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O USO DE TÉCNICAS DE GROWTH HACKING COMO ESTRATÉGIA DE
CRESCIMENTO EM STARTUPS
WILLIAN RENAN BECHER
1
BRUNO REAL
2
RESUMO:
O presente artigo possui o objetivo de apresentar como ​startups​ brasileiras estão utilizando a
metodologia de Growth Hacking como estratégia para crescimento dos seus negócios. Growth Hacking
é uma área onde atuam profissionais de marketing e desenvolvimento, os quais realizam experimentos
para acelerar o crescimento das empresas. Como método de análise, foram realizadas entrevistas com
profissionais de Growth Hacking de diversas startups brasileiras, onde foram questionados pontos
sobre o uso desta metodologia e quais são os resultados obtidos com a mesma. Constatou-se que
muitas startups trabalham há pouco tempo com Growth Hacking, porém de forma geral estão
conseguindo realizar ações que vem impactando diretamente no crescimento das empresas. Este artigo
apresenta também um estudo de caso com a empresa Superlógica, onde é detalhado uma das ações
de Growth Hacking desenvolvidas pela empresa e os resultados alcançados.
Palavras-chave​: Growth Hacking, Startups, Crescimento, Tecnologia, Marketing Digital
GROWTH STRATEGIES FOR STARTUPS THROUGH GROWTH HACKING
Abstract:
This article aims to present how Brazilian startups are using the Growth Hacking methodology as a
strategy for growing their businesses. Growth Hacking is an area where marketers and developers work,
who conduct experiments to accelerate business growth. As a method of analysis, interviews were
conducted with Growth Hacking professionals from several Brazilian startups, where questions were
asked about the use of this methodology and how the results are obtained with them. It has been found
that many startups are working with Growth Hacking in a short time, but in general they are managing to
take actions that have a direct impact on the growth of companies. This article also presents a case
study with the company Superlógica, where it is detailed one of the actions of Growth Hacking
developed by the company and the results achieved.
Keywords​: Growth Hacking, Startups, Growth, Technology, Digital Marketing
1
Graduado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas pela Anhanguera Educacional
2
​Bacharel em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Paraná - UFPR e
Especialista MBA em Mídias Sociais, Interatividade e Conectividade pelo Instituto Brasileiro de Pós-graduação
e Extensão - IBPEX.
1 INTRODUÇÃO
A tecnologia vem evoluindo de uma maneira cada vez mais acelerada nos últimos
anos, o que proporciona um maior acesso à informação e também o desenvolvimento de
novos produtos e serviços por parte das empresas. A informação é essencial para os
consumidores, pois estes podem analisar mais detalhes e comparar produtos e serviços de
duas ou mais empresas antes de realizar uma compra. Para as empresas, a tecnologia
proporciona inovação, possibilidade de desenvolver novos produtos e diferentes modelos de
negócios, além de novas ferramentas e canais para se comunicar e divulgar os seus
produtos para o consumidor.
Quando falamos de tecnologia e novos modelos de negócios, não podemos deixar
de citar a recente ascensão das chamadas ​startups​ , empresas que tem como característica
em comum inovar e arriscar acima da média, buscando um crescimento exponencial em um
curto período de tempo. ​Eric Ries (2012) define startup como “uma instituição humana
desenhada para criar um novo produto ou serviço em condições de extrema incerteza”. É
neste contexto de indefinições e oportunidades que estes novos modelos de negócio são
criados, caracterizados pela sua grande capacidade adaptativa às adversidades.
Outro ponto em comum é que muitas ​startups​ possuem o seu modelo de negócio
baseado no modelo digital, oferecendo produtos e serviços que geralmente não necessitam
de um espaço físico em sua operação. O modelo digital costuma oferecer baixos custos de
distribuição e armazenamento, permitindo que as ​startups,​ por exemplo,​ obtenham mais
lucro vendendo produtos e serviços de nicho para uma quantidade maior de pessoas, ao
invés de se limitar a poucos produtos que necessitam vender em maior quantidade,
conhecidos como ​hits.
Em outras palavras, a tecnologia está convertendo o mercado de massa em
inúmeros de mercados de nicho, conforme afirma Chris Anderson (2006): “se a indústria do
entretenimento do século XX baseava-se em hits, a do século XXI se concentrará com a
mesma intensidade em nichos.” Anderson (2006) apresenta ainda que “quando se combina
uma quantidade suficiente de não ​hits, se está de fato criando um mercado que rivaliza com
o dos hits”. Portanto, atualmente é difícil competir em um mercado tomado por concorrentes
e produtos específicos criando uma única mercadoria que atenda a um tipo generalizado de
público. O ideal, como aponta o autor, é que exista também a possibilidade de criação de
diferentes produtos/serviços que interessam a diversos segmentos, fazendo com que nichos
distintos sejam atendidos diretamente. O conceito deste conjunto das vendas, nesta grande
variedade de produtos/serviços de nicho, é chamada pelo autor citado de "Cauda Longa".
Uma característica em comum entre o mercado dos ​hits e o mercado dos nichos, é o
desafio de crescimento através das vendas, por isso, as ​startups costumam utilizar
estratégias de marketing digital para divulgação dos seus produtos/serviços, aquisição de
novos clientes e relacionamento com os clientes atuais. O marketing digital, como explica
Bruno Souza (2012), “consiste na comunicação, com fim comercial, entre a empresa e o
cliente, tendo como meio a internet e seus aplicativos.” Dentre essas estratégias, é comum
o uso de campanhas em mídias sociais, campanhas de e-mail marketing e links
patrocinados, além do próprio site da empresa como centralizador de informações e canal
de venda.
Porém, o ambiente digital também está se tornando cada vez mais competitivo no
mercado brasileiro, o que força as startups a buscarem diferenciais frente aos seus
concorrentes, com o fim de atingir o crescimento esperado. Segundo a Associação
Brasileira de Startups - ABStartups - em 2015 foram criadas 1.000 empresas de tecnologia
com alto potencial de crescimento, 30% mais do que em 2014. Diante disso, as ​startups
estão buscando novas soluções e estratégias de crescimento para conquistar um número
maior de clientes. Uma dessas estratégias, que auxiliam no progresso das novas empresas,
é o ​Growth Hacking, metodologia que engloba um conjunto de técnicas de marketing digital
e desenvolvimento que tem como objetivo apresentar para o seus potenciais clientes o valor
do produto de uma maneira mais ágil, personalizada e no momento certo.
Sean Ellis popularizou o termo em 2010, ano em que ele definiu Growth Hacking
como “marketing orientado a experimentos”. O autor complementa dizendo que é “uma área
cujo objetivo é o verdadeiro crescimento das empresas. Tudo o que é feito, deve ser
examinado por seu potencial impacto sobre o crescimento escalável” (ELLIS, 2014). Já para
Aaron Giin (2012), Growth Hacking é “mentalidade de dados, criatividade e curiosidade”.
Conforme os autores afirmam, Growth Hacking envolve criatividade, análise de
dados e realização de experimentos. Para que isso aconteça, é necessário a criação de um
time com conhecimentos técnicos que contemplem estas três habilidades. Geralmente as
equipes de Growth Hacking são compostas por profissionais de Marketing, Análise de
Dados e Engenharia de Software. Estas três habilidades juntas serão capazes de analisar
dados, identificar oportunidades e desenvolver soluções criativas e implementá-las dentro
de seus produtos ou serviços no meio digital.
Estrutura de time de Growth Hacking
Se analisarmos os termos em suas essências e definições (em tradução livre do
inglês para o português), ​Growth é crescimento, e este só acontece quando a empresa
começa a entender o mercado, os clientes e as oportunidades que este conjunto oferece
para expandir as vendas de seu produto/serviço. Um analista de dados será o responsável
por levantar estas informações dando suporte a geração de insights, ou seja, de hipóteses
de quais ações de crescimento podem ser desenvolvidas.
O termo ​Hacking, por sua vez, pode ser definido como o ato de encontrar atalhos
nos processos, como por exemplo encurtar a jornada de compra de um cliente ou aumentar
a taxa de conversão de uma página. Hacking é a forma como as empresas desenvolvem as
hipóteses, e é neste momento que as áreas de marketing e engenharia de software se
envolvem para implementar de maneira criativa e ágil os processos previstos.
Dito isso, podemos inferir que Growth Hacking é sobre analisar dados de mercado,
produto e clientes para identificar oportunidades de melhoria no produto/serviço com o
objetivo de gerar crescimento para o negócio, onde a aplicação é realizada através de
processos ágeis, criativos e muitas vezes não convencionais.
Para entendermos melhor o impacto e aplicação do Growth Hacking nas startups,
vamos estruturar este artigo em três capítulos, onde se espera identificar quais são as
técnicas de Growth Hacking mais comuns e o impacto que esta metodologia pode
representar no crescimento das startups.
O primeiro capítulo será reservado ao referencial teórico, onde serão definidos
alguns conceitos e apresentada as principais técnicas de Growth Hacking conhecidas.
O segundo capítulo irá retratar uma pesquisa realizada com profissionais de Growth
Hacking que atuam em startups brasileiras, a fim de entendermos a repercussão da
metodologia e se a mesma tem impactado positivamente no crescimento e aquisição de
mais clientes pelas empresas analisadas.
O terceiro e último capítulo irá expor um caso de estudo de uma startup brasileira
que utiliza o Growth Hacking como uma de suas metodologias em busca de crescimento
escalável e constante.
2 DEFINIÇÃO DE CONCEITOS
Com a recente ascensão da tecnologia, empresas e consumidores vem adaptando o
modo como oferecem, produzem e consomem produtos e serviços. Podemos dizer que
vivemos em uma nova sociedade, com a presença de novas tecnologias, a qual alguns
autores chamam de sociedade da informação. A sociedade da informação designa uma
forma nova de organização da economia e da sociedade (PEREIRA ​et al, 1997).
Independente da área, é comum ouvirmos e acompanharmos o crescimento exponencial
que a tecnologia vem tendo. Setores metalmecânicos, agroindustriais, alimentícios,
automotivos ou de tecnologia da informação são alguns exemplos de áreas onde a
tecnologia está cada vez mais presente. Esse crescimento é benéfico para as empresas e
para os consumidores, pois proporciona maior interação e relacionamento entre os
envolvidos no processo.
Outro benefício que a evolução da tecnologia proporciona é a inovação, seja em
novos produtos e serviços ou até mesmo em novos modelos de negócios disruptivos, que
alteram a lógica estabelecida pelo mercado. Esta evolução vem acontecendo
principalmente em empresas que possuem um sistema de negócio baseado no ambiente
digital.
Dentro deste cenário, como citamos anteriormente, temos o universo das empresas
denominadas startups. ​A visão de Eric Ries sobre startup apresentada na introdução deste
artigo, vai de encontro com a definição apresentado pelo SEBRAE (2016), que vê startup
como “um grupo de pessoas iniciando uma empresa, trabalhando com uma ideia diferente,
escalável e em condições de extremas incertezas”.
