anticorpos
Fabiane apresenta￧ ̄o+anticorposFabiane apresenta￧ ̄o+anticorpos
Fabiane apresenta￧ ̄o+anticorposguestd78ba9e
 
Ex biotecnologia no diagnóstico e terapêutica de doenças-actividades manual
Ex biotecnologia no diagnóstico e terapêutica de doenças-actividades manualEx biotecnologia no diagnóstico e terapêutica de doenças-actividades manual
Ex biotecnologia no diagnóstico e terapêutica de doenças-actividades manualCidalia Aguiar
 
Reino monera
Reino moneraReino monera
Reino moneraemanuel
 
Apresentação SLIDES DE - Staphylococcus.pptx
Apresentação SLIDES DE - Staphylococcus.pptxApresentação SLIDES DE - Staphylococcus.pptx
Apresentação SLIDES DE - Staphylococcus.pptxIngridEvelyn4
 
Anticorpos Monoclonais
Anticorpos MonoclonaisAnticorpos Monoclonais
Anticorpos MonoclonaisETAR
 
Microbiologia de Alimentos
Microbiologia de AlimentosMicrobiologia de Alimentos
Microbiologia de AlimentosLORRANE BRANDÃO
 
Treinamento - Monera e vírus super super med
Treinamento - Monera e vírus super super medTreinamento - Monera e vírus super super med
Treinamento - Monera e vírus super super medemanuel
 
AULA 01 - INTRODUÇÃO A MICRORGANISMOS.pdf
AULA 01 - INTRODUÇÃO A MICRORGANISMOS.pdfAULA 01 - INTRODUÇÃO A MICRORGANISMOS.pdf
AULA 01 - INTRODUÇÃO A MICRORGANISMOS.pdfArmstrongMelo
 
Imunodeficiência Comum Variável
Imunodeficiência Comum VariávelImunodeficiência Comum Variável
Imunodeficiência Comum VariávelAnnie Oliveira
 
Esquema conceitual de imunologia
Esquema conceitual de imunologiaEsquema conceitual de imunologia
Esquema conceitual de imunologiaFranciskelly
 

Ähnlich wie VacMoraxella40 (20)

Biotecnologia no diagnóstico e terapêutica de doenças
Biotecnologia no diagnóstico e terapêutica de doençasBiotecnologia no diagnóstico e terapêutica de doenças
Biotecnologia no diagnóstico e terapêutica de doenças
 
Anticorpo
AnticorpoAnticorpo
Anticorpo
 
Anticorpos monoclonais e policlonais pdf
Anticorpos monoclonais e policlonais pdfAnticorpos monoclonais e policlonais pdf
Anticorpos monoclonais e policlonais pdf
 
Aleitamento materno
Aleitamento maternoAleitamento materno
Aleitamento materno
 
1- estudo das bacterias - Prof Jeanne.pptx
1- estudo das bacterias - Prof Jeanne.pptx1- estudo das bacterias - Prof Jeanne.pptx
1- estudo das bacterias - Prof Jeanne.pptx
 
Aula 4 imunidade adquirida humoral_2-2011
Aula 4 imunidade adquirida humoral_2-2011Aula 4 imunidade adquirida humoral_2-2011
Aula 4 imunidade adquirida humoral_2-2011
 
Fabiane apresenta￧ ̄o+anticorpos
Fabiane apresenta￧ ̄o+anticorposFabiane apresenta￧ ̄o+anticorpos
Fabiane apresenta￧ ̄o+anticorpos
 
Ex biotecnologia no diagnóstico e terapêutica de doenças-actividades manual
Ex biotecnologia no diagnóstico e terapêutica de doenças-actividades manualEx biotecnologia no diagnóstico e terapêutica de doenças-actividades manual
Ex biotecnologia no diagnóstico e terapêutica de doenças-actividades manual
 
Farmacologia antibioticos de uso frequente veterinaria
Farmacologia   antibioticos de uso frequente veterinariaFarmacologia   antibioticos de uso frequente veterinaria
Farmacologia antibioticos de uso frequente veterinaria
 
Reino monera
Reino moneraReino monera
Reino monera
 
Apresentação SLIDES DE - Staphylococcus.pptx
Apresentação SLIDES DE - Staphylococcus.pptxApresentação SLIDES DE - Staphylococcus.pptx
Apresentação SLIDES DE - Staphylococcus.pptx
 
