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1
CONEXÃO
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
ESTRESSE POLICIAL MILITAR: EFEITOS
PSICOSSOCIAIS
Sérgio Lopes Santana1
Alini Daniéli Viana Sabino2
A ação da ansiedade e o estresse durante o cotidiano humano têm sido notados por modi-
ficações em aspectos que podem acarretar modificações de caráter negativo, tanto em as-
pectos físicos como mentais, contribuindo para o surgimento de patologias. Dessa maneira,
o trabalho policial é descrito pela literatura como o mais estressante de todos os ofícios,
sendo que os policiais estão entre os profissionais que mais sofrem estresse, pois, estão
constantemente expostos ao perigo e à agressão, devendo freqüentemente intervir em si-
tuações de conflito e tensão Assim, o objetivo do presente estudo é apresentar o impacto
da ansiedade e o estresse no cotidiano do funcionamento executivo de Policiais Militares
que desenvolvem o trabalho de policiamento operacional. O funcionamento das pessoas
que trabalham com policiamento operacional pode sofrer alterações ao longo do tempo de
trabalho, sendo que o resultado dessa alteração pode reduzir a qualidade do serviço de se-
gurança pública. A presença de níveis de ansiedade e estresse considerados acima da média
de uma determinada população policial militar pode de uma forma efetiva ser base de estu-
do para descoberta de estratégias de enfrentamento, mecanismos de controle ou extinção
da ansiedade. O equilíbrio da ansiedade pode trazer qualidade de vida pessoal ao policial
militar, prazer profissional e conseqüente elevação do padrão de serviço a população.
Policial Militar, Estresse, Efeitos Psicossociais
1 Graduando do curso de Psicologia/AEMS.
2 Mestre em Ciências pela FFCLRP/USP. Coordenadora e Docente do Curso de Psicolo-
gia/AEMS.
1. Estresse emocional: aspectos orgânicos
No Século XVII, pela primeira vez foi utilizada a palavra stress, para de-
finir qualquer estímulo que afetasse negativamente a pessoa humana provo-
cando-lhe sentimento de angústia, aflição e opressão. Durante os séculos XVIII
e XIX, o significado do termo se alterou para denotar na ciência física qualquer
força que aplicada sobre um sistema leva à sua deformação ou destruição (Cou-
to, 1997).
2
CONEXÃO
Na área de saúde, o termo “stress” foi utilizado pela primeira vez em
1926 por Hans Selye, ao observar que muitas pessoas sofriam de várias doenças
físicas e queixavam-se de alguns sintomas fisiológicos em comum, tais como:
falta de apetite, pressão, desânimo e fadiga. (LIPP, 1998).
Atualmente, há um consenso entre os pesquisadores da área de que
o estresse resulta de uma sensação de desequilíbrio entre o indivíduo e o meio
social. Dessa maneira, Couto (1987), define o estresse como um estado em que
ocorre um desgaste anormal da máquina humana e/ou uma diminuição da ca-
pacidade de trabalho, ocasionados basicamente por uma incapacidade prolon-
gada do indivíduo de tolerar, superar ou se adaptar às exigências da natureza
psíquica existentes no seu ambiente de trabalho de vida.1
Segundo Lipp (2010), o estresse é um desgaste geral do organismo
causado pelas alterações psicofisiológicas que ocorrem quando a pessoa se vê
forçada a enfrentar uma situação que de um modo ou outro, a irrite, amedronte,
excite ou confunda, ou mesmo a faça imensamente feliz. Em geral, seria uma
reação do organismo que ocorre quando ele precisa lidar com situações que
exijam um grande esforço emocional para serem superadas.
Santos (1988) define o estresse como “um estado intermediário entre
a saúde e a doença, durante o qual o corpo luta contra os agentes causadores
da doença.”
Sendo assim, o estresse não é considerado, portanto, uma doença
em si, mas pode tornar-se um fator desencadeante para o desenvolvimento de
transtornos mentais caso o indivíduo seja submetido a uma ação constante de
agentes estressores, podendo desencadear ainda o que é denominado de es-
tresse crônico (Lipp, 2010; Kaplan, Sadock, Greeb, 1997).
Para alguns autores, o estresse é sempre ruim, não contribuindo para
o aumento da produtividade. Em determinadas pessoas, as reações ao estresse
podem desencadear desequilíbrios em órgãos mais sensíveis, podendo causar o
que é chamado de“órgãos de choque”. Durante algum tempo, acreditou-se que
essas reações ao estresse desencadeavam uma situação específica chamada de
“doença psicossomática”, o que atualmente se denomina de “ transtorno soma-
toforme”(Benevides, 2005; Lipp, 2004; Santos, 1988).
No entanto, uma outra corrente de pesquisadores consideram certo
nível de estresse uma forma de aumentar a motivação.
