Encontro: Intervenção Psicossocial na Comunidade. Tema: Empoderamento Profissional para intervir em grupos de risco. Promovido por: IXUS. Porto, outubro de 2010
Intervenção Psicossocial na Comunidade - Empoderamento Profissional para intervir em grupos de risco
1. vulnerabilidade e crise. desenvolvimento de
competências
empoderamento profissional para planear e intervir em grupos de risco
2.
3. (Ralph Waldo Emerson)
“A sabedoria consiste em compreender que o
tempo dedicado ao trabalho nunca é perdido.”
4.
5.
6. CARATERIZANDO A REALIDADE
Atividades médicas: principais indicadores de produtividade e de resultados no
Sistema de Saúde (Ribeiro, 2009; Carapinheiro, 2005).
Vigência do modelo biomédico;
privilegiar do tratamento em detrimento do cuidado;
caraterísticas institucionais (Ribeiro, 2009)
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13. PLANEAR E INTERVIR
GRUPOS DE RISCO
Metodologia Científica
• Identificação dos problemas
• Recolha e apreciação de dados
• Diagnóstico de enfermagem
• Planos para a prestação de cuidados
• Execução
• Avaliação
14. PLANEAR E INTERVIR
GRUPOS DE RISCO
Organizam, coordenam, executam, supervisam e avaliam
Decidem sobre técnicas e meios a utilizar na prestação de cuidados
• potenciando e rentabilizando os recursos existentes
• criando a confiança e a participação activa do indivíduo, família, grupos e comunidade;
Utilizam técnicas próprias da profissão de enfermagem com vista à manutenção e recuperação das
funções vitais
Participam na coordenação e dinamização das actividades inerentes à situação de saúde/doença
Administração da terapêutica prescrita
Elaboração e concretização de protocolos
Ensino do utente
17. Como se justifica a dificuldade do enfermeiro exercer
poder?
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18.
19. CARATERIZANDO A REALIDADE
Na nossa realidade (até 2012): não existiam instrumentos capazes de
mensurar Empoderamento Profissional.
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20. CARATERIZANDO A REALIDADE
Estudo transversal, que segue uma orientação metodológica, com
a tradução e adaptação transcultural do “Conditions of Work
Effectiveness Questionnaire – II” (CWEQ-II) e do “Psychological
Empowerment Instrument” (PEI) , com base numa análise factorial
das escalas.
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21. CARATERIZANDO A REALIDADE
Objetivos
Traduzir, para a
língua portuguesa,
o “PEI” e o “CWEQ-
II”;
Adaptar, para o
contexto em
estudo, o “PEI” e o
“CWEQ-II”;
Validar, para a
população em
estudo, enfermeiros
de um hospital
escola do norte de
Portugal, o “PEI” e
o “CWEQ-II”.
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22. CARATERIZANDO A REALIDADE
Finalidade
Contribuir para a
melhoria dos
cuidados prestados;
Contribuir para a
expansão dos
conhecimentos
científicos na área,
em Portugal;
Contribuir para
investigações
futuras, com a
identificação de
domínios específicos.
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23. (atribuída a Kurt Lewin)
“Não há nada tão prático como uma boa teoria”
25. (Kanter, 1977)
“As questões de poder ocupam um papel central
nas organizações, não porque os indivíduos
anseiem mais, mas porque alguns sentem-se
incapacitados sem ele”
27. EMPODERAMENTO???
Empoderar: “dar a alguém mais controlo sobre a sua vida ou
situação; fornecer a uma pessoa autorização legal para fazer algo”
Empoderar: “resultado do processo de aumentar a capacidade de
indivíduos ou grupos para fazer escolhas e transformar essas
escolhas em ações desejadas pelo indivíduo ou grupo”
28. EMPODERAMENTO
… deve ser entendido como um processoe resultado,
sendo considerado como a capacidade obtida para
intervir em determinada ação ao invés de exercer poder sobre o
outro (Cawley e McNamara, 2011)
29. EMPODERAMENTO/ PODER
Poder:
... conceito central para o desenvolvimento profissional
... necessário para se estar apto a influenciar o outro
(individualmente ou grupo)
... adquirido através do processo de empoderamento
30. EMPODERAMENTO/ PODER
Poder:
... atributo que o Enfermeiro deve cultivar, de forma a adotar uma
prática autónoma,
... através do qual pode atingir e manter autonomia e influência e
aumentar o seu estatuto
37. UM ESTUDO…
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Importância:
inexistência, na nossa realidade, de instrumentos capazes de
mensurar o Empoderamento profissional.
