1. As Setenta Semanas de Daniel. Prof. Abdias Barreto 1
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As Setenta Semanas de Daniel
O Fiel Cumprimento Das Profecias
Fortaleza-Ce
2013
O segredo que o rei requer, nem sábios,
nem astrólogos, nem magos, nem adivinhos
o podem declarar ao rei; Mas há um Deus
no céu, o qual revela os mistérios; ele, pois,
fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de
acontecer nos últimos dias; o teu sonho e as
visões da tua cabeça que tiveste na tua
cama são estes...
3. As Setenta Semanas de Daniel. Prof. Abdias Barreto 3
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INDICE
INTRODUÇÃO.............................................................................04
CAPITULO l..................................................................................05
Algumas Diferenças Importantes a Saber........................05
A Natureza da Igreja............................................................05
A Posição da Igreja............................................................. 06
O Conceito da Igreja Como Mistério................................. 08
Distinção Igreja & Israel..................................................... 09
CAPITULO ll..................................................................................12
O contexto............................................................................12
A Profecia e a quem se destina..........................................13
O proposito das setenta semanas.....................................14
A Duração das setenta Semanas.......................................14
A Divisão das Setenta Semanas.........................................17
O DESENVOLVIMENTO DA PROFECIA......................................17
Primeiro período...................................................................17
Segundo período..................................................................17
Lacuna profética...................................................................18
Terceiro período...................................................................18
Cálculos do desenvolvimento............................................19
OBSERVAÇÕES...........................................................................19
Grafico I.........................................................................................21
Grafico II........................................................................................22
Grafico III.......................................................................................23
CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................25
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INTRODUÇÃO
TEXTO. Dn 9,24-27.
“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo,
e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e
para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a
justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o
Santíssimo. Sabe e entende: desde a saída da ordem para
restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o
Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas;
as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos.
E depois das sessenta e duas semanas será cortado o
Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que
há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com
uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão
determinadas as assolações. E ele firmará aliança com muitos
por uma semana; e na metade da semana fará cessar o
sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o
assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado
será derramado sobre o assolador.” (Dn 9.24-27)
Esta surpreendente passagem das Escrituras dá a
sequência cronológica de Deus para restaurar Israel e derrubar
os poderes dos Gentios. A ocasião desta profecia das 70
semanas foi a oração de Daniel suplicando que Deus tivesse
misericórdia de Israel (vv. 3-20). A visão das 70 semanas é a
resposta de Deus (vv. 21-23). Nesta visão, Deus revela a
Daniel a programação temporal e os eventos que levarão ao
estabelecimento do reino messiânico de Israel.
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CAPITULO I
ALGUMAS DIFERENÇAS IMPORTANTES A SABER
A natureza da igreja.
Devemos observar cuidadosamente certas distinções
entre a igreja e Israel claramente demonstradas nas Escrituras,
mas muitas vezes negligenciadas e esquecidas por estudiosos
e também por pessoas que ensinam a escatologia bíblica,
fazendo assim uma salada entre os fatos não distinguindo a
quem se relaciona tal acontecimento, na análise em questão
gostaríamos de salientar alguns detalhes que serão de grande
importância e decisivo na compreensão dos acontecimentos
relacionados a 70ª semana profética de Daniel.
1- Existe uma distinção entre a igreja professante e o Israel
nacional. Devemos notar que a igreja professante é
composta por aqueles que fazem profissão de fé em
Cristo. Para alguns, essa profissão baseia-se na
realidade, mas para outros não há nenhuma realidade.
Este último grupo entrará no período tribulacional, pois
Apocalipse 2.22 indica claramente que a igreja
professante não salva experimentará a ira como castigo. A
participação no grupo denominado Israel nacional baseia-
se em nascimento físico,( a Nação) e todos os que
pertencem a esse grupo e não forem salvos e removidos
pelo arrebatamento, se estiverem vivos no momento do
arrebatamento serão, com a igreja professante, sujeitos à
ira da tribulação.