Conforme as definições apresentadas, as startups são empresas recém abertas com
ideias inovadoras, o que as colocam em um futuro de incertezas. Para que estas ideias
possam ser viabilizadas, validadas e se transformarem em negócios rentáveis, é comum
que as ​startups recorram a investidores para financiar os primeiros custos de operação da
empresa. Em geral, os sócios das startups negociam um percentual da empresa aos
investidores em troca do investimento, para que após um período pré acordado, eles
comecem a ter um retorno sobre o valor investido.
Estas características de negociação, somado ao fato de serem ideias com alto
potencial de escalabilidade, ou seja, ideias que possam crescer atendendo às demandas
sem perder as qualidades definidas no projeto inicial, geram uma certa exigência por
crescimento acima da média do mercado. Para que este crescimento seja possível, as
startups buscam estratégias tão inovadoras quanto os seus próprios modelos de negócio.
Uma dessas estratégias, e qual iremos nos aprofundar neste artigo, é o Growth Hacking.
Conforme apresentamos inicialmente, Growth Hacking é uma estratégia que parte
da análise de dados de mercado, produto e clientes para identificar oportunidades que
gerem crescimento para o negócio. Para Mattann Griffel (2014), “Growth Hacking é um
conjunto de táticas e melhores práticas para lidar com o crescimento de usuários”. Estas
práticas geralmente estão associadas a forma como as empresas interagem com os seus
clientes através de seus produtos, principalmente no ambiente digital, e isso acontece
através da junção de profissionais de engenharia de software, marketing digital e de análise
de dados. Estes profissionais juntos podem analisar os melhores momentos para interação
com o potencial consumidor, desenvolver a interação e criar uma comunicação
personalizada que aumenta as chances deste virar um novo cliente.
Para Neil Patel, fundador de ferramentas de marketing como CrazyEgg, HelloBar,
QuickSprout e Kissmetrics, Growth Hacking é “encontrar maneiras únicas de crescer um
negócio, não apenas de um ponto de vista de marketing, mas também de vendas,
engenharia, produto e até mesmo design. Cada área na empresa pode ajudar no
crescimento”. Este pensamento vai de encontro com o de Brian Balfour, vice presidente de
Marketing do Hubspot. Para ele, Growth Hacking “é uma mistura de marketing, produto e
engenharia de software”. Ou seja, diversas áreas integradas trabalhando em cima de
estratégias para gerar crescimento.
O Facebook, maior rede social da atualidade com 1,7 bilhão de usuários, é uma das
empresas que vem utilizando Growth Hacking no seu desenvolvimento. No início, a
empresa estava determinada em manter os usuários ativos dentro da rede social, ou seja,
acessando com frequência e utilizando a plataforma. A equipe analisou os dados dos
usuários e percebeu que quem adicionava 7 amigos nos primeiros 10 dias, tinha chances
muito maiores de se manter como usuário ativo. Pensando nisso, foram criadas várias
funcionalidades para incentivar novos perfis a encontrar esses primeiros 7 amigos. Uma
destas ações acontecia quando, ao criar seu perfil, o usuário era incentivado a associar sua
conta de e-mail. Com isso, o Facebook procurava nos contatos do usuário algumas
sugestões de amizade. Isso fez com que as pessoas tivessem com quem interagir dentro da
rede social desde o primeiro acesso, aumentando assim o número de usuários ativos.
Outra empresa que obteve excelentes resultados de crescimento com ações de
Growth Hacking é a Dropbox, serviço de armazenamento de arquivos online. Uma das
ações mais conhecidas é a do programa de indicação, o qual gerou um aumento de 60% no
número de novos clientes. A empresa estava com um custo de aquisição de novos clientes
muito elevado, pois contava principalmente com campanhas pagas para divulgar o seu
serviço. Diante disso, eles começaram a analisar e entender que os usuários queriam cada
vez mais espaço de armazenamento para colocar os seus arquivos, então foi criado um
programa de indicação para atender esta oportunidade. Para cada indicação de novo cliente
feita através de e-mail ou redes sociais, o usuário ganhava uma determinada quantia de
espaço extra em sua conta. Esta ação fez com que o Dropbox saísse de 100 mil usuários
para 4 milhões em apenas 15 meses.
Em ambos os exemplos apresentados, as empresas seguiram um processo onde
entenderam uma oportunidade através de análise de dados e então desenvolveram uma
ação criativa para gerar crescimento em cima desta oportunidade. Para que mais ações
como esta possam ser criadas, em qualquer empresa do mundo, Brian Balfour (2014) nos
apresenta uma metodologia para gerar e executar ações de Growth Hacking:
O ciclo de execução possui 6 fases (em tradução livre), sendo:
1. Brainstorm ​- momento onde a equipe levanta o máximo de ideias de ações
possíveis, baseado em experiência, dados ou conhecimento empírico
2. Priorização ​- as ideais são discutidas em um nível de detalhamento mais
profundo, e após isso são priorizadas as que possuem maior potencial de
execução e retorno
3. Testes ​- é criado um documento que define e detalha como será realizado
aquele teste e quais resultados são esperados
4. Implementação ​- o teste é implementado pela equipe
5. Análise ​- os resultados do teste são levantados, analisados e documentados
6. Aprendizado ​- é criado um documento de aprendizados com todos os testes
executados
Existem algumas ações de Growth Hacking que são muito utilizadas e que
geralmente podem ser aplicadas em diversos modelos de empresas, como por exemplo:
- Usar landing pages para captação de leads - quando você quer que o seu
visitante preencha algum formulário informando dados pessoais de interesse
da empresa, ou seja, que este usuário se torne um ​lead, landing pages
costumam funcionar melhor pois possuem menos distração e links do que o
site da sua empresa. Landing Pages são páginas específicas com viés de
conversão e geralmente são construídas de maneira simples, direta e
intuitiva.
- Blog para atrair tráfego orgânico - blogs costumam funcionar bem para
atrair tráfego ao site de forma orgânica, ou seja, quando alguém faz alguma
pesquisa em sites de busca, como o Google, e clica em links que não são
pagos. O seu conteúdo precisa ser relevante para que os motores de busca
o associe nos resultados, chamando atenção de seu potencial cliente.
- Usar vídeos para apresentar o seu produto/serviço - vídeos possuem o
poder de serem muito mais visuais e atrativos que textos, por isso aumentam
o engajamento das pessoas que estão conhecendo o seu produto/serviço no
seu site
- Sequência de e-mails para novos leads - manter um relacionamento por
e-mail com os novos leads aumentam as chances de engajamento com a
sua marca. É importante, após adquirir os dados de seu potencial
consumidor, manter um contato frequente e interessante com o mesmo.
Geralmente os experimentos de Growth Hacking são executados utilizando a
metodologia de teste A/B. Segundo a Optimizely (​https://www.optimizely.com/ab-testing/​), o
teste A/B (também conhecido como teste de divisão) é um método para comparar duas
versões de uma página da web ou aplicativo uma contra a outra para determinar qual delas
gera o melhor resultado. O teste A/B é essencialmente uma experiência em que duas ou
mais variáveis de uma página - como por exemplo, títulos, textos, cores, imagens - são
mostradas aos usuários aleatoriamente, e a análise estatística é usada para determinar qual
variação se comporta melhor para um determinado objetivo de conversão.
Fonte: http://bit.ly/2f3l9K5
Para exemplificar o conceito, a Sony, uma das maiores empresas de tecnologia do
mundo, realizou um teste A/B na página de compra de seus produtos, e conseguiu
aumentar as vendas em 20%. Já a ComScore, empresa de pesquisa de mercado que
fornece dados de uso da internet no mundo, realizou um teste A/B nas páginas de suas
campanhas de marketing, inserindo depoimentos e logo de alguns clientes, o que gerou um
incremento de 69% na geração de leads. Ambos casos são citados pela Optmizely e estão
disponíveis em http://bit.ly/1WgeMCj
Agora que temos um entendimento melhor sobre Growth Hacking e os processos de
como gerar e executar ações, vamos entrar no cenário de algumas startups brasileiras para
entender as principais percepções sobre o tema na visão dos profissionais que atuam
diretamente com ações de Growth Hacking.
3 PESQUISA QUALITATIVA
Para termos uma compreensão mais clara de como as startups brasileiras
reconhecem, aplicam e quais resultados estão obtendo através da estratégia de Growth
Hacking, conversamos com 8 profissionais que trabalham diretamente com a estratégia em
startups por todo o Brasil. Vamos brevemente apresentar cada um destes profissionais e
suas respectivas empresas.
3.1 Empresas analisadas e profissionais
Caique Lauerti, Growth Hacker na Navegg
A Navegg é uma empresa de tecnologia que atua diretamente com inteligência de
dados, coletando informações de navegação na internet de milhões de usuários, para
entender comportamentos e gerar oportunidades de segmentação de campanhas para seus
clientes. A Navegg possui sede em Curitiba - PR.
Site:​ ​www.navegg.com
Franco Zanette, Growth Hacker na Resultados Digitais
A Resultados Digitais oferece o RD Station, software de automação de marketing
para que seus clientes possam estruturar e desenvolver campanhas de marketing
integradas, com páginas de captação de leads, relacionamento por e-mail, gestão de
clientes entre outros recursos. A Resultados Digitais possui sede em Florianópolis - SC.
Site:​ ​www.resultadosdigitais.com.br
Jana Ramos, Growth Hacker na Superlógica
A Superlógica oferece um sistema de gestão voltado à economia da recorrência,
atuando como intermediador e gestor de cobranças, que atua em 4 verticais: assinaturas
(SaaS e produtos/serviços digitais), condomínios, imobiliárias e educação. A Superlógica
possui sede em Campinas - SP.
Site:​ ​www.superlogica.com.br
João Emilio Dambroz Sobotka, Growth Hacker na ContaAzul
A ContaAzul oferece um sistema de gestão completo para micro e pequenas
empresas, onde o empreendedor conta com recursos como controle de clientes, vendas,
gestão financeira, controle de estoque, emissão de boletos e notas fiscais, entre outros
recursos. A ContaAzul possui sede em Joinville - SC.
Site: ​www.contaazul.com
Juliano Marques, Growth Hacker no Terra
O Terra é um dos maiores portais de conteúdo e notícias brasileiro, além de contar
com diversos serviços como hospedagem de sites, serviço de e-mail, cursos online,
construtor de sites. O portal também oferece espaços para anunciantes, além de produzir
campanhas personalizadas. O Terra possui sede em São Paulo - SP.
Site: ​www.terra.com.br
Letícia Paiva, Growth Hacker na Aldeia Coworking
A Aldeia Coworking é um formato de escritório colaborativo, onde empresas e
profissionais autônomos podem locar espaços para trabalhar, desenvolver parcerias,
reuniões e networking. A Aldeia Coworking possui sede em Curitiba - PR.
Site: www.aldeiacoworking.com.br
Renato Godinho, Growth Hacker na QuintoAndar
A QuintoAndar é uma startup focada em simplificar a locação de apartamentos
residenciais através da internet. O interessado pode, através do site ou aplicativo para
smartphone, pesquisar e realizar o processo de locação. A QuintoAndar possui sede em
Campinas - SP.
