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MANUAL DE
DINÂMICAS
DE
GRUPO
COORDENADOR: NELSON VITIELLO
AUTORES: ANA CRISTINA CANOSA GONÇALVES
ARLETE MARIA GIRELO TAVARES GAVRANIC
CARLA ZEGLIO / EDUARDO TAKESHI YABUZAKI
FABIA VITIELLO / MARILDA MOURA CAMPOS
NELSON VITIELLO / ROSANE MARQUES RODRIGUES SAMAHA
SIDNEI ROBERTO DI SESSA / SONIA BERNASCONI SOSNOSKI DAUD
MANUAL DE
DINÂMICAS
DE
GRUPO
SOCIEDADE BRASILEIRA DE SEXUALIDADE HUMANA
PERSONA – CENTRO DE ESTUDOS
EM COMPORTAMENTO HUMANO
1997
Iglu Editora
© Copyright by Ana Cristina Canosa Gonçalves et alii
© Copyright 1997 by Iglu Editora Ltda.
Editor responsável:
Júlio Igliori
Revisão:
Nelson Vitiello
Composição:
Real Produções Gráficas Ltda.
Capa:
Osmar das Neves
Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio eletrônico,
mecânico, inclusive por processo xerográfico, sem permissão expressa do Editor
(Lei nº 5.988, de 14.12.73).
Todos os direitos reservados à
IGLU EDITORA LTDA.
Rua Duílio, 386 – Lapa
05043-020 – São Paulo-SP
Tel.: (011) 873-0227
CATALOGAÇÃO NA FONTE DO DEPARTAMENTO NACIONAL DO LIVRO
M294
Manual de dinâmicas de grupo / coordenador: Nelson Vitiello ; Ana
Cristina Canosa Gonçalves... | et. al. | – São Paulo : Iglu, 1997.
250p. cm.
ISBN 85-85631-33-3
1. Dinâmica de grupo. I. Vitiello, Nelson. Gonçalves, Ana Cristina
Canosa.
CDD–302.3
Dedicatória
Dedicamos este livro, in memoriam,
ao Prof. Paulo Schimidt Goffi,
que nunca negou apoio, estímulo
e auxílio aos esforços
de todos os que com ele privaram.
6
Índice
Apresentação .............................................................................................. 9
Estratégias para a aprendizagem.......................................................... 11
Um pouco da história.............................................................................. 19
Dinâmicas de Grupo: Proposta, estrutura e objetivos ................... 25
Descrição das dinâmicas de grupo
A escultura .................................................................................................. 29
A Viagem ..................................................................................................... 31
Desenho explicativo ................................................................................. 34
Dessensibilização pela palavra .............................................................. 36
Dinâmica de avaliação ............................................................................. 38
Dinâmica de encerramento ................................................................... 40
Dramatização: A adolescência............................................................... 42
Dramatização: Disfunções sexuais masculinas ................................. 44
Dramatização: Doenças sexualmente transmissíveis ...................... 46
Dramatização: Uma ceia de Natal ........................................................ 48
Estudo de casos .......................................................................................... 50
Exclusão ....................................................................................................... 54
Exposição de arte: sexualidade ............................................................. 56
Expressão artística como meio de dar e receber ............................ 58
Fantasias sexuais ........................................................................................ 60
Improvisação: criar uma dinâmica de grupo.................................... 62
Interpretação de texto ............................................................................ 64
Liberação lúdica das fantasias ............................................................... 68
7
O amor, o que é? ...................................................................................... 70
Papel do Educador Sexual ..................................................................... 72
Piso mágico ................................................................................................. 74
Rótulos ......................................................................................................... 76
Sexualidade do profissional ................................................................... 78
Sexualidade na família ............................................................................ 80
Tornarem-se conhecidos ........................................................................ 82
Treinamento assertivo ............................................................................. 84
Túnel do Tempo ....................................................................................... 86
Abrigo nuclear ........................................................................................... 88
Saco tátil ...................................................................................................... 91
Dinâmica da eleição ................................................................................. 93
Bibliografia recomendada...................................................................... 95
8
9
APRESENTAÇÃO
Em nosso meio existem relativamente poucas publica-
ções versando os aspectos práticos do uso de Dinâmicas de
Grupo como técnica didática voltada para o ensino supe-
rior. Por esse motivo, a Comissão Científica de Programa-
ção dos Cursos Intensivos, de Extensão Universitária e de Pós-
Graduação Lato sensu em Educação e em Terapia Sexual da
SBRASH e da Faculdade de Medicina do ABC resolveu
organizar uma publicação onde constassem as dinâmicas
utilizadas durante esses cursos. Nessa decisão, pesou o fato
de julgarmos importante que o educando receba não ape-
nas a informação teórica dos assuntos afetos à sexualidade
humana, mas também (e principalmente) lhe seja ofereci-
do instrumental que permita refletir sobre seus próprios
conceitos e preconceitos.
Fruto de um esforço conjunto de vários profissionais
e da experiência adquirida na formulação e facilitação de
Dinâmicas de Grupo (DG) em Cursos de Pós-Graduação,
o presente livro pretende levar aos leitores modelos bási-
cos de DG, prontos para serem aplicados tais como vão
descritos, ou com as modificações que o bom senso e a
experiência indicarem.
Com esta publicação visamos oferecer conteúdo téc-
nico de dinâmicas de grupo e modelos que sirvam para
a prática diária dos profissionais. Procuramos seguir, em
10
todas as descrições, um roteiro simples e didático, apresen-
tando os objetivos de cada DG, o tamanho ideal do grupo
a qual pode ela ser aplicada, o tempo necessário para seu
desenrolar, etc.
Esperamos assim tornar mais fácil o trabalho de edu-
cadores, especialmente aqueles que se dedicam à educa-
ção sexual, bem como à atividade dos terapeutas, posto
que as DG se constituem em relevante instrumento para o
atendimento de grupos.
Os autores
11
ESTRATÉGIAS PARA A APRENDIZAGEM
Para que a aprendizagem possa se dar em qualquer
tipo de grupo (escolar, de reflexão, etc.), o educador con-
ta com várias estratégias que fazem parte de uma nova
metodologia na educação. Diferentemente da chamada
Metodologia Clássica, onde a ação é centralizada no pro-
fessor, que é nessa situação encarado como o único deten-
tor de todo o saber, a Metodologia Participativa Emancipa-
tória permite que o “aluno” participe ativamente do pro-
cesso de aprendizagem, estando livre para expressar sua
opiniões e idéias. Esta postura ativa do indivíduo diante
do grupo promove sua emancipação, já que permite a
aquisição da autoconfiança, negando a posição de mero
receptor. Além disso, a Metodologia Participativa Emanci-
patória permite que os membros de um grupo se conhe-
çam dentro de um clima descontraído, produzam um
grande número de idéias e estabeleçam um relaciona-
mento mais vivo e caloroso. Diante disso, os problemas e
expectativas do grupo podem ser expressos e captados
pelo educador que pode facilitar a quebra das percepções
preconceituosas e das barreiras afetivas.
As estratégias para a aprendizagem devem ser usadas
pelo educador sempre que este tenha por intuito promo-
ver a reflexão do grupo, porque é só desta forma que a
emancipação levará o indivíduo à mudanças de comporta-
12
mento. O educador terá o desafio de adotar as estratégias
que mais se adequem as características do grupo e ao obje-
tivo que se procura atingir. Entende-se por característi-
cas do grupo a idade, escolaridade, homogeneidade, nível
sócio-econômico e particularidades culturais. Conhecer o
grupo é talvez a melhor estratégia de um educador. E este
conhecimento se dará paulatinamente, na mesma medida
em que as estratégias para a aprendizagem vão sendo ado-
tadas, permitindo a expressão dos membros do grupo.
A seguir, citaremos sucintamente os principais tipos
de abordagens estratégicas para o ensino participativo.
1) Estratégias que visam o aquecimento e o desbloqueio
a) Apresentação Simples: Cada indivíduo se apresen-
ta ao grupo;
b) Apresentação em Dupla ou Cruzada: Subdivide-se
o grupo em duplas. Estas duplas devem se “conhecer” em
alguns minutos e depois cada indivíduo deve apresentar
seu par ao grupo;
c) Completamento de frases: É dado para cada mem-
bro do grupo uma folha de papel com o início de uma
frase escrita, para que cada um continue a frase formando
um texto. Por exemplo: “Ser um Educador Sexual é...”;
d) Desenhos em grupo: Diante de um tema, os mem-
bros do grupo discutem e se expressam em conjunto atra-
vés do desenho;
e) Deslocamento Físico: Desloca-se o grupo do ambi-
ente físico principal (sala de aula) para outro mais des-
contraído, onde o facilitador pode usar outra estratégia
como uma Dinâmica de Grupo de aquecimento, ou mes-
mo uma apresentação simples;
f) Tempestade Cerebral (Brainstorming): Diante de
um tema, uma palavra, frase ou objeto, cada membro do
13
grupo deve dizer as palavras ou sensações que lhe vierem a
mente, para que o grupo todo tenha uma “imagem” glo-
bal das idéias do grupo.
As estratégias de aquecimento ou desbloqueio devem
ser utilizadas no primeiro contato com o grupo e tem por
objetivo diminuir a ansiedade normal dos participantes
frente a um novo encontro. Além disso preparam o grupo
para os trabalhos que virão a seguir, possibilitando o iní-
cio de um relacionamento mais afetivo e desinibido. Estas
estratégias também permitem ao educador uma análise
das expectativas e dos valores que os membros do grupo
tem com relação ao “trabalho” que irão desenvolver.
2) Ação Centralizada no Professor
Embora as aulas expositivas façam também parte do
arsenal didático clássico, que é mais centralizador da ação
de aprendizagem na figura do professor, elas podem se
constituir em importante recurso auxiliar também no
ensino participativo. Não podemos nos esquecer que as
exposições são importante recurso para a transmissão do
conhecimento, não devendo por isso mesmo ser despreza-
das. O que se pode fazer é, além de limitar o uso desse tipo
de apresentação a um mínimo indispensável, fazer com
que as aulas expositivas despertem interesse dos ouvintes
(com um uso adequado de recursos audiovisuais, por
exemplo) e que sejam permitidas interrupções sob a for-
ma de perguntas, colocações e, eventualmente, até mes-
mo discussões. O bom professor seguramente poderá dar
vida a uma aula expositiva, tornando seu conteúdo agra-
dável e permitindo que seja ele enriquecido com as opi-
niões dos membros do grupo.
14
3) Pesquisas e Projetos
Estas estratégias visam incentivar a busca de informa-
ções, dados e materiais necessários, bem como motivar a
participação dos membros do grupo nas atividades. O
educador deve apresentar e discutir com os alunos os ele-
mentos de um plano de pesquisa, orientar e discutir os
resultados.
O aluno deve ser orientado sobre os elementos bási-
cos de uma pesquisa ou projeto e como formular ade-
quadamente esses projetos. Além disso, importa não nos
esquecermos que os menos experientes tem bastante difi-
culdade em captar todas as nuances de procedimentos
necessários para adequada condução dos projetos, deven-
do ser acompanhados durante toda a execução do mesmo.
4) Aprendizado baseado em leitura e em escrita
Ler e escrever são atos ativos que devem ser incentiva-
dos pelo professor. Sempre há uma contribuição pessoal
nesses atos, seja na interpretação e resumo de textos, seja
na exposição verbal das idéias refletidas sobre determina-
da leitura. Essas estratégias promovem ainda a informa-
ção, o conhecimento, a organização de idéias e o desen-
volvimento da habilidade de comunicação.
5) Estratégias baseadas na reunião de especialistas ou
em preparação prévia
São estratégias que necessitam de uma certa maturi-
dade e independência intelectual por parte dos partici-
pantes.
15
a) Seminários:
O grupo (ou subgrupos) deve estudar com profundi-
dade um tema, a partir de diversos ângulos. Cada partici-
pante apresenta uma parte do tema por um tempo pré-
determinado pelo grupo. Ao final das apresentações, o
grupo deve chegar a uma conclusão. É importante que na
escolha do tema o grupo possa ter certa liberdade, optan-
do por um tema que seja de seu interesse. Deve haver
também um planejamento de como este tema será dividi-
do entre os participantes e como será apresentado, levan-
do-se em conta o tempo necessário para os encontros de
estudo e o tempo disponível para a apresentação.
b) Simpósio:
Cada expositor prepara uma faceta de um tema e dis-
põe de um tempo limitado para apresentá-lo. As apresen-
tações não devem ser interrompidas; as perguntas e escla-
recimentos devem ser deixados para o fim de cada
exposição ou para o final de toda a exposição. As pergun-
tas também devem ter seu tempo limitado.
Ao final, pode-se abrir uma discussão com os ouvintes
ou fazer uma síntese das idéias apresentadas.
c) Painel:
Pequeno grupo de especialistas convidados debatem
um tema previamente eleito, sob a organização de um
moderador. É interessante que os convidados possuam
visões antagônicas sobre o tema. Pode ocorrer síntese e
discussão, dependendo da habilidade e da imparcialidade
do moderador.
16
6) Discussão
Esta estratégia permite que qualquer tema seja deba-
tido livremente pelos participantes. O professor deve, no
entanto, estar atento com a organização da discussão, obe-
decendo o ritmo do grupo e controlando o tempo dispo-
nível. Deve também garantir a participação de todos e ter
habilidade para diagnosticar os conflitos e lidar com as
possíveis manifestações emocionais dos participantes.
7) Grupos
A atividade em grupo é uma estratégia que incentiva
os participantes a confiar no auxílio e na avaliação dos
colegas e promove a independência da autoridade do pro-
fessor. Além disso permite que os indivíduos mais inibi-
dos possam se expressar e ter uma participação ativa nos
pequenos grupos, o que fornece dados para uma avalia-
ção individual. Os trabalhos em grupo também aprofun-
dam as discussões de temas. Podem ser: Pequenos Grupos;
Grupos de Verbalização e Grupos de Observação; Grupos
de Oposição e outros.
8) Confrontamento com Situações Reais
Esta estratégia coloca o aluno diante de uma situação
de fato. São parte desse grupo de atividades os estágios, as
excursões, a prática didática, a prática clínica, a condução
de pesquisa, etc. O professor deve acompanhar a ação de
seus alunos, bem como dar-lhes um feed-back para ajudá-los
a refletir.
17
9) Sessões de Sensibilização
A sessão de sensibilização é uma estratégia funda-
mental para a promoção do aprendizado, porque quando
o indivíduo está sensível a algo ele apreende mais fácil e
profundamente o sentido daquilo em que está ligado,
vivência a experiência com maior profundidade e, com
isso, amadurece. Nada ensina melhor que a experiência e
nada consegue transmitir mais experiência que a vida.
Mas ao se viver e adquirir experiência, enfrenta-se um
antagonismo crucial: somente após muitos anos vividos e
bem vividos é que poderemos ter conseguido assimilar um
respeitável volume de experiências, quando elas de pouco
valem, uma vez que o ciclo biológico nos coloca ao final da
existência. Sendo assim, as técnicas de sensibilização tem
como objetivo sintetizar o largo amadurecimento de uma
experiência e permitir que se possa ganhar, com algum
trabalho, muita reflexão, e ainda com pequena vivência,
uma certa sabedoria de vida que somente uma longa exis-
tência permitiria acumular. É por isso que grande parte
das técnicas de sensibilização se apóiam em modelos de
jogos orientais, posto que no oriente sempre existiu essa
preocupação educacional, tanto dentro da escola como
fora dela.