2- Existe uma distinção entre a igreja verdadeira e a igreja
professante. A igreja verdadeira é composta por todos os
que, nesta era, receberam a Cristo como Salvador. Ao
contrário disso, temos a igreja professante, composta por
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aqueles que fazem profissão de aceitar a Cristo sem realmente
recebê-lo. Apenas a verdadeira igreja será arrebatada.
3- Existe uma distinção entre a igreja verdadeira e o Israel
verdadeiro ou espiritual. Antes de Pentecostes, existiam
indivíduos salvos, mas não existia igreja, e eles faziam
parte do Israel espiritual, não da igreja. Depois do
Pentecostes e até o arrebatamento encontramos a igreja,
que é o corpo de Cristo, mas não encontramos o Israel
espiritual. Depois do arrebatamento não encontramos a
igreja, mas novamente um Israel verdadeiro ou espiritual
será revelado. Essas distinções devem ser claramente
consideradas. O arrebatamento não retirará todos os que
professam fé em Cristo, mas apenas os que tenham
nascido de novo e recebido a Sua vida. A porção
descrente da igreja visível, junto com os descrentes da
nação de Israel, entrarão no período tribulacional.
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Posição da Igreja
Já que a igreja é o corpo, do qual Cristo é o cabeça (Ef
1.22; 5.23; Cl 1.18), a noiva de Cristo (1 Co 11.2; Ef 5.23), o
objeto de Seu amor (Ef 5.25), os ramos dos quais Ele é a
videira e a raiz (Jo 15.5), o edifício do qual Ele é a base e
pedra angular (1 Co 3.9; Ef 2.19-22), existe entre o crente e o
Senhor uma união e uma unidade. O crente não está mais
separado d’Ele, mas é trazido para perto d’Ele.
Se a igreja estiver na septuagésima semana, estará
sujeita à ira, ao julgamento e à indignação que caracterizam o
período e, por causa de sua união com Cristo, Ele, da mesma
maneira, estaria sujeito ao mesmo castigo. Isso é impossível de
acordo com 1 João 4.17, pois Ele não pode ser julgado
novamente. Visto que a igreja foi aperfeiçoada e liberta de tal
julgamento (Rm 8.1; Jo 5.24; lJo 4.17), se ela fosse novamente
sujeita a julgamento, as promessas de Deus não teriam efeito e
a morte de Cristo seria ineficaz.
Quem ousaria afirmar que a morte de Cristo falhou no
cumprimento de seu propósito? Embora os membros possam
ser experimentalmente imperfeitos e necessitar de limpeza
experimental, a igreja, que é o Corpo, tem uma posição perfeita
em Cristo e não precisa dessa limpeza. A natureza das
provações da septuagésima semana, conforme declaradas em
Apocalipse 3.10, não é promover limpeza individual, mas
revelar a degradação e a necessidade do coração degenerado.
A natureza da igreja torna desnecessária tal provação.
Uma vez mais, Apocalipse 13.7 esclarece que todos os
que estiverem na septuagésima semana serão submetidos à
besta e por meio dela a Satanás, que dá à besta o seu poder.
Se a igreja estivesse nesse período, ela se sujeitaria a
Satanás, e Cristo perderia Seu lugar como cabeça, ou Ele
mesmo, por causa de Sua união com a igreja, estaria
igualmente sujeito à autoridade de Satanás. Tal coisa é
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impensável. Dessa maneira, conclui-se que a natureza da
igreja e a inteireza da sua salvação impedem que ela esteja na
septuagésima semana.
O conceito da igreja como mistério
Está intimamente ligado à consideração anterior o
conceito neotestamentário de que a igreja é um mistério. Não
era mistério que Deus proveria salvação para os judeus, nem
que os gentios seriam abençoados com a salvação. O fato de
que Deus formaria de judeus e gentios um só corpo nunca foi
revelado no Antigo Testamento e constitui o mistério citado por
Paulo em Efésios 3.1-7, Romanos 16.25-27 e Colossenses
1.26-29. Todo esse novo plano não foi revelado até a rejeição
de Cristo por Israel.
