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A DINÂMICA DO INCONSCIENTE
XV – O REAL E O SUPRA-REAL                                                (1933)




O que quero dizer é que tu não és, ou possuis tal qual qualidade, que não
existes e que não existirás jamais, nem por ti mesmo, nem por Ele, em Ele ou
com Ele. Tu não podes cessar de ser, porque não és. Tu és Ele e Ele és tu, sem
nenhuma dependência ou casualidade. Se consegues reconhecer em tua
existência esta qualidade do nada, então conheces à Allah. Em outro caso, não.
                         Muhyi-d-din Ibn 'Arabî — TRATADO DA UNIDADE (Risalatul Ahadiyah)
TEOLOGIA DA SAÚDE
 Prof. Ms. Ocir de Paula Andreata




                  Elaboração
              Abilio Machado




     4 º Período de Psicologia - Diurno
...Nada existe no intelecto que antes
  não tenha passado pelos sentidos [742]
                              Leibniz/Locke/Jung
• Não conheço nada a respeito de uma supra-realidade. A realidade contém
  tudo o que podemos saber, pois aquilo que age, que atua, é real. Se não
  age, não podemos dar-nos conta de sua presença e, por conseguinte, não
  conhecemos nada a seu respeito.

• Por isto eu só posso falar de coisas reais e nunca de coisas irreais, supra-
  reais ou sub-reais, a menos que alguém, naturalmente, tivesse a idéia de
  limitar o conceito de realidade de tal maneira, que -o atributo "real" só se
  aplicasse a um determinado segmento da realidade.

• Esta limitação à chamada realidade material ou concreta dos objetos
  percebidos pelos sentidos é um produto do modo de pensar subjacente
  ao chamado senso comum e à linguagem ordinária.