Site: ​www.quintoandar.com.br
Rodrigo Noll, Growth Hacker na SBTUR Viagens
A SBTUR Viagens é uma agência de viagens que oferece a opção de planos de
viagens, ou seja, o cliente pode pagar uma mensalidade e contar com uma viagem por ano
garantida, toda planejada pela empresa. A SBTUR possui sede em Florianópolis - SC.
Site: ​www.sbtur.com.br
3.2 Resultados e percepções das empresas e seus profissionais
Neste capítulo vamos discorrer as principais percepções sobre Growth Hacking e
buscar entender se houve algum impacto no crescimento do negócio nas empresas que
conversamos.
A princípio, buscamos entender como estes profissionais que atuam diretamente
com a estratégia, definem Growth Hacking. Podemos identificar que muitas das percepções
vão de encontro às definições apresentadas em nosso referencial teórico, porém outras
seguem uma variação ou diferenciação do que é colocado inicialmente.
Diversos profissionais apresentaram uma visão de Growth Hacking como orientado a
pequenos experimentos, cujo objetivo é ajudar no crescimento das empresas. Para João
Dambroz, da ContaAzul, “growth hacking é uma ação de curto prazo com uma expectativa
de resultado mensurada e embasada de dados cujo resultado deve ser o crescimento
organizacional”. Esta visão vai de encontro com a de Rodrigo Noll, da SBTUR Viagens, que
entende que “growth hacking é experimentação com o objetivo de crescer (evoluir, reter,
aumentar) qualquer operação na maioria das vezes digital, seja ela de uma empresa ou
projeto” e com a de Caique Lauerti, Growth Hacker da Navegg, que acredita que Growth
Hacking é “encontrar fórmulas de crescimento, de qualquer natureza, que fuja às fórmulas
padrões e já conhecidas. Por fórmulas entende-se um padrão detectado que ao ser repetido
promove similaridade com os resultados anteriores.” Para Letícia Paiva, da Aldeia
Coworking, “Growth Hacking é acelerar o crescimento de uma empresa por meio de
experimentos controlados, aprendizado, geração de insights, documentação, aplicação dos
insights e realização de novos experimentos.”
Outros profissionais afirmam também que são ações visando o crescimento, mas
acreditam que Growth Hacking é também uma mudança de pensamento dos envolvidos na
estratégia do negócio, onde é necessário criatividade. Para Jana Ramos, da Superlógica,
Growth Hacking “é criatividade na aquisição de clientes, é crescer o negócio fazendo mais
com menos”. Quando falamos em fazer mais com menos, tocamos na essência do Growth
Hacking. Conforme o autor Aaron Ginn nos apresentou, discorremos sobre criatividade e
curiosidade para encontrar caminhos e ações que geralmente não são cogitadas dentro das
empresas, se aproximando da definição de ​hacks, ou seja, soluções que reconfiguram um
sistema já conhecido em busca de resultados diferentes.
Apesar de algumas particularidades no entendimento do tema, os profissionais
possuem linhas de pensamentos similares, considerando que o objetivo do Growth Hacking
é gerar crescimento para as organizações através de ações experimentais e criativas, tendo
o marketing digital como sua base de atuação.
Seguindo com o aprendizado das entrevistas, foi questionado aos profissionais
como o Growth Hacking chegou até as startups onde eles trabalham. O objetivo foi entender
como a estratégia começou a ser implementada e as características deste processo.
João Dambroz, da ContaAzul, comentou que “o momento estava associado a
apresentação de resultados a investidores. O processo foi na base da tentativa e erro - no
início atacamos todo o funil e com todos os canais, ao poucos fomos aprendendo mais
sobre o processo e sobre nossos clientes.” Renato Godinho, Growth Hacker na
QuintoAndar, lembra que “a empresa precisava crescer num ritmo muito rápido para que
desse certo, e era bem claro na época que apenas trabalhar com performance limitaria esse
crescimento.”
Assim como Sean Ellis comentou, “o profissional de Growth Hacker é uma pessoa
cujo foco é sempre o crescimento”, por isso buscamos entender quais características e
habilidades são encontradas com mais frequência nestes profissionais. Franco Zanetti, da
Resultados Digitais, vê que para se trabalhar com Growth, o profissional precisa ter “uma
mescla de conhecimento de negócios, análise de dados e programação”. Já Rodrigo Noll,
da SBTUR Viagens, pensa que o profissional precisa “precisa ser curioso, analítico,
ousado”.
Fica claro que Growth Hacking envolve uma análise atenta do cenário de mercado e
da empresa para que seja possível encontrar os atalhos de crescimento, além de
criatividade e confiança para rodar experimentos que visam o crescimento do negócio.
Seguindo nossa investigação, questionamos quais benefícios o Growth Hacking gerou
desde que começou a rodar nas empresas acionadas.
Renato Godinho, da QuintoAndar, lembra que “conseguiram crescer muito sem
precisar aumentar o investimento em marketing na mesma velocidade”. Jana Ramos, da
Superlógica, possui uma experiência semelhante. Ela comenta que o Growth Hacking
proporcionou “crescimento, aumento de tráfego e leads qualificados por um custo baixo,
além de aumento das vendas com estratégias criativas.” Outro ponto destacado por Jana
Ramos é que “vários testes gerando entre 1% e 2% de incremento cada, tem um impacto
enorme no resultado da empresa”.
Outro ponto levantado junto aos profissionais foi entender quais os principais
desafios eles encontram trabalhando com Growth Hacking. Para Juliano Marques, do Terra,
“vencer preconceitos, alinhar expectativas e quebrar paradigmas organizacionais” têm sido
os principais desafios. Ele ainda exemplifica: “o pessoal acha que Growth Hacking é só criar
hacks de conversão nas campanhas do Google, então você precisa explicar que é algo
maior, é estratégia, é análise de dados, é marketing criativo”. Para Rodrigo Noll, da SBTUR
Viagens, os principais desafios tem sido “trabalhar com grandes volumes de dados e
integrações de sistemas muito diferentes”. Já para Renato Godinho, da QuintoAndar,
“aprender um pouco de tudo, e, principalmente, pensar em ideias totalmente não
convencionais” são citados como desafios ao trabalhar com Growth Hacking.
Os diferentes desafios do Growth Hacking na prática foi um dos pontos que
apresentou maior disparidade nas respostas. Uma das hipóteses é que, por se tratar de
diferentes empresas, com diferentes culturas e estrutura organizacional, os desafios
acabam variando bastante.
Diante do cenário levantado até agora, buscamos entender quais são os processos
utilizados pelos profissionais e startups para aplicação do Growth Hacking.
Renato Godinho, da QuintoAndar, comentou que costumam “trabalhar com
validação de hipóteses através de testes A/B, levando em conta a significância das
amostras que usamos. É importante, nesse ponto, que os resultados sejam realmente fiéis,
e não apenas baseados em intuição.” Isso vai de encontro com o que vimos até então,
sobre a importância da análise dos dados e da significância estatística na realização de
testes A/B, definidos como testes para validação entre duas ideias ou suposições para um
mesmo tema, para que assim seja selecionada a melhor opção.
Caique Lauerti, da Navegg e Jana Ramos, da Superlógica, também comentam
sobre o processo de validação de hipóteses através de testes A/B. Caique destaca que “a
partir dos testes, são analisados os resultados, feitas anotações e comparações para
tomadas de decisão futura”. Podemos perceber que é comum as empresas executarem
validação de hipóteses através de testes A/B, para entender qual das duas formas
aplicadas ao teste geram mais resultado.
Outra informação muito importante que levantamos com os profissionais foi como
eles estão mensurando os resultados das ações de Growth Hacking, ou seja, quais
indicadores eles acompanham para entender se as ações estão gerando os resultados
esperados. Rodrigo Noll, da SBTUR Viagens, comenta que sempre acompanham “números
de acessos vindo das ações, quantidade de leads gerados, taxa de conversões e por fim,
quantas vendas foram realizadas”. Franco Zanetti, da Resultados Digitais, compartilha que
“sempre é definido qual métrica a ação irá impactar, após isso executamos a ação e
acompanhamos o resultado em cima dessa métrica.” João Dambroz, da ContaAzul, Jana
Ramos, da Superlógica e Juliano Marques do Terra, também analisam métricas de
conversão de clientes, aumento de receita e custo de aquisição de clientes como
indicadores de sucesso para as ações de Growth Hacking.
Depois de entender como os profissionais estão mensurando a prática de Growth
Hacking, buscamos também compreender quais foram os principais resultados positivos e
também os negativos em cima das ações desenvolvidas até o momento.
Caique Lauerti, da Navegg - startup que atua diretamente com inteligência de dados
e coleta de informações de navegação de milhões de usuários - destaca como resultado
positivo, “a melhoria no nosso produto em 316% na captação de dados de navegação em 3
meses de trabalho. De negativo tivemos casos de investimento de mais de 10 frentes em
tentar alavancar os acessos de uma plataforma e não fomos bem sucedidos em nenhuma
delas. Tivemos que desistir do projeto e perdemos o dinheiro investido.” Caique
complementa dizendo que “Growth Hacking é feito de teste e erro, no entanto, se o
profissional tem um bom senso, alguma coisa se acerta. Não é algo complexo, onde a
pessoa tem que criar hipóteses absurdas. Envolve muito da intuição somada aos dados, já
que as respostas normalmente não vêm escritas”.
Para João Dambroz, da ContaAzul - startup que oferece um sistema de gestão para
micro e pequenos empresários - os principais resultados positivos aconteceram com as
ações de “alteração no período de recorrência do contrato de compra com os clientes,
alteração no período de trial (momento em que o usuário realiza um teste gratuito do nosso
produto), e alteração de notificações baseadas em comportamento do usuário”.
Outro resultado positivo é comentado por Renato Godinho, da QuintoAndar - serviço
de locação de apartamentos residenciais através da internet - onde ele destaca:
“descobrimos que, pro nosso modelo de negócio, não valia a pena fazer um ​retargeting
tradicional (campanha de marketing para usuários que visitaram a página da empresa),
exibindo os mesmo apartamentos que o usuário já viu, mas, por outro lado, não podíamos
deixar a ferramenta de ​retargeting exibir outras sugestões aleatoriamente. Então fizemos
uma modificação no código do ​pixel (tecnologia que identifica os usuários que acessam a
página da empresa) da ferramenta para que nós mesmos recomendássemos alguns
apartamentos para o usuário.” Outra visão de resultados interessante é apresentada por
Juliano Marques, do Terra. Para ele, “os pontos positivos estão mais focados no
desenvolvimento de pessoas. Hoje o time é mais consciente de sua capacidade.”
Por fim, buscamos saber a opinião dos profissionais sobre o futuro do Growth
Hacking no mercado brasileiro.
