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A Pele do Lobo
  Artur Azevedo
Análise da Obra
O Autor
• Em suas obras, Artur Azevedo abordou assuntos do
  cotidiano da vida carioca e dos hábitos da capital.
• Os namoros, as infidelidades conjugais, as relações de
  família ou de amizade, as cerimônias festivas ou
  fúnebres, tudo o que se passava nas ruas ou nas casas
  lhe forneceu assunto para as histórias.
• No teatro foi o continuador de Martins Pena e de
  França Júnior.
• Em suas comédias temos um documentário sobre a
  evolução da então capital brasileira ( Rio de Janeiro).
Análise do Texto
• ESPAÇO: Rio de Janeiro, sala da casa de
  Cardoso: a casa da autoridade é uma
  repartição pública.
• GÊNERO: Dramático (comédia): Drama, em
  grego, significa "ação".
  – Pertencem ao gênero dramático os textos, em
    poesia ou prosa, feitos para serem representados,
    encenados, dramatizados.
Gênero
• O gênero dramático compreende as seguintes
  modalidades:
  – Tragédia: é a representação de um fato funesto,
    triste, suscetível de provocar compaixão e terror
    (catarse). Aristóteles afirmava que a tragédia era
    "uma representação de uma ação grave, de alguma
    extensão e completa, em linguagem figurada, com
    atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror".
  – Comédia: é a representação de um fato inspirado na
    vida cotidiana, no sentimento comum, de riso fácil,
    em geral criticando os costumes. Os temas são leves e
    alegres.
Estrutura e Tempo
• ESTRUTURA: peça em um ato e dez cenas.
• TEMPO: atualidade (1875).
  – Cronológico: quando começa a primeira cena,
    Cardoso e Amália já estavam prontos para sair há
    duas horas e dois minutos. Quando termina a última
    cena, já eram três horas e quinze minutos de espera.
  – Psicológico: a marcação sistemática dos minutos
    indica que cada minuto consistia em um período
    insuportável de espera, quando era eles que tinham
    que ouvir as partes; por outro lado, parecia que o
    tempo passava muito depressa, acentuando o atraso
    dos dois.
Personagens
• PERSONAGENS:
• Cardoso: subdelegado, que pediu o cargo, visando conseguir, após
  a morte de um colega, galgar um cargo superior. É impaciente e
  não suporta receber as queixas das pessoas. Representa o
  funcionário público que não atua de acordo com as necessidades e
  obrigações de seu cargo e, quando o faz, é de má vontade.
• Amália: esposa de Cardoso, atormenta-o com horários rígidos,
  acusa-o por ter aceito o cargo e sugere que o abandone.
• Apolinário: cidadão do povo, criador de galinhas, uma parte.
  Representa o indivíduo de pouca escolaridade, humilde, bajulador e
  enrolado.Faz-se de tonto, mas impõe sua presença pela
  subserviência.
• Perdigão: Compadre de Cardoso. Vem reclamar o
  atraso dos padrinhos.
• Jerônimo: Outra parte, o acusado que se
  transforma em vítima. Trata mal o bem público,
  reclama da burocracia e impõe-se pela força.
  Termina preso.
• Manuel Maria, Vitorino e Compadre:
  testemunhas.
• Uma parte.
• Dois soldados de polícia: agentes que aparecem
  para restabelecer a ordem.
Características da peça e Temática
• A peça A pele do lobo apresenta a trilogia da
  unidade: unidade de ação, de tempo e de espaço,
  o que significa que todo o drama ocorre em um
  único espaço cênico, em um único tempo
  determinado e os fatos se sucedem em função de
  uma única ação.
• Artur Azevedo, em A pele do lobo, censura alguns
  aspectos da sociedade carioca do século XIX, com
  um texto que, respeitando-se os elementos
  particulares da época, mantém uma temática
  bastante atual.
Título
• O título da obra, A pele do lobo, relacionado à
  frase de Amália, Quem não quiser ser lobo,
  não lhe vista a pele, retrata bem o tema
  abordado, ou seja, aquele que não quer
  passar horas ouvindo as partes de denúncia
  ou de defesa em um processo, que não quiser
  chegar tarde aos eventos – ou mesmo perdê-
  los, que não quiser perder a hora de comer,
  dormir ou levantar, que não se candidate ao
  cargo de subdelegado
Objetivos da Peça
• A comédia de costumes caracteriza-se pela
  criação de tipos e situações de época, com uma
  sutil Sátira Social.
• Proporciona uma análise dos comportamentos
  humanos e dos costumes num determinado
  contexto social, tratando frequentemente de
  amores ilícitos, da violação de certas normas de
  conduta, ou de qualquer outro assunto, sempre
  subordinados a uma atmosfera cômica.
Desenvolvimento da Trama
• A trama desenvolve-se a partir dos códigos
  sociais existentes, ou da sua ausência, na
  sociedade retratada.
• As principais preocupações dos personagens são
  a vida amorosa, o dinheiro e o desejo de
  ascensão social.
• O tom é predominantemente satírico, espirituoso
  e cômico, oscilando entre o diálogo vivo e cheio
  de ironia e uma linguagem às vezes conivente
  com a amoralidade dos costumes.
Comédia de Costumes
• A comédia de costumes é o gênero mais característico
  do Teatro brasileiro.
• O escritor francês Molière é considerado o criador da
  comédia de costumes.
• No Brasil, o principal representante, e pioneiro do
  gênero, é Martins Pena, que caracterizou com bom
  humor as graças e desventuras da sociedade brasileira.
• Arthur Azevedo, autor muito popular e que retratou os
  costumes da sociedade brasileira do final da
  Monarquia e início da República, foi o consolidador do
  gênero introduzido por Martins Pena.
Comédia de Costumes
                     Arthur Azevedo




