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CADERNOS 

RUMO À EXCELÊNCIA





                     PROCESSOS
SÉRIE CADERNOS RUMO À EXCELÊNCIA

RESPONSABILIDADE                                                             COLABORAÇÃO
Antônio Tadeu Pagliuso – Superintendente Geral                               Carla Marina Soriano
Marcelo Marinho Aidar – Superintendente de Premiação e                       C. Adriano Silva
Aplicações do MEG                                                            Christiane Rodrigues Correia



REDAÇÃO                                                                      PROJETO E PRODUÇÃO GRÁFICA
COORDENAÇÃO GERAL
                                                           Inah de Paula Comunicações
Caio Márcio Becker Soares


REVISOR TÉCNICO

                                                                             © DIREITOS RESERVADOS
Ronaldo Darwich Camillo

                                                                             Proibida a reprodução total ou parcial desta publicação
EQUIPE
                                                                      sem o prévio consentimento, por escrito, da FNQ.
Critério 1 - Ivana Mara Rodrigues da Silva.

Critério 2 - Marcel Menezes Fortes.

Critério 3 - Gênia Porto.
                                                   Publicado por
Critério 4 - José Neci Corrêa Oliveira Junior e Nicole Orfali.

Critério 5 - Ivana Mara Rodrigues da Silva.

Critério 6 - Roberta Aquino.

Critério 7 - João Gilberto Andrade.

Critério 8 - Juliano Reimundo Zimmermann.


REVISÃO ORTOGRÁFICA E GRAMATICAL

Mônica Silva





MISSÃO                                                                       VISÃO

Disseminar os fundamentos da excelência em                                   Ser um dos principais centros mundiais de
gestão para o aumento de competitividade das                                 estudo, debate e irradiação de conhecimento
organizações e do Brasil.                                                    sobre excelência em gestão.




Fundação Nacional da Qualidade
   Cadernos Rumo à Excelência®: Processos / Fundação Nacional da Qualidade. - São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2008. –
   (Série Cadernos Rumo à Excelência)

    Inclui bibliografia

    ISBN 978-85-60362-75-2


        1. 	 Rumo à Excelência. 2. Fundação Nacional da Qualidade. 3. Gestão da Qualidade Total. 4. Excelência empresarial.

                                                                                                              CDD 658.562




2 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Processos
APRESENTAÇÃO

Este Caderno compõe a série Cadernos Rumo à Excelência, que tem por finalidade divulgar o Modelo de Excelência
da Gestão® (MEG) da FNQ - Fundação Nacional da Qualidade nos seus níveis de maturidade da gestão. Desti-
na-se a esclarecer as dúvidas de seus usuários sobre o Modelo e a satisfazer aqueles que desejam aprofundar seus
conhecimentos sobre seu conteúdo. É uma valiosa ferramenta para quem pretende aperfeiçoar-se como membro
da Banca Examinadora dos Prêmios Regionais, aprimorar a gestão de sua organização ou preparar uma candidatura
aos Prêmios Regionais ou Setoriais.

O Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) está apresentado na publicação Rumo à Excelência – Critérios para
a avaliação do desempenho e diagnóstico organizacional”, editada, anualmente, pela FNQ. Para uma leitura mais
eficaz dos cadernos desta série, recomenda-se que seja efetuada em conjunto com os fundamentos da excelência e
os critérios Rumo à Excelência.

Os Cadernos Rumo à Excelência são publicados na forma de “apostila”, de modo a tornar a leitura mais agradável e a
facilitar seu manuseio. A série está organizada em nove volumes:


  • 	 Introdução ao Modelo de Gestão da                     • Sociedade

      Excelência da Gestão® (MEG)
                                                            • Informações e Conhecimento

  • Liderança
    	
                                                            • Pessoas
                                                              	
  • 	 Estratégias e Planos
                                                            • Processos
                                                              	
  • Clientes
    	
                                                            • Resultados
                                                              	



Escritos em linguagem acessível, os Cadernos Rumo à Excelência descrevem como os requisitos do Rumo à Excelência
podem ser implementados a partir de soluções práticas, sem caráter prescritivo. Como ilustração, são apresentados
exemplos de empresas finalistas ou vencedoras dos Prêmios Regionais, revelando o quanto podem ser proativas,
refinadas ou inovadoras as abordagens adotadas.

Espera-se que o leitor seja estimulado a consultar os Cadernos Rumo à Excelência sempre que necessário e que se
beneficie com os exemplos apresentados. A série está disponível também em meio eletrônico – www.fnq.org.br.

Equipe de Redação




                                                                      Processos | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 3
PROCESSOS



                          SUMÁRIO

                          APRESENTAÇÃO....................................................................................................................3
                          INTRODUÇÃO ........................................................................................................................5
                          PROCESSOS PRINCIPAIS DO NEGÓCIO E PROCESSOS DE APOIO ......................6
                          PROCESSOS DE RELACIONAMENTO COM OS FORNECEDORES ................ 15

                          PROCESSOS ECONÔMICO-FINANCEIROS .................................................................19
                          BIBLIOGRAFIA .....................................................................................................................23




4 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Processos
INTRODUÇÃO

Toda organização opera como um sistema, ou seja,
um conjunto de processos inter-relacionados que in-
teragem para o alcance de determinados fins. Eles são
executados continuamente pelas pessoas integrantes
da sua força de trabalho. Os produtos, que são bens
ou serviços provenientes de um processo, constituem
a entrada para outro ou para outros processos até sua
chegada ao consumidor para o uso. A figura 1 ilustra o
inter-relacionamento dos diversos processos da organi-
zação formando um sistema e mostra o posicionamen-
to das diversas partes interessadas:

• fornecedores,                                                    A gestão dos processos de uma organização que busca
• clientes internos e externos,                                    a excelência apóia-se no fundamento Orientação por
                                                                   processos e informações. Este fundamento indica que
• colaboradores,                                                   a organização deve ser compreendida e gerenciada por
• acionistas e                                                     meio de processos, visando à melhoria do desempenho
                                                                   e a agregação de valor para as partes interessadas. In-
• sociedade:                                                       dica também que a organização compreende e agrupa
                                                                   logicamente o conjunto dessas atividades, visando fa-
                                 AC                                cilitar a tomada de decisões e execução de ações. Isso
                                                                   é realizado com base na medição e análise do desem-
                         ORGANIZAÇÃO                               penho, levando-se em consideração as informações
  FO                                                               disponíveis e o uso de indicadores adequados, além de
               CI/CO         CI/CO            CI/CO                incluir os riscos identificados.
  FO
                                                              CE
                                                                   As práticas de gestão utilizadas para o gerenciamento
  FO                     CI/CO                CI/CO
                                                                   dos processos principais do negócio, dos processos de
                                                                   apoio, do relacionamento com os fornecedores e dos
                                 S
                                                                   aspectos econômico-financeiros devem apresentar ca-
                                                                   racterísticas do nível de maturidade alcançado. Essas
                           LEGENDA:                                características incluem a adequação, a proatividade, a
  CI - Cliente interno     CO - Colaborador       AC - Acionista   disseminação, a continuidade, o refinamento e integra-
  CE - Cliente externo     FO - Fornecedor        S - Sociedade
                                                                   ção com as estratégias e objetivos, entre as áreas, com
Fig. 1 – Inter-relacionamento dos processos e                      outras práticas de gestão da organização e com as partes
posicionamento das Partes Interessadas.                            interessadas. Essas características constituem aspectos
                                                                   importantes para demonstrar o estágio de maturidade
O Critério Processos no Modelo “Rumo à Excelência” abor-           da gestão de uma organização os quais são detalhados
da a forma como a organização identifica os requisitos para        no Caderno de Introdução ao Modelo de Excelência da Ges-
projetar, e como gerencia e melhora seus processos prin-           tão®, cuja leitura é recomendada.
cipais, de apoio, de relacionamento com os fornecedores
e os processos econômico-financeiros. Considera como os            Um processo compõe-se de atividades inter-relacio-
processos são organizados para assegurar o atendimento das         nadas que, executadas numa seqüência determinada,
necessidades e expectativas dos clientes e demais partes           conduzem a um resultado esperado, transformando
interessadas.                                                      insumos (entradas) em bens ou serviços (saídas). Es-
                                                                   tes bens ou serviços devem assegurar o atendimento
Todo processo deve, necessariamente, agregar valor na              das necessidades e expectativas dos clientes e outras
percepção dos seus clientes. Agregar valor significa que           partes interessadas. É comum também conceituar pro-
a saída do processo tem maior valor que as suas entra-             cesso como um conjunto de MEIOS que, operados de
das consideradas individualmente, ou no seu conjunto.              forma organizada, atingem determinados FINS, ou
Este valor maior na saída é a percepção do cliente com             EFEITOS planejados.
relação à agregação de características valiosas obtidas
em decorrência do processo e é o que garante a sobrevi-            A Figura 2 mostra a estrutura básica de um processo e
vência do negócio.                                                 as suas interfaces com o fornecedor e com o cliente:




                                                                              Processos | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 5
Entradas                              Saídas
                               Fornecedor                             Processo                              Cliente
                                                                                         (produtos
                                                   (insumos)
                                                                                         /serviços)


                          Fig. 2 – Conceito de processo

                          O trabalho necessário para cumprir a missão da organização é realizado de maneira estru-
                          turada por meio de processos. O planejamento dos processos é realizado a partir da iden-
                          tificação das necessidades e expectativas dos clientes e das demais partes interessadas e
                          toda a organização opera, considerando requisitos determinados, buscando atendê-las. Para
                          cumprir esta missão, a organização precisa mapear os processos, definindo as atividades e
                          as responsabilidades das pessoas envolvidas e estabelecendo o uso adequado dos recursos
                          disponíveis. Nestas condições, as pessoas operam os processos e, também, participam no
                          planejamento das atividades, na prevenção e solução de problemas, na eliminação de des-
                          perdícios e no aumento da produtividade. A gestão por processos une as pessoas da organiza-
                          ção em torno de objetivos comuns, criando um ambiente agradável, cooperativo e produtivo,
                          o qual assegura os resultados da organização.




                          PROCESSOS PRINCIPAIS DO
                          NEGÓCIO E PROCESSOS DE
                          APOIO
                          Os processos principais do negócio são os processos relacionados à geração dos produtos, bens
                          ou dos serviços, para atender às necessidades e expectativas dos clientes e demais partes in-
                          teressadas, agregando valor. Os processos de apoio são aqueles que dão suporte aos demais,
                          contribuindo, assim, para o sucesso da organização, no objetivo de agregar valor para as partes
                          interessadas. Esses processos considerados no Modelo Rumo à Excelência tratam dos métodos
                          que a organização utiliza para identificar os requisitos, projetar, gerenciar e aprimorar seus pro-
                          cessos e produtos.

                          Produtos são o resultado de atividades ou processos e correspondem a objetivos esperados
                          dos processos. Constituem a conseqüência dos processos. O termo produto inclui serviços,
                          ou prestação de serviços, materiais e equipamentos, informações ou um conjunto ou uma
                          combinação desses elementos. Neste Caderno o nome produto é utilizado com seu signifi-
                          cado mais abrangente.

                          Produtos podem ser tangíveis — passíveis de serem manipulados, tocados, apalpados, como,
                          por exemplo, equipamentos e materiais, ou intangíveis — que não podem ser tocados ou
                          manipulados, como, por exemplo, os conhecimentos adquiridos ou possuídos pelas pessoas,
                          as tecnologias disponíveis numa organização, fruto de sua experiência, sua marca e outros.

                          Denominam-se produtos intencionais aqueles que são objetivos da organização, com os
                          quais ela cumpre a sua Missão, por exemplo, uma oferta aos seus clientes de bens ou servi-
                          ços da organização. Os produtos não-intencionais são aqueles decorrentes das atividades da
                          organização e que não são parte da sua Missão, por exemplo, um poluente ou outros efeitos
                          indesejáveis gerados nos seus processos.

                          A Figura 3 ilustra estes conceitos para produtos não-intencionais com relação à saúde e se-
                          gurança e meio ambiente.




6 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Processos
Perigos e riscos para segurança e saúde

                                                                             Produtos não-
                                                                              intencionais


     Insumos                                                                    Produtos
                                                                              intencionais




                                                                             Produtos não-
                                                                              intencionais

                            Aspectos e Impactos ambientais

Fig. 3 - Produtos intencionais e não-intencionais


Dentre os processos principais do negócio           • 	 Os chamados “Serviços Gerais”, relaciona-
estão incluídos:                                        dos à segurança patrimonial, limpeza, etc.
• 	 Processos de comercialização de produtos.       • 	 Outros processos de apoio podem se fa-
                                                        zer necessários, em função da natureza
• 	 Processos de projeto dos produtos.
                                                        do negócio da organização, seus produ-
• 	 Processos de produção dos produtos.                 tos ou serviços e demandas das suas par-
                                                        tes interessadas.
• 	Processos de expedição e entrega de
   produtos.
                                                    Não existem critérios rígidos para a classifi-
• 	 Processos de pós-venda (assistência téc-        cação dos processos, em principais do negó-
    nica, por exemplo).                             cio e de apoio. Esta classificação é específica
                                                    para cada organização. Por exemplo, numa
• 	 Outros processos, peculiares a cada orga-
                                                    organização cujo negócio é o fornecimento
    nização.
                                                    de mão de obra, os processos de recruta-
                                                    mento, seleção e administração de pessoal
Dentre os processos de apoio destacam-se:
                                                    compõem os seus processos principais do
• 	 Processos de administração financeira e         negócio; por outro lado, para uma organiza-
    tributária                                      ção que presta serviços de limpeza e conser-
                                                    vação predial, com utilização intensiva de
• 	 Processos de recrutamento, seleção e ad-
                                                    mão-de-obra, os processos de recrutamento,
    ministração de pessoal.
                                                    seleção e administração de pessoal são tipi-
• 	 Processos de manutenção dos equipa-             camente processos de apoio.
    mentos e instalações.
• 	 Processos de aquisição de matérias-pri-            Os processos de apoio aparecem como
    mas, peças para manutenção e serviços              atividades de grande importância, ten-
    de terceiros                                       do em vista seu íntimo relacionamento
                                                       com a produção.
• 	 Processos de tratamento das informações
                                                       Waldir Lima, Caterpillar Brasil.




                                                                             Processos | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 7
REQUISITOS APLICÁVEIS AOS PROCESSOS                          A identificação de necessidades ocorre nos proces-
PRINCIPAIS DO NEGÓCIO E AOS PROCES-                          sos relacionados aos clientes (Critério 3), à socie-
                                                             dade (Critério 4), aos fornecedores e aos clientes
SOS DE APOIO                                                 internos (os executores dos processos da organiza-
                                                             ção) (Critério 7), aos acionistas (Critérios 1 e 2) e
A organização deve projetar ou modificar seus proces-        aos funcionários ou colaboradores (as pessoas que
sos principais do negócio e os seus processos de apoio,      compõem a força de trabalho da organização) (Crité-
de forma a atender aos requisitos das partes interessa-      rio 6). Esta identificação das necessidades decorre,
das. Para determinar com segurança e de forma estru-         muitas vezes, das várias formas de interação exis-
turada esses requisitos, a organização deve estabelecer      tentes entre a organização e suas partes interessadas
práticas de gestão e os respectivos padrões de trabalho,     (Ver figura 1).
adequados para essa identificação dos requisitos.