Para Renato Godinho, da QuintoAndar, “a tendência é que seja cada vez mais
comum, principalmente em startups mais disruptivas.” Franco Zanette, da Resultados
Digitais, pensa que “o Growth Hacking estará cada vez incorporado no cenário
empreendedor, a ponto de sua cultura se fundir com os próprios métodos de marketing e
gestão.” Juliano Marques, do Terra, espera “que o mercado consiga absorver esse novo
profissional por completo: colocando-o como um gestor estratégico de performance, e não
apenas como um especialista em performance de campanhas.” Jana Ramos, da
Superlógica, espera “que o Growth Hacking cresça, que surjam cursos, livros e mais
palestras sobre o tema, além de departamentos próprios nas empresas”.
Fechando este capítulo, podemos perceber que o Growth Hacking já é uma
realidade em diversas empresas brasileiras. Apesar de algumas especificidades
características de cada negócio, o Growth Hacking está sendo trabalhando com o seu
objetivo máximo: gerar crescimento para os negócios.
Podemos observar também que Growth Hacking não é uma ação única e específica
que acontece uma vez e gera um crescimento acima da média, mas sim várias pequenas
ações de melhoria que juntas vão garantido um crescimento sustentável para as empresas.
Estas ações geralmente não são universais, ou seja, não são regras que funcionam para
todas as empresas da mesma maneira. Cada negócio cria ações de acordo com o seu
produto/serviço e mercado no qual atua.
Outro ponto observado, é que Growth Hacking vem sendo aplicado de acordo com a
metodologia original apresentada pelo criador do termo, Sean Ellis e reforçada por Brian
Balfour, onde são geradas hipóteses em cima de análise de dados, depois são priorizadas
de acordo com o potencial de retorno, testadas e implementadas para depois serem
analisados os resultados gerando aprendizado para novas ações de Growth Hacking.
No próximo capítulo vamos apresentar um estudo de caso de uma das empresas
que conversamos, para entender com mais detalhes uma determinada ação de Growth
Hacking e quais resultados esta ação gerou para o negócio.
4 APLICAÇÃO REAL DE GROWTH HACKING EM UMA STARTUP BRASILEIRA
Após passar por diversas questões junto aos profissionais, vamos nos aprofundar
em um estudo de caso real, de uma startup brasileira, que vem utilizando Growth Hacking
para alavancar o crescimento. Esta empresa é a Superlógica Tecnologias
(www.superlogica.com), que possui como produto, um sistema online de mesmo nome.
4.1 A Empresa
O Superlógica é um sistema de gestão voltado à economia da recorrência, que atua
em quatro segmentos: assinaturas (SaaS e produtos/serviços digitais), condomínios,
imobiliárias e educação. O público-alvo da empresa são diretores financeiros, CFOs, CEOs,
administradores e gestores que precisam automatizar atividades da área financeira, tais
como cobranças, envio de boletos e nota fiscal, notificações sobre pagamento, controle de
inadimplência, relatórios e métricas.
4.2 O Problema
O Superlógica precisava de uma estratégia para gerar tráfego qualificado, melhorar
sua posição nos resultados orgânicos do Google, para assim gerar demanda ao negócio e
diminuir o custo de aquisição de novos clientes.
4.3 A ideia
A empresa levantou, junto ao Google, que 56% dos usuários de internet utilizam
resultados de busca como fonte principal de pesquisa de informação, o que levou a
Superlógica a analisar quais termos poderiam trabalhar para aumentar seus resultados de
buscas orgânicas.
A grande oportunidade e estratégia para criação de conteúdo relevante que pudesse
apresentar uma boa performance nos resultados orgânicos, surgiu a partir da informação de
uma nova lei que entra em vigor no Brasil em janeiro de 2017:o fim do boleto sem registro.
A partir dessa data, o boleto com registro passa a ser obrigatório em todo país e
esta constatação certamente seria uma dúvida muito procurada no Google pelo público
pretendido pelo Superlógica, que buscariam adaptar seus negócios quando a lei passasse a
vigorar.
Com base na expressão “boleto sem registro”, a Superlogica planejou um ​post
completo no blog da empresa sobre o assunto: o que acontece, como é a lei, o que muda
com isso, como as empresas terão de se adaptar, entre outros detalhes pertinentes ao
tema. A intenção era, a partir deste texto, ser encontrado no Google quando as pessoas
iniciassem uma busca por essa solução e responder as eventuais dúvidas, gerando assim
tráfego orgânico e qualificado e ampliando a possibilidade de se posicionar como referência,
construindo autoridade de marca sobre o tema tratado.
O artigo está disponível em ​http://superlogica.com/o-fim-do-boleto-sem-registro/
4.4 Resultados
A publicação do artigo gerou um grande volume de tráfego no site do Superlógica,
atingindo seu pico de acesso em Fevereiro e Março de 2015. Esse post continua nas
primeiras posições do Google, o que acaba gerando grande tráfego orgânico na ferramenta
de busca, fazendo com que esse seja o principal canal de aquisição da empresa. É a
terceira página mais acessadas do site do Superlógica, com mais de 44 mil visitas. Além
disso,o artigo teve mais de 8 mil compartilhamentos nas redes sociais até o momento.
Para impulsionar rapidamente o post, também foi produzido e publicado ​guest posts
(posts em outros blogs como autor convidado, gerando link para o blog da empresa) em
diversos sites segmentados, que já renderam milhares de acessos desde então.
* Páginas mais acessadas do site desde o início de 2016
Com o sucesso do post, a Superlógica ampliou a estratégia e investiu na produção
de landing pages completas com todas as informações que o seu público precisa saber
sobre o universo de pagamento recorrente.
Após levantar dados e identificar os assuntos com mais oportunidades, surgiram
duas novas landing pages:
"Como reduzir a inadimplência em negócios recorrentes"
(​http://superlogica.com/como-reduzir-inadimplencia/​)
"Pagamento recorrente: o guia completo e definitivo"
(​http://superlogica.com/pagamento-recorrente/​)
Ambas as páginas conseguiram alcançar as primeiras posições do Google para
termos de buscas relacionados, gerando muitos acessos para a empresa. Porém, surge um
problema no meio do sucesso no acesso ao material: antes estes conteúdos eram
disponibilizados através de links como e-books, onde o usuário precisava colocar seus
dados de contato para baixar, gerando assim um lead para a empresa trabalhar
posteriormente sua comunicação. Agora, o conteúdo estava aberto, portanto a Superlógica
tinha o desafio de converter parte deste tráfego em leads, para assim gerar oportunidades
de vendas, através dos dados coletados de seus possíveis consumidores.
Uma ação de Growth Hacking foi aplicada para que essa conversão fosse possível.
Todo o processo e estratégia foi desenhado para captação de leads, só que de uma
maneira mais sutil, implícita, gerando valor e relevância ao visitante, buscando seu
interesse na conversão.
A ação envolveu um conjunto de elementos nas páginas para gerar conversão,
sendo eles:
Chamadas para ações (CTA’s - ​"Call-to-actions") na página do post sobre boleto sem
registro
Pop-up de captura de leads nas landing pages
Pop-up de intenção de saída/exit intent no blog post sobre boleto sem registro
Através destas ações, a Superlógica conseguiu aumentar a geração de leads em
uma média de 10% mês a mês no período de 8 meses, entre Março e Novembro de 2016.
Com este case, observamos a importância de encontrar na análise dos dados e na
criatividade em interpretá-los, as soluções possíveis para que o negócio continue
prosperando de maneira orgânica, otimizando custos e oferecendo material relevante ao
consumidor final, fechando uma estratégia de comunicação que busca o crescimento das
empresas a partir da atuação constante e expressiva em diferentes tópicos do canal digital.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em um mercado cada vez mais competitivo, as startups vem investindo em novas
estratégias de aquisição de clientes para gerar crescimento. Geralmente estas ações estão
relacionadas com o ambiente digital, onde é possível alcançar de uma maneira mais
segmentada o nicho de cada negócio.
Uma dessas estratégias é o Growth Hacking, metodologia que envolve a análise de
dados do negócio para identificar hipóteses de melhoria no produto/serviço a serem
testadas e validadas. Diversas startups pelo mundo, e mais recentemente no Brasil, vem
adotando o Growth Hacking como estratégia para aumentar as oportunidades de venda e
relacionamento com os clientes.
Podemos constatar no decorrer deste artigo que as startups que começaram a
utilizar Growth Hacking recentemente, de forma geral, estão obtendo resultados positivos
que vêm impactando no crescimento de seus negócios. Esta estratégia vem ganhando cada
vez mais força nas mais diferentes empresas, que estão se adaptando estruturalmente para
construir times cada vez mais focados em desenvolver ações de Growth Hacking.
Podemos observar também, através de exemplos de empresas nacionais e
internacionais e de estudo de caso específico de uma startup brasileira, que o Growth
Hacking de fato pode gerar ações que impactam diretamente no crescimento do negócio. O
caso da Superlógica, em uma ação bem estruturada através do levantamento de dados e
hipóteses, gerou 10% de crescimento mês a mês em 8 meses.
Os profissionais que participaram deste artigo estão se mostrando confiantes quanto
ao futuro do Growth Hacking no Brasil, e acreditam que o tema irá amadurecer ainda mais,
chegando a mais empresas e aumentando a demanda por mais profissionais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
BALDWIN, Howard, Computerword/EUA – ​CIO Estratégias de Negócios e TI para Líderes
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Disponível em ​http://www.coelevate.com/essays/growth-process-first-tactics-second​. acesso
em 12 de agosto de 2016
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Technology Management & Innovation​, Santiago , v. 10, n. 1, p. 1​16, 2015 . Disponível em
http://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0718-27242015000100001. acesso
em 22 maio 2016.
ELLIS, Sean; MORGAN, Brown;. ​Startup Growth Engines: Case Studies of How Today's
Most Successful Startups Unlock Extraordinary Growth​. 2014.
GASPAR, Fernando. ​Fomentar o empreendedorismo através do capital de risco e da
incubação de empresas: Um estudo empírico em Portugal.​ Rev. Portuguesa e Brasileira
de Gestão​, Lisboa , v. 7, n. 3, p. 71​84, jul. 2008 . Disponível em http://bit.ly/2dzBCnU.
acesso em 22 maio 2016.
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Disponível em
https://techcrunch.com/2012/09/02/defining-a-growth-hacker-three-common-characteristics/​.
acesso em 06 de julho de 2016
GOWARD, Chris.; ​You Should Test That: Conversion Optimization for More Leads,
Sales and Profit or The Art and Science of Optimized Marketing.​ 2013.
GRIFEEL,​ ​Mattann.​ What is Growth Hacking?.
Disponível em ​http://learn.onemonth.com/what-is-growth-hacking​.
KOTLER, Philip. Marketing 3.0: as forças que estão definindo o novo marketing
centrado no ser humano. ​Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 215 p., il., 25 cm. ISBN 978-
85-352-3869-3.
KOTLER, Philip​. Marketing: edição compacta. ​Ed. compacta. São Paulo: Atlas, 1996.
596p., il.
PATEL, Neil. ​O Que é Growth Hacking e Como Usar para Atrair e Reter Clientes.
Disponível em
http://neilpatel.com/br/2015/12/19/como-usar-growth-hacking-para-atrair-e-reter-clientes/​.
acesso em 10 de outubro de 2016
RIES, Eric. A Startup Enxuta: Como os empreendedores atuais utilizam a inovação
contínua para criar empresas extremamente bem-sucedidas. ​Tradução de Carlos Szlak,
São Paulo, 2012.