As sessões de sensibilização podem ser realizadas em
escolas, universidades, atividades empresariais, reuniões
comunitárias, reuniões familiares, encontros, grupos de
reflexão, enfim, sempre onde haja uma mensagem a trans-
mitir e principalmente quando se pretende fazer da téc-
nica uma abertura para um trabalho educativo que terá
seqüência e será marcado por claros objetivos. As sessões
de sensibilização valorizam comportamentos, promovem a
assunção de responsabilidades sociais e o aprimoramento
da identificação do outro como indivíduo. Devem ser apli-
18
cadas por profissionais maduros e responsáveis, que sai-
bam respeitar o momento emocional dos indivíduos, bem
como os limites das atividades, que devem estar coerentes
com os objetivos propostos.
Como principal técnica de sensibilização temos as
chamadas Dinâmicas de Grupo, que envolvem jogos, drama-
tizações, estudos de caso, desenhos, etc.
19
UM POUCO DA HISTÓRIA
Muitos filósofos, sociólogos, psiquiatras e psicólogos
já se dedicaram, de maneira ampla, ao estudo da dinâmica
de atuação dos grupos. Entre eles não podemos deixar de
citar Le Bon, Durkhein, Cooley, Gabriel Tarde, Freud,
Wundt, McDougall e especialmente Jacó Levi Moreno
que, pela importância que deram ao tema, merecem des-
taque especial.
Como estudante, entre 1908 e 1911, Jacó Levi More-
no costumava passear pelos Jardins de Viena, reunindo
crianças e formando grupos para representações improvi-
sadas. Desta forma, observou e trabalhou as inter-relações
de vários grupos, tais como grupos de crianças e de prosti-
tutas. Entre 1922 e 1925 Moreno teve a inspiração para o
uso de técnicas lúdicas (play techniques) para a terapia de
representações espontâneas, psicoterapia de grupo e
aprendizagem de papéis.
Historicamente, o psicodrama representa o ponto
culminante na passagem do tratamento do indivíduo
isolado para o tratamento do indivíduo em grupos, e do
tratamento por métodos verbais, para o tratamento por
métodos de ação.
Etimologicamente, drama é uma transliteração do
grego, que significa ação ou coisa feita. O psicodrama é,
assim, uma coisa feita à psiquê e com a psiquê – ou seja, é a
psiquê em ação.
20
O homem sempre apresentou como tendência básica
a necessidade de compreender o Universo. Nesse anseio
de curiosidade, desde sempre tentou usar a ação, a imita-
ção e a representação como meio de expressão, procuran-
do assim influenciar a natureza para viver melhor.
Esta necessidade imperiosa de movimento se manifes-
ta desde o aparecimento da sociedade humana e sua con-
seqüente cultura, através de uma atividade livre, alegre e
divertida: o jogo. Em sua essência, o jogo encerra um senti-
do maior do que a simples manifestação de uma necessida-
de; encerra sua significação. No jogo, existe alguma coisa
“em jogo”, que transcende as necessidades imediatas da
vida e confere um sentido à ação.
A criança, com seus jogos e brincadeiras, nos faz ver
que dentre todas as atividades imprescindíveis para o orga-
nismo – comer, beber, dormir, sobressai a atividade lúdi-
ca. Pois o que a criança quer é jogar, desempenhar, criar
uma realidade própria no seu mundo do “faz de conta”,
do “como se...”. Podemos notar a alegria que as crianças
manifestam quando jogam. Nessas situações surge um pra-
zer natural, espontâneo, que reforça a motivação para con-
tinuar no jogo.
Se observarmos o comportamento das crianças duran-
te seus jogos, poderemos confirmar a impressão de que
elas tem uma crença absoluta na realidade do que esco-
lhem para brincar. O jogo lhes permite ir a um mundo não
real, o mundo da imaginação. Assim, por exemplo, uma
simples caixinha de fósforos pode ser um caminhão, e uma
boneca um ser humano. Entretanto, se questionarmos a
criança que joga com seu “caminhão”, ela nos dirá que está
num “faz de conta”, e que aquilo, na realidade, é uma caixa
de fósforos.
No “faz de conta” a criança alcança um domínio ple-
no da situação, vivendo e convivendo com a fantasia e com
21
a realidade, capaz de instantânea e facilmente passar de
uma situação à outra, criando assim a possibilidade de ela-
boração de seus anseios e fantasias. Essa fascinante capaci-
dade de alternar sonho e realidade de maneira absoluta e
totalmente convicta e convincente, faz com que se desen-
volva a capacidade de dar respostas rápidas à situações
novas e respostas novas à situações já conhecidas. Na ver-
dade, as crianças conseguem tais feitos por terem ainda
bem forte o senso de espontaneidade, que vai se sofisti-
cando e diluindo na medida em que a pessoa se desenvol-
ve. A essência do jogo, da capacidade de se revestir dos
papéis e situações imaginárias, está exatamente nessa ele-
vada espontaneidade, que estimula a liberdade e permite
aos jogadores “viajar” no mundo da imaginação. Através
dessa “viagem” pode-se recriar e descobrir novas formas
de atuação.
É importante, assim, que o indivíduo queira jogar,
que esteja disponível para o jogo, para que não se percam
seus valores de espontaneidade e criatividade. Caso con-
trário, a liberdade também será perdida.
O jogo permite pois ao homem reencontrar a liber-
dade não só através de respostas, mas também na própria
procura de formas novas para os desafios da vida, liberan-
do sua espontaneidade criativa. O jogo nos devolve, com
sua intensidade, uma fascinante energia que nos possibili-
ta ir e vir, trocar e transformar, promovendo a descoberta,
o encontro do homem consigo mesmo, com os outros e
com o Universo.
No jogo se luta, se representa, se imagina ou se sensi-
biliza para alguma coisa. É neste sentido que o jogo enfei-
ta a vida, ornamenta-a e se constitui em uma necessidade
para o homem, ao lhe dar uma consciência de ser diferen-
te da “vida cotidiana”, de compreender e influenciar o
mundo em que vive. Este é também o sentido em que
22
utilizamos o jogo no psicodrama e é o critério que aqui
usamos para colecionar os jogos e classificá-los.
A expressão “dinâmica de grupo” apareceu pela pri-
meira vez em 1944, tendo sido cunhada por Kurt Lewin.
Esse psicólogo, um americano de origem alemã nascido
em Mogilno, em 1890, e morto em Newtonville, Massa-
chusetts, em 1947, esteve inicialmente ligado ao gestaltis-
mo mas, posteriormente, desenvolveu uma teoria própria.
Nesse desenvolvimento aplicou à psicologia social con-
ceitos advindos da topologia geométrica e da física dos
campos de força. Escreveu então “Princípios da Psicologia
Topológica”, em 1936.
Após esses trabalhos concentrou-se no estudo das
dinâmicas dos grupos e na influência do tipo de regime
político-social sobre as crianças, garantindo merecido
lugar de destaque na história do estudo da psicologia de
grupos.
A atuação de Kurt Lewin marcou um período de fun-
damental importância no estudo dos fenômenos ligados
aos grupos. Sua influência se faz notar em muitos estudos,
pesquisas e obras, que desenvolveram suas idéias. Com ele,
a psicologia e o estudo dos processos dinâmicos de atua-
ção das pessoas e dos grupos teve grande desenvolvimento
como ciência.
Lewin fundou um Centro de Pesquisas em Dinâmica
de Grupo, onde testou várias de suas hipóteses e fixou
novos objetivos de pesquisa em psicologia social, cogitan-
do novos caminhos mais funcionais, eficientes e criativos
para o estudo das relações interpessoais e intergrupais.
Para ele, só o estudo de pequenos grupos poderia dar sub-
sídios que nos levassem a compreender o que se passa nos
macro-grupos.
Diversas disciplinas contribuíram para a elaboração e
fundamentação da teoria da dinâmica de grupo, entre
23
elas a psicologia, a sociologia, a antropologia, as ciências
políticas, a economia, a pedagogia, a medicina e outras.
Começaram então a surgir diversas atividades grupais que
se utilizavam dessas técnicas, tais como orientação de
casais e de adolescentes, grupos de tratamento e auto-
ajuda (alcoólicos anônimos, por exemplo), grupos volta-
dos para educação de adultos ou para aspectos educacio-
nais específicos, como a educação sanitária, e inúmeros
outros grupos voltados para aspectos gerais ou particula-
res de processos pedagógicos.
Quatro foram as profissões que marcaram de manei-
ra importante o estudo e o desenvolvimento das técnicas
de dinâmica de grupo.
Serviço Social
Os profissionais dessa área foram os responsáveis pela
orientação de equipes em escolas, clubes, grupos de recre-
ação, etc.
Psicoterapia
A partir dos estudos de Moreno, os psicoterapeutas
passam a se utilizar do grupo como elemento fundamen-
tal de modificação do comportamento dos indivíduos.
Educação
Sendo um dos objetivos maiores do processo educa-
cional o preparo e a orientação de crianças e jovens para a
vida em sociedade, com o uso de técnicas de dinâmica de
grupo a escola deixou de ser simplesmente o local onde se
pratica apenas a transmissão de conhecimentos, para assu-
mir um papel de transformadora de atitudes.
24
Administração
As empresas precocemente reconheceram a impor-
tância do emprego de técnicas de dinâmica de grupo para
o gerenciamento e a orientação de suas equipes de traba-
lho, e vem se utilizando largamente de tais procedimentos.
25
DINÂMICAS DE GRUPO
1 – PROPOSTA
É um trabalho prático de sensibilização que possibili-
ta maior envolvimento dos participantes em seu processo
de aprendizado.
A dinâmica de grupo tem se revelado excelente ins-
trumento de educação participativa. As dinâmicas foram
subdivididas em duas categorias, de acordo com seus
objetivos:
Enriquecimento interpessoal
Interesse informativo
2 – ESTRUTURA
Cada dinâmica tem uma estrutura própria, uma dis-
posição particular do grupo, um processo específico, con-
tando sempre com a participação dos psicólogos e orien-
tadores. Idealmente, as Dinâmicas de Grupo devem ser,
ao mesmo tempo, lúdicas e reflexivas. Lúdicas por que o
componente prazeroso é importante no aprendizado; e
reflexivas, pois se não levarem os educandos a repensarem
suas posturas e preconceitos em relação à sexualidade e a
26
si mesmo, em seus processos de vida, não estarão cum-
prindo adequadamente suas finalidades.
3 – OBJETIVOS
As dinâmicas de enriquecimento interpessoal tem
como finalidade desenvolver um melhor inter-relaciona-
mento entre os alunos, promovendo interações positivas.
As dinâmicas de interesse formativo completam dados
significativos para formação do educador, possibilitando
obter compreensão, insights e comportamentos profissio-
nalmente adequados no trato com os educandos.
4 – PARTICIPANTES
Todos os alunos dos Cursos, coordenados pelos psi-
cólogos e orientadores.
27
Descrição das principais Dinâmicas
de Grupo
utilizadas nos Cursos
28
29
A ESCULTURA
Objetivo:
Este jogo se propõe a provocar a capacidade de ima-
ginação e fantasia dos adultos, freqüentemente relegados
a um segundo plano.
Tamanho do grupo:
Vinte a trinta pessoas, dispostas em círculo.
Tempo exigido:
1 hora.
Material necessário:
Nenhum.
Ambiente físico:
Sala de aula ampla, sem carteiras.
Processo:
Um dos participantes, como se estivesse trabalhando
com argila, deve “esculpir” com as próprias mãos um
determinado objeto e “entregá-lo” ao seu companheiro
da direita, que deve receber e dizer o que recebeu (o
que imagina que lhe foi entregue). A seguir, “desmancha”
a escultura, faz outra e passa para o seu companheiro da
30
direita, que procede da mesma forma, até se completar a
rodada.
Fechamento:
O facilitador discutirá com os participantes sobre as
dificuldades de representação espacial que todos temos, e
como essa relativa incapacidade pode geral mal enten-
didos. Enfatizará também que nosso “filtro sensorial” faz
com que vejamos o que estamos predispostos a ver.
31
A VIAGEM
Objetivo:
Fazer com que os participantes desenvolvam a capaci-
dade de imaginação e a criatividade. Promover o relaxa-
mento.
Tamanho do grupo:
De 25 a 35 participantes.
Tempo exigido:
De uma hora a uma hora e meia, dependendo do
tamanho do grupo.
Material necessário:
Texto a ser lido por um dos facilitadores.
Ambiente físico:
Sala ampla, sem carteiras.
Processo:
Pede-se aos participantes que formem um círculo,
todos sentados no chão e de mãos dadas aos vizinhos, man-
tendo os olhos fechados. Um dos facilitadores lerá então,
bem pausada e claramente o texto a seguir, solicitando aos
32
participantes que se concentrem o mais possível durante o
exercício.
A VIAGEM...
Imaginem estar sentados em um terreno descampa-
do, uma planície, completamente escura. Imaginem que
vai surgindo um foco de luz branca, que vai ficando cada
vez mais intenso, iluminando uma área do terreno, bem à
sua frente. Esse foco, além de luz, emana calor, um calor
agradável e aconchegante.
Em sua imaginação, vocês lentamente vão se levan-
tando e se dirigindo ao local iluminado pelo foco, cruzan-
do a área iluminada. Ao emergirem do outro lado, obser-
vam estar ao pé de uma montanha, havendo um estreito
caminho de pedras para escalá-la, possibilitando a passa-
gem de apenas uma pessoa de cada vez. Vocês vão se orga-
nizando em fila e, lentamente, subindo pela trilha.
Ao chegar ao topo da montanha, encontram uma
caverna. Nela entrando, observam que, apesar da escuri-
dão reinante, podem divisar ao longe, bem no fundo da
caverna, um único ponto luminoso. Penetrando lenta-
mente na caverna, vocês aos poucos vão percebendo que
a luz divisada é a de uma fogueira. Na medida em que
dela se aproximam, vêem que, frente a fogueira, esta sen-
tado um simpático monge, que lhes acena, convidando-
os a sentarem-se, um de cada vez, em uma almofada ali
postada.
Ao chegar a sua vez, você é informado de que tem
direito a formular uma única pergunta. Após pensar bas-
tante, você a faz. Depois de ouvir a resposta dada pelo
monge, você dele se despede, voltando lentamente a entra-
da da caverna e descendo pela trilha. Ao chegar ao pé da
33
montanha, refaz o caminho da ida e passa novamente pela
área iluminada e aquecida pelo foco de luz branca.
Todos vão se sentando novamente em círculo, dando
as mão aos vizinhos. Com a mão direita, você faz sutil pres-
são na mão esquerda de seu vizinho, enquanto recebe, em
sua mão esquerda, a pressão que o outro vizinho lhe faz.
Na medida em que recebe a pressão em sua mão esquer-
da, você procura transmiti-la, em idêntico grau, ao seu
vizinho da direita.
Enquanto as pressões vão se igualando, a luz, de iní-
cio branca, vai se tornando cada vez mais azulada. Após
estabilização da coloração da luz, os participantes devem
ir lentamente afrouxando a pressão exercida, com o que,
concomitantemente, a luz irá diminuindo de intensidade,
até a extinção total.
