A experiência, inédita no Brasil, tinha uma meta ousada: alfabetizar adultos em 40 horas. Mas não era só isso. De acordo com o professor doutor Éder Jofre, Paulo Freire pretendia despertar o ser político que deve ser sujeito de direito. “A palavra ‘tijolo’ fez parte do universo vocabular trabalhado em Angicos. Era uma palavra que fazia parte do cotidiano dessas pessoas. Mas não era só ensinar a escrever tijolo, tinha também a questão social e política. Era questionado: você trabalha na construção de casas, mas você tem uma casa própria? Por que não tem? Levava o cidadão a pensar nessas questões”, explica Éder Jofre, que é doutor no método Paulo Freire.
Método Paulo Freire e Psicogênese da Língua Escrita
1. Emília e Paulo Freire se completam, em suas teorias. Ela com seu Construtivismo, e
ele, com seu método de palavras geradoras, que cai dentro do modelo que ela
propõe. MÉTODO PAULO FREIRE E PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA.
Psicogênese da Escrita – que gerou
o Construtivismo – onde o indivíduo
passa a ser visto como sujeito e não como
objeto do processo de aprendizagem. É
neste modelo que surge o professor como
mediador desse aluno que que constrói
1
conhecimento.
2. A experiência, inédita no Brasil, tinha uma meta ousada:
alfabetizar adultos em 40 horas. Mas não era só isso. De
acordo com o professor doutor Éder Jofre, Paulo Freire
pretendia despertar o ser político que deve ser sujeito de
direito. “A palavra ‘tijolo’ fez parte do universo vocabular
trabalhado em Angicos. Era uma palavra que fazia parte do
cotidiano dessas pessoas. Mas não era só ensinar a escrever
tijolo, tinha também a questão social e política. Era
questionado: você trabalha na construção de casas, mas
você tem uma casa própria? Por que não tem? Levava o
cidadão a pensar nessas questões”, explica Éder Jofre, que é
doutor no método Paulo Freire.
2
3. Quando Surgiu, e razões?
O método Paulo Freire foi desenvolvido no início
dos anos 1960 no Nordeste, onde havia um grande
número de trabalhadores rurais analfabetos e sem
acesso à escola, formando um grande contingente de
excluídos da participação social. Com o golpe militar
de 1964, Paulo Freire foi preso e exilado, e seu
trabalho interrompido.
“Já naquela época Paulo Freire defendia um conceito
de alfabetização para além da decodificação dos
códigos linguísticos, ou seja, não basta apenas saber
ler e escrever, mas fazer uso social e político desse
3
conhecimento na vida cotidiana”
4. O Método Paulo Freire consiste numa proposta para a
alfabetização de adultos desenvolvida pelo educador, o
método nasceu em 1962 quando Freire era diretor do
Departamento de Extensões Culturais da Universidade do
Recife onde formou um grupo
para testar o método na cidade
de Angicos, RN onde alfabetizou 300 cortadores de cana em
apenas 45 dias, Freire criticava o sistema tradicional, o qual
utilizava a cartilha como ferramenta central da didática para o
ensinar da leitura e da escrita.
As cartilhas ensinavam pelo método da repetição de palavras
soltas ou de frases criadas de forma forçosa, que comumente
se denomina como linguagem de cartilha, por exemplo “Eva
viu a uva”, “o boi baba”, “a ave voa”, dentre outros.
“Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso
compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto
social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com
esse trabalho.”(Paulo freire) 4
5. O método propõe a identificação das palavras-chave
do vocabulário dos alunos - as chamadas
palavras geradoras. Elas devem sugerir situações
de vida comuns e
significativas para os
integrantes da comunidade em que se atua, como
por exemplo, "tijolo" para os operários da
construção civil. Diante dos alunos, o professor
mostrará lado a lado a palavra e a representação
visual do objeto que ela designa. Os mecanismos
de linguagem serão estudados depois do
desdobramento em sílabas das palavras geradoras.
