O povoado Cassimiro foi fundado em 1967 por João Cassimiro e sua família. Sua economia é baseada principalmente na agricultura e pecuária. Atualmente tem cerca de 488 habitantes e infraestrutura básica como escolas, posto de saúde e energia elétrica, porém enfrenta problemas como falta de terras e alternativas de emprego.
1. POVOADO CASSIMIRO
Adilson Motta, 2015
O povoado Cassimiro foi fundado em 13 de outubro de 1967, pelo
lavrador João Cassimiro, que veio com a família. O referido primeiro morador
é maranhense, oriundo da cidade de Pinheiro. O povoado recebeu este nome
em homenagem ao referido primeiro morador. O princípio da história do
povoado Cassimiro é marcada com a presença de caçadores que ali caçavam
somente para o consumo. O acesso ao município era difícil, pois não
circulavam carros, e as viagens eram realizadas a cavalo e a pés.
O desenvolvimento do povoado se deu através da lavoura,
principalmente do arroz. No entanto, com o transcorrer dos anos,
desenvolveu-se também a pecuária, a qual é hoje uma das maiores fontes
de economia no povoado, assim como no município. O povoado já possuiu
delegacia, cujo delegado era Vicente e Sebastião Alves.
Cassimiro está localizado no município de Bom Jardim, fazendo limites
com os povoados: Gurvia, Centro do Alfredo e Rapadurinha.
Localiza-se a oeste do município, a 42 quilômetros da sede, com uma
área de aproximadamente 6 km de extensão. É servido pela estrada piçarral
Bom Jardim / São João do Carú, e se liga a outras estradas vicinais que dão
acesso a outros povoados fronteiriços.
Sua população, segundo pesquisas realizadas em dezembro de 2004 era
de 488 habitantes.
A infraestrutura habitacional é de 122 casas, onde aproximadamente
50% são de telhas e tijolos; o restante, de taipas e palhas de coco babaçu. A
principal atividade econômica é a agricultura, pecuária com a criação bovina
e a quebra do coco babaçu.
No povoado, desde seus primórdios existiu e ainda existe engenho, o
qual é utilizado para a fabricação de cachaça. A população de Cassimiro
enfrenta inúmeros problemas. Um deles é a falta de terras para o cultivo,
levando famílias a produzirem por arrendamento em terras de latifundiários e
2. algumas a irem embora para lugares distantes, para trabalhar. Há falta de
alternativa de empregos, principalmente para a classe juvenil.
Atualmente existem 8 pequenos comércios no povoado Cassimiro. Uns
vendem secos e molhados e outros vendem bebidas (bares), existindo
também uma farmácia.
Os principais produtos comercializados são: arroz, feijão, farinha,
açúcar, café, aguardente, sabão, sal, margarina bolacha, óleo, etc. O acesso
ao povoado no verão se dá através de caminhões, carros pequenos, motos.
Sendo utilizado também animais (burros e jumentos) para o transporte de
cargas, especialmente pelas famílias de baixa renda.
O povoado em estudo usufrui telefones públicos através de orelhões
espalhados pelas ruas. Os referidos canais de televisão assistidos no município
são os mesmo assistidos no povoado Cassimiro. Sendo: TV Globo e SBT.
Quanto ao aspecto cultural, as festas populares da comunidade de Cassimiro
são: São João, Bumba-meu-boi, quadrilha e candomblé. O padroeiro do lugar
é São Raimundo, cujo festejo é realizado no dia 31 de agosto. A primeira
igreja a se estabelecer no povoado foi a igreja católica. No principio, as missas
eram celebradas nas casas das pessoas.
No povoado Cassimiro funciona escolas de ensino Médio e Fundamental.
As escolas do Estado funcionam escolas como anexo, em salas emprestadas
pelo município.
A renda da população de Cassimiro é de fontes diversas; entre elas, da
quebra de coco, da produção de carvão, do corte de arroz, da pesca, de
benefícios de aposentados, alguns funcionários públicos, programas bolsa
Escola, PETI, e alguns outros benefícios.
Atualmente o povoado é beneficiado com energia elétrica, água
encanada, um mercado municipal, posto de saúde e orelhões
.