Criação de instrumentos válidos e adaptados culturalmente
para a população portuguesa, com recurso, respetivamente, às
versões adaptadas do PEI e do CWEQ-II.
38. UM ESTUDO…
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PEI: 5,5 (Competência > Sentido >
Autodeterminação > Impacto)
CWEQ-II: 18,94 (Oportunidade > Apoio >
Recursos > Informação; Poder Informal > Poder
Formal)
39. UM ESTUDO…
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Dados demográficos: < valor percentual de enfermeiras; < média de
idades; < tempo médio de experiência profissional.
40. UM ESTUDO…
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A nível hospitalar:
Empoderamento estrutural: 17,35 - 19,60
> Oportunidade: ao contrário do apontado por Cai e Zhou (2009);
Ning et al. (2009) e Li, Chen e Kuo (2008)
> Poder informal
CWEQ-II: 18,94 (Oportunidade > Apoio > Recursos > Informação; Poder Informal > Poder
Formal)
41. UM ESTUDO…
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Quando a população são gestores: > Informação (Dalamo, 1998;
McBurney, 1997; Goodwin, 1996; Stevens, 1996; Laschinger &
Shamian, 1994; Haugh, 1992)
Lautizi, Laschinger & Ravazzolo (2010): > Recursos
CWEQ-II: 18,94 (Oportunidade > Apoio > Recursos > Informação; Poder Informal > Poder
Formal)
42. UM ESTUDO…
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Stewart et al. (2009):
Elevada perceção de Empoderamento: Enfermeiras de Prática
Avançada do estado do Connecticut (EUA), com pelo menos um
ano de experiência no papel, com maioria de idades situada no
intervalo de 41-50 anos, obtendo uma taxa de resposta de 16%.
CWEQ-II: 18,94 (Oportunidade > Apoio > Recursos > Informação; Poder Informal > Poder
Formal)
43. UM ESTUDO…
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Sexo feminino:
Estudos consultados: ligeiramente superior à realidade portuguesa
Neste estudo: inferior (66% vs 81,3%)
Média de idades:
Estudos consultados: ligeiramente superior à realidade portuguesa
Neste estudo: ligeiramente inferior
44. UM ESTUDO…
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McDonald et al. (2010): Profissionais de diferentes áreas
(hospitalares e não hospitalares): sem relação estatisticamente
significativa entre os dados demográficos e a perceção de
autonomia
Dados refutados por Ahmad e Oranye (2010), Ning et al. (2009) e
Zumerhly, Joyce e Fitzpatrick (2009).
Ning et al. (2009): os Enfermeiros mais velhos tinham mais baixa
perceção de empoderamento
CWEQ-II: 18,94 (Oportunidade > Apoio > Recursos > Informação; Poder Informal > Poder
Formal)
45. UM ESTUDO…
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Fitzpatrick et at. (2010): Enfermeiros de Cuidados Intensivos:
certificação poderá significar maior perceção de
empoderamento.
Zumerhly, Joyce e Fitzpatrick (2009); Cai et al. (2011): É
preditor de empoderamento o nível educacional
CWEQ-II: 18,94 (Oportunidade > Apoio > Recursos > Informação; Poder Informal > Poder
Formal)
46. (André Gide)
“O presente estaria cheio de todos os futuros, se
já o passado não projetasse sobre ele uma
história. Mas, infelizmente, um único passado
propõe um único futuro - projeta-o diante de nós
como um ponto infinito sobre o espaço.”