Anticorpos Monoclonais
Anticorpos MonoclonaisAnticorpos Monoclonais
Anticorpos Monoclonais
 
Imunodiagnostico
ImunodiagnosticoImunodiagnostico
Imunodiagnostico
 
Lactobacillus plantarum
Lactobacillus plantarumLactobacillus plantarum
Lactobacillus plantarum
 
Microbiologia de Alimentos
Microbiologia de AlimentosMicrobiologia de Alimentos
Microbiologia de Alimentos
 
Treinamento - Monera e vírus super super med
Treinamento - Monera e vírus super super medTreinamento - Monera e vírus super super med
Treinamento - Monera e vírus super super med
 
AULA 01 - INTRODUÇÃO A MICRORGANISMOS.pdf
AULA 01 - INTRODUÇÃO A MICRORGANISMOS.pdfAULA 01 - INTRODUÇÃO A MICRORGANISMOS.pdf
AULA 01 - INTRODUÇÃO A MICRORGANISMOS.pdf
 
Imunodeficiência Comum Variável
Imunodeficiência Comum VariávelImunodeficiência Comum Variável
Imunodeficiência Comum Variável
 
Phage display
Phage displayPhage display
Phage display
 
Esquema conceitual de imunologia
Esquema conceitual de imunologiaEsquema conceitual de imunologia
Esquema conceitual de imunologia
 

Kürzlich hochgeladen

88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptxLEANDROSPANHOL1
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelVernica931312
 
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxAPRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxSESMTPLDF
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...DL assessoria 31
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesFrente da Saúde
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptDaiana Moreira
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxMarcosRicardoLeite
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaFrente da Saúde
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfFidelManuel1
 

Kürzlich hochgeladen (9)

88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx
 
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudávelSaúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
Saúde Intestinal - 5 práticas possíveis para manter-se saudável
 
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptxAPRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
APRESENTAÇÃO PRIMEIROS SOCORROS 2023.pptx
 
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
 
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e AplicabilidadesTerapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
 
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptxcuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
cuidados ao recem nascido ENFERMAGEM .pptx
 
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia HiperbáricaUso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
 
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdfManual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
Manual-de-protocolos-de-tomografia-computadorizada (1).pdf
 