Fechamento:
Os participantes serão instruídos a seguir para ir len-
tamente abrindo os olhos e retomando contato com o am-
biente. Quando todos estiverem em plena vigília, serão
instados a relatar qual a pergunta feita ao monge e qual a
resposta recebida. Claro que isso será feito voluntariamen-
te, reservando-se aos que assim o preferirem, o direito ao
silêncio sobre o assunto.
No final, o coordenador chamará a atenção de todos
para os diversos aspectos envolvidos, tais como a maior ou
menor facilidade em soltar a imaginação, e a curiosidade
íntima de cada um.
34
DESENHO EXPLICATIVO
Objetivo:
Esse exercício se destina a integrar os participantes e
a demonstrar aos profissionais a distância existente entre
o conhecimento teórico e a aplicação desse conhecimento
na prática, permitir que o participante visualize seus con-
ceitos sobre o tema abordado através da técnica do dese-
nho e proporcionar a reflexão e a discussão sobre a exter-
nalização dos conceitos e de como isso é projetado nas
relações sociais travadas pelo indivíduo.
Tamanho do grupo:
Vinte a trinta pessoas, subdivididas em grupos de 4 ou
5 elementos.
Tempo exigido:
1 hora.
Material necessário:
Nenhum.
Ambiente físico:
Sala de aula, sem carteiras.
35
Aquecimento:
O grupo deve caminhar pela sala, o mais unido possí-
vel, obedecendo à voz de comando do facilitador, (mais
rápido, mais lento, de costas, pulando, etc...)
Processo:
Após o aquecimento, o grupo deve se dividir em dois
subgrupos, cada qual ficando sob a supervisão de um faci-
litador. Um dos participantes de cada subgrupo deve dei-
tar-se sobre ampla folha de papel, enquanto o resto do
grupo desenha sua silhueta. Idealmente, cada subgrupo
deve escolher um modelo de cada sexo. Depois, o grupo
deve localizar e desenhar os órgãos sexuais na figura, espe-
cificando suas funções. Pode-se pedir para que os subgru-
pos se unam e desenhem uma terceira figura, desenhando
e localizando os órgãos que representariam o intersexo.
Fechamento:
O facilitador pode discutir as facilidades e dificulda-
des encontradas pelos subgrupos, na representação da
anatomia de cada sexo. Podem-se colocar os desenhos em
local visível, abrindo a discussão.
36
DESSENSIBILIZAÇÃO PELA PALAVRA
Objetivo:
Esse exercício, além de desembaraçar os integrantes
do grupo, alerta os profissionais para a necessidade do uso
da nomenclatura correta, em situações específicas.
Tamanho do grupo:
Vinte a trinta pessoas.
Tempo exigido:
1 hora.
Ambiente físico:
Sala de aula ampla, com carteiras.
Material utilizado:
Um quadro ou flip-chart.
Processo:
1 – Palavras, de alguma maneira ligadas ao exercício
da sexualidade, vão sendo sugeridas pelos participantes e
anotadas numa lousa;
2 – Os facilitadores pedem aos participantes, em
seqüência, que dêem sinônimos populares para cada uma
das palavras.
37
Ex: Pênis Vagina Homossexual masculino Ato sexual
Pinto Xoxota Viado Trepada
3 – O grupo, em seguida, deve formar duplas. Os
componentes de cada dupla devem, sucessivamente, for-
mular uma frase, usando os termos anotados na lousa,
com o sentido de um convite a atividade sexual.
Fechamento:
Os facilitadores devem ouvir os depoimentos dos par-
ticipantes sobre seus sentimentos ao formularem as frases,
enfatizando como por vezes é difícil se expressar. Devem
também enfatizar que, especialmente quando se visa a
educação sexual, é importante que se use a terminologia à
qual os educandos estão habituados.
38
DINÂMICA DE AVALIAÇÃO
Objetivo:
Esse exercício se propõe a fazer uma análise objetiva e
conclusiva sobre o curso realizado e todos os aspectos nele
envolvidos: qualidade das aulas, corpo docente, material
didático, etc...
Tamanho do grupo:
De 20 a 30 pessoas.
Tempo exigido:
Uma hora.
Material necessário:
Lousa ou flip-chart
Ambiente físico:
Sala de aula, com carteiras.
Processo:
Na lousa, são dispostos em fileiras os diferentes itens
envolvidos no Curso e, logo abaixo deles, cada aluno escre-
verá um adjetivo para qualificar esses itens. É importante
39
que cada participante possa se expressar sem constran-
gimento. Para isso, o facilitador pode distribui papéis de
tamanho e cor iguais para todos, onde cada um escreve
suas opiniões sobre cada item. Depois, o facilitador cola os
papéis nas colunas correspondentes.
Ex:
Corpo
Docente Dinâmicas Aulas.
Aluno 1 Bom Ótimas Regulares
Aluno 2 Medíocre Ótimas Ruins.
Fechamento:
O facilitador enfatizará as opiniões dos alunos, levan-
do sempre em conta a possibilidade de que, uma vez inicia-
do o processo dinâmico de crítica, podem surgir situações
em que as críticas são formuladas por alguns participantes
apenas para marcar presença, sendo por vezes injustas e
imotivadas.
40
DINÂMICA DE ENCERRAMENTO
Objetivo:
Propiciar um clima de despedida fraternal entre os
participantes, no fechamento do encontro.
Tamanho do grupo:
Todo o grupo envolvido.
Tempo exigido:
Uma hora
Material necessário:
Massa de modelar, de várias cores.
Ambiente físico:
Sala de aula, de preferência sem carteiras fixas, para
que se possa, se desejado, abrir espaços para sentar no
chão.
Processo:
O coordenador pedirá que cada participante repre-
sente, usando massa de modelar, seu sentimento pelo cur-
so. Depois, cada participante deverá falar em voz alta o
que quis demonstrar com sua massa de modelar.
41
Fechamento:
O facilitador chamará a atenção de todos para as
naturais dificuldades de expressão, especialmente quando
se trata de demonstrar emoções.
42
DRAMATIZAÇÃO: A ADOLESCÊNCIA
Objetivos:
Propiciar aos participantes a oportunidade de viven-
ciarem determinadas situações no papel de adolescentes e
no de adultos que lidam com adolescentes, em algumas
situações problemáticas.
Tamanho do grupo:
25 a 40 pessoas.
Tempo exigido:
1 hora.
Material utilizado:
Papéis a serem distribuídos para subgrupos, com fra-
ses indicando situações a serem dramatizadas.
Ambiente físico:
Sala suficientemente ampla para realização do exer-
cício.
Processo:
O Coordenador dividirá a turma em 4 subgrupos,
cada um dos quais receberá uma folha de papel com a
frase que indica o tema ou situação a ser dramatizada.
43
Cada subgrupo terá 20 minutos para discussão do tema
que lhe coube, após o que o subgrupo ou um de seus
representantes dramatizará a situação para o grupo todo.
Após a apresentação de todos os subgrupos, o Coor-
denador deverá fazer as observações necessárias acerca do
trabalho, explorando também as sensações experimenta-
das pelos membros envolvidos na vivência.
Finalmente, cada um dos participantes deve ser insta-
do a prestar um depoimento sobre como se sentiu inter-
pretando o papel que lhe coube.
Sugestões de temas para dramatização:
1 – Uma adolescente que apresenta uma gestação
indesejada.
2 – Jovem adolescente vai transar pela primeira vez
com a namorada.
3 – Um adolescente descobre-se portador de uma Do-
ença Sexualmente Transmissível.
4 – Um adolescente deseja sair da casa dos pais e ir
morar sozinho.
44
DRAMATIZAÇÃO:
DISFUNÇÕES SEXUAIS MASCULINAS
Objetivo:
Confrontar educadores com situações de desesta-
bilização emocional, advindas de disfunções sexuais mas-
culinas, para que repensem suas posições a respeito do
assunto e consigam se colocar no lugar de seus pacientes e
educandos.
Tamanho do grupo:
Idealmente de 20 a 30 pessoas, subdivididas em gru-
pos de 5 pessoas.
Local:
Sala ampla, sem carteiras.
Material necessário:
Nenhum
Aquecimento:
O grupo deverá caminhar pela sala, observando seu
corpo e procurando concentrar-se.
Processo:
Cada subgrupo deverá dramatizar uma das situação
descritas a seguir, para posterior discussão com o grupo.
45
1) – O casal está com dificuldades no relacionamento,
pois o marido apresenta algum tipo de disfunção sexual.
Cada um deles procura um profissional da área médica
para expor o problema. Durante a consulta, ao descre-
verem a situação, apresentam diferentes percepções dos
fatos, caracterizando uma inadequação sexual.
2) – Situação familiar corriqueira, com marido, mu-
lher, filhos, sogra ou empregada, na qual um conflito do
dia a dia impede ou dificulta a vivência de uma situa-
ção sexual para satisfação de um desejo demonstrado pela
esposa.
3) – Num grupo de adolescentes masculinos, como é
próprio dessa faixa etária, eles intensificam, valorizam e
fantasiam as próprias vivências. Deste grupo, um adoles-
cente se destaca e, em voz alta, se questiona, comparando
suas próprias vivências com as apresentadas pelos demais.
4) – Um grupo de homens na terceira idade jogando
dominó e tecendo comentários a respeito da ausência
de um dos frequentadores da roda. Ele não está porque
arrumou uma namorada vinte anos mais nova. Comen-
tários maldosos a respeito da capacidade do amigo em
satisfazê-la.
5) Situação familiar na qual apresentam-se diferentes
condutas em relação à sexualidade (filha reprimida, filho
mais velho que pode tudo), culminando numa absurda
pressão do pai para que o caçula se inicie sexualmente.
Fechamento:
A discussão com os alunos deverá ressaltar não apenas
os fatos inerentes a cada situação simulada, mas também a
importância de que o educador tome contato com situa-
ções que muitas vezes não fazem parte de seu dia a dia,
porém reconhecidamente existem e devem ser levadas
em conta.
46
DRAMATIZAÇÃO: DOENÇAS
SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
Objetivo:
Propiciar aos participantes a oportunidade de viven-
ciar determinadas situações no papel de Educador, frente
à problemática enfrentada pelos portadores de Doenças
Sexualmente Transmissíveis (DST).
Tamanho do grupo:
30 a 35 participantes.
Tempo exigido:
Uma hora.
Material utilizado:
Tiras de papel contendo os temas a serem vivenciados
pelos participantes.
Ambiente físico:
Sala ampla.
Processo:
Os participantes são subdivididos em pequenos gru-
pos de 8 a 10 pessoas cada um. Cada subgrupo receberá
uma tira de papel com a situação a ser encenada, dentre as
47
sugeridas a seguir. Após 10 a 15 minutos de prazo, cada
subgrupo apresentará a todos sua encenação.
Os participantes serão instados a apresentar depoi-
mentos sobre suas sensações e emoções durante a expe-
riência.
Fechamento:
Os facilitadores deverão realçar o estigma social que
acompanha as DST, bem como os aspectos ligados ao
temor à morte, em casos de AIDS. É importante também
que aponte para as dificuldades que cada um tem em falar
de si próprio e em se encarar como “promíscuo”.
Algumas situações que podem ser sugeridas para
dramatização:
1 – Uma adolescente grávida, descobre-se soroposi-
tiva para HIV.
2 – Um pai de família, até onde se sabia austero e
prudente, aparece como portador de uma DST.
3 – Médica descobre ser portadora da Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida e quer morar só.
48
DRAMATIZAÇÃO: “UMA CEIA DE NATAL”
Objetivo:
Confraternização dos participantes.
Tempo exigido:
Uma hora a uma hora e meia.
Tamanho do grupo:
De 10 a 40 pessoas.
Material necessário:
Nenhum.
Ambiente:
Sala ampla.
Processo:
Uma Ceia de Natal é dramatizada livremente, ficando
os participantes soltos na escolha e na interpretação dos
papéis. Tem por finalidade levar o indivíduo a uma expres-
são espontânea e criativa, que possibilite a recriação dos
papéis rigidamente desempenhados na situação real, aná-
loga à da apresentação.
49
Fechamento:
Fase dos comentários. Esta fase tem função importan-
te e que transcende o nível puramente grupal: a de mar-
car a relação da temática explicitada no contexto dramáti-
co com o contexto social.
50
ESTUDO DE CASOS
Objetivo:
Promover a reflexão e a discussão acerca de um caso
específico que necessite de uma “solução” a ser buscada
pelo grupo.
Tamanho do grupo:
Mínimo de 5 e máximo de 25 participantes. O exercí-
cio poderá ser feito com vários subgrupos.
Tempo requerido:
1 hora.
Ambiente físico:
Sala ampla, que possa acomodar os participantes.
Material exigido:
Uma cópia do Estudo de Caso para cada subgrupo.
Um quadro, lousa ou flip-chart para anotações.
Processo:
1 – O facilitador pede para que os participantes se
dividam em subgrupos.
51
2 – Distribui-se uma cópia do Estudo de Caso para
cada subgrupo, que deverá lê-la, discuti-la e refletir sobre
o caso, buscando uma “solução” para ele. Cada subgrupo
poderá receber casos diferentes, ou todos poderão rece-
ber cópias do mesmo caso.
3 – Cada subgrupo deverá eleger um relator, para
que este exponha a solução encontrada por seu grupo
para o caso em pauta. O facilitador, enquanto isso, anota-
rá no quadro os pontos principais das reflexões de cada
subgrupo.
4 – Abre-se a discussão para todos os participantes.
Fechamento:
O facilitador estimulará discussão entre os participan-
tes, buscando o enfoque das diferentes interpretações e
diferentes soluções encontradas para cada caso.
CASO 1
Você é um professor do 2ª série de uma escola particu-
lar do interior de São Paulo. Um aluno seu, L. T. (8 anos)
foi “encontrado” pelo orientador pedagógico fazendo “tro-
ca-troca” no banheiro, com um aluno da 5ª série e o repre-
endeu severamente. O pai de L. T., um rico fazendeiro da
região, foi a escola e após muita discussão, responsabilizou
a escola por omissão, você por irresponsabilidade, o orien-
tador por agressão e o aluno da 5ª série por abuso sexual.
Além disso, um jornal local relatou o fato pela ótica do pai
de L. T., o que deixou a cidade revoltada. Seus alunos, em
sala, perguntam a você o que é “omissão”, “abuso sexual”
e “troca-troca”.
52
CASO 2
Sua vizinha, M. B. (40 anos), sabendo que você é um
Educador Sexual e por isso deve “entender dessas coisas”,
procura sua ajuda em uma conversa informal. Conta-lhe
então que sua filha, R. S. (17 anos), noiva de um “bom
partido”, acaba de decidir desmanchar o noivado por
estar apaixonada por uma mulher. Quando ela verbaliza o
nome da “namorada” de R. S., você percebe tratar-se de
sua sobrinha mais querida. Sem saber desse parentesco,
M. B. relata que seu marido a culpa pela “sem-vergonhice”
da filha, que quer expulsar de casa. Frente a isso, R. S.
decidiu fugir de casa e, com sua “namorada”, vai viver em
outra cidade. M. B., chorando desesperada, diz que R. S. é
sua única filha e que não sabe o que vai fazer sem sua filha
em casa, embora ela “sofra desse mal”.