Witkin-Lanoil (1985) esclarece que o estresse pode ser de curta ou lon-
ga duração, indicando que tanto a ação imediata do sistema nervoso quanto à
3
CONEXÃO
ação de liberação retardada do sistema endócrino funcionam com o objetivo de
preparar e manter o corpo para ação destinada a preservar a vida.
Assim, alterações tanto físicas quanto psicológicas podem ser provo-
cadas pelo estresse no ser humano. Couto (1987) descreve os alguns quadros
físicos decorrentes do estresse como dores musculares, cefaléias, enfarte pre-
coce, fadiga fácil, taquicardia, úlcera, abafamento no peito, palpitações, dores
abdominais generalizadas, dores generalizadas no corpo, artrite, adinamia, urti-
cária, asma, emagrecimento e infecções graves.
Dessa maneira, as reações ao quadro também podem ocorrer em nível
psicológico. Segundo Lipp (1998), os principais sintomas psicológicos associa-
dos às reações fisiológicas são mãos frias, problemas com a memória, boca seca,
impossibilidade de trabalhar, pesadelos, nó no estômago, dúvida quanto a si
próprio, enxaqueca, mudança de apetite, diarréia, dificuldades sexuais, aumen-
to súbito de motivação, entusiasmo súbito, músculos tensos, vontade de fugir
de tudo, problemas dermatológicos, apatia,depressão ou raiva prolongada, in-
sônia, aumento de sudorese, náusea, má digestão, tiques, hipertensão arterial,
pensar continuamente em um assunto, tédio, irritabilidade excessiva, taquicar-
dia, angústia ou ansiedade, excesso de gases, tontura, hipersensibilidade emoti-
va, perda do senso do humor, aperto da mandíbula ou ranger dos dentes.
Sendo assim, é possível que ocorram os sentimentos de raiva e agres-
são no nível emocional; irritabilidade, taquicardia, dispnéia ou sudorese na di-
mensão corpórea; e timidez, prudência, ousadia e outros comportamentos no
mundo externo (Lipp (201); Benevides, 2005; Couto, 1987).
Contudo, a reação ao“estresse”pode afetar simultaneamente três áre-
as ou dimensões distintas: o corpo, a mente e o mundo externo. Todo e qual-
quer ato praticado pelo o homem, assim como toda e qualquer reação, desen-
volve-se simultaneamente nestas três áreas de sua vida. Nesse sentido, ao ato
de sentir e pensar ocorrem equivalentes ao nível do corpo e do mundo externo
(Lipp, 2004; Kaplan, Sadock, Greeb, 1997; Delboni, 1997).
Buscando o entendimento da interligação entre essas três esferas,
torna-se necessário compreender o mecanismo das emoções. Sendo que, a
emoção é considerada algo difícil de ser definido, mas envolveria um fenômeno
subjetivo em que estão presentes três estados: o sentimento, a resposta fisioló-
gica e o comportamento. Esses três estados correspondem a três componentes:
o psicológico, o fisiológico e o social (Lipp, 2010; Kaplan, Sadock, Greeb, 1997).
Contudo, o estresse e suas manifestações podem ser observados tanto
4
CONEXÃO
pelo o estado afetivo, como pelo componente psicológico. Esta é uma experi-
ência consciente e subjetiva que pode sofrer influências das vivências pessoais
e do meio ambiente como família, trabalho, comunidade e outros (Lipp, 2004);
Delboni, 1997).
Para Girdano e Everly (apud Romano, 1989), os estímulos que propi-
ciam a resposta de estresse são chamados de estressores, e podem ser decor-
rentes de três causas básicas: causas psicossociais envolvendo adaptação à mu-
danças excessivas, frustração, sobrecarga e privação; causas bioecológica como
ritmos biológicos, hábitos nutricionais e ruídos excessivos; e ainda causas rela-
cionadas à personalidade como auto –conceito, padrões de comportamento e
ansiedade excessiva.
Spielberg (apud Romano, 1989), por outro lado, considera como fonte
de estresse o próprio desenvolvimento humano, que em cada fase apresenta
situações novas e estressantes com as quais o indivíduo precisa aprender a li-
dar, como a aprendizagem da criança, o desenvolvimento da adolescência, as
experiências da idade adulta, como o casamento e as dificuldades da velhice. A
própria escolha profissional envolve conflito e“stress”ocupacional.
Romano (1989) e Portella Bugay (2007) consideram ainda como signi-
ficativa fonte de estresse, os fatores ligados à natureza da atividade e da institui-
ção Policial Militar.
2. O Estresse na atividade operacional do Policial Militar
O estresse está presente na vida do policial militar e pode influenciar
de maneira decisiva no seu comportamento dentro e fora de sua atividade pro-
fissional (Silva, Vieira, 2008; Allegrette, 1996).
A polícia militar, pela natureza do trabalho, expõe o profissional a
constantes desgastes físico, mental e emocional em sua prática profissional diá-
ria. A atuação em ambiente desumano, complexo e hostil estão entre os fatores
que contribuem para este fenômeno (Portella, Bugay, 2007; Dourado, 1993; Zu-
luar, 1997).
