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COLONIZAÇÃO EUROPÉIA NA AMÉRICA:
INGLATERRA, FRANÇA E HOLANDA.
Ingleses e franceses custaram muito a consolidar seus Estados Nacionais.
Enquanto Portugal estabelecera sua Monarquia Nacional, Centralizada,
com a Revolução de Avis (1383- 85) e a Espanha após o término da
Reconquista (1492), a Inglaterra apenas iniciava sua Centralização Política
com Henrique VII (Tudor), e a França passaria ainda por muitos percalços
políticos no século XVI para dispor-se à expansão marítima. Não faltava
vontade aos dois, faltavam condições políticas. Comparados, portanto, às
nações Ibéricas, estavam atrasados.
Os Ingleses
Ainda no reinado de Henrique VII, o navegador italiano a serviço da Coroa
inglesa, Giovanni Caboto (1497/98) explorava a região da América do
Norte chamada de Carolina do Sul. Bem mais tarde, em 1578, Humphrey
Gilbert tomava posse da Ilha de Roanoke, na Carolina do Norte. Ambos
andavam em buscada passagem do Noroeste, que lhes permitisse chegar às
Índias. A rivalidade de Elizabeth I com a Espanha, de um lado, aguçava o
desejo inglês de apossar-se de terras da América e de outro, tornava-os
cautelosos, por temor à Espanha. Esta entra em decadência em termos de
poderio marítimo, após a derrota da chamada Invencível Armada em 1588.
No entanto, só com a ascensão dos Stuart (1603) é que se reúnem as
condições internas – intensa acumulação de capitais em mãos da burguesia
e sua associação com a Coroa – e externas com a decadência dos
Habsburgo na Espanha e no Santo Império Romano Germânico. Formam-
se duas companhias de comércio às quais o Rei concede direitos de
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colonização e exploração da costa Leste da América do Norte. Uma
Companhia, a de Londres, ficará com territórios da Flórida ao Rio
Potomac, e a de Plymouth, do Cabo Fear a Nova York, ao norte, formando
a Nova Inglaterra. Entre as duas, o Rei deixou um território sem ocupação
para evitar as disputas entre os colonos das duas companhias. Essa “terra de
ninguém” será penetrada por colonos holandeses, suecos e de outras
nacionalidades, só mais tarde sendo dominadas pelos ingleses.
As condições
A Inglaterra passava então por transformações estruturais, acelerava-se o
processo conhecido como “enclosures”. Esse cercamento dos campos
implicava na eliminação da servidão pela via da expulsão dos camponeses
de suas parcelas de terra e da apropriação privada das terras comunais,
gerando um impressionante contingente de população proletarizada e
marginalizada, passível, pois, de ser atraído para a emigração. Caso não
pudessem pagar sua viagem, assinavam um contrato obrigando-se a
trabalhar por sete anos para pagar a dívida contraída com a passagem,
alojamento, etc.
Era a servidão por dívida: “indentured servant”. Muitos que já viviam na
América também eram reduzidos a essa condição, fosse para pagar dívidas,
ou escapar à prisão por algum crime. Outros vinham das Antilhas, onde a
formação das “Plantations” eliminava a camada de pequenos proprietários.
Outro contingente disposto a emigrar era composto de nobres ou burgueses
vítimas de perseguições políticas ou religiosas. Esses, naturalmente, não
vinham como “indentured servants”. A uma parte deles, no entanto, atribui-
-se a instauração na América de princípios políticos democráticos, caso
especial dos chamados Peregrinos do Mayflower, chegados em 1620, às
costas de Massachussets. Por fim, os negros serão trazidos da África para
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constituírem a massa escrava que constituirá a base da mão-de-obra nas
colônias do Sul.
As Características
Foram três áreas de colonização: o Norte, o Centro e o Sul. No Norte,
praticava-se a agricultura, em especial de cereais, mas o clima e o solo não
se constituíam em estímulo para essa atividade, destacando-se a pesca e o
comércio de peles. O pescado, depois de salgado e embarricado, servia
tanto ao consumo das próprias colônias como à exportação, assim como as
peles. A região presenciará um desenvolvimento industrial pela abundância
de matérias- -primas e de mão-de-obra qualificada. Naturalmente, essas
atividades desrespeitavam as proibições impostas pela Metrópole. O rum
era um dos principais produtos da região, feito com o melaço vindo das
Antilhas. O rum tanto servia para trocas com os índios, quanto para troca
por escravos na África, que eram trazidos para as Antilhas, em troca
novamente do melaço.
Constituía-se, assim, o comércio triangular. Também da Nova Inglaterra
saíam pescados e cereais para as Antilhas em troca de açúcar que seguia
para a Inglaterra que vendia produtos manufaturados à Nova Inglaterra. Era
outro triângulo que se estabelecia. No Centro, estabeleceram-se colônias
particulares e religiosas, com uma razoável diversidade populacional.
Nessa região, as terras eram boas para a agricultura e nelas, a exemplo do
Norte, prevaleceram às pequenas propriedades. O corte de madeira e a
construção naval foram outras atividades de destaque nas colônias do
Centro. Já no Sul, desde o início, prevaleceram as grandes propriedades
monocultoras e produtoras para o mercado externo: o típico sistema de
“plantation”. Também aí, a mão-de-obra, originalmente de “indentured
servants”, foi totalmente substituída por escravos africanos.
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Política e Administração
Toda a colonização teve um caráter particular, sendo insignificante a
participação do Estado. Somente muito mais tarde, a Coroa assumiu
algumas colônias. Cada colônia (que, à época da Independência, eram 13),
tinha sua própria autoridade. Cada uma tinha um Governador, nomeado
pela Metrópole no caso das colônias da Coroa. Em cada uma, havia ainda
um Conselho, ou Câmara Alta, cujos membros eram ou nomeados ou
eleitos – conforme a colônia – entre as pessoas mais ricas.
As Assembléias Legislativas ou Câmaras de Representantes, eleitas entre
os homens livres (variando o critério, por riqueza, por religião, etc.). Estas
é que se encarregavam de decidir sobre leis e impostos. Isso significa dizer
que era nas colônias que se decidiam os impostos. Isso é o que se chama de
“Negligência Salutar”, essa não-intervenção da metrópole, em particular no
que diz respeito às decisões sobre impostos. Esta política foi abandonada
em meados do século XVIII, fato que desencadeou o movimento pela
Independência.
Guerras Intercoloniais
Houve, durante o período colonial, um total de cinco guerras em que se
envolveram os colonos. Na verdade, foram guerras entre a Inglaterra e a
França, envolvendo às vezes a Espanha, em que os colonos tinham algum
interesse para ampliar suas terras ou seus negócios, brigando com seus
vizinhos, os colonos franceses e, por vezes, os espanhóis.
Os Franceses
No reinado de Francisco I, que jamais se conformara com os termos do
Tratado de Tordesilhas firmado entre Espanha e Portugal, ocorreram as
primeiras tentativas francesas de se estabelecer na América do Norte. Em
1524, buscando a passagem do Noroeste, para chegar às Índias, o florentino
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Giovanni Verrazzano tomou posse da Terra Nova em nome do Rei da
França. Entre 1534 e 41, Jacques Cartier fez três tentativas de criar uma
colônia francesa no Rio São Lourenço.
O Almirante Coligny, líder huguenote, organizou duas expedições para
criação de colônias de povoamento, Charlesfort (Flórida – 1562-67) e a
França Antártica (Rio de Janeiro – 1555-67). Todavia, a dinastia francesa
estava muito ocupada com a luta contra os Habsburgo nas chamadas
Guerras da Itália (1494-1559) e depois com as Guerras de Religião na
própria França, entre 1562-98. Somente com Henrique IV, Bourbon, (1589-
1610), consolida-se o Absolutismo e se incentivará a colonização. No
século XVII, portanto. Em 1605, funda-se Port Royal e, em 1608, Québec,
no Canadá.
No entanto, as companhias particulares autorizadas a promover a
colonização, concentravam suas atividades no que fosse imediatamente
lucrativo, deixando de promover a colonização propriamente dita. Entre
1618 e 48, Richilieu introduz a França na Guerra dos 30 Anos, para
enfraquecer os Habsburgo, e incentiva uma companhia católica para a
colonização do Canadá. Essa iniciativa tem um defeito básico: não permite
a participação dos protestantes, justamente os que pertencem ao setor mais
empreendedor da burguesia.