Requisitos são a tradução das necessidades dos clientes      PROJETO DOS PROCESSOS PRINCIPAIS DO
e das demais partes interessadas, em características obje-   NEGÓCIO E DOS PROCESSOS DE APOIO
tivas para os produtos oferecidos pela organização. Estas
necessidades dos clientes, ou das demais partes interes-
                                                             Os produtos e os processos de comercialização, produ-
sadas, podem ser expressas de maneira formal ou infor-
                                                             ção da organização são projetados, ou modificados, a
mal. Os requisitos de um produto compreendem tudo
                                                             partir dos requisitos com o objetivo de atendê-los na
aquilo que ele deve conter ou cumprir para satisfazer as
                                                             sua totalidade. São os requisitos traduzidos das neces-
necessidades dos clientes ou outras partes interessadas.
                                                             sidades identificadas para as partes interessadas. Esta
                                                             criação ou projeto, bem como a modificação dos pro-
A partir das necessidades dos clientes e das demais
                                                             dutos e processos de produção, são feitas por meio dos
partes interessadas, são definidos os requisitos para
                                                             processos de projeto.
os produtos disponibilizados pela organização, para
os processos principais do negócio e, conseqüente-
                                                             Novos processos de apoio podem ser necessários
mente, os requisitos a serem atendidos pelos pro-
                                                             a partir da realização de novos negócios, de novas
cessos de apoio.
                                                             linhas de produto ou de novas demandas por parte
                                                             dos clientes, da sociedade, do mercado ou de outras
A Tabela 1 mostra exemplos típicos desses requisitos.
                                                             partes interessadas. Quando essas demandas estão
                                                             presentes, é necessário identificar os novos proces-
Tabela 1 – Exemplos de requisitos decorrentes das
                                                             sos de apoio para apoiar os novos processos rela-
necessidades das Partes Interessadas.
                                                             tivos ao produto, ou novos processos principais do
                                                             negócio, que vão permitir à organização atender a
 Parte interessada Exemplos de requisitos                    essas novas demandas. Os novos processos de apoio
 Clientes            • Especificações técnicas de um         também terão que ser projetados segundo os pro-
                       produto ou serviço;                   cessos de projeto.
                     • Prazo de entrega;
                     • Prazo de garantia;                    Compreende-se, como processo de projeto, o conjunto
                     • Preço e as condições de pagamento     de todas as atividades pré-estabelecidas e executadas
                       e muitos outros.                      numa seqüência planejada com o objetivo de estabe-
                                                             lecer ou criar produtos, serviços e processos principais
 Sociedade           • Não produzir efluentes poluidores
                       do ar, água e solo                    do negócio e de apoio que atendam completamente
                                                             as necessidades das partes interessadas, traduzidas ou
 Colaboradores       • Salário compatível com a função e
                                                             estabelecidas na forma de requisitos do produto, do
                       com o mercado;
                                                             serviço e dos processos.
                     • Oportunidade de desenvolvimento
                       pessoal e profissional;
                                                             A organização deve, então, estabelecer processos de
                     • Tratamento justo e muitos outros.
                                                             projeto para os produtos e processos principais do
 Acionistas          • Retorno adequado do capital           negócio e de apoio, levando em consideração os re-
                       investido;                            quisitos do produto, ou seja, aquelas características
                     •Informações sobre a gestão da          que satisfazem às necessidades e expectativas das
                      organização;                           partes interessadas, principalmente os usuários dos
                     • Perspectivas de desenvolvimento       seus produtos. Um processo de projeto demandará
                       do negócio, além de outros.           recursos, não só financeiros, como também huma-
 Fornecedores        • Negócios lucrativos;                  nos e materiais. Para este processo são sugeridas as
                     • Oportunidades de parcerias;           seguintes etapas, usualmente representadas por um
                     • Relacionamentos duradouros, etc.      fluxograma de processo:




8 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Processos
• 	 O planejamento do projeto inclui a definição dos res-    • 	 Validação do projeto é uma atividade que tem por
    ponsáveis e níveis de autoridade, definição dos prazos       finalidade garantir que o produto resultante do pro-
    para a sua execução, das etapas constituintes deste          jeto atende integralmente aos requisitos traduzidos
    processo e dos mecanismos de controle ou verificação         das necessidades dos usuários e demais partes inte-
    a serem seguidos durante a realização do projeto.            ressadas, quanto a sua aplicação e uso intencional.
                                                                 Sempre que possível a validação dever ser feita e
• 	 Entradas do projeto compreendem a definição e o
                                                                 concluída antes da efetiva entrega do produto ou
    registro dos requisitos traduzidos das necessidades
                                                                 início da prestação do serviço. Em certos casos a
    dos clientes. Dentre os requisitos, podem ser utili-
                                                                 validação é feita pelo próprio cliente após o recebi-
    zados os seguintes:
                                                                 mento do produto ou serviço.
   -	 Requisitos de funcionamento e desempenho;
                                                             • 	 Alterações de projeto ocorrem durante a sua re-
   -	 Requisitos legais ou regulamentadores, se fo-              alização e mesmo após a sua conclusão. Estas al-
      rem aplicáveis;                                            terações devem ser analisadas criticamente, pre-
                                                                 ferencialmente pelo mesmo grupo que cuida das
   -	 Informações originadas de projetos anteriores e
                                                                 análises do projeto, verificadas e validadas antes
      semelhantes;
                                                                 da sua implementação, considerando, inclusive,
   -	 Requisitos essenciais para o projeto e não con-            o efeito das alterações nos produtos já entregues
      templados pelo cliente.                                    quando a alteração for posterior à sua conclusão.
Todas as entradas devem ser analisadas criticamente de
forma a assegurar que os requisitos são adequados, com-      CONTROLE DOS PROCESSOS PRINCIPAIS
pletos, sem ambigüidades e não conflitantes entre si.
                                                             DO NEGÓCIO E DOS PROCESSOS DE APOIO
• 	 Saídas do projeto são os produtos resultantes do
                                                             Os processos devem ser controlados de modo a asse-
    processo de projeto e devem ser apresentadas de
                                                             gurar que os produtos sejam entregues isentos de não-
    forma a permitir uma clara verificação em relação
                                                             conformidades e no prazo adequado, atendendo aos
    às entradas do projeto. Estas saídas devem atender,
                                                             requisitos que satisfaçam às necessidades das partes
    entre outros, os seguintes aspectos:
                                                             interessadas. Conforme expresso na Introdução, a ges-
   -	 Responder integralmente às entradas do proje-          tão dos processos afeta toda a gestão da organização,
      to, ou atender os requisitos traduzidos das ne-        incluindo seus resultados, influenciando e sendo in-
      cessidades dos clientes;                               fluenciada pelas práticas relativas aos demais critérios
                                                             do Modelo de Excelência da Gestão®. Algumas das
   -	 Fornecer informações adequadas e necessárias
                                                             inter-relações mais evidentes da gestão dos processos
      para a aquisição, produção e fornecimento dos
                                                             principais do negócio e de apoio com os demais itens
      produtos;
                                                             do Rumo à Excelência são resumidas a seguir:
   -	 Definir os critérios para aceitação do produto e
                                                             • 	 A liderança exerce forte influência no gerencia-
   -	 Especificar as características do produto que              mento dos processos, seja definindo os processos
      são essenciais para seu uso adequado e seguro.             principais do negócio, seja estabelecendo melho-
                                                                 rias necessárias nestes, em decorrência da análise
• 	 Monitoramento do projeto são verificações rea-
                                                                 do desempenho da organização;
    lizadas ao longo das várias etapas do mesmo para
    assegurar o cumprimento das condições estabe-            • 	 Estratégias e planos resultantes da formulação das
    lecidas no planejamento do projeto, garantir que             estratégias definem as melhorias necessárias nos con-
    os resultados obtidos atendem ou vão atender aos             troles dos processos principais do negócio e de apoio;
    requisitos, identificar problemas e propor as ações      • 	 O conhecimento dos clientes e mercado define as
    necessárias. É recomendável que nestas reuniões              prioridades que os processos devem considerar,
    de análise do projeto participem representantes de           para atender às necessidades e expectativas dos
    todas as funções da organização envolvidas com os            usuários;
    produtos objeto do mesmo.                                • 	 A busca na redução dos impactos sócio-ambientais
• 	 A verificação do projeto é a avaliação final para as-        afeta diretamente o desenvolvimento e operação
    segurar que as saídas do projeto atendem aos requi-          dos processos;
    sitos de entrada e, conseqüentemente, atendem as         • 	 As necessidades operacionais dos processos defi-
    necessidades dos clientes e demais partes interes-           nem a organização do trabalho, as necessidades de
    sadas. É recomendável que esta verificação seja              capacitação e desenvolvimento da força de traba-
    feita por pessoa ou pessoas não envolvidas com o             lho e a gestão dos fornecedores;
    projeto, mas que tenham conhecimento dos requi-          • 	 A gestão dos processos gera os resultados operacio-
    sitos ou necessidades dos clientes e demais partes           nais, afetando diretamente a satisfação dos clientes e
    interessadas no produto dele decorrente.                     os resultados econômico-financeiros da organização.



                                                                        Processos | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 9
Uma metodologia de projetos realizada em etapas de-                        processo de prestação de serviço, materiais ou serviços
finidas, se bem ajustada e adequada à cultura da orga-                     fornecidos por terceiros podem não ser entregues nos
nização, ao seu negócio e aos recursos disponíveis, cria                   prazos combinados ou a liberação de uma determina-
condições para um gerenciamento adequado das opera-                        da área pelo cliente pode atrasar. Aquelas variáveis do
ções, assegurando a geração de produtos isentos de não-                    processo que afetam diretamente a qualidade do pro-
conformidades e no prazo adequado. O mesmo conceito                        duto ou serviço final entregue ao cliente são conside-
aplica-se aos processos de apoio, que são desenvolvidos                    radas variáveis críticas do processo e devem ser contro-
para assegurar produtos intermediários que atendam às                      ladas por meio de indicadores de desempenho.
necessidades, em especial, dos seus clientes internos.
                                                                           Em resumo, para cada processo principal do negócio
Os processos principais do negócio e os processos de apoio                 ou para cada processo de apoio é necessário:
devem ser controlados com utilização de indicadores para                   • 	 Especificar os requisitos do produto. Estes requisi-
assegurar que os produtos ou serviços deles decorrentes                        tos foram identificados a partir das necessidades dos
atendam às necessidades dos clientes e demais partes in-                       clientes, e devidamente tratados na metodologia de
teressadas. A utilização de indicadores de desempenho                          projeto apresentada acima.
para medir os requisitos desses processos é uma maneira
                                                                           • 	 Estabelecer um indicador de desempenho para
adequada para assegurar que estes requisitos estão sendo
                                                                               cada requisito do produto gerado no processo.
atendidos. Para o adequado gerenciamento dos processos
será necessário então estabelecer indicadores de desem-                    • 	 Identificar as variáveis críticas do processo.
penho para os requisitos do produto ou serviço e para as                   • 	 Estabelecer um indicador para cada variável crítica
variáveis críticas dos processos.                                              do processo.
As variáveis críticas do processo são os fatores que po-                   Os exemplos abaixo mostram como uma organização
dem variar ou alterar durante a execução do processo,                      relaciona seus processos aos requisitos e daí extrai seus
afetando os seus resultados. Por exemplo, num pro-                         indicadores. A figura 4 ilustra os processos principais,
cesso industrial, temperaturas, pressões, torques, ve-                     requisitos e indicadores conforme estruturados pela
locidades podem se alterar durante o processo. Num                         Belgo-Usina de Monlevade.

 PROCESSOS E DESCRIÇÃO SUMÁRIA                                                                         REQUISITOS
 SINTERIZAÇÃO
  Sinterização tipo esteira contínua
                                                                                                       - Volume de produção
  Moderno sistema HPS (discos de pelotização) para utilização de finos de minério
                                                                                                       - Custo
  Capacidade atual: 1,75 M t/ano
                                                                                                       - Qualidade
  Principais insumos: minério de ferro, coque e fundentes
  Produto final: sinter, principal componente da carga metálica do Alto Forno
 ALTO FORNO
  Alto forno com moderno sistema de refrigeração que dispensa o uso de refratários. Sistema de car-
  regamento “topo sem cone”.                                                                           - Volume de produção
  Granulador de escória                                                                                - Custo
  Capacidade atual: 1,00 M t/ano                                                                       - Qualidade
  Principais insumos: sinter, coque, calcário e quartato
  Produto final: gusa líquido, principal produto da aciaria
 ACIARIA
  Pátio de preparação de metálicos
  2 preparadores para armazenagem de gusa
                                                                                                       - Qualidade do aço
  2 convertedores LD-LBE de 110 t (1 “stanby”)
                                                                                                       - Preço
  1 Forno Panela
                                                                                                       - Volume de produção
  1 Máquina de Lingotamento Contínuo (MLC)
                                                                                                       - Custo
  Capacidade atual: 1,2 M t/ano
  Principais insumos: gusa líquido, sucatas, ferro, ligas e fundentes
  Produtos finais: tarugos de 12 m de comprimento e seção quadrada de 155 mm, pesando 2,15 t.
 LAMINAÇÃO
 Laminador 1:
  Forno de reaquecimento automático (120 t/h)
  2 linhas de laminação e velocidade final de 75 m/s
  Sistema de resfriamento
  2 compactadores novos (2003) automáticos
                                                                                                       - Qualidade do aço
  Capacidade atual: 675.000 t/ano
                                                                                                       - Prazo
  Produto final: fio-máquina com bitolas entre 5,5 mm e 16,0 mm.
                                                                                                       - Volume de produção
 Laminador 2:
                                                                                                       - Custo
  Forno de reaquecimento (140 t/h), automático
  1 linha de laminação e velocidade final de 120 m/s
  Sistema de resfriamento
  2 compactadores automáticos
  Capacidade atual: 525.000 t/ano
  Produto final: fio-máquina com bitolas entre 5,5 e 32,0 mm
Fig. 4– Inter-relacionamento dos processos principais com os requisitos e definição de indicadores.
Fonte: Relatório da Gestão da Belgo — Usina de Monlevade — Prêmio Mineiro da Qualidade 2004.



10 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Processos
A figura 5 ilustra os processos de apoio e seus requisitos conforme estruturados pela Belgo-
Usina de Monlevade.
Processos                                                               Principais Requisitos
Tecnologia de Automação
Desenvolvimento de soluções em automação, controle e inteligência Aumento de produtividade
computacional, buscando a melhoria contínua dos processos clientes. Entrega no prazo
                                                                    Melhoria contínua
                                                                    Disponibilidade
Custos
Planejamento anual e plurianual, informações gerenciais/ relatórios e Qualidade e confiabilidade dos dados
análises de custos.                                                   Prazos
Engenharia de Manutenção
Apoio técnico, planejamento e gerenciamento de recursos para aten- Apoio técnico
dimento de solicitações de projetos de melhoria dos equipamentos e Confiabilidade das instalações
processos de Manutenção e Operação.                                Atendimento a projetos de melhoria
                                                                   Visão do ambiente externo de manutenção
Utilidades e Meio Ambiente
Fornecimento de utilidades e gestão ambiental.                          Disponibilidade das utilidades
                                                                        Custo operacional
                                                                        Otimização do uso dos recursos naturais
                                                                        Atendimento à legislação ambiental vigente
Garantia de Qualidade
Gestão da Qualidade aplicada ao controle de processo, desenvolvi- Confiabilidade dos dados e informações, acuracidade e
mento de produtos e controle da qualidade de tarugos.             rapidez nos resultados dos ensaios, conhecer os clientes
                                                                  e suas necessidades e rapidez no seu atendimento, se-
                                                                  gurança na homologação de novos produtos
Logística de Distribuição e Planejamento da Produção
Obter vantagem competitiva, garantindo aos clientes o atendimento di- Atendimento a clientes
ferenciado, através da coordenação otimizada dos fluxos produtivos e da Qualidade na prestação de serviços
gestão da distribuição.                                                 Otimização de custos
                                                                        Otimização da programação da produção
Gestão pela Qualidade Total (GQT)
Contribuir com a GGJM na melhoria contínua da eficácia do modelo Qualidade das auditorias internas
de gestão (TQC).                                                 Utilização das ferramentas do modelo
                                                                 Nível de implementação do modelo
Transporte
Transporte de pessoas, insumos, matérias-primas e produtos acaba- Pontualidade e custos
dos e movimentações internas.
Segurança e Saúde
Consultoria às áreas na implementação de Diretrizes e controle Ambiente de trabalho seguro e saudável
dos Planos e Programas de Segurança e Saúde.                   Cumprimento da legislação pertinente


Fig. 5 – Inter-relacionamento dos principais processos de apoio com os requisitos. Definição de
indicadores.
Fonte: Relatório da Gestão da Belgo — Usina de Monlevade — Prêmio Mineiro
da Qualidade 2004.