SOUZA, Bruno. ​Marketing Digital 2.0: como sair na frente da concorrência. 2012
[ebook] Disponível em: ​http://bit.ly/2dnNxo8

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Como o Growth Hacking impacta o crescimento de startups

  • 1. O USO DE TÉCNICAS DE GROWTH HACKING COMO ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO EM STARTUPS WILLIAN RENAN BECHER 1 BRUNO REAL 2 RESUMO: O presente artigo possui o objetivo de apresentar como ​startups​ brasileiras estão utilizando a metodologia de Growth Hacking como estratégia para crescimento dos seus negócios. Growth Hacking é uma área onde atuam profissionais de marketing e desenvolvimento, os quais realizam experimentos para acelerar o crescimento das empresas. Como método de análise, foram realizadas entrevistas com profissionais de Growth Hacking de diversas startups brasileiras, onde foram questionados pontos sobre o uso desta metodologia e quais são os resultados obtidos com a mesma. Constatou-se que muitas startups trabalham há pouco tempo com Growth Hacking, porém de forma geral estão conseguindo realizar ações que vem impactando diretamente no crescimento das empresas. Este artigo apresenta também um estudo de caso com a empresa Superlógica, onde é detalhado uma das ações de Growth Hacking desenvolvidas pela empresa e os resultados alcançados. Palavras-chave​: Growth Hacking, Startups, Crescimento, Tecnologia, Marketing Digital GROWTH STRATEGIES FOR STARTUPS THROUGH GROWTH HACKING Abstract: This article aims to present how Brazilian startups are using the Growth Hacking methodology as a strategy for growing their businesses. Growth Hacking is an area where marketers and developers work, who conduct experiments to accelerate business growth. As a method of analysis, interviews were conducted with Growth Hacking professionals from several Brazilian startups, where questions were asked about the use of this methodology and how the results are obtained with them. It has been found that many startups are working with Growth Hacking in a short time, but in general they are managing to take actions that have a direct impact on the growth of companies. This article also presents a case study with the company Superlógica, where it is detailed one of the actions of Growth Hacking developed by the company and the results achieved. Keywords​: Growth Hacking, Startups, Growth, Technology, Digital Marketing 1 Graduado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas pela Anhanguera Educacional 2 ​Bacharel em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Paraná - UFPR e Especialista MBA em Mídias Sociais, Interatividade e Conectividade pelo Instituto Brasileiro de Pós-graduação e Extensão - IBPEX.
  • 2. 1 INTRODUÇÃO A tecnologia vem evoluindo de uma maneira cada vez mais acelerada nos últimos anos, o que proporciona um maior acesso à informação e também o desenvolvimento de novos produtos e serviços por parte das empresas. A informação é essencial para os consumidores, pois estes podem analisar mais detalhes e comparar produtos e serviços de duas ou mais empresas antes de realizar uma compra. Para as empresas, a tecnologia proporciona inovação, possibilidade de desenvolver novos produtos e diferentes modelos de negócios, além de novas ferramentas e canais para se comunicar e divulgar os seus produtos para o consumidor. Quando falamos de tecnologia e novos modelos de negócios, não podemos deixar de citar a recente ascensão das chamadas ​startups​ , empresas que tem como característica em comum inovar e arriscar acima da média, buscando um crescimento exponencial em um curto período de tempo. ​Eric Ries (2012) define startup como “uma instituição humana desenhada para criar um novo produto ou serviço em condições de extrema incerteza”. É neste contexto de indefinições e oportunidades que estes novos modelos de negócio são criados, caracterizados pela sua grande capacidade adaptativa às adversidades. Outro ponto em comum é que muitas ​startups​ possuem o seu modelo de negócio baseado no modelo digital, oferecendo produtos e serviços que geralmente não necessitam de um espaço físico em sua operação. O modelo digital costuma oferecer baixos custos de distribuição e armazenamento, permitindo que as ​startups,​ por exemplo,​ obtenham mais lucro vendendo produtos e serviços de nicho para uma quantidade maior de pessoas, ao invés de se limitar a poucos produtos que necessitam vender em maior quantidade, conhecidos como ​hits. Em outras palavras, a tecnologia está convertendo o mercado de massa em inúmeros de mercados de nicho, conforme afirma Chris Anderson (2006): “se a indústria do entretenimento do século XX baseava-se em hits, a do século XXI se concentrará com a mesma intensidade em nichos.” Anderson (2006) apresenta ainda que “quando se combina uma quantidade suficiente de não ​hits, se está de fato criando um mercado que rivaliza com o dos hits”. Portanto, atualmente é difícil competir em um mercado tomado por concorrentes e produtos específicos criando uma única mercadoria que atenda a um tipo generalizado de público. O ideal, como aponta o autor, é que exista também a possibilidade de criação de diferentes produtos/serviços que interessam a diversos segmentos, fazendo com que nichos
  • 3. distintos sejam atendidos diretamente. O conceito deste conjunto das vendas, nesta grande variedade de produtos/serviços de nicho, é chamada pelo autor citado de "Cauda Longa". Uma característica em comum entre o mercado dos ​hits e o mercado dos nichos, é o desafio de crescimento através das vendas, por isso, as ​startups costumam utilizar estratégias de marketing digital para divulgação dos seus produtos/serviços, aquisição de novos clientes e relacionamento com os clientes atuais. O marketing digital, como explica Bruno Souza (2012), “consiste na comunicação, com fim comercial, entre a empresa e o cliente, tendo como meio a internet e seus aplicativos.” Dentre essas estratégias, é comum o uso de campanhas em mídias sociais, campanhas de e-mail marketing e links patrocinados, além do próprio site da empresa como centralizador de informações e canal de venda. Porém, o ambiente digital também está se tornando cada vez mais competitivo no mercado brasileiro, o que força as startups a buscarem diferenciais frente aos seus concorrentes, com o fim de atingir o crescimento esperado. Segundo a Associação Brasileira de Startups - ABStartups - em 2015 foram criadas 1.000 empresas de tecnologia com alto potencial de crescimento, 30% mais do que em 2014. Diante disso, as ​startups estão buscando novas soluções e estratégias de crescimento para conquistar um número maior de clientes. Uma dessas estratégias, que auxiliam no progresso das novas empresas, é o ​Growth Hacking, metodologia que engloba um conjunto de técnicas de marketing digital e desenvolvimento que tem como objetivo apresentar para o seus potenciais clientes o valor do produto de uma maneira mais ágil, personalizada e no momento certo. Sean Ellis popularizou o termo em 2010, ano em que ele definiu Growth Hacking como “marketing orientado a experimentos”. O autor complementa dizendo que é “uma área cujo objetivo é o verdadeiro crescimento das empresas. Tudo o que é feito, deve ser examinado por seu potencial impacto sobre o crescimento escalável” (ELLIS, 2014). Já para Aaron Giin (2012), Growth Hacking é “mentalidade de dados, criatividade e curiosidade”. Conforme os autores afirmam, Growth Hacking envolve criatividade, análise de dados e realização de experimentos. Para que isso aconteça, é necessário a criação de um time com conhecimentos técnicos que contemplem estas três habilidades. Geralmente as equipes de Growth Hacking são compostas por profissionais de Marketing, Análise de Dados e Engenharia de Software. Estas três habilidades juntas serão capazes de analisar dados, identificar oportunidades e desenvolver soluções criativas e implementá-las dentro de seus produtos ou serviços no meio digital.
  • 4. Estrutura de time de Growth Hacking Se analisarmos os termos em suas essências e definições (em tradução livre do inglês para o português), ​Growth é crescimento, e este só acontece quando a empresa começa a entender o mercado, os clientes e as oportunidades que este conjunto oferece para expandir as vendas de seu produto/serviço. Um analista de dados será o responsável por levantar estas informações dando suporte a geração de insights, ou seja, de hipóteses de quais ações de crescimento podem ser desenvolvidas. O termo ​Hacking, por sua vez, pode ser definido como o ato de encontrar atalhos nos processos, como por exemplo encurtar a jornada de compra de um cliente ou aumentar a taxa de conversão de uma página. Hacking é a forma como as empresas desenvolvem as hipóteses, e é neste momento que as áreas de marketing e engenharia de software se envolvem para implementar de maneira criativa e ágil os processos previstos. Dito isso, podemos inferir que Growth Hacking é sobre analisar dados de mercado, produto e clientes para identificar oportunidades de melhoria no produto/serviço com o objetivo de gerar crescimento para o negócio, onde a aplicação é realizada através de processos ágeis, criativos e muitas vezes não convencionais. Para entendermos melhor o impacto e aplicação do Growth Hacking nas startups, vamos estruturar este artigo em três capítulos, onde se espera identificar quais são as técnicas de Growth Hacking mais comuns e o impacto que esta metodologia pode representar no crescimento das startups. O primeiro capítulo será reservado ao referencial teórico, onde serão definidos alguns conceitos e apresentada as principais técnicas de Growth Hacking conhecidas.
