SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 19
Downloaden Sie, um offline zu lesen
AP 219 – Engenharia de Irrigação
                                                                         Prof. Roberto Testezlaf


                      MÉTODOS DE FERTIRRIGAÇÃO

Introdução
A fertirrigação consiste na aplicação de fertilizantes via água de irrigação. É um sistema
que teve início na Califórnia, por volta de 1930, em sistemas de irrigação por aspersão
em pomares. É uma técnica relativamente antiga que os agricultores de muitos países tem
utilizado, em diferentes métodos de irrigação.

Em alguns países, como os Estados Unidos, Israel e Itália, a fertirrigação tornou-se uma
técnica de uso generalizado, principalmente com o desenvolvimento de modernos
sistemas de irrigação e de equipamentos de injeção que permitiram e expansão do
número de produtos aplicáveis pela água de irrigação. Alguns exemplos destes produtos
estão apresentados a seguir:

       • herbicidas;
       • inseticidas;
       • fungicidas;
       • nematicidas;
       • reguladores de crescimento
       • agentes de controle biológico.
Para COSTA et al. (1986), embora a fertirrigação esteja sendo utilizada em algumas áreas
irrigadas no Brasil, a falta de informação, principalmente sobre dosagens, tipo de
fertilizantes mais recomendados, prevenção à formação de precipitados, modo e época de
aplicação, reflete a necessidade de se realizar pesquisas nessa área, levando em
consideração as diversas condições do país.

Vantagens e limitações da fertirrigação
Com base em resultados de pesquisas e na experiência de agricultores, o uso combinado
de fertilizantes na água de irrigação apresenta vantagens e limitações à sua aplicação.

Vantagens
As principais vantagens notadas no uso da fertirrigação são:

Mau aproveitamento dos equipamentos de irrigação:
Em princípio, o mesmo sistema de injeção pode ser utilizado na introdução de diversas
substâncias na água de irrigação como, por exemplo, os defensivos agrícolas (herbicidas,
inseticidas, fungicidas e nematicidas), além de reguladores de crescimento aplicados por
intermédio da água de irrigação num grande número de culturas

Economia de mão-de-obra:
A aplicação manual é imprecisa e desuniforme. A aplicação através do uso de tratores e
aviões são relativamente dispendiosas. O uso da fertirrigação reduz os requerimentos de
mão-de-obra na aplicação de adubos.

Economia e praticidade:


                                            1
AP 219 – Engenharia de Irrigação
                                                                         Prof. Roberto Testezlaf

Contrariamente aos outros métodos, o uso do equipamento de fertirrigação é prático e de
fácil mobilidade, já que se trata de um equipamento central para toda uma área, parcela
ou linha lateral. Ocorre a economia de fertilizantes devido ao fato de que a solução dilui-
se de forma homogênea na água de irrigação, distribuindo-se no campo da mesma
maneira que a água.

Distribuição uniforme e localizada dos fertilizantes:
Nos pomares irrigados por aspersão convencional a irrigação ocorre ao longo das fileiras
e, supostamente, é onde se localiza o fertilizante. Nos métodos mecanizados a aplicação
de fertilizantes e feito entre as fileiras de plantas, onde a irrigação é feita parcialmente ou
não dependendo do sistema de irrigação utilizado. Quando se utiliza sistemas de irrigação
localizada ocorre uma melhor distribuição dos fertilizantes por estes sistemas
apresentarem uma alta uniformidade de distribuição, e por estes serem aplicados onde
ocorre uma maior concentração de raízes e uma menor perda por lixiviação de nutrientes.

Aplicação em qualquer fase de desenvolvimento da cultura:
A aplicação de fertilizantes pode ser feita independentemente da cultura e das variações
provenientes das necessidades específicas nas diferentes etapas de desenvolvimento da
cultura: crescimento vegetativo, floração e maturação.

Eficiência do uso e economia de fertilizantes:
A aplicação fracionada dos nutrientes aumenta a sua assimilação pelas plantas e limita as
perdas por lixiviação, proporcionando um aproveitamento eficiente do fertilizante, isto é,
resposta da cultura equivalente a uma menor quantidade de fertilizante aplicado em
comparação com outros métodos. Um bom exemplo é mostrado nas Figuras 7.1 e 7.2
obtidas por MEIRELLES et al. (1980), estudando absorção e lixiviação de nitrogênio em
cultura de feijão (Phaseolus vulgaris, L.). Pelas figuras, pode-se concluir que a
fertilização nitrogenada deve ser aplicada parceladamente: 1/3 da dose total no plantio,
pelo fato de nas primeiras etapas do desenvolvimento da cultura a utilização de
fertilizantes ter sido alta, porém com baixa eficiência; e os 2/3 restantes dos 30 aos 45
após a germinação, período de maior necessidade de N pela planta e de maior eficiência
de utilização do fertilizante nitrogenado. Após os 45 dias, não se deve fazer adubação
nitrogenada pois, apesar de haver aumento no nitrogênio total da planta, a contribuição de
nitrogênio do fertilizante cai sensivelmente, havendo maior absorção de nitrogênio do
solo.

Redução da compactação do solo e dos danos mecânicos à cultura:
O tráfego de tratores na lavoura pode ser minimizado com a fertirrigação. Além de
economia com combustível e com a manutenção da frota, consegue-se redução da
compactação do solo e dos danos mecânicos às plantas.




                                              2
AP 219 – Engenharia de Irrigação
                                                                              Prof. Roberto Testezlaf




Figura 1: Nitrogênio na planta proveniente do fertilizante (NPPF), nitrogênio total na planta (NTP) e
eficiência da utilização do fertilizante nitrogenado (EUFN), em função do tempo após a germinação
(TAG).




Figura 2: Variação do nitrogênio total na planta proveniente do fertilizante (NTPPF) e do solo
(NTPPS), e da testemunha, ao longo do período da cultura. TAG = Tempo após a germinação.
Controle de profundidade de aplicação e absorção:
Muitos fertilizantes exigem um certo teor de umidade para sua absorção a uma dada
profundidade. De acordo com as características do solo, do fertilizante e da cultura, às
vezes, é conveniente aplicar o fertilizante pouco antes de finalizar a irrigação para
impedir a lixiviação de nutrientes. O controle de qualidade dá água aplicada pela
irrigação juntamente com o fertilizante, permite fazer aplicações em profundidades de
solo onde ocorre uma maior absorção radicular, evitando-se, desta forma, perda de
nutrientes por lixiviação.

Aplicação de micro-nutrientes:
São geralmente elementos caros, aplicados em pequenas dosagens, portanto exige-se um
sistema de aplicação mais preciso e eficiente.




                                                 3
AP 219 – Engenharia de Irrigação
                                                                            Prof. Roberto Testezlaf

   Redução do custo de aplicação:
   Existe a possibilidade de se utilizar a mesma instalação para aplicação de outros produtos
   como herbicidas, fungicidas, inseticidas, etc. Desta forma a aplicação simultânea de dois
   ou mais produtos na lavoura via água de irrigação pode aumentar os benefícios
   econômicos da fertirrigação.

   Na Tabela 7.1, mostra comparações de custo de diferentes esquemas de aplicação de
   produtos químicos na água de irrigação (quimigação), em relação aos sistemas
   convencionais. Fica evidente nessas comparações que esta técnica torna-se mais barata
   quando usada duas ou mais vezes por ano. A economia geralmente cresce quando
   aumenta o número de aplicações anuais, mas depende também da combinação dos
   produtos químicos aplicados. No caso do Brasil, onde o feijão é uma das principais
   culturas irrigadas, principalmente sob pivô central, a quimigação deve proporcionar
   substancial economia, pois o feijoal exige aplicações periódicas de defensivos juntamente
   com a necessidade de se molhar o solo

   Tabela 7.1: Custos comparativos (quimigação x métodos convencionais), em dólares/ha, quando se
                usaram diferentes esquemas de aplicação de produtos químicos
 Esquema de                     Quimigação                   Convencionais Economia com a
             1             2                3
  aplicação      Custo fixo Custo variável Custo total         Custo total    quimigação
        1F           8.56           4.50          13.06            6.20          -6.86
    1F, 1H           4.28          9.00           13.28           20.20           6.92
     2F,1H           2.85          13.50          16.35           26.40          10.05
   2F,1H,1I          2.14          14.78          16.92           32.00          15.08
2F,1H,1I,1Fg         1.71          16.06          17.77           37.60          19.83
2F,1H,2I,1Fg         1.43          17.34          18.77           43.20          24.43
   2F,1H,4I          1.22          18.62          19.84           48.80          28.96
   3F,1H,4I          1.07          23.12          24.19           55.00          30.81
 3F,2H,4Fg           0.95          27.62          28.57           69.00          40.43
   3F,2H,5I          0.86          28.90          29.76           74.60          44.84
    (1)
         Número de aplicações por ano e tipo químico: F= fertilizantes, H= herbicidas, I=
    inseticidas e Fg = fungicidas.
    (2)
         Assumindo que o custo fixo do equipamento de quimigação é de 6.56 dólares/ha/ano
    mais dois dólares de custo de manutenção/ha/ano.
    (3)
        Baseado no custo operacional de um pivô central para 61 ha.

   Limitações
   A maioria dos inconvenientes citados na literatura não se deve ao método em si, mas sim
   ao problema de manejo incorreto e à falta de informações que existe com relação a
   muitos aspectos ligados à nutrição das plantas. Os principais inconvenientes são:
   • Entupimento devido a precipitação causada pela incompatibilidade dos distintos
      fertilizantes entre si e quando utilizadas na água de irrigação ou devido à problemas de
      salinidade. Como, por exemplo, o superfosfato e o cálcio que contém carbonato de
      cálcio solúvel;
   • Aumento excessivo da salinidade da água de irrigação;




                                                 4
AP 219 – Engenharia de Irrigação
                                                                           Prof. Roberto Testezlaf

• Corrosão. Algumas partes metálicas da rede de distribuição pode ser danificada devido
  à atividade corrosiva de alguns fertilizantes;
• Reação dos fertilizantes na linha de distribuição, sobretudo os fosfatos que podem
  provocar precipitados na rede de água através de reações dependendo do nível de PH,
  isto pode comprometer seriamente a uniformidade de distribuição de água dos
  equipamentos de irrigação localizada;
• Possibilidade de contaminação e envenenamento de fontes de água com produtos
  químicos, pondo em risco a saúde de pessoas e animais. Como precaução, deve-se
  instalar válvulas de retenção e anti-vácuo na tubulação para impedir a inversão no
  fluxo da rede de irrigação;
• A pureza dos fertilizantes utilizados, ocorre o inconveniente de que faltam alguns
  elementos que aparecem como impurezas em adubos tradicionais. Este é o caso, por
  exemplo, do enxofre. Por isto a aplicação de elementos secundários e micro-elementos
  é mais importante que os adubos convencionais granulados.