                                                                              Processos | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 11
A tabela 2 descreve práticas de gestão utili-                 • 	 Função na organização responsável pela atualização do indicador.
zadas pela Cemig, para o gerenciamento de
                                                              • 	 Fonte de dados para o indicador.
seus principais processos de apoio e relaciona
esses processos a requisitos e indicadores:                   • 	 Função na organização responsável pela análise do indicador ou
                                                                  pela reunião de análise, para avaliação do processo controlado
Tabela 2 – Práticas de gestão para o                              pelo indicador.
gerenciamento dos principais processos de apoio.
                                                              • 	 Freqüência de análise do indicador.
  Os processos de apoio são gerenciados por meio de
  indicadores de desempenho, assegurando a entrega            A figura 6 mostra uma sugestão de forma de apresentação de um
  de produtos isentos de não-conformidades e no pra-          indicador:
  zo adequado. A DGE, que coordena os processos de
  apoio que dão suporte aos de produção da Cemig
  Distribuição, gerencia esses indicadores de desem-              Indicador
  penho, que são definidos nos ciclos de planejamen-             % de entregas
  to estratégico corporativo, conforme critério 2.                 no prazo                                              Referencial
  Os indicadores de desempenho dos processos de                                                                          comparativo
  apoio são métricas criadas para a medição dos ob-
  jetivos constantes do Mapa Estratégico da DGE,
                                                               100%                                                           = 100%
  no BSC, e são acompanhados pelos seus gestores
  pelas RACs e RAEs, cujos padrões são detalhados
  no item 1.3.                                                  98%                                                       Meta = 98%
  O gerenciamento dos processos de apoio é feito
  de acordo com os requisitos da Norma NBR ISO                  95%
  9001:2000, assegurando, assim, que os produtos e
  serviços são entregues isentos de não-conformidades
  e no prazo adequado. A figura 7.3 mostra os princi-           90%
  pais processos de apoio, com os requisitos avaliados
  e seus principais indicadores de desempenho.”
    Processos          Requisito           Indicador                     JAN       FEV         MAR           ABR        PERÍODO
    Material, e     Entrega no prazo   -Giro de estoque
     logística       Custo reduzido    -Estoque Cemig
Telecomunicações   Prazo de atendi- -IAHD                     Fig. 6 – Sugestão de gráfico para apresentação de indicador de desempenho.
  e informática    mento, Qualidade - IARE
                                    - ISCL
   Transporte e     Disponibilidade    - Indisponibilida-     No eixo vertical da representação gráfica deve ser adotada uma es-
     serviços                            de de veículos       cala adequada para a apresentação dos resultados do indicador e os
   Recursos Hu-     Disponibilidade    - Absenteísmo          respectivos referenciais comparativos, sempre que pertinente. Para
      manos         da mão-de-obra     - Hora de de-
                     Qualificação        senvolvimento        realização de análises internas sugere-se apresentar, também, junta-
                      Motivação          profissional por     mente com os resultados, as metas estabelecidas para o indicador.
                                         empregado
                                       - Valor investido
                                         em capacitação       Os referenciais comparativos são informações obtidas, em geral, ex-
                                         profissional         ternamente à organização, que permitem comparar os seus resulta-
                                       - Valores distribuí-
                                         dos pela PR          dos com os de outras organizações. Essas organizações podem ser as
Fonte: Relatório da Gestão da Cemig Distribuição.
                                                              concorrentes, organizações similares em porte, número de empre-
Prêmio Mineiro da Qualidade, 2005.                            gados, tipo de produto ou serviço ou outros fatores. A comparação
                                                              permite avaliar o desempenho da organização na análise dos resulta-
Nota: Siglas utilizadas nesta figura: DGE – Diretoria         dos do indicador que ocorre geralmente nas reuniões de análise do
de Gestão Empresarial; BSC – Balanced Scorecard;              desempenho dos processos.
RAC – Reunião de Análise Crítica; RAE – Reunião de
Análise Estratégica IAHD – Índice de Atendimento
do Help Desk; IARE – Índice de Atendimento                    O controle dos processos é usualmente realizado por meio de uma
Remoto ao Help Desk; ISCL – Índice de Satisfação              reunião de análise do desempenho, com freqüência adequada para o
do Cliente Atendido pelo Help Desk e PR                       efetivo exercício do controle. Nessa reunião faz-se a análise de cada
– Participação nos Resultados.                                um dos indicadores de desempenho e outras informações associadas à
                                                              geração dos produtos principais do negócio. Usualmente, muitas orga-
Para cada indicador de desempenho estabe-                     nizações adotam uma freqüência mensal para esta reunião de análise.
lecido, a organização deve reconhecer seu
processo de origem e observar os seguintes                    Da mesma forma, as áreas responsáveis pelos processos de apoio de-
aspectos:                                                     vem promover formas de analisar a entrega dos produtos ou serviços
                                                              de seus processos. Elas devem assim praticar o controle de seu de-
• 	 Forma de apresentação do indicador. É                     sempenho.
    recomendada a forma gráfica, com no
    mínimo três resultados em três períodos                   A análise dos indicadores de desempenho referente aos requisitos
    consecutivos. Os períodos vão depender                    e às variáveis críticas dos processos mostra se os mesmos estão sen-
    da freqüência de análise do indicador:                    do atendidos. No controle ou na análise dos processos podem ser
    semanal, mensal, trimestral, etc.                         identificadas eventuais não-conformidades que devem ser adequa-
                                                              damente tratadas.

12 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Processos
TRATAMENTO DE NÃO-CONFORMIDADES                             • 	 Verificação da abrangência da não-conformidade;
                                                            • 	 Definição da ação corretiva, ou ações corretivas,
O tratamento adequado de uma não-conformidade                   que também pode aplicar as técnicas de “Brains-
deve levar à identificação e bloqueio ou eliminação             torming” e Diagrama de Causa e Efeito;
da(s) sua(s) causas(s), de modo a assegurar que não ha-
verá novas ocorrências. O tratamento de uma não-con-        • 	 Implantação da ação corretiva, ou ações corretivas
formidade pode ser dividido em duas etapas básicas:             por meio do estabelecimento dos planos de ação;
                                                            • 	 Verificação da implantação da ação corretiva;
• 	 Eliminação do efeito;
                                                            • 	 Verificação da eficácia das ações corretivas.
• 	 Eliminação da causa, ou das causas.
                                                            O fluxograma de processos é uma das técnicas utiliza-
                                                            das no tratamento de não-conformidades, sendo usado
O efeito de uma não-conformidade é o que se verifica        para descrever o processo existente ou ainda para pro-
após a disposição de inspeções, por exemplo, uma fa-        jetar alterações e até mesmo um novo processo. O flu-
lha, uma dimensão incorreta, um troco incorreto, uma        xograma de processo é uma representação gráfica das
demora em uma fila, etc. É o que se percebe, vê, ou se      etapas de um processo, permitindo um entendimento
enxerga. Um exemplo ilustrativo é o de um texto con-        detalhado de como o processo realmente funciona.
tendo erros de ortografia e digitação, o que configura      Aplica-se a todos os aspectos de qualquer processo,
uma não-conformidade. Qualquer texto tem que ser            desde o fluxo de materiais até a realização de uma ven-
corretamente apresentado, isento de erros de ortogra-       da ou assistência técnica de um produto. O fluxograma
fia e digitação. Os erros identificados no texto são um     de processo também é útil na investigação e identifi-
efeito indesejado, portanto uma não-conformidade, e         cação de oportunidades de melhoria para o processo.
foram provocados por um fator desconhecido.                 Ao examinar o modo como as várias etapas do processo
                                                            se relacionam umas com as outras, pode-se descobrir
O efeito deve ser avaliado em sua extensão e conseqü-       fontes potenciais de problemas ou melhorias.
ências. Em casos graves ele determina a descontinuida-
de no fluxo produtivo e o descarte do que foi produzido.    O Diagrama de Causa e Efeito (Diagrama de Ishikawa
Em outros casos, com autorização devida, incluindo a        ou da Espinha de peixe), também utilizado no método
do cliente, pode haver recuperação, sendo assegurado o      para tratamento de não-conformidades, mostra esquema-
nível original das características afetadas.                ticamente a relação entre os efeitos de um processo (o
                                                            produto intermediário ou final) usualmente associado à
A simples remoção do efeito ou alguns de seus sintomas,     sua qualidade e os fatores que o geram. É uma ferramen-
não soluciona o que gera a não-conformidade, deixando       ta usada para analisar criteriosamente e expor as relações
intacta(s) a(s) causa(s) e criando condições para que ela   entre um determinado efeito (como, por exemplo, a va-
ocorra novamente. A eliminação apenas do efeito é uma       riação de uma característica da qualidade) e suas causas
parte do tratamento da não-conformidade.                    potenciais. O Diagrama de Causa e Efeito mostra grafica-
                                                            mente a relação entre o efeito e suas causas.
A causa de uma não-conformidade é o seu fato gera-
dor. No exemplo do texto com erros de ortografia e             Fator 1           Fator 3
digitação, a causa pode ser a falta de treinamento do                                                  Característica
digitador, o desconhecimento do autor para as regras                                                   da qualidade
de ortografia da língua portuguesa, ou ambas. A causa
                                                               Fator 2           Fator N
provoca o efeito da não-conformidade; no exemplo, a
falta de treinamento do digitador — causa, ou provoca,
os erros de digitação — efeito, e o desconhecimento
do autor para as regras de ortografia — causa, provoca                   Causa                          Efeito
os erros de ortografia no texto — efeito.
                                                            Fig. 7 – Formato e elementos do diagrama de causa e efeito
Para o tratamento efetivo das não-conformidades iden-
tificadas nos processos, ou em qualquer outra situação,     Os diversos fatores geram ou causam a característica da
as seguintes etapas devem ser cumpridas:                    qualidade que, portanto, é o efeito destes fatores ou cau-
                                                            sas. A saída ou resultado de um processo pode ser atribu-
• 	 Entendimento da não-conformidade, mostrando             ído a uma grande quantidade de fatores e uma relação de
    os pontos críticos em um fluxograma do processo;        causa e efeito pode ser encontrada entre esses fatores.
• 	 Eliminação do efeito da não-conformidade;               O efeito é a saída ou o resultado do processo e os fatores
                                                            provocam, ou geram, ou causam o resultado do processo.
• 	 Identificação da causa, ou causas, da não-confor-       Neste caso, o Diagrama de Causa e Efeito é utilizado para
    midade, sugerindo-se utilizar algumas técnicas de       descrever graficamente o resultado (efeito) do processo,
    uso comum como “Brainstorming” e Diagrama de            a partir dos seus diversos fatores (causa), estabelecendo a
    Causa e Efeito;                                         relação entre estas causas e seu efeito.


                                                                      Processos | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 13
ANÁLISE E MELHORIA DOS PROCESSOS PRINCIPAIS DO NEGÓCIO E
                               DOS PROCESSOS DE APOIO

                               Os indicadores de desempenho definidos e aplicados apóiam o monitoramento do desem-
                               penho dos processos, mostrando o atendimento — ou não — dos requisitos desses processos
                               no dia-a-dia da organização. Além do controle dos processos e a garantia do atendimento dos
                               requisitos, é necessário proceder a uma análise periódica destes processos, para identificar
                               oportunidades de melhoria e a sua efetiva implementação, obtendo, desta maneira, a me-
                               lhoria contínua dos processos.

                               Para a análise e melhoria dos processos podem ser utilizadas as próprias reuniões de análise
                               de desempenho. Nestas reuniões, além do controle do processo por meio de seus indica-
                               dores de desempenho, é possível, com o enfoque adequado, identificar oportunidades de
                               melhoria para o processo e o estabelecimento de um plano de ação para a efetiva implemen-
                               tação das melhorias identificadas.

                               Outra possibilidade consiste em estabelecer uma reunião específica para a análise dos pro-
                               cessos, objetivando a identificação de oportunidades de melhoria e o estabelecimento de
                               planos de ação para a efetiva implementação das melhorias identificadas. No caso destas
                               reuniões, sugere-se uma freqüência mais dilatada, por exemplo, semestral.

                               Qualquer que seja a metodologia utilizada é importante que a prática de gestão e o respec-
                               tivo padrão de trabalho sejam formalizados e controlados para garantir sua disseminação
                               e continuidade na organização. A atividade de análise e melhoria dos processos retrata o
                               aprendizado contínuo na organização.

                               Para a efetiva análise de um processo é necessário comparar sua prática de gestão com prá-
                               ticas de outras organizações com características de produtos ou processos com finalidade
                               similar. A sistemática de busca e comparação de práticas de gestão, conhecida como “Ben-
                               chmarking”, dentro ou fora do setor de atuação da organização, assegura a incorporação de
                               melhores práticas de outras organizações. O nível de desempenho de produtos e processos
                               é uma das características que podem ser investigadas nas análises e melhorias dos processos
                               principais do negócio e dos processos de apoio.

                               Como exemplos de práticas que possibilitam a análise e melhoria, e que podem levar ao
                               aprendizado, a tabela 3 mostra práticas aplicadas pela CEMIG Distribuição:

                               Tabela 3 – Exemplos de práticas de gestão e padrões de trabalho de aprendizado dos processos.
 Prática                              Finalidade                                                               Freqüência      Responsável
                                      Além do controle sobre os padrões, as auditorias integradas prevêem
                                                                                                                Conforme
 Auditoria Integrada dos Sistemas     também o acompanhamento do tratamento a ser dado às não-conformi-
                                                                                                               cronograma        GD e AI
 de Gestão                            dades e oportunidades de melhoria para as práticas, detectadas durante
                                                                                                                  anual
                                      a sua realização.
 Verificação Interna e Auditoria      Além do controle sobre o cumprimento dos requisitos internos e das
 Externa dos Sistemas de Gestão       Normas de referência, as verificações e auditorias dos Sistemas de       A cada três
                                                                                                                                AQ e GD
 Ambiental, da Qualidade, e de        Gestão têm o papel de contribuir para a abrangência no tratamento das      meses
 Saúde e Segurança                    não-conformidades e a implementação de melhorias.
                                                                                                               Março, abril,
                                      Realizadas desde 2004, conforme critérios definidos no documentos
                                                                                                               junho, julho,
 Reuniões de Análise Estratégica      GD-003/2003, visam exercer o aprendizado estratégico buscando apri-                          GD
                                                                                                                setembro e
                                      morá-lo continuamente, bem como avaliar os resultados do negócio.
                                                                                                                  outubro
                                      Realizadas nas Superintendências e gerências desde 1999, conforme
                                                                                                                                Todas as
                                      critérios definidos nos documentos PG-14 e PE-DDC-001, objetivam
                                                                                                                               Gerências e
 Reuniões de Análise Crítica          assegurar a contínua pertinência, adequação e eficácia do Sistema de      Bimestral
                                                                                                                               Superinten-
                                      Gestão, buscando a melhoria contínua do desempenho do sistema e dos
                                                                                                                                 dências
                                      produtos, serviços e processos envolvidos.
                                      Descritas no documento GD-004 e ocorrendo desde 2003, as reuniões
                                      das células têm como objetivo principal a construção, implementação
                                                                                                                                 Superin-
                                      e manutenção das normas, padrões, procedimentos e políticas que
 Reuniões das Células                                                                                           Bimestral       tendências
                                      norteiam a execução das atividades operacionais da Cemig Distribuição,
                                                                                                                                Funcionais
                                      bem como na identificação, implementação e disseminação de melho-
                                      rias das práticas. Práticas gerais de aprendizado

                               Fonte: Relatório da Gestão da Cemig Distribuição. Prêmio Mineiro da Qualidade, 2005.


14 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Processos
constante análise e melhoria. A questão a con-
PROCESSOS DE REL A-                                                        siderar é que, principalmente para os materiais
                                                                           e serviços críticos, a organização não os compra
CIONAMENTO COM OS                                                          de “qualquer um” e, sim, de fornecedores pre-
                                                                           viamente selecionados e qualificados segundo
FORNECEDORES                                                               critérios definidos. Devem ainda envolver
                                                                           as partes interessadas pertinentes como, por
                                                                           exemplo, as áreas usuárias dos produtos e ser-
                                                                           viços contratados e os próprios fornecedores.
O relacionamento com fornecedores é desenvolvido também pelos              Os processos de seleção e qualificação de for-
processos gerenciais utilizados pela organização para identificação,       necedores devem, portanto, estar integrados a
qualificação e seleção de vários tipos de insumos necessários para         outras práticas da organização, contribuir para
sua operação e posicionamento estratégico por meio de parcerias.           o alcance dos seus objetivos e constituir um
Mesmo que algumas instituições vejam a gestão dos fornecimentos            processo amplo e participativo, não devendo
como um processo de apoio, ela merece consideração, em virtude da          ficar restritos à área de suprimentos.
relação direta que os fornecedores têm com a qualidade dos produ-
tos disponibilizados pela organização.                                     A seleção de um fornecedor é o processo de es-
                                                                           colha de um fornecedor, segundo critérios de
Fornecedor é qualquer pessoa física ou jurídica que forneça bens ou        seleção definidos, dentro do mercado de atua-
serviços à organização. Este fornecimento pode ocorrer em qualquer         ção da organização. Um critério de seleção de
estágio dentro dos processos da organização, desde a compra de ma-         fornecedor determina quais os requisitos que o
térias primas e insumos até serviços de pós-venda, por exemplo. Os         fornecedor deve ter ou cumprir, para ser esco-
fornecedores podem ser classificados ou agrupados como distribui-          lhido como possível fornecedor da organização.
dores, revendedores, prestadores de serviços terceirizados, trans-
portadores, contratados, franqueados e os que suprem a organização         A qualificação de um fornecedor é o processo
com materiais e componentes. Em geral, são também considerados             de aprovação de um fornecedor, previamente
fornecedores os prestadores de serviços nas áreas de saúde, alimen-        selecionado, segundo critérios definidos pela
tação, segurança patrimonial, treinamento e educação.                      organização. Os critérios de qualificação de
                                                                           fornecedores estabelecem os requisitos que o
A gestão do relacionamento com os fornecedores deve buscar a conso-        possível fornecedor deve ter ou cumprir para
lidação de relações duradouras e vantajosas para ambas as partes, carac-   ser aprovado efetivamente como fornecedor
terizando oportunidades de formação de parcerias, especialmente com        da organização. São também utilizados para
aqueles considerados estratégicos pela organização. Esta busca caracte-    estabelecer o “ranking” dos fornecedores, ou
riza a presença do fundamento “Desenvolvimento de Parcerias”.              seja, o posicionamento de cada um deles na lis-
                                                                           tagem que mostra o grau de satisfação com os
QUALIFICAÇÃO E SELEÇÃO DE FORNECEDORES                                     produtos e serviços fornecidos à organização.