• Sob este aspecto, é "real" tudo o que provém ou pelo menos parece provir
  direta ou indiretamente do mundo revelado pelos sentidos.
O conceito elefante
•   Um exemplo é a parábola do elefante, segundo a qual nos conduz
    imaginariamente às sensações, conceitos e construções intelectuais a que seria
    levado um grupo de cego caso lhe oferecêssemos um elefante ao tato.
•   Podemos interpretá-la como um dissenso entre as linguagens proporcional e
    emocional de que nos fala o autor.
•   Os cegos, ao tatearem o animal, só estão tendo contato com uma de suas partes.
•   Se nossa compreensão do mundo possível deve passar pelos sentidos antes de ser
    inteligida, então nossa tendência, nesse caso, é a de tomar as partes pelo todo, o
    parcial pelo total, em um processo metonímico, a emoção imediata à condição
    mesma de símbolo.
•   O conceito elefante , antes de ser uma unidade mental, é, ou pelo menos se
    pretende, uma unidade sensorial. Se houver ruído ou interferência nesse primeiro
    passo, do reconhecimento do objeto pelos sentidos, todo o resto estará
    comprometido.
•   Essa passagem do real para o potencial, do elefante para o signo que o designa e
    descreve, é mediada pelos sentidos.
•   Como diria Leibniz, nada há no intelecto que não tenha estado primeiro nos
    sentidos, a não ser o próprio Intelecto.
•   E Gilles Deleuze: é verdade que, no caminho que leva ao que cabe pensar, tudo
    parte da sensibilidade. Mais ainda que um animal symbolicum o homem é um
    animal sensorium.
Nossa realidade, arbitrariamente circunscrita, acha-se continuamente
 ameaçada pelo "supra-sensível", pelo "supranatural", pelo "supra-
            humano" e outras coisas semelhantes. [743]
• A limitação da imagem do mundo é reflexo da unilateralidade do homem
  ocidental, da qual muitas vezes se tem inculpado, mas injustamente, o
  espírito grego.
• A limitação do conhecimento à realidade material arranca um pedaço
  excessivamente grande, ainda que fragmentário, da realidade total,
  substituindo-o por uma zona de penumbra que poderíamos chamar de
  irreal ou supra-real.
• A visão oriental do mundo desconhece esta perspectiva por demais
  estreita e, por isto, não tem necessidade de uma supra-realidade
  filosófica.
• A realidade oriental, evidentemente, inclui tudo isto. Entre nós, a zona de
  perturbação começa já com o conceito de psíquico.
• Em nossa realidade, o psíquico não pode exprimir senão um efeito de
  terceira mão, produzido originariamente por causas físicas, uma "secreção
  do cérebro" ou alguma outra coisa igualmente "saborosa".
• Ao mesmo tempo, atribui-se a este apêndice do mundo material a
  capacidade de superar e conhecer não só os mistérios do mundo físico,
  mas também a si próprio, sob a forma de "mente", e tudo isto sem que lhe
  seja reconhecida apenas como uma realidade indireta.
• Há duas maneiras de representar o mundo. O real e o supra-real...
• Uma, direta, na qual a própria coisa parece estar presente na
  mente, como na percepção ou na simples sensação.
• A outra, indireta, quando, por qualquer razão, o objeto não pode se
  apresentar à sensibilidade "em carne e osso", como, por exemplo, nas
  lembranças de nossa infância, na imaginação das paisagens do planeta
  Marte, na inteligência da volta dos elétrons em torno de um núcleo
  atômico ou na representação de um além-morte. Em todos esses casos de
  consciência indireta, o objeto ausente é re-(a)presentado à consciência
  por uma imagem, no sentido amplo do termo.
• A diferença entre pensamento direto e pensamento indireto não é assim
  tão nítida...
• Seria melhor dizer que a consciência e o inconsciente dispõem de
  diferentes graus da imagem (conforme ela seja uma cópia fiel da sensação
  ou simplesmente assinale o objeto), cujos dois extremos seriam
  constituídos pela adequação total, a presença perceptiva ou a
  inadequação mais acentuada,
• ou seja, um signo eternamente privado do significado, e veremos que esse
  signo longínquo nada mais é do que o símbolo.
O pensamento é "real”?[744]
• Provavelmente na medida em que se refere a algo que pode ser
  percebido pelos sentidos.
• Se não puder, será considerado "irreal", "imaginário" e "fantástico"
  e, deste modo, declarado como não existente.
• O pensamento existiu e existe, mesmo que não se refira a uma
  realidade palpável, e produz inclusive efeitos exteriores, pois, do
  contrário, ninguém o perceberia.
• Mas como a palavra "existe" se refere a algo de material, o
  pensamento "irreal" deve-se contentar com a existência de uma
  supra-realidade nebulosa que equivale praticamente à irrealidade.
• E o pensamento tem deixado indícios indubitáveis atrás de si; talvez
  tenhamos especulado com eles e, com isto, aberto um doloroso
  rombo em nossa conta bancária mental.
Nosso conceito prático de realidade[745]
• Parece que precisa de revisão, a literatura comum e diária começa a
  incluir os conceitos de "super" e "supra" em seu horizonte mental.

• Nossa imagem do mundo contém alguma coisa que não está
  inteiramente certa, ou seja: na teoria nos recordamos muito pouco,
  e na prática, por assim dizer, quase nunca, de que a consciência não
  tem uma relação direta com qualquer objeto material.

• Percebemos apenas as imagens que nos são transmitidas
  indiretamente, através de um aparato nervoso complicado. Entre os
  terminais dos nervos dos órgãos dos sentidos e a imagem que
  aparece na consciência se intercala um processo inconsciente que
  transforma o fato psíquico da luz, por ex., em uma "luz"-imagem.

• Sem este complicado processo inconsciente de transformação, a
  consciência é incapaz de perceber qualquer coisa material.
O mundo das imagens[746]
• A conseqüência disto é que aquilo que nos parece como
  uma realidade imediata consiste em imagens
  cuidadosamente elaboradas e que, por conseguinte, nós só
  vivemos diretamente em um mundo de imagens.

• Para determinar, ainda que só aproximadamente, a
  natureza real das coisas materiais, precisamos da
  aparelhagem e dos métodos complicados da Física e da
  Química.