CASO 3
Você trabalha na área de Recursos Humanos de uma
grande empresa de construção civil de São Paulo. Por
ser também um reconhecido Educador Sexual, o Diretor
Financeiro, C. M. (41 anos), o procurou na própria em-
presa para conversar sobre “assuntos particulares”.
C. B., visivelmente deprimido, relata que a 6 meses
sofre de “ejaculação precoce”. Como em todas as vezes que
tem relações sexuais com sua esposa “ejacula muito rápi-
do”, o que não o satisfaz, acaba se masturbando no banhei-
ro em seguida. C. M. relata também que pratica “essa ati-
vidade” (a masturbação) diariamente, desde os quatorze
anos de idade, e que não acha isso muito normal. Conta
ainda que sua esposa revelou-lhe recentemente que não
53
sente prazer nenhum nas relações e que pretende procu-
rar um terapeuta sexual. C. M. acredita que seu casamento
está falindo, até porque tem mantido relações sexuais
extraconjugais com várias mulheres (inclusive algumas
colegas de trabalho), achando que sua esposa está descon-
fiada disso. Tem tomado um anti-depressivo (Prozac) por
conta própria, sem perceber qualquer melhora em seu
estado de depressão, o que tem afetado seriamente seu
trabalho na empresa.
54
EXCLUSÃO
Objetivos:
1 – Permitir aos participantes experimentar cons-
cientemente o que significa ser excluído do grupo.
2 – Confrontar sentimentos que se originam da
exclusão.
3 – Experimentar processos pelos quais a identida-
de social é concedida pelo grupo excluído e aceita pelos
membros excluídos.
Tamanho do grupo:
Ilimitado. Devem ser formados subgrupos de 5 pessoas.
Tempo exigido:
De uma hora a uma hora e meia.
Material utilizado:
Refrigerantes e biscoitos.
Ambiente:
Sala ampla para acomodação dos participantes.
Processo:
1 – O facilitador forma subgrupos de 5 pessoas, dei-
xando uma pequena distância entre um grupo e outro. O
55
critério para o agrupamento deve ficar por conta dos pró-
prios participantes.
2 – Cada subgrupo é orientado para excluir um mem-
bro. O critério para exclusão deve ser fixado pelo próprio
grupo. Cada subgrupo terá 20 minutos para cumprir essa
tarefa. Assim que cada subgrupo tiver escolhido um mem-
bro para ser excluído, estes serão encaminhados juntos
para um lugar prefixado da sala, o mais distante possível,
mas à vista, dos subgrupos originais.
3 – O subgrupo dos “excluídos” é orientado para con-
versar entre si. Enquanto isso, é servido refrigerante e bis-
coitos para os integrantes dos subgrupos originais, que
não devem se comunicar com os membros do subgrupo
dos excluídos.
4 – Cada subgrupo original escolhe um porta-voz, que
deverá explicar quais foram os critérios usados na exclu-
são de um dos seus integrantes.
5 – O facilitador convida a seguir o subgrupo dos
excluídos a localizar-se no centro da sala, onde cada um
dos seus membros dirá a razão de sua exclusão do sub-
grupo original, se acha que essa exclusão foi justa, como se
sente em relação ao subgrupo que o excluiu e também em
relação aos outros membros do subgrupo dos excluídos.
6 – Os excluídos são então instados a voltarem aos seus
grupos de origem e procurarem novamente se integrar.
7 – Reúne-se então o grupo todo e o facilitador apre-
senta comentários acerca do exercício realizado, enfati-
zando os aspectos sociais e sexuais, as características das
pessoas “normais” e das “estigmatizadas”, bem como a
interação entre os estigmatizados.
56
EXPOSIÇÃO DE ARTE: “SEXUALIDADE”
Objetivos:
Fazer a leitura do processo de criação, identificando
os sentimentos surgidos na elaboração de um objeto de
arte referente a sexualidade.
Tamanho do grupo:
Ilimitado. Subgrupos de 6 pessoas.
Tempo exigido:
Aproximadamente uma hora.
Ambiente:
Sala ou salas suficientemente amplas para a acomoda-
ção dos participantes.
Material utilizado:
Folhas de cartolina, sucata, cola, tintas, pincéis.
Processo:
1 – O facilitador solicita aos integrantes do grupo que
se dividam em subgrupos de no máximo 6 pessoas.
2 – Propõe que cada subgrupo se utilize do material
disponível para confeccionar, em 30 minutos, um objeto
de arte que transmita elementos da sexualidade do grupo.
57
3 – Arrumada a “exposição” dos objetos produzidos,
solicita-se que um representante de cada subgrupo iden-
tifique-se com o objeto e, na primeira pessoa do singular,
identifique-se com ele e transmita seu significado para
todo o grupo.
4 – Após o término das explanações, o grupo como
um todo terá 10 minutos para expressar sentimentos que
tenham surgido durante a confecção do objeto ou da sua
apresentação, discutindo-se as emoções emergentes duran-
te o processo de criação.
58
EXPRESSÃO ARTÍSTICA
COMO MEIO DE DAR E RECEBER
Objetivos:
Vivenciar os problemas ocorrentes em sentimentos,
com o dar e receber um presente. Facilitar o relaciona-
mento interpessoal através da percepção que se tem do
outro. Explorar as dimensões de um encontro breve.
Tamanho do grupo:
De 30 a 35 participantes.
Tempo exigido:
Uma hora.
Material utilizado:
Massa de modelar.
Ambiente físico:
Sala ampla para acomodar todos os participantes.
Processo:
Os facilitadores solicitam aos participantes que cami-
nhem em silêncio pela sala, e que formem par com alguém
por quem se sintam atraídos ou por quem tenham maior
afinidade. Pede-se então aos participante que utilizem a
59
massa de modelar para fazer um presente a ser dado ao
seu par.
Terminada a tarefa, os facilitadores solicitam que cada
um entregue o seu “presente” à pessoa escolhida, dizendo
os motivos que o levaram a presenteá-la.
Fechamento:
Os facilitadores pedirão aos participantes para que
digam como se sentiram ao dar e ao receber os presentes,
enfatizando as dificuldades que a maioria tem para esco-
lher o que dar e, principalmente, para receber presentes.
60
FANTASIAS SEXUAIS
Objetivo:
Estimular a percepção de emoções e comportamen-
tos frente à declaração de fantasias sexuais.
Tamanho do grupo:
Indefinido. Subgrupos de quatro a sete participantes.
Tempo exigido:
Aproximadamente uma hora.
Material:
Objetos estimuladores da sexualidade (meias femini-
nas, echarpe, cueca, etc.).
Ambiente:
Sala ampla.
Processo:
1 – O critério da subdivisão em grupos será feito atra-
vés da eleição de um objeto, que será apresentado pelo
facilitador.
2 – Com a posse do objeto, o grupo se reúne para
discutir e criar uma fantasia sexual.
61
3 – Os subgrupos escolherão um relator, que expli-
citará a fantasia criada. O relato deve ser feito na primeira
pessoa do singular.
4 – Os subgrupos discutirão os sentimentos emergen-
tes através da escuta dos relatos dos outros subgrupos.
5 – Os subgrupos elegerão novo relator para decla-
rar (na primeira pessoa do singular) as emoções causadas
pelos outros relatos.
Fechamento:
As emoções serão compartilhadas e discutidas por
todos, sob a coordenação do facilitador, que enfatizará
os aspectos mais importantes dos sentimentos desenca-
deados.
62
IMPROVISAÇÃO:
CRIAR UMA DINÂMICA DE GRUPO
Objetivos:
Estimular os participantes a utilizarem os conheci-
mentos teóricos obtidos no decorrer do Curso, formulan-
do uma DG de qualquer tipo. Avaliar os conhecimentos
transmitidos.
Tamanho do grupo:
Vinte a trinta pessoas.
Tempo exigido:
Uma hora.
Ambiente físico:
Sala ampla, sem carteiras.
Processo:
Os alunos serão divididos em subgrupos, e a eles será
pedido que, com base nas aulas que já tiveram, montem
dinâmicas de grupo, painéis de discussão, etc., para apre-
sentação posterior para toda a sala.
Fechamento:
Deve ser chamada a atenção do grupo para a necessi-
dade de conhecimento e domínio das diferentes técnicas
63
de dinâmica. Esse tipo de conhecimento torna impro-
visações de qualquer tipo viáveis, o que num projeto de
educação é sempre necessário.
64
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Objetivo:
Deixar claro aos participantes a dificuldade em iden-
tificar comportamentos ou situações que podem ser carac-
terizadas como sensuais ou como sexuais, pois o que é
sensual para um pode ser sexual para outros.
Tamanho do grupo:
De 20 a 35 participantes.
Tempo exigido:
Cerca de uma hora.
Material utilizado:
Cópias do texto a ser analisado. Canetas com tinta
azul e vermelha
Ambiente físico:
Sala ampla, com carteiras.
Processo:
Explicar os objetivos da dinâmica, e solicitar que se
dividam 4 ou cinco subgrupos. Cada subgrupo deve ler o
texto em conjunto e promover discussão sobre o que cada
um e o que o grupo julga como sendo sensual ou sexual,
65
sublinhando cada situação com uma das cores de canetas
fornecidas. As conclusões de cada subgrupo serão apre-
sentadas por um relator, eleito pelo próprio subgrupo.
Após a discussão, os grupos se reúnem e o relator de
um dos grupos apresenta a todos as passagens que seu
grupo considerou como sensuais ou como sexuais, jus-
tificando esses conceitos. A seguir, os relatores dos outros
grupos apresentarão os pontos de concordância ou não
com o primeiro relator, devendo ser dado a todos a opor-
tunidade de expor os motivos das concordâncias ou dis-
cordâncias.
Fechamento:
Os facilitadores devem chamar a atenção para as dife-
renças surgidas, mostrando a todos que certos concei-
tos não podem ser “fechados” e que deixa de haver una-
nimidade em inúmeros pontos referentes à sexualidade
humana.
TEXTO PARA LEITURA E INTERPRETAÇÃO
PENSANDO EM VOCÊ
Acabo de acordar. O relógio marca 7 horas. O frio dá
uma sensação de preguiça. Levanto-me com certa dificul-
dade, pois sair da temperatura morna do cobertor e sentir
o ar gélido do meu quarto não é algo agradável. Sinto que
a cama está maior sem você ao meu lado. São cinco dias
que durmo sem você e ainda sinto falta de seu corpo, de
seu cheiro, de sua respiração.
Vou até a janela e abro a cortina. O sol invade o quar-
to, dando um aspecto alegre. As árvores, nessa época do
ano, estão sem folhas, a grama está seca. Essa visual meio
66
árido não elimina minha percepção de beleza da paisa-
gem que vejo.
Volto para a cama e começo a lembrar de você. Sinto
saudade. As cenas do nosso último encontro passam em
minha tela mental, produzindo uma sensação muito
prazerosa. Imagino que estamos novamente naquela ade-
ga. O sabor do vinho se mistura com o sabor do teu beijo
molhado. Meu corpo vibra, se aquece, como se estivesse se
repetindo aquele momento. Lembro-me que seu beijo e
seu abraço, inicialmente aconchegantes, vão aos poucos
se tornando intensos e fortes. A excitação foi tomando
conta de nossos corpos e da nossa mente. E agora, como
se estivesse com você, vou sentindo em minha roupa a
umidade do carinho e dos toques que recebi.
Já é hora de sair da cama. Logo você vai chegar e
gostaria de preparar um café especial.
Depois de um banho morno, fico mais disposta. Colo-
co um disco de música romântica. Preparo a mesa com
sabores gostosos de geléias, frutas e biscoitos.
A campainha toca e tenho certeza que é você. São
8:30 horas.
O abraço que você me dá traduz-se por uma saudade
intensa.
Pouco nos envolvemos com o café, pois muitas coisas
haviam a serem ditas. A conversa foi estimulante. Fiquei
contente em saber que tudo havia ocorrido como você
esperava.
Não vimos o tempo passar. Já eram 10:30 horas.
Fomos para a sala escutar música, como sempre gos-
tamos de fazer. Logo era hora do almoço e os amigos nos
esperavam num restaurante. Passamos o restante do dia
com os amigos, num clima alegre.
À noite estávamos em casa; tomamos um banho e
fomos para o quarto, que estava iluminado pela lua cheia.
67
Nossas carícias produziam sensações agradáveis. Sentia
que em cada parte do seu corpo que eu tocava era como
se você percebesse diferente. A excitação do toque nos
lábios induzia ao desejo da carícia genital. Nossos toques
se transformaram em movimentos sincronizados e arden-
tes do envolvimento de nossos corpos.
Do calor veio o êxtase. Do clímax veio a calma e
o aconchego. Trocamos amor, fazendo amor, sentindo
amor.
Dormimos felizes.
68
LIBERAÇÃO LÚDICA DAS FANTASIAS
Objetivo:
Fazer com que os indivíduos fantasiem, num exercí-
cio saudável de capacidade imaginativa. Vivenciar e enten-
der a importância das fantasias eróticas para a vida sexual.
Vivenciar os problemas com sentimentos que aparecem
ao esboçar uma fantasia erótica.
Tamanho do grupo:
30 participantes.
Tempo exigido:
Uma hora.
Material utilizado:
Uma boneca.
Ambiente físico:
Sala ampla, sem carteiras.
Processo:
Os facilitadores solicitam aos participantes que for-
mem um círculo. Será dada a instrução para que cada par-
ticipante faça e diga o que quiser para a boneca, liberando
ludicamente sua fantasia. Após fazer isso, passará a boneca
69
para o colega da direita, que deverá evitar repetir os que o
antecederam.
Quando todos tiverem terminado suas tarefas, os
facilitadores solicitam que os participantes formem pares;
cada elemento do par deverá fazer no outro exatamente o
que fez e disse para a boneca.
Fechamento:
Ao término do exercício, os facilitadores devem soli-
citar aos participantes depoimentos sobre suas sensações
durante o exercício.
70
O AMOR, O QUE É?
Objetivo:
Levar os participantes a perceber que as pessoas, em
função de diferentes histórias de vida, têm diferentes pos-
turas sobre esse tema. Levá-los também a refletir como
sentem, intimamente, o tema proposto.
Tamanho do grupo:
Vinte a trinta pessoas.
Tempo exigido:
1 hora.
Ambiente físico:
Sala de aula ampla, com as carteiras dispostas em
círculo.
Aquecimento:
Caminhando em silêncio, perceber o seu corpo.
Processo:
Cada participante recebe uma folha de papel, sendo-
lhe solicitado que complete, individualmente, a frase: “O
amor é...”
71
Em seguida, as folhas serão recolhidas e os partici-
pantes devem se dividir em 3 grupos. Para cada grupo será
sorteado um tema:
1) Amor altruísta
2) Amor romântico
3) Amor biológico
Cada grupo deve defender seu tema como o tipo mais
“certo” de amor. Isso deve ser feito por escrito e depois
lido para toda turma por um dos participantes de cada
grupo.
Fechamento:
O coordenador deverá então, analisar cada argumen-
to usado pelos grupos, ressaltando a importância de todas
as formas de amor.