                                                                           Sugere-se que o processo de seleção dos forne-
Pela importância e influência dos fornecedores nos processos da or-        cedores anteceda ao processo de qualificação,
ganização, é necessário escolher adequadamente os fornecedores,            isto é, o estabelecimento de uma carteira de
principalmente aqueles que suprem a organização com materiais              fornecedores seja conduzido em duas etapas.
e serviços críticos. Os materiais e serviços críticos são aqueles que
influenciam diretamente a qualidade dos produtos disponibiliza-            São exemplificados a seguir, critérios usual-
dos pela organização, afetando, assim, a satisfação dos clientes. Por      mente adotados para a seleção e qualificação de
exemplo, a qualidade de uma peça construída a partir de uma chapa          fornecedores de materiais e serviços críticos:
de aço não será melhor — ou pior — que a qualidade da chapa de
aço suprida por um fornecedor e utilizada na construção da peça.           • 	 Proximidade da organização; dentro de
Da mesma forma, a qualidade da pintura de uma parede, executada                um raio de 100 Km.
por um profissional contratado, não será melhor que a qualidade da
pintura entregue ao cliente da organização.                                • 	 Tempo de atuação no mercado; mínimo
                                                                               de 2 anos.
Outros itens de fornecimento podem afetar a segurança das pessoas e        • 	 Número de funcionários: mínimo de 10.
das instalações, sendo então considerados como críticos. Como exem-
plos, podemos citar os EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual),        • 	 Outros critérios, de acordo com as pe-
os cabos de aço e acessórios utilizados para suspensão de cargas, rea-         culiaridades do material ou serviço a ser
gentes para tratamento de água potável e muitos outros.                        fornecido.
                                                                           Estas informações podem ser obtidas a par-
Pela importância do fornecedor nos negócios e na missão da organiza-       tir de um cadastro elaborado pelo próprio
ção, a seleção e qualificação dos fornecedores devem ser feitas segundo    fornecedor ou informações obtidas no mer-
critérios definidos, estabelecidos em práticas de gestão e padrões de      cado pela organização.
trabalho adequados, mantidos sob permanente controle e submetidos a


                                                                           Processos | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 15
A análise destas informações vai definir a seleção — ou    Tabela 4 – Exemplos de práticas de gestão de fornecedores.

não — do fornecedor. Os fornecedores selecionados           Seleção e Qualificação de Fornecedores
passam à condição de possíveis fornecedores da orga-
                                                            Conforme detalhado no Perfil da Empresa, a organiza-
nização, dependendo de sua aprovação nos critérios de
                                                            ção se relaciona com fornecedores caracterizados em três
qualificação. A qualificação de fornecedores seleciona-     tipos: distintos: Produtivos, Comerciais e de Serviços.
dos observa, por exemplo, as questões:                      O DSUP, através de suas práticas de gestão, promove
                                                            diariamente a integração entre fornecedores e clientes
• 	 O preço é justo e adequado?                             internos, assegurada pelo cumprimento dos padrões do
                                                            processo de compras (SMT085, SMT109, SMT131)
• 	 O fornecedor propõe e cumpre os prazos de entre-        e do processo de Almoxarifado (SMT072, SMT090,
    ga contratados?                                         SMT118). O DSUP é responsável pelo gerenciamento
• 	 A qualidade do material ou serviço é adequada?          dos processos de seleção e qualificação de fornecedores
                                                            produtivos e comerciais, visando atender às necessidades
• 	 O fornecedor disponibiliza Assistência Técnica (ou      de seus clientes internos nos aspectos de qualidade, cus-
    pós-venda)?                                             to e prazo. A seleção e qualificação de fornecedores de
                                                            Serviços são de responsabilidade da GMUA.
• 	 Outros critérios, de acordo com as peculiaridades
    do material ou serviço a ser fornecido.                 A qualificação destes fornecedores é o resultado de um
                                                            trabalho conjunto dos clientes internos e a área de Supri-
Para aplicar esses critérios de qualificação é importan-    mentos, tomando como base, principalmente, os avanços
te solicitar ao possível fornecedor, previamente sele-      tecnológicos e, a partir daí, são definidos os respectivos
cionado, a indicação de três clientes atuais — nome         requisitos, formalizados através do padrão SMT109.
do cliente, pessoa de contato e número do telefone          Dentre os critérios podem ser destacados: referencial de
                                                            mercado, menor custo, capacidade de fornecimento (vo-
de contato. Esta solicitação pode fazer parte do ca-
                                                            lume e prazo), equipamentos instalados, capacidade de
dastro elaborado pelo fornecedor na etapa de seleção.       produção, certificação na ISSO 9001:2000, regularidade
Normalmente o responsável pelas compras é a pessoa          fiscal e histórico de fornecimento. A partir dos resulta-
mais indicada no cliente do fornecedor para mostrar as      dos obtidos na seleção, os fornecedores são qualificados
informações relativas aos critérios de qualificação. A      e assim se mantêm enquanto estiverem ativos no sistema
organização analisa as informações obtidas dos clientes     integrado de compras (SAP/R3).
atuais do possível fornecedor e define pela sua qualifi-    Exemplo de critérios para seleção e qualificação de for-
cação — ou não qualificação — como fornecedor.              necedores:

A Figura 8 mostra como uma organização seleciona,                Tipos de
                                                                                  Critérios para Seleção e Qualificação
qualifica, desenvolve e monitora os seus fornecedores:         fornecedores
                                                                Produtivos      São avaliadas a qualidade dos produtos
                                                                                fornecidos (por meio da análise docu-
                                                                                mentada da amostra/lote experimental
                                                                                — no mínimo três) e a sua capacidade
                                                                                técnica em atender aos requisitos de for-
                                                                                necimento especificados. São também
                                                                                analisados os riscos de suprimento rela-
                                                                                cionados com a capacidade de forneci-
                                                                                mento contínuo e a qualidade.

                                                           Fonte: Relatório da Gestão da Belgo — Usina de Monlevade
                                                           — Prêmio Mineiro da Qualidade 2004.



                                                           AVALIAÇÃO E COMUNICAÇÃO SOBRE O
                                                           DESEMPENHO DE FORNECEDORES

                                                           A organização deve estabelecer critérios para avaliação
                                                           dos fornecedores. Estes requisitos estarão ligados aos re-
                                                           quisitos relacionados ao fornecimento, ou seja, às especi-
                                                           ficações ou o detalhamento do material ou serviços a se-
                                                           rem supridos pelo fornecedor. Esses critérios devem ser
Fig. 8 – Seleção, Avaliação, Desenvolvimento e             comunicados previamente aos fornecedores, propician-
Monitoramento dos Fornecedores.                            do-lhes a oportunidade de direcionarem seus esforços no
Fonte: Relatório da Gestão da “Suspensys”. PGQP, 2006.     sentido de assegurar o entendimento dos requisitos do
                                                           fornecimento e receberem uma boa avaliação.
Na Tabela 4 a seguir são descritas algumas práticas para
qualificação e seleção de fornecedores da Belgo — Usina
de Monlevade:



16 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Processos
A exata especificação do material ou serviço a ser ad-        Como prática de gestão para o monitoramento do de-
quirido é fundamental para que o fornecedor entenda           sempenho de cada fornecedor qualificado, sugere-se
claramente e corretamente o que está sendo solicitado         estabelecer indicadores de desempenho relacionados
ou comprado e, nestas condições, possa atender cor-           aos fatores do critério de qualificação e proceder a uma
retamente o que está sendo solicitado. O fornecedor           análise, por exemplo, semestral, dos resultados destes
não tem como “adivinhar” o que está sendo pedido.             indicadores:
Se não for claramente apresentado para o fornecedor
                                                              • 	 Indicador de desempenho de preço: os preços pra-
qual é a real necessidade da organização para aquele
                                                                  ticados pelo fornecedor são justos? Estão coerentes
fornecimento, certamente ocorrerão erros na entrega e
                                                                  com os preços do mercado? Estão atendendo às ne-
começarão a surgir problemas no relacionamento com
                                                                  cessidades e expectativas da organização?
o fornecedor. Os erros poderão estar associados à espe-
cificação do material ou serviço adquirido, ao preço, às      • 	 Indicador de desempenho de entregas: quantas en-
quantidades, ao prazo de entrega e outros fatores.                tregas o fornecedor fez, por exemplo, nos últimos seis
                                                                  meses? Quantas ocorreram no prazo? Quantas foram
A organização deve estabelecer os métodos pelos quais             entregues com atraso?
comunica, transmite ou passa para o fornecedor os re-
                                                              • 	 Indicador de desempenho da qualidade dos mate-
quisitos relacionados ao fornecimento, bem como os
                                                                  riais ou serviços: os usuários dos materiais ou servi-
critérios utilizados para a sua avaliação.
                                                                  ços estão satisfeitos quanto à qualidade recebida?
Para evitar erros e problemas de relacionamento, todo         • 	 Indicador de assistência (ou pós-venda): também
fornecimento, compra, ou aquisição, de materiais ou               deve ser verificado junto aos usuários dos materiais
serviços, deve ser confirmado por um Pedido de Com-               ou serviços fornecidos: o fornecedor presta assis-
pra, contendo, no mínimo, as seguintes informações ou             tência ou apoio quando necessário ou requisitado?
requisitos de fornecimento, por exemplo:
                                                              • 	 Outros indicadores, peculiares aos materiais ou ser-
• 	 Nome e endereço do fornecedor.                                viços fornecidos.
• 	 Descrição ou especificação detalhada e objetiva do        Com base na análise dos resultados destes indica-
    material ou serviço sendo adquirido.                      dores a organização estabelece uma conclusão ou
                                                              parecer na forma de uma pontuação, ou de um co-
• 	 Preço negociado e contratado.
                                                              mentário relativo a cada indicador de desempenho.
• 	 Prazo e local de entrega negociados e contratados.        Pode ser estabelecida uma forma de classificação nas
                                                              categorias “Ruim”, “Regular” ou “Ótimo”, concluin-
• 	 Outras informações negociadas e contratadas, particu-
                                                              do pela manutenção — ou não — da qualificação do
    lares ao fornecimento ou às partes envolvidas (fornece-
                                                              fornecedor avaliado.
    dor e comprador).
                                                              Como forma de reconhecimento associada a avaliação
A comunicação ao fornecedor pode ser feita por meio
                                                              é usual estabelecer um “ranking” entre os fornece-
de canais como Correios, fax e e-mail. Devem ser evi-
                                                              dores, premiando aqueles melhor colocados e reava-
tadas como elemento de formalização as comunicações
                                                              liando a situação dos que sistematicamente ocupam as
por telefone ou pessoais. Sempre que ocorrerem, elas
                                                              posições inferiores do “ranking”, quanto à sua perma-
devem ser confirmadas com o uso de um dos meios de
                                                              nência no quadro de fornecedores qualificados.
comunicação adequados. É conveniente solicitar do
fornecedor uma confirmação de recebimento do Pedi-
                                                              Os resultados desta análise devem ser comunicados ao
do de Compra, verificando, nesta oportunidade, se os
                                                              fornecedor pelos Correios, Fax, e-mail ou entregues
requisitos do fornecimento estão claramente comunica-
                                                              pessoalmente. Para os indicadores que apresentam re-
dos e entendidos pelo fornecedor.
                                                              sultados insatisfatórios, deve ser solicitado um plano
A organização utiliza os fornecedores previamente             de ação para a melhoria do resultado. Este plano de
qualificados para o suprimento de materiais e servi-          ação deve ser acompanhado junto ao fornecedor até
ços. É importante assim que esses fornecedores sejam          que os resultados do indicador retornem à condição
avaliados quanto ao seu desempenho para verificar se          normal.
estão atendendo às necessidades da organização e de
outras partes envolvidas.                                     A organização observa se os fatores dos critérios uti-
                                                              lizados para a qualificação de fornecedores foram le-
A avaliação de desempenho dos fornecedores, entre ou-
                                                              vantados ou verificados junto aos clientes atuais e in-
tras formas, pode ser feita por meio de indicadores de
                                                              formados pelo próprio fornecedor. Para a avaliação do
desempenho. Esta avaliação deve ser feita a intervalos
                                                              fornecedor, os mesmos fatores são verificados interna-
definidos e seu resultado deve ser comunicado aos for-
                                                              mente, uma vez que o fornecedor agora já é conheci-
necedores. Esta comunicação dos resultados da avaliação
                                                              do na organização. A Tabela 5 mostra um exemplo de
objetiva motivar, ou exigir, dos fornecedores, uma me-
                                                              prática para avaliação de fornecedores:
lhoria continua nos seus processos relativos aos forneci-
mentos à organização.


                                                                        Processos | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 17
Tabela 5 – Exemplos de práticas de avaliação de fornecedores. 


SEGMENTO
                                                                      INDICADOR DE
(Classificação QUALIFICAÇÃO                REQUISITOS                                                   MONITORAMENTO
                                                                       DESEMPENHO
de Materiais)

                                                                - QN= Quantidade recusada ou        - Acompanhamento mensal das
                                       - Conformidade do              devolvida (não-conforme)        características dos insumos,
                                         Produto                - QR= Quantidade aceita dom           avaliando capacidades e
                                                                      restrição                       tendências

                                                                - (1) Identificação adequada das    - Acompanhamento mensal dos
                   - Avaliação de                                     embalagens;                     itens fora do prazo
                  Classe Especial      Condições de Entrega     - (2) Adequação da embalagem
                Fornecedores Classe                             - (3) Transporte adequado para o    - Acompanhamento mensal dos
                      Especial                                        tipo de embalagem;              itens com erro de documentação
                                                                PA= Quantidade fornecida fora
   Materiais                                                            do prazo
    Classe                                                      ED= Quantidade fornecida com
                                       - Pontualidade;
   Especial                                                             erro de documentação
                                       - Conformidade da
                                         Documentação                   (certificado, condição de
                                                                        pagamento, etc.).

                                       - Certificações em       - Certificações em normas ISO e     - Acompanhamento semestral das
                                         Sistema de Gestão.       Responsabilidade Social.            certificações

                - PDF (Classificação   - Sistema da Qualidade   - Sistema de Qualidade com grau     - Realização da Auditoria a, no
                    “A” ou “B”)          do Fornecedor            de atendimento mínimo de 80%        máximo, cada dois anos

                                       - Índice de Desempenho                                       - Relatório Trimestral com envio
                                                                - IDF > 70%
                                         do Fornecedor                                                do resultado para os fornecedores

                          Fonte: Relatório da Gestão da Belgo — Usina de Monlevade — Prêmio Mineiro da Qualidade 2004.

                          ENVOLVIMENTO DOS FORNECEDORES QUE ATUAM DIRETAMEN-
                          TE NOS PROCESSOS DA ORGANIZAÇÃO

                          Os fornecedores que atuam diretamente nos processos da organização são os que executam
                          serviços nos processos e que, nesta condição, substituem os funcionários próprios. Para a orga-
                          nização, a relevância do trabalho executado é a mesma, a diferença ficando apenas na natureza
                          do vínculo empregatício.

                          Os funcionários dos fornecedores que atuam diretamente nos processos da organização são
                          similares aos funcionários da própria organização e, nesta condição, também devem conhe-
                          cer, se envolver e se comprometer com os Valores e Princípios organizacionais e com os
                          aspectos relativos à segurança e à saúde ocupacional. Os aspectos relativos à segurança e à
                          saúde são estabelecidos em normas ou regulamentações internas, que definem os procedi-
                          mentos obrigatórios para o trabalho referente à segurança e à saúde.

