Este documento discute como o conhecimento se transformou nos sistemistas brasileiros durante o desenvolvimento do sistema flex fuel. Analisa como o conhecimento tácito e explícito se converteram entre as fases do projeto e compara as experiências de Bosch, Magneti Marelli e Delphi. Também discute limitações do estudo e possibilidades para pesquisas futuras.
1. AS TRANSFORMAÇÕES DO
CONHECIMENTO NO PROCESSO DE
INOVAÇÃO: O DESENVOLVIMENTO DA
TECNOLOGIA FLEX FUEL NOS
SISTEMISTAS BRASILEIROS
Wilian Gatti Junior
Prof. Dr. Abraham Sin Oih Yu
PPGA – FEA/USP
2011
2. Questão central
Como se deu a transformação do
conhecimento nos sistemistas instalados no
país durante o projeto de desenvolvimento
do sistema flex fuel?
3. Objetivo
Percorrer a contínua interação entre o
conhecimento tácito e explícito nas
diferentes fases de um projeto de
inovação (pré-desenvolvimento,
desenvolvimento e pós-desenvolvimento).
4. Revisão da Literatura
Rozenfeld et al.
(2006)
Pré-desenvolvimento Desenvolvimento Pós-desenvolvimento
Socialização Externalização Socialização Externalização Socialização Externalização
Internalização Combinação Internalização Combinação Internalização Combinação
Nonaka e
Takeuchi
(2008)
5. Metodologia
Bloco 1
Pesquisa Exploratória
25h de entrevistas
Levantamento bibliográfico
(Inovação/DNP) entre set/2008 a
mar/2009
Bloco 1
Pesquisa Exploratória
Pesquisa de Campo
(entrevistas)
Bloco 2
Revisão Bibliográfica
11h de entrevistas
Refinamento dos conceitos
entre abr/10 a (Inovação e DNP)
Levantamento bibliográfico
out/10 (Conhecimento e Aprendizagem organizacional)
Teste Piloto
Bloco 3
Pesquisa de Campo
Ago/2008 Set/2008 Dez/2008 Mar/2009 Jul/2009 Abr/2010 Out/2010
6. Relação das entrevistas
Data Empresa Duração da Posição do Entrevistado
Entrevista
28/04/10 General Motors 1h Gerente de Engenharia de Produto
28/04/10 Volkswagen 1h30 Gerente de Engenharia
03/05/10 Bosch 1h30 Gerentes de Engenharia (3)
18/05/10 Ford 1h Supervisor de Engenharia Avançada
31/05/10 Magneti Marelli 1h30 Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento
29/06/10 Delphi 1h (por telefone) Supervisor de Engenharia
14/07/10 Bosch 0h45 (por telefone) Gerente de Engenharia
26/08/10 Bosch 1h30 Gerente de Engenharia
03/09/10 Magneti Marelli 1h Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento
20/10/10 Delphi 1h (por telefone) Supervisor de Engenharia
7. Metodologia - Análise
Reconstrução das entrevistas em
formato de narrativa
Análise individual dos casos
Análise comparativa dos casos
8. Ano Bosch Magneti Marelli Delphi
Reunião de kick off na matriz
1992
Início projeto flex fuel
Publicação do paper Desenvolvimento da injeção
1994 apresentando o protótipo eletrônica (tropicalizada) para o
Ômega flex Fiat Uno
Inauguração do CT
Início projeto flex fuel
1999 Início projeto flex fuel
(informal)
(informal)
Seminário IPT
2000
Retomada do projeto flex
Lançamento da bomba de
2001
combustível
Ford apresenta Fiesta Flex
2002 Contrato com a VW para o Solicitação GM para
fornecimento do sistema flex fornecimento do sistema flex
Início projeto formal Início projeto formal
Setembro Março Junho
2003
Lançamento Polo (VW) Lançamento Gol (VW) Lançamento Corsa (GM)
9. Resultados
Conversão do
Fase Gestão do Projeto
Conhecimento
Socialização
Pré-desenvolvimento
Internalização
Projeto Formalizado SECI
Desenvolvimento Socialização
Fase Informal do Projeto Internalização
(MM e Delphi)
Combinação
(protótipos)
Socialização
Pós-desenvolvimento
Combinação
10. Limitações
A primeira grande limitação é o tipo de
inovação estudado.
Garciae Calantone (2001): inovação
incremental
Henderson e Clark (1990): inovação modular
Desse modo, os resultados não podem
ser generalizados para outros tipos de
inovação.
11. Limitações
As generalizações ficam restritas pelo
foco particular dado à indústria
automobilística. Cada indústria possui sua
dinâmica (FINE, 1999) e o setor
automobilístico tem questões únicas
ligadas à gestão e controle sobre seus
fornecedores, porte das empresas
envolvidas e nível de internacionalização.
12. Limitações
Metodologia
Unidade de análise centrada em projetos no
âmbito dos sistemistas.
Interpretação dos dados, uma vez que,
mesmo com o desenvolvimento de um roteiro
para essa atividade, o processo está sujeito
ao viés do pesquisador pela própria natureza
da pesquisa qualitativa.
Acesso aos dados e à memória dos
entrevistados.
13. Pesquisas Futuras
Pesquisas em outros setores industriais.
Relação entre a construção do conhecimento e
o retorno financeiro e/ou qualidade do produto.
DNP em parceria com outras empresas poderia
dar ênfase ao conhecimento interorganizacional.
Estilo de liderança x construção do
conhecimento.
Empresas internacionais brasileiras ensinando
subsidiárias sediadas em países
tradicionalmente exportadores de tecnologia.