Igreja Evangélica do
Povoado Cassimiro
Povoado Cassimiro Capela da ólicaIgreja Católica
3. Igarapé da Água Preta
Igarapé do Arvoredo
Igarapé do Galego Povoado Igarapé dos Índios
Local das piçarreiras em Bom Jardim:
Povoado Barrote: Serrinha; Oscar (com senhor Marcelino) e outros povoados.
Um dos graves problemas que constitui um empecilho ao desenvolvimento dosMunicípios de Bom
Jardim e São João do Carú reside na questão infraestrutura de suas estradas. Pois 65,83 da
população de Bom Jardim reside na zona rural; e a população rural de São João do Carú é de
76,6%. Isso demanda a necessidade de se tornar a agricultura um ponto prioritário na Política
Pública desses dois municípios, incluindo-se nessas prioridades, é claro, boas estradas e
Esta é apenas uma das várias piçarreiras que existe ao
longo da estrada Bom Jardim/São João do Carú. O
preço, segundo um dos proprietários, é de R$ 5,00 a
caçambada. A insatisfação maior do povo de São João
do Carú entre outras é o problema das más condições
de estradas, apesar da existência de recursos para isto.
Em Bom Jardim, 65% da população é rural e
dependem dessas estradas para escoar produção e
resolverem seus problemas no município. Estas
estradas muitas vezes cortam no período do inverno,
deixando essas comunidades isoladas para tudo,
inclusive quando pessoas da comunidade adoecem,
que são levadas em redes para o município (como se
não existisse governo nem recurso para construí-las)
4. transportes para escoação da produção - como projeto municipal de modo que venha contribuir
para que exista possibilidades depreçosacessíveis e competitivos no mercado local.
Um dos problemas mais crônicos entre esses dois municípios reside justamente no que toca o
indispensável: ESTRADAS E PARCERIA COM O HOMEM DO CAMPO! O qual vive entregue
a sorte das políticas públicas, dependendo único e exclusivamente de programas ligados ao
PRONAFE, que em muitos casos, se torna mais fácil e acessível quando na sombra de política
partidária. O documentário: “Estrada dos Sonhos” desenvolvido por Paulo Montel (at
al/apresentado in julho de 2009), mostra uma região, onde “as riquezas do ecossistema revelam
uma contradição com a pobreza do povo que habita essas matas da pré-amazônia, ou Amazônia
Legal”(Tone Barone) cujo descaso “...aponta para o desinteresse do Poder Público – que durante
décadas submeteu a população ao sofrimento em todas as estações do ano”. Segundo o
documentário, a falta de estradas afeta diretamente a geração de renda. Afinal, a população rural
desses dois municípios depende da agricultura e da pesca (realizada nos rios Caru e Pindaré e
empreendimentos com açudes). Os rios Caru e Pindaré torna a região, um excelente DELTA de
fertilidade.
Belezas naturais - Rios Pindaré e Carú. Fonte: Documentário “Estrada dos sonhos”
Um pedaço do Maranhão com cara de Amazônia. Estes são os rios que
extremam e perpassam os municípios de Bom Jardim e São João do Caru.
Condições das estradas no inverno de 2009 (ver fotos abaixo extraídas do
documentário: “Estrada dos sonhos” que já rendeu muitas eleições a corruptos e
demagogos na história política de Bom Jardim (e São João do Caru):
5. Fonte: Documentário, 07/2009 Fonte: Arnobe,07/09
Fonte das fotos: Documentário “Estrada dos sonhos”, 2012.
Segundo o documentário, em 10 de dezembro de 2007, foi estabelecido um
contrato entre a prefeitura Municipal de Bom Jardim e uma determinada empresa
contratada, no valor de R$ 1.076.596,00 (Um milhão, setenta e seis mil, quinhentos
e noventa e seis reais) para melhoramento e revestimento da MA 318. Só em 2008
foi dado início a obra, em perído de inverno e de eleição. O documentário revela
tambémem depoimentos de moradores da região que, “quando passou a eleição, a
firma (empresa) foi embora” retirando suas máquinas.A política dessa forma, se
torna um instrumento de perpetuação de grupos detentores do poder a quem
“interessam” a manutenção da situação de pobreza, subdesenvolvimento e atraso na
região, o que se transforma numa arma política de políticos comprometidos com o
subdesenvolvimento e atraso.