Ademais, os colonos terão sempre o conflito com os jesuítas que querem
“reduzir” os índios, como faziam no Brasil. Os colonos querem os índios
soltos para caçarem e comerciarem com eles. No reinado de Luiz XIV, seu
ministro Colbert convencerá o Rei a transformar tudo em Colônia da
Coroa, promovendo profunda reestruturação. Cria o cargo de Governador
Geral e o de Intendente, além de conselho com representantes de todas as
partes da colônia. Incrementa a colonização com deportados, com mulheres
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incentivadas a se casar na colônia e os “engagés” (engajados) ou “trente-
six-mois” – servos por dívidas, obrigados a prestar serviços por 36 meses.
Apesar de tudo, a colonização francesa no Canadá prosseguirá rala e
dispersa.
A Louisiana
Em busca de peles, os colonos franceses do Canadá irão explorar as terras
ao Sul dos Grandes Lagos, seguindo o curso do Mississipi, do Illinois e do
Missouri. Em 1682, chegou-se à foz do Mississipi, no Golfo do México.
Nessa trilha, fundaram-se feitorias, fortes e missões, mas a colonização
prosseguiu pequena e sempre ameaçada pelos anglo-americanos, a Leste e
pelos espanhóis, ao Sul. Em 1717, um escocês estelionatário, atraiu muita
gente na França, para fundar Nova Orleas, às margens do Mississipi.
As Antilhas
Desde o século XVI, rivalizando com ingleses e holandeses, piratas e
corsários franceses disputaram o controle das Antilhas, base de ataque aos
navios e às colônias espanholas. No século XVII, a Espanha tinha
praticamente abandonado as Pequenas Antilhas, sendo ocupadas pelos
franceses, sempre como base para a pirataria e o contrabando. Passaram a
ser também áreas de produção de cana-de-açúcar, mandioca, tabaco, café
inclusive.
Com o extermínio dos índios caraíbas que resistiram a essa dominação, os
franceses usaram a mão-de-obra dos “engagés”, logo substituída pelos
escravos africanos, que no século XVIII constituíam a ampla maioria da
população antilhana. Colbert criou em 1664 a Cia. Das Índias Ocidentais,
que tinha também o monopólio do tráfico negreiro com o Senegal. Já em
1685, editava-se o “Código Negro”, que proibia que os escravos fossem
torturados ou mortos. Obviamente que isso nunca foi obedecido.
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Em 1698, tudo dentro da política Mercantilista, editava-se o Código do
Comércio Colonial, que estabelecia claramente o Pacto Colonial. As várias
guerras que a França teve com a Inglaterra fizeram-na perder praticamente
todas as suas colônias. O Canadá e as Pequenas Antilhas para os ingleses.
A Louisiana passou para a Espanha (mais tarde devolvida à França, e
depois vendida por Napoleão para os Estados Unidos). São Domingos
(Haiti) ficou independente.
O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA
Da mesma forma que a expansão marítimo-comercial européia de fins da
Idade Média e início dos Tempos Modernos levara aos grandes
descobrimentos, à conquista e à colonização da América, a Revolução
Industrial levará à desmontagem do sistema colonial.
A Crise do Antigo Regime
A Monarquia Absoluta com sua prática econômica mercantilista permitiu à
burguesia a acumulação de capital. No século XVIII, esse processo está
esgotado. A produção manufatureira, fortemente protegida e regulamentada
pelo Estado Absolutista, alcançara o seu limite. Com aquelas técnicas, com
aquela organização do trabalho, a produtividade não tinha como crescer. Se
a produção tiver que crescer, sem aumento de produtividade, a taxa de
lucro tenderá a baixar. Ao mesmo tempo, o mercado consumidor mundial
tendia ao crescimento.
Dá-se, pois, uma situação de oferta menor que a procura. Havia, portanto, a
necessidade de se empregar novas técnicas de produção. Era necessário
passar da manufatura para a indústria. Só assim haveria solução para a crise
econômica. Todavia, uma grande crise econômica só se resolve com uma
grande mudança política.
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Burguesia X Absolutismo
A burguesia crescera à sombra do Absolutismo. O Rei, por sua vez,
sustentava-se no apoio dado pela burguesia contra a nobreza feudal. Esta
não fora destruída, nem poderia, pois, nesse caso a burguesia não precisaria
mais do Rei. O Rei arrecadava os impostos da burguesia e sustentava a
nobreza, mantendo uma imensa, faustosa e custosa corte. Mantinha
também um enorme exército e uma grande burocracia. Tudo isso custava
muito, mas não fazia diferença quando o sistema mercantilista e as
manufaturas estavam em expansão.
Com a crise, os custos continuam altos e os impostos mais ainda. Tanto
mais, que já não se ganhava tanto quanto antes. A burguesia quer então
saber onde são gastos os impostos. Isso não pode ser dito pelo Rei, sob
pena de abrir mão do poder absoluto. Os burgueses precisam então,
entender o porquê da crise, até para saber se é possível resolvê-la. Para
tanto, precisam analisar, a economia, a política e a sociedade, em suma,
precisam ter uma visão de mundo completa. Há que se encontrar um
método para fazer essa análise.
Desde que surgiu, na Idade Média, a burguesia iniciara o questionamento
de todo conhecimento, até aí baseado exclusivamente na fé, contrapondo-
lhe a razão. No século XVIII, é tal a sua convicção de que a “razão pura”
explica tudo, resolve tudo, liberta, ilumina que se cria um pensamento
filosófico chamado Iluminismo. Com base nele, a burguesia compreenderá
o funcionamento do sistema ao qual passará a chamar de Antigo Regime.
Compreenderá também que é necessário mudá-lo e, em seguida, que é
possível mudá-lo e, finalmente, que ela deverá assumir a responsabilidade
histórica de ser o sujeito dessa mudança: torna-se, pois, uma classe
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revolucionária. A primeira tarefa dessa transformação, dessa revolução,
será a derrubada do Absolutismo Monárquico.
Com a queda do Absolutismo enterra-se definitivamente o Feudalismo,
libertando-se os servos. Estes ficarão livres principalmente de suas posses.
Serão transformados em pessoas juridicamente iguais a todas as outras. Só
que sem meios de produção, tornam-se proletários. Desse modo,
constituirão o grande exército de mão-de-obra para as indústrias de
propriedade dos burgueses. A economia ficará totalmente livre da
intervenção do Estado. Assim, os burgueses poderão introduzir todas as
novas técnicas que quiserem: será a Revolução Industrial. Será tal a
capacidade de produção da indústria, que ela necessitará de quantidades
infinitamente maiores de matérias-primas, assim como exigirá a ampliação
dos mercados consumidores.
É isto que conduzirá à crise do sistema colonial. A Inglaterra, por exemplo,
primeiro país a fazer a Revolução Industrial, precisa ter acesso direto aos
produtores de matérias primas, assim como acesso direto aos mercados
consumidores. Não se aceita mais a intervenção das metrópoles. Não se
aceita mais o Pacto Colonial. Da mesma forma que o Mercantilismo é
substituído pelo Liberalismo Econômico, o pacto colonial tem que dar
lugar ao livre comércio. Para tanto, é preciso que as colônias se separem
das suas metrópoles, que se tornem países livres, para produzir matérias-
primas e comprar produtos industrializados. Falta só encontrar, nas próprias
colônias, gente que queira jogar com as novas regras do jogo.
A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS
A Inglaterra foi a primeira nação do mundo a passar pelo processo de
Revolução Industrial, em meados de século XVIII. É que foi a Inglaterra
também o primeiro país onde o Absolutismo foi derrubado. As Revoluções
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Puritana (1648) e Gloriosa (1688-89) tinham enterrado a forma absolutista
de governo e acelerado a acumulação de capital em mãos da burguesia.
Tinham também criado condições internas e externas para o
desenvolvimento capitalista. Internamente, os “enclosures” haviam criado
uma imensa massa proletarizada, pronta para constituir-se na mão-de-obra
barata da manufatura e, em seguida, da indústria.
Externamente, um poderio naval incomum havia posto nas mãos da
burguesia inglesa o acesso a um imenso mercado consumidor. É natural,
portanto, que as idéias liberais tivessem lugar, e maior consistência prática,
entre os ingleses, do que entre aqueles – como os franceses – que ainda
teriam que derrubar o Absolutismo. A Inglaterra passa a defender, então, a
Independência de todas as colônias… dos outros, naturalmente. A “ironia”
da História é que será justamente a sua principal colônia a primeira a
conquistar a independência. Como vimos anteriormente, as chamadas 13
colônias inglesas da América do Norte constituíram-se de forma diferente
de todas as outras colônias. Gozaram sempre de grande autonomia; eram,
em sua maioria, típicas colônias de povoamento; fugiam ao padrão geral
das colônias de exploração.