72
PAPEL DO EDUCADOR SEXUAL
Objetivo:
Levar o grupo a uma reflexão sobre o papel do educa-
dor sexual.
Tamanho do grupo:
Ilimitado. Subgrupos de 3 a 10 pessoas.
Tempo exigido:
De uma hora a uma hora e meia.
Ambiente:
Sala ampla.
Material:
Papel e lápis para cada participante.
Processo:
1 – Aquecimento do grupo; o facilitador pedirá que
cada integrante individualmente escreva 3 características
esperadas num educador sexual e 3 características que
esse educador não deve ter. Os papéis serão entregues ao
facilitador.
2 – O grupo é dividido, ao acaso, em subgrupos com 3
a 10 participantes cada um.
73
3 – Os papéis entregues ao facilitador serão distribuí-
dos ao acaso entre os participantes dos subgrupos, que
discutirão as características positivas ou não ali listadas.
4 – Cada subgrupo apresentará suas conclusões sobre
quais devem ser as características desejáveis do educador
sexual através de uma imagem, sem se utilizar palavras.
5 – Será aberta discussão, sob a coordenação do
facilitador.
Fechamento:
O facilitador enfatizará as dificuldades enfrentadas
sempre que se queira reduzir um assunto tão complexo
como este. Enfatizará ainda a importância da linguagem
não verbal na comunicação entre as pessoas.
74
PISO MÁGICO
Objetivo:
Este jogo se propõe a provocar a capacidade de imagi-
nação e fantasia dos adultos, sempre relegados a um segun-
do plano. Pode ser utilizada como uma Dinâmica isolada,
ou como técnica de aquecimento para outras Dinâmicas.
Tamanho do grupo:
De 20 a 30 participantes.
Tempo exigido:
15 a 30 minutos.
Material necessário:
Nenhum.
Ambiente físico:
Sala ampla e arejada, de dimensões tais que permita a
livre locomoção dos participantes.
Processo:
O grupo todo deve andar livremente pela sala, imagi-
nando que está caminhando sobre pedras; na areia quen-
te; na beira da praia, na grama; na chuva; em um dia de
75
intenso calor; sobre a neve; na atmosfera; onde não há
gravidade; num bosque florido, etc.
Fechamento:
O facilitador enfatizará a importância do uso da fan-
tasia para um melhor relacionamento interpessoal, bem
como nos atos da vida diária.
76
RÓTULOS
Objetivo:
O exercício demonstra a facilidade com que as pes-
soas são rotuladas e reduzidas ao que se pode ver na “em-
balagem”, sem que tenham tempo de mostrar o que real-
mente são.
Tamanho do grupo:
Vinte ou trinta pessoas, dispostas em sete (7) sub-
grupos.
Tempo exigido:
1 hora.
Material utilizado:
Cartões e fita adesiva.
Ambiente físico:
Sala de aula ampla, sem carteiras.
Processo:
Sete dos integrantes, um de cada subgrupo, recebe-
rão – sem que saibam o que nele está escrito – um rótulo a
ser aderido à sua testa. Nos rótulos estarão escritas frases
como as que se seguem:
77
• SOU ENGRAÇADO, RIA.
• SOU TÍMIDO, AJUDE-ME.
• SOU SURDO, GRITE.
• SOU MENTIROSO, DESCONFIE.
• SOU CRIATIVO, OUÇA-ME.
• SOU INSIGNIFICANTE, IGNORE-ME.
• SOU MUITO PODEROSO, BAJULE-ME.
Os membros do grupo devem andar pela sala, se rela-
cionando de acordo com os dizeres dos papéis colados à
testa da pessoa de quem se aproxima.
Fechamento:
O facilitador perguntará a cada um dos ‘rotulados’
como se sentiu naquela situação, e que tipo de percepção
teve sendo assim discriminado.
78
SEXUALIDADE DO PROFISSIONAL
Objetivos:
Tentar qualificar um bom educador sexual; Esclare-
cer conceitos de valores e ética profissional.
Tamanho do grupo:
De 30 a 35 participantes.
Tempo exigido:
Uma hora.
Material utilizado:
Cópia dos itens profissionais. Caneta ou lápis.
Ambiente físico:
Sala ampla, com carteiras.
Procedimento:
Os participantes são divididos em subgrupos de 5 a 8
pessoas, recebendo cada subgrupo uma cópia dos atri-
butos profissionais, sendo instruídos a colocá-los em uma
ordem decrescente de prioridade. Cada subgrupo apre-
sentará então suas conclusões, que devem – na medida do
possível – serem atingidas por consenso. As opiniões dos
diversos subgrupos são debatidas, tendo todos os partici-
pantes oportunidade de se manifestar.
79
Fechamento:
Os facilitadores devem enfatizar:
– as dificuldade para se chegar a um consenso dentro
de cada grupo;
– a multiplicidade de enfoques possíveis;
– as dificuldades de se lidar com conceitos simplistas,
tipo “certo/errado”, em temas complexos como este.
Cada participante deve expressar seus sentimentos ao
vivenciar a dinâmica.
Atributos profissionais:
1 – Experiência educacional
2 – Competência
3 – Maturidade psicossocial
4 – Empatia
5 – Ausência de preconceitos
6 – Ética
7 – Flexibilidade
8 – Qualidades pedagógicas
9 – Permissividade
10 – Capacidade de perceber o que sentiria caso esti-
vesse na situação e na circunstância experimentada por
outra pessoa.
11 – Habilidade do educador em não julgar o com-
portamento sexual dos educandos.
12 – Capacidade de consentir, de ser indulgente, de
ser tolerante.
13 – Capacidade de esclarecer, ensinar, educar.
14 – Habilidade na escolha e ajustamento da atitude
técnica mais adequada.
15 – Não utilização do educando para gratificações
neuróticas.
16 – É o estar bem, isto é, ajustado consigo mesmo e
praticamente seguro de sua sexualidade.
80
SEXUALIDADE DENTRO DA FAMÍLIA
Objetivo:
Identificação dos conceitos culturais sobre sexualidade.
Tamanho do grupo:
Ilimitado.
Tempo exigido:
De uma hora a uma hora e meia.
Material necessário:
Nenhum.
Ambiente:
Sala suficientemente ampla.
Processo:
1 – O facilitador solicita que o grupo maior divida-se
em subgrupos, pelo critério dos países de origem de seus
ancestrais.
2 – Os subgrupos discutirão a respeito das formações e
informações sexuais recebidas durante sua criação, basea-
da em sua família de origem.
3 – Cada subgrupo irá demonstrar em plenária a con-
clusão da discussão do tema através de uma “estátua” ou de
uma cena (imagem não verbal).
81
Fechamento:
O facilitador coordenará a discussão, enfatizando as
diferenças e similitudes constatadas, bem como suas impli-
cações para o comportamento sexual futuro dos envol-
vidos.
82
TORNAREM-SE CONHECIDOS
Objetivos:
Ajudar os membros do grupo a se conhecerem, de
uma maneira fácil e não ameaçadora. Explorar os senti-
mentos que se originam desse conhecimento. Explorar
as dimensões desse encontro. Enfatizar a necessidade de
saber escutar cuidadosamente durante uma conversa.
Treinar a memória.
Tamanho do grupo:
De 25 a 35 pessoas.
Tempo exigido:
Aproximadamente uma hora.
Material necessário:
Nenhum.
Ambiente:
Sala ampla, com carteiras.
Processo:
O facilitador forma subgrupos a dois, orientando a
todos para que, durante cinco a dez minutos conversem e
procurem se conhecer mutuamente, focalizando as carac-
83
terísticas pessoais de cada um. Importa lembrar que esse
exercício visa igualmente treinar para o “saber ouvir”.
Para isso, convém assegurar-se que entendeu bem, dizen-
do por exemplo “o que ouvi dizer foi...”.
Após dez minutos forma-se um círculo maior, caben-
do a cada participante apresentar seu colega a todos.
Aquele que está sendo apresentado não deverá intervir
durante a apresentação, podendo entretanto complemen-
tá-la ou corrigi-la ao final.
Fechamento:
Os facilitadores coordenam a discussão, procurando
focalizar os sentimentos de cada um, ao apresentar seu
colega e ao serem apresentados ao grupo.
84
TREINAMENTO ASSERTIVO
Objetivo:
É um procedimento que tem como meta fazer com
que as pessoas se conduzam afirmativamente nos diferen-
tes momentos de sua existência.
Tamanho do grupo:
Qualquer tamanho.
Tempo exigido:
Uma hora.
Material utilizado:
Nenhum.
Ambiente físico:
Sala com cadeiras moveis, suficientemente ampla
para acomodar a todos.
Processo:
Os participantes são instados a sentarem-se em duplas,
um de frente para o outro. Pede-se então que sucessiva-
mente formulem um elogio ou transmitam qualquer outra
mensagem que gostariam de transmitir nesse momento
para a pessoa sentada em sua frente.
85
Fechamento:
Quando todos tiverem terminado de falar, os facilita-
dores devem chamar a atenção para o conceito de assertivi-
dade e para as dificuldades que encontramos em assumí-la.
Devem ser enfatizados os vários componentes do compor-
tamento assertivo, tais como:
Olhar nos olhos;
Postura corporal;
Linguagem gestual;
Expressão facial;
Tonalidade e volume da voz;
Escolha do momento apropriado;
Uso do pronome “eu”.
A seguir, pede-se que todos repitam a tarefa, procu-
rando respeitar os itens acima assinalados.
Finalizando, os facilitadores devem fazer observações
sobre o comportamento de cada um dos participantes.
86
TÚNEL DO TEMPO
Objetivo:
Este jogo favorece ao indivíduo a atenção para a sua
sexualidade, que sempre estará presente em todos os mo-
mentos de sua vida, inclusive a profissional.
Tamanho do grupo:
Vinte a trinta pessoas. Exercício individual.
Tempo exigido:
10 minutos
Material necessário:
Nenhum.
Ambiente físico:
Sala de aula ampla, sem carteiras.
Processo:
Pede-se que os participantes se acomodem confor-
tavelmente, que procurem relaxar e que fechem os olhos.
O facilitador os conduz à uma viagem no túnel do tem-
po. Nessa viagem, irão até o útero de suas mães, para daí
começar uma lenta viagem de regresso aos nossos dias,
passando por todas as fases de desenvolvimento até a vida
87
adulta, registrando os fatos referentes a sua sexualidade.
Ao abrirem os olhos, o facilitador pede que os participan-
tes guardem para si o conteúdo da viagem. Este conteú-
do deverá estar sempre presente, para que o profissional
possa trabalhar a sexualidade do outro com maior tran-
qüilidade.
88
ABRIGO NUCLEAR
Objetivo:
Propiciar, através da vivência e da discussão, que os
participantes possam questionar valores e conceitos mo-
rais, bem como demonstrar a dificuldade de um exercício
de consenso quando esses valores estão em jogo.
Tempo exigido:
1 hora
Tamanho do grupo:
25 a 40 pessoas
Material utilizado:
Uma cópia do texto “Abrigo Nuclear” e uma folha
para anotações, para cada subgrupo.
Ambiente físico:
Sala ampla, que possa acomodar os participantes.
Processo:
1 – O grupo é dividido em três subgrupos, com o
mesmo número de pessoas.
2 – Distribui-se para cada subgrupo uma cópia do tex-
to “Abrigo Nuclear” e uma folha em branco para anota-
89
ções. O facilitador deve ler em voz alta a atividade, pedin-
do que todos acompanhem a leitura e esclarecendo even-
tuais dúvidas. É importante que seja enfatizado que cada
subgrupo deve discutir as propostas e entre em consenso.
Os subgrupos terão 20 minutos para terminar esta etapa, e
devem eleger um representante.
3 – Abre-se um círculo e os representantes de cada
subgrupo verbalizam a posição de consenso do subgrupo.
É importante que se frise que, quando o representante
estiver falando, os outros participantes do subgrupo não
podem emitir opiniões, nem a favor nem contra.
4 – Depois de todos os subgrupos exporem suas opi-
niões, todos poderão concordar ou discordar das escolhas
feitas. O facilitador deve estimular os participantes a dis-
cutir a respeito dos aspectos morais envolvidos.
TEXTO: “ABRIGO NUCLEAR”
Ocorrida uma hecatombe nuclear, restaram no plane-
ta uma dezena de sobreviventes. Por serem ainda elevadas
as taxas de radiação, é necessário que as pessoas se abri-
guem. Entretanto, existe apenas um abrigo nuclear, onde
poderiam encontrar refúgio somente cinco (5) pessoas.
A tarefa do subgrupo consiste em selecionar, do gru-
po de dez sobreviventes, as cinco pessoas que irão ocupar
o abrigo.
São sobreviventes:
• Uma adolescente de 15 anos, débil mental, com QI
abaixo de 20.
• Um padre de 78 anos.
• Um físico nuclear de 35 anos, que já cometeu reco-
nhecidamente vários assassinatos.
• Um homossexual de 45 anos.
90
• Uma prostituta de 43 anos.
• Um psicopata de 35 anos e sua esposa de 31 anos,
que aceita ir para o abrigo apenas se seu marido for
junto.
• Uma mulher de 26 anos, que havia feito voto de
castidade.
• Um rapaz de 27 anos, impotente primário.
• Um rapaz de 18 anos, que já havia tentado por duas
vezes o suicídio.
91
SACO TÁTIL
Objetivo:
Fazer com que os participantes lidem com o desco-
nhecido, a surpresa e o inesperado.
Tamanho do grupo:
20 a 30 participantes
Tempo necessário:
60 minutos
Ambiente físico:
Sala ampla
Material necessário:
Um saco plástico preto e aproximadamente 30 obje-
tos difíceis de serem identificados pelo tato.
Processo:
O facilitador passa o saco preto com os objetos para
que cada participante nele introduza a mão e tente, em 15
segundos, identificar pelo tato o maior número possível
de objetos, sem se manifestar. Após terminado seu tempo,
cada participante deve anotar num papel, que manterá
guardado, os nomes dos objetos que conseguiu identifi-
92
car. Depois que todos tiverem examinado o saco pelo tato,
ele será aberto e os objetos mostrados a todos, um a um.
Fechamento:
O facilitador deve discutir os aspectos do novo e a
coragem de explorar uma situação desconhecida. O gru-
po deve discutir como a mudança de perspectiva altera a
percepção, e como é difícil demonstrar ou lidar com qual-
quer coisa, sem que dela se tenha conhecimento prévio.
93
DINÂMICA DA ELEIÇÃO
Objetivos:
Discutir os processos decisórios inerentes à toda e qual-
quer atividade humana. Mostrar as dificuldades usuais para
expressão não verbal.
Tamanho do grupo:
Qualquer.
Tempo exigido:
De uma hora a uma hora e meia.
Material necessário:
Nenhum.
Ambiente físico:
Sala ampla.
Aquecimento:
O grupo deve ser subdividido em quatro, através
da escolha de papéis de cor branca, preta, rosa ou azul.
Depois, os subgrupos rosa e azul, e branco e preto, serão
reunidos e será pedido a eles que discutam sobre os meca-
nismos e os prós e contras de eleições diretas e indiretas.
Após uma breve discussão, cada um dos dois grupos for-
94
mados deverá eleger através do sistema que concluiu ser o
melhor (eleição direta ou indireta) três representantes,
que cada grupo acredite serem os que se expressam me-
lhor de forma não verbal.