  • 5. O segundo capítulo irá retratar uma pesquisa realizada com profissionais de Growth Hacking que atuam em startups brasileiras, a fim de entendermos a repercussão da metodologia e se a mesma tem impactado positivamente no crescimento e aquisição de mais clientes pelas empresas analisadas. O terceiro e último capítulo irá expor um caso de estudo de uma startup brasileira que utiliza o Growth Hacking como uma de suas metodologias em busca de crescimento escalável e constante. 2 DEFINIÇÃO DE CONCEITOS Com a recente ascensão da tecnologia, empresas e consumidores vem adaptando o modo como oferecem, produzem e consomem produtos e serviços. Podemos dizer que vivemos em uma nova sociedade, com a presença de novas tecnologias, a qual alguns autores chamam de sociedade da informação. A sociedade da informação designa uma forma nova de organização da economia e da sociedade (PEREIRA ​et al, 1997). Independente da área, é comum ouvirmos e acompanharmos o crescimento exponencial que a tecnologia vem tendo. Setores metalmecânicos, agroindustriais, alimentícios, automotivos ou de tecnologia da informação são alguns exemplos de áreas onde a tecnologia está cada vez mais presente. Esse crescimento é benéfico para as empresas e para os consumidores, pois proporciona maior interação e relacionamento entre os envolvidos no processo. Outro benefício que a evolução da tecnologia proporciona é a inovação, seja em novos produtos e serviços ou até mesmo em novos modelos de negócios disruptivos, que alteram a lógica estabelecida pelo mercado. Esta evolução vem acontecendo principalmente em empresas que possuem um sistema de negócio baseado no ambiente digital. Dentro deste cenário, como citamos anteriormente, temos o universo das empresas denominadas startups. ​A visão de Eric Ries sobre startup apresentada na introdução deste artigo, vai de encontro com a definição apresentado pelo SEBRAE (2016), que vê startup
  • 6. como “um grupo de pessoas iniciando uma empresa, trabalhando com uma ideia diferente, escalável e em condições de extremas incertezas”. Conforme as definições apresentadas, as startups são empresas recém abertas com ideias inovadoras, o que as colocam em um futuro de incertezas. Para que estas ideias possam ser viabilizadas, validadas e se transformarem em negócios rentáveis, é comum que as ​startups recorram a investidores para financiar os primeiros custos de operação da empresa. Em geral, os sócios das startups negociam um percentual da empresa aos investidores em troca do investimento, para que após um período pré acordado, eles comecem a ter um retorno sobre o valor investido. Estas características de negociação, somado ao fato de serem ideias com alto potencial de escalabilidade, ou seja, ideias que possam crescer atendendo às demandas sem perder as qualidades definidas no projeto inicial, geram uma certa exigência por crescimento acima da média do mercado. Para que este crescimento seja possível, as startups buscam estratégias tão inovadoras quanto os seus próprios modelos de negócio. Uma dessas estratégias, e qual iremos nos aprofundar neste artigo, é o Growth Hacking. Conforme apresentamos inicialmente, Growth Hacking é uma estratégia que parte da análise de dados de mercado, produto e clientes para identificar oportunidades que gerem crescimento para o negócio. Para Mattann Griffel (2014), “Growth Hacking é um conjunto de táticas e melhores práticas para lidar com o crescimento de usuários”. Estas práticas geralmente estão associadas a forma como as empresas interagem com os seus clientes através de seus produtos, principalmente no ambiente digital, e isso acontece através da junção de profissionais de engenharia de software, marketing digital e de análise de dados. Estes profissionais juntos podem analisar os melhores momentos para interação com o potencial consumidor, desenvolver a interação e criar uma comunicação personalizada que aumenta as chances deste virar um novo cliente. Para Neil Patel, fundador de ferramentas de marketing como CrazyEgg, HelloBar, QuickSprout e Kissmetrics, Growth Hacking é “encontrar maneiras únicas de crescer um negócio, não apenas de um ponto de vista de marketing, mas também de vendas, engenharia, produto e até mesmo design. Cada área na empresa pode ajudar no crescimento”. Este pensamento vai de encontro com o de Brian Balfour, vice presidente de Marketing do Hubspot. Para ele, Growth Hacking “é uma mistura de marketing, produto e
  • 7. engenharia de software”. Ou seja, diversas áreas integradas trabalhando em cima de estratégias para gerar crescimento. O Facebook, maior rede social da atualidade com 1,7 bilhão de usuários, é uma das empresas que vem utilizando Growth Hacking no seu desenvolvimento. No início, a empresa estava determinada em manter os usuários ativos dentro da rede social, ou seja, acessando com frequência e utilizando a plataforma. A equipe analisou os dados dos usuários e percebeu que quem adicionava 7 amigos nos primeiros 10 dias, tinha chances muito maiores de se manter como usuário ativo. Pensando nisso, foram criadas várias funcionalidades para incentivar novos perfis a encontrar esses primeiros 7 amigos. Uma destas ações acontecia quando, ao criar seu perfil, o usuário era incentivado a associar sua conta de e-mail. Com isso, o Facebook procurava nos contatos do usuário algumas sugestões de amizade. Isso fez com que as pessoas tivessem com quem interagir dentro da rede social desde o primeiro acesso, aumentando assim o número de usuários ativos. Outra empresa que obteve excelentes resultados de crescimento com ações de Growth Hacking é a Dropbox, serviço de armazenamento de arquivos online. Uma das ações mais conhecidas é a do programa de indicação, o qual gerou um aumento de 60% no número de novos clientes. A empresa estava com um custo de aquisição de novos clientes muito elevado, pois contava principalmente com campanhas pagas para divulgar o seu serviço. Diante disso, eles começaram a analisar e entender que os usuários queriam cada vez mais espaço de armazenamento para colocar os seus arquivos, então foi criado um programa de indicação para atender esta oportunidade. Para cada indicação de novo cliente feita através de e-mail ou redes sociais, o usuário ganhava uma determinada quantia de espaço extra em sua conta. Esta ação fez com que o Dropbox saísse de 100 mil usuários para 4 milhões em apenas 15 meses. Em ambos os exemplos apresentados, as empresas seguiram um processo onde entenderam uma oportunidade através de análise de dados e então desenvolveram uma ação criativa para gerar crescimento em cima desta oportunidade. Para que mais ações como esta possam ser criadas, em qualquer empresa do mundo, Brian Balfour (2014) nos apresenta uma metodologia para gerar e executar ações de Growth Hacking:
  • 8. O ciclo de execução possui 6 fases (em tradução livre), sendo: 1. Brainstorm ​- momento onde a equipe levanta o máximo de ideias de ações possíveis, baseado em experiência, dados ou conhecimento empírico 2. Priorização ​- as ideais são discutidas em um nível de detalhamento mais profundo, e após isso são priorizadas as que possuem maior potencial de execução e retorno 3. Testes ​- é criado um documento que define e detalha como será realizado aquele teste e quais resultados são esperados 4. Implementação ​- o teste é implementado pela equipe 5. Análise ​- os resultados do teste são levantados, analisados e documentados 6. Aprendizado ​- é criado um documento de aprendizados com todos os testes executados Existem algumas ações de Growth Hacking que são muito utilizadas e que geralmente podem ser aplicadas em diversos modelos de empresas, como por exemplo: - Usar landing pages para captação de leads - quando você quer que o seu visitante preencha algum formulário informando dados pessoais de interesse
  • 9. da empresa, ou seja, que este usuário se torne um ​lead, landing pages costumam funcionar melhor pois possuem menos distração e links do que o site da sua empresa. Landing Pages são páginas específicas com viés de conversão e geralmente são construídas de maneira simples, direta e intuitiva. - Blog para atrair tráfego orgânico - blogs costumam funcionar bem para atrair tráfego ao site de forma orgânica, ou seja, quando alguém faz alguma pesquisa em sites de busca, como o Google, e clica em links que não são pagos. O seu conteúdo precisa ser relevante para que os motores de busca o associe nos resultados, chamando atenção de seu potencial cliente. - Usar vídeos para apresentar o seu produto/serviço - vídeos possuem o poder de serem muito mais visuais e atrativos que textos, por isso aumentam o engajamento das pessoas que estão conhecendo o seu produto/serviço no seu site - Sequência de e-mails para novos leads - manter um relacionamento por e-mail com os novos leads aumentam as chances de engajamento com a sua marca. É importante, após adquirir os dados de seu potencial consumidor, manter um contato frequente e interessante com o mesmo. Geralmente os experimentos de Growth Hacking são executados utilizando a metodologia de teste A/B. Segundo a Optimizely (​https://www.optimizely.com/ab-testing/​), o teste A/B (também conhecido como teste de divisão) é um método para comparar duas versões de uma página da web ou aplicativo uma contra a outra para determinar qual delas gera o melhor resultado. O teste A/B é essencialmente uma experiência em que duas ou mais variáveis de uma página - como por exemplo, títulos, textos, cores, imagens - são mostradas aos usuários aleatoriamente, e a análise estatística é usada para determinar qual variação se comporta melhor para um determinado objetivo de conversão.
  • 10. Fonte: http://bit.ly/2f3l9K5 Para exemplificar o conceito, a Sony, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, realizou um teste A/B na página de compra de seus produtos, e conseguiu aumentar as vendas em 20%. Já a ComScore, empresa de pesquisa de mercado que fornece dados de uso da internet no mundo, realizou um teste A/B nas páginas de suas campanhas de marketing, inserindo depoimentos e logo de alguns clientes, o que gerou um incremento de 69% na geração de leads. Ambos casos são citados pela Optmizely e estão disponíveis em http://bit.ly/1WgeMCj Agora que temos um entendimento melhor sobre Growth Hacking e os processos de como gerar e executar ações, vamos entrar no cenário de algumas startups brasileiras para entender as principais percepções sobre o tema na visão dos profissionais que atuam diretamente com ações de Growth Hacking.
  • 11. 3 PESQUISA QUALITATIVA Para termos uma compreensão mais clara de como as startups brasileiras reconhecem, aplicam e quais resultados estão obtendo através da estratégia de Growth Hacking, conversamos com 8 profissionais que trabalham diretamente com a estratégia em startups por todo o Brasil. Vamos brevemente apresentar cada um destes profissionais e suas respectivas empresas. 3.1 Empresas analisadas e profissionais Caique Lauerti, Growth Hacker na Navegg A Navegg é uma empresa de tecnologia que atua diretamente com inteligência de dados, coletando informações de navegação na internet de milhões de usuários, para entender comportamentos e gerar oportunidades de segmentação de campanhas para seus clientes. A Navegg possui sede em Curitiba - PR. Site:​ ​www.navegg.com Franco Zanette, Growth Hacker na Resultados Digitais A Resultados Digitais oferece o RD Station, software de automação de marketing para que seus clientes possam estruturar e desenvolver campanhas de marketing
  • 12. integradas, com páginas de captação de leads, relacionamento por e-mail, gestão de clientes entre outros recursos. A Resultados Digitais possui sede em Florianópolis - SC. Site:​ ​www.resultadosdigitais.com.br Jana Ramos, Growth Hacker na Superlógica A Superlógica oferece um sistema de gestão voltado à economia da recorrência, atuando como intermediador e gestor de cobranças, que atua em 4 verticais: assinaturas (SaaS e produtos/serviços digitais), condomínios, imobiliárias e educação. A Superlógica possui sede em Campinas - SP. Site:​ ​www.superlogica.com.br
  • 13. João Emilio Dambroz Sobotka, Growth Hacker na ContaAzul A ContaAzul oferece um sistema de gestão completo para micro e pequenas empresas, onde o empreendedor conta com recursos como controle de clientes, vendas, gestão financeira, controle de estoque, emissão de boletos e notas fiscais, entre outros recursos. A ContaAzul possui sede em Joinville - SC. Site: ​www.contaazul.com Juliano Marques, Growth Hacker no Terra O Terra é um dos maiores portais de conteúdo e notícias brasileiro, além de contar com diversos serviços como hospedagem de sites, serviço de e-mail, cursos online, construtor de sites. O portal também oferece espaços para anunciantes, além de produzir campanhas personalizadas. O Terra possui sede em São Paulo - SP.
  • 14. Site: ​www.terra.com.br Letícia Paiva, Growth Hacker na Aldeia Coworking A Aldeia Coworking é um formato de escritório colaborativo, onde empresas e profissionais autônomos podem locar espaços para trabalhar, desenvolver parcerias, reuniões e networking. A Aldeia Coworking possui sede em Curitiba - PR. Site: www.aldeiacoworking.com.br
  • 15. Renato Godinho, Growth Hacker na QuintoAndar A QuintoAndar é uma startup focada em simplificar a locação de apartamentos residenciais através da internet. O interessado pode, através do site ou aplicativo para smartphone, pesquisar e realizar o processo de locação. A QuintoAndar possui sede em Campinas - SP. Site: ​www.quintoandar.com.br Rodrigo Noll, Growth Hacker na SBTUR Viagens A SBTUR Viagens é uma agência de viagens que oferece a opção de planos de viagens, ou seja, o cliente pode pagar uma mensalidade e contar com uma viagem por ano garantida, toda planejada pela empresa. A SBTUR possui sede em Florianópolis - SC.