O Fim da “Negligência Salutar”
A consolidação do poderio mundial inglês se fez à custa de muitas guerras
contra seus rivais europeus. No século XVIII, a França foi a principal rival
da Inglaterra. A Espanha, como também era governada pelos Bourbon,
acabava secundando a França nas guerras contra a Inglaterra. Em
particular, a Guerra dos Sete Anos (1756-63) foi muito vantajosa para a
Inglaterra. Ganhou da França, o Canadá, a Índia e os territórios a Oeste das
13 Colônias. Entretanto as despesas de guerra e as novas despesas com a
administração das colônias conquistadas nesta guerra levaram a Inglaterra a
uma grande crise financeira. Para compensá-la, os ingleses decidem criar e
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aumentar impostos, além de estabelecer fortes restrições à liberdade, até
então tolerada, das 13 Colônias.
Contraditoriamente, no exato momento em que está nascendo o
Liberalismo Econômico, a Inglaterra apela ao mais surrado modelo
mercantilista. Em 1764, foi lançado o “Sugar Act” (Lei do Açúcar). Em
1765, o “Stamp Act” (Lei do Selo). Nesse caso, os colonos reagiram
convocando o Congresso da Lei do Selo, no qual decidiram não mais
comerciar com a Metrópole. Basearam-se no princípio “no representation,
no taxation”. Defendiam a idéia de que o Parlamento inglês não podia
decidir nada sobre a colônia, porque nele não estavam incluídos
representantes coloniais. Em 1766, foi revogada a Lei do Selo. Mas a partir
de 1767, o ministro Charles Townshend tornou a gravar a colônia com
tributos de toda espécie: sobre papel, vidro, chá, etc. Os colonos
protestaram, e Boston assistiu a um massacre de manifestantes pelas tropas
inglesas.
Diante de tais fatos, os ingleses suspendem todos esses impostos, exceto o
do comércio do chá. Inclusive, em 1773, baixaram a “Tea Act” (Lei do
Chá), concedendo o monopólio deste produto à Cia. Das Índias Ocidentais,
uma empresa londrina. Os protestos resultaram na chamada “Boston Tea
Party”, que, por sua vez, fizeram a metrópole editar as chamadas Leis
Intoleráveis (1774). Estas esgotaram a paciência dos colonos, que
convocaram o Primeiro Congresso Continental de Filadélfia. Boicotava-se
todo comércio com a Inglaterra. Como esta reagisse violentamente,
convocou- se o Segundo Congresso Continental de Filadélfia (1775). A 4
de Julho de 1776, aprovou-se a Declaração de Independência, redigida sob
a batuta de Thomas Jefferson.
A Guerra de Independência
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Obviamente, que os ingleses não aceitaram tal declaração, iniciando-se
uma guerra entre eles e os colonos. George Washington comandará o
exército libertador. Após várias derrotas, dada a desproporção de forças,
obtém importante vitória em Saratoga (1777). Esse feito credenciará os
americanos diante da França, que para recuperar terras perdidas na Guerra
dos Sete Anos, dará apoio, sobretudo naval, aos norte-americanos.
Em 1781, os ingleses capitulam em Yorktown e, em 1783, firmam o
Tratado de Paris, entregando as Antilhas e o Senegal à França. A Espanha
fica com a Flórida. … E os Estados Unidos da América tornam-se a
primeira República independente da América. Está iniciada a ruptura do
sistema colonial.
A colonização holandesa
Até 1581, a Holanda era um possessão do Império Espanhol na Europa.
Nesse ano, depois de uma violenta reação à política opressiva de Felipe II,
da Espanha, os flamengos proclamaram sua Independência, constituindo
um Estado denominado Províncias Unidas dos Países Baixos. Após anos
de guerras, a Espanha reconheceu a independência holandesa, em 1609.
Mesmo durante a dominação espanhola, os holandeses desenvolveram-se
economicamente, surgindo após a independência como um dos Estados
mais fortes da Europa. As bases desse desenvolvimento eram o seu poderio
marítimo e sua dinâmica burguesia protestante.
As Companhias de Comércio
No quadro das guerras contra a Espanha, os holandeses criaram
a Companhia das Índias Orientais (1602 e a Companhia das Índias
Ocidentais (1621), para fazer frente às imposições espanholas,
principalmente na época da União Ibérica (1580-1640), quando os
holandeses foram alijados do comércio do açúcar brasileiro. Essas
companhias de comércio, detentoras de privilégios comerciais, organizaram
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uma formidável força militar e, assim passaram a fustigar os domínios
ibéricos.
No Oriente, ocuparam parte do império luso-espanhol, como o Ceilão,
Java, Sumatra e Molucas. Entre 1630 e 1654, invadiram o Brasil — Bahia e
Pernambuco —, apossando-se da produção açucareira e do lucrativo tráfico
negreiro, dentro do contexto da Guerra do Açúcar.
Depois da expulsão do Brasil, os holandeses se estabeleceram na Guiana e
em Curaçao, nas Antilhas, onde passaram a desenvolver a produção
açucareira. Na América do Norte, ocuparam o vale do Hudson, onde
fundaram a colônia de Nova Amsterdã, que, perdida para os ingleses, deu
origem posteriormente às colônias centrais de Nova York e Delaware.
Invasão holandesa no Brasil conquista e administração
A invasão holandesa fez parte do projeto da Holanda (Países Baixos) em
ocupar e administrar o Nordeste Brasileiro através da Companhia
Holandesa das Índias Ocidentais.
Após a União Ibérica (domínio da Espanha em Portugal entre os anos de
1580 e 1640), a Holanda resolveu enviar suas expedições militares para
conquistarem a região nordeste brasileira. O objetivo holandês era
restabelecer o comércio do açúcar entre o Brasil e Holanda, proibido pela
Espanha após a União Ibérica.
A primeira expedição invasora ocorreu em 1624 contra Salvador (capital
do Brasil na época). Comandados por Jacob Willekens, mais de 1500
homens conquistaram Salvador e estabeleceram um governo na capital
brasileira. Os holandês foram expulsos no ano seguinte quando chegaram
reforços da Espanha.
Em 1630, houve uma segunda expedição militar holandesa, desta vez
contra a cidade de Olinda (Pernambuco). Após uma resistência luso-
brasileira, os holandeses dominaram a região, estabeleceram um governo e
retomaram o comércio de açúcar com a região nordestina brasileira.
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Em 1637, a Holanda enviou o conde Maurício de Nassau para administrar
as terras conquistadas e estabelecer uma colônia holandesa no Brasil. até
1654, os holandeses dominaram grande parte do território nordestino.
Expulsão dos holandeses
Em 1654, após muitos guerras e conflitos, finalmente os colonos
portugueses (apoiados por militares de Portugal e Inglaterra) conseguiram
expulsar definitivamente os holandeses do território brasileiro e retomar o
controle do Nordeste Brasileiro.
Principais aspectosda administração de Nassauno Nordeste do Brasil:
- Estabeleceu relações amigáveis entre holandeses e senhores de engenho
brasileiros;
- Incentivou, através de empréstimos, a reestruturação dos engenhos de
açúcar do Nordeste;
- Introduziu inovações com relação à fabricação de açúcar;
- Favoreceu um clima de tolerância e liberdade religiosa;
- Modernizou a cidade de Recife, construindo diques, canais, palácios,
pontes e jardins.
- Estabeleceu e organizou os sistemas de coleta de lixo e os serviços de
bombeiros em Recife.
- Determinou a construção em Recife de um observatório astronômico, um
Jardim Botânico, um museu natural e um zoológico.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1 - A fundação da Virgínia e da Nova Inglaterra, no início do século XVII,
fez a Inglaterra adentrar a disputa colonial no Novo Mundo. Nos vastos
domínios dos impérios ibéricos nas Américas, foram produzidas sociedades
muito diversas e complexas – porexemplo, as do V.R. da Nova Espanha,
as da região caribenha e as do V.R. do Peru. Entretanto, também nas
colônias britânicas, desdea sua formação, fortes diferenças acabaram
forjando sociedades bem diversas. Essa diversidade foi expressão de vários
fatores, entre eles estão:
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I – O fato de os propósitos das Companhias de Comércio de Londres
e de Plymouth terem sido radicalmente distintos, tal como as
populações que transportaram para a América.
II – O predomínio dos interesses mercantis e escravistas nas colônias
da Virgínia, ao sul, contrastando com as motivações de ordem mais
religiosa e política dos puritanos que orientaram a ocupação das
colônias ao norte.
III – A dificuldade de a Igreja Anglicana fazer valer a sua autoridade
e administração nas colônias do norte, berço da intolerância
religiosa,loci de separatistas religiosos – dos congregacionistas,
presbiterianos, batistas e anabatistas etc.
