O acolhimento nas práticas de produção de saúde hrms
1. O Acolhimento nas Práticas de
Produção de Saúde:
Afinal, do que estamos falando?
Adélia Delfina da Motta Silva Correia,
Oficina de Humanização para a Classe Hospitalar
Hospital Regional de Mato Grosso do Sul
Campo Grande,23 de novembro de 2012
3. O que é acolhimento?
• Acolher é dar acolhida, admitir,
aceitar, dar ouvidos, dar crédito a,
agasalhar, receber, atender,admitir
(FERREIRA, 1975).
• O acolhimento como ato ou efeito
de acolher expressa, em suas
várias definições, uma ação de
aproximação, um “estar com” e um
“estar perto de”, ou seja, uma
atitude de inclusão.
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5. O que é acolhimento?
Acolhimento é uma diretriz da Política
Nacional de Humanização (PNH), que
não tem local nem hora certa para
acontecer, nem um profissional
específico para fazê-lo: faz parte de
todos os encontros do serviço de saúde.
O acolhimento é uma postura éticaestética-política que implica na
escuta do usuário em suas queixas, no
reconhecimento do seu protagonismo
no processo de saúde e adoecimento, e
na responsabilização pela
resolução, com ativação de redes de
compartilhamento de saberes. Acolher
é um compromisso de resposta às
necessidades dos cidadãos que
procuram os serviços de saúde.
6. Portanto...
O acolhimento é um modo
de operar os processos de
trabalho em saúde
assumindo uma postura
capaz de acolher, escutar e
dar respostas adequadas
aos usuários.
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11. E o Acolhimento com classificação de risco?
• A classificação de risco é um dispositivo
da PNH, uma ferramenta de organização
da "fila de espera" no serviço de saúde,
para que aqueles usuários que precisam
mais sejam atendidos com prioridade, e
não por ordem de chegada.
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13. E como saber quem precisa mais?
• A classificação de risco é feita por enfermeiros,
de acordo com critérios pré-estabelecidos em
conjunto com os médicos e os demais
profissionais. A classificação de risco não tem
como objetivo definir quem vai ser atendido ou
não, mas define somente a ordem do
atendimento. Todos são atendidos, mas há
atenção ao grau de sofrimento físico e psíquico
dos usuários e agilidade no atendimento a partir
dessa análise.
14. Diretriz Ética-estética-política
• Ética, no que se refere ao compromisso com o
reconhecimento do outro, na atitude de acolhê-lo em
suas diferenças, suas dores, suas alegrias, seus modos
de viver, sentir e estar na vida;
• Estética, porque traz para as relações e os encontros
do dia-a-dia a invenção de estratégias que contribuem
para a dignificação da vida e do viver e, assim, para a
construção de nossa própria humanidade;
• Política, porque implica o compromisso coletivo de
envolver-se neste “estar com”, potencializando
protagonismos e vida nos diferentes encontros.
15. Então, o Acolhimento é...
• Diretriz ética/estética/política constitutiva
dos modos de se produzir saúde e
ferramenta tecnológica de intervenção na
qualificação de escuta, construção de
vínculo, garantia do acesso com
responsabilização e resolutividade nos
serviços.
16. Tecnologia o Acolhimento?
O acolhimento como uma tecnologia do
encontro, um regime de afetabilidade
encontro
construído a cada encontro e mediante os
encontros, portanto como construção de
redes de conversações afirmadoras de
relações de potência nos processos de
produção de saúde.
17. Ação técnico-assistencial o
Acolhimento?
O acolhimento possibilita que se analise o
processo de trabalho em saúde com foco nas
relações e pressupõe a mudança da relação
profissional/usuário e sua rede social,
profissional/profissional, mediante parâmetros
técnicos, éticos, humanitários e de
solidariedade, levando ao reconhecimento do
usuário como sujeito e participante ativo no
processo de produção da saúde.
18. Andamos anestesiados diante da
dor do outro...
• Os processos de “anestesia” de nossa escuta e de
produção de indiferença diante do outro, em relação às
suas necessidades e diferenças, têm-nos produzido a
enganosa sensação de salvaguarda, de proteção do
sofrimento.
• Entretanto, esses processos nos mergulham no
isolamento, entorpecem nossa sensibilidade e
enfraquecem os laços coletivos mediante os quais se
nutrem as forças de invenção e de resistência que
constroem nossa própria humanidade. Pois a vida não é
o que se passa apenas em cada um dos sujeitos, mas
principalmente o que se passa entre os sujeitos, nos
vínculos que constroem e que os constroem como
potência de afetar e ser afetado.
19. Um dos nossos desafios:
Reativar nos encontros nossa capacidade de
cuidar ou estar atento para acolher, tendo como
princípios norteadores:
• o coletivo como plano de produção da vida;
vida
• o cotidiano como plano ao mesmo tempo de
reprodução, de experimentação e invenção
de modos de vida; e
vida
• a indissociabilidade entre o modo de nos
produzirmos como sujeitos e os modos dese
estar nos verbos da vida (trabalhar,
viver,amar, sentir, produzir saúde...).
20. Como faço para que o acolhimento
aconteça no serviço de saúde?
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É preciso que a equipe de saúde se reúna para discutir como está sendo feito o
atendimento no serviço: qual o "caminho" do usuário desde que chega ao serviço
serviço
de saúde, por onde entra, quem o recebe, como o recebe, quem o orienta, quem o
atende, para onde ele vai depois do atendimento, enfim, todas as etapas que
percorre e como é atendido em cada uma dessas etapas.
Essa discussão com toda a equipe vai mostrar o que pode ser mudado para
que o usuário seja melhor acolhido. Assim, a partir dessa reunião pode haver
acolhido
mudanças na entrada, na sala de espera, por exemplo, para que haja um profissional
de saúde que acolha o usuário antes da recepção, forneça as primeiras orientações
e o encaminhe para o local adequado.
A recepção também pode mudar, utilizando-se a classificação de risco e
também um pós-consulta, ou seja, uma orientação ao usuário depois da
pós-consulta
consulta, a partir do encaminhamento que tiver sido feito na consulta.
É importante ainda ampliar a qualificação técnica dos profissionais e das
equipes de saúde para proporcionar essa escuta qualificada dos usuários, com
usuários
interação humanizada, cidadã e solidária da equipe, usuários, família e comunidade.
As possibilidades de acolhimento são muitas e o importante é que as melhorias
sejam feitas com a participação de toda a equipe que trabalha no serviço.
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