                          As seguintes práticas de gestão podem ser adotadas, por exemplo, quando da contratação de
                          fornecedores que atuam diretamente nos processos da organização:

                          • 	 Inclusão em cláusula do contrato de prestação de serviço da obrigatoriedade de conheci-
                              mento, envolvimento e comprometimento dos funcionários do fornecedor com os Valo-
                              res e Diretrizes organizacionais da organização contratante.
                          • 	 Apresentação e explicação dos Valores e Princípios organizacionais para os funcionários
                              dos fornecedores que atuam diretamente nos processos da organização. Posteriormente
                              à apresentação, verificar o entendimento desses funcionários com relação aos Valores e
                              Princípios da organização. Em intervalos adequados e pertinentes, repetir a apresentação
                              para os funcionários do fornecedor.
                          • 	 Treinamento dos funcionários do fornecedor nas normas e práticas internas relacionadas
                              aos fatores de segurança e saúde da organização. Acompanhar, sistematicamente, o cum-
                              primento das normas e práticas internas pelos funcionários do fornecedor.

                          A responsabilidade pela aplicação dessas práticas pode ser atribuída à área de gerenciamen-
                          to de contratos ou compras, que utilizarão o apoio das áreas de treinamento da organização.


18 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Processos
PROCESSOS ECONÔMICO-
FINANCEIROS
O gerenciamento das finanças da organização, pela sua importância no contexto da admi-
nistração tem destaque dentro do modelo de excelência da gestão. Compreende-se como
gestão econômico-financeira, o conjunto de todas as atividades coordenadas para dirigir e
controlar uma organização no que diz respeito às suas posições e transações em moeda. Os
seus responsáveis devem planejar os aspectos econômicos e financeiros do negócio e realizar
o controle correspondente, conforme mostrado a seguir.


GERENCIAMENTO DOS ASPECTOS QUE CAUSAM IMPACTO NA
SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA DO NEGÓCIO

Em função da natureza da organização e do seu ramo de negócios e, também, das estratégias
formuladas para assegurar a sua participação e manutenção no mercado e seu crescimento
adequado e necessário, existem aspectos que são críticos ou relevantes para garantir a sus-
tentabilidade econômica do negócio. Estes são os aspectos que causam impacto na saúde
financeira da organização. Esta saúde financeira compreende receitas garantidas e despesas
equilibradas, de forma a manter a operação contínua da organização com uma geração de
resultados como os lucros, o que vai assegurar a sua sustentação econômica.

Estes aspectos são peculiares a cada organização e dependerão, essencialmente, da Missão
e da Visão da organização, do seu ramo de negócios, do seu mercado de atuação, dos seus
principais clientes, dos seus acionistas e das estratégias estabelecidas para garantir a manu-
tenção e crescimento contínuo, de forma equilibrada de seus negócios.

A organização deve ser gerenciada, quanto aos seus aspectos econômicos e financeiros, por
meio de indicadores de desempenho relacionados aos aspectos que causam impacto na sus-
tentabilidade econômica do seu negócio, ou que garantem a sua saúde financeira.

Os parâmetros econômico-financeiros ou, os indicadores de desempenho econômico-finan-
ceiros, são específicos de cada organização em função da natureza de seu negócio, ramo de
atividade e mercado de atuação. Cada organização deve identificar, estabelecer e monitorar os
seus próprios parâmetros econômico-financeiros. Apesar da especificidade destes parâmetros,
alguns são de natureza geral ou universal, e estão relacionados à estrutura, liquidez, atividade
e rentabilidade da organização, abaixo exemplificados:

• 	 Alguns dos parâmetros econômico-financeiros relativos ao grupo de estrutura são parâ-
    metros medidos e monitorados pelos seguintes indicadores:
    -	 Endividamento – é o passivo circulante mais o exigível de longo prazo, divididos pelo
       patrimônio líquido.
    -	 Composição do endividamento – é o passivo circulante dividido pelo passivo circu-
       lante mais o exigível de longo prazo.
    -	 Endividamento oneroso – são os recursos onerosos divididos pelo passivo circulante
       mais o exigível de longo prazo.
    -	 Imobilização – é o ativo permanente dividido pelo patrimônio líquido.
• 	 Parâmetros econômico-financeiros relativos ao grupo de liquidez são, dentre outros, os
    parâmetros medidos e monitorados pelos seguintes indicadores:
    -	 Liquidez corrente – é o ativo circulante dividido pelo passivo circulante.
    -	 Liquidez geral – é o ativo circulante mais o realizável de longo prazo dividido pelo
       passivo circulante mais o exigível de longo prazo.