Feito isso, pede-se que os participantes escolham o
nome de três filmes. Os representantes de cada grupo irão
até o grupo oposto, onde lhes será informado o nome do
filme que cada um irá representar para seu próprio grupo.
O tempo de cada uma para essa representação será
de um minuto e meio.
Fechamento:
O facilitador deverá pontuar para o grupo as diferen-
ças de interpretação emergidas, tanto quanto às expres-
sões não verbais quanto aos temas que se referem a con-
ceitos pessoais. Deve ainda ser ressaltada a não existência
de certo ou errado, mas sim de vivências e interpretações
individuais.
95
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
Abreu, M. C. e Masetto, M. T. O professor universitário em aula. prática e
princípios teóricos. Coleção Educação Contemporânea. São Paulo:
Cortez Editora; 1980.
Antunes, C. Manual de Técnicas de dinâmica de Grupo de Sensibilização de
Ludopedagogia. Petrópolis: Vozes; 1987.
Fritzen, S. J. Exercícios práticos de Dinâmica de Grupo. 2 vols. Petrópolis;
Vozes; 1987.
Monteiro, R. F. Jogos dramáticos. Ágora, 1991.
Klein, A. F. Serviço Social através do processo de grupo. 2ª ed., Rio de
Janeiro, Francisco Alves, 1979.
Lima, L. O. Treinamento em Dinâmica de Grupo no lar, na empresa, na
escola. 7ª ed., Petrópolis, Vozes, 1982.
Minicucci, A. Dinâmica de Grupo – teorias e sistemas. São Paulo, Atlas,
1982.
Zander, C. Dinâmica de Grupo. 2 vols., 3ª ed., São Paulo, EPU, 1975.
Nelson Vitiello é médico, formado pela Faculdade de
Medicina da Pontífica Universidade Católica de São
Paulo, especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela
Federação Brasileira da Sociedades de Ginecologia e
Obstetrícia (FEBRASGO). É Doutor em Medicina pela
USP e, atualmente, exerce as funções de Professor
Assistente Doutor na Disciplina de Ginecologia e
Obstetrícia do Departamento de Saúde Materno Infantil
da Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André,
São Paulo.
É especialista no atendimento a adolescentes, com
Curso de Especialização feíto no Centro de Atención a
Adolescência (CORA), no México. Tem Título de
Especialista em Educação Sexual concedido pela
Federación Latinoamericana de Sociedades de
Sexologia y Educación Sexual (FLASSES).
Desde maio de 1993 é o Presidente da Sociedade
Brasileira de Sexualidade Humana (SBRASH).
É autor, co-autor ou editor de 17 livros e de mais de uma
centena de trabalhos publicados em revista nacionais e
internacionais, muitos dos quais sobre adolescência,
sexualidade e educação sexual.
Desde 1993 é o Coordenador dos Cursos de Pós-
Graduação Lato sensu em Educação Sexual,
promovidos pela Sociedade Brasileira de Sexualidade
Humana e pela Câmara de Pós-Graduação da Faculdade
de Medicina do ABC.

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  • 1. 1
  • 3. COORDENADOR: NELSON VITIELLO AUTORES: ANA CRISTINA CANOSA GONÇALVES ARLETE MARIA GIRELO TAVARES GAVRANIC CARLA ZEGLIO / EDUARDO TAKESHI YABUZAKI FABIA VITIELLO / MARILDA MOURA CAMPOS NELSON VITIELLO / ROSANE MARQUES RODRIGUES SAMAHA SIDNEI ROBERTO DI SESSA / SONIA BERNASCONI SOSNOSKI DAUD MANUAL DE DINÂMICAS DE GRUPO SOCIEDADE BRASILEIRA DE SEXUALIDADE HUMANA PERSONA – CENTRO DE ESTUDOS EM COMPORTAMENTO HUMANO 1997 Iglu Editora
  • 4. © Copyright by Ana Cristina Canosa Gonçalves et alii © Copyright 1997 by Iglu Editora Ltda. Editor responsável: Júlio Igliori Revisão: Nelson Vitiello Composição: Real Produções Gráficas Ltda. Capa: Osmar das Neves Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio eletrônico, mecânico, inclusive por processo xerográfico, sem permissão expressa do Editor (Lei nº 5.988, de 14.12.73). Todos os direitos reservados à IGLU EDITORA LTDA. Rua Duílio, 386 – Lapa 05043-020 – São Paulo-SP Tel.: (011) 873-0227 CATALOGAÇÃO NA FONTE DO DEPARTAMENTO NACIONAL DO LIVRO M294 Manual de dinâmicas de grupo / coordenador: Nelson Vitiello ; Ana Cristina Canosa Gonçalves... | et. al. | – São Paulo : Iglu, 1997. 250p. cm. ISBN 85-85631-33-3 1. Dinâmica de grupo. I. Vitiello, Nelson. Gonçalves, Ana Cristina Canosa. CDD–302.3
  • 5. Dedicatória Dedicamos este livro, in memoriam, ao Prof. Paulo Schimidt Goffi, que nunca negou apoio, estímulo e auxílio aos esforços de todos os que com ele privaram.
  • 6. 6 Índice Apresentação .............................................................................................. 9 Estratégias para a aprendizagem.......................................................... 11 Um pouco da história.............................................................................. 19 Dinâmicas de Grupo: Proposta, estrutura e objetivos ................... 25 Descrição das dinâmicas de grupo A escultura .................................................................................................. 29 A Viagem ..................................................................................................... 31 Desenho explicativo ................................................................................. 34 Dessensibilização pela palavra .............................................................. 36 Dinâmica de avaliação ............................................................................. 38 Dinâmica de encerramento ................................................................... 40 Dramatização: A adolescência............................................................... 42 Dramatização: Disfunções sexuais masculinas ................................. 44 Dramatização: Doenças sexualmente transmissíveis ...................... 46 Dramatização: Uma ceia de Natal ........................................................ 48 Estudo de casos .......................................................................................... 50 Exclusão ....................................................................................................... 54 Exposição de arte: sexualidade ............................................................. 56 Expressão artística como meio de dar e receber ............................ 58 Fantasias sexuais ........................................................................................ 60 Improvisação: criar uma dinâmica de grupo.................................... 62 Interpretação de texto ............................................................................ 64 Liberação lúdica das fantasias ............................................................... 68
  • 7. 7 O amor, o que é? ...................................................................................... 70 Papel do Educador Sexual ..................................................................... 72 Piso mágico ................................................................................................. 74 Rótulos ......................................................................................................... 76 Sexualidade do profissional ................................................................... 78 Sexualidade na família ............................................................................ 80 Tornarem-se conhecidos ........................................................................ 82 Treinamento assertivo ............................................................................. 84 Túnel do Tempo ....................................................................................... 86 Abrigo nuclear ........................................................................................... 88 Saco tátil ...................................................................................................... 91 Dinâmica da eleição ................................................................................. 93 Bibliografia recomendada...................................................................... 95
  • 8. 8
  • 9. 9 APRESENTAÇÃO Em nosso meio existem relativamente poucas publica- ções versando os aspectos práticos do uso de Dinâmicas de Grupo como técnica didática voltada para o ensino supe- rior. Por esse motivo, a Comissão Científica de Programa- ção dos Cursos Intensivos, de Extensão Universitária e de Pós- Graduação Lato sensu em Educação e em Terapia Sexual da SBRASH e da Faculdade de Medicina do ABC resolveu organizar uma publicação onde constassem as dinâmicas utilizadas durante esses cursos. Nessa decisão, pesou o fato de julgarmos importante que o educando receba não ape- nas a informação teórica dos assuntos afetos à sexualidade humana, mas também (e principalmente) lhe seja ofereci- do instrumental que permita refletir sobre seus próprios conceitos e preconceitos. Fruto de um esforço conjunto de vários profissionais e da experiência adquirida na formulação e facilitação de Dinâmicas de Grupo (DG) em Cursos de Pós-Graduação, o presente livro pretende levar aos leitores modelos bási- cos de DG, prontos para serem aplicados tais como vão descritos, ou com as modificações que o bom senso e a experiência indicarem. Com esta publicação visamos oferecer conteúdo téc- nico de dinâmicas de grupo e modelos que sirvam para a prática diária dos profissionais. Procuramos seguir, em
  • 10. 10 todas as descrições, um roteiro simples e didático, apresen- tando os objetivos de cada DG, o tamanho ideal do grupo a qual pode ela ser aplicada, o tempo necessário para seu desenrolar, etc. Esperamos assim tornar mais fácil o trabalho de edu- cadores, especialmente aqueles que se dedicam à educa- ção sexual, bem como à atividade dos terapeutas, posto que as DG se constituem em relevante instrumento para o atendimento de grupos. Os autores
  • 11. 11 ESTRATÉGIAS PARA A APRENDIZAGEM Para que a aprendizagem possa se dar em qualquer tipo de grupo (escolar, de reflexão, etc.), o educador con- ta com várias estratégias que fazem parte de uma nova metodologia na educação. Diferentemente da chamada Metodologia Clássica, onde a ação é centralizada no pro- fessor, que é nessa situação encarado como o único deten- tor de todo o saber, a Metodologia Participativa Emancipa- tória permite que o “aluno” participe ativamente do pro- cesso de aprendizagem, estando livre para expressar sua opiniões e idéias. Esta postura ativa do indivíduo diante do grupo promove sua emancipação, já que permite a aquisição da autoconfiança, negando a posição de mero receptor. Além disso, a Metodologia Participativa Emanci- patória permite que os membros de um grupo se conhe- çam dentro de um clima descontraído, produzam um grande número de idéias e estabeleçam um relaciona- mento mais vivo e caloroso. Diante disso, os problemas e expectativas do grupo podem ser expressos e captados pelo educador que pode facilitar a quebra das percepções preconceituosas e das barreiras afetivas. As estratégias para a aprendizagem devem ser usadas pelo educador sempre que este tenha por intuito promo- ver a reflexão do grupo, porque é só desta forma que a emancipação levará o indivíduo à mudanças de comporta-
  • 12. 12 mento. O educador terá o desafio de adotar as estratégias que mais se adequem as características do grupo e ao obje- tivo que se procura atingir. Entende-se por característi- cas do grupo a idade, escolaridade, homogeneidade, nível sócio-econômico e particularidades culturais. Conhecer o grupo é talvez a melhor estratégia de um educador. E este conhecimento se dará paulatinamente, na mesma medida em que as estratégias para a aprendizagem vão sendo ado- tadas, permitindo a expressão dos membros do grupo. A seguir, citaremos sucintamente os principais tipos de abordagens estratégicas para o ensino participativo. 1) Estratégias que visam o aquecimento e o desbloqueio a) Apresentação Simples: Cada indivíduo se apresen- ta ao grupo; b) Apresentação em Dupla ou Cruzada: Subdivide-se o grupo em duplas. Estas duplas devem se “conhecer” em alguns minutos e depois cada indivíduo deve apresentar seu par ao grupo; c) Completamento de frases: É dado para cada mem- bro do grupo uma folha de papel com o início de uma frase escrita, para que cada um continue a frase formando um texto. Por exemplo: “Ser um Educador Sexual é...”; d) Desenhos em grupo: Diante de um tema, os mem- bros do grupo discutem e se expressam em conjunto atra- vés do desenho; e) Deslocamento Físico: Desloca-se o grupo do ambi- ente físico principal (sala de aula) para outro mais des- contraído, onde o facilitador pode usar outra estratégia como uma Dinâmica de Grupo de aquecimento, ou mes- mo uma apresentação simples; f) Tempestade Cerebral (Brainstorming): Diante de um tema, uma palavra, frase ou objeto, cada membro do
  • 13. 13 grupo deve dizer as palavras ou sensações que lhe vierem a mente, para que o grupo todo tenha uma “imagem” glo- bal das idéias do grupo. As estratégias de aquecimento ou desbloqueio devem ser utilizadas no primeiro contato com o grupo e tem por objetivo diminuir a ansiedade normal dos participantes frente a um novo encontro. Além disso preparam o grupo para os trabalhos que virão a seguir, possibilitando o iní- cio de um relacionamento mais afetivo e desinibido. Estas estratégias também permitem ao educador uma análise das expectativas e dos valores que os membros do grupo tem com relação ao “trabalho” que irão desenvolver. 2) Ação Centralizada no Professor Embora as aulas expositivas façam também parte do arsenal didático clássico, que é mais centralizador da ação de aprendizagem na figura do professor, elas podem se constituir em importante recurso auxiliar também no ensino participativo. Não podemos nos esquecer que as exposições são importante recurso para a transmissão do conhecimento, não devendo por isso mesmo ser despreza- das. O que se pode fazer é, além de limitar o uso desse tipo de apresentação a um mínimo indispensável, fazer com que as aulas expositivas despertem interesse dos ouvintes (com um uso adequado de recursos audiovisuais, por exemplo) e que sejam permitidas interrupções sob a for- ma de perguntas, colocações e, eventualmente, até mes- mo discussões. O bom professor seguramente poderá dar vida a uma aula expositiva, tornando seu conteúdo agra- dável e permitindo que seja ele enriquecido com as opi- niões dos membros do grupo.
  • 14. 14 3) Pesquisas e Projetos Estas estratégias visam incentivar a busca de informa- ções, dados e materiais necessários, bem como motivar a participação dos membros do grupo nas atividades. O educador deve apresentar e discutir com os alunos os ele- mentos de um plano de pesquisa, orientar e discutir os resultados. O aluno deve ser orientado sobre os elementos bási- cos de uma pesquisa ou projeto e como formular ade- quadamente esses projetos. Além disso, importa não nos esquecermos que os menos experientes tem bastante difi- culdade em captar todas as nuances de procedimentos necessários para adequada condução dos projetos, deven- do ser acompanhados durante toda a execução do mesmo. 4) Aprendizado baseado em leitura e em escrita Ler e escrever são atos ativos que devem ser incentiva- dos pelo professor. Sempre há uma contribuição pessoal nesses atos, seja na interpretação e resumo de textos, seja na exposição verbal das idéias refletidas sobre determina- da leitura. Essas estratégias promovem ainda a informa- ção, o conhecimento, a organização de idéias e o desen- volvimento da habilidade de comunicação. 5) Estratégias baseadas na reunião de especialistas ou em preparação prévia São estratégias que necessitam de uma certa maturi- dade e independência intelectual por parte dos partici- pantes.
  • 15. 15 a) Seminários: O grupo (ou subgrupos) deve estudar com profundi- dade um tema, a partir de diversos ângulos. Cada partici- pante apresenta uma parte do tema por um tempo pré- determinado pelo grupo. Ao final das apresentações, o grupo deve chegar a uma conclusão. É importante que na escolha do tema o grupo possa ter certa liberdade, optan- do por um tema que seja de seu interesse. Deve haver também um planejamento de como este tema será dividi- do entre os participantes e como será apresentado, levan- do-se em conta o tempo necessário para os encontros de estudo e o tempo disponível para a apresentação. b) Simpósio: Cada expositor prepara uma faceta de um tema e dis- põe de um tempo limitado para apresentá-lo. As apresen- tações não devem ser interrompidas; as perguntas e escla- recimentos devem ser deixados para o fim de cada exposição ou para o final de toda a exposição. As pergun- tas também devem ter seu tempo limitado. Ao final, pode-se abrir uma discussão com os ouvintes ou fazer uma síntese das idéias apresentadas. c) Painel: Pequeno grupo de especialistas convidados debatem um tema previamente eleito, sob a organização de um moderador. É interessante que os convidados possuam visões antagônicas sobre o tema. Pode ocorrer síntese e discussão, dependendo da habilidade e da imparcialidade do moderador.