Métodos de injeção de produtos químicos na irrigação
Existem muitos métodos de injeção química nos sistemas de irrigação. Esses métodos
podem ser classificados em 4 grupos: bombas centrífugas, bombas de deslocamento
positivo, diferencial de pressão e métodos baseados no principio de venturi.

Estes quatro grupos estão subdivididos em algumas categorias, de acordo com o princípio
de funcionamento (Figura 3), apesar que, existem alguns injetores que utilizam uma
combinação destes métodos. Esta publicação discutirá as vantagens e desvantagens de
cada grupo de injetor químico e suas principais aplicações. Um resumo sucinto das
vantagens e desvantagens de injetores é mostrado na Tabela 7.2.




                Figura 3: Esquema classificatório do tipo de métodos de injeção.



                                               5
AP 219 – Engenharia de Irrigação
                                                                         Prof. Roberto Testezlaf

1. BOMBAS CENTRÍFUGAS
As bombas centrífugas de pequeno fluxo radial (booster) podem ser usadas para injetar
adubos dentro dos sistemas de irrigação (Figura 4). Basicamente este sistema funciona
através do bombeamento da solução com uso de uma bomba centrífuga através da ação
centrífuga ou pela ação de sustentação imposta pelas palhetas do rotor à solução que está
em contato com elas. Desta maneira, a força centrífuga das palhetas expele o fluído para
a periferia, enquanto a pressão negativa desenvolvida junto ao eixo promove a aspiração
de novas quantidades de solução, estabelecendo-se assim a continuidade do processo.

Para a operação da bomba centrífuga como um injetor de fertilizantes é necessário que a
pressão por ela produzida seja maior que a pressão na linha principal de irrigação.
Entretanto, a taxa de injeção da solução a partir da bomba depende da pressão na linha de
irrigação. Portanto para uma boa performance da distribuição de fertilizantes e produtos
químicos é necessário uma calibração adequada da bomba.




                  Figura 4: Bomba centrífuga injetora de produtos químicos.


2. BOMBAS DE DESLOCAMENTO POSITIVO
Bombas de deslocamento positivo são freqüentemente usadas para injeção de produtos
químicos dentro de sistemas de irrigação pressurizados. Elas podem ser classificadas em
recíprocas (pistão e diafragma), rotativas, peristálticas e mistas, dependendo do
mecanismo usado para transferência de energia para o fluído. Bombas recíprocas incluem
pistão, diafragma e combinação pistão/diafragma e todas são usadas normalmente para
injeção de adubos dentro dos sistemas de irrigação. A maioria das bombas rotativas ou
mistas não são usadas para injeção de adubos. As exceções são as bombas rotativas de
engrenagens e excêntricos, que eventualmente são usadas, e as bombas peristálticas que
podem ser usadas somente para pequenas taxas de injeção.

Pela definição, uma bomba de deslocamento positivo faz com que o fluído bombeado
adquira um movimento com a mesma velocidade, em módulo, direção e sentido, que o



                                             6
AP 219 – Engenharia de Irrigação
                                                                      Prof. Roberto Testezlaf

órgão móvel que o impele, promovendo a admissão e a expulsão de volume
correspondente de fluído.

2.1. Bombas Recíprocas
Bombas recíprocas são bombas na qual ocorre um deslocamento de um pistão ou
diafragma que desloca uma certa quantidade de solução nutritiva em cada movimento. A
troca interna do volume da bomba cria uma alta pressão, na qual força a entrada de fluído
dentro da tubulação principal de irrigação. Estas bombas são classificadas como bombas
de pistão, bombas diafragmas ou uma combinação de pistão e diafragma.

Freqüentemente as bombas recíprocas são acionadas eletricamente. A taxa de injeção de
produtos químicos através de um acionamento elétrico da bomba é praticamente
constante e independe da vazão de água do sistema de irrigação. Portanto, a taxa de
injeção, deve ser calibrada entre intervalos se a vazão do sistema não é constante em todo
o intervalo

Para assegurar-se que a concentração de produtos químicos seja constante na linha
principal de irrigação um injetor de acionamento elétrico pode ser instalado,
conjuntamente com um medidor de vazão que irá detectar as variações de vazão do
sistema e ajustará automaticamente a velocidade de injeção do injetor ou o tempo de
injeção. Outra possibilidade é medir-se a condutividade da água de irrigação (se está
sendo injetado fertilizantes) e através desta informação faz-se um ajuste automático.
Existem no mercado vários sensores para se determinar a condutividade elétrica da água
que devem ser calibrados para os diferentes produtos químicos utilizados.

2.1.1 Bomba de pistão
O funcionamento de uma bomba de pistão é baseado em movimentos seqüenciais que
promovem impactos consecutivos de admissão e compressão. Com o movimento de
admissão, o produto químico entra no interior do cilindro através da válvula de sucção,
(Figura 5/A). Com o movimento de compressão (Figura 5/B), o produto químico é
forçado para o interior da linha de descarga através da válvula de descarga.

2.1.2 Bomba de diafragma
O funcionamento de uma bomba de diafragma é semelhante ao da bomba de pistão. O
movimento pulsante é transmitido para o diafragma através do fluido ou do eixo
mecânico e, então, através do diafragma, para o produto químico que está sendo injetado.
Uma ilustração do movimento de sucção e descarga é mostrado na Figura 6 (A e B).

Normalmente a combinação de bombas de pistão que movimentam o diafragma através
de óleo ou outro fluído são bombas que apresentam uma maior precisão na injeção de
adubos como também uma maior resistência a corrosão devido a produtos químicos.

Algumas bombas de pistão ou diafragma são acionadas hidraulicamente, através da vazão
que passa através do injetor. A força hidráulica é transmitida para o pistão que o empurra
para frente e para trás em movimento consecutivos que faz com que ocorra um sucção de
solução química como também uma injeção da mesma na linha principal de irrigação. A



                                            7
AP 219 – Engenharia de Irrigação
                                                                           Prof. Roberto Testezlaf

taxa de injeção destas bombas depende da vazão do sistema de irrigação. Portanto se
ocorrerem variações de vazão na linha principal do sistema conseqüentemente irão
ocorrer variações na taxa de injeção destas bombas. Nestes casos a taxa de injeção é
proporcional a taxa de vazão do sistema.




    Figura 5: Bomba de pistão d impacto. (A) Posição de admissão e (B) Posição de compressão.
Outra maneira de acionar um injetor usando a água de irrigação pode ser visto na Figura
7. Neste caso o mecanismo de funcionamento é formado por dois pistões de diferentes
tamanhos e uma série de válvulas. O pistão de maior tamanho é acionado pela pressão do
sistema de irrigação. O pistão de menor tamanho injeta a solução química para dentro da
linha de irrigação.
As bombas de pistão ou diafragma injetam soluções químicas concentradas através de
pulsos separados por um intervalo de tempo. Algumas bombas são equipadas com pistões
ou diafragmas com dupla ação para minimizar as variações de concentração e solução
química no sistema de irrigação. Nestes casos o volume de ambos os lados do pistão ou
diafragma é usado para bombear solução química (Figura 8). Entretanto se o
comprimento da linha entre o injetor é o ponto de aplicação de solução é curto, um
tanque de mistura deve ser colocado para assegurar uma mistura melhor entre a água e o
fertilizante.




                                                8
AP 219 – Engenharia de Irrigação
                                                                            Prof. Roberto Testezlaf




         Figura 6: Bomba de diafragma. (A) Posição de sucção, (B) posição de descarga.




                  Figura 6: Pistões injetores para sucção de solução nutritiva.
2.2 Bombas rotativas
As bombas rotativas são bombas de engrenagens externas e bombas de excêntricos que
transferem o produto químico da sucção para a descarga através da rotação do eixo das
engrenagens, dos excêntricos, ou de outros mecanismos similares (Figura 9 e 10). A
operação destas é baseada num vácuo parcial criado pôr um descompasso de rotação
entre as duas engrenagens. Este vácuo causa o fluxo do produto químico para o interior
da bomba, onde é transportado entre as engrenagens ou excêntricos e a carcaça da bomba
para o ponto de descarga da mesma.

2.3 Bombas peristálticas
A bomba peristáltica é mais usada em laboratório químico, mas pode ser utilizada
também para injeção de produtos químicos em pequenos sistemas de irrigação. Possui
capacidade limitada, com pressão de trabalho variando de 30 a 40 psi (0.2 a 2.8 atm.).
Uma bomba peristáltica é mostrada na Figura 11.



                                               9
AP 219 – Engenharia de Irrigação
                                                                        Prof. Roberto Testezlaf




                         Figura 7: Bomba de pistão de dupla ação.




                            Figura 8: Bomba de engrenagem.


O tubo flexível é pressionado por rolamentos e uma quantidade de fluxo é succionada e
conduzida por uma ação de compressão para a área de descarga. Este tipo de bomba é
adequado para bombear líquidos corrosivos, uma vez que o líquido fica complemente
isolado de todas as partes da bomba em questão.

3. MÉTODOS BASEADOS NO DIFERENCIAL DE PRESSÃO
O método diferencial de pressão baseia-se na adição de energia ao sistema e/ou
aproveitamento da pressão negativa do corpo da bomba, no trecho de sucção do conjunto,
podendo fazer uso de pressão positiva ou negativa. Ele pode ser separado em dois
distintos grupos: Injeção na sucção da bomba de irrigação e injeção no recalque da
bomba de irrigação.




                                           10
AP 219 – Engenharia de Irrigação
                                                                         Prof. Roberto Testezlaf




                             Figura 9: Bombas de excêntrico.