                                                                          Processos | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 19
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  • 1. CADERNOS RUMO À EXCELÊNCIA PROCESSOS
  • 2. SÉRIE CADERNOS RUMO À EXCELÊNCIA RESPONSABILIDADE COLABORAÇÃO Antônio Tadeu Pagliuso – Superintendente Geral Carla Marina Soriano Marcelo Marinho Aidar – Superintendente de Premiação e C. Adriano Silva Aplicações do MEG Christiane Rodrigues Correia REDAÇÃO PROJETO E PRODUÇÃO GRÁFICA COORDENAÇÃO GERAL Inah de Paula Comunicações Caio Márcio Becker Soares REVISOR TÉCNICO © DIREITOS RESERVADOS Ronaldo Darwich Camillo Proibida a reprodução total ou parcial desta publicação EQUIPE sem o prévio consentimento, por escrito, da FNQ. Critério 1 - Ivana Mara Rodrigues da Silva. Critério 2 - Marcel Menezes Fortes. Critério 3 - Gênia Porto. Publicado por Critério 4 - José Neci Corrêa Oliveira Junior e Nicole Orfali. Critério 5 - Ivana Mara Rodrigues da Silva. Critério 6 - Roberta Aquino. Critério 7 - João Gilberto Andrade. Critério 8 - Juliano Reimundo Zimmermann. REVISÃO ORTOGRÁFICA E GRAMATICAL Mônica Silva MISSÃO VISÃO Disseminar os fundamentos da excelência em Ser um dos principais centros mundiais de gestão para o aumento de competitividade das estudo, debate e irradiação de conhecimento organizações e do Brasil. sobre excelência em gestão. Fundação Nacional da Qualidade Cadernos Rumo à Excelência®: Processos / Fundação Nacional da Qualidade. - São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2008. – (Série Cadernos Rumo à Excelência) Inclui bibliografia ISBN 978-85-60362-75-2 1. Rumo à Excelência. 2. Fundação Nacional da Qualidade. 3. Gestão da Qualidade Total. 4. Excelência empresarial. CDD 658.562 2 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Processos
  • 3. APRESENTAÇÃO Este Caderno compõe a série Cadernos Rumo à Excelência, que tem por finalidade divulgar o Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) da FNQ - Fundação Nacional da Qualidade nos seus níveis de maturidade da gestão. Desti- na-se a esclarecer as dúvidas de seus usuários sobre o Modelo e a satisfazer aqueles que desejam aprofundar seus conhecimentos sobre seu conteúdo. É uma valiosa ferramenta para quem pretende aperfeiçoar-se como membro da Banca Examinadora dos Prêmios Regionais, aprimorar a gestão de sua organização ou preparar uma candidatura aos Prêmios Regionais ou Setoriais. O Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) está apresentado na publicação Rumo à Excelência – Critérios para a avaliação do desempenho e diagnóstico organizacional”, editada, anualmente, pela FNQ. Para uma leitura mais eficaz dos cadernos desta série, recomenda-se que seja efetuada em conjunto com os fundamentos da excelência e os critérios Rumo à Excelência. Os Cadernos Rumo à Excelência são publicados na forma de “apostila”, de modo a tornar a leitura mais agradável e a facilitar seu manuseio. A série está organizada em nove volumes: • Introdução ao Modelo de Gestão da • Sociedade Excelência da Gestão® (MEG) • Informações e Conhecimento • Liderança • Pessoas • Estratégias e Planos • Processos • Clientes • Resultados Escritos em linguagem acessível, os Cadernos Rumo à Excelência descrevem como os requisitos do Rumo à Excelência podem ser implementados a partir de soluções práticas, sem caráter prescritivo. Como ilustração, são apresentados exemplos de empresas finalistas ou vencedoras dos Prêmios Regionais, revelando o quanto podem ser proativas, refinadas ou inovadoras as abordagens adotadas. Espera-se que o leitor seja estimulado a consultar os Cadernos Rumo à Excelência sempre que necessário e que se beneficie com os exemplos apresentados. A série está disponível também em meio eletrônico – www.fnq.org.br. Equipe de Redação Processos | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 3
  • 4. PROCESSOS SUMÁRIO APRESENTAÇÃO....................................................................................................................3 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................5 PROCESSOS PRINCIPAIS DO NEGÓCIO E PROCESSOS DE APOIO ......................6 PROCESSOS DE RELACIONAMENTO COM OS FORNECEDORES ................ 15 PROCESSOS ECONÔMICO-FINANCEIROS .................................................................19 BIBLIOGRAFIA .....................................................................................................................23 4 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Processos
  • 5. INTRODUÇÃO Toda organização opera como um sistema, ou seja, um conjunto de processos inter-relacionados que in- teragem para o alcance de determinados fins. Eles são executados continuamente pelas pessoas integrantes da sua força de trabalho. Os produtos, que são bens ou serviços provenientes de um processo, constituem a entrada para outro ou para outros processos até sua chegada ao consumidor para o uso. A figura 1 ilustra o inter-relacionamento dos diversos processos da organi- zação formando um sistema e mostra o posicionamen- to das diversas partes interessadas: • fornecedores, A gestão dos processos de uma organização que busca • clientes internos e externos, a excelência apóia-se no fundamento Orientação por processos e informações. Este fundamento indica que • colaboradores, a organização deve ser compreendida e gerenciada por • acionistas e meio de processos, visando à melhoria do desempenho e a agregação de valor para as partes interessadas. In- • sociedade: dica também que a organização compreende e agrupa logicamente o conjunto dessas atividades, visando fa- AC cilitar a tomada de decisões e execução de ações. Isso é realizado com base na medição e análise do desem- ORGANIZAÇÃO penho, levando-se em consideração as informações FO disponíveis e o uso de indicadores adequados, além de CI/CO CI/CO CI/CO incluir os riscos identificados. FO CE As práticas de gestão utilizadas para o gerenciamento FO CI/CO CI/CO dos processos principais do negócio, dos processos de apoio, do relacionamento com os fornecedores e dos S aspectos econômico-financeiros devem apresentar ca- racterísticas do nível de maturidade alcançado. Essas LEGENDA: características incluem a adequação, a proatividade, a CI - Cliente interno CO - Colaborador AC - Acionista disseminação, a continuidade, o refinamento e integra- CE - Cliente externo FO - Fornecedor S - Sociedade ção com as estratégias e objetivos, entre as áreas, com Fig. 1 – Inter-relacionamento dos processos e outras práticas de gestão da organização e com as partes posicionamento das Partes Interessadas. interessadas. Essas características constituem aspectos importantes para demonstrar o estágio de maturidade O Critério Processos no Modelo “Rumo à Excelência” abor- da gestão de uma organização os quais são detalhados da a forma como a organização identifica os requisitos para no Caderno de Introdução ao Modelo de Excelência da Ges- projetar, e como gerencia e melhora seus processos prin- tão®, cuja leitura é recomendada. cipais, de apoio, de relacionamento com os fornecedores e os processos econômico-financeiros. Considera como os Um processo compõe-se de atividades inter-relacio- processos são organizados para assegurar o atendimento das nadas que, executadas numa seqüência determinada, necessidades e expectativas dos clientes e demais partes conduzem a um resultado esperado, transformando interessadas. insumos (entradas) em bens ou serviços (saídas). Es- tes bens ou serviços devem assegurar o atendimento Todo processo deve, necessariamente, agregar valor na das necessidades e expectativas dos clientes e outras percepção dos seus clientes. Agregar valor significa que partes interessadas. É comum também conceituar pro- a saída do processo tem maior valor que as suas entra- cesso como um conjunto de MEIOS que, operados de das consideradas individualmente, ou no seu conjunto. forma organizada, atingem determinados FINS, ou Este valor maior na saída é a percepção do cliente com EFEITOS planejados. relação à agregação de características valiosas obtidas em decorrência do processo e é o que garante a sobrevi- A Figura 2 mostra a estrutura básica de um processo e vência do negócio. as suas interfaces com o fornecedor e com o cliente: Processos | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 5
  • 6. Entradas Saídas Fornecedor Processo Cliente (produtos (insumos) /serviços) Fig. 2 – Conceito de processo O trabalho necessário para cumprir a missão da organização é realizado de maneira estru- turada por meio de processos. O planejamento dos processos é realizado a partir da iden- tificação das necessidades e expectativas dos clientes e das demais partes interessadas e toda a organização opera, considerando requisitos determinados, buscando atendê-las. Para cumprir esta missão, a organização precisa mapear os processos, definindo as atividades e as responsabilidades das pessoas envolvidas e estabelecendo o uso adequado dos recursos disponíveis. Nestas condições, as pessoas operam os processos e, também, participam no planejamento das atividades, na prevenção e solução de problemas, na eliminação de des- perdícios e no aumento da produtividade. A gestão por processos une as pessoas da organiza- ção em torno de objetivos comuns, criando um ambiente agradável, cooperativo e produtivo, o qual assegura os resultados da organização. PROCESSOS PRINCIPAIS DO NEGÓCIO E PROCESSOS DE APOIO Os processos principais do negócio são os processos relacionados à geração dos produtos, bens ou dos serviços, para atender às necessidades e expectativas dos clientes e demais partes in- teressadas, agregando valor. Os processos de apoio são aqueles que dão suporte aos demais, contribuindo, assim, para o sucesso da organização, no objetivo de agregar valor para as partes interessadas. Esses processos considerados no Modelo Rumo à Excelência tratam dos métodos que a organização utiliza para identificar os requisitos, projetar, gerenciar e aprimorar seus pro- cessos e produtos. Produtos são o resultado de atividades ou processos e correspondem a objetivos esperados dos processos. Constituem a conseqüência dos processos. O termo produto inclui serviços, ou prestação de serviços, materiais e equipamentos, informações ou um conjunto ou uma combinação desses elementos. Neste Caderno o nome produto é utilizado com seu signifi- cado mais abrangente. Produtos podem ser tangíveis — passíveis de serem manipulados, tocados, apalpados, como, por exemplo, equipamentos e materiais, ou intangíveis — que não podem ser tocados ou manipulados, como, por exemplo, os conhecimentos adquiridos ou possuídos pelas pessoas, as tecnologias disponíveis numa organização, fruto de sua experiência, sua marca e outros. Denominam-se produtos intencionais aqueles que são objetivos da organização, com os quais ela cumpre a sua Missão, por exemplo, uma oferta aos seus clientes de bens ou servi- ços da organização. Os produtos não-intencionais são aqueles decorrentes das atividades da organização e que não são parte da sua Missão, por exemplo, um poluente ou outros efeitos indesejáveis gerados nos seus processos. A Figura 3 ilustra estes conceitos para produtos não-intencionais com relação à saúde e se- gurança e meio ambiente. 6 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Processos
  • 7. Perigos e riscos para segurança e saúde Produtos não- intencionais Insumos Produtos intencionais Produtos não- intencionais Aspectos e Impactos ambientais Fig. 3 - Produtos intencionais e não-intencionais Dentre os processos principais do negócio • Os chamados “Serviços Gerais”, relaciona- estão incluídos: dos à segurança patrimonial, limpeza, etc. • Processos de comercialização de produtos. • Outros processos de apoio podem se fa- zer necessários, em função da natureza • Processos de projeto dos produtos. do negócio da organização, seus produ- • Processos de produção dos produtos. tos ou serviços e demandas das suas par- tes interessadas. • Processos de expedição e entrega de produtos. Não existem critérios rígidos para a classifi- • Processos de pós-venda (assistência téc- cação dos processos, em principais do negó- nica, por exemplo). cio e de apoio. Esta classificação é específica para cada organização. Por exemplo, numa • Outros processos, peculiares a cada orga- organização cujo negócio é o fornecimento nização. de mão de obra, os processos de recruta- mento, seleção e administração de pessoal Dentre os processos de apoio destacam-se: compõem os seus processos principais do • Processos de administração financeira e negócio; por outro lado, para uma organiza- tributária ção que presta serviços de limpeza e conser- vação predial, com utilização intensiva de • Processos de recrutamento, seleção e ad- mão-de-obra, os processos de recrutamento, ministração de pessoal. seleção e administração de pessoal são tipi- • Processos de manutenção dos equipa- camente processos de apoio. mentos e instalações. • Processos de aquisição de matérias-pri- Os processos de apoio aparecem como mas, peças para manutenção e serviços atividades de grande importância, ten- de terceiros do em vista seu íntimo relacionamento com a produção. • Processos de tratamento das informações Waldir Lima, Caterpillar Brasil. Processos | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 7
  • 8. REQUISITOS APLICÁVEIS AOS PROCESSOS A identificação de necessidades ocorre nos proces- PRINCIPAIS DO NEGÓCIO E AOS PROCES- sos relacionados aos clientes (Critério 3), à socie- dade (Critério 4), aos fornecedores e aos clientes SOS DE APOIO internos (os executores dos processos da organiza- ção) (Critério 7), aos acionistas (Critérios 1 e 2) e A organização deve projetar ou modificar seus proces- aos funcionários ou colaboradores (as pessoas que sos principais do negócio e os seus processos de apoio, compõem a força de trabalho da organização) (Crité- de forma a atender aos requisitos das partes interessa- rio 6). Esta identificação das necessidades decorre, das. Para determinar com segurança e de forma estru- muitas vezes, das várias formas de interação exis- turada esses requisitos, a organização deve estabelecer tentes entre a organização e suas partes interessadas práticas de gestão e os respectivos padrões de trabalho, (Ver figura 1). adequados para essa identificação dos requisitos. Requisitos são a tradução das necessidades dos clientes PROJETO DOS PROCESSOS PRINCIPAIS DO e das demais partes interessadas, em características obje- NEGÓCIO E DOS PROCESSOS DE APOIO tivas para os produtos oferecidos pela organização. Estas necessidades dos clientes, ou das demais partes interes- Os produtos e os processos de comercialização, produ- sadas, podem ser expressas de maneira formal ou infor- ção da organização são projetados, ou modificados, a mal. Os requisitos de um produto compreendem tudo partir dos requisitos com o objetivo de atendê-los na aquilo que ele deve conter ou cumprir para satisfazer as sua totalidade. São os requisitos traduzidos das neces- necessidades dos clientes ou outras partes interessadas. sidades identificadas para as partes interessadas. Esta criação ou projeto, bem como a modificação dos pro- A partir das necessidades dos clientes e das demais dutos e processos de produção, são feitas por meio dos partes interessadas, são definidos os requisitos para processos de projeto. os produtos disponibilizados pela organização, para os processos principais do negócio e, conseqüente- Novos processos de apoio podem ser necessários mente, os requisitos a serem atendidos pelos pro- a partir da realização de novos negócios, de novas cessos de apoio. linhas de produto ou de novas demandas por parte dos clientes, da sociedade, do mercado ou de outras A Tabela 1 mostra exemplos típicos desses requisitos. partes interessadas. Quando essas demandas estão presentes, é necessário identificar os novos proces- Tabela 1 – Exemplos de requisitos decorrentes das sos de apoio para apoiar os novos processos rela- necessidades das Partes Interessadas. tivos ao produto, ou novos processos principais do negócio, que vão permitir à organização atender a Parte interessada Exemplos de requisitos essas novas demandas. Os novos processos de apoio Clientes • Especificações técnicas de um também terão que ser projetados segundo os pro- produto ou serviço; cessos de projeto. • Prazo de entrega; • Prazo de garantia; Compreende-se, como processo de projeto, o conjunto • Preço e as condições de pagamento de todas as atividades pré-estabelecidas e executadas e muitos outros. numa seqüência planejada com o objetivo de estabe- lecer ou criar produtos, serviços e processos principais Sociedade • Não produzir efluentes poluidores do ar, água e solo do negócio e de apoio que atendam completamente as necessidades das partes interessadas, traduzidas ou Colaboradores • Salário compatível com a função e estabelecidas na forma de requisitos do produto, do com o mercado; serviço e dos processos. • Oportunidade de desenvolvimento pessoal e profissional; A organização deve, então, estabelecer processos de • Tratamento justo e muitos outros. projeto para os produtos e processos principais do Acionistas • Retorno adequado do capital negócio e de apoio, levando em consideração os re- investido; quisitos do produto, ou seja, aquelas características •Informações sobre a gestão da que satisfazem às necessidades e expectativas das organização; partes interessadas, principalmente os usuários dos • Perspectivas de desenvolvimento seus produtos. Um processo de projeto demandará do negócio, além de outros. recursos, não só financeiros, como também huma- Fornecedores • Negócios lucrativos; nos e materiais. Para este processo são sugeridas as • Oportunidades de parcerias; seguintes etapas, usualmente representadas por um • Relacionamentos duradouros, etc. fluxograma de processo: 8 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Processos
  • 9. • O planejamento do projeto inclui a definição dos res- • Validação do projeto é uma atividade que tem por ponsáveis e níveis de autoridade, definição dos prazos finalidade garantir que o produto resultante do pro- para a sua execução, das etapas constituintes deste jeto atende integralmente aos requisitos traduzidos processo e dos mecanismos de controle ou verificação das necessidades dos usuários e demais partes inte- a serem seguidos durante a realização do projeto. ressadas, quanto a sua aplicação e uso intencional. Sempre que possível a validação dever ser feita e • Entradas do projeto compreendem a definição e o concluída antes da efetiva entrega do produto ou registro dos requisitos traduzidos das necessidades início da prestação do serviço. Em certos casos a dos clientes. Dentre os requisitos, podem ser utili- validação é feita pelo próprio cliente após o recebi- zados os seguintes: mento do produto ou serviço. - Requisitos de funcionamento e desempenho; • Alterações de projeto ocorrem durante a sua re- - Requisitos legais ou regulamentadores, se fo- alização e mesmo após a sua conclusão. Estas al- rem aplicáveis; terações devem ser analisadas criticamente, pre- ferencialmente pelo mesmo grupo que cuida das - Informações originadas de projetos anteriores e análises do projeto, verificadas e validadas antes semelhantes; da sua implementação, considerando, inclusive, - Requisitos essenciais para o projeto e não con- o efeito das alterações nos produtos já entregues templados pelo cliente. quando a alteração for posterior à sua conclusão. Todas as entradas devem ser analisadas criticamente de forma a assegurar que os requisitos são adequados, com- CONTROLE DOS PROCESSOS PRINCIPAIS pletos, sem ambigüidades e não conflitantes entre si. DO NEGÓCIO E DOS PROCESSOS DE APOIO • Saídas do projeto são os produtos resultantes do Os processos devem ser controlados de modo a asse- processo de projeto e devem ser apresentadas de gurar que os produtos sejam entregues isentos de não- forma a permitir uma clara verificação em relação conformidades e no prazo adequado, atendendo aos às entradas do projeto. Estas saídas devem atender, requisitos que satisfaçam às necessidades das partes entre outros, os seguintes aspectos: interessadas. Conforme expresso na Introdução, a ges- - Responder integralmente às entradas do proje- tão dos processos afeta toda a gestão da organização, to, ou atender os requisitos traduzidos das ne- incluindo seus resultados, influenciando e sendo in- cessidades dos clientes; fluenciada pelas práticas relativas aos demais critérios do Modelo de Excelência da Gestão®. Algumas das - Fornecer informações adequadas e necessárias inter-relações mais evidentes da gestão dos processos para a aquisição, produção e fornecimento dos principais do negócio e de apoio com os demais itens produtos; do Rumo à Excelência são resumidas a seguir: - Definir os critérios para aceitação do produto e • A liderança exerce forte influência no gerencia- - Especificar as características do produto que mento dos processos, seja definindo os processos são essenciais para seu uso adequado e seguro. principais do negócio, seja estabelecendo melho- rias necessárias nestes, em decorrência da análise • Monitoramento do projeto são verificações rea- do desempenho da organização; lizadas ao longo das várias etapas do mesmo para assegurar o cumprimento das condições estabe- • Estratégias e planos resultantes da formulação das lecidas no planejamento do projeto, garantir que estratégias definem as melhorias necessárias nos con- os resultados obtidos atendem ou vão atender aos troles dos processos principais do negócio e de apoio; requisitos, identificar problemas e propor as ações • O conhecimento dos clientes e mercado define as necessárias. É recomendável que nestas reuniões prioridades que os processos devem considerar, de análise do projeto participem representantes de para atender às necessidades e expectativas dos todas as funções da organização envolvidas com os usuários; produtos objeto do mesmo. • A busca na redução dos impactos sócio-ambientais • A verificação do projeto é a avaliação final para as- afeta diretamente o desenvolvimento e operação segurar que as saídas do projeto atendem aos requi- dos processos; sitos de entrada e, conseqüentemente, atendem as • As necessidades operacionais dos processos defi- necessidades dos clientes e demais partes interes- nem a organização do trabalho, as necessidades de sadas. É recomendável que esta verificação seja capacitação e desenvolvimento da força de traba- feita por pessoa ou pessoas não envolvidas com o lho e a gestão dos fornecedores; projeto, mas que tenham conhecimento dos requi- • A gestão dos processos gera os resultados operacio- sitos ou necessidades dos clientes e demais partes nais, afetando diretamente a satisfação dos clientes e interessadas no produto dele decorrente. os resultados econômico-financeiros da organização. Processos | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 9