IV – A decisão prévia do Rei James I de oferecer colônias
particulares a donatários ou proprietários – como William Penn
e Lord Baltimore – na região das Colônias do Meio.
2- “Para o progresso do armamento marítimo e da navegação, que sob a
boa providência e proteção divina interessam tanto à prosperidade, à
segurança e ao poderio deste reino [...], nenhuma mercadoria será
importada ou exportada dos países, ilhas, plantações ou territórios
pertencentes à Sua Majestade, ou em possessãodeSua Majestade, na Ásia,
América e África, noutros navios senão nos que [...] pertencem a súditos
ingleses [...] e que são comandados porum capitão inglês e tripulados por
uma equipagem com três quartos de ingleses [...], nenhum estrangeiro [...]
poderáexercer o ofício de mercador ou corretor num dos lugares
supracitados, sob pena de confisco de todos os seus bens e mercadorias
[...]”.
Segundo Ato de Navegação de 1660. In: Pierre Deyon. O mercantilismo.
São Paulo: Perspectiva, 1973, p. 94-95.
Por meio do Ato de Navegação de 1660, o governo inglês:
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a. Estabelecia que todas as mercadorias comercializadas porqualquer
país europeu fossemtransportadas por navios ingleses.
b. Monopolizava seu próprio comércio e impulsionava a indústria naval
inglesa, aumentando ainda mais a presença da Inglaterra nos mares
do mundo.
c. Enfrentava a poderosaFrança retirando-lhe a posição privilegiada de
intermediária comercial em nível mundial.
d. Desenvolvia a sua marinha, incentivava a indústria, expandia o
Império, abrindo novos mercados internacionais ao seu excedente
agrícola.
e. Protegia os produtos ingleses, matérias-primas e manufaturados, que
deveriam ter sua saída dificultada, de modo a gerar acúmulo de
metais preciosos no Reino inglês.
3 - No dia 29 de outubro de 1929, conhecido como “terça-feira negra”,
iniciou-se uma grave crise na economia dos Estados Unidos que se
estenderia até, pelo menos, o ano de 1933. Acerca do impacto mundial da
crise econômica de 1929, assinale a alternativa correta.
A) A situação da economia da União Soviética, isolada desde a Revolução
de 1917, piorou em decorrência do crescimento da competição econômica
internacional.
B) O preço dos produtos agrícolas e industriais cresceu muito,
possibilitando aos produtores cobrir suas hipotecas junto aos bancos
credores.
C) O desemprego e a crise social favoreceram o surgimento de movimentos
políticos radicais, possibilitando o crescimento dos partidos socialistas e
fascistas.
D) Os países não industrializados foram favorecidos pelo aumento das
importações de matérias-primas para os países mais desenvolvidos, os mais
afetados na crise.
4 - A expansão ultramarina européia, iniciada no século XV, gerou grandes
transformações na História mundial, entre outras razões, por colocar povos
de
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continentes diversos em um processo de interação econômica, política e
cultural.
Sobre esse assunto, assinale a opção correta.
A) O continente africano serviu como base estratégica para o apoio das
embarcações que se dirigiam para o continente asiático.
B) As relações entre os Estados europeus e os asiáticos, no século XVI,
foram
mercantis, com os asiáticos comprando mercadorias feitas pelos europeus.
C) Com o desenvolvimento das técnicas de navegação, Holanda e
Inglaterra
lideraram, desde os finais do século XV, a expansão marítima européia.
D) O interesse de franceses e holandeses em colonizarem as Índias
Ocidentais
explica o sucesso que tiveram em estabelecer colônias no Brasil, no século
XVIII.
05. (UFAL – 2009) As Cruzadas, no Medievo, foram uma tentativa da
cristandade ocidental em conquistar os locais sagrados do catolicismo. É
CORRETO afirmar que uma das principais consequências das Cruzadas
foi:
a) a formação de nações cristãs no Ocidente, como Portugal, Espanha e
França, permitindo a pacificação da região.
b) a consolidação do feudalismo, em virtude da unificação dos vários
reinos em torno de um objetivo comum.
c) o incremento das relações comerciais da Europa com o Oriente,
permitindo a circulação de navios europeus pelo Mediterrâneo.
d) a superação das rivalidades políticas entre as nações europeias através do
fortalecimento da Igreja Católica.
5 - As Cruzadas, no Medievo, foram uma tentativa da cristandade ocidental
em conquistar os locais sagrados do catolicismo. É CORRETO afirmar que
uma das principais consequências das Cruzadas foi:
a) a formação de nações cristãs no Ocidente, como Portugal, Espanha e
França, permitindo a pacificação da região.
b) a consolidação do feudalismo, em virtude da unificação dos vários
reinos em torno de um objetivo comum.
18
c) o incremento das relações comerciais da Europa com o Oriente,
permitindo a circulação de navios europeus pelo Mediterrâneo.
d) a superação das rivalidades políticas entre as nações europeias através do
fortalecimento da Igreja Católica.
6 - Sobre o Mercantilismo, é CORRETO afirmar que:
a) ampliou o poder da nobreza feudal, possibilitando a adoção do
protecionismo alfandegário.
b) adotou a centralização administrativa e a cobrança de impostos como
instrumento de dominação social.
c) permitiu a lógica de valorização da terra como investimento,
favorecendo a burguesia agrária.
d) fortaleceu economicamente alguns reinos europeus, que tinham no
comércio e no metalismo suas principais fontes de renda.
7 - Com relação à colonização francesa, espanhola e inglesa no continente
americano, é CORRETO afirmar:
a) A colonização espanhola, baseada no trabalho compulsório indígena, nos
séculos XVI e XVII, predominou nas áreas mineradoras do México e Peru.
b) A colonização inglesa na região do Caribe baseava-se no trabalho
escravo indígena e na grande lavoura de exportação.
c) Nas regiões de colonização francesa, predominou a escravidão indígena,
fundamental para a produção da economia canavieira.
d) A colonização inglesa da América do Norte baseava-se, ao Sul, na
agricultura familiar e atividades manufatureiras e, ao Norte, na lavoura
escravista de exportação
8 - No século XVII, as invasões do nordeste brasileiro pelos holandeses
estavam relacionadas às mudanças do equilíbrio comercial entre os
países europeus porque:
a) a Holanda apoiava a união das monarquias ibéricas.
b) a aproximação entre Portugal e Holanda era uma forma de os lusos se
liberarem da dependência inglesa.
19
c) as Companhias das Índias Orientais e Ocidentais monopolizavam o
escambo do pau-brasil.
d) os holandeses tinham grandes interesses no comércio do açúcar.
e) Portugal era tradicionalmente rival dos holandeses nas guerras europeias.
9 - Durante a união ibérica, Portugal foi envolvido em sérios conflitos
com outras nações europeias. Tais fatos trouxeram como
consequências para o Brasil Colônia:
a) as invasões holandesas no nordeste e o declínio da economia açucareira
após a expulsão dos invasores.
b) o fortalecimento político e militar de Portugal e colônias, devido ao
apoio espanhol.
c) a redução do território colonial e o fracasso da expansão bandeirante
para além de Tordesilhas.
d) a total transformação das estruturas administrativas e a extinção das
Câmaras Municipais.
e) o crescimento do mercado exportador em virtude da paz internacional e
das alianças entre Espanha, Holanda e Inglaterra.
10 - "São os portugueses que antes de quaisquer outros se ocuparão do
assunto. Os espanhóis, embora tivessem concorrido com eles nas
primeiras viagens de exploração, abandonarão o campo em respeito ao
Tratado de Tordesilhas (1494) e à bula papal que dividira o mundo a
se descobrir por linhas imaginárias entre as coroas portuguesa e
espanhola. O litoral brasileiro ficava na parte lusitana, e os espanhóis
respeitavamseus direitos. O mesmo não se deu com os franceses, cujo
rei (Francisco I) afirmaria desconhecer a cláusula do testamento de
Adão que reservava o mundo unicamente a portugueses e espanhóis.
Assim eles virão também, e a concorrência só resolveria pelas armas".
(PRADO Jr, Caio. HISTÓRIA ECONÔMICADO BRASIL. São
Paulo, Brasiliense, 1967.)