                              Figura 10: Bomba peristáltica


3.1 Injeção na linha de sucção de bombas (vácuo)
A técnica de injeção de solução química na sucção da bomba de irrigação é muito
simples e de baixo custo. A pressão negativa, ou vácuo, é criada no interior do corpo da
bomba e é transmitida para a tubulação de sucção do conjunto moto-bomba. A Figura 12
mostra esquematicamente o tubo de sucção, o local da admissão da solução do produto
químico, tanque de solução, conjunto moto-bombas e a linha principal. Uma
desvantagem deste tipo de injeção é que a taxa de injeção não pode ser ajustada
facilmente, além de causar problemas de corrosão no rotor da bomba dependendo do tipo
de solução química utilizada

Uma observação muito importante é que, em alguns países europeus e em alguns estados
americanos (Florida por exemplo), o uso deste sistema na injeção produtos químicos é
proibido por lei quando se utiliza água subterrânea como fonte na irrigação. devido a
possibilidade de contaminação do manancial hídrico.


                                           11
AP 219 – Engenharia de Irrigação
                                                                        Prof. Roberto Testezlaf




                           Figura 11: Injeção na sucção da bomba.


3.2 Injeção no Recalque (pressão positiva)
Aplica-se uma pressão positiva, maior que a do sistema de irrigação, através de um
conjunto auxiliar, de forma que as características técnicas do injetor satisfaçam os
requerimentos de área, volume e doses a serem aplicados.
Uma exigência básica para o funcionamento do método da pressão positiva é que a
pressão desenvolvida pela moto-bomba auxiliar seja maior do que a pressão na linha do
sistema de irrigação, para que ocorra a injeção. É necessário uma fonte de energia externa
para operar o conjunto moto-bomba auxiliar.

3.2.1 Mistura em Tanque sobre Pressão

O tanque injetor de mistura funciona com uma descarga de solução química na linha
principal de irrigação através de um diferencial de pressão. A água é dividida a partir da
linha principal, misturada com fertilizantes e injetada novamente na linha principal do
sistema (Figura 13). Uma quantidade de fertilizante necessária para uma injeção é
colocada em um cilindro. Parte da vazão que passa na linha principal de irrigação do
sistema é desviada para o cilindro, controla-se a vazão de entrada do tanque através de
um medidor de vazão que é colocado antes da entrada do tanque e depois da derivação da
linha principal. A solução química é misturada com a água que foi desviada para o tanque
e é injetada novamente na rede de irrigação. Para ocorrer uma boa operação do sistema de
injeção de fertilizantes é necessário que ocorra um diferencial de pressão entre a entrada e
a saída do injetor que é provocada por um registro ou por uma válvula reguladora de
pressão que é instalada na linha principal do sistema de irrigação.

Este sistema tem a vantagem da praticidade, simplicidade e baixo custo, por outro lado
apresenta inconvenientes. Um deles é o fato de que a concentração da solução dentro do


                                            12
AP 219 – Engenharia de Irrigação
                                                                           Prof. Roberto Testezlaf

tanque decresce exponencialmente no tempo com a introdução de água ao longo do
processo de injeção. A experiência tem mostrado que é necessário um volume
equivalente a cerca de quatro vezes o volume do tanque para injetar todo o fertilizante na
linha, no caso de ser colocado no tanque a solução já preparada (fertilizante líquido).




                        Figura 12: Tanque de fertilizante pressurizado.

3.2.2 Misturadores Proporcionais
É uma adaptação feita no tanque injetor para minimizar os problemas de variação da
concentração da solução ao longo do tempo. Para isto usa-se uma bolsa plástica, ou
diafragma, dentro do tanque, para conduzir o produto isoladamente da água que circula
no tanque (Figura 14). Nesse caso, a solução é impulsionada pela ação da água na rede,
que pressiona a parede externa da bolsa plástica e promove a introdução da solução no
fluxo de irrigação, através de um bocal, mantendo constante a concentração. Para
minimizar os problemas de variações de vazão do sistema de irrigação, deve-se colocar
uma válvula reguladora de pressão na linha principal entre o intervalo de entrada e saída
do tanque injetor além de colocar outra válvula reguladora entre a saída do tanque e a
entrada da solução na linha principal.

4. INJETOR TIPO VENTURI
É uma peça especial, acoplada à linha de irrigação, que consiste numa seção gradual
convergente, passando numa seção constrita constante e em seguida numa gradual
transição ampliadora, retornando ao diâmetro original da linha de irrigação. No momento
de passagem pela seção constrita, cria-se um diferencial de pressão que “     succiona” a
solução do tanque para a linha lateral ou principal (Figura 15).

A queda de pressão no venturi deve ser suficiente para criar uma pressão negativa
(vácuo) em relação á pressão atmosférica. Nessas condições, a solução química contida
no interior do depósito irá fluir para o injetor. O fluxo de solução pode ser regulado, se
desejável, por válvula ou registro instalado na tubulação.




                                              13
AP 219 – Engenharia de Irrigação
                                                                        Prof. Roberto Testezlaf




                           Figura 13: Misturadores proporcionais.


A desvantagem deste método é que a perda de carga localizada no venturi pode atingir
cerca de 1/3 da pressão de serviço na lateral ou principal, dificultando ou
impossibilitando a injeção.

Uma alternativa para contornar o problema seria instalar o venturi em um “by-pass” da
linha de irrigação, com menor diâmetro que a mesma, reduzindo a perda de carga
localizada e facilitando a injeção. Um benefício adicional seria permitir que um venturi
de baixa capacidade possa ser usado para injetar solução fertilizante na tubulação
principal de grande diâmetro, uma vez que parte do fluxo é desviado através do injetor.
Para que isto ocorra com maior eficiência e precisão na distribuição da solução na linha
principal de irrigação, torna-se necessário a instalação de uma válvula reguladora de
pressão na linha principal entre os pontos de entrada e saída do injetor, além da colocacão
de dois registros, um na entrada e outro na saída do injetor, para que ocorra um
diferencial de pressão (Figura 16).

5. MÉTODOS COMBINADOS
Existem no mercado alguns injetores que empregam a combinação de diferentes métodos
ao mesmo tempo. O mais comum é a combinação do método diferencial de pressão com
o medidor de venturi ou alguma medição na qual se baseia no princípio de venturi.

O uso da combinação entre o método diferencial com o venturi pode ser encontrado em
alguns sistemas onde a queda de pressão necessária para o funcionamento do venturi
pode ser dificultada por produzir restrições no projeto do sistema de irrigação.. A
combinação de um esquema do venturi com o tanque sobre pressão pode ser uma
alternativa viável para esse caso (Figura 17).




                                            14
AP 219 – Engenharia de Irrigação
                                                                            Prof. Roberto Testezlaf




           Figura 14: Esquema de um injetor tipo venturi instalado na linha principal.




         Figura 15: Injetor venturi com válvula reguladora de pressão na linha principal.


Outro método combinado pode ser a utilização de uma bomba centrífuga pode ser usada
para adicionar pressão no líquido que passa pelo desvio e, conseqüentemente, no injetor
(Figura 18).

Escolha do equipamento
De acordo com FRIZZONE et al (1985), para a escolha de um equipamento para
fertirrigação devem ser considerados os seguintes aspectos:




                                               15
AP 219 – Engenharia de Irrigação
                                                                         Prof. Roberto Testezlaf




           Figura 16: Combinação do injetor venturi com um tanque sobre pressão.




                  Figura 17: Injetor venturi ligado a uma bomba centrífuga.


Volume e capacidade do equipamento
Deve-se levar em conta a quantidade de solução que o tanque pode conter e a vazão
proporcional e total que se pode introduzir na rede de irrigação. Estes valores são
determinados de acordo com as normas de irrigação e fertilização, condições de
suprimento de água e rede de irrigação. Por exemplo, para uma parcela de 1 ha irrigada
em 2 turnos requerendo 200 litros de solução fertilizante por hectare e devendo-se
completar a aplicação ao final de 2 horas, o volume mínimo do tanque deverá ser de 200
litros e a vazão de 50 litros/hora. Deve-se considerar, também, a expansão da área
cultivada, futuras modificação no sistema e alguma margem de segurança, como por
exemplo, no caso de aplicação em série, onde serão necessários volumes muito maiores.



                                             16
AP 219 – Engenharia de Irrigação
                                                                     Prof. Roberto Testezlaf

Precisão ou fidelidade de funcionamento
Relaciona-se à precisão do equipamento, sua resistência em condições de campo, nível
técnico e capacidade exigida do operador, necessidade de acompanhamento no início e
término da operação e qualidade da assistência técnica.
Forma de operação ou funcionamento
Refere-se à fonte de energia necessária para o funcionamento do equipamento de
fertilização. Por exemplo: pressão da água, eletricidade, motor de combustão ou trator.

Mobilidade
Em propriedades agrícolas com numerosas unidades irrigadas, deve-se preferir um
equipamento móvel, o que possibilitará uma redução de custos.

   Diluição do fertilizantes
   A proporção de diluição é a relação entre a quantidade de solução do fertilizante e a
quantidade total. Por exemplo: 1 litro de solução fertilizante para 199 litros de água
representam uma relação de diluição de 1:200.


Legislação para prevenção de contaminação de mananciais
Antes da injeção de qualquer solução química nos sistemas de irrigação é necessário a
utilização de uma válvula de retenção antes do sistema injetor, para prevenir qualquer
problemas do retorno da solução para a fonte de água.
Os sistemas de injeção de solução química na sucção da bomba do sistema de irrigação
geralmente é proibido em alguns países europeus e em alguns estados dos Estados
Unidos da América, como por exemplo na Florida. A exceção é feita para os sistemas
onde a fonte hídrica é um rio ou lago e a solução química que está sendo injetada no
sistema seja somente fertilizantes. Neste caso é exigido um sistema duplo de prevenção
que é uma válvula de retenção antes do depósito da solução nutritiva e mais uma válvula
de pé no início da tubulação de sucção da bomba. No Brasil, ainda não existe legislação
relacionada com a aplicação de produtos químicos via água de irrigação

De acordo com a Agência de Proteção do Meio Ambiente (EPA) somente as bombas de
injeção do tipo pistão e diafragma podem ser usadas para a injeção de pesticidas e outras
soluções químicas tóxicas.




                                           17
AP 219 – Engenharia de Irrigação
                                                                           Prof. Roberto Testezlaf

          Tabela 7.2:- Comparação do vários métodos de injeção de solução química.