  • 16. Site: ​www.sbtur.com.br 3.2 Resultados e percepções das empresas e seus profissionais Neste capítulo vamos discorrer as principais percepções sobre Growth Hacking e buscar entender se houve algum impacto no crescimento do negócio nas empresas que conversamos. A princípio, buscamos entender como estes profissionais que atuam diretamente com a estratégia, definem Growth Hacking. Podemos identificar que muitas das percepções vão de encontro às definições apresentadas em nosso referencial teórico, porém outras seguem uma variação ou diferenciação do que é colocado inicialmente. Diversos profissionais apresentaram uma visão de Growth Hacking como orientado a pequenos experimentos, cujo objetivo é ajudar no crescimento das empresas. Para João Dambroz, da ContaAzul, “growth hacking é uma ação de curto prazo com uma expectativa de resultado mensurada e embasada de dados cujo resultado deve ser o crescimento organizacional”. Esta visão vai de encontro com a de Rodrigo Noll, da SBTUR Viagens, que entende que “growth hacking é experimentação com o objetivo de crescer (evoluir, reter, aumentar) qualquer operação na maioria das vezes digital, seja ela de uma empresa ou projeto” e com a de Caique Lauerti, Growth Hacker da Navegg, que acredita que Growth Hacking é “encontrar fórmulas de crescimento, de qualquer natureza, que fuja às fórmulas padrões e já conhecidas. Por fórmulas entende-se um padrão detectado que ao ser repetido
  • 17. promove similaridade com os resultados anteriores.” Para Letícia Paiva, da Aldeia Coworking, “Growth Hacking é acelerar o crescimento de uma empresa por meio de experimentos controlados, aprendizado, geração de insights, documentação, aplicação dos insights e realização de novos experimentos.” Outros profissionais afirmam também que são ações visando o crescimento, mas acreditam que Growth Hacking é também uma mudança de pensamento dos envolvidos na estratégia do negócio, onde é necessário criatividade. Para Jana Ramos, da Superlógica, Growth Hacking “é criatividade na aquisição de clientes, é crescer o negócio fazendo mais com menos”. Quando falamos em fazer mais com menos, tocamos na essência do Growth Hacking. Conforme o autor Aaron Ginn nos apresentou, discorremos sobre criatividade e curiosidade para encontrar caminhos e ações que geralmente não são cogitadas dentro das empresas, se aproximando da definição de ​hacks, ou seja, soluções que reconfiguram um sistema já conhecido em busca de resultados diferentes. Apesar de algumas particularidades no entendimento do tema, os profissionais possuem linhas de pensamentos similares, considerando que o objetivo do Growth Hacking é gerar crescimento para as organizações através de ações experimentais e criativas, tendo o marketing digital como sua base de atuação. Seguindo com o aprendizado das entrevistas, foi questionado aos profissionais como o Growth Hacking chegou até as startups onde eles trabalham. O objetivo foi entender como a estratégia começou a ser implementada e as características deste processo. João Dambroz, da ContaAzul, comentou que “o momento estava associado a apresentação de resultados a investidores. O processo foi na base da tentativa e erro - no início atacamos todo o funil e com todos os canais, ao poucos fomos aprendendo mais sobre o processo e sobre nossos clientes.” Renato Godinho, Growth Hacker na QuintoAndar, lembra que “a empresa precisava crescer num ritmo muito rápido para que desse certo, e era bem claro na época que apenas trabalhar com performance limitaria esse crescimento.” Assim como Sean Ellis comentou, “o profissional de Growth Hacker é uma pessoa cujo foco é sempre o crescimento”, por isso buscamos entender quais características e habilidades são encontradas com mais frequência nestes profissionais. Franco Zanetti, da
  • 18. Resultados Digitais, vê que para se trabalhar com Growth, o profissional precisa ter “uma mescla de conhecimento de negócios, análise de dados e programação”. Já Rodrigo Noll, da SBTUR Viagens, pensa que o profissional precisa “precisa ser curioso, analítico, ousado”. Fica claro que Growth Hacking envolve uma análise atenta do cenário de mercado e da empresa para que seja possível encontrar os atalhos de crescimento, além de criatividade e confiança para rodar experimentos que visam o crescimento do negócio. Seguindo nossa investigação, questionamos quais benefícios o Growth Hacking gerou desde que começou a rodar nas empresas acionadas. Renato Godinho, da QuintoAndar, lembra que “conseguiram crescer muito sem precisar aumentar o investimento em marketing na mesma velocidade”. Jana Ramos, da Superlógica, possui uma experiência semelhante. Ela comenta que o Growth Hacking proporcionou “crescimento, aumento de tráfego e leads qualificados por um custo baixo, além de aumento das vendas com estratégias criativas.” Outro ponto destacado por Jana Ramos é que “vários testes gerando entre 1% e 2% de incremento cada, tem um impacto enorme no resultado da empresa”. Outro ponto levantado junto aos profissionais foi entender quais os principais desafios eles encontram trabalhando com Growth Hacking. Para Juliano Marques, do Terra, “vencer preconceitos, alinhar expectativas e quebrar paradigmas organizacionais” têm sido os principais desafios. Ele ainda exemplifica: “o pessoal acha que Growth Hacking é só criar hacks de conversão nas campanhas do Google, então você precisa explicar que é algo maior, é estratégia, é análise de dados, é marketing criativo”. Para Rodrigo Noll, da SBTUR Viagens, os principais desafios tem sido “trabalhar com grandes volumes de dados e integrações de sistemas muito diferentes”. Já para Renato Godinho, da QuintoAndar, “aprender um pouco de tudo, e, principalmente, pensar em ideias totalmente não convencionais” são citados como desafios ao trabalhar com Growth Hacking. Os diferentes desafios do Growth Hacking na prática foi um dos pontos que apresentou maior disparidade nas respostas. Uma das hipóteses é que, por se tratar de diferentes empresas, com diferentes culturas e estrutura organizacional, os desafios acabam variando bastante.
  • 19. Diante do cenário levantado até agora, buscamos entender quais são os processos utilizados pelos profissionais e startups para aplicação do Growth Hacking. Renato Godinho, da QuintoAndar, comentou que costumam “trabalhar com validação de hipóteses através de testes A/B, levando em conta a significância das amostras que usamos. É importante, nesse ponto, que os resultados sejam realmente fiéis, e não apenas baseados em intuição.” Isso vai de encontro com o que vimos até então, sobre a importância da análise dos dados e da significância estatística na realização de testes A/B, definidos como testes para validação entre duas ideias ou suposições para um mesmo tema, para que assim seja selecionada a melhor opção. Caique Lauerti, da Navegg e Jana Ramos, da Superlógica, também comentam sobre o processo de validação de hipóteses através de testes A/B. Caique destaca que “a partir dos testes, são analisados os resultados, feitas anotações e comparações para tomadas de decisão futura”. Podemos perceber que é comum as empresas executarem validação de hipóteses através de testes A/B, para entender qual das duas formas aplicadas ao teste geram mais resultado. Outra informação muito importante que levantamos com os profissionais foi como eles estão mensurando os resultados das ações de Growth Hacking, ou seja, quais indicadores eles acompanham para entender se as ações estão gerando os resultados esperados. Rodrigo Noll, da SBTUR Viagens, comenta que sempre acompanham “números de acessos vindo das ações, quantidade de leads gerados, taxa de conversões e por fim, quantas vendas foram realizadas”. Franco Zanetti, da Resultados Digitais, compartilha que “sempre é definido qual métrica a ação irá impactar, após isso executamos a ação e acompanhamos o resultado em cima dessa métrica.” João Dambroz, da ContaAzul, Jana Ramos, da Superlógica e Juliano Marques do Terra, também analisam métricas de conversão de clientes, aumento de receita e custo de aquisição de clientes como indicadores de sucesso para as ações de Growth Hacking. Depois de entender como os profissionais estão mensurando a prática de Growth Hacking, buscamos também compreender quais foram os principais resultados positivos e também os negativos em cima das ações desenvolvidas até o momento.