A convivência diária com a injustiça social, violência urbana e, sobre-
tudo, com o risco de matar ou morrer no atendimento a ocorrências, influencia
consideravelmente o comportamento, as decisões e a forma de ver, ouvir e en-
tender as realidades da vida (Silva, Vieira, 2008).
Entretanto, o policial não é o único que sofre as conseqüências do es-
5
CONEXÃO
tresse provocado pelo seu trabalho (Finn, 1997). No ambiente familiar, o mem-
bro da corporação militar tende a desligar as emoções em relação a sua família
e é levado a um processo de afastamento e procura de relações fora de casa. Na
rua, alguns podem extravasar suas frustrações sobre os cidadãos tornando-se
arbitrários, agressivos e grosseiros (Portela, Buagy, 2007; Romano, 1989).
Alguns estudos apontam o estresse e outros problemas emocionais li-
gado ao policial militar como sendo um dos responsáveis pelo alto índice de sui-
cídio, divórcio e alcoolismo no meio Policial (Silva, Vieira, 2008; Portella,Bugay,
2007; Finn, 1997).
Selye (1996), afirma, com efeito, que o trabalho Policial é uma das ocu-
pações mais estressantes quando comparado a outras atividades, sendo que os
policiais apresentam diversas doenças relacionadas ao estresse da prática pro-
fissional.
Em pesquisa realizada foi verificado que, dentre 149 profissões estu-
dadas apenas 10 excediam a Policial em doenças do coração, diabetes, insônia,
suicídio e outras relacionadas com o estresse (Farias, 1998).
No trabalho diário, o policial encontra alta taxa de adrenalina estando
sempre preparado para agir. À medida que aumenta o nível de tensão, aumenta
também o nível de vigilância e de expectativa, passando a estar pronto para
agir a qualquer instante de maneira enérgica. O profissional vive sob pressão
constante e em conseqüência, sofre alteração no seu padrão normal de pensar e
agir, além de apresentar dificuldades para estabelecer prioridades ocasionando
sensações de hesitação, visão estreita, raciocínio confuso e ilógico que passam
a fazer parte do seu dia a dia (Portela, Bugay, 2007; Farias, 1998, Besse, 1995).
Em matéria intitulada na revista “Isto É” (09-08-95), “Os campeões da
neurose”, segundo a revista, estudos feitos pelo instituto de Ciências e Tecnolo-
gia da Universidade de Manchester na Inglaterra, apontam a profissão policial
como a segunda mais estressante do mundo.
3. Efeitos psicossociais: resultado de ocorrências anteriores
No trabalho policial, o atendimento das ocorrências se faz com equi-
líbrio, usando a força de forma moderada apenas para quebrar a resistência do
indivíduo infrator. No entanto, não devemos supor que o policial prossiga imu-
ne após o atendimento de uma ocorrência de alto risco, especialmente se hou-
ver morte ou ferimentos grave, uma vez que estas deixam seqüelas irreparáveis
6
CONEXÃO
(Zalluar, 1999; Allegretti, 1996).
Spielberguer (1981) em estudo realizado para identificar as principais
fontes de estresse no trabalho da policia, selecionou oitenta itens considera-
dos estressores e que envolviam todas as fases do trabalho da polícia. A seleção
desses itens foi realizada com a ajuda de um comitê consultivo do qual faziam
parte experientes policiais e administradores de policia. Os itens foram testados
através de uma pesquisa-piloto para cinqüenta policiais. Foram selecionados
sessenta, por ordem de importância como marcadores de elemento estressor.
Entre os itens selecionados, os três considerados mais importantes e que rece-
beram alta classificação de estresse pelos profissionais foram morte de colega
no cumprimento do dever; matar alguém no cumprimento do dever e contato
com a exposição de crianças espancadas ou mortas.
Do mesmo modo, Romano (1998) realizou um estudo com o objetivo
de identificar as fontes de estresse no trabalho de soldados da Policia Militar do
Estado de São Paulo. A pesquisa foi realizada com o objetivo de verificar o nível
de tensão que os policiais atribuem às fontes de estresse ocupacional com as
quais lidam, bem como elaborar uma proposta de programa de curso de con-
trole de estresse específico para soldados daquela corporação. De acordo com
os resultados do estudo, os eventos considerados mais estressantes foram ver
colega morto no comprimento do dever; morte de parceiros; e receber salários
insuficientes .
O evento “ver colega morto no cumprimento do dever” apareceu
como o evento mais estressante nos estudos associados ao estresse emocional
de policiais militares. Dessa forma, os resultados apontam para o fato de que a
morte de outras pessoas e até aquela provocada pelo Policial no cumprimento
do dever não apareceu como evento estressante na pesquisa brasileira. A expli-
cação dada pela autora brasileira é que:
Talvez o fato dos soldados desta amostra terem
no máximo, cinco anos de experiência profissional possa
tê-lo influenciado a fazer uma classificação “suposta” deste
evento; isto é talvez na realidade não tenham tido contato
com essa situação. Assim é possível que os soldados tenham
respondido de acordo com o pressuposto adquirido no trei-
namento, de que o policial pode matar em legitima defesa
no comprimento do dever, portanto fazendo parte de sua
rotina de trabalho (Romano, 1989: 56 p. ).