Tipo de injeção             Vantagens                               Limitações
Bomba centrífuga Baixo custo. Pode ser calibrada      Calibração depende da pressão do sistema
                 durante o funcionamento
Bomba de pistão Alta precisão. Calibração linear.      Alto custo. Pode necessitar de parada para
                 Calibração independe da pressão.      ajustar a calibração. Vazão da solução
                 Funciona para altas pressões          química não é continua
Bomba diafragma Ajuste da Calibração durante o         Calibração não é linear. Calibração
                 funcionamento. Alta resistência a     depende da pressão do sistema. Custo
                 produtos químicos                     médio e alto dependendo da bomba.
                                                       Vazão da solução química não é continua.
Bomba              Alta precisão. Calibração é linear. Alto custo. Pode necessitar de parada para
pistão/diafragma   Alta resistência a produtos         ajustar a Calibração.
                   químicos. Funciona para altas
                   pressões. Calibração independe
                   da pressão.
Bombas de          Taxa de injeção pode ser ajustada Solução bombeada não pode ser abrasiva.
engrenagens e      durante o funcionamento             Taxa de injeção depende da pressão do
excêntricas                                            sistema. Continuidade da vazão química
                                                       depende do número de engrenagens
                                                       dentro da bomba
Bomba              Alta resistência a produtos         Taxa de injeção depende da pressão do
peristáltica       químicos. Ajustes podem ser         sistema. Pressão de funcionamento é
                   feitos fazendo a troca do tamanho baixa e média
                   do tubo. A taxa de injeção pode
                   ser ajustada durante o
                   funcionamento.
Venturi            Baixo custo. Uso simples.           Calibração depende do nível do produto
                   Calibração pode ser feita durante no depósito. Necessita de diferencial de
                   o funcionamento. Força              pressão. Variação na concentração
                   hidráulica                          química. Não pode ser calibrado par uma
                                                       taxa de injeção constante.
Misturador         Baixo a médio custo. Calibração Necessita de diferencial de pressão.
proporcional       durante operação. Maior precisão Variação na concentração da solução
                   na taxa de injeção de fertilizantes química. O volume de solução injetada é
                                                       limitada pelo tamanho do tanque.
                                                       Freqüente reabastecimento de solução.
Tanque             Custo médio. Fácil operação.        Necessita de diferencial de pressão.
misturador sobre   Volume total de solução química Variabilidade na concentração da solução
pressão            pode ser feito com precisão         química. Não pode ser calibrado para taxa
                                                       de injeção constante.
Combinado          Médio custo, movido pela energia Controle relativo da quantidade de
composto de        da água do sistema. Maior           produto injetado. Mais caro que o tanque
bomba principal    precisão que o tanque misturador misturador ou venturi sozinho.
e auxiliar,        ou venturi sozinho
venturi e tanque
misturador




                                               18
AP 219 – Engenharia de Irrigação
                                                                       Prof. Roberto Testezlaf

Considerações gerais
Existem vários métodos de aplicação de produtos químicos, a escolha de um deles
dependerá principalmente das condições financeiras do agricultor, de fatores edáficos,
topográficos, valor comercial de cultura e sensibilidade da mesma a variações de
concentração de nutrientes no sistema.

Quando se deseja um nível constante de concentração da solução química a ser aplicada
na linha, e se dispõe de capital suficiente, as bombas injetoras de deslocamento positivo
são as mais recomendadas. Pois, proporcionam exatidão na aplicação do fertilizante,
sendo ideal para culturas sensíveis de alto valor comercial. Este sistema também facilita a
aplicação do fertilizante em áreas onde a topografia não é favorável, e por ser automático
não necessita de mão de obra especializada.

Os métodos de pressão diferencial, venturi, tanque de derivação de fluxo são
relativamente simples e de baixo custo em relação à bomba injetora. Sendo que, o
Venturi apresenta uma menor variação de concentração em função do tempo e um menor
custo em relação ao tanque de derivação de fluxo. Entretanto, o sistema de venturi,
apresenta o inconveniente de produzir grandes perdas de pressão no sistema e dificuldade
de automação. É mais recomendado para pequenas áreas de produção devido a sua
capacidade limitada na aplicação volumétrica de solução nutritiva, e também para
culturas que não requer muita precisão de aplicação de fertilizantes. Em virtude da
facilidade de movimentação que apresentam, estes sistemas podem ser utilizados em
áreas que dificultam a mecanização devido à topografia. E, por apresentar facilidade de
acoplamento no sistema de irrigação, a fertirrigação pode ser efetuada em diferentes fases
do desenvolvimento da cultura.

A fertirrigação com o método de através da sucção da bomba de irrigação deve ser
criterioso, pois o tanque de fertilizante fica ligado à sucção da bomba e havendo queda de
tensão na rede elétrica a solução contaminará a fonte de água. Também é necessário usar
produtos não corrosivos para não danificar a tubulação de sucção e o rotor da bomba.
Apesar destes inconvenientes este sistema apresenta baixo custo em relação à bomba
injetora e eficiência para aplicação da solução nutritiva em pequenas e grandes áreas.




                                            19

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Sistemas de Irrigação por Gotejamento e microaspersão
Sistemas de Irrigação por Gotejamento e microaspersãoSistemas de Irrigação por Gotejamento e microaspersão
Sistemas de Irrigação por Gotejamento e microaspersão
Robson de Aguiar
 
4ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 24 5-2013 dr. gerônimo
4ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 24 5-2013 dr. gerônimo4ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 24 5-2013 dr. gerônimo
4ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 24 5-2013 dr. gerônimo
Fattore
 
Hidroponia - dossie tecnico - a george,lamaral,sjaisingh
Hidroponia - dossie tecnico - a george,lamaral,sjaisinghHidroponia - dossie tecnico - a george,lamaral,sjaisingh
Hidroponia - dossie tecnico - a george,lamaral,sjaisingh
JNR
 
Apresentação Agricultura Irrigada
Apresentação Agricultura IrrigadaApresentação Agricultura Irrigada
Apresentação Agricultura Irrigada
Valmont / Valley
 
Alface hidroponica
Alface hidroponicaAlface hidroponica
Alface hidroponica
claudiowolph
 

Was ist angesagt? (20)

Sistemas de Irrigação por Gotejamento e microaspersão
Sistemas de Irrigação por Gotejamento e microaspersãoSistemas de Irrigação por Gotejamento e microaspersão
Sistemas de Irrigação por Gotejamento e microaspersão
 
III conservacao
III conservacaoIII conservacao
III conservacao
 
Irrigação
IrrigaçãoIrrigação
Irrigação
 
Manejo de Irrigação
Manejo de IrrigaçãoManejo de Irrigação
Manejo de Irrigação
 
Aulas 9 e 10 hidroponia
Aulas 9 e 10   hidroponiaAulas 9 e 10   hidroponia
Aulas 9 e 10 hidroponia
 
Manual da Hidroponia
Manual da HidroponiaManual da Hidroponia
Manual da Hidroponia
 
4ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 24 5-2013 dr. gerônimo
4ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 24 5-2013 dr. gerônimo4ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 24 5-2013 dr. gerônimo
4ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 24 5-2013 dr. gerônimo
 
33 irrigacao por_aspersao
33 irrigacao por_aspersao33 irrigacao por_aspersao
33 irrigacao por_aspersao
 
Apresentação 12
Apresentação 12Apresentação 12
Apresentação 12
 
Hidroponia - dossie tecnico - a george,lamaral,sjaisingh
Hidroponia - dossie tecnico - a george,lamaral,sjaisinghHidroponia - dossie tecnico - a george,lamaral,sjaisingh
Hidroponia - dossie tecnico - a george,lamaral,sjaisingh
 
Hidroponia(1)
Hidroponia(1)Hidroponia(1)
Hidroponia(1)
 
Fertilização do morangueiro
Fertilização do morangueiroFertilização do morangueiro
Fertilização do morangueiro
 
Irrigacao paisagismo
Irrigacao paisagismoIrrigacao paisagismo
Irrigacao paisagismo
 
Hidroponia coentro
Hidroponia coentroHidroponia coentro
Hidroponia coentro
 
Apresentação Agricultura Irrigada
Apresentação Agricultura IrrigadaApresentação Agricultura Irrigada
Apresentação Agricultura Irrigada
 
Viabilidade do cultivo de tomate
Viabilidade do cultivo de tomateViabilidade do cultivo de tomate
Viabilidade do cultivo de tomate
 
Bruno e noemi 4ºe
Bruno e noemi 4ºeBruno e noemi 4ºe
Bruno e noemi 4ºe
 
Fertilização do morangueiro - Polo Regional Leste Paulista - Sede Monte Alegr...
Fertilização do morangueiro - Polo Regional Leste Paulista - Sede Monte Alegr...Fertilização do morangueiro - Polo Regional Leste Paulista - Sede Monte Alegr...
Fertilização do morangueiro - Polo Regional Leste Paulista - Sede Monte Alegr...
 
Ii.fertilizacao do solo
Ii.fertilizacao do soloIi.fertilizacao do solo
Ii.fertilizacao do solo
 
Alface hidroponica
Alface hidroponicaAlface hidroponica
Alface hidroponica
 

Andere mochten auch

Apostila de irrigação_completa
Apostila de irrigação_completaApostila de irrigação_completa
Apostila de irrigação_completa
Francisco Almeida
 

Andere mochten auch (8)

Treinamento Irrigação e Fertirrigação Parte 1
Treinamento Irrigação e Fertirrigação Parte 1Treinamento Irrigação e Fertirrigação Parte 1
Treinamento Irrigação e Fertirrigação Parte 1
 
FertirrigaçãO IrrigaçãO 3ºA
FertirrigaçãO IrrigaçãO 3ºAFertirrigaçãO IrrigaçãO 3ºA
FertirrigaçãO IrrigaçãO 3ºA
 
Fenicafe 2011 impactos da adubação e fertirrigação do cafeeiro no solo (canta...
Fenicafe 2011 impactos da adubação e fertirrigação do cafeeiro no solo (canta...Fenicafe 2011 impactos da adubação e fertirrigação do cafeeiro no solo (canta...
Fenicafe 2011 impactos da adubação e fertirrigação do cafeeiro no solo (canta...
 