É depois da rejeição de Mateus 12. 23,24 que o Senhor faz
a primeira promessa da futura igreja, em Mateus 16.18.
É depois da rejeição da cruz que a igreja tem seu início, em
Atos 2.
É depois da rejeição final de Israel que Deus chama Paulo
para ser apóstolo aos gentios, e por meio dele o mistério da
natureza da igreja é revelado.
A igreja é, manifestamente, uma interrupção do plano de
Deus para Israel, que não foi iniciada até que Israel rejeitasse a
oferta do reino. Segue-se, logicamente, que esse plano de
mistério deve ser concluído antes que Deus possa retomar Seu
trato com a nação de Israel, como foi demonstrado
previamente que Ele fará.
O plano do mistério, tão distinto no seu início, certamente
será separado na sua conclusão. Esse plano deve ser
concluído antes que Deus retome e complete Seu plano para
Israel. Esse conceito da igreja como mistério torna inevitável o
arrebatamento pré-tribulacionista.
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Distinção - Israel & Igreja
Chafer estabeleceu 24 contraposições entre Israel e a
igreja que demonstram conclusivamente que esses dois grupos
não podem ser unidos num só, mas devem ser diferenciados
como entidades separadas com quem Deus realiza um plano
especial. (Lewis Sperry CHAFER, Systematic theology, IV, p.
47-53) Essas contraposições podem ser esboçadas da
seguinte forma:
1- A extensão da revelação bíblica: Israel- quase quatro
quintos da Bíblia; igreja-cerca de um quinto.
2- O propósito divino: Israel- todas as promessas terrestres
nas alianças; igreja- as promessas celestiais no
evangelho.
3- A descendência de Abraão: Israel- a descendência física,
dos quais alguns se tornam descendentes espirituais;
igreja- descendência espiritual.
4- O nascimento: Israel- nascimento físico, que produz um
relacionamento; igreja- nascimento espiritual que traz um
relacionamento.
5- Cabeça: Israel- Abraão; igreja- Cristo.
6- Alianças: Israel - a de Abraão e todas as alianças
seguintes; igreja-indiretamente relacionada com a aliança
Abraâmica e a nova aliança.
7- Nacionalidade: Israel- uma nação; igreja- de todas as
nações.
8- Trato divino: Israel- nacional e individual; igreja- apenas
individual.
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9- Dispensação: Israel- visto em todos os tempos desde
Abraão; igreja- vista apenas no presente.
10- Ministério: Israel- sem atividade missionária e sem
evangelho para pregar; igreja- uma comissão a cumprir.
11- A morte de Cristo: Israel- nacionalmente culpado;
ainda será salvo por meio dela; igreja- perfeitamente salva
por ela agora.
12- O Pai: Israel- por meio de um relacionamento
especial, Deus era o Pai da nação; igreja- somos
relacionados individualmente a Deus como Pai.
13- Cristo: Israel- Messias, Emanuel, Rei; igreja-
Salvador, Senhor, Noivo, Cabeça.
14- O Espírito Santo: Israel- veio sobre uns
temporariamente; igreja- habita em todos.
15- Princípio governante: Israel- o sistema da lei
mosaica; igreja- o sistema da graça.
16- Capacitação divina: Israel- nenhuma; igreja-
habitação do Espírito Santo.
17- Dois discursos de despedida: Israel- discurso no
monte das Oliveiras; igreja- discurso no Cenáculo.
18- A promessa da volta de Cristo: Israel- em poder e
glória para julgamento; igreja- para nos receber para Si
mesmo.
19- Posição: Israel- um servo; igreja- membros da
família.
11. As Setenta Semanas de Daniel. Prof. Abdias Barreto 11
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20- O reino de Cristo na terra: Israel- súditos; igreja- co-
herdeiros.