47.
48. “EMPOWERMENT AND NURS* AND (”JOB SATISFACTION” OR “WORK
SATISFACTION” OR “INTENT TO LEAVE”)”
49. “EMPOWERMENT AND NURS* AND (”JOB SATISFACTION” OR “WORK
SATISFACTION” OR “INTENT TO LEAVE”)”
50. Populações estudadas: características próprias
Empoderamento depende das condições oferecidas pela
organização e esta depende das condições do meio em que está
inserida (Kanter, 1993)
Multiplicidade de cenários
51. n=675 (26 serviços de cuidados continuados)
Empoderamento estrutural e cultura de segurança do cliente
significativamente correlacionados
Ambientes estruturalmente empoderadores
favorecem a cultura de segurança do cliente
52.
53. Idade: 21-72(44) anos
Experiência profissional: 0-51(18) anos
90% mulheres
Percepção de empoderamento: Certificação ≠ Sem certificação
Programas que promovam a retenção
54.
55. 185: 2 anos pós-licenciatura
294: > 2 anos de experiência
Compromisso
medeia empoderamento/ efetividade
afeta os sentimentos de eficácia (< recém-licenciados)
Promoção do comprometimento e eficácia
Diferenças entre os recém-licenciados e os com mais experiência
56.
57. n= 650 (taxa resposta 92%); < pontuação: oportunidade e recursos; poder info
rmal
Influencia…
…o empoderamento: objetivos profissionais, idade
…a satisfação profissional: objetivos profissionais e o grau académico
Enf. que considerem o ambiente organizacional empoderador:
cuidados de qualidade
58.
59. 679 enfermeiros; 1065 clientes
Empoderamento > qualidade cuidados < riscos para o cliente
Ambientes organizacionais empoderadores: influência positiva nos clientes
Promoção de ambientes empoderadores e trabalho em equipa
60.
61. n=27 (enfermeiros chefe): 1 anos após programa de desenvovimento
> auto-confiança
Mudanças positivas no estilo de liderança;
Programas de desenvolvimento: podem capacitar líderes de enfermagem
> Empoderamento da equipa
62.
63. Relações
de trabalho
Satisfação
profissional
Abandono
da profissão
> Satisfação profissional:
< cansaço emocional
> empoderamento
> suporte organizacional
> coesão grupal
> Intenção de abandono:
< satisfação profissional
> cansaço emocional
> oportunidades trabalho
(noutro contexto)
> coesão grupal
69. PORÉM…
Carateristicas dos estudos: não poderemos realizar inferências
Desenvolvimento de estudos na área
Órgãos de chefia deverão definir metas claras e dar liberdade nos
processos para atingir essas metas (Casey, Saunders e O’Hara; 2010)
Qualidade das relações entre estes e os seus colaboradores é um
importante fator nas atitudes em contexto de trabalho (Laschinger,
Purdy e Almost, 2007; Laschinger et al., 2001).
70. CAMINHOS…
Empoderamento profissional em:
Diferentes contextos da prática profissional: prestação de cuidados
(cuidados diferenciados, Cuidados de saúde primários, …), ensino, nas
associações profissionais
Relação de empoderamento Profissional com:
Satisfação profissional, Satisfação do cliente, Autonomia,
Comprometimento organizacional, Comprometimento profissional
Relação com idade, experiência profissional, Certificação, (…)
Poder dentro da organização resulta de sistemas formais (que permitem arbitrio e são visiveis e centrais na organização) e informais possibilitando o acesso a estruturas promotoras do empoderamento. Deverão ser criadas as condições para que o profissional tenha acesso à informação, suporte e recursos necessários para o desempenho profissional, assim como as oportunidades para aprender e crescer.
Sentido – ajuste entre as necessidades de trabalho e as caraterísticas individuais
Competência – desempenho das funções com habilidade e perícia
Autodeterminação – capacidade de escolha de inicio e continuidade das ações, refletindo autonomia
Impacto – modo como se influenciam as decisões administrativas e estratégicas ou os resultados