Palestra de fertiirrigação do cafeiro adolfo moura - fenicafé 2015
Palestra de fertiirrigação do cafeiro   adolfo moura  - fenicafé 2015Palestra de fertiirrigação do cafeiro   adolfo moura  - fenicafé 2015
Palestra de fertiirrigação do cafeiro adolfo moura - fenicafé 2015
 
Grupo De Fertirrigação 3º A
Grupo De Fertirrigação 3º AGrupo De Fertirrigação 3º A
Grupo De Fertirrigação 3º A
 
Fenicafé 2014 william damas beneficios da fertirrigação e gotejamento subte...
Fenicafé 2014   william damas beneficios da fertirrigação e gotejamento subte...Fenicafé 2014   william damas beneficios da fertirrigação e gotejamento subte...
Fenicafé 2014 william damas beneficios da fertirrigação e gotejamento subte...
 
Apresentação 7 fertirrigação profº adolfo
Apresentação 7 fertirrigação profº adolfoApresentação 7 fertirrigação profº adolfo
Apresentação 7 fertirrigação profº adolfo
 
Apostila de irrigação_completa
Apostila de irrigação_completaApostila de irrigação_completa
Apostila de irrigação_completa
 

Ähnlich wie Fertirrigação

Depósito e perdas de calda em sistema de pulverização com turbo atomizador e...
Depósito  e perdas de calda em sistema de pulverização com turbo atomizador e...Depósito  e perdas de calda em sistema de pulverização com turbo atomizador e...
Depósito e perdas de calda em sistema de pulverização com turbo atomizador e...
João Siqueira da Mata
 
F E R T I R R I G AÇÃ O Irrigação 3º A
F E R T I R R I G AÇÃ O  Irrigação 3º AF E R T I R R I G AÇÃ O  Irrigação 3º A
F E R T I R R I G AÇÃ O Irrigação 3º A
IF Baiano - Campus Catu
 
Aplicação de defensivos agrícolas
Aplicação de defensivos agrícolasAplicação de defensivos agrícolas
Aplicação de defensivos agrícolas
Marcos Ferreira
 
Apostila fruticultura irrigada
Apostila fruticultura irrigadaApostila fruticultura irrigada
Apostila fruticultura irrigada
Gabriel Pinto
 
Revista Jovem Aprendiz Rural 2011
Revista Jovem Aprendiz Rural 2011Revista Jovem Aprendiz Rural 2011
Revista Jovem Aprendiz Rural 2011
simoninhavargas
 
USO DE FERTILIZANTES DE LIBERAÇÃO LENTA NA FORMAÇÃO DE POMARES DE CITROS
USO DE FERTILIZANTES DE LIBERAÇÃO LENTA NA FORMAÇÃO DE POMARES DE CITROSUSO DE FERTILIZANTES DE LIBERAÇÃO LENTA NA FORMAÇÃO DE POMARES DE CITROS
USO DE FERTILIZANTES DE LIBERAÇÃO LENTA NA FORMAÇÃO DE POMARES DE CITROS
Leandro Araujo
 
Como aumentar a eficiência dos fertilizantes aplicados em bananeiras?
Como aumentar a eficiência dos fertilizantes aplicados em bananeiras?Como aumentar a eficiência dos fertilizantes aplicados em bananeiras?
Como aumentar a eficiência dos fertilizantes aplicados em bananeiras?
Rural Pecuária
 

Ähnlich wie Fertirrigação (20)

Depósito e perdas de calda em sistema de pulverização com turbo atomizador e...
Depósito  e perdas de calda em sistema de pulverização com turbo atomizador e...Depósito  e perdas de calda em sistema de pulverização com turbo atomizador e...
Depósito e perdas de calda em sistema de pulverização com turbo atomizador e...
 
F E R T I R R I G AÇÃ O Irrigação 3º A
F E R T I R R I G AÇÃ O  Irrigação 3º AF E R T I R R I G AÇÃ O  Irrigação 3º A
F E R T I R R I G AÇÃ O Irrigação 3º A
 
Uso eficiente de fertilizantes e corretivos agricolas
Uso eficiente de fertilizantes e corretivos agricolasUso eficiente de fertilizantes e corretivos agricolas
Uso eficiente de fertilizantes e corretivos agricolas
 
Aplicação de agroquímicos
Aplicação de agroquímicosAplicação de agroquímicos
Aplicação de agroquímicos
 
Aplicação de defensivos agrícolas
Aplicação de defensivos agrícolasAplicação de defensivos agrícolas
Aplicação de defensivos agrícolas
 
Apostila fruticultura irrigada
Apostila fruticultura irrigadaApostila fruticultura irrigada
Apostila fruticultura irrigada
 
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...
 
Aplica o de defensivos agr colas
Aplica  o de defensivos agr colasAplica  o de defensivos agr colas
Aplica o de defensivos agr colas
 
Inoculação e dessecação da soja
Inoculação e dessecação da sojaInoculação e dessecação da soja
Inoculação e dessecação da soja
 
Apr3 modulo5 parte 5
Apr3 modulo5 parte 5Apr3 modulo5 parte 5
Apr3 modulo5 parte 5
 
Revista
RevistaRevista
Revista
 
A granja
A granjaA granja
A granja
 
Tomate hidropônico resumido
Tomate hidropônico resumidoTomate hidropônico resumido
Tomate hidropônico resumido
 
Adubaçao foliar
Adubaçao foliarAdubaçao foliar
Adubaçao foliar
 
KIMCOAT Revista
KIMCOAT RevistaKIMCOAT Revista
KIMCOAT Revista
 
Revista Jovem Aprendiz Rural 2011
Revista Jovem Aprendiz Rural 2011Revista Jovem Aprendiz Rural 2011
Revista Jovem Aprendiz Rural 2011
 
Ureia de liberação lenta aplicada superficialmente e
Ureia de liberação lenta aplicada superficialmente eUreia de liberação lenta aplicada superficialmente e
Ureia de liberação lenta aplicada superficialmente e
 
USO DE FERTILIZANTES DE LIBERAÇÃO LENTA NA FORMAÇÃO DE POMARES DE CITROS
USO DE FERTILIZANTES DE LIBERAÇÃO LENTA NA FORMAÇÃO DE POMARES DE CITROSUSO DE FERTILIZANTES DE LIBERAÇÃO LENTA NA FORMAÇÃO DE POMARES DE CITROS
USO DE FERTILIZANTES DE LIBERAÇÃO LENTA NA FORMAÇÃO DE POMARES DE CITROS
 
Como aumentar a eficiência dos fertilizantes aplicados em bananeiras?
Como aumentar a eficiência dos fertilizantes aplicados em bananeiras?Como aumentar a eficiência dos fertilizantes aplicados em bananeiras?
Como aumentar a eficiência dos fertilizantes aplicados em bananeiras?
 
Andre luis fernandes ESTUDO DE ESTRATÉGIAS PARA A MINIMIZAÇÃO DAS PERDAS DE N...
Andre luis fernandes ESTUDO DE ESTRATÉGIAS PARA A MINIMIZAÇÃO DAS PERDAS DE N...Andre luis fernandes ESTUDO DE ESTRATÉGIAS PARA A MINIMIZAÇÃO DAS PERDAS DE N...
Andre luis fernandes ESTUDO DE ESTRATÉGIAS PARA A MINIMIZAÇÃO DAS PERDAS DE N...
 