21- Sacerdócio: Israel- tinha um sacerdócio; igreja- é um
sacerdócio.
22- Casamento: Israel- esposa infiel; igreja- noiva.
23- Julgamentos: Israel- deve enfrentar julgamento;
igreja- livre de todos os julgamentos.
24- Posições na eternidade: Israel- espíritos de homens
justos aperfeiçoados na nova terra; igreja- igreja dos
primogênitos nos novos céus.
Essas contraposições, que mostram a distinção entre Israel
e a igreja, impossibilitam identificar os dois num mesmo plano,
o que é inevitável para a igreja passar pela septuagésima
semana. Essas distinções dão apoio extra à posição do
arrebatamento pré-tribulacionista, sobre o prisma da visão
dispensacionalista.
12. As Setenta Semanas de Daniel. Prof. Abdias Barreto 12
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CAPITULO II
O CONTEXTO
Jerusalém estava praticamente destruída. Seu povo,
inclusive o profeta Daniel, foi levado cativo para a Babilônia,
sob as ordens de Nabucodonosor, a quem deveria servir por 70
anos (2 Crônicas 36.17-21; Jeremias 25.11). Daniel inquieta-se
porque os 70 anos de cativeiro são findos, e não recebe de
Deus qualquer palavra sobre a restauração da Cidade Santa e
restauração espiritual do povo. Daniel intercede pelo seu povo
e Deus responde através do anjo Gabriel por meio da refera
profecia.
Por sua fundamental importância nos estudos da
Escatologia, e pelas dificuldades em sua interpretação, a
profecia das SETENTA SEMANAS de Daniel desperta muito
interesse. Entre os teólogos e estudantes da palavra de Deus,
não há consenso quanto alguns aspectos. Por exemplo, um
grupo segue a interpretação contínua, segundo o qual a
septuagésima semana segue a sexagésima-nona, sem
nenhum intervalo. Outro defende a teoria do intervalo, ou seja,
69 semanas já se cumpriram, mas falta o cumprimento da
septuagésima semana. Teoria defendida pelos pre-
tribulacionistas, do qual nós os pentecostais somos defensores.
13. As Setenta Semanas de Daniel. Prof. Abdias Barreto 13
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A PROFECIA E A QUEM SE DESTINAM.
"Setenta Semanas estão determinadas sobre o teu povo, e
sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar
fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça
eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos
santos". Dn 9.24
"Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e
para edificar Jerusalém, até o Messias, o Príncipe, sete
semanas e sessenta e duas semanas; as ruas e as tranqueiras
se reedificarão, mas em tempos angustiosos". Dn 9.25
"E depois das sessenta e duas semanas será tirado o Messias,
e já não estará; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a
cidade e o santuário, e o seu fim será uma inundação; e até ao
fim haverá guerra; estão determinadas assolações". Dn 9.26
"E ele fará firme aliança com muitos por uma semana; e na
metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de
manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e
isso até a consumação; e o que está determinado será
derramado sobre o assolador". Dn 9.27.
A profecia tem a ver com "TEU POVO" (referindo-se ao
povo de Daniel, os Judeus [literalmente]) e com "TUA SANTA
CIDADE" (referindo-se a Jerusalém [literalmente])
14. As Setenta Semanas de Daniel. Prof. Abdias Barreto 14
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O Propósito Das 70 Semanas (Dan 9:24)
O propósito é completar totalmente, cumprir as
promessas de Deus a (e as alianças e profecias de Deus a
respeito de Israel) [literalmente].
As 70 semanas que estão determinadas têm os seguintes
propósitos Dn 9.24
1- Extinguir a transgressão
2- Dar fim aos pecados
3- Expiar a iniquidade
4- Trazer a justiça eterna
5- Sela a visão e a profecia
6- Ungir o Santo dos santos
15. As Setenta Semanas de Daniel. Prof. Abdias Barreto 15
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A Duração Das 70 Semanas
O termo hebraico aqui usado para semanas ("shebuah")
significa simplesmente “grupos de sete.” O contexto é que tem
que determinar se é uma semana de dias ou de anos. Por
causa das seguintes razões, nós sabemos que o termo se
refere a semanas de anos [isto é, cada semana é um grupo
de sete anos].