  • 10. Uma metodologia de projetos realizada em etapas de- processo de prestação de serviço, materiais ou serviços finidas, se bem ajustada e adequada à cultura da orga- fornecidos por terceiros podem não ser entregues nos nização, ao seu negócio e aos recursos disponíveis, cria prazos combinados ou a liberação de uma determina- condições para um gerenciamento adequado das opera- da área pelo cliente pode atrasar. Aquelas variáveis do ções, assegurando a geração de produtos isentos de não- processo que afetam diretamente a qualidade do pro- conformidades e no prazo adequado. O mesmo conceito duto ou serviço final entregue ao cliente são conside- aplica-se aos processos de apoio, que são desenvolvidos radas variáveis críticas do processo e devem ser contro- para assegurar produtos intermediários que atendam às ladas por meio de indicadores de desempenho. necessidades, em especial, dos seus clientes internos. Em resumo, para cada processo principal do negócio Os processos principais do negócio e os processos de apoio ou para cada processo de apoio é necessário: devem ser controlados com utilização de indicadores para • Especificar os requisitos do produto. Estes requisi- assegurar que os produtos ou serviços deles decorrentes tos foram identificados a partir das necessidades dos atendam às necessidades dos clientes e demais partes in- clientes, e devidamente tratados na metodologia de teressadas. A utilização de indicadores de desempenho projeto apresentada acima. para medir os requisitos desses processos é uma maneira • Estabelecer um indicador de desempenho para adequada para assegurar que estes requisitos estão sendo cada requisito do produto gerado no processo. atendidos. Para o adequado gerenciamento dos processos será necessário então estabelecer indicadores de desem- • Identificar as variáveis críticas do processo. penho para os requisitos do produto ou serviço e para as • Estabelecer um indicador para cada variável crítica variáveis críticas dos processos. do processo. As variáveis críticas do processo são os fatores que po- Os exemplos abaixo mostram como uma organização dem variar ou alterar durante a execução do processo, relaciona seus processos aos requisitos e daí extrai seus afetando os seus resultados. Por exemplo, num pro- indicadores. A figura 4 ilustra os processos principais, cesso industrial, temperaturas, pressões, torques, ve- requisitos e indicadores conforme estruturados pela locidades podem se alterar durante o processo. Num Belgo-Usina de Monlevade. PROCESSOS E DESCRIÇÃO SUMÁRIA REQUISITOS SINTERIZAÇÃO Sinterização tipo esteira contínua - Volume de produção Moderno sistema HPS (discos de pelotização) para utilização de finos de minério - Custo Capacidade atual: 1,75 M t/ano - Qualidade Principais insumos: minério de ferro, coque e fundentes Produto final: sinter, principal componente da carga metálica do Alto Forno ALTO FORNO Alto forno com moderno sistema de refrigeração que dispensa o uso de refratários. Sistema de car- regamento “topo sem cone”. - Volume de produção Granulador de escória - Custo Capacidade atual: 1,00 M t/ano - Qualidade Principais insumos: sinter, coque, calcário e quartato Produto final: gusa líquido, principal produto da aciaria ACIARIA Pátio de preparação de metálicos 2 preparadores para armazenagem de gusa - Qualidade do aço 2 convertedores LD-LBE de 110 t (1 “stanby”) - Preço 1 Forno Panela - Volume de produção 1 Máquina de Lingotamento Contínuo (MLC) - Custo Capacidade atual: 1,2 M t/ano Principais insumos: gusa líquido, sucatas, ferro, ligas e fundentes Produtos finais: tarugos de 12 m de comprimento e seção quadrada de 155 mm, pesando 2,15 t. LAMINAÇÃO Laminador 1: Forno de reaquecimento automático (120 t/h) 2 linhas de laminação e velocidade final de 75 m/s Sistema de resfriamento 2 compactadores novos (2003) automáticos - Qualidade do aço Capacidade atual: 675.000 t/ano - Prazo Produto final: fio-máquina com bitolas entre 5,5 mm e 16,0 mm. - Volume de produção Laminador 2: - Custo Forno de reaquecimento (140 t/h), automático 1 linha de laminação e velocidade final de 120 m/s Sistema de resfriamento 2 compactadores automáticos Capacidade atual: 525.000 t/ano Produto final: fio-máquina com bitolas entre 5,5 e 32,0 mm Fig. 4– Inter-relacionamento dos processos principais com os requisitos e definição de indicadores. Fonte: Relatório da Gestão da Belgo — Usina de Monlevade — Prêmio Mineiro da Qualidade 2004. 10 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Processos
  • 11. A figura 5 ilustra os processos de apoio e seus requisitos conforme estruturados pela Belgo- Usina de Monlevade. Processos Principais Requisitos Tecnologia de Automação Desenvolvimento de soluções em automação, controle e inteligência Aumento de produtividade computacional, buscando a melhoria contínua dos processos clientes. Entrega no prazo Melhoria contínua Disponibilidade Custos Planejamento anual e plurianual, informações gerenciais/ relatórios e Qualidade e confiabilidade dos dados análises de custos. Prazos Engenharia de Manutenção Apoio técnico, planejamento e gerenciamento de recursos para aten- Apoio técnico dimento de solicitações de projetos de melhoria dos equipamentos e Confiabilidade das instalações processos de Manutenção e Operação. Atendimento a projetos de melhoria Visão do ambiente externo de manutenção Utilidades e Meio Ambiente Fornecimento de utilidades e gestão ambiental. Disponibilidade das utilidades Custo operacional Otimização do uso dos recursos naturais Atendimento à legislação ambiental vigente Garantia de Qualidade Gestão da Qualidade aplicada ao controle de processo, desenvolvi- Confiabilidade dos dados e informações, acuracidade e mento de produtos e controle da qualidade de tarugos. rapidez nos resultados dos ensaios, conhecer os clientes e suas necessidades e rapidez no seu atendimento, se- gurança na homologação de novos produtos Logística de Distribuição e Planejamento da Produção Obter vantagem competitiva, garantindo aos clientes o atendimento di- Atendimento a clientes ferenciado, através da coordenação otimizada dos fluxos produtivos e da Qualidade na prestação de serviços gestão da distribuição. Otimização de custos Otimização da programação da produção Gestão pela Qualidade Total (GQT) Contribuir com a GGJM na melhoria contínua da eficácia do modelo Qualidade das auditorias internas de gestão (TQC). Utilização das ferramentas do modelo Nível de implementação do modelo Transporte Transporte de pessoas, insumos, matérias-primas e produtos acaba- Pontualidade e custos dos e movimentações internas. Segurança e Saúde Consultoria às áreas na implementação de Diretrizes e controle Ambiente de trabalho seguro e saudável dos Planos e Programas de Segurança e Saúde. Cumprimento da legislação pertinente Fig. 5 – Inter-relacionamento dos principais processos de apoio com os requisitos. Definição de indicadores. Fonte: Relatório da Gestão da Belgo — Usina de Monlevade — Prêmio Mineiro da Qualidade 2004. Processos | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 11
  • 12. A tabela 2 descreve práticas de gestão utili- • Função na organização responsável pela atualização do indicador. zadas pela Cemig, para o gerenciamento de • Fonte de dados para o indicador. seus principais processos de apoio e relaciona esses processos a requisitos e indicadores: • Função na organização responsável pela análise do indicador ou pela reunião de análise, para avaliação do processo controlado Tabela 2 – Práticas de gestão para o pelo indicador. gerenciamento dos principais processos de apoio. • Freqüência de análise do indicador. Os processos de apoio são gerenciados por meio de indicadores de desempenho, assegurando a entrega A figura 6 mostra uma sugestão de forma de apresentação de um de produtos isentos de não-conformidades e no pra- indicador: zo adequado. A DGE, que coordena os processos de apoio que dão suporte aos de produção da Cemig Distribuição, gerencia esses indicadores de desem- Indicador penho, que são definidos nos ciclos de planejamen- % de entregas to estratégico corporativo, conforme critério 2. no prazo Referencial Os indicadores de desempenho dos processos de comparativo apoio são métricas criadas para a medição dos ob- jetivos constantes do Mapa Estratégico da DGE, 100% = 100% no BSC, e são acompanhados pelos seus gestores pelas RACs e RAEs, cujos padrões são detalhados no item 1.3. 98% Meta = 98% O gerenciamento dos processos de apoio é feito de acordo com os requisitos da Norma NBR ISO 95% 9001:2000, assegurando, assim, que os produtos e serviços são entregues isentos de não-conformidades e no prazo adequado. A figura 7.3 mostra os princi- 90% pais processos de apoio, com os requisitos avaliados e seus principais indicadores de desempenho.” Processos Requisito Indicador JAN FEV MAR ABR PERÍODO Material, e Entrega no prazo -Giro de estoque logística Custo reduzido -Estoque Cemig Telecomunicações Prazo de atendi- -IAHD Fig. 6 – Sugestão de gráfico para apresentação de indicador de desempenho. e informática mento, Qualidade - IARE - ISCL Transporte e Disponibilidade - Indisponibilida- No eixo vertical da representação gráfica deve ser adotada uma es- serviços de de veículos cala adequada para a apresentação dos resultados do indicador e os Recursos Hu- Disponibilidade - Absenteísmo respectivos referenciais comparativos, sempre que pertinente. Para manos da mão-de-obra - Hora de de- Qualificação senvolvimento realização de análises internas sugere-se apresentar, também, junta- Motivação profissional por mente com os resultados, as metas estabelecidas para o indicador. empregado - Valor investido em capacitação Os referenciais comparativos são informações obtidas, em geral, ex- profissional ternamente à organização, que permitem comparar os seus resulta- - Valores distribuí- dos pela PR dos com os de outras organizações. Essas organizações podem ser as Fonte: Relatório da Gestão da Cemig Distribuição. concorrentes, organizações similares em porte, número de empre- Prêmio Mineiro da Qualidade, 2005. gados, tipo de produto ou serviço ou outros fatores. A comparação permite avaliar o desempenho da organização na análise dos resulta- Nota: Siglas utilizadas nesta figura: DGE – Diretoria dos do indicador que ocorre geralmente nas reuniões de análise do de Gestão Empresarial; BSC – Balanced Scorecard; desempenho dos processos. RAC – Reunião de Análise Crítica; RAE – Reunião de Análise Estratégica IAHD – Índice de Atendimento do Help Desk; IARE – Índice de Atendimento O controle dos processos é usualmente realizado por meio de uma Remoto ao Help Desk; ISCL – Índice de Satisfação reunião de análise do desempenho, com freqüência adequada para o do Cliente Atendido pelo Help Desk e PR efetivo exercício do controle. Nessa reunião faz-se a análise de cada – Participação nos Resultados. um dos indicadores de desempenho e outras informações associadas à geração dos produtos principais do negócio. Usualmente, muitas orga- Para cada indicador de desempenho estabe- nizações adotam uma freqüência mensal para esta reunião de análise. lecido, a organização deve reconhecer seu processo de origem e observar os seguintes Da mesma forma, as áreas responsáveis pelos processos de apoio de- aspectos: vem promover formas de analisar a entrega dos produtos ou serviços de seus processos. Elas devem assim praticar o controle de seu de- • Forma de apresentação do indicador. É sempenho. recomendada a forma gráfica, com no mínimo três resultados em três períodos A análise dos indicadores de desempenho referente aos requisitos consecutivos. Os períodos vão depender e às variáveis críticas dos processos mostra se os mesmos estão sen- da freqüência de análise do indicador: do atendidos. No controle ou na análise dos processos podem ser semanal, mensal, trimestral, etc. identificadas eventuais não-conformidades que devem ser adequa- damente tratadas. 12 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Processos
  • 13. TRATAMENTO DE NÃO-CONFORMIDADES • Verificação da abrangência da não-conformidade; • Definição da ação corretiva, ou ações corretivas, O tratamento adequado de uma não-conformidade que também pode aplicar as técnicas de “Brains- deve levar à identificação e bloqueio ou eliminação torming” e Diagrama de Causa e Efeito; da(s) sua(s) causas(s), de modo a assegurar que não ha- verá novas ocorrências. O tratamento de uma não-con- • Implantação da ação corretiva, ou ações corretivas formidade pode ser dividido em duas etapas básicas: por meio do estabelecimento dos planos de ação; • Verificação da implantação da ação corretiva; • Eliminação do efeito; • Verificação da eficácia das ações corretivas. • Eliminação da causa, ou das causas. O fluxograma de processos é uma das técnicas utiliza- das no tratamento de não-conformidades, sendo usado O efeito de uma não-conformidade é o que se verifica para descrever o processo existente ou ainda para pro- após a disposição de inspeções, por exemplo, uma fa- jetar alterações e até mesmo um novo processo. O flu- lha, uma dimensão incorreta, um troco incorreto, uma xograma de processo é uma representação gráfica das demora em uma fila, etc. É o que se percebe, vê, ou se etapas de um processo, permitindo um entendimento enxerga. Um exemplo ilustrativo é o de um texto con- detalhado de como o processo realmente funciona. tendo erros de ortografia e digitação, o que configura Aplica-se a todos os aspectos de qualquer processo, uma não-conformidade. Qualquer texto tem que ser desde o fluxo de materiais até a realização de uma ven- corretamente apresentado, isento de erros de ortogra- da ou assistência técnica de um produto. O fluxograma fia e digitação. Os erros identificados no texto são um de processo também é útil na investigação e identifi- efeito indesejado, portanto uma não-conformidade, e cação de oportunidades de melhoria para o processo. foram provocados por um fator desconhecido. Ao examinar o modo como as várias etapas do processo se relacionam umas com as outras, pode-se descobrir O efeito deve ser avaliado em sua extensão e conseqü- fontes potenciais de problemas ou melhorias. ências. Em casos graves ele determina a descontinuida- de no fluxo produtivo e o descarte do que foi produzido. O Diagrama de Causa e Efeito (Diagrama de Ishikawa Em outros casos, com autorização devida, incluindo a ou da Espinha de peixe), também utilizado no método do cliente, pode haver recuperação, sendo assegurado o para tratamento de não-conformidades, mostra esquema- nível original das características afetadas. ticamente a relação entre os efeitos de um processo (o produto intermediário ou final) usualmente associado à A simples remoção do efeito ou alguns de seus sintomas, sua qualidade e os fatores que o geram. É uma ferramen- não soluciona o que gera a não-conformidade, deixando ta usada para analisar criteriosamente e expor as relações intacta(s) a(s) causa(s) e criando condições para que ela entre um determinado efeito (como, por exemplo, a va- ocorra novamente. A eliminação apenas do efeito é uma riação de uma característica da qualidade) e suas causas parte do tratamento da não-conformidade. potenciais. O Diagrama de Causa e Efeito mostra grafica- mente a relação entre o efeito e suas causas. A causa de uma não-conformidade é o seu fato gera- dor. No exemplo do texto com erros de ortografia e Fator 1 Fator 3 digitação, a causa pode ser a falta de treinamento do Característica digitador, o desconhecimento do autor para as regras da qualidade de ortografia da língua portuguesa, ou ambas. A causa Fator 2 Fator N provoca o efeito da não-conformidade; no exemplo, a falta de treinamento do digitador — causa, ou provoca, os erros de digitação — efeito, e o desconhecimento do autor para as regras de ortografia — causa, provoca Causa Efeito os erros de ortografia no texto — efeito. Fig. 7 – Formato e elementos do diagrama de causa e efeito Para o tratamento efetivo das não-conformidades iden- tificadas nos processos, ou em qualquer outra situação, Os diversos fatores geram ou causam a característica da as seguintes etapas devem ser cumpridas: qualidade que, portanto, é o efeito destes fatores ou cau- sas. A saída ou resultado de um processo pode ser atribu- • Entendimento da não-conformidade, mostrando ído a uma grande quantidade de fatores e uma relação de os pontos críticos em um fluxograma do processo; causa e efeito pode ser encontrada entre esses fatores. • Eliminação do efeito da não-conformidade; O efeito é a saída ou o resultado do processo e os fatores provocam, ou geram, ou causam o resultado do processo. • Identificação da causa, ou causas, da não-confor- Neste caso, o Diagrama de Causa e Efeito é utilizado para midade, sugerindo-se utilizar algumas técnicas de descrever graficamente o resultado (efeito) do processo, uso comum como “Brainstorming” e Diagrama de a partir dos seus diversos fatores (causa), estabelecendo a Causa e Efeito; relação entre estas causas e seu efeito. Processos | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 13
  • 14. ANÁLISE E MELHORIA DOS PROCESSOS PRINCIPAIS DO NEGÓCIO E DOS PROCESSOS DE APOIO Os indicadores de desempenho definidos e aplicados apóiam o monitoramento do desem- penho dos processos, mostrando o atendimento — ou não — dos requisitos desses processos no dia-a-dia da organização. Além do controle dos processos e a garantia do atendimento dos requisitos, é necessário proceder a uma análise periódica destes processos, para identificar oportunidades de melhoria e a sua efetiva implementação, obtendo, desta maneira, a me- lhoria contínua dos processos. Para a análise e melhoria dos processos podem ser utilizadas as próprias reuniões de análise de desempenho. Nestas reuniões, além do controle do processo por meio de seus indica- dores de desempenho, é possível, com o enfoque adequado, identificar oportunidades de melhoria para o processo e o estabelecimento de um plano de ação para a efetiva implemen- tação das melhorias identificadas. Outra possibilidade consiste em estabelecer uma reunião específica para a análise dos pro- cessos, objetivando a identificação de oportunidades de melhoria e o estabelecimento de planos de ação para a efetiva implementação das melhorias identificadas. No caso destas reuniões, sugere-se uma freqüência mais dilatada, por exemplo, semestral. Qualquer que seja a metodologia utilizada é importante que a prática de gestão e o respec- tivo padrão de trabalho sejam formalizados e controlados para garantir sua disseminação e continuidade na organização. A atividade de análise e melhoria dos processos retrata o aprendizado contínuo na organização. Para a efetiva análise de um processo é necessário comparar sua prática de gestão com prá- ticas de outras organizações com características de produtos ou processos com finalidade similar. A sistemática de busca e comparação de práticas de gestão, conhecida como “Ben- chmarking”, dentro ou fora do setor de atuação da organização, assegura a incorporação de melhores práticas de outras organizações. O nível de desempenho de produtos e processos é uma das características que podem ser investigadas nas análises e melhorias dos processos principais do negócio e dos processos de apoio. Como exemplos de práticas que possibilitam a análise e melhoria, e que podem levar ao aprendizado, a tabela 3 mostra práticas aplicadas pela CEMIG Distribuição: Tabela 3 – Exemplos de práticas de gestão e padrões de trabalho de aprendizado dos processos. Prática Finalidade Freqüência Responsável Além do controle sobre os padrões, as auditorias integradas prevêem Conforme Auditoria Integrada dos Sistemas também o acompanhamento do tratamento a ser dado às não-conformi- cronograma GD e AI de Gestão dades e oportunidades de melhoria para as práticas, detectadas durante anual a sua realização. Verificação Interna e Auditoria Além do controle sobre o cumprimento dos requisitos internos e das Externa dos Sistemas de Gestão Normas de referência, as verificações e auditorias dos Sistemas de A cada três AQ e GD Ambiental, da Qualidade, e de Gestão têm o papel de contribuir para a abrangência no tratamento das meses Saúde e Segurança não-conformidades e a implementação de melhorias. Março, abril, Realizadas desde 2004, conforme critérios definidos no documentos junho, julho, Reuniões de Análise Estratégica GD-003/2003, visam exercer o aprendizado estratégico buscando apri- GD setembro e morá-lo continuamente, bem como avaliar os resultados do negócio. outubro Realizadas nas Superintendências e gerências desde 1999, conforme Todas as critérios definidos nos documentos PG-14 e PE-DDC-001, objetivam Gerências e Reuniões de Análise Crítica assegurar a contínua pertinência, adequação e eficácia do Sistema de Bimestral Superinten- Gestão, buscando a melhoria contínua do desempenho do sistema e dos dências produtos, serviços e processos envolvidos. Descritas no documento GD-004 e ocorrendo desde 2003, as reuniões das células têm como objetivo principal a construção, implementação Superin- e manutenção das normas, padrões, procedimentos e políticas que Reuniões das Células Bimestral tendências norteiam a execução das atividades operacionais da Cemig Distribuição, Funcionais bem como na identificação, implementação e disseminação de melho- rias das práticas. Práticas gerais de aprendizado Fonte: Relatório da Gestão da Cemig Distribuição. Prêmio Mineiro da Qualidade, 2005. 14 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Processos