• Com efeito, estas disciplinas são instrumentos que ajudam
  o intelecto humano a ver um pouco a realidade não-física
  por trás dos véus enganosos do mundo das imagens.
Condição indispensável para realizar
                  algo.[747]
•   Longe, portanto, de ser um mundo material, esta realidade é um mundo psíquico
    que só nos permite tirar conclusões indiretas e hipotéticas acerca da verdadeira
    natureza da matéria.
•   Só o psíquico possui uma realidade imediata, que abrange todas as formas do
    psíquico, inclusive as idéias e os pensamentos "irreais", que não se referem a nada
    de "exterior".
•   Podemos chamá-las de imaginação ou ilusão; isto não lhes tira nada de sua
    realidade.
•   De fato, não existe nenhum pensamento "real" que, às vezes, não possa ser posto
    de lado por um pensamento "irreal" que, assim, se mostra mais poderoso e mais
    eficiente do que o primeiro.
•   Maiores do que todos os perigos físicos são os efeitos tremendos das idéias
    ilusórias às quais nossa consciência mundana nega qualquer realidade.
•   Nossa tão decantada razão e nossa vontade desmedidamente superestimada às
    vezes são impotentes diante do pensamento "irreal".
•   As potências cósmicas que regem os destinos de toda a humanidade, tanto para o
    bem como para o mal, são fatores psíquicos inconscientes, e são elas também que
    produzem a consciência, criando, assim, a conditio sine qua non para a existência
    de um mundo em geral.
•   Nós somos subjugados por um mundo que foi criado por nossa psique.
Ocidente X Oriente[748]
• Isto nos permite julgar as proporções do erro que
  nossa consciência ocidental comete, ao atribuir
  apenas uma realidade derivada de causas
  materiais.
• O Oriente é mais sábio, porque encontra a
  essência de todas as coisas fundadas na psique.
• A realidade do psíquico, isto é, a realidade
  psíquica, aquela única realidade que podemos
  experimentar diretamente, se acha entre as
  essências desconhecidas do espírito e da matéria.
Referências...

• Pla, Roberto. (1987) Revista Étre, traduzida do árabe por
  Abdul-Hadi. Málaga, Ed. Sirio.

• Jung, Carl Gustav. (2000).A Natureza da Psique. Obras
  Completas de C. G. Jung .Volume VIII/2 . Tradução de Pe. Dom
  Mateus Ramalho Rocha, OSB. Petrópolis: Editora Vozes.

                                Acadêmicos
                Abilio Machado - Danusa K.- Lilian – Nelson
                        Nacano e Talitha Assumpção

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O real e o supra real. seminário de teologia da saúde. iv