7
CONEXÃO
Dessa maneira, o policial é constantemente exposto à agressão, vio-
lência e crueldade, devendo freqüentemente intervir em situações de proble-
mas humanos de alta tensão que podem gerar sentimentos de raiva, ansiedade,
alienação e depressão.“Proibidos são de Expressar estes sentimentos´´, os quais
são respostas normais à frustração muitos policiais desenvolvem características
de esquiva emocional, cinismo e autoritarismo“ (Silva, Vieira, 2008; Reiser, apud
Romano, 1989:23)
Conclusão
O estresse está presente na vida do policial militar e pode influenciar
de maneira decisiva no seu comportamento dentro e fora de sua atividade pro-
fissional. A exposição e atuação em ambiente desumano, complexo e hostil,
bem como o contato com constante desgaste físico, mental e emocional são
fatores que contribuem para o desenvolvimento do estresse (Silva, Vieira, 2008;
Delboni. 1997)
Entretanto, estudos indicam que os responsáveis pela saúde física e
mental dos policiais já se mostram atentos para as mudanças ocorridas em de-
corrência do estresse profissional, embora algumas vezes os sintomas passem
despercebidos até para os familiares e amigos (Silva,Vieira, 2008; Portela, Bugay,
2007; Romano, 1989).
Assim, algumas corporações preocupadas com a quantidade avassa-
ladora dos problemas de ordem física e mental, e, sobretudo, procurando zelar
pela imagem e a qualidade do serviço tem procurado criar programas de pre-
venção ao estresse. É um assunto polêmico e que ainda causa certa resistência
dentro das corporações, uma vez que os chefes dos serviços e até mesmo o pró-
prio policial não admitem a existência de problemas emocionais e não precisam
de ajuda (Silva, Vieira, 2008; Portela, Bugay, 2007; Besse, 1995; Romano, 1989).
Algumas polícias nacionais já desenvolvem trabalhos voltados direta-
mente para prevenção e controle do estresse, como as polícias de São Paulo e
Minas Gerais, dentre outras, que já estão preocupando-se em enfrentar o pro-
blema em questão. Os responsáveis deverão estar atentos, já que as mudanças
que ocorrem provocadas pelo estresse no comportamento do homem são len-
tas e muitas vezes passam despercebidas, até para os familiares e amigos (Silva,
Vieira, 2008; Farias, 1999)
8
CONEXÃO
Assim, combater o estresse e a ansiedade na atividade policial militar
não é uma tarefa fácil. O sucesso deste trabalho demandará certo empenho,
bem como do apoio e da ajuda de familiares, amigos e colegas de trabalho.
Contudo, como afirmam alguns policiais militares “a coexistência foi
imposta, mas a convivência deve ser trabalhada”.
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viver com ela. Rio de Janeiro:Imago, 1985.
ZALUAR, Alba. Insegurança Pública. São Paulo: Moderna, 1999 (Coleção Polêmi-
ca)

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Estresse policial militar efeitos psicossociais

  • 1. 1 CONEXÃO RESUMO PALAVRAS-CHAVE ESTRESSE POLICIAL MILITAR: EFEITOS PSICOSSOCIAIS Sérgio Lopes Santana1 Alini Daniéli Viana Sabino2 A ação da ansiedade e o estresse durante o cotidiano humano têm sido notados por modi- ficações em aspectos que podem acarretar modificações de caráter negativo, tanto em as- pectos físicos como mentais, contribuindo para o surgimento de patologias. Dessa maneira, o trabalho policial é descrito pela literatura como o mais estressante de todos os ofícios, sendo que os policiais estão entre os profissionais que mais sofrem estresse, pois, estão constantemente expostos ao perigo e à agressão, devendo freqüentemente intervir em si- tuações de conflito e tensão Assim, o objetivo do presente estudo é apresentar o impacto da ansiedade e o estresse no cotidiano do funcionamento executivo de Policiais Militares que desenvolvem o trabalho de policiamento operacional. O funcionamento das pessoas que trabalham com policiamento operacional pode sofrer alterações ao longo do tempo de trabalho, sendo que o resultado dessa alteração pode reduzir a qualidade do serviço de se- gurança pública. A presença de níveis de ansiedade e estresse considerados acima da média de uma determinada população policial militar pode de uma forma efetiva ser base de estu- do para descoberta de estratégias de enfrentamento, mecanismos de controle ou extinção da ansiedade. O equilíbrio da ansiedade pode trazer qualidade de vida pessoal ao policial militar, prazer profissional e conseqüente elevação do padrão de serviço a população. Policial Militar, Estresse, Efeitos Psicossociais 1 Graduando do curso de Psicologia/AEMS. 2 Mestre em Ciências pela FFCLRP/USP. Coordenadora e Docente do Curso de Psicolo- gia/AEMS. 1. Estresse emocional: aspectos orgânicos No Século XVII, pela primeira vez foi utilizada a palavra stress, para de- finir qualquer estímulo que afetasse negativamente a pessoa humana provo- cando-lhe sentimento de angústia, aflição e opressão. Durante os séculos XVIII e XIX, o significado do termo se alterou para denotar na ciência física qualquer força que aplicada sobre um sistema leva à sua deformação ou destruição (Cou- to, 1997).