Fertirrigação

  • 1. AP 219 – Engenharia de Irrigação Prof. Roberto Testezlaf MÉTODOS DE FERTIRRIGAÇÃO Introdução A fertirrigação consiste na aplicação de fertilizantes via água de irrigação. É um sistema que teve início na Califórnia, por volta de 1930, em sistemas de irrigação por aspersão em pomares. É uma técnica relativamente antiga que os agricultores de muitos países tem utilizado, em diferentes métodos de irrigação. Em alguns países, como os Estados Unidos, Israel e Itália, a fertirrigação tornou-se uma técnica de uso generalizado, principalmente com o desenvolvimento de modernos sistemas de irrigação e de equipamentos de injeção que permitiram e expansão do número de produtos aplicáveis pela água de irrigação. Alguns exemplos destes produtos estão apresentados a seguir: • herbicidas; • inseticidas; • fungicidas; • nematicidas; • reguladores de crescimento • agentes de controle biológico. Para COSTA et al. (1986), embora a fertirrigação esteja sendo utilizada em algumas áreas irrigadas no Brasil, a falta de informação, principalmente sobre dosagens, tipo de fertilizantes mais recomendados, prevenção à formação de precipitados, modo e época de aplicação, reflete a necessidade de se realizar pesquisas nessa área, levando em consideração as diversas condições do país. Vantagens e limitações da fertirrigação Com base em resultados de pesquisas e na experiência de agricultores, o uso combinado de fertilizantes na água de irrigação apresenta vantagens e limitações à sua aplicação. Vantagens As principais vantagens notadas no uso da fertirrigação são: Mau aproveitamento dos equipamentos de irrigação: Em princípio, o mesmo sistema de injeção pode ser utilizado na introdução de diversas substâncias na água de irrigação como, por exemplo, os defensivos agrícolas (herbicidas, inseticidas, fungicidas e nematicidas), além de reguladores de crescimento aplicados por intermédio da água de irrigação num grande número de culturas Economia de mão-de-obra: A aplicação manual é imprecisa e desuniforme. A aplicação através do uso de tratores e aviões são relativamente dispendiosas. O uso da fertirrigação reduz os requerimentos de mão-de-obra na aplicação de adubos. Economia e praticidade: 1
  • 2. AP 219 – Engenharia de Irrigação Prof. Roberto Testezlaf Contrariamente aos outros métodos, o uso do equipamento de fertirrigação é prático e de fácil mobilidade, já que se trata de um equipamento central para toda uma área, parcela ou linha lateral. Ocorre a economia de fertilizantes devido ao fato de que a solução dilui- se de forma homogênea na água de irrigação, distribuindo-se no campo da mesma maneira que a água. Distribuição uniforme e localizada dos fertilizantes: Nos pomares irrigados por aspersão convencional a irrigação ocorre ao longo das fileiras e, supostamente, é onde se localiza o fertilizante. Nos métodos mecanizados a aplicação de fertilizantes e feito entre as fileiras de plantas, onde a irrigação é feita parcialmente ou não dependendo do sistema de irrigação utilizado. Quando se utiliza sistemas de irrigação localizada ocorre uma melhor distribuição dos fertilizantes por estes sistemas apresentarem uma alta uniformidade de distribuição, e por estes serem aplicados onde ocorre uma maior concentração de raízes e uma menor perda por lixiviação de nutrientes. Aplicação em qualquer fase de desenvolvimento da cultura: A aplicação de fertilizantes pode ser feita independentemente da cultura e das variações provenientes das necessidades específicas nas diferentes etapas de desenvolvimento da cultura: crescimento vegetativo, floração e maturação. Eficiência do uso e economia de fertilizantes: A aplicação fracionada dos nutrientes aumenta a sua assimilação pelas plantas e limita as perdas por lixiviação, proporcionando um aproveitamento eficiente do fertilizante, isto é, resposta da cultura equivalente a uma menor quantidade de fertilizante aplicado em comparação com outros métodos. Um bom exemplo é mostrado nas Figuras 7.1 e 7.2 obtidas por MEIRELLES et al. (1980), estudando absorção e lixiviação de nitrogênio em cultura de feijão (Phaseolus vulgaris, L.). Pelas figuras, pode-se concluir que a fertilização nitrogenada deve ser aplicada parceladamente: 1/3 da dose total no plantio, pelo fato de nas primeiras etapas do desenvolvimento da cultura a utilização de fertilizantes ter sido alta, porém com baixa eficiência; e os 2/3 restantes dos 30 aos 45 após a germinação, período de maior necessidade de N pela planta e de maior eficiência de utilização do fertilizante nitrogenado. Após os 45 dias, não se deve fazer adubação nitrogenada pois, apesar de haver aumento no nitrogênio total da planta, a contribuição de nitrogênio do fertilizante cai sensivelmente, havendo maior absorção de nitrogênio do solo. Redução da compactação do solo e dos danos mecânicos à cultura: O tráfego de tratores na lavoura pode ser minimizado com a fertirrigação. Além de economia com combustível e com a manutenção da frota, consegue-se redução da compactação do solo e dos danos mecânicos às plantas. 2
  • 3. AP 219 – Engenharia de Irrigação Prof. Roberto Testezlaf Figura 1: Nitrogênio na planta proveniente do fertilizante (NPPF), nitrogênio total na planta (NTP) e eficiência da utilização do fertilizante nitrogenado (EUFN), em função do tempo após a germinação (TAG). Figura 2: Variação do nitrogênio total na planta proveniente do fertilizante (NTPPF) e do solo (NTPPS), e da testemunha, ao longo do período da cultura. TAG = Tempo após a germinação. Controle de profundidade de aplicação e absorção: Muitos fertilizantes exigem um certo teor de umidade para sua absorção a uma dada profundidade. De acordo com as características do solo, do fertilizante e da cultura, às vezes, é conveniente aplicar o fertilizante pouco antes de finalizar a irrigação para impedir a lixiviação de nutrientes. O controle de qualidade dá água aplicada pela irrigação juntamente com o fertilizante, permite fazer aplicações em profundidades de solo onde ocorre uma maior absorção radicular, evitando-se, desta forma, perda de nutrientes por lixiviação. Aplicação de micro-nutrientes: São geralmente elementos caros, aplicados em pequenas dosagens, portanto exige-se um sistema de aplicação mais preciso e eficiente. 3
  • 4. AP 219 – Engenharia de Irrigação Prof. Roberto Testezlaf Redução do custo de aplicação: Existe a possibilidade de se utilizar a mesma instalação para aplicação de outros produtos como herbicidas, fungicidas, inseticidas, etc. Desta forma a aplicação simultânea de dois ou mais produtos na lavoura via água de irrigação pode aumentar os benefícios econômicos da fertirrigação. Na Tabela 7.1, mostra comparações de custo de diferentes esquemas de aplicação de produtos químicos na água de irrigação (quimigação), em relação aos sistemas convencionais. Fica evidente nessas comparações que esta técnica torna-se mais barata quando usada duas ou mais vezes por ano. A economia geralmente cresce quando aumenta o número de aplicações anuais, mas depende também da combinação dos produtos químicos aplicados. No caso do Brasil, onde o feijão é uma das principais culturas irrigadas, principalmente sob pivô central, a quimigação deve proporcionar substancial economia, pois o feijoal exige aplicações periódicas de defensivos juntamente com a necessidade de se molhar o solo Tabela 7.1: Custos comparativos (quimigação x métodos convencionais), em dólares/ha, quando se usaram diferentes esquemas de aplicação de produtos químicos Esquema de Quimigação Convencionais Economia com a 1 2 3 aplicação Custo fixo Custo variável Custo total Custo total quimigação 1F 8.56 4.50 13.06 6.20 -6.86 1F, 1H 4.28 9.00 13.28 20.20 6.92 2F,1H 2.85 13.50 16.35 26.40 10.05 2F,1H,1I 2.14 14.78 16.92 32.00 15.08 2F,1H,1I,1Fg 1.71 16.06 17.77 37.60 19.83 2F,1H,2I,1Fg 1.43 17.34 18.77 43.20 24.43 2F,1H,4I 1.22 18.62 19.84 48.80 28.96 3F,1H,4I 1.07 23.12 24.19 55.00 30.81 3F,2H,4Fg 0.95 27.62 28.57 69.00 40.43 3F,2H,5I 0.86 28.90 29.76 74.60 44.84 (1) Número de aplicações por ano e tipo químico: F= fertilizantes, H= herbicidas, I= inseticidas e Fg = fungicidas. (2) Assumindo que o custo fixo do equipamento de quimigação é de 6.56 dólares/ha/ano mais dois dólares de custo de manutenção/ha/ano. (3) Baseado no custo operacional de um pivô central para 61 ha. Limitações A maioria dos inconvenientes citados na literatura não se deve ao método em si, mas sim ao problema de manejo incorreto e à falta de informações que existe com relação a muitos aspectos ligados à nutrição das plantas. Os principais inconvenientes são: • Entupimento devido a precipitação causada pela incompatibilidade dos distintos fertilizantes entre si e quando utilizadas na água de irrigação ou devido à problemas de salinidade. Como, por exemplo, o superfosfato e o cálcio que contém carbonato de cálcio solúvel; • Aumento excessivo da salinidade da água de irrigação; 4
  • 5. AP 219 – Engenharia de Irrigação Prof. Roberto Testezlaf • Corrosão. Algumas partes metálicas da rede de distribuição pode ser danificada devido à atividade corrosiva de alguns fertilizantes; • Reação dos fertilizantes na linha de distribuição, sobretudo os fosfatos que podem provocar precipitados na rede de água através de reações dependendo do nível de PH, isto pode comprometer seriamente a uniformidade de distribuição de água dos equipamentos de irrigação localizada; • Possibilidade de contaminação e envenenamento de fontes de água com produtos químicos, pondo em risco a saúde de pessoas e animais. Como precaução, deve-se instalar válvulas de retenção e anti-vácuo na tubulação para impedir a inversão no fluxo da rede de irrigação; • A pureza dos fertilizantes utilizados, ocorre o inconveniente de que faltam alguns elementos que aparecem como impurezas em adubos tradicionais. Este é o caso, por exemplo, do enxofre. Por isto a aplicação de elementos secundários e micro-elementos é mais importante que os adubos convencionais granulados. Métodos de injeção de produtos químicos na irrigação Existem muitos métodos de injeção química nos sistemas de irrigação. Esses métodos podem ser classificados em 4 grupos: bombas centrífugas, bombas de deslocamento positivo, diferencial de pressão e métodos baseados no principio de venturi. Estes quatro grupos estão subdivididos em algumas categorias, de acordo com o princípio de funcionamento (Figura 3), apesar que, existem alguns injetores que utilizam uma combinação destes métodos. Esta publicação discutirá as vantagens e desvantagens de cada grupo de injetor químico e suas principais aplicações. Um resumo sucinto das vantagens e desvantagens de injetores é mostrado na Tabela 7.2. Figura 3: Esquema classificatório do tipo de métodos de injeção. 5