  • 1. A DINÂMICA DO INCONSCIENTE
  • 2. XV – O REAL E O SUPRA-REAL (1933) O que quero dizer é que tu não és, ou possuis tal qual qualidade, que não existes e que não existirás jamais, nem por ti mesmo, nem por Ele, em Ele ou com Ele. Tu não podes cessar de ser, porque não és. Tu és Ele e Ele és tu, sem nenhuma dependência ou casualidade. Se consegues reconhecer em tua existência esta qualidade do nada, então conheces à Allah. Em outro caso, não. Muhyi-d-din Ibn 'Arabî — TRATADO DA UNIDADE (Risalatul Ahadiyah)
  • 3. TEOLOGIA DA SAÚDE Prof. Ms. Ocir de Paula Andreata Elaboração Abilio Machado 4 º Período de Psicologia - Diurno
  • 4. ...Nada existe no intelecto que antes não tenha passado pelos sentidos [742] Leibniz/Locke/Jung • Não conheço nada a respeito de uma supra-realidade. A realidade contém tudo o que podemos saber, pois aquilo que age, que atua, é real. Se não age, não podemos dar-nos conta de sua presença e, por conseguinte, não conhecemos nada a seu respeito. • Por isto eu só posso falar de coisas reais e nunca de coisas irreais, supra- reais ou sub-reais, a menos que alguém, naturalmente, tivesse a idéia de limitar o conceito de realidade de tal maneira, que -o atributo "real" só se aplicasse a um determinado segmento da realidade. • Esta limitação à chamada realidade material ou concreta dos objetos percebidos pelos sentidos é um produto do modo de pensar subjacente ao chamado senso comum e à linguagem ordinária. • Sob este aspecto, é "real" tudo o que provém ou pelo menos parece provir direta ou indiretamente do mundo revelado pelos sentidos.
  • 5. O conceito elefante • Um exemplo é a parábola do elefante, segundo a qual nos conduz imaginariamente às sensações, conceitos e construções intelectuais a que seria levado um grupo de cego caso lhe oferecêssemos um elefante ao tato. • Podemos interpretá-la como um dissenso entre as linguagens proporcional e emocional de que nos fala o autor. • Os cegos, ao tatearem o animal, só estão tendo contato com uma de suas partes. • Se nossa compreensão do mundo possível deve passar pelos sentidos antes de ser inteligida, então nossa tendência, nesse caso, é a de tomar as partes pelo todo, o parcial pelo total, em um processo metonímico, a emoção imediata à condição mesma de símbolo. • O conceito elefante , antes de ser uma unidade mental, é, ou pelo menos se pretende, uma unidade sensorial. Se houver ruído ou interferência nesse primeiro passo, do reconhecimento do objeto pelos sentidos, todo o resto estará comprometido. • Essa passagem do real para o potencial, do elefante para o signo que o designa e descreve, é mediada pelos sentidos. • Como diria Leibniz, nada há no intelecto que não tenha estado primeiro nos sentidos, a não ser o próprio Intelecto. • E Gilles Deleuze: é verdade que, no caminho que leva ao que cabe pensar, tudo parte da sensibilidade. Mais ainda que um animal symbolicum o homem é um animal sensorium.
  • 6. Nossa realidade, arbitrariamente circunscrita, acha-se continuamente ameaçada pelo "supra-sensível", pelo "supranatural", pelo "supra- humano" e outras coisas semelhantes. [743] • A limitação da imagem do mundo é reflexo da unilateralidade do homem ocidental, da qual muitas vezes se tem inculpado, mas injustamente, o espírito grego. • A limitação do conhecimento à realidade material arranca um pedaço excessivamente grande, ainda que fragmentário, da realidade total, substituindo-o por uma zona de penumbra que poderíamos chamar de irreal ou supra-real. • A visão oriental do mundo desconhece esta perspectiva por demais estreita e, por isto, não tem necessidade de uma supra-realidade filosófica. • A realidade oriental, evidentemente, inclui tudo isto. Entre nós, a zona de perturbação começa já com o conceito de psíquico. • Em nossa realidade, o psíquico não pode exprimir senão um efeito de terceira mão, produzido originariamente por causas físicas, uma "secreção do cérebro" ou alguma outra coisa igualmente "saborosa". • Ao mesmo tempo, atribui-se a este apêndice do mundo material a capacidade de superar e conhecer não só os mistérios do mundo físico, mas também a si próprio, sob a forma de "mente", e tudo isto sem que lhe seja reconhecida apenas como uma realidade indireta.
  • 7. • Há duas maneiras de representar o mundo. O real e o supra-real... • Uma, direta, na qual a própria coisa parece estar presente na mente, como na percepção ou na simples sensação. • A outra, indireta, quando, por qualquer razão, o objeto não pode se apresentar à sensibilidade "em carne e osso", como, por exemplo, nas lembranças de nossa infância, na imaginação das paisagens do planeta Marte, na inteligência da volta dos elétrons em torno de um núcleo atômico ou na representação de um além-morte. Em todos esses casos de consciência indireta, o objeto ausente é re-(a)presentado à consciência por uma imagem, no sentido amplo do termo. • A diferença entre pensamento direto e pensamento indireto não é assim tão nítida... • Seria melhor dizer que a consciência e o inconsciente dispõem de diferentes graus da imagem (conforme ela seja uma cópia fiel da sensação ou simplesmente assinale o objeto), cujos dois extremos seriam constituídos pela adequação total, a presença perceptiva ou a inadequação mais acentuada, • ou seja, um signo eternamente privado do significado, e veremos que esse signo longínquo nada mais é do que o símbolo.