1- As semanas que já têm sido cumpridas demonstram que
estas são semanas de anos ao invés de semanas de dias.
Dan. 9:25 diz que haveriam 69 semanas desde a
reconstrução do Templo de Jerusalém até a vinda do
Messias. Há alguma leve discordância sobre exatamente
quando este período começa e termina, mas nós sabemos
que houve menos de 500 anos entre a ordem para
reconstruir Jerusalém e a vinda de Cristo. 69 semanas de
anos seriam 483 anos. Assim, nós vemos que a parte da
profecia que já tem sido cumprida exige que nós
interpretemos as semanas como sendo semanas de anos.
É razoável acreditar que a 70ª semana será também uma
semana de anos, isto é um período sete anos.
2- O conceito das semanas de anos era familiar ao
pensamento judaico (Lev 25:3-9). Em Levítico capítulo 25,
Deus ordenou que Israel pensasse em termos de períodos
ou de semanas de sete anos. Cada sétimo ano a terra
devia descansar. (Inclusive o povo estava cativo na
babilônia para cumprir-se essa determinação da terra
descansar.)
3- Na altura da visão, Daniel tinha estado pensando em
termos de semanas de anos. Em Daniel 9:2, ele estava
pensando sobre a profecia de Jeremias que ensinava que
Israel seria feita cativa por 70 anos. Nós encontramos esta
profecia em Jr 25:11-12. Se nós olharmos para 2 Crônicas
36:21, nós encontraremos que a razão para esses 70
anos de cativeiro foi que Israel não tinha obedecido a
16. As Setenta Semanas de Daniel. Prof. Abdias Barreto 16
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Deus para guardar o sábado do sétimo ano tal como foi
ordenado em Levítico capítulo 25. Assim, Daniel estava
pensando em termos de semanas de anos [isto é, cada
semana sendo um grupo de 7 anos] quando a visão de
Daniel 9 foi dada.
17. As Setenta Semanas de Daniel. Prof. Abdias Barreto 17
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A Divisão Das 70 Semanas
As 70 semanas (isto é, os 490 anos) que completam o
programa de Deus para com Israel e enquadram a profecia são
divididas em três períodos distintos:
Primeiro - 7 x 7 semanas de Anos. (49 anos).
Segundo - 7 x 62 semanas de Anos. (434 anos).
Terceiro -1 x 7 semana de Anos (7 anos).
Somando assim 70 semanas de Anos, totalizando 490 anos,
que é o que foi vaticinado pelo Profeta Daniel.
O DESENVOLVIMENTO DA PROFECIA
Primeiro Período 7 x 7 = 49 Semanas de anos
Durante as primeiras (7) sete semanas (49anos)
Jerusalém foi reconstruída em tempos trabalhosos. Isto é
descrito no livro de Neemias, e teve inicio com a saída da
ordem para restaurar e reedificar Jerusalém, com o decreto de
Artaxerxes tal como está registrado em Neemias Cap. 2, que
se deu no ano 445ac. Durante os 49 anos seguintes, a cidade
foi reconstruída em tempos trabalhosos. E teve final da citada
reconstrução no ano 396ac. Cumprindo-se assim o primeiro
período da profecia. Conforme mostrado acima.
Segundo período 7x62=434 Semas de anos
As (62) sessenta e duas semanas seguintes (434 anos)
estendem-se desde o termino da reconstrução de Jerusalém,
396ac até a vinda do Messias que aconteceu ano 33dc com a
entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, completando-se assim
as sessenta e nove semanas. Segundo período da profecia.