  • 2. 2 CONEXÃO Na área de saúde, o termo “stress” foi utilizado pela primeira vez em 1926 por Hans Selye, ao observar que muitas pessoas sofriam de várias doenças físicas e queixavam-se de alguns sintomas fisiológicos em comum, tais como: falta de apetite, pressão, desânimo e fadiga. (LIPP, 1998). Atualmente, há um consenso entre os pesquisadores da área de que o estresse resulta de uma sensação de desequilíbrio entre o indivíduo e o meio social. Dessa maneira, Couto (1987), define o estresse como um estado em que ocorre um desgaste anormal da máquina humana e/ou uma diminuição da ca- pacidade de trabalho, ocasionados basicamente por uma incapacidade prolon- gada do indivíduo de tolerar, superar ou se adaptar às exigências da natureza psíquica existentes no seu ambiente de trabalho de vida.1 Segundo Lipp (2010), o estresse é um desgaste geral do organismo causado pelas alterações psicofisiológicas que ocorrem quando a pessoa se vê forçada a enfrentar uma situação que de um modo ou outro, a irrite, amedronte, excite ou confunda, ou mesmo a faça imensamente feliz. Em geral, seria uma reação do organismo que ocorre quando ele precisa lidar com situações que exijam um grande esforço emocional para serem superadas. Santos (1988) define o estresse como “um estado intermediário entre a saúde e a doença, durante o qual o corpo luta contra os agentes causadores da doença.” Sendo assim, o estresse não é considerado, portanto, uma doença em si, mas pode tornar-se um fator desencadeante para o desenvolvimento de transtornos mentais caso o indivíduo seja submetido a uma ação constante de agentes estressores, podendo desencadear ainda o que é denominado de es- tresse crônico (Lipp, 2010; Kaplan, Sadock, Greeb, 1997). Para alguns autores, o estresse é sempre ruim, não contribuindo para o aumento da produtividade. Em determinadas pessoas, as reações ao estresse podem desencadear desequilíbrios em órgãos mais sensíveis, podendo causar o que é chamado de“órgãos de choque”. Durante algum tempo, acreditou-se que essas reações ao estresse desencadeavam uma situação específica chamada de “doença psicossomática”, o que atualmente se denomina de “ transtorno soma- toforme”(Benevides, 2005; Lipp, 2004; Santos, 1988). No entanto, uma outra corrente de pesquisadores consideram certo nível de estresse uma forma de aumentar a motivação. Witkin-Lanoil (1985) esclarece que o estresse pode ser de curta ou lon- ga duração, indicando que tanto a ação imediata do sistema nervoso quanto à
  • 3. 3 CONEXÃO ação de liberação retardada do sistema endócrino funcionam com o objetivo de preparar e manter o corpo para ação destinada a preservar a vida. Assim, alterações tanto físicas quanto psicológicas podem ser provo- cadas pelo estresse no ser humano. Couto (1987) descreve os alguns quadros físicos decorrentes do estresse como dores musculares, cefaléias, enfarte pre- coce, fadiga fácil, taquicardia, úlcera, abafamento no peito, palpitações, dores abdominais generalizadas, dores generalizadas no corpo, artrite, adinamia, urti- cária, asma, emagrecimento e infecções graves. Dessa maneira, as reações ao quadro também podem ocorrer em nível psicológico. Segundo Lipp (1998), os principais sintomas psicológicos associa- dos às reações fisiológicas são mãos frias, problemas com a memória, boca seca, impossibilidade de trabalhar, pesadelos, nó no estômago, dúvida quanto a si próprio, enxaqueca, mudança de apetite, diarréia, dificuldades sexuais, aumen- to súbito de motivação, entusiasmo súbito, músculos tensos, vontade de fugir de tudo, problemas dermatológicos, apatia,depressão ou raiva prolongada, in- sônia, aumento de sudorese, náusea, má digestão, tiques, hipertensão arterial, pensar continuamente em um assunto, tédio, irritabilidade excessiva, taquicar- dia, angústia ou ansiedade, excesso de gases, tontura, hipersensibilidade emoti- va, perda do senso do humor, aperto da mandíbula ou ranger dos dentes. Sendo assim, é possível que ocorram os sentimentos de raiva e agres- são no nível emocional; irritabilidade, taquicardia, dispnéia ou sudorese na di- mensão corpórea; e timidez, prudência, ousadia e outros comportamentos no mundo externo (Lipp (201); Benevides, 2005; Couto, 1987). Contudo, a reação ao“estresse”pode afetar simultaneamente três áre- as ou dimensões distintas: o corpo, a mente e o mundo externo. Todo e qual- quer ato praticado pelo o homem, assim como toda e qualquer reação, desen- volve-se simultaneamente nestas três áreas de sua vida. Nesse