  • 15. constante análise e melhoria. A questão a con- PROCESSOS DE REL A- siderar é que, principalmente para os materiais e serviços críticos, a organização não os compra CIONAMENTO COM OS de “qualquer um” e, sim, de fornecedores pre- viamente selecionados e qualificados segundo FORNECEDORES critérios definidos. Devem ainda envolver as partes interessadas pertinentes como, por exemplo, as áreas usuárias dos produtos e ser- viços contratados e os próprios fornecedores. O relacionamento com fornecedores é desenvolvido também pelos Os processos de seleção e qualificação de for- processos gerenciais utilizados pela organização para identificação, necedores devem, portanto, estar integrados a qualificação e seleção de vários tipos de insumos necessários para outras práticas da organização, contribuir para sua operação e posicionamento estratégico por meio de parcerias. o alcance dos seus objetivos e constituir um Mesmo que algumas instituições vejam a gestão dos fornecimentos processo amplo e participativo, não devendo como um processo de apoio, ela merece consideração, em virtude da ficar restritos à área de suprimentos. relação direta que os fornecedores têm com a qualidade dos produ- tos disponibilizados pela organização. A seleção de um fornecedor é o processo de es- colha de um fornecedor, segundo critérios de Fornecedor é qualquer pessoa física ou jurídica que forneça bens ou seleção definidos, dentro do mercado de atua- serviços à organização. Este fornecimento pode ocorrer em qualquer ção da organização. Um critério de seleção de estágio dentro dos processos da organização, desde a compra de ma- fornecedor determina quais os requisitos que o térias primas e insumos até serviços de pós-venda, por exemplo. Os fornecedor deve ter ou cumprir, para ser esco- fornecedores podem ser classificados ou agrupados como distribui- lhido como possível fornecedor da organização. dores, revendedores, prestadores de serviços terceirizados, trans- portadores, contratados, franqueados e os que suprem a organização A qualificação de um fornecedor é o processo com materiais e componentes. Em geral, são também considerados de aprovação de um fornecedor, previamente fornecedores os prestadores de serviços nas áreas de saúde, alimen- selecionado, segundo critérios definidos pela tação, segurança patrimonial, treinamento e educação. organização. Os critérios de qualificação de fornecedores estabelecem os requisitos que o A gestão do relacionamento com os fornecedores deve buscar a conso- possível fornecedor deve ter ou cumprir para lidação de relações duradouras e vantajosas para ambas as partes, carac- ser aprovado efetivamente como fornecedor terizando oportunidades de formação de parcerias, especialmente com da organização. São também utilizados para aqueles considerados estratégicos pela organização. Esta busca caracte- estabelecer o “ranking” dos fornecedores, ou riza a presença do fundamento “Desenvolvimento de Parcerias”. seja, o posicionamento de cada um deles na lis- tagem que mostra o grau de satisfação com os QUALIFICAÇÃO E SELEÇÃO DE FORNECEDORES produtos e serviços fornecidos à organização. Sugere-se que o processo de seleção dos forne- Pela importância e influência dos fornecedores nos processos da or- cedores anteceda ao processo de qualificação, ganização, é necessário escolher adequadamente os fornecedores, isto é, o estabelecimento de uma carteira de principalmente aqueles que suprem a organização com materiais fornecedores seja conduzido em duas etapas. e serviços críticos. Os materiais e serviços críticos são aqueles que influenciam diretamente a qualidade dos produtos disponibiliza- São exemplificados a seguir, critérios usual- dos pela organização, afetando, assim, a satisfação dos clientes. Por mente adotados para a seleção e qualificação de exemplo, a qualidade de uma peça construída a partir de uma chapa fornecedores de materiais e serviços críticos: de aço não será melhor — ou pior — que a qualidade da chapa de aço suprida por um fornecedor e utilizada na construção da peça. • Proximidade da organização; dentro de Da mesma forma, a qualidade da pintura de uma parede, executada um raio de 100 Km. por um profissional contratado, não será melhor que a qualidade da pintura entregue ao cliente da organização. • Tempo de atuação no mercado; mínimo de 2 anos. Outros itens de fornecimento podem afetar a segurança das pessoas e • Número de funcionários: mínimo de 10. das instalações, sendo então considerados como críticos. Como exem- plos, podemos citar os EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual), • Outros critérios, de acordo com as pe- os cabos de aço e acessórios utilizados para suspensão de cargas, rea- culiaridades do material ou serviço a ser gentes para tratamento de água potável e muitos outros. fornecido. Estas informações podem ser obtidas a par- Pela importância do fornecedor nos negócios e na missão da organiza- tir de um cadastro elaborado pelo próprio ção, a seleção e qualificação dos fornecedores devem ser feitas segundo fornecedor ou informações obtidas no mer- critérios definidos, estabelecidos em práticas de gestão e padrões de cado pela organização. trabalho adequados, mantidos sob permanente controle e submetidos a Processos | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 15
  • 16. A análise destas informações vai definir a seleção — ou Tabela 4 – Exemplos de práticas de gestão de fornecedores. não — do fornecedor. Os fornecedores selecionados Seleção e Qualificação de Fornecedores passam à condição de possíveis fornecedores da orga- Conforme detalhado no Perfil da Empresa, a organiza- nização, dependendo de sua aprovação nos critérios de ção se relaciona com fornecedores caracterizados em três qualificação. A qualificação de fornecedores seleciona- tipos: distintos: Produtivos, Comerciais e de Serviços. dos observa, por exemplo, as questões: O DSUP, através de suas práticas de gestão, promove diariamente a integração entre fornecedores e clientes • O preço é justo e adequado? internos, assegurada pelo cumprimento dos padrões do processo de compras (SMT085, SMT109, SMT131) • O fornecedor propõe e cumpre os prazos de entre- e do processo de Almoxarifado (SMT072, SMT090, ga contratados? SMT118). O DSUP é responsável pelo gerenciamento • A qualidade do material ou serviço é adequada? dos processos de seleção e qualificação de fornecedores produtivos e comerciais, visando atender às necessidades • O fornecedor disponibiliza Assistência Técnica (ou de seus clientes internos nos aspectos de qualidade, cus- pós-venda)? to e prazo. A seleção e qualificação de fornecedores de Serviços são de responsabilidade da GMUA. • Outros critérios, de acordo com as peculiaridades do material ou serviço a ser fornecido. A qualificação destes fornecedores é o resultado de um trabalho conjunto dos clientes internos e a área de Supri- Para aplicar esses critérios de qualificação é importan- mentos, tomando como base, principalmente, os avanços te solicitar ao possível fornecedor, previamente sele- tecnológicos e, a partir daí, são definidos os respectivos cionado, a indicação de três clientes atuais — nome requisitos, formalizados através do padrão SMT109. do cliente, pessoa de contato e número do telefone Dentre os critérios podem ser destacados: referencial de mercado, menor custo, capacidade de fornecimento (vo- de contato. Esta solicitação pode fazer parte do ca- lume e prazo), equipamentos instalados, capacidade de dastro elaborado pelo fornecedor na etapa de seleção. produção, certificação na ISSO 9001:2000, regularidade Normalmente o responsável pelas compras é a pessoa fiscal e histórico de fornecimento. A partir dos resulta- mais indicada no cliente do fornecedor para mostrar as dos obtidos na seleção, os fornecedores são qualificados informações relativas aos critérios de qualificação. A e assim se mantêm enquanto estiverem ativos no sistema organização analisa as informações obtidas dos clientes integrado de compras (SAP/R3). atuais do possível fornecedor e define pela sua qualifi- Exemplo de critérios para seleção e qualificação de for- cação — ou não qualificação — como fornecedor. necedores: A Figura 8 mostra como uma organização seleciona, Tipos de Critérios para Seleção e Qualificação qualifica, desenvolve e monitora os seus fornecedores: fornecedores Produtivos São avaliadas a qualidade dos produtos fornecidos (por meio da análise docu- mentada da amostra/lote experimental — no mínimo três) e a sua capacidade técnica em atender aos requisitos de for- necimento especificados. São também analisados os riscos de suprimento rela- cionados com a capacidade de forneci- mento contínuo e a qualidade. Fonte: Relatório da Gestão da Belgo — Usina de Monlevade — Prêmio Mineiro da Qualidade 2004. AVALIAÇÃO E COMUNICAÇÃO SOBRE O DESEMPENHO DE FORNECEDORES A organização deve estabelecer critérios para avaliação dos fornecedores. Estes requisitos estarão ligados aos re- quisitos relacionados ao fornecimento, ou seja, às especi- ficações ou o detalhamento do material ou serviços a se- rem supridos pelo fornecedor. Esses critérios devem ser Fig. 8 – Seleção, Avaliação, Desenvolvimento e comunicados previamente aos fornecedores, propician- Monitoramento dos Fornecedores. do-lhes a oportunidade de direcionarem seus esforços no Fonte: Relatório da Gestão da “Suspensys”. PGQP, 2006. sentido de assegurar o entendimento dos requisitos do fornecimento e receberem uma boa avaliação. Na Tabela 4 a seguir são descritas algumas práticas para qualificação e seleção de fornecedores da Belgo — Usina de Monlevade: 16 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Processos
  • 17. A exata especificação do material ou serviço a ser ad- Como prática de gestão para o monitoramento do de- quirido é fundamental para que o fornecedor entenda sempenho de cada fornecedor qualificado, sugere-se claramente e corretamente o que está sendo solicitado estabelecer indicadores de desempenho relacionados ou comprado e, nestas condições, possa atender cor- aos fatores do critério de qualificação e proceder a uma retamente o que está sendo solicitado. O fornecedor análise, por exemplo, semestral, dos resultados destes não tem como “adivinhar” o que está sendo pedido. indicadores: Se não for claramente apresentado para o fornecedor • Indicador de desempenho de preço: os preços pra- qual é a real necessidade da organização para aquele ticados pelo fornecedor são justos? Estão coerentes fornecimento, certamente ocorrerão erros na entrega e com os preços do mercado? Estão atendendo às ne- começarão a surgir problemas no relacionamento com cessidades e expectativas da organização? o fornecedor. Os erros poderão estar associados à espe- cificação do material ou serviço adquirido, ao preço, às • Indicador de desempenho de entregas: quantas en- quantidades, ao prazo de entrega e outros fatores. tregas o fornecedor fez, por exemplo, nos últimos seis meses? Quantas ocorreram no prazo? Quantas foram A organização deve estabelecer os métodos pelos quais entregues com atraso? comunica, transmite ou passa para o fornecedor os re- • Indicador de desempenho da qualidade dos mate- quisitos relacionados ao fornecimento, bem como os riais ou serviços: os usuários dos materiais ou servi- critérios utilizados para a sua avaliação. ços estão satisfeitos quanto à qualidade recebida? Para evitar erros e problemas de relacionamento, todo • Indicador de assistência (ou pós-venda): também fornecimento, compra, ou aquisição, de materiais ou deve ser verificado junto aos usuários dos materiais serviços, deve ser confirmado por um Pedido de Com- ou serviços fornecidos: o fornecedor presta assis- pra, contendo, no mínimo, as seguintes informações ou tência ou apoio quando necessário ou requisitado? requisitos de fornecimento, por exemplo: • Outros indicadores, peculiares aos materiais ou ser- • Nome e endereço do fornecedor. viços fornecidos. • Descrição ou especificação detalhada e objetiva do Com base na análise dos resultados destes indica- material ou serviço sendo adquirido. dores a organização estabelece uma conclusão ou parecer na forma de uma pontuação, ou de um co- • Preço negociado e contratado. mentário relativo a cada indicador de desempenho. • Prazo e local de entrega negociados e contratados. Pode ser estabelecida uma forma de classificação nas categorias “Ruim”, “Regular” ou “Ótimo”, concluin- • Outras informações negociadas e contratadas, particu- do pela manutenção — ou não — da qualificação do lares ao fornecimento ou às partes envolvidas (fornece- fornecedor avaliado. dor e comprador). Como forma de reconhecimento associada a avaliação A comunicação ao fornecedor pode ser feita por meio é usual estabelecer um “ranking” entre os fornece- de canais como Correios, fax e e-mail. Devem ser evi- dores, premiando aqueles melhor colocados e reava- tadas como elemento de formalização as comunicações liando a situação dos que sistematicamente ocupam as por telefone ou pessoais. Sempre que ocorrerem, elas posições inferiores do “ranking”, quanto à sua perma- devem ser confirmadas com o uso de um dos meios de nência no quadro de fornecedores qualificados. comunicação adequados. É conveniente solicitar do fornecedor uma confirmação de recebimento do Pedi- Os resultados desta análise devem ser comunicados ao do de Compra, verificando, nesta oportunidade, se os fornecedor pelos Correios, Fax, e-mail ou entregues requisitos do fornecimento estão claramente comunica- pessoalmente. Para os indicadores que apresentam re- dos e entendidos pelo fornecedor. sultados insatisfatórios, deve ser solicitado um plano A organização utiliza os fornecedores previamente de ação para a melhoria do resultado. Este plano de qualificados para o suprimento de materiais e servi- ação deve ser acompanhado junto ao fornecedor até ços. É importante assim que esses fornecedores sejam que os resultados do indicador retornem à condição avaliados quanto ao seu desempenho para verificar se normal. estão atendendo às necessidades da organização e de outras partes envolvidas. A organização observa se os fatores dos critérios uti- lizados para a qualificação de fornecedores foram le- A avaliação de desempenho dos fornecedores, entre ou- vantados ou verificados junto aos clientes atuais e in- tras formas, pode ser feita por meio de indicadores de formados pelo próprio fornecedor. Para a avaliação do desempenho. Esta avaliação deve ser feita a intervalos fornecedor, os mesmos fatores são verificados interna- definidos e seu resultado deve ser comunicado aos for- mente, uma vez que o fornecedor agora já é conheci- necedores. Esta comunicação dos resultados da avaliação do na organização. A Tabela 5 mostra um exemplo de objetiva motivar, ou exigir, dos fornecedores, uma me- prática para avaliação de fornecedores: lhoria continua nos seus processos relativos aos forneci- mentos à organização. Processos | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 17
  • 18. Tabela 5 – Exemplos de práticas de avaliação de fornecedores. SEGMENTO INDICADOR DE (Classificação QUALIFICAÇÃO REQUISITOS MONITORAMENTO DESEMPENHO de Materiais) - QN= Quantidade recusada ou - Acompanhamento mensal das - Conformidade do devolvida (não-conforme) características dos insumos, Produto - QR= Quantidade aceita dom avaliando capacidades e restrição tendências - (1) Identificação adequada das - Acompanhamento mensal dos - Avaliação de embalagens; itens fora do prazo Classe Especial Condições de Entrega - (2) Adequação da embalagem Fornecedores Classe - (3) Transporte adequado para o - Acompanhamento mensal dos Especial tipo de embalagem; itens com erro de documentação PA= Quantidade fornecida fora Materiais do prazo Classe ED= Quantidade fornecida com - Pontualidade; Especial erro de documentação - Conformidade da Documentação (certificado, condição de pagamento, etc.). - Certificações em - Certificações em normas ISO e - Acompanhamento semestral das Sistema de Gestão. Responsabilidade Social. certificações - PDF (Classificação - Sistema da Qualidade - Sistema de Qualidade com grau - Realização da Auditoria a, no “A” ou “B”) do Fornecedor de atendimento mínimo de 80% máximo, cada dois anos - Índice de Desempenho - Relatório Trimestral com envio - IDF > 70% do Fornecedor do resultado para os fornecedores Fonte: Relatório da Gestão da Belgo — Usina de Monlevade — Prêmio Mineiro da Qualidade 2004. ENVOLVIMENTO DOS FORNECEDORES QUE ATUAM DIRETAMEN- TE NOS PROCESSOS DA ORGANIZAÇÃO Os fornecedores que atuam diretamente nos processos da organização são os que executam serviços nos processos e que, nesta condição, substituem os funcionários próprios. Para a orga- nização, a relevância do trabalho executado é a mesma, a diferença ficando apenas na natureza do vínculo empregatício. Os funcionários dos fornecedores que atuam diretamente nos processos da organização são similares aos funcionários da própria organização e, nesta condição, também devem conhe- cer, se envolver e se comprometer com os Valores e Princípios organizacionais e com os aspectos relativos à segurança e à saúde ocupacional. Os aspectos relativos à segurança e à saúde são estabelecidos em normas ou regulamentações internas, que definem os procedi- mentos obrigatórios para o trabalho referente à segurança e à saúde. As seguintes práticas de gestão podem ser adotadas, por exemplo, quando da contratação de fornecedores que atuam diretamente nos processos da organização: • Inclusão em cláusula do contrato de prestação de serviço da obrigatoriedade de conheci- mento, envolvimento e comprometimento dos funcionários do fornecedor com os Valo- res e Diretrizes organizacionais da organização contratante. • Apresentação e explicação dos Valores e Princípios organizacionais para os funcionários dos fornecedores que atuam diretamente nos processos da organização. Posteriormente à apresentação, verificar o entendimento desses funcionários com relação aos Valores e Princípios da organização. Em intervalos adequados e pertinentes, repetir a apresentação para os funcionários do fornecedor. • Treinamento dos funcionários do fornecedor nas normas e práticas internas relacionadas aos fatores de segurança e saúde da organização. Acompanhar, sistematicamente, o cum- primento das normas e práticas internas pelos funcionários do fornecedor. A responsabilidade pela aplicação dessas práticas pode ser atribuída à área de gerenciamen- to de contratos ou compras, que utilizarão o apoio das áreas de treinamento da organização. 18 | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | Processos
  • 19. PROCESSOS ECONÔMICO- FINANCEIROS O gerenciamento das finanças da organização, pela sua importância no contexto da admi- nistração tem destaque dentro do modelo de excelência da gestão. Compreende-se como gestão econômico-financeira, o conjunto de todas as atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização no que diz respeito às suas posições e transações em moeda. Os seus responsáveis devem planejar os aspectos econômicos e financeiros do negócio e realizar o controle correspondente, conforme mostrado a seguir. GERENCIAMENTO DOS ASPECTOS QUE CAUSAM IMPACTO NA SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA DO NEGÓCIO Em função da natureza da organização e do seu ramo de negócios e, também, das estratégias formuladas para assegurar a sua participação e manutenção no mercado e seu crescimento adequado e necessário, existem aspectos que são críticos ou relevantes para garantir a sus- tentabilidade econômica do negócio. Estes são os aspectos que causam impacto na saúde financeira da organização. Esta saúde financeira compreende receitas garantidas e despesas equilibradas, de forma a manter a operação contínua da organização com uma geração de resultados como os lucros, o que vai assegurar a sua sustentação econômica. Estes aspectos são peculiares a cada organização e dependerão, essencialmente, da Missão e da Visão da organização, do seu ramo de negócios, do seu mercado de atuação, dos seus principais clientes, dos seus acionistas e das estratégias estabelecidas para garantir a manu- tenção e crescimento contínuo, de forma equilibrada de seus negócios. A organização deve ser gerenciada, quanto aos seus aspectos econômicos e financeiros, por meio de indicadores de desempenho relacionados aos aspectos que causam impacto na sus- tentabilidade econômica do seu negócio, ou que garantem a sua saúde financeira. Os parâmetros econômico-financeiros ou, os indicadores de desempenho econômico-finan- ceiros, são específicos de cada organização em função da natureza de seu negócio, ramo de atividade e mercado de atuação. Cada organização deve identificar, estabelecer e monitorar os seus próprios parâmetros econômico-financeiros. Apesar da especificidade destes parâmetros, alguns são de natureza geral ou universal, e estão relacionados à estrutura, liquidez, atividade e rentabilidade da organização, abaixo exemplificados: • Alguns dos parâmetros econômico-financeiros relativos ao grupo de estrutura são parâ- metros medidos e monitorados pelos seguintes indicadores: - Endividamento – é o passivo circulante mais o exigível de longo prazo, divididos pelo patrimônio líquido. - Composição do endividamento – é o passivo circulante dividido pelo passivo circu- lante mais o exigível de longo prazo. - Endividamento oneroso – são os recursos onerosos divididos pelo passivo circulante mais o exigível de longo prazo. - Imobilização – é o ativo permanente dividido pelo patrimônio líquido. • Parâmetros econômico-financeiros relativos ao grupo de liquidez são, dentre outros, os parâmetros medidos e monitorados pelos seguintes indicadores: - Liquidez corrente – é o ativo circulante dividido pelo passivo circulante. - Liquidez geral – é o ativo circulante mais o realizável de longo prazo dividido pelo passivo circulante mais o exigível de longo prazo. Processos | Cadernos Rumo à Excelência • FNQ | 19