  • 6. AP 219 – Engenharia de Irrigação Prof. Roberto Testezlaf 1. BOMBAS CENTRÍFUGAS As bombas centrífugas de pequeno fluxo radial (booster) podem ser usadas para injetar adubos dentro dos sistemas de irrigação (Figura 4). Basicamente este sistema funciona através do bombeamento da solução com uso de uma bomba centrífuga através da ação centrífuga ou pela ação de sustentação imposta pelas palhetas do rotor à solução que está em contato com elas. Desta maneira, a força centrífuga das palhetas expele o fluído para a periferia, enquanto a pressão negativa desenvolvida junto ao eixo promove a aspiração de novas quantidades de solução, estabelecendo-se assim a continuidade do processo. Para a operação da bomba centrífuga como um injetor de fertilizantes é necessário que a pressão por ela produzida seja maior que a pressão na linha principal de irrigação. Entretanto, a taxa de injeção da solução a partir da bomba depende da pressão na linha de irrigação. Portanto para uma boa performance da distribuição de fertilizantes e produtos químicos é necessário uma calibração adequada da bomba. Figura 4: Bomba centrífuga injetora de produtos químicos. 2. BOMBAS DE DESLOCAMENTO POSITIVO Bombas de deslocamento positivo são freqüentemente usadas para injeção de produtos químicos dentro de sistemas de irrigação pressurizados. Elas podem ser classificadas em recíprocas (pistão e diafragma), rotativas, peristálticas e mistas, dependendo do mecanismo usado para transferência de energia para o fluído. Bombas recíprocas incluem pistão, diafragma e combinação pistão/diafragma e todas são usadas normalmente para injeção de adubos dentro dos sistemas de irrigação. A maioria das bombas rotativas ou mistas não são usadas para injeção de adubos. As exceções são as bombas rotativas de engrenagens e excêntricos, que eventualmente são usadas, e as bombas peristálticas que podem ser usadas somente para pequenas taxas de injeção. Pela definição, uma bomba de deslocamento positivo faz com que o fluído bombeado adquira um movimento com a mesma velocidade, em módulo, direção e sentido, que o 6
  • 7. AP 219 – Engenharia de Irrigação Prof. Roberto Testezlaf órgão móvel que o impele, promovendo a admissão e a expulsão de volume correspondente de fluído. 2.1. Bombas Recíprocas Bombas recíprocas são bombas na qual ocorre um deslocamento de um pistão ou diafragma que desloca uma certa quantidade de solução nutritiva em cada movimento. A troca interna do volume da bomba cria uma alta pressão, na qual força a entrada de fluído dentro da tubulação principal de irrigação. Estas bombas são classificadas como bombas de pistão, bombas diafragmas ou uma combinação de pistão e diafragma. Freqüentemente as bombas recíprocas são acionadas eletricamente. A taxa de injeção de produtos químicos através de um acionamento elétrico da bomba é praticamente constante e independe da vazão de água do sistema de irrigação. Portanto, a taxa de injeção, deve ser calibrada entre intervalos se a vazão do sistema não é constante em todo o intervalo Para assegurar-se que a concentração de produtos químicos seja constante na linha principal de irrigação um injetor de acionamento elétrico pode ser instalado, conjuntamente com um medidor de vazão que irá detectar as variações de vazão do sistema e ajustará automaticamente a velocidade de injeção do injetor ou o tempo de injeção. Outra possibilidade é medir-se a condutividade da água de irrigação (se está sendo injetado fertilizantes) e através desta informação faz-se um ajuste automático. Existem no mercado vários sensores para se determinar a condutividade elétrica da água que devem ser calibrados para os diferentes produtos químicos utilizados. 2.1.1 Bomba de pistão O funcionamento de uma bomba de pistão é baseado em movimentos seqüenciais que promovem impactos consecutivos de admissão e compressão. Com o movimento de admissão, o produto químico entra no interior do cilindro através da válvula de sucção, (Figura 5/A). Com o movimento de compressão (Figura 5/B), o produto químico é forçado para o interior da linha de descarga através da válvula de descarga. 2.1.2 Bomba de diafragma O funcionamento de uma bomba de diafragma é semelhante ao da bomba de pistão. O movimento pulsante é transmitido para o diafragma através do fluido ou do eixo mecânico e, então, através do diafragma, para o produto químico que está sendo injetado. Uma ilustração do movimento de sucção e descarga é mostrado na Figura 6 (A e B). Normalmente a combinação de bombas de pistão que movimentam o diafragma através de óleo ou outro fluído são bombas que apresentam uma maior precisão na injeção de adubos como também uma maior resistência a corrosão devido a produtos químicos. Algumas bombas de pistão ou diafragma são acionadas hidraulicamente, através da vazão que passa através do injetor. A força hidráulica é transmitida para o pistão que o empurra para frente e para trás em movimento consecutivos que faz com que ocorra um sucção de solução química como também uma injeção da mesma na linha principal de irrigação. A 7
  • 8. AP 219 – Engenharia de Irrigação Prof. Roberto Testezlaf taxa de injeção destas bombas depende da vazão do sistema de irrigação. Portanto se ocorrerem variações de vazão na linha principal do sistema conseqüentemente irão ocorrer variações na taxa de injeção destas bombas. Nestes casos a taxa de injeção é proporcional a taxa de vazão do sistema. Figura 5: Bomba de pistão d impacto. (A) Posição de admissão e (B) Posição de compressão. Outra maneira de acionar um injetor usando a água de irrigação pode ser visto na Figura 7. Neste caso o mecanismo de funcionamento é formado por dois pistões de diferentes tamanhos e uma série de válvulas. O pistão de maior tamanho é acionado pela pressão do sistema de irrigação. O pistão de menor tamanho injeta a solução química para dentro da linha de irrigação. As bombas de pistão ou diafragma injetam soluções químicas concentradas através de pulsos separados por um intervalo de tempo. Algumas bombas são equipadas com pistões ou diafragmas com dupla ação para minimizar as variações de concentração e solução química no sistema de irrigação. Nestes casos o volume de ambos os lados do pistão ou diafragma é usado para bombear solução química (Figura 8). Entretanto se o comprimento da linha entre o injetor é o ponto de aplicação de solução é curto, um tanque de mistura deve ser colocado para assegurar uma mistura melhor entre a água e o fertilizante. 8
  • 9. AP 219 – Engenharia de Irrigação Prof. Roberto Testezlaf Figura 6: Bomba de diafragma. (A) Posição de sucção, (B) posição de descarga. Figura 6: Pistões injetores para sucção de solução nutritiva. 2.2 Bombas rotativas As bombas rotativas são bombas de engrenagens externas e bombas de excêntricos que transferem o produto químico da sucção para a descarga através da rotação do eixo das engrenagens, dos excêntricos, ou de outros mecanismos similares (Figura 9 e 10). A operação destas é baseada num vácuo parcial criado pôr um descompasso de rotação entre as duas engrenagens. Este vácuo causa o fluxo do produto químico para o interior da bomba, onde é transportado entre as engrenagens ou excêntricos e a carcaça da bomba para o ponto de descarga da mesma. 2.3 Bombas peristálticas A bomba peristáltica é mais usada em laboratório químico, mas pode ser utilizada também para injeção de produtos químicos em pequenos sistemas de irrigação. Possui capacidade limitada, com pressão de trabalho variando de 30 a 40 psi (0.2 a 2.8 atm.). Uma bomba peristáltica é mostrada na Figura 11. 9
  • 10. AP 219 – Engenharia de Irrigação Prof. Roberto Testezlaf Figura 7: Bomba de pistão de dupla ação. Figura 8: Bomba de engrenagem. O tubo flexível é pressionado por rolamentos e uma quantidade de fluxo é succionada e conduzida por uma ação de compressão para a área de descarga. Este tipo de bomba é adequado para bombear líquidos corrosivos, uma vez que o líquido fica complemente isolado de todas as partes da bomba em questão. 3. MÉTODOS BASEADOS NO DIFERENCIAL DE PRESSÃO O método diferencial de pressão baseia-se na adição de energia ao sistema e/ou aproveitamento da pressão negativa do corpo da bomba, no trecho de sucção do conjunto, podendo fazer uso de pressão positiva ou negativa. Ele pode ser separado em dois distintos grupos: Injeção na sucção da bomba de irrigação e injeção no recalque da bomba de irrigação. 10
  • 11. AP 219 – Engenharia de Irrigação Prof. Roberto Testezlaf Figura 9: Bombas de excêntrico. Figura 10: Bomba peristáltica 3.1 Injeção na linha de sucção de bombas (vácuo) A técnica de injeção de solução química na sucção da bomba de irrigação é muito simples e de baixo custo. A pressão negativa, ou vácuo, é criada no interior do corpo da bomba e é transmitida para a tubulação de sucção do conjunto moto-bomba. A Figura 12 mostra esquematicamente o tubo de sucção, o local da admissão da solução do produto químico, tanque de solução, conjunto moto-bombas e a linha principal. Uma desvantagem deste tipo de injeção é que a taxa de injeção não pode ser ajustada facilmente, além de causar problemas de corrosão no rotor da bomba dependendo do tipo de solução química utilizada Uma observação muito importante é que, em alguns países europeus e em alguns estados americanos (Florida por exemplo), o uso deste sistema na injeção produtos químicos é proibido por lei quando se utiliza água subterrânea como fonte na irrigação. devido a possibilidade de contaminação do manancial hídrico. 11
  • 12. AP 219 – Engenharia de Irrigação Prof. Roberto Testezlaf Figura 11: Injeção na sucção da bomba. 3.2 Injeção no Recalque (pressão positiva) Aplica-se uma pressão positiva, maior que a do sistema de irrigação, através de um conjunto auxiliar, de forma que as características técnicas do injetor satisfaçam os requerimentos de área, volume e doses a serem aplicados. Uma exigência básica para o funcionamento do método da pressão positiva é que a pressão desenvolvida pela moto-bomba auxiliar seja maior do que a pressão na linha do sistema de irrigação, para que ocorra a injeção. É necessário uma fonte de energia externa para operar o conjunto moto-bomba auxiliar. 3.2.1 Mistura em Tanque sobre Pressão O tanque injetor de mistura funciona com uma descarga de solução química na linha principal de irrigação através de um diferencial de pressão. A água é dividida a partir da linha principal, misturada com fertilizantes e injetada novamente na linha principal do sistema (Figura 13). Uma quantidade de fertilizante necessária para uma injeção é colocada em um cilindro. Parte da vazão que passa na linha principal de irrigação do sistema é desviada para o cilindro, controla-se a vazão de entrada do tanque através de um medidor de vazão que é colocado antes da entrada do tanque e depois da derivação da linha principal. A solução química é misturada com a água que foi desviada para o tanque e é injetada novamente na rede de irrigação. Para ocorrer uma boa operação do sistema de injeção de fertilizantes é necessário que ocorra um diferencial de pressão entre a entrada e a saída do injetor que é provocada por um registro ou por uma válvula reguladora de pressão que é instalada na linha principal do sistema de irrigação. Este sistema tem a vantagem da praticidade, simplicidade e baixo custo, por outro lado apresenta inconvenientes. Um deles é o fato de que a concentração da solução dentro do 12