20
Segundo o texto, é correto afirmar que
a) espanhóis e portugueses resolveriam a posse das terras da América pela
força das armas.
b) a concorrência entre Portugal e Espanha serviu de pretexto para que o rei
da França reservasse a si o direito de atacar a Península Ibérica e resolver o
impasse pela força das armas.
c) os franceses não reconheceram o Tratado de Tordesilhas e, por isso, não
respeitaram a posse de terras pertencentes a Portugal ou Espanha.
d) lançando mão da "cláusula de Adão", o rei da França fundamentava a
tese de que o Papa tinha todo o direito de dispor do mundo, uma vez que
era descendente direto de Adão.
e) para os franceses, os espanhóis não respeitavam o litoral brasileiro e
assolavam-no constantemente porque não reconheciam, em nenhum
documento, que Portugal detinha a posse das terras brasileiras.

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  • 1. 1 COLONIZAÇÃO EUROPÉIA NA AMÉRICA: INGLATERRA, FRANÇA E HOLANDA. Ingleses e franceses custaram muito a consolidar seus Estados Nacionais. Enquanto Portugal estabelecera sua Monarquia Nacional, Centralizada, com a Revolução de Avis (1383- 85) e a Espanha após o término da Reconquista (1492), a Inglaterra apenas iniciava sua Centralização Política com Henrique VII (Tudor), e a França passaria ainda por muitos percalços políticos no século XVI para dispor-se à expansão marítima. Não faltava vontade aos dois, faltavam condições políticas. Comparados, portanto, às nações Ibéricas, estavam atrasados. Os Ingleses Ainda no reinado de Henrique VII, o navegador italiano a serviço da Coroa inglesa, Giovanni Caboto (1497/98) explorava a região da América do Norte chamada de Carolina do Sul. Bem mais tarde, em 1578, Humphrey Gilbert tomava posse da Ilha de Roanoke, na Carolina do Norte. Ambos andavam em buscada passagem do Noroeste, que lhes permitisse chegar às Índias. A rivalidade de Elizabeth I com a Espanha, de um lado, aguçava o desejo inglês de apossar-se de terras da América e de outro, tornava-os cautelosos, por temor à Espanha. Esta entra em decadência em termos de poderio marítimo, após a derrota da chamada Invencível Armada em 1588. No entanto, só com a ascensão dos Stuart (1603) é que se reúnem as condições internas – intensa acumulação de capitais em mãos da burguesia e sua associação com a Coroa – e externas com a decadência dos Habsburgo na Espanha e no Santo Império Romano Germânico. Formam- se duas companhias de comércio às quais o Rei concede direitos de
  • 2. 2 colonização e exploração da costa Leste da América do Norte. Uma Companhia, a de Londres, ficará com territórios da Flórida ao Rio Potomac, e a de Plymouth, do Cabo Fear a Nova York, ao norte, formando a Nova Inglaterra. Entre as duas, o Rei deixou um território sem ocupação para evitar as disputas entre os colonos das duas companhias. Essa “terra de ninguém” será penetrada por colonos holandeses, suecos e de outras nacionalidades, só mais tarde sendo dominadas pelos ingleses. As condições A Inglaterra passava então por transformações estruturais, acelerava-se o processo conhecido como “enclosures”. Esse cercamento dos campos implicava na eliminação da servidão pela via da expulsão dos camponeses de suas parcelas de terra e da apropriação privada das terras comunais, gerando um impressionante contingente de população proletarizada e marginalizada, passível, pois, de ser atraído para a emigração. Caso não pudessem pagar sua viagem, assinavam um contrato obrigando-se a trabalhar por sete anos para pagar a dívida contraída com a passagem, alojamento, etc. Era a servidão por dívida: “indentured servant”. Muitos que já viviam na América também eram reduzidos a essa condição, fosse para pagar dívidas, ou escapar à prisão por algum crime. Outros vinham das Antilhas, onde a formação das “Plantations” eliminava a camada de pequenos proprietários. Outro contingente disposto a emigrar era composto de nobres ou burgueses vítimas de perseguições políticas ou religiosas. Esses, naturalmente, não vinham como “indentured servants”. A uma parte deles, no entanto, atribui- -se a instauração na América de princípios políticos democráticos, caso especial dos chamados Peregrinos do Mayflower, chegados em 1620, às costas de Massachussets. Por fim, os negros serão trazidos da África para
  • 3. 3 constituírem a massa escrava que constituirá a base da mão-de-obra nas colônias do Sul. As Características Foram três áreas de colonização: o Norte, o Centro e o Sul. No Norte, praticava-se a agricultura, em especial de cereais, mas o clima e o solo não se constituíam em estímulo para essa atividade, destacando-se a pesca e o comércio de peles. O pescado, depois de salgado e embarricado, servia tanto ao consumo das próprias colônias como à exportação, assim como as peles. A região presenciará um desenvolvimento industrial pela abundância de matérias- -primas e de mão-de-obra qualificada. Naturalmente, essas atividades desrespeitavam as proibições impostas pela Metrópole. O rum era um dos principais produtos da região, feito com o melaço vindo das Antilhas. O rum tanto servia para trocas com os índios, quanto para troca por escravos na África, que eram trazidos para as Antilhas, em troca novamente do melaço. Constituía-se, assim, o comércio triangular. Também da Nova Inglaterra saíam pescados e cereais para as Antilhas em troca de açúcar que seguia para a Inglaterra que vendia produtos manufaturados à Nova Inglaterra. Era outro triângulo que se estabelecia. No Centro, estabeleceram-se colônias particulares e religiosas, com uma razoável diversidade populacional. Nessa região, as terras eram boas para a agricultura e nelas, a exemplo do Norte, prevaleceram às pequenas propriedades. O corte de madeira e a construção naval foram outras atividades de destaque nas colônias do Centro. Já no Sul, desde o início, prevaleceram as grandes propriedades monocultoras e produtoras para o mercado externo: o típico sistema de “plantation”. Também aí, a mão-de-obra, originalmente de “indentured servants”, foi totalmente substituída por escravos africanos.
  • 4. 4 Política e Administração Toda a colonização teve um caráter particular, sendo insignificante a participação do Estado. Somente muito mais tarde, a Coroa assumiu algumas colônias. Cada colônia (que, à época da Independência, eram 13), tinha sua própria autoridade. Cada uma tinha um Governador, nomeado pela Metrópole no caso das colônias da Coroa. Em cada uma, havia ainda um Conselho, ou Câmara Alta, cujos membros eram ou nomeados ou eleitos – conforme a colônia – entre as pessoas mais ricas. As Assembléias Legislativas ou Câmaras de Representantes, eleitas entre os homens livres (variando o critério, por riqueza, por religião, etc.). Estas é que se encarregavam de decidir sobre leis e impostos. Isso significa dizer que era nas colônias que se decidiam os impostos. Isso é o que se chama de “Negligência Salutar”, essa não-intervenção da metrópole, em particular no que diz respeito às decisões sobre impostos. Esta política foi abandonada em meados do século XVIII, fato que desencadeou o movimento pela Independência. Guerras Intercoloniais Houve, durante o período colonial, um total de cinco guerras em que se envolveram os colonos. Na verdade, foram guerras entre a Inglaterra e a França, envolvendo às vezes a Espanha, em que os colonos tinham algum interesse para ampliar suas terras ou seus negócios, brigando com seus vizinhos, os colonos franceses e, por vezes, os espanhóis. Os Franceses No reinado de Francisco I, que jamais se conformara com os termos do Tratado de Tordesilhas firmado entre Espanha e Portugal, ocorreram as primeiras tentativas francesas de se estabelecer na América do Norte. Em 1524, buscando a passagem do Noroeste, para chegar às Índias, o florentino
  • 5. 5 Giovanni Verrazzano tomou posse da Terra Nova em nome do Rei da França. Entre 1534 e 41, Jacques Cartier fez três tentativas de criar uma colônia francesa no Rio São Lourenço. O Almirante Coligny, líder huguenote, organizou duas expedições para criação de colônias de povoamento, Charlesfort (Flórida – 1562-67) e a França Antártica (Rio de Janeiro – 1555-67). Todavia, a dinastia francesa estava muito ocupada com a luta contra os Habsburgo nas chamadas Guerras da Itália (1494-1559) e depois com as Guerras de Religião na própria França, entre 1562-98. Somente com Henrique IV, Bourbon, (1589- 1610), consolida-se o Absolutismo e se incentivará a colonização. No século XVII, portanto. Em 1605, funda-se Port Royal e, em 1608, Québec, no Canadá. No entanto, as companhias particulares autorizadas a promover a colonização, concentravam suas atividades no que fosse imediatamente lucrativo, deixando de promover a colonização propriamente dita. Entre 1618 e 48, Richilieu introduz a França na Guerra dos 30 Anos, para enfraquecer os Habsburgo, e incentiva uma companhia católica para a colonização do Canadá. Essa iniciativa tem um defeito básico: não permite a participação dos protestantes, justamente os que pertencem ao setor mais empreendedor da burguesia. Ademais, os colonos terão sempre o conflito com os jesuítas que querem “reduzir” os índios, como faziam no Brasil. Os colonos querem os índios soltos para caçarem e comerciarem com eles. No reinado de Luiz XIV, seu ministro Colbert convencerá o Rei a transformar tudo em Colônia da Coroa, promovendo profunda reestruturação. Cria o cargo de Governador Geral e o de Intendente, além de conselho com representantes de todas as partes da colônia. Incrementa a colonização com deportados, com mulheres
  • 6. 6 incentivadas a se casar na colônia e os “engagés” (engajados) ou “trente- six-mois” – servos por dívidas, obrigados a prestar serviços por 36 meses. Apesar de tudo, a colonização francesa no Canadá prosseguirá rala e dispersa. A Louisiana Em busca de peles, os colonos franceses do Canadá irão explorar as terras ao Sul dos Grandes Lagos, seguindo o curso do Mississipi, do Illinois e do Missouri. Em 1682, chegou-se à foz do Mississipi, no Golfo do México. Nessa trilha, fundaram-se feitorias, fortes e missões, mas a colonização prosseguiu pequena e sempre ameaçada pelos anglo-americanos, a Leste e pelos espanhóis, ao Sul. Em 1717, um escocês estelionatário, atraiu muita gente na França, para fundar Nova Orleas, às margens do Mississipi. As Antilhas Desde o século XVI, rivalizando com ingleses e holandeses, piratas e corsários franceses disputaram o controle das Antilhas, base de ataque aos navios e às colônias espanholas. No século XVII, a Espanha tinha praticamente abandonado as Pequenas Antilhas, sendo ocupadas pelos franceses, sempre como base para a pirataria e o contrabando. Passaram a ser também áreas de produção de cana-de-açúcar, mandioca, tabaco, café inclusive. Com o extermínio dos índios caraíbas que resistiram a essa dominação, os franceses usaram a mão-de-obra dos “engagés”, logo substituída pelos escravos africanos, que no século XVIII constituíam a ampla maioria da população antilhana. Colbert criou em 1664 a Cia. Das Índias Ocidentais, que tinha também o monopólio do tráfico negreiro com o Senegal. Já em 1685, editava-se o “Código Negro”, que proibia que os escravos fossem torturados ou mortos. Obviamente que isso nunca foi obedecido.