  • 8. O pensamento é "real”?[744] • Provavelmente na medida em que se refere a algo que pode ser percebido pelos sentidos. • Se não puder, será considerado "irreal", "imaginário" e "fantástico" e, deste modo, declarado como não existente. • O pensamento existiu e existe, mesmo que não se refira a uma realidade palpável, e produz inclusive efeitos exteriores, pois, do contrário, ninguém o perceberia. • Mas como a palavra "existe" se refere a algo de material, o pensamento "irreal" deve-se contentar com a existência de uma supra-realidade nebulosa que equivale praticamente à irrealidade. • E o pensamento tem deixado indícios indubitáveis atrás de si; talvez tenhamos especulado com eles e, com isto, aberto um doloroso rombo em nossa conta bancária mental.
  • 9. Nosso conceito prático de realidade[745] • Parece que precisa de revisão, a literatura comum e diária começa a incluir os conceitos de "super" e "supra" em seu horizonte mental. • Nossa imagem do mundo contém alguma coisa que não está inteiramente certa, ou seja: na teoria nos recordamos muito pouco, e na prática, por assim dizer, quase nunca, de que a consciência não tem uma relação direta com qualquer objeto material. • Percebemos apenas as imagens que nos são transmitidas indiretamente, através de um aparato nervoso complicado. Entre os terminais dos nervos dos órgãos dos sentidos e a imagem que aparece na consciência se intercala um processo inconsciente que transforma o fato psíquico da luz, por ex., em uma "luz"-imagem. • Sem este complicado processo inconsciente de transformação, a consciência é incapaz de perceber qualquer coisa material.
  • 10. O mundo das imagens[746] • A conseqüência disto é que aquilo que nos parece como uma realidade imediata consiste em imagens cuidadosamente elaboradas e que, por conseguinte, nós só vivemos diretamente em um mundo de imagens. • Para determinar, ainda que só aproximadamente, a natureza real das coisas materiais, precisamos da aparelhagem e dos métodos complicados da Física e da Química. • Com efeito, estas disciplinas são instrumentos que ajudam o intelecto humano a ver um pouco a realidade não-física por trás dos véus enganosos do mundo das imagens.
  • 11. Condição indispensável para realizar algo.[747] • Longe, portanto, de ser um mundo material, esta realidade é um mundo psíquico que só nos permite tirar conclusões indiretas e hipotéticas acerca da verdadeira natureza da matéria. • Só o psíquico possui uma realidade imediata, que abrange todas as formas do psíquico, inclusive as idéias e os pensamentos "irreais", que não se referem a nada de "exterior". • Podemos chamá-las de imaginação ou ilusão; isto não lhes tira nada de sua realidade. • De fato, não existe nenhum pensamento "real" que, às vezes, não possa ser posto de lado por um pensamento "irreal" que, assim, se mostra mais poderoso e mais eficiente do que o primeiro. • Maiores do que todos os perigos físicos são os efeitos tremendos das idéias ilusórias às quais nossa consciência mundana nega qualquer realidade. • Nossa tão decantada razão e nossa vontade desmedidamente superestimada às vezes são impotentes diante do pensamento "irreal". • As potências cósmicas que regem os destinos de toda a humanidade, tanto para o bem como para o mal, são fatores psíquicos inconscientes, e são elas também que produzem a consciência, criando, assim, a conditio sine qua non para a existência de um mundo em geral. • Nós somos subjugados por um mundo que foi criado por nossa psique.
  • 12. Ocidente X Oriente[748] • Isto nos permite julgar as proporções do erro que nossa consciência ocidental comete, ao atribuir apenas uma realidade derivada de causas materiais. • O Oriente é mais sábio, porque encontra a essência de todas as coisas fundadas na psique. • A realidade do psíquico, isto é, a realidade psíquica, aquela única realidade que podemos experimentar diretamente, se acha entre as essências desconhecidas do espírito e da matéria.
  • 13. Referências... • Pla, Roberto. (1987) Revista Étre, traduzida do árabe por Abdul-Hadi. Málaga, Ed. Sirio. • Jung, Carl Gustav. (2000).A Natureza da Psique. Obras Completas de C. G. Jung .Volume VIII/2 . Tradução de Pe. Dom Mateus Ramalho Rocha, OSB. Petrópolis: Editora Vozes. Acadêmicos Abilio Machado - Danusa K.- Lilian – Nelson Nacano e Talitha Assumpção OBRIGADO