VacMoraxella40

  • 1. Possíveis alternativas para vacinas contra Moraxella spp. Adil K. Vaz PhD Former Research Professor, University at Buffalo, School of Medicine, Department of Microbiology and Immunology adilvaz@gmail.com
  • 2. Queratoconjuntivite infecciosa bovina • A doença ocular de bovinos mais comum no mundo • Fotofobia, lacrimejamento, úlcera de córnea, cegueira (temporária ou permanente) • Perdas econômicas (U$ 150m/ano nos USA) pelo custo do manejo, tratamento e perda de produção. • Fator predisponente a carcinoma ocular • Uma das oito doenças priorizadas pelo PROCISUR para estudo no MERCOSUL
  • 3. Queratoconjuntivite bovina • Agentes mais comuns: • Moraxella bovis • Moraxella bovoculi • Outros agentes: • Thelazia spp. • Branhamella ovis • Mycoplasma sp. • IBR
  • 5. Moraxella spp. Bastonetes Gram negativos curtos ou cocobacilos, em forma de chama de vela, opostos pelas extremidades. Aeróbios e com estreita margem de hemólise. Isolados recentes podem causar uma depressão no ágar sob a colônia. Exigentes quanto ao crescimento (ágar sangue, BHI, Todd-Hewitt...)
  • 6. Epidemiologia • Mais comum em animais jovens (desmame) • Zebuínos menos afetados • Transmissão: • • Contato direto • • Moscas Pastos altos Portadores
  • 8. Tratamento e Prevenção • Antibióticos (em spray ou intrapalpebrais) • Controle de moscas • Pastagens baixas e controle de invasoras • Vacinação com vacinas à base de pili
  • 9. Eficácia das vacinas Source: Coopers Animal Health
  • 10. Por que a baixa eficácia ? • Propostas várias classificações sorológicas há mais de vinte anos (Gil Turnes & Araújo 1982) • Os mesmos autores reconhecem que os sorotipos mudaram neste período • Variabilidade antigênica dos pili faz com que as vacinas só sejam eficazes quando o sorotipo de campo está contido na vacina • Isto levou à produção de vacinas autógenas (ou quase !) • Dificuldade de cultivo de amostras ricas em pili • Via de aplicação não favorece a imunidade de mucosas
  • 11. Abordagens para melhorar as vacinas • Buscar novos antígenos • Estudar novas formas de administração
  • 12. Novos antígenos • Proteínas dependentes do ferro: • Muitas bactérias expressam proteínas na membrana celular quando crescem na ausência do ferro. A quantidade de ferro disponível in vivo é muito baixa no organismo.
  • 15. Pili tipo IV • Filamentos curtos (1 a 4 µm) e finos (50-80 Å), mas flexíveis e resistentes • Polímeros da proteína pilina, disposta de forma helicoidal • Bons antígenos, existem em todas as bactérias Gram - e muitas Gram +
  • 16. Sua presença confere: • Adesão a superfícies • Formação de micro-colônias • Produção de biofilme • Motilidade espasmódica • Corrosão do ágar • Capacidade aumentada de variação genética
  • 18. PilQ • Secretina responsável pela extrusão e recolhimento dos pili • Necessária para a adesão • Conservada • Dependente do ferro ?
  • 19. PilQ está exposta ma membrana celular
  • 21. PilQ serve no transporte de DNA
  • 22. Trabalho em andamento • Moraxella catarrhalis é um patógeno humano, muito mais estudado • Seu genoma é conhecido e a sequência que codifica PilQ foi identificada • • M. bovis não foi integralmente genotipada Nos fragmentos (contigs) do genoma de M. bovis já conhecidos encontramos uma sequência de DNA semelhante à que codifica para PilQ em M. catarrhalis
  • 25. Sequenciamento e reinserção • A sequência multiplicada o PCR foi sequenciada para verificar se estava correta • Como estava correta, foi reinserida em um plasmídio juntamente com HIS-tag, e o plasmídio conjugado com Escherichia coli • Esta E. coli passou a produzir PilQ e a proteína está sendo isolada e concentrada
  • 26. Vias de aplicação • A via parenteral estimula a produção de anticorpos do tipo IgG/IgM • Anticorpos do tipo IgG podem ser suficientes para conferir imunidade • A mucosa ocular é rica em IgA, cuja principal forma de atuação é bloquenado a adesão de antígenos às células • Seria desejável que fosse utilizada uma via de aplicação que estimulasse a produção de IgA, mas aplicação de antígenos puros é ineficaz na maiori a dos casos
  • 27. Adjuvantes para mucosas • Adjuvantes podem auxiliar na resposta imune nas mucosas • Os mais estudados são toxinas termosensíveis do cólera e de Escherichia coli (HLTs) As cadeias A são responsáveis pela toxicidade. As cadeias B pelo efeito adjuvante
  • 28. Adjuvantes de mucosas • A cadeia B perde sua toxicidade se separada da cadeia A, mas mantém a adjuvanticidade • Quando co-administrada com um antígeno, atua como adjuvante • LT-IIb parece ser a que melhor estimula a produção de IgA, quando aplicada por via intranasal • Vacinas intranasais já são utilizadas em bovinos e são práticas
  • 29. Resumindo: • Talvez possamos olhar para outros antígenos: • PilQ, uma secretina que atua na exposição e retração dos pili e está presente na membrana bacteriana • Proteínas dependentes do ferro provavelmente são expressas in vivo e podem ser bons antígenos • Todas as vacinas disponíveis são aplicadas por via parenteral. E a via intranasal, ou ocular ? • Adjuvantes podem auxiliar na resposta imune. LT-IIa e LT-IIb podem ser úteis.
  • 30. Equipe • Prof. Anthony Campagnari, estrutura antigênica de Moraxella sp. • Prof. Terry D. Connell, toxinas como adjuvantes • Dra. Natalie King-Lyons, biotecnologia • Prof. Adil K.Vaz, responsável pelo projeto e experimentos com animais
  • 31. Obrigado ! Perguntas ? Perguntas ? Perguntas ? Perguntas ?