  • 13. AP 219 – Engenharia de Irrigação Prof. Roberto Testezlaf tanque decresce exponencialmente no tempo com a introdução de água ao longo do processo de injeção. A experiência tem mostrado que é necessário um volume equivalente a cerca de quatro vezes o volume do tanque para injetar todo o fertilizante na linha, no caso de ser colocado no tanque a solução já preparada (fertilizante líquido). Figura 12: Tanque de fertilizante pressurizado. 3.2.2 Misturadores Proporcionais É uma adaptação feita no tanque injetor para minimizar os problemas de variação da concentração da solução ao longo do tempo. Para isto usa-se uma bolsa plástica, ou diafragma, dentro do tanque, para conduzir o produto isoladamente da água que circula no tanque (Figura 14). Nesse caso, a solução é impulsionada pela ação da água na rede, que pressiona a parede externa da bolsa plástica e promove a introdução da solução no fluxo de irrigação, através de um bocal, mantendo constante a concentração. Para minimizar os problemas de variações de vazão do sistema de irrigação, deve-se colocar uma válvula reguladora de pressão na linha principal entre o intervalo de entrada e saída do tanque injetor além de colocar outra válvula reguladora entre a saída do tanque e a entrada da solução na linha principal. 4. INJETOR TIPO VENTURI É uma peça especial, acoplada à linha de irrigação, que consiste numa seção gradual convergente, passando numa seção constrita constante e em seguida numa gradual transição ampliadora, retornando ao diâmetro original da linha de irrigação. No momento de passagem pela seção constrita, cria-se um diferencial de pressão que “ succiona” a solução do tanque para a linha lateral ou principal (Figura 15). A queda de pressão no venturi deve ser suficiente para criar uma pressão negativa (vácuo) em relação á pressão atmosférica. Nessas condições, a solução química contida no interior do depósito irá fluir para o injetor. O fluxo de solução pode ser regulado, se desejável, por válvula ou registro instalado na tubulação. 13
  • 14. AP 219 – Engenharia de Irrigação Prof. Roberto Testezlaf Figura 13: Misturadores proporcionais. A desvantagem deste método é que a perda de carga localizada no venturi pode atingir cerca de 1/3 da pressão de serviço na lateral ou principal, dificultando ou impossibilitando a injeção. Uma alternativa para contornar o problema seria instalar o venturi em um “by-pass” da linha de irrigação, com menor diâmetro que a mesma, reduzindo a perda de carga localizada e facilitando a injeção. Um benefício adicional seria permitir que um venturi de baixa capacidade possa ser usado para injetar solução fertilizante na tubulação principal de grande diâmetro, uma vez que parte do fluxo é desviado através do injetor. Para que isto ocorra com maior eficiência e precisão na distribuição da solução na linha principal de irrigação, torna-se necessário a instalação de uma válvula reguladora de pressão na linha principal entre os pontos de entrada e saída do injetor, além da colocacão de dois registros, um na entrada e outro na saída do injetor, para que ocorra um diferencial de pressão (Figura 16). 5. MÉTODOS COMBINADOS Existem no mercado alguns injetores que empregam a combinação de diferentes métodos ao mesmo tempo. O mais comum é a combinação do método diferencial de pressão com o medidor de venturi ou alguma medição na qual se baseia no princípio de venturi. O uso da combinação entre o método diferencial com o venturi pode ser encontrado em alguns sistemas onde a queda de pressão necessária para o funcionamento do venturi pode ser dificultada por produzir restrições no projeto do sistema de irrigação.. A combinação de um esquema do venturi com o tanque sobre pressão pode ser uma alternativa viável para esse caso (Figura 17). 14
  • 15. AP 219 – Engenharia de Irrigação Prof. Roberto Testezlaf Figura 14: Esquema de um injetor tipo venturi instalado na linha principal. Figura 15: Injetor venturi com válvula reguladora de pressão na linha principal. Outro método combinado pode ser a utilização de uma bomba centrífuga pode ser usada para adicionar pressão no líquido que passa pelo desvio e, conseqüentemente, no injetor (Figura 18). Escolha do equipamento De acordo com FRIZZONE et al (1985), para a escolha de um equipamento para fertirrigação devem ser considerados os seguintes aspectos: 15
  • 16. AP 219 – Engenharia de Irrigação Prof. Roberto Testezlaf Figura 16: Combinação do injetor venturi com um tanque sobre pressão. Figura 17: Injetor venturi ligado a uma bomba centrífuga. Volume e capacidade do equipamento Deve-se levar em conta a quantidade de solução que o tanque pode conter e a vazão proporcional e total que se pode introduzir na rede de irrigação. Estes valores são determinados de acordo com as normas de irrigação e fertilização, condições de suprimento de água e rede de irrigação. Por exemplo, para uma parcela de 1 ha irrigada em 2 turnos requerendo 200 litros de solução fertilizante por hectare e devendo-se completar a aplicação ao final de 2 horas, o volume mínimo do tanque deverá ser de 200 litros e a vazão de 50 litros/hora. Deve-se considerar, também, a expansão da área cultivada, futuras modificação no sistema e alguma margem de segurança, como por exemplo, no caso de aplicação em série, onde serão necessários volumes muito maiores. 16
  • 17. AP 219 – Engenharia de Irrigação Prof. Roberto Testezlaf Precisão ou fidelidade de funcionamento Relaciona-se à precisão do equipamento, sua resistência em condições de campo, nível técnico e capacidade exigida do operador, necessidade de acompanhamento no início e término da operação e qualidade da assistência técnica. Forma de operação ou funcionamento Refere-se à fonte de energia necessária para o funcionamento do equipamento de fertilização. Por exemplo: pressão da água, eletricidade, motor de combustão ou trator. Mobilidade Em propriedades agrícolas com numerosas unidades irrigadas, deve-se preferir um equipamento móvel, o que possibilitará uma redução de custos. Diluição do fertilizantes A proporção de diluição é a relação entre a quantidade de solução do fertilizante e a quantidade total. Por exemplo: 1 litro de solução fertilizante para 199 litros de água representam uma relação de diluição de 1:200. Legislação para prevenção de contaminação de mananciais Antes da injeção de qualquer solução química nos sistemas de irrigação é necessário a utilização de uma válvula de retenção antes do sistema injetor, para prevenir qualquer problemas do retorno da solução para a fonte de água. Os sistemas de injeção de solução química na sucção da bomba do sistema de irrigação geralmente é proibido em alguns países europeus e em alguns estados dos Estados Unidos da América, como por exemplo na Florida. A exceção é feita para os sistemas onde a fonte hídrica é um rio ou lago e a solução química que está sendo injetada no sistema seja somente fertilizantes. Neste caso é exigido um sistema duplo de prevenção que é uma válvula de retenção antes do depósito da solução nutritiva e mais uma válvula de pé no início da tubulação de sucção da bomba. No Brasil, ainda não existe legislação relacionada com a aplicação de produtos químicos via água de irrigação De acordo com a Agência de Proteção do Meio Ambiente (EPA) somente as bombas de injeção do tipo pistão e diafragma podem ser usadas para a injeção de pesticidas e outras soluções químicas tóxicas. 17
  • 18. AP 219 – Engenharia de Irrigação Prof. Roberto Testezlaf Tabela 7.2:- Comparação do vários métodos de injeção de solução química. Tipo de injeção Vantagens Limitações Bomba centrífuga Baixo custo. Pode ser calibrada Calibração depende da pressão do sistema durante o funcionamento Bomba de pistão Alta precisão. Calibração linear. Alto custo. Pode necessitar de parada para Calibração independe da pressão. ajustar a calibração. Vazão da solução Funciona para altas pressões química não é continua Bomba diafragma Ajuste da Calibração durante o Calibração não é linear. Calibração funcionamento. Alta resistência a depende da pressão do sistema. Custo produtos químicos médio e alto dependendo da bomba. Vazão da solução química não é continua. Bomba Alta precisão. Calibração é linear. Alto custo. Pode necessitar de parada para pistão/diafragma Alta resistência a produtos ajustar a Calibração. químicos. Funciona para altas pressões. Calibração independe da pressão. Bombas de Taxa de injeção pode ser ajustada Solução bombeada não pode ser abrasiva. engrenagens e durante o funcionamento Taxa de injeção depende da pressão do excêntricas sistema. Continuidade da vazão química depende do número de engrenagens dentro da bomba Bomba Alta resistência a produtos Taxa de injeção depende da pressão do peristáltica químicos. Ajustes podem ser sistema. Pressão de funcionamento é feitos fazendo a troca do tamanho baixa e média do tubo. A taxa de injeção pode ser ajustada durante o funcionamento. Venturi Baixo custo. Uso simples. Calibração depende do nível do produto Calibração pode ser feita durante no depósito. Necessita de diferencial de o funcionamento. Força pressão. Variação na concentração hidráulica química. Não pode ser calibrado par uma taxa de injeção constante. Misturador Baixo a médio custo. Calibração Necessita de diferencial de pressão. proporcional durante operação. Maior precisão Variação na concentração da solução na taxa de injeção de fertilizantes química. O volume de solução injetada é limitada pelo tamanho do tanque. Freqüente reabastecimento de solução. Tanque Custo médio. Fácil operação. Necessita de diferencial de pressão. misturador sobre Volume total de solução química Variabilidade na concentração da solução pressão pode ser feito com precisão química. Não pode ser calibrado para taxa de injeção constante. Combinado Médio custo, movido pela energia Controle relativo da quantidade de composto de da água do sistema. Maior produto injetado. Mais caro que o tanque bomba principal precisão que o tanque misturador misturador ou venturi sozinho. e auxiliar, ou venturi sozinho venturi e tanque misturador 18
  • 19. AP 219 – Engenharia de Irrigação Prof. Roberto Testezlaf Considerações gerais Existem vários métodos de aplicação de produtos químicos, a escolha de um deles dependerá principalmente das condições financeiras do agricultor, de fatores edáficos, topográficos, valor comercial de cultura e sensibilidade da mesma a variações de concentração de nutrientes no sistema. Quando se deseja um nível constante de concentração da solução química a ser aplicada na linha, e se dispõe de capital suficiente, as bombas injetoras de deslocamento positivo são as mais recomendadas. Pois, proporcionam exatidão na aplicação do fertilizante, sendo ideal para culturas sensíveis de alto valor comercial. Este sistema também facilita a aplicação do fertilizante em áreas onde a topografia não é favorável, e por ser automático não necessita de mão de obra especializada. Os métodos de pressão diferencial, venturi, tanque de derivação de fluxo são relativamente simples e de baixo custo em relação à bomba injetora. Sendo que, o Venturi apresenta uma menor variação de concentração em função do tempo e um menor custo em relação ao tanque de derivação de fluxo. Entretanto, o sistema de venturi, apresenta o inconveniente de produzir grandes perdas de pressão no sistema e dificuldade de automação. É mais recomendado para pequenas áreas de produção devido a sua capacidade limitada na aplicação volumétrica de solução nutritiva, e também para culturas que não requer muita precisão de aplicação de fertilizantes. Em virtude da facilidade de movimentação que apresentam, estes sistemas podem ser utilizados em áreas que dificultam a mecanização devido à topografia. E, por apresentar facilidade de acoplamento no sistema de irrigação, a fertirrigação pode ser efetuada em diferentes fases do desenvolvimento da cultura. A fertirrigação com o método de através da sucção da bomba de irrigação deve ser criterioso, pois o tanque de fertilizante fica ligado à sucção da bomba e havendo queda de tensão na rede elétrica a solução contaminará a fonte de água. Também é necessário usar produtos não corrosivos para não danificar a tubulação de sucção e o rotor da bomba. Apesar destes inconvenientes este sistema apresenta baixo custo em relação à bomba injetora e eficiência para aplicação da solução nutritiva em pequenas e grandes áreas. 19