  • 16. 16 6) Discussão Esta estratégia permite que qualquer tema seja deba- tido livremente pelos participantes. O professor deve, no entanto, estar atento com a organização da discussão, obe- decendo o ritmo do grupo e controlando o tempo dispo- nível. Deve também garantir a participação de todos e ter habilidade para diagnosticar os conflitos e lidar com as possíveis manifestações emocionais dos participantes. 7) Grupos A atividade em grupo é uma estratégia que incentiva os participantes a confiar no auxílio e na avaliação dos colegas e promove a independência da autoridade do pro- fessor. Além disso permite que os indivíduos mais inibi- dos possam se expressar e ter uma participação ativa nos pequenos grupos, o que fornece dados para uma avalia- ção individual. Os trabalhos em grupo também aprofun- dam as discussões de temas. Podem ser: Pequenos Grupos; Grupos de Verbalização e Grupos de Observação; Grupos de Oposição e outros. 8) Confrontamento com Situações Reais Esta estratégia coloca o aluno diante de uma situação de fato. São parte desse grupo de atividades os estágios, as excursões, a prática didática, a prática clínica, a condução de pesquisa, etc. O professor deve acompanhar a ação de seus alunos, bem como dar-lhes um feed-back para ajudá-los a refletir.
  • 17. 17 9) Sessões de Sensibilização A sessão de sensibilização é uma estratégia funda- mental para a promoção do aprendizado, porque quando o indivíduo está sensível a algo ele apreende mais fácil e profundamente o sentido daquilo em que está ligado, vivência a experiência com maior profundidade e, com isso, amadurece. Nada ensina melhor que a experiência e nada consegue transmitir mais experiência que a vida. Mas ao se viver e adquirir experiência, enfrenta-se um antagonismo crucial: somente após muitos anos vividos e bem vividos é que poderemos ter conseguido assimilar um respeitável volume de experiências, quando elas de pouco valem, uma vez que o ciclo biológico nos coloca ao final da existência. Sendo assim, as técnicas de sensibilização tem como objetivo sintetizar o largo amadurecimento de uma experiência e permitir que se possa ganhar, com algum trabalho, muita reflexão, e ainda com pequena vivência, uma certa sabedoria de vida que somente uma longa exis- tência permitiria acumular. É por isso que grande parte das técnicas de sensibilização se apóiam em modelos de jogos orientais, posto que no oriente sempre existiu essa preocupação educacional, tanto dentro da escola como fora dela. As sessões de sensibilização podem ser realizadas em escolas, universidades, atividades empresariais, reuniões comunitárias, reuniões familiares, encontros, grupos de reflexão, enfim, sempre onde haja uma mensagem a trans- mitir e principalmente quando se pretende fazer da téc- nica uma abertura para um trabalho educativo que terá seqüência e será marcado por claros objetivos. As sessões de sensibilização valorizam comportamentos, promovem a assunção de responsabilidades sociais e o aprimoramento da identificação do outro como indivíduo. Devem ser apli-
  • 18. 18 cadas por profissionais maduros e responsáveis, que sai- bam respeitar o momento emocional dos indivíduos, bem como os limites das atividades, que devem estar coerentes com os objetivos propostos. Como principal técnica de sensibilização temos as chamadas Dinâmicas de Grupo, que envolvem jogos, drama- tizações, estudos de caso, desenhos, etc.
  • 19. 19 UM POUCO DA HISTÓRIA Muitos filósofos, sociólogos, psiquiatras e psicólogos já se dedicaram, de maneira ampla, ao estudo da dinâmica de atuação dos grupos. Entre eles não podemos deixar de citar Le Bon, Durkhein, Cooley, Gabriel Tarde, Freud, Wundt, McDougall e especialmente Jacó Levi Moreno que, pela importância que deram ao tema, merecem des- taque especial. Como estudante, entre 1908 e 1911, Jacó Levi More- no costumava passear pelos Jardins de Viena, reunindo crianças e formando grupos para representações improvi- sadas. Desta forma, observou e trabalhou as inter-relações de vários grupos, tais como grupos de crianças e de prosti- tutas. Entre 1922 e 1925 Moreno teve a inspiração para o uso de técnicas lúdicas (play techniques) para a terapia de representações espontâneas, psicoterapia de grupo e aprendizagem de papéis. Historicamente, o psicodrama representa o ponto culminante na passagem do tratamento do indivíduo isolado para o tratamento do indivíduo em grupos, e do tratamento por métodos verbais, para o tratamento por métodos de ação. Etimologicamente, drama é uma transliteração do grego, que significa ação ou coisa feita. O psicodrama é, assim, uma coisa feita à psiquê e com a psiquê – ou seja, é a psiquê em ação.
  • 20. 20 O homem sempre apresentou como tendência básica a necessidade de compreender o Universo. Nesse anseio de curiosidade, desde sempre tentou usar a ação, a imita- ção e a representação como meio de expressão, procuran- do assim influenciar a natureza para viver melhor. Esta necessidade imperiosa de movimento se manifes- ta desde o aparecimento da sociedade humana e sua con- seqüente cultura, através de uma atividade livre, alegre e divertida: o jogo. Em sua essência, o jogo encerra um senti- do maior do que a simples manifestação de uma necessida- de; encerra sua significação. No jogo, existe alguma coisa “em jogo”, que transcende as necessidades imediatas da vida e confere um sentido à ação. A criança, com seus jogos e brincadeiras, nos faz ver que dentre todas as atividades imprescindíveis para o orga- nismo – comer, beber, dormir, sobressai a atividade lúdi- ca. Pois o que a criança quer é jogar, desempenhar, criar uma realidade própria no seu mundo do “faz de conta”, do “como se...”. Podemos notar a alegria que as crianças manifestam quando jogam. Nessas situações surge um pra- zer natural, espontâneo, que reforça a motivação para con- tinuar no jogo. Se observarmos o comportamento das crianças duran- te seus jogos, poderemos confirmar a impressão de que elas tem uma crença absoluta na realidade do que esco- lhem para brincar. O jogo lhes permite ir a um mundo não real, o mundo da imaginação. Assim, por exemplo, uma simples caixinha de fósforos pode ser um caminhão, e uma boneca um ser humano. Entretanto, se questionarmos a criança que joga com seu “caminhão”, ela nos dirá que está num “faz de conta”, e que aquilo, na realidade, é uma caixa de fósforos. No “faz de conta” a criança alcança um domínio ple- no da situação, vivendo e convivendo com a fantasia e com
  • 21. 21 a realidade, capaz de instantânea e facilmente passar de uma situação à outra, criando assim a possibilidade de ela- boração de seus anseios e fantasias. Essa fascinante capaci- dade de alternar sonho e realidade de maneira absoluta e totalmente convicta e convincente, faz com que se desen- volva a capacidade de dar respostas rápidas à situações novas e respostas novas à situações já conhecidas. Na ver- dade, as crianças conseguem tais feitos por terem ainda bem forte o senso de espontaneidade, que vai se sofisti- cando e diluindo na medida em que a pessoa se desenvol- ve. A essência do jogo, da capacidade de se revestir dos papéis e situações imaginárias, está exatamente nessa ele- vada espontaneidade, que estimula a liberdade e permite aos jogadores “viajar” no mundo da imaginação. Através dessa “viagem” pode-se recriar e descobrir novas formas de atuação. É importante, assim, que o indivíduo queira jogar, que esteja disponível para o jogo, para que não se percam seus valores de espontaneidade e criatividade. Caso con- trário, a liberdade também será perdida. O jogo permite pois ao homem reencontrar a liber- dade não só através de respostas, mas também na própria procura de formas novas para os desafios da vida, liberan- do sua espontaneidade criativa. O jogo nos devolve, com sua intensidade, uma fascinante energia que nos possibili- ta ir e vir, trocar e transformar, promovendo a descoberta, o encontro do homem consigo mesmo, com os outros e com o Universo. No jogo se luta, se representa, se imagina ou se sensi- biliza para alguma coisa. É neste sentido que o jogo enfei- ta a vida, ornamenta-a e se constitui em uma necessidade para o homem, ao lhe dar uma consciência de ser diferen- te da “vida cotidiana”, de compreender e influenciar o mundo em que vive. Este é também o sentido em que
  • 22. 22 utilizamos o jogo no psicodrama e é o critério que aqui usamos para colecionar os jogos e classificá-los. A expressão “dinâmica de grupo” apareceu pela pri- meira vez em 1944, tendo sido cunhada por Kurt Lewin. Esse psicólogo, um americano de origem alemã nascido em Mogilno, em 1890, e morto em Newtonville, Massa- chusetts, em 1947, esteve inicialmente ligado ao gestaltis- mo mas, posteriormente, desenvolveu uma teoria própria. Nesse desenvolvimento aplicou à psicologia social con- ceitos advindos da topologia geométrica e da física dos campos de força. Escreveu então “Princípios da Psicologia Topológica”, em 1936. Após esses trabalhos concentrou-se no estudo das dinâmicas dos grupos e na influência do tipo de regime político-social sobre as crianças, garantindo merecido lugar de destaque na história do estudo da psicologia de grupos. A atuação de Kurt Lewin marcou um período de fun- damental importância no estudo dos fenômenos ligados aos grupos. Sua influência se faz notar em muitos estudos, pesquisas e obras, que desenvolveram suas idéias. Com ele, a psicologia e o estudo dos processos dinâmicos de atua- ção das pessoas e dos grupos teve grande desenvolvimento como ciência. Lewin fundou um Centro de Pesquisas em Dinâmica de Grupo, onde testou várias de suas hipóteses e fixou novos objetivos de pesquisa em psicologia social, cogitan- do novos caminhos mais funcionais, eficientes e criativos para o estudo das relações interpessoais e intergrupais. Para ele, só o estudo de pequenos grupos poderia dar sub- sídios que nos levassem a compreender o que se passa nos macro-grupos. Diversas disciplinas contribuíram para a elaboração e fundamentação da teoria da dinâmica de grupo, entre
  • 23. 23 elas a psicologia, a sociologia, a antropologia, as ciências políticas, a economia, a pedagogia, a medicina e outras. Começaram então a surgir diversas atividades grupais que se utilizavam dessas técnicas, tais como orientação de casais e de adolescentes, grupos de tratamento e auto- ajuda (alcoólicos anônimos, por exemplo), grupos volta- dos para educação de adultos ou para aspectos educacio- nais específicos, como a educação sanitária, e inúmeros outros grupos voltados para aspectos gerais ou particula- res de processos pedagógicos. Quatro foram as profissões que marcaram de manei- ra importante o estudo e o desenvolvimento das técnicas de dinâmica de grupo. Serviço Social Os profissionais dessa área foram os responsáveis pela orientação de equipes em escolas, clubes, grupos de recre- ação, etc. Psicoterapia A partir dos estudos de Moreno, os psicoterapeutas passam a se utilizar do grupo como elemento fundamen- tal de modificação do comportamento dos indivíduos. Educação Sendo um dos objetivos maiores do processo educa- cional o preparo e a orientação de crianças e jovens para a vida em sociedade, com o uso de técnicas de dinâmica de grupo a escola deixou de ser simplesmente o local onde se pratica apenas a transmissão de conhecimentos, para assu- mir um papel de transformadora de atitudes.
  • 24. 24 Administração As empresas precocemente reconheceram a impor- tância do emprego de técnicas de dinâmica de grupo para o gerenciamento e a orientação de suas equipes de traba- lho, e vem se utilizando largamente de tais procedimentos.
  • 25. 25 DINÂMICAS DE GRUPO 1 – PROPOSTA É um trabalho prático de sensibilização que possibili- ta maior envolvimento dos participantes em seu processo de aprendizado. A dinâmica de grupo tem se revelado excelente ins- trumento de educação participativa. As dinâmicas foram subdivididas em duas categorias, de acordo com seus objetivos: Enriquecimento interpessoal Interesse informativo 2 – ESTRUTURA Cada dinâmica tem uma estrutura própria, uma dis- posição particular do grupo, um processo específico, con- tando sempre com a participação dos psicólogos e orien- tadores. Idealmente, as Dinâmicas de Grupo devem ser, ao mesmo tempo, lúdicas e reflexivas. Lúdicas por que o componente prazeroso é importante no aprendizado; e reflexivas, pois se não levarem os educandos a repensarem suas posturas e preconceitos em relação à sexualidade e a
  • 26. 26 si mesmo, em seus processos de vida, não estarão cum- prindo adequadamente suas finalidades. 3 – OBJETIVOS As dinâmicas de enriquecimento interpessoal tem como finalidade desenvolver um melhor inter-relaciona- mento entre os alunos, promovendo interações positivas. As dinâmicas de interesse formativo completam dados significativos para formação do educador, possibilitando obter compreensão, insights e comportamentos profissio- nalmente adequados no trato com os educandos. 4 – PARTICIPANTES Todos os alunos dos Cursos, coordenados pelos psi- cólogos e orientadores.
  • 27. 27 Descrição das principais Dinâmicas de Grupo utilizadas nos Cursos
  • 28. 28
  • 29. 29 A ESCULTURA Objetivo: Este jogo se propõe a provocar a capacidade de ima- ginação e fantasia dos adultos, freqüentemente relegados a um segundo plano. Tamanho do grupo: Vinte a trinta pessoas, dispostas em círculo. Tempo exigido: 1 hora. Material necessário: Nenhum. Ambiente físico: Sala de aula ampla, sem carteiras. Processo: Um dos participantes, como se estivesse trabalhando com argila, deve “esculpir” com as próprias mãos um determinado objeto e “entregá-lo” ao seu companheiro da direita, que deve receber e dizer o que recebeu (o que imagina que lhe foi entregue). A seguir, “desmancha” a escultura, faz outra e passa para o seu companheiro da
  • 30. 30 direita, que procede da mesma forma, até se completar a rodada. Fechamento: O facilitador discutirá com os participantes sobre as dificuldades de representação espacial que todos temos, e como essa relativa incapacidade pode geral mal enten- didos. Enfatizará também que nosso “filtro sensorial” faz com que vejamos o que estamos predispostos a ver.