sentido, ao ato de sentir e pensar ocorrem equivalentes ao nível do corpo e do mundo externo (Lipp, 2004; Kaplan, Sadock, Greeb, 1997; Delboni, 1997). Buscando o entendimento da interligação entre essas três esferas, torna-se necessário compreender o mecanismo das emoções. Sendo que, a emoção é considerada algo difícil de ser definido, mas envolveria um fenômeno subjetivo em que estão presentes três estados: o sentimento, a resposta fisioló- gica e o comportamento. Esses três estados correspondem a três componentes: o psicológico, o fisiológico e o social (Lipp, 2010; Kaplan, Sadock, Greeb, 1997). Contudo, o estresse e suas manifestações podem ser observados tanto
  • 4. 4 CONEXÃO pelo o estado afetivo, como pelo componente psicológico. Esta é uma experi- ência consciente e subjetiva que pode sofrer influências das vivências pessoais e do meio ambiente como família, trabalho, comunidade e outros (Lipp, 2004); Delboni, 1997). Para Girdano e Everly (apud Romano, 1989), os estímulos que propi- ciam a resposta de estresse são chamados de estressores, e podem ser decor- rentes de três causas básicas: causas psicossociais envolvendo adaptação à mu- danças excessivas, frustração, sobrecarga e privação; causas bioecológica como ritmos biológicos, hábitos nutricionais e ruídos excessivos; e ainda causas rela- cionadas à personalidade como auto –conceito, padrões de comportamento e ansiedade excessiva. Spielberg (apud Romano, 1989), por outro lado, considera como fonte de estresse o próprio desenvolvimento humano, que em cada fase apresenta situações novas e estressantes com as quais o indivíduo precisa aprender a li- dar, como a aprendizagem da criança, o desenvolvimento da adolescência, as experiências da idade adulta, como o casamento e as dificuldades da velhice. A própria escolha profissional envolve conflito e“stress”ocupacional. Romano (1989) e Portella Bugay (2007) consideram ainda como signi- ficativa fonte de estresse, os fatores ligados à natureza da atividade e da institui- ção Policial Militar. 2. O Estresse na atividade operacional do Policial Militar O estresse está presente na vida do policial militar e pode influenciar de maneira decisiva no seu comportamento dentro e fora de sua atividade pro- fissional (Silva, Vieira, 2008; Allegrette, 1996). A polícia militar, pela natureza do trabalho, expõe o profissional a constantes desgastes físico, mental e emocional em sua prática profissional diá- ria. A atuação em ambiente desumano, complexo e hostil estão entre os fatores que contribuem para este fenômeno (Portella, Bugay, 2007; Dourado, 1993; Zu- luar, 1997). A convivência diária com a injustiça social, violência urbana e, sobre- tudo, com o risco de matar ou morrer no atendimento a ocorrências, influencia consideravelmente o comportamento, as decisões e a forma de ver, ouvir e en- tender as realidades da vida (Silva, Vieira, 2008). Entretanto, o policial não é o único que sofre as conseqüências do es-
  • 5. 5 CONEXÃO tresse provocado pelo seu trabalho (Finn, 1997). No ambiente familiar, o mem- bro da corporação militar tende a desligar as emoções em relação a sua família e é levado a um processo de afastamento e procura de relações fora de casa. Na rua, alguns podem extravasar suas frustrações sobre os cidadãos tornando-se arbitrários, agressivos e grosseiros (Portela, Buagy, 2007; Romano, 1989). Alguns estudos apontam o estresse e outros problemas emocionais li- gado ao policial militar como sendo um dos responsáveis pelo alto índice de sui- cídio, divórcio e alcoolismo no meio Policial (Silva, Vieira, 2008; Portella,Bugay, 2007; Finn, 1997). Selye (1996), afirma, com efeito, que o trabalho Policial é uma das ocu- pações mais estressantes quando comparado a outras atividades, sendo que os policiais apresentam diversas doenças relacionadas ao estresse da prática pro- fissional. Em pesquisa realizada foi verificado que, dentre 149 profissões estu- dadas apenas 10 excediam a Policial em doenças do coração, diabetes, insônia, suicídio e outras relacionadas com o estresse (Farias, 1998). No trabalho diário, o policial encontra alta taxa de adrenalina estando sempre preparado para agir. À medida que aumenta o nível de tensão, aumenta também o nível de vigilância e de expectativa, passando a estar pronto para agir a qualquer instante de maneira enérgica. O profissional vive sob pressão constante e em conseqüência, sofre alteração no seu padrão normal de pensar e agir, além de apresentar dificuldades para estabelecer prioridades ocasionando sensações de hesitação, visão estreita, raciocínio confuso e ilógico que passam a fazer parte do seu dia a dia (Portela, Bugay, 2007; Farias, 1998, Besse, 1995). Em matéria intitulada na revista “Isto É” (09-08-95), “Os campeões da neurose”, segundo a revista, estudos feitos pelo instituto de Ciências e Tecnolo- gia da Universidade de Manchester na Inglaterra, apontam a profissão policial como a segunda mais estressante do mundo. 