  • 7. 7 Em 1698, tudo dentro da política Mercantilista, editava-se o Código do Comércio Colonial, que estabelecia claramente o Pacto Colonial. As várias guerras que a França teve com a Inglaterra fizeram-na perder praticamente todas as suas colônias. O Canadá e as Pequenas Antilhas para os ingleses. A Louisiana passou para a Espanha (mais tarde devolvida à França, e depois vendida por Napoleão para os Estados Unidos). São Domingos (Haiti) ficou independente. O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA Da mesma forma que a expansão marítimo-comercial européia de fins da Idade Média e início dos Tempos Modernos levara aos grandes descobrimentos, à conquista e à colonização da América, a Revolução Industrial levará à desmontagem do sistema colonial. A Crise do Antigo Regime A Monarquia Absoluta com sua prática econômica mercantilista permitiu à burguesia a acumulação de capital. No século XVIII, esse processo está esgotado. A produção manufatureira, fortemente protegida e regulamentada pelo Estado Absolutista, alcançara o seu limite. Com aquelas técnicas, com aquela organização do trabalho, a produtividade não tinha como crescer. Se a produção tiver que crescer, sem aumento de produtividade, a taxa de lucro tenderá a baixar. Ao mesmo tempo, o mercado consumidor mundial tendia ao crescimento. Dá-se, pois, uma situação de oferta menor que a procura. Havia, portanto, a necessidade de se empregar novas técnicas de produção. Era necessário passar da manufatura para a indústria. Só assim haveria solução para a crise econômica. Todavia, uma grande crise econômica só se resolve com uma grande mudança política.
  • 8. 8 Burguesia X Absolutismo A burguesia crescera à sombra do Absolutismo. O Rei, por sua vez, sustentava-se no apoio dado pela burguesia contra a nobreza feudal. Esta não fora destruída, nem poderia, pois, nesse caso a burguesia não precisaria mais do Rei. O Rei arrecadava os impostos da burguesia e sustentava a nobreza, mantendo uma imensa, faustosa e custosa corte. Mantinha também um enorme exército e uma grande burocracia. Tudo isso custava muito, mas não fazia diferença quando o sistema mercantilista e as manufaturas estavam em expansão. Com a crise, os custos continuam altos e os impostos mais ainda. Tanto mais, que já não se ganhava tanto quanto antes. A burguesia quer então saber onde são gastos os impostos. Isso não pode ser dito pelo Rei, sob pena de abrir mão do poder absoluto. Os burgueses precisam então, entender o porquê da crise, até para saber se é possível resolvê-la. Para tanto, precisam analisar, a economia, a política e a sociedade, em suma, precisam ter uma visão de mundo completa. Há que se encontrar um método para fazer essa análise. Desde que surgiu, na Idade Média, a burguesia iniciara o questionamento de todo conhecimento, até aí baseado exclusivamente na fé, contrapondo- lhe a razão. No século XVIII, é tal a sua convicção de que a “razão pura” explica tudo, resolve tudo, liberta, ilumina que se cria um pensamento filosófico chamado Iluminismo. Com base nele, a burguesia compreenderá o funcionamento do sistema ao qual passará a chamar de Antigo Regime. Compreenderá também que é necessário mudá-lo e, em seguida, que é possível mudá-lo e, finalmente, que ela deverá assumir a responsabilidade histórica de ser o sujeito dessa mudança: torna-se, pois, uma classe
  • 9. 9 revolucionária. A primeira tarefa dessa transformação, dessa revolução, será a derrubada do Absolutismo Monárquico. Com a queda do Absolutismo enterra-se definitivamente o Feudalismo, libertando-se os servos. Estes ficarão livres principalmente de suas posses. Serão transformados em pessoas juridicamente iguais a todas as outras. Só que sem meios de produção, tornam-se proletários. Desse modo, constituirão o grande exército de mão-de-obra para as indústrias de propriedade dos burgueses. A economia ficará totalmente livre da intervenção do Estado. Assim, os burgueses poderão introduzir todas as novas técnicas que quiserem: será a Revolução Industrial. Será tal a capacidade de produção da indústria, que ela necessitará de quantidades infinitamente maiores de matérias-primas, assim como exigirá a ampliação dos mercados consumidores. É isto que conduzirá à crise do sistema colonial. A Inglaterra, por exemplo, primeiro país a fazer a Revolução Industrial, precisa ter acesso direto aos produtores de matérias primas, assim como acesso direto aos mercados consumidores. Não se aceita mais a intervenção das metrópoles. Não se aceita mais o Pacto Colonial. Da mesma forma que o Mercantilismo é substituído pelo Liberalismo Econômico, o pacto colonial tem que dar lugar ao livre comércio. Para tanto, é preciso que as colônias se separem das suas metrópoles, que se tornem países livres, para produzir matérias- primas e comprar produtos industrializados. Falta só encontrar, nas próprias colônias, gente que queira jogar com as novas regras do jogo. A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS A Inglaterra foi a primeira nação do mundo a passar pelo processo de Revolução Industrial, em meados de século XVIII. É que foi a Inglaterra também o primeiro país onde o Absolutismo foi derrubado. As Revoluções
  • 10. 10 Puritana (1648) e Gloriosa (1688-89) tinham enterrado a forma absolutista de governo e acelerado a acumulação de capital em mãos da burguesia. Tinham também criado condições internas e externas para o desenvolvimento capitalista. Internamente, os “enclosures” haviam criado uma imensa massa proletarizada, pronta para constituir-se na mão-de-obra barata da manufatura e, em seguida, da indústria. Externamente, um poderio naval incomum havia posto nas mãos da burguesia inglesa o acesso a um imenso mercado consumidor. É natural, portanto, que as idéias liberais tivessem lugar, e maior consistência prática, entre os ingleses, do que entre aqueles – como os franceses – que ainda teriam que derrubar o Absolutismo. A Inglaterra passa a defender, então, a Independência de todas as colônias… dos outros, naturalmente. A “ironia” da História é que será justamente a sua principal colônia a primeira a conquistar a independência. Como vimos anteriormente, as chamadas 13 colônias inglesas da América do Norte constituíram-se de forma diferente de todas as outras colônias. Gozaram sempre de grande autonomia; eram, em sua maioria, típicas colônias de povoamento; fugiam ao padrão geral das colônias de exploração. O Fim da “Negligência Salutar” A consolidação do poderio mundial inglês se fez à custa de muitas guerras contra seus rivais europeus. No século XVIII, a França foi a principal rival da Inglaterra. A Espanha, como também era governada pelos Bourbon, acabava secundando a França nas guerras contra a Inglaterra. Em particular, a Guerra dos Sete Anos (1756-63) foi muito vantajosa para a Inglaterra. Ganhou da França, o Canadá, a Índia e os territórios a Oeste das 13 Colônias. Entretanto as despesas de guerra e as novas despesas com a administração das colônias conquistadas nesta guerra levaram a Inglaterra a uma grande crise financeira. Para compensá-la, os ingleses decidem criar e