  • 20. Caique Lauerti, da Navegg - startup que atua diretamente com inteligência de dados e coleta de informações de navegação de milhões de usuários - destaca como resultado positivo, “a melhoria no nosso produto em 316% na captação de dados de navegação em 3 meses de trabalho. De negativo tivemos casos de investimento de mais de 10 frentes em tentar alavancar os acessos de uma plataforma e não fomos bem sucedidos em nenhuma delas. Tivemos que desistir do projeto e perdemos o dinheiro investido.” Caique complementa dizendo que “Growth Hacking é feito de teste e erro, no entanto, se o profissional tem um bom senso, alguma coisa se acerta. Não é algo complexo, onde a pessoa tem que criar hipóteses absurdas. Envolve muito da intuição somada aos dados, já que as respostas normalmente não vêm escritas”. Para João Dambroz, da ContaAzul - startup que oferece um sistema de gestão para micro e pequenos empresários - os principais resultados positivos aconteceram com as ações de “alteração no período de recorrência do contrato de compra com os clientes, alteração no período de trial (momento em que o usuário realiza um teste gratuito do nosso produto), e alteração de notificações baseadas em comportamento do usuário”. Outro resultado positivo é comentado por Renato Godinho, da QuintoAndar - serviço de locação de apartamentos residenciais através da internet - onde ele destaca: “descobrimos que, pro nosso modelo de negócio, não valia a pena fazer um ​retargeting tradicional (campanha de marketing para usuários que visitaram a página da empresa), exibindo os mesmo apartamentos que o usuário já viu, mas, por outro lado, não podíamos deixar a ferramenta de ​retargeting exibir outras sugestões aleatoriamente. Então fizemos uma modificação no código do ​pixel (tecnologia que identifica os usuários que acessam a página da empresa) da ferramenta para que nós mesmos recomendássemos alguns apartamentos para o usuário.” Outra visão de resultados interessante é apresentada por Juliano Marques, do Terra. Para ele, “os pontos positivos estão mais focados no desenvolvimento de pessoas. Hoje o time é mais consciente de sua capacidade.” Por fim, buscamos saber a opinião dos profissionais sobre o futuro do Growth Hacking no mercado brasileiro. Para Renato Godinho, da QuintoAndar, “a tendência é que seja cada vez mais comum, principalmente em startups mais disruptivas.” Franco Zanette, da Resultados Digitais, pensa que “o Growth Hacking estará cada vez incorporado no cenário
  • 21. empreendedor, a ponto de sua cultura se fundir com os próprios métodos de marketing e gestão.” Juliano Marques, do Terra, espera “que o mercado consiga absorver esse novo profissional por completo: colocando-o como um gestor estratégico de performance, e não apenas como um especialista em performance de campanhas.” Jana Ramos, da Superlógica, espera “que o Growth Hacking cresça, que surjam cursos, livros e mais palestras sobre o tema, além de departamentos próprios nas empresas”. Fechando este capítulo, podemos perceber que o Growth Hacking já é uma realidade em diversas empresas brasileiras. Apesar de algumas especificidades características de cada negócio, o Growth Hacking está sendo trabalhando com o seu objetivo máximo: gerar crescimento para os negócios. Podemos observar também que Growth Hacking não é uma ação única e específica que acontece uma vez e gera um crescimento acima da média, mas sim várias pequenas ações de melhoria que juntas vão garantido um crescimento sustentável para as empresas. Estas ações geralmente não são universais, ou seja, não são regras que funcionam para todas as empresas da mesma maneira. Cada negócio cria ações de acordo com o seu produto/serviço e mercado no qual atua. Outro ponto observado, é que Growth Hacking vem sendo aplicado de acordo com a metodologia original apresentada pelo criador do termo, Sean Ellis e reforçada por Brian Balfour, onde são geradas hipóteses em cima de análise de dados, depois são priorizadas de acordo com o potencial de retorno, testadas e implementadas para depois serem analisados os resultados gerando aprendizado para novas ações de Growth Hacking. No próximo capítulo vamos apresentar um estudo de caso de uma das empresas que conversamos, para entender com mais detalhes uma determinada ação de Growth Hacking e quais resultados esta ação gerou para o negócio. 4 APLICAÇÃO REAL DE GROWTH HACKING EM UMA STARTUP BRASILEIRA Após passar por diversas questões junto aos profissionais, vamos nos aprofundar em um estudo de caso real, de uma startup brasileira, que vem utilizando Growth Hacking
  • 22. para alavancar o crescimento. Esta empresa é a Superlógica Tecnologias (www.superlogica.com), que possui como produto, um sistema online de mesmo nome. 4.1 A Empresa O Superlógica é um sistema de gestão voltado à economia da recorrência, que atua em quatro segmentos: assinaturas (SaaS e produtos/serviços digitais), condomínios, imobiliárias e educação. O público-alvo da empresa são diretores financeiros, CFOs, CEOs, administradores e gestores que precisam automatizar atividades da área financeira, tais como cobranças, envio de boletos e nota fiscal, notificações sobre pagamento, controle de inadimplência, relatórios e métricas. 4.2 O Problema O Superlógica precisava de uma estratégia para gerar tráfego qualificado, melhorar sua posição nos resultados orgânicos do Google, para assim gerar demanda ao negócio e diminuir o custo de aquisição de novos clientes. 4.3 A ideia A empresa levantou, junto ao Google, que 56% dos usuários de internet utilizam resultados de busca como fonte principal de pesquisa de informação, o que levou a Superlógica a analisar quais termos poderiam trabalhar para aumentar seus resultados de buscas orgânicas. A grande oportunidade e estratégia para criação de conteúdo relevante que pudesse apresentar uma boa performance nos resultados orgânicos, surgiu a partir da informação de uma nova lei que entra em vigor no Brasil em janeiro de 2017:o fim do boleto sem registro. A partir dessa data, o boleto com registro passa a ser obrigatório em todo país e esta constatação certamente seria uma dúvida muito procurada no Google pelo público pretendido pelo Superlógica, que buscariam adaptar seus negócios quando a lei passasse a vigorar. Com base na expressão “boleto sem registro”, a Superlogica planejou um ​post completo no blog da empresa sobre o assunto: o que acontece, como é a lei, o que muda
  • 23. com isso, como as empresas terão de se adaptar, entre outros detalhes pertinentes ao tema. A intenção era, a partir deste texto, ser encontrado no Google quando as pessoas iniciassem uma busca por essa solução e responder as eventuais dúvidas, gerando assim tráfego orgânico e qualificado e ampliando a possibilidade de se posicionar como referência, construindo autoridade de marca sobre o tema tratado. O artigo está disponível em ​http://superlogica.com/o-fim-do-boleto-sem-registro/ 4.4 Resultados A publicação do artigo gerou um grande volume de tráfego no site do Superlógica, atingindo seu pico de acesso em Fevereiro e Março de 2015. Esse post continua nas primeiras posições do Google, o que acaba gerando grande tráfego orgânico na ferramenta de busca, fazendo com que esse seja o principal canal de aquisição da empresa. É a terceira página mais acessadas do site do Superlógica, com mais de 44 mil visitas. Além disso,o artigo teve mais de 8 mil compartilhamentos nas redes sociais até o momento. Para impulsionar rapidamente o post, também foi produzido e publicado ​guest posts (posts em outros blogs como autor convidado, gerando link para o blog da empresa) em diversos sites segmentados, que já renderam milhares de acessos desde então.
  • 24. * Páginas mais acessadas do site desde o início de 2016 Com o sucesso do post, a Superlógica ampliou a estratégia e investiu na produção de landing pages completas com todas as informações que o seu público precisa saber sobre o universo de pagamento recorrente. Após levantar dados e identificar os assuntos com mais oportunidades, surgiram duas novas landing pages: "Como reduzir a inadimplência em negócios recorrentes" (​http://superlogica.com/como-reduzir-inadimplencia/​)
  • 25. "Pagamento recorrente: o guia completo e definitivo" (​http://superlogica.com/pagamento-recorrente/​) Ambas as páginas conseguiram alcançar as primeiras posições do Google para termos de buscas relacionados, gerando muitos acessos para a empresa. Porém, surge um problema no meio do sucesso no acesso ao material: antes estes conteúdos eram disponibilizados através de links como e-books, onde o usuário precisava colocar seus dados de contato para baixar, gerando assim um lead para a empresa trabalhar posteriormente sua comunicação. Agora, o conteúdo estava aberto, portanto a Superlógica tinha o desafio de converter parte deste tráfego em leads, para assim gerar oportunidades de vendas, através dos dados coletados de seus possíveis consumidores. Uma ação de Growth Hacking foi aplicada para que essa conversão fosse possível. Todo o processo e estratégia foi desenhado para captação de leads, só que de uma maneira mais sutil, implícita, gerando valor e relevância ao visitante, buscando seu interesse na conversão. A ação envolveu um conjunto de elementos nas páginas para gerar conversão, sendo eles:
  • 26. Chamadas para ações (CTA’s - ​"Call-to-actions") na página do post sobre boleto sem registro Pop-up de captura de leads nas landing pages
  • 27. Pop-up de intenção de saída/exit intent no blog post sobre boleto sem registro Através destas ações, a Superlógica conseguiu aumentar a geração de leads em uma média de 10% mês a mês no período de 8 meses, entre Março e Novembro de 2016. Com este case, observamos a importância de encontrar na análise dos dados e na criatividade em interpretá-los, as soluções possíveis para que o negócio continue prosperando de maneira orgânica, otimizando custos e oferecendo material relevante ao consumidor final, fechando uma estratégia de comunicação que busca o crescimento das empresas a partir da atuação constante e expressiva em diferentes tópicos do canal digital. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Em um mercado cada vez mais competitivo, as startups vem investindo em novas estratégias de aquisição de clientes para gerar crescimento. Geralmente estas ações estão relacionadas com o ambiente digital, onde é possível alcançar de uma maneira mais segmentada o nicho de cada negócio. Uma dessas estratégias é o Growth Hacking, metodologia que envolve a análise de dados do negócio para identificar hipóteses de melhoria no produto/serviço a serem
  • 28. testadas e validadas. Diversas startups pelo mundo, e mais recentemente no Brasil, vem adotando o Growth Hacking como estratégia para aumentar as oportunidades de venda e relacionamento com os clientes. Podemos constatar no decorrer deste artigo que as startups que começaram a utilizar Growth Hacking recentemente, de forma geral, estão obtendo resultados positivos que vêm impactando no crescimento de seus negócios. Esta estratégia vem ganhando cada vez mais força nas mais diferentes empresas, que estão se adaptando estruturalmente para construir times cada vez mais focados em desenvolver ações de Growth Hacking. Podemos observar também, através de exemplos de empresas nacionais e internacionais e de estudo de caso específico de uma startup brasileira, que o Growth Hacking de fato pode gerar ações que impactam diretamente no crescimento do negócio. O caso da Superlógica, em uma ação bem estruturada através do levantamento de dados e hipóteses, gerou 10% de crescimento mês a mês em 8 meses. Os profissionais que participaram deste artigo estão se mostrando confiantes quanto ao futuro do Growth Hacking no Brasil, e acreditam que o tema irá amadurecer ainda mais, chegando a mais empresas e aumentando a demanda por mais profissionais.
  • 29. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDERSON, Chris. ​A cauda longa: do mercado de massa para o mercado de nicho​. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. BALDWIN, Howard, Computerword/EUA – ​CIO Estratégias de Negócios e TI para Líderes Corporativos​. 2013 BALFOUR, Brian. ​The First Step To Building A Growth Machine. Disponível em ​http://www.coelevate.com/essays/growth-process-first-tactics-second​. acesso em 12 de agosto de 2016 D'AVINO, Marco et al . ​Guidelines for e​Startup Promotion Strategy.​ Journal of Technology Management & Innovation​, Santiago , v. 10, n. 1, p. 1​16, 2015 . Disponível em http://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0718-27242015000100001. acesso em 22 maio 2016. ELLIS, Sean; MORGAN, Brown;. ​Startup Growth Engines: Case Studies of How Today's Most Successful Startups Unlock Extraordinary Growth​. 2014. GASPAR, Fernando. ​Fomentar o empreendedorismo através do capital de risco e da incubação de empresas: Um estudo empírico em Portugal.​ Rev. Portuguesa e Brasileira de Gestão​, Lisboa , v. 7, n. 3, p. 71​84, jul. 2008 . Disponível em http://bit.ly/2dzBCnU. acesso em 22 maio 2016. GIIN, Aaron. ​Defining A Growth Hacker: Three Common Characteristics. Disponível em https://techcrunch.com/2012/09/02/defining-a-growth-hacker-three-common-characteristics/​. acesso em 06 de julho de 2016 GOWARD, Chris.; ​You Should Test That: Conversion Optimization for More Leads, Sales and Profit or The Art and Science of Optimized Marketing.​ 2013. GRIFEEL,​ ​Mattann.​ What is Growth Hacking?. Disponível em ​http://learn.onemonth.com/what-is-growth-hacking​.
  • 30. KOTLER, Philip. Marketing 3.0: as forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano. ​Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 215 p., il., 25 cm. ISBN 978- 85-352-3869-3. KOTLER, Philip​. Marketing: edição compacta. ​Ed. compacta. São Paulo: Atlas, 1996. 596p., il. PATEL, Neil. ​O Que é Growth Hacking e Como Usar para Atrair e Reter Clientes. Disponível em http://neilpatel.com/br/2015/12/19/como-usar-growth-hacking-para-atrair-e-reter-clientes/​. acesso em 10 de outubro de 2016 RIES, Eric. A Startup Enxuta: Como os empreendedores atuais utilizam a inovação contínua para criar empresas extremamente bem-sucedidas. ​Tradução de Carlos Szlak, São Paulo, 2012. SOUZA, Bruno. ​Marketing Digital 2.0: como sair na frente da concorrência. 2012 [ebook] Disponível em: ​http://bit.ly/2dnNxo8