Molière

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A pele do lobo

  • 1. A Pele do Lobo Artur Azevedo
  • 3. O Autor • Em suas obras, Artur Azevedo abordou assuntos do cotidiano da vida carioca e dos hábitos da capital. • Os namoros, as infidelidades conjugais, as relações de família ou de amizade, as cerimônias festivas ou fúnebres, tudo o que se passava nas ruas ou nas casas lhe forneceu assunto para as histórias. • No teatro foi o continuador de Martins Pena e de França Júnior. • Em suas comédias temos um documentário sobre a evolução da então capital brasileira ( Rio de Janeiro).
  • 4. Análise do Texto • ESPAÇO: Rio de Janeiro, sala da casa de Cardoso: a casa da autoridade é uma repartição pública. • GÊNERO: Dramático (comédia): Drama, em grego, significa "ação". – Pertencem ao gênero dramático os textos, em poesia ou prosa, feitos para serem representados, encenados, dramatizados.
  • 5. Gênero • O gênero dramático compreende as seguintes modalidades: – Tragédia: é a representação de um fato funesto, triste, suscetível de provocar compaixão e terror (catarse). Aristóteles afirmava que a tragédia era "uma representação de uma ação grave, de alguma extensão e completa, em linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror". – Comédia: é a representação de um fato inspirado na vida cotidiana, no sentimento comum, de riso fácil, em geral criticando os costumes. Os temas são leves e alegres.
  • 6. Estrutura e Tempo • ESTRUTURA: peça em um ato e dez cenas. • TEMPO: atualidade (1875). – Cronológico: quando começa a primeira cena, Cardoso e Amália já estavam prontos para sair há duas horas e dois minutos. Quando termina a última cena, já eram três horas e quinze minutos de espera. – Psicológico: a marcação sistemática dos minutos indica que cada minuto consistia em um período insuportável de espera, quando era eles que tinham que ouvir as partes; por outro lado, parecia que o tempo passava muito depressa, acentuando o atraso dos dois.
  • 7. Personagens • PERSONAGENS: • Cardoso: subdelegado, que pediu o cargo, visando conseguir, após a morte de um colega, galgar um cargo superior. É impaciente e não suporta receber as queixas das pessoas. Representa o funcionário público que não atua de acordo com as necessidades e obrigações de seu cargo e, quando o faz, é de má vontade. • Amália: esposa de Cardoso, atormenta-o com horários rígidos, acusa-o por ter aceito o cargo e sugere que o abandone. • Apolinário: cidadão do povo, criador de galinhas, uma parte. Representa o indivíduo de pouca escolaridade, humilde, bajulador e enrolado.Faz-se de tonto, mas impõe sua presença pela subserviência.
  • 8. • Perdigão: Compadre de Cardoso. Vem reclamar o atraso dos padrinhos. • Jerônimo: Outra parte, o acusado que se transforma em vítima. Trata mal o bem público, reclama da burocracia e impõe-se pela força. Termina preso. • Manuel Maria, Vitorino e Compadre: testemunhas. • Uma parte. • Dois soldados de polícia: agentes que aparecem para restabelecer a ordem.
  • 9. Características da peça e Temática • A peça A pele do lobo apresenta a trilogia da unidade: unidade de ação, de tempo e de espaço, o que significa que todo o drama ocorre em um único espaço cênico, em um único tempo determinado e os fatos se sucedem em função de uma única ação. • Artur Azevedo, em A pele do lobo, censura alguns aspectos da sociedade carioca do século XIX, com um texto que, respeitando-se os elementos particulares da época, mantém uma temática bastante atual.
  • 10. Título • O título da obra, A pele do lobo, relacionado à frase de Amália, Quem não quiser ser lobo, não lhe vista a pele, retrata bem o tema abordado, ou seja, aquele que não quer passar horas ouvindo as partes de denúncia ou de defesa em um processo, que não quiser chegar tarde aos eventos – ou mesmo perdê- los, que não quiser perder a hora de comer, dormir ou levantar, que não se candidate ao cargo de subdelegado
  • 11. Objetivos da Peça • A comédia de costumes caracteriza-se pela criação de tipos e situações de época, com uma sutil Sátira Social. • Proporciona uma análise dos comportamentos humanos e dos costumes num determinado contexto social, tratando frequentemente de amores ilícitos, da violação de certas normas de conduta, ou de qualquer outro assunto, sempre subordinados a uma atmosfera cômica.
  • 12. Desenvolvimento da Trama • A trama desenvolve-se a partir dos códigos sociais existentes, ou da sua ausência, na sociedade retratada. • As principais preocupações dos personagens são a vida amorosa, o dinheiro e o desejo de ascensão social. • O tom é predominantemente satírico, espirituoso e cômico, oscilando entre o diálogo vivo e cheio de ironia e uma linguagem às vezes conivente com a amoralidade dos costumes.
  • 13. Comédia de Costumes • A comédia de costumes é o gênero mais característico do Teatro brasileiro. • O escritor francês Molière é considerado o criador da comédia de costumes. • No Brasil, o principal representante, e pioneiro do gênero, é Martins Pena, que caracterizou com bom humor as graças e desventuras da sociedade brasileira. • Arthur Azevedo, autor muito popular e que retratou os costumes da sociedade brasileira do final da Monarquia e início da República, foi o consolidador do gênero introduzido por Martins Pena.
  • 14. Comédia de Costumes Arthur Azevedo Molière