3. Efeitos psicossociais: resultado de ocorrências anteriores No trabalho policial, o atendimento das ocorrências se faz com equi- líbrio, usando a força de forma moderada apenas para quebrar a resistência do indivíduo infrator. No entanto, não devemos supor que o policial prossiga imu- ne após o atendimento de uma ocorrência de alto risco, especialmente se hou- ver morte ou ferimentos grave, uma vez que estas deixam seqüelas irreparáveis
  • 6. 6 CONEXÃO (Zalluar, 1999; Allegretti, 1996). Spielberguer (1981) em estudo realizado para identificar as principais fontes de estresse no trabalho da policia, selecionou oitenta itens considera- dos estressores e que envolviam todas as fases do trabalho da polícia. A seleção desses itens foi realizada com a ajuda de um comitê consultivo do qual faziam parte experientes policiais e administradores de policia. Os itens foram testados através de uma pesquisa-piloto para cinqüenta policiais. Foram selecionados sessenta, por ordem de importância como marcadores de elemento estressor. Entre os itens selecionados, os três considerados mais importantes e que rece- beram alta classificação de estresse pelos profissionais foram morte de colega no cumprimento do dever; matar alguém no cumprimento do dever e contato com a exposição de crianças espancadas ou mortas. Do mesmo modo, Romano (1998) realizou um estudo com o objetivo de identificar as fontes de estresse no trabalho de soldados da Policia Militar do Estado de São Paulo. A pesquisa foi realizada com o objetivo de verificar o nível de tensão que os policiais atribuem às fontes de estresse ocupacional com as quais lidam, bem como elaborar uma proposta de programa de curso de con- trole de estresse específico para soldados daquela corporação. De acordo com os resultados do estudo, os eventos considerados mais estressantes foram ver colega morto no comprimento do dever; morte de parceiros; e receber salários insuficientes . O evento “ver colega morto no cumprimento do dever” apareceu como o evento mais estressante nos estudos associados ao estresse emocional de policiais militares. Dessa forma, os resultados apontam para o fato de que a morte de outras pessoas e até aquela provocada pelo Policial no cumprimento do dever não apareceu como evento estressante na pesquisa brasileira. A expli- cação dada pela autora brasileira é que: Talvez o fato dos soldados desta amostra terem no máximo, cinco anos de experiência profissional possa tê-lo influenciado a fazer uma classificação “suposta” deste evento; isto é talvez na realidade não tenham tido contato com essa situação. Assim é possível que os soldados tenham respondido de acordo com o pressuposto adquirido no trei- namento, de que o policial pode matar em legitima defesa no comprimento do dever, portanto fazendo parte de sua rotina de trabalho (Romano, 1989: 56 p. ).
  • 7. 7 CONEXÃO Dessa maneira, o policial é constantemente exposto à agressão, vio- lência e crueldade, devendo freqüentemente intervir em situações de proble- mas humanos de alta tensão que podem gerar sentimentos de raiva, ansiedade, alienação e depressão.“Proibidos são de Expressar estes sentimentos´´, os quais são respostas normais à frustração muitos policiais desenvolvem características de esquiva emocional, cinismo e autoritarismo“ (Silva, Vieira, 2008; Reiser, apud Romano, 1989:23) Conclusão O estresse está presente na vida do policial militar e pode influenciar de maneira decisiva no seu comportamento dentro e fora de sua atividade pro- fissional. A exposição e atuação em ambiente desumano, complexo e hostil, bem como o contato com constante desgaste físico, mental e emocional são fatores que contribuem para o desenvolvimento do estresse (Silva, Vieira, 2008; Delboni. 