O conjunto das palavras geradoras deve conter as
diferentes possibilidades silábicas e permitir o
estudo de todas as situações que possam ocorrer
durante a leitura e a escrita. 5
6. Entenda o método Paulo Freire
Paulo Freire desenvolveu um método de
alfabetização baseado nas experiências de vida
das pessoas. Em vez de buscar a alfabetização por
meio de cartilhas e ensinar, por exemplo, “o boi
baba” e “vovó viu a uva”, ele trabalhava as
chamadas “palavras geradoras” a partir da
realidade do cidadão. Por exemplo, um
trabalhador de fábrica podia aprender “tijolo”,
“cimento”, um agricultor aprenderia “cana”,
“enxada”, “terra”, “colheita” etc. A partir da
decodificação fonética dessas palavras, ia se
construindo novas palavras e ampliando o
repertório.
6
7. O método Paulo Freire estimula a alfabetização dos
adultos mediante a discussão de suas experiências
de vida entre si, através de palavras presentes na
realidade dos alunos,
que são decodificadas para a
aquisição da palavra escrita e da compreensão do
mundo.
Paulo Freire ganhou
41 títulos de doutor
honoris causa de
universidades como
Harvard, Cambridge e
Oxford.
7
8. A VALORIZAÇÃO DA CULTURA
A valorização da cultura do aluno é a chave para o
processo de conscientização preconizado por Paulo
Freire, ele propôs o
que chamou de Temas
Geradores, onde o educador e educando em sala de
aula aprendem juntos, a diversidade pode contribuir
para o dinamismo da aula, para o despertar do
interesse, da atenção e do envolvimento, garantindo a
todos a possibilidade de se expressar sobre aspectos
da realidade, mantendo uma ligação com o universo
conhecido deles, impulsionando-os para novas
descobertas, pois aprendemos melhor aquilo que
temos interesse em conhecer. Os Temas Geradores
ajuda a organizar o trabalho de sala de aula porque
possibilita uma aprendizagem significativa.
8
10. Alfabetização Tradicional por pura decodificação sem um
sentido social. (Criança dormindo... Não é interessante, nem
significativa.)
10
11. AS TRÊS ETAPAS DO MÉTODO PAULO FREIRE
O método Paulo Freire é dividido em três etapas. Na
etapa de Investigação, aluno e professor buscam, no
universo vocabular do aluno e da sociedade onde
ele vive, as palavras e temas centrais de sua
biografia. Na segunda etapa, a de tematização, eles
codificam e decodificam esses temas, buscando o
seu significado social, tomando assim consciência do
mundo vivido. E no final, a etapa de
problematização, aluno e professor buscam superar
uma primeira visão mágica por uma visão crítica do
mundo, partindo para a transformação do contexto
vivido. 11
12. Concepção Freiriana
“A concepção freiriana procura explicitar que não
há conhecimento pronto e acabado. Ele está sempre
em construção”.
“Aprendemos ao longo da vida e a partir das
experiências anteriores, o que faz cair por terra a
tese de que alguém está totalmente pronto para
ensinar e alguém está “totalmente” pronto para
receber esse conhecimento, como uma transferência
bancária.
Esse caráter político, libertador, conscientizador é o
diferencial da metodologia de Paulo Freire dos
demais métodos de alfabetização.”
12
13. O método (COMO FUNCIONA?)
Ele dividiu seu método em fases. Inicialmente, o
educador explora junto com o adulto a ser alfabetizado
quais palavras e temas são
parte do universo vocabular
do grupo. Por meio de conversas informais, seleciona
aproximadamente 20 palavras geradoras. Discute o
significado daquela palavra naquele contexto e amplia
para outros significados. Depois, o educador mostra
como as sílabas formam as palavras e como essas
mesmas sílabas podem ser usadas para formar outras
palavras conhecidas. Durante esse processo, todos
conversam sobre o poder das palavras, para que os
falantes possam se apropriar delas também no registro
escrito sem distanciamento, donos delas. Nesse
processo, discutem, além do abc, a compreensão do
mundo, inspirando uma postura pela liberdade.
13
20.
MUITO OBRIGADO A
TODOS, TENHAM UMA
BOA AULA, E FORMEM
BONS CIDADÃOS PARA
ESTE PAÍS.
FIM
O mais célebre educador brasileiro, autor da
pedagogia do oprimido, defendia como objetivo
da escola ensinar o aluno a 'ler o mundo' para
poder transformá-lo”. É quando educar se torna
um ato político. 20
Considerava o
processo de
alfabetização
existente dissociado
da realidade alienado
e alienante.