  • 11. 11 aumentar impostos, além de estabelecer fortes restrições à liberdade, até então tolerada, das 13 Colônias. Contraditoriamente, no exato momento em que está nascendo o Liberalismo Econômico, a Inglaterra apela ao mais surrado modelo mercantilista. Em 1764, foi lançado o “Sugar Act” (Lei do Açúcar). Em 1765, o “Stamp Act” (Lei do Selo). Nesse caso, os colonos reagiram convocando o Congresso da Lei do Selo, no qual decidiram não mais comerciar com a Metrópole. Basearam-se no princípio “no representation, no taxation”. Defendiam a idéia de que o Parlamento inglês não podia decidir nada sobre a colônia, porque nele não estavam incluídos representantes coloniais. Em 1766, foi revogada a Lei do Selo. Mas a partir de 1767, o ministro Charles Townshend tornou a gravar a colônia com tributos de toda espécie: sobre papel, vidro, chá, etc. Os colonos protestaram, e Boston assistiu a um massacre de manifestantes pelas tropas inglesas. Diante de tais fatos, os ingleses suspendem todos esses impostos, exceto o do comércio do chá. Inclusive, em 1773, baixaram a “Tea Act” (Lei do Chá), concedendo o monopólio deste produto à Cia. Das Índias Ocidentais, uma empresa londrina. Os protestos resultaram na chamada “Boston Tea Party”, que, por sua vez, fizeram a metrópole editar as chamadas Leis Intoleráveis (1774). Estas esgotaram a paciência dos colonos, que convocaram o Primeiro Congresso Continental de Filadélfia. Boicotava-se todo comércio com a Inglaterra. Como esta reagisse violentamente, convocou- se o Segundo Congresso Continental de Filadélfia (1775). A 4 de Julho de 1776, aprovou-se a Declaração de Independência, redigida sob a batuta de Thomas Jefferson. A Guerra de Independência
  • 12. 12 Obviamente, que os ingleses não aceitaram tal declaração, iniciando-se uma guerra entre eles e os colonos. George Washington comandará o exército libertador. Após várias derrotas, dada a desproporção de forças, obtém importante vitória em Saratoga (1777). Esse feito credenciará os americanos diante da França, que para recuperar terras perdidas na Guerra dos Sete Anos, dará apoio, sobretudo naval, aos norte-americanos. Em 1781, os ingleses capitulam em Yorktown e, em 1783, firmam o Tratado de Paris, entregando as Antilhas e o Senegal à França. A Espanha fica com a Flórida. … E os Estados Unidos da América tornam-se a primeira República independente da América. Está iniciada a ruptura do sistema colonial. A colonização holandesa Até 1581, a Holanda era um possessão do Império Espanhol na Europa. Nesse ano, depois de uma violenta reação à política opressiva de Felipe II, da Espanha, os flamengos proclamaram sua Independência, constituindo um Estado denominado Províncias Unidas dos Países Baixos. Após anos de guerras, a Espanha reconheceu a independência holandesa, em 1609. Mesmo durante a dominação espanhola, os holandeses desenvolveram-se economicamente, surgindo após a independência como um dos Estados mais fortes da Europa. As bases desse desenvolvimento eram o seu poderio marítimo e sua dinâmica burguesia protestante. As Companhias de Comércio No quadro das guerras contra a Espanha, os holandeses criaram a Companhia das Índias Orientais (1602 e a Companhia das Índias Ocidentais (1621), para fazer frente às imposições espanholas, principalmente na época da União Ibérica (1580-1640), quando os holandeses foram alijados do comércio do açúcar brasileiro. Essas companhias de comércio, detentoras de privilégios comerciais, organizaram
  • 13. 13 uma formidável força militar e, assim passaram a fustigar os domínios ibéricos. No Oriente, ocuparam parte do império luso-espanhol, como o Ceilão, Java, Sumatra e Molucas. Entre 1630 e 1654, invadiram o Brasil — Bahia e Pernambuco —, apossando-se da produção açucareira e do lucrativo tráfico negreiro, dentro do contexto da Guerra do Açúcar. Depois da expulsão do Brasil, os holandeses se estabeleceram na Guiana e em Curaçao, nas Antilhas, onde passaram a desenvolver a produção açucareira. Na América do Norte, ocuparam o vale do Hudson, onde fundaram a colônia de Nova Amsterdã, que, perdida para os ingleses, deu origem posteriormente às colônias centrais de Nova York e Delaware. Invasão holandesa no Brasil conquista e administração A invasão holandesa fez parte do projeto da Holanda (Países Baixos) em ocupar e administrar o Nordeste Brasileiro através da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais. Após a União Ibérica (domínio da Espanha em Portugal entre os anos de 1580 e 1640), a Holanda resolveu enviar suas expedições militares para conquistarem a região nordeste brasileira. O objetivo holandês era restabelecer o comércio do açúcar entre o Brasil e Holanda, proibido pela Espanha após a União Ibérica. A primeira expedição invasora ocorreu em 1624 contra Salvador (capital do Brasil na época). Comandados por Jacob Willekens, mais de 1500 homens conquistaram Salvador e estabeleceram um governo na capital brasileira. Os holandês foram expulsos no ano seguinte quando chegaram reforços da Espanha. Em 1630, houve uma segunda expedição militar holandesa, desta vez contra a cidade de Olinda (Pernambuco). Após uma resistência luso- brasileira, os holandeses dominaram a região, estabeleceram um governo e retomaram o comércio de açúcar com a região nordestina brasileira.