1997) Entretanto, estudos indicam que os responsáveis pela saúde física e mental dos policiais já se mostram atentos para as mudanças ocorridas em de- corrência do estresse profissional, embora algumas vezes os sintomas passem despercebidos até para os familiares e amigos (Silva,Vieira, 2008; Portela, Bugay, 2007; Romano, 1989). Assim, algumas corporações preocupadas com a quantidade avassa- ladora dos problemas de ordem física e mental, e, sobretudo, procurando zelar pela imagem e a qualidade do serviço tem procurado criar programas de pre- venção ao estresse. É um assunto polêmico e que ainda causa certa resistência dentro das corporações, uma vez que os chefes dos serviços e até mesmo o pró- prio policial não admitem a existência de problemas emocionais e não precisam de ajuda (Silva, Vieira, 2008; Portela, Bugay, 2007; Besse, 1995; Romano, 1989). Algumas polícias nacionais já desenvolvem trabalhos voltados direta- mente para prevenção e controle do estresse, como as polícias de São Paulo e Minas Gerais, dentre outras, que já estão preocupando-se em enfrentar o pro- blema em questão. Os responsáveis deverão estar atentos, já que as mudanças que ocorrem provocadas pelo estresse no comportamento do homem são len- tas e muitas vezes passam despercebidas, até para os familiares e amigos (Silva, Vieira, 2008; Farias, 1999)
  • 8. 8 CONEXÃO Assim, combater o estresse e a ansiedade na atividade policial militar não é uma tarefa fácil. O sucesso deste trabalho demandará certo empenho, bem como do apoio e da ajuda de familiares, amigos e colegas de trabalho. Contudo, como afirmam alguns policiais militares “a coexistência foi imposta, mas a convivência deve ser trabalhada”. Referências Bibliográficas. ALLEGRETTI, Roberto-Cel PM, Estudo da validade de programa assistencial para Policiais Militares envolvidos em ocorrências de natureza grave. São Paulo: PMESP,1996. Monografia. Mimeo. BENEVIDES, Antonio. Estresse aumenta 3 vezes a chances do primeiro surto. Agências URS de Notícias.Psiquiatria, 2005. Artigo disponível em: http://www. usp.br/agen/repgs/2005/pags/191.htm. Acesso em: 22/06/2010 BESSE, Maria Izabel, A Meditação como facilitadora da atividade policial militar. Monografia,PMSP,1995. CARVALHO, C., Carlos, I. Constituição do Estado e leis complementares de Mato- -Grosso de1988. Belém: Cejusp.,1994. COUTO, H.A. Stress e qualidade de vida dos executivos. Rio de Janeiro: COP, 1987. DELBONI,T.H., Vencendo o Stress . São Paulo: Makron Books.1997. DOURADO,Luiz Ângelo. Raízes Neuróticas do crime. Rio de Janeiro: Zahar, 1965. Estatuto dos Servidores Públicos Militares de Mato grosso, Assembléia Legislati- va do Estado de Mato Grosso 1993. FINN,Peter et al. Developing a law enforcement Stress Program for Officers and Their Families, USA:U.S Departament of justice, March, 1997. IARA, P. F.,SABATOVISKI,E., Constituição da República Federativa do Brasil, 1988, Editora Juruá,4º Edição, Curitiba - Pr., 1999.
  • 9. 9 CONEXÃO KAPLAN, Harold, I.; SADOCK, Benjamin; GREB, Jack. Compêndio de psiquiatria. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. LIPP, Marilda Novaes. Os efeitos negativos do estresse emocional no organismo humano e como gerenciá-lo. Instituto de psicologia e controle do estresse. Es- tudo sobre o estresse. Disponível em: http://www.estresse.com.br/. Acesso em: 31/07/2010 LIPP, Marilda Novaes. O stress está em você. 6. ed. São Paulo: Contexto, 2004. LIPP, Marilda Novaes. Como enfrentar o stress. São Paulo: Ícone,1998. FARIAS, Osmar Lino, Cap PM. Afastamento e acompanhamento de policiais mi- litares, após traumas ocasionados pelo atendimento de ocorrência policial de alto risco, com disparo de arma de fogo em Goiânia. Goiania: PMGO.1999. Mo- nografia. PORTELA, A.; BUGHAY FILHO, A. Nível de estresse de policiais militares: compa- rativo entre sedentários e praticantes de atividade física. Revista Digital, Buenos Aires, ano 11, n. 106, 2007. ROMANO,Ana Silvia Penteado Fiore. Levantamento das fontes de stress ocu- pacional de soldados da Polícia Militar e o nível de stress por elas criado:uma proposta de um programa de curso de controle do stress específico para a Po- lícia Militar. São Paulo: PUC,1989. Dissertação .Mestrado em Psicologia Clínica. mimeo. SANTOS, Osmar S.A. Ninguém morre de trabalhar: o mito do stress. São Paulo: IBCB, 1988. SELYE, Hans. Sufrimiento, Barcelona, Madrid Valencia:Científica Médica, 1954. SILVA, M. B.; VIEIRA, S. B. O processo de trabalho do Militar Estadual e a Saúde Mental.Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 17, n. 4, p. 161‑170, 2008.
  • 10. 10 CONEXÃO WITIKIN-LANOIL, Geórgia. A Síndrome do Stress Feminino. Como reconhecê-la e viver com ela. Rio de Janeiro:Imago, 1985. ZALUAR, Alba. Insegurança Pública. São Paulo: Moderna, 1999 (Coleção Polêmi- ca)