“Então, 434 anos após o cumprimento das primeiras sete
semanas, nosso Senhor Jesus Cristo entrou montado [sobre
um jumentinho] Mt 21.4, em Jerusalém e foi aclamado pelas
18. As Setenta Semanas de Daniel. Prof. Abdias Barreto 18
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multidões como o rei, o filho de David; mas algum poucos dias
mais tarde, exatamente uma semana foi rejeitado e crucificado,
Assim o Messias foi cortado, rejeitado. Vv 24,25.
A lacuna profética, o Intervalo.
Note-se que o calvário, a destruição de Jerusalém e o
tempo da Igreja estão incluídos neste período entre o fim da
sexagésima nona semana e o começo da seguinte, a
septuagésima semana. Este tempo é também chamado de
lacuna profética, ou intervalo profético, período exclusivamente
reservado para a chamada a existência da Igreja, pelo fato de
Israel haver rejeitado o messias, pois veio para o que era seu e
os seus não o receberam, Jo 1.12.
O terceiro período 7 x 1 = 7 Semana de anos.
(A Grande Tribulação).
Os capítulos 6-19 do Apocalipse dizem respeito à
septuagésima semana de Daniel, ou seja, os eventos
escatológicos ali mencionados (O derramar dos juízos de
Deus, os selos as trombetas as taças e todos os flagelos e
conteúdo do texto profético compreendido entre os capítulos 6-
19 do apocalipse.) ocorrerão durante aquele último período da
profecia. Diríamos que no Apocalipse a profecia dos setentas
semanas está no varejo, ampliada, detalhada fato por fato
acontecimento por acontecimento.
A profecia relaciona-se diretamente com a nação de
Israel e a cidade de Jerusalém (Dn 9.24). Antes de se iniciar a
septuagésima semana a Igreja será arrebatada (1 Ts 1.10; Ap
3.10). pois não teve participação alguma em nenhum dos
eventos envolvendo os acontecimentos relacionados ao
cumprimento das sessenta e nove semanas anteriores,
também não se envolvera de forma alguma em nada
relacionado a estes eventos.
Eis a razão pela qual precisamos compreender os
propósitos de DEUS e de sua palavra, pois a mesma prediz
fatos que estão relacionados a Israel como nação, a Israel
19. As Setenta Semanas de Daniel. Prof. Abdias Barreto 19
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espiritual, a igreja nominal, e a Igreja santa, Irrepreensível,
Imaculada, Comprada com o sangue do Filho de DEUS.
Cálculos do desenvolvimento das setenta semanas.
As 69 semanas (173.880 dias) contadas desde a saída
da ordem para restaurar e reedificar Jerusalém em 14 de
março de 445ac. Findam exatamente no dia 6 de abril de 32dc.
dia da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém.
Vejamos os cálculos feitos por:
Alva J. Mc Clain.
Cálculo dos dias decorridos entre 14 de março de 445ac. e 06
de abril de 32c.
445ac a 32dc = 476 anos (AC 1 até DC 1 = 1 ano)
476x365=173.740 dias
Aumento dos anos bissextos. 116 dias. 3 a menos em 4
séculos
Considerar que o ano do século (100, 200, 300, 400...) não é
bissexto, exceto quando divisível por 400. E que o ano judaico
é de 360 dias.
14 de março a 6 de abril = 24 dias TOTAL 173.880 dias.
OBSERVAÇÕES
A Bíblia não relata, mas há o registro histórico da tomada
de Jerusalém pelo general romano Tito, no ano 70dc,
depois de um cerco de cinco meses, com o emprego de
uns 100.000 homens. Estima-se em um milhão a perda de
vidas nessa catástrofe. Cumpriu-se assim (Dn 9.26).
(Teoria do cumprimento Ininterrupto da Profecia) "o povo
do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o
santuário" (Lc 21.20).
20. As Setenta Semanas de Daniel. Prof. Abdias Barreto 20
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Nosso Senhor legitimou a profecia das setenta semanas,
ao fixar a Grande Tribulação dentro da Septuagésima
semana (Mt 24.15-22; Mc 13.14-20).