  • 14. 14 Em 1637, a Holanda enviou o conde Maurício de Nassau para administrar as terras conquistadas e estabelecer uma colônia holandesa no Brasil. até 1654, os holandeses dominaram grande parte do território nordestino. Expulsão dos holandeses Em 1654, após muitos guerras e conflitos, finalmente os colonos portugueses (apoiados por militares de Portugal e Inglaterra) conseguiram expulsar definitivamente os holandeses do território brasileiro e retomar o controle do Nordeste Brasileiro. Principais aspectosda administração de Nassauno Nordeste do Brasil: - Estabeleceu relações amigáveis entre holandeses e senhores de engenho brasileiros; - Incentivou, através de empréstimos, a reestruturação dos engenhos de açúcar do Nordeste; - Introduziu inovações com relação à fabricação de açúcar; - Favoreceu um clima de tolerância e liberdade religiosa; - Modernizou a cidade de Recife, construindo diques, canais, palácios, pontes e jardins. - Estabeleceu e organizou os sistemas de coleta de lixo e os serviços de bombeiros em Recife. - Determinou a construção em Recife de um observatório astronômico, um Jardim Botânico, um museu natural e um zoológico. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1 - A fundação da Virgínia e da Nova Inglaterra, no início do século XVII, fez a Inglaterra adentrar a disputa colonial no Novo Mundo. Nos vastos domínios dos impérios ibéricos nas Américas, foram produzidas sociedades muito diversas e complexas – porexemplo, as do V.R. da Nova Espanha, as da região caribenha e as do V.R. do Peru. Entretanto, também nas colônias britânicas, desdea sua formação, fortes diferenças acabaram forjando sociedades bem diversas. Essa diversidade foi expressão de vários fatores, entre eles estão:
  • 15. 15 I – O fato de os propósitos das Companhias de Comércio de Londres e de Plymouth terem sido radicalmente distintos, tal como as populações que transportaram para a América. II – O predomínio dos interesses mercantis e escravistas nas colônias da Virgínia, ao sul, contrastando com as motivações de ordem mais religiosa e política dos puritanos que orientaram a ocupação das colônias ao norte. III – A dificuldade de a Igreja Anglicana fazer valer a sua autoridade e administração nas colônias do norte, berço da intolerância religiosa,loci de separatistas religiosos – dos congregacionistas, presbiterianos, batistas e anabatistas etc. IV – A decisão prévia do Rei James I de oferecer colônias particulares a donatários ou proprietários – como William Penn e Lord Baltimore – na região das Colônias do Meio. 2- “Para o progresso do armamento marítimo e da navegação, que sob a boa providência e proteção divina interessam tanto à prosperidade, à segurança e ao poderio deste reino [...], nenhuma mercadoria será importada ou exportada dos países, ilhas, plantações ou territórios pertencentes à Sua Majestade, ou em possessãodeSua Majestade, na Ásia, América e África, noutros navios senão nos que [...] pertencem a súditos ingleses [...] e que são comandados porum capitão inglês e tripulados por uma equipagem com três quartos de ingleses [...], nenhum estrangeiro [...] poderáexercer o ofício de mercador ou corretor num dos lugares supracitados, sob pena de confisco de todos os seus bens e mercadorias [...]”. Segundo Ato de Navegação de 1660. In: Pierre Deyon. O mercantilismo. São Paulo: Perspectiva, 1973, p. 94-95. Por meio do Ato de Navegação de 1660, o governo inglês:
  • 16. 16 a. Estabelecia que todas as mercadorias comercializadas porqualquer país europeu fossemtransportadas por navios ingleses. b. Monopolizava seu próprio comércio e impulsionava a indústria naval inglesa, aumentando ainda mais a presença da Inglaterra nos mares do mundo. c. Enfrentava a poderosaFrança retirando-lhe a posição privilegiada de intermediária comercial em nível mundial. d. Desenvolvia a sua marinha, incentivava a indústria, expandia o Império, abrindo novos mercados internacionais ao seu excedente agrícola. e. Protegia os produtos ingleses, matérias-primas e manufaturados, que deveriam ter sua saída dificultada, de modo a gerar acúmulo de metais preciosos no Reino inglês. 3 - No dia 29 de outubro de 1929, conhecido como “terça-feira negra”, iniciou-se uma grave crise na economia dos Estados Unidos que se estenderia até, pelo menos, o ano de 1933. Acerca do impacto mundial da crise econômica de 1929, assinale a alternativa correta. A) A situação da economia da União Soviética, isolada desde a Revolução de 1917, piorou em decorrência do crescimento da competição econômica internacional. B) O preço dos produtos agrícolas e industriais cresceu muito, possibilitando aos produtores cobrir suas hipotecas junto aos bancos credores. C) O desemprego e a crise social favoreceram o surgimento de movimentos políticos radicais, possibilitando o crescimento dos partidos socialistas e fascistas. D) Os países não industrializados foram favorecidos pelo aumento das importações de matérias-primas para os países mais desenvolvidos, os mais afetados na crise. 4 - A expansão ultramarina européia, iniciada no século XV, gerou grandes transformações na História mundial, entre outras razões, por colocar povos de
  • 17. 17 continentes diversos em um processo de interação econômica, política e cultural. Sobre esse assunto, assinale a opção correta. A) O continente africano serviu como base estratégica para o apoio das embarcações que se dirigiam para o continente asiático. B) As relações entre os Estados europeus e os asiáticos, no século XVI, foram mercantis, com os asiáticos comprando mercadorias feitas pelos europeus. C) Com o desenvolvimento das técnicas de navegação, Holanda e Inglaterra lideraram, desde os finais do século XV, a expansão marítima européia. D) O interesse de franceses e holandeses em colonizarem as Índias Ocidentais explica o sucesso que tiveram em estabelecer colônias no Brasil, no século XVIII. 05. (UFAL – 2009) As Cruzadas, no Medievo, foram uma tentativa da cristandade ocidental em conquistar os locais sagrados do catolicismo. É CORRETO afirmar que uma das principais consequências das Cruzadas foi: a) a formação de nações cristãs no Ocidente, como Portugal, Espanha e França, permitindo a pacificação da região. b) a consolidação do feudalismo, em virtude da unificação dos vários reinos em torno de um objetivo comum. c) o incremento das relações comerciais da Europa com o Oriente, permitindo a circulação de navios europeus pelo Mediterrâneo. d) a superação das rivalidades políticas entre as nações europeias através do fortalecimento da Igreja Católica. 5 - As Cruzadas, no Medievo, foram uma tentativa da cristandade ocidental em conquistar os locais sagrados do catolicismo. É CORRETO afirmar que uma das principais consequências das Cruzadas foi: a) a formação de nações cristãs no Ocidente, como Portugal, Espanha e França, permitindo a pacificação da região. b) a consolidação do feudalismo, em virtude da unificação dos vários reinos em torno de um objetivo comum.
  • 18. 18 c) o incremento das relações comerciais da Europa com o Oriente, permitindo a circulação de navios europeus pelo Mediterrâneo. d) a superação das rivalidades políticas entre as nações europeias através do fortalecimento da Igreja Católica. 6 - Sobre o Mercantilismo, é CORRETO afirmar que: a) ampliou o poder da nobreza feudal, possibilitando a adoção do protecionismo alfandegário. b) adotou a centralização administrativa e a cobrança de impostos como instrumento de dominação social. c) permitiu a lógica de valorização da terra como investimento, favorecendo a burguesia agrária. d) fortaleceu economicamente alguns reinos europeus, que tinham no comércio e no metalismo suas principais fontes de renda. 7 - Com relação à colonização francesa, espanhola e inglesa no continente americano, é CORRETO afirmar: a) A colonização espanhola, baseada no trabalho compulsório indígena, nos séculos XVI e XVII, predominou nas áreas mineradoras do México e Peru. b) A colonização inglesa na região do Caribe baseava-se no trabalho escravo indígena e na grande lavoura de exportação. c) Nas regiões de colonização francesa, predominou a escravidão indígena, fundamental para a produção da economia canavieira. d) A colonização inglesa da América do Norte baseava-se, ao Sul, na agricultura familiar e atividades manufatureiras e, ao Norte, na lavoura escravista de exportação 8 - No século XVII, as invasões do nordeste brasileiro pelos holandeses estavam relacionadas às mudanças do equilíbrio comercial entre os países europeus porque: a) a Holanda apoiava a união das monarquias ibéricas. b) a aproximação entre Portugal e Holanda era uma forma de os lusos se liberarem da dependência inglesa.
  • 19. 19 c) as Companhias das Índias Orientais e Ocidentais monopolizavam o escambo do pau-brasil. d) os holandeses tinham grandes interesses no comércio do açúcar. e) Portugal era tradicionalmente rival dos holandeses nas guerras europeias. 9 - Durante a união ibérica, Portugal foi envolvido em sérios conflitos com outras nações europeias. Tais fatos trouxeram como consequências para o Brasil Colônia: a) as invasões holandesas no nordeste e o declínio da economia açucareira após a expulsão dos invasores. b) o fortalecimento político e militar de Portugal e colônias, devido ao apoio espanhol. c) a redução do território colonial e o fracasso da expansão bandeirante para além de Tordesilhas. d) a total transformação das estruturas administrativas e a extinção das Câmaras Municipais. e) o crescimento do mercado exportador em virtude da paz internacional e das alianças entre Espanha, Holanda e Inglaterra. 10 - "São os portugueses que antes de quaisquer outros se ocuparão do assunto. Os espanhóis, embora tivessem concorrido com eles nas primeiras viagens de exploração, abandonarão o campo em respeito ao Tratado de Tordesilhas (1494) e à bula papal que dividira o mundo a se descobrir por linhas imaginárias entre as coroas portuguesa e espanhola. O litoral brasileiro ficava na parte lusitana, e os espanhóis respeitavamseus direitos. O mesmo não se deu com os franceses, cujo rei (Francisco I) afirmaria desconhecer a cláusula do testamento de Adão que reservava o mundo unicamente a portugueses e espanhóis. Assim eles virão também, e a concorrência só resolveria pelas armas". (PRADO Jr, Caio. HISTÓRIA ECONÔMICADO BRASIL. São Paulo, Brasiliense, 1967.)
  • 20. 20 Segundo o texto, é correto afirmar que a) espanhóis e portugueses resolveriam a posse das terras da América pela força das armas. b) a concorrência entre Portugal e Espanha serviu de pretexto para que o rei da França reservasse a si o direito de atacar a Península Ibérica e resolver o impasse pela força das armas. c) os franceses não reconheceram o Tratado de Tordesilhas e, por isso, não respeitaram a posse de terras pertencentes a Portugal ou Espanha. d) lançando mão da "cláusula de Adão", o rei da França fundamentava a tese de que o Papa tinha todo o direito de dispor do mundo, uma vez que era descendente direto de Adão. e) para os franceses, os espanhóis não respeitavam o litoral brasileiro e assolavam-no constantemente porque não reconheciam, em nenhum documento, que Portugal detinha a posse das terras brasileiras.