Neemias 2.1-8: Artaxerxes I, rei da Pérsia, foi elevado ao
trono em 465sc, Logo o "ano vigésimo do rei" deu-se em
445ac. E como não está indicado o dia do mês, fica
subentendido ser o primeiro dia do mês nisã (conforme
costume judaico), que em nosso calendário corresponde a
14 de março. Daí porque o ponto de partida da profecia,
ou seja, a "ordem para reedificar Jerusalém" (Dn 9.25) é o
dia 14 de março de 445ac. Conforme cálculo, o fim das 69
semanas, contadas a partir de 14 de março de 445ac,
deu-se em 6 de abril de 32dc, data em que Jesus foi
aclamado Rei em Jerusalém: "Bendito o Rei que vem em
nome do Senhor" (Lc 19.28-40).
21. As Setenta Semanas de Daniel. Prof. Abdias Barreto 21
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GRAFICO I
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GRAFICO II
23. As Setenta Semanas de Daniel. Prof. Abdias Barreto 23
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GRAFICO III
AS 70 SEMANAS CUMPRIDAS INITERRUPTAMENTE
Apresentamos este gráfico apenas a titulo de informação, pois cremos e
ensinamos a escatologia do ponto de vista DISPENSACIONALISTA.
24. As Setenta Semanas de Daniel. Prof. Abdias Barreto 24
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os comentários debates e escritos sobre as SETENTA
SEMANAS DE DANIEL não se esgotam nestas palavras. O
livro de Daniel é uma fonte inesgotável para pesquisa debates
e estudos.
Porém nós concluímos com o estudo DAS SETENTA
SEMANAS DE DANIEL que DEUS realmente vela em cumprir
a sua palavra, vimos que Daniel mesmo sem dispor da
avançada tecnologia moderna dos nossos dias, pôde prever
com precisa exatidão os fatos que hoje são historia, mas que
em seus dias eram obscuros e utópicos, pois Jerusalém
encontrava-se cativa sob a égide dos grandes imperadores,
como Nabucodonosor, Dario, Artaxerxes, e outros. Mas mesmo
assim, tudo que para Daniel e seu amigos Judeus era
impossível, DEUS fez Acontecer, e trouxe a existência fatos
que jamais alguém conseguiria imaginar acontecer, tudo isso
por amor ao seu Povo e por sua misericórdia e poder, pois ELE
é Fiel, e suas promessas são infalíveis, portanto fiquemos
certos que: Haja o que houver, aconteça o que acontecer, o
que DEUS reservou pra você não há forças, nem poderes,
demônios, e principados, nem do presente nem do porvir que
possa impedir que aconteça.
E DEUS tem muitas coisas reservadas para seus servos,
as quais estão todas já REVELADAS em sua palavra cabe,
portanto a nós como seus filhos e servos conhece-las, busca-
las, entende-las por meio da leitura e estudo sistematizado da
Bíblia sagrada. A ELE seja a Honra, a Gloria e o Louvor para
Sempre.
25. As Setenta Semanas de Daniel. Prof. Abdias Barreto 25
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REFERÊNCIAS BIBLIORÁFICAS
BÍBLIA DE ESTUDO Defesa da Fé – Versão Revista e
Corrigida, Rio de Janeiro, CPAD/2010.
GEISLER NORMAN – Teologia Sistemática, Vol. 2, 1º Edição,
Rio de Janeiro - Casa Publicadora das Assembleias de Deus,
CPAD/ 2010.
PENTECOST, J.DWIGHT – Manual de Escatologia, Sociedade
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SILVA. SEVERINO PEDRO – Daniel Versículo por Versículo,
3ª Edição, Rio de Janeiro – Casa Publicadora das Assembleias
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THIESSEN, HENRI CLARENCE – Palestra em teologia
Sistemática, 1º Edição, São Paulo – Imprensa Batista Regular,
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www.abdiasbarreto.blogspot.com - Blog pessoal do Autor.
Prof. Abdias Barreto.