  • 31. 31 A VIAGEM Objetivo: Fazer com que os participantes desenvolvam a capaci- dade de imaginação e a criatividade. Promover o relaxa- mento. Tamanho do grupo: De 25 a 35 participantes. Tempo exigido: De uma hora a uma hora e meia, dependendo do tamanho do grupo. Material necessário: Texto a ser lido por um dos facilitadores. Ambiente físico: Sala ampla, sem carteiras. Processo: Pede-se aos participantes que formem um círculo, todos sentados no chão e de mãos dadas aos vizinhos, man- tendo os olhos fechados. Um dos facilitadores lerá então, bem pausada e claramente o texto a seguir, solicitando aos
  • 32. 32 participantes que se concentrem o mais possível durante o exercício. A VIAGEM... Imaginem estar sentados em um terreno descampa- do, uma planície, completamente escura. Imaginem que vai surgindo um foco de luz branca, que vai ficando cada vez mais intenso, iluminando uma área do terreno, bem à sua frente. Esse foco, além de luz, emana calor, um calor agradável e aconchegante. Em sua imaginação, vocês lentamente vão se levan- tando e se dirigindo ao local iluminado pelo foco, cruzan- do a área iluminada. Ao emergirem do outro lado, obser- vam estar ao pé de uma montanha, havendo um estreito caminho de pedras para escalá-la, possibilitando a passa- gem de apenas uma pessoa de cada vez. Vocês vão se orga- nizando em fila e, lentamente, subindo pela trilha. Ao chegar ao topo da montanha, encontram uma caverna. Nela entrando, observam que, apesar da escuri- dão reinante, podem divisar ao longe, bem no fundo da caverna, um único ponto luminoso. Penetrando lenta- mente na caverna, vocês aos poucos vão percebendo que a luz divisada é a de uma fogueira. Na medida em que dela se aproximam, vêem que, frente a fogueira, esta sen- tado um simpático monge, que lhes acena, convidando- os a sentarem-se, um de cada vez, em uma almofada ali postada. Ao chegar a sua vez, você é informado de que tem direito a formular uma única pergunta. Após pensar bas- tante, você a faz. Depois de ouvir a resposta dada pelo monge, você dele se despede, voltando lentamente a entra- da da caverna e descendo pela trilha. Ao chegar ao pé da
  • 33. 33 montanha, refaz o caminho da ida e passa novamente pela área iluminada e aquecida pelo foco de luz branca. Todos vão se sentando novamente em círculo, dando as mão aos vizinhos. Com a mão direita, você faz sutil pres- são na mão esquerda de seu vizinho, enquanto recebe, em sua mão esquerda, a pressão que o outro vizinho lhe faz. Na medida em que recebe a pressão em sua mão esquer- da, você procura transmiti-la, em idêntico grau, ao seu vizinho da direita. Enquanto as pressões vão se igualando, a luz, de iní- cio branca, vai se tornando cada vez mais azulada. Após estabilização da coloração da luz, os participantes devem ir lentamente afrouxando a pressão exercida, com o que, concomitantemente, a luz irá diminuindo de intensidade, até a extinção total. Fechamento: Os participantes serão instruídos a seguir para ir len- tamente abrindo os olhos e retomando contato com o am- biente. Quando todos estiverem em plena vigília, serão instados a relatar qual a pergunta feita ao monge e qual a resposta recebida. Claro que isso será feito voluntariamen- te, reservando-se aos que assim o preferirem, o direito ao silêncio sobre o assunto. No final, o coordenador chamará a atenção de todos para os diversos aspectos envolvidos, tais como a maior ou menor facilidade em soltar a imaginação, e a curiosidade íntima de cada um.
  • 34. 34 DESENHO EXPLICATIVO Objetivo: Esse exercício se destina a integrar os participantes e a demonstrar aos profissionais a distância existente entre o conhecimento teórico e a aplicação desse conhecimento na prática, permitir que o participante visualize seus con- ceitos sobre o tema abordado através da técnica do dese- nho e proporcionar a reflexão e a discussão sobre a exter- nalização dos conceitos e de como isso é projetado nas relações sociais travadas pelo indivíduo. Tamanho do grupo: Vinte a trinta pessoas, subdivididas em grupos de 4 ou 5 elementos. Tempo exigido: 1 hora. Material necessário: Nenhum. Ambiente físico: Sala de aula, sem carteiras.
  • 35. 35 Aquecimento: O grupo deve caminhar pela sala, o mais unido possí- vel, obedecendo à voz de comando do facilitador, (mais rápido, mais lento, de costas, pulando, etc...) Processo: Após o aquecimento, o grupo deve se dividir em dois subgrupos, cada qual ficando sob a supervisão de um faci- litador. Um dos participantes de cada subgrupo deve dei- tar-se sobre ampla folha de papel, enquanto o resto do grupo desenha sua silhueta. Idealmente, cada subgrupo deve escolher um modelo de cada sexo. Depois, o grupo deve localizar e desenhar os órgãos sexuais na figura, espe- cificando suas funções. Pode-se pedir para que os subgru- pos se unam e desenhem uma terceira figura, desenhando e localizando os órgãos que representariam o intersexo. Fechamento: O facilitador pode discutir as facilidades e dificulda- des encontradas pelos subgrupos, na representação da anatomia de cada sexo. Podem-se colocar os desenhos em local visível, abrindo a discussão.
  • 36. 36 DESSENSIBILIZAÇÃO PELA PALAVRA Objetivo: Esse exercício, além de desembaraçar os integrantes do grupo, alerta os profissionais para a necessidade do uso da nomenclatura correta, em situações específicas. Tamanho do grupo: Vinte a trinta pessoas. Tempo exigido: 1 hora. Ambiente físico: Sala de aula ampla, com carteiras. Material utilizado: Um quadro ou flip-chart. Processo: 1 – Palavras, de alguma maneira ligadas ao exercício da sexualidade, vão sendo sugeridas pelos participantes e anotadas numa lousa; 2 – Os facilitadores pedem aos participantes, em seqüência, que dêem sinônimos populares para cada uma das palavras.
  • 37. 37 Ex: Pênis Vagina Homossexual masculino Ato sexual Pinto Xoxota Viado Trepada 3 – O grupo, em seguida, deve formar duplas. Os componentes de cada dupla devem, sucessivamente, for- mular uma frase, usando os termos anotados na lousa, com o sentido de um convite a atividade sexual. Fechamento: Os facilitadores devem ouvir os depoimentos dos par- ticipantes sobre seus sentimentos ao formularem as frases, enfatizando como por vezes é difícil se expressar. Devem também enfatizar que, especialmente quando se visa a educação sexual, é importante que se use a terminologia à qual os educandos estão habituados.
  • 38. 38 DINÂMICA DE AVALIAÇÃO Objetivo: Esse exercício se propõe a fazer uma análise objetiva e conclusiva sobre o curso realizado e todos os aspectos nele envolvidos: qualidade das aulas, corpo docente, material didático, etc... Tamanho do grupo: De 20 a 30 pessoas. Tempo exigido: Uma hora. Material necessário: Lousa ou flip-chart Ambiente físico: Sala de aula, com carteiras. Processo: Na lousa, são dispostos em fileiras os diferentes itens envolvidos no Curso e, logo abaixo deles, cada aluno escre- verá um adjetivo para qualificar esses itens. É importante
  • 39. 39 que cada participante possa se expressar sem constran- gimento. Para isso, o facilitador pode distribui papéis de tamanho e cor iguais para todos, onde cada um escreve suas opiniões sobre cada item. Depois, o facilitador cola os papéis nas colunas correspondentes. Ex: Corpo Docente Dinâmicas Aulas. Aluno 1 Bom Ótimas Regulares Aluno 2 Medíocre Ótimas Ruins. Fechamento: O facilitador enfatizará as opiniões dos alunos, levan- do sempre em conta a possibilidade de que, uma vez inicia- do o processo dinâmico de crítica, podem surgir situações em que as críticas são formuladas por alguns participantes apenas para marcar presença, sendo por vezes injustas e imotivadas.
  • 40. 40 DINÂMICA DE ENCERRAMENTO Objetivo: Propiciar um clima de despedida fraternal entre os participantes, no fechamento do encontro. Tamanho do grupo: Todo o grupo envolvido. Tempo exigido: Uma hora Material necessário: Massa de modelar, de várias cores. Ambiente físico: Sala de aula, de preferência sem carteiras fixas, para que se possa, se desejado, abrir espaços para sentar no chão. Processo: O coordenador pedirá que cada participante repre- sente, usando massa de modelar, seu sentimento pelo cur- so. Depois, cada participante deverá falar em voz alta o que quis demonstrar com sua massa de modelar.
  • 41. 41 Fechamento: O facilitador chamará a atenção de todos para as naturais dificuldades de expressão, especialmente quando se trata de demonstrar emoções.
  • 42. 42 DRAMATIZAÇÃO: A ADOLESCÊNCIA Objetivos: Propiciar aos participantes a oportunidade de viven- ciarem determinadas situações no papel de adolescentes e no de adultos que lidam com adolescentes, em algumas situações problemáticas. Tamanho do grupo: 25 a 40 pessoas. Tempo exigido: 1 hora. Material utilizado: Papéis a serem distribuídos para subgrupos, com fra- ses indicando situações a serem dramatizadas. Ambiente físico: Sala suficientemente ampla para realização do exer- cício. Processo: O Coordenador dividirá a turma em 4 subgrupos, cada um dos quais receberá uma folha de papel com a frase que indica o tema ou situação a ser dramatizada.
  • 43. 43 Cada subgrupo terá 20 minutos para discussão do tema que lhe coube, após o que o subgrupo ou um de seus representantes dramatizará a situação para o grupo todo. Após a apresentação de todos os subgrupos, o Coor- denador deverá fazer as observações necessárias acerca do trabalho, explorando também as sensações experimenta- das pelos membros envolvidos na vivência. Finalmente, cada um dos participantes deve ser insta- do a prestar um depoimento sobre como se sentiu inter- pretando o papel que lhe coube. Sugestões de temas para dramatização: 1 – Uma adolescente que apresenta uma gestação indesejada. 2 – Jovem adolescente vai transar pela primeira vez com a namorada. 3 – Um adolescente descobre-se portador de uma Do- ença Sexualmente Transmissível. 4 – Um adolescente deseja sair da casa dos pais e ir morar sozinho.
  • 44. 44 DRAMATIZAÇÃO: DISFUNÇÕES SEXUAIS MASCULINAS Objetivo: Confrontar educadores com situações de desesta- bilização emocional, advindas de disfunções sexuais mas- culinas, para que repensem suas posições a respeito do assunto e consigam se colocar no lugar de seus pacientes e educandos. Tamanho do grupo: Idealmente de 20 a 30 pessoas, subdivididas em gru- pos de 5 pessoas. Local: Sala ampla, sem carteiras. Material necessário: Nenhum Aquecimento: O grupo deverá caminhar pela sala, observando seu corpo e procurando concentrar-se. Processo: Cada subgrupo deverá dramatizar uma das situação descritas a seguir, para posterior discussão com o grupo.
  • 45. 45 1) – O casal está com dificuldades no relacionamento, pois o marido apresenta algum tipo de disfunção sexual. Cada um deles procura um profissional da área médica para expor o problema. Durante a consulta, ao descre- verem a situação, apresentam diferentes percepções dos fatos, caracterizando uma inadequação sexual. 2) – Situação familiar corriqueira, com marido, mu- lher, filhos, sogra ou empregada, na qual um conflito do dia a dia impede ou dificulta a vivência de uma situa- ção sexual para satisfação de um desejo demonstrado pela esposa. 3) – Num grupo de adolescentes masculinos, como é próprio dessa faixa etária, eles intensificam, valorizam e fantasiam as próprias vivências. Deste grupo, um adoles- cente se destaca e, em voz alta, se questiona, comparando suas próprias vivências com as apresentadas pelos demais. 4) – Um grupo de homens na terceira idade jogando dominó e tecendo comentários a respeito da ausência de um dos frequentadores da roda. Ele não está porque arrumou uma namorada vinte anos mais nova. Comen- tários maldosos a respeito da capacidade do amigo em satisfazê-la. 5) Situação familiar na qual apresentam-se diferentes condutas em relação à sexualidade (filha reprimida, filho mais velho que pode tudo), culminando numa absurda pressão do pai para que o caçula se inicie sexualmente. Fechamento: A discussão com os alunos deverá ressaltar não apenas os fatos inerentes a cada situação simulada, mas também a importância de que o educador tome contato com situa- ções que muitas vezes não fazem parte de seu dia a dia, porém reconhecidamente existem e devem ser levadas em conta.
  • 46. 46 DRAMATIZAÇÃO: DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS Objetivo: Propiciar aos participantes a oportunidade de viven- ciar determinadas situações no papel de Educador, frente à problemática enfrentada pelos portadores de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). Tamanho do grupo: 30 a 35 participantes. Tempo exigido: Uma hora. Material utilizado: Tiras de papel contendo os temas a serem vivenciados pelos participantes. Ambiente físico: Sala ampla. Processo: Os participantes são subdivididos em pequenos gru- pos de 8 a 10 pessoas cada um. Cada subgrupo receberá uma tira de papel com a situação a ser encenada, dentre as
  • 47. 47 sugeridas a seguir. Após 10 a 15 minutos de prazo, cada subgrupo apresentará a todos sua encenação. Os participantes serão instados a apresentar depoi- mentos sobre suas sensações e emoções durante a expe- riência. Fechamento: Os facilitadores deverão realçar o estigma social que acompanha as DST, bem como os aspectos ligados ao temor à morte, em casos de AIDS. É importante também que aponte para as dificuldades que cada um tem em falar de si próprio e em se encarar como “promíscuo”. Algumas situações que podem ser sugeridas para dramatização: 1 – Uma adolescente grávida, descobre-se soroposi- tiva para HIV. 2 – Um pai de família, até onde se sabia austero e prudente, aparece como portador de uma DST. 3 – Médica descobre ser portadora da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida e quer morar só.
  • 48. 48 DRAMATIZAÇÃO: “UMA CEIA DE NATAL” Objetivo: Confraternização dos participantes. Tempo exigido: Uma hora a uma hora e meia. Tamanho do grupo: De 10 a 40 pessoas. Material necessário: Nenhum. Ambiente: Sala ampla. Processo: Uma Ceia de Natal é dramatizada livremente, ficando os participantes soltos na escolha e na interpretação dos papéis. Tem por finalidade levar o indivíduo a uma expres- são espontânea e criativa, que possibilite a recriação dos papéis rigidamente desempenhados na situação real, aná- loga à da apresentação.
  • 49. 49 Fechamento: Fase dos comentários. Esta fase tem função importan- te e que transcende o nível puramente grupal: a de mar- car a relação da temática explicitada no contexto dramáti- co com o contexto social.
  • 50. 50 ESTUDO DE CASOS Objetivo: Promover a reflexão e a discussão acerca de um caso específico que necessite de uma “solução” a ser buscada pelo grupo. Tamanho do grupo: Mínimo de 5 e máximo de 25 participantes. O exercí- cio poderá ser feito com vários subgrupos. Tempo requerido: 1 hora. Ambiente físico: Sala ampla, que possa acomodar os participantes. Material exigido: Uma cópia do Estudo de Caso para cada subgrupo. Um quadro, lousa ou flip-chart para anotações. Processo: 1 – O facilitador pede para que os participantes se dividam em subgrupos.
  • 51. 51 2 – Distribui-se uma cópia do Estudo de Caso para cada subgrupo, que deverá lê-la, discuti-la e refletir sobre o caso, buscando uma “solução” para ele. Cada subgrupo poderá receber casos diferentes, ou todos poderão rece- ber cópias do mesmo caso. 3 – Cada subgrupo deverá eleger um relator, para que este exponha a solução encontrada por seu grupo para o caso em pauta. O facilitador, enquanto isso, anota- rá no quadro os pontos principais das reflexões de cada subgrupo. 4 – Abre-se a discussão para todos os participantes. Fechamento: O facilitador estimulará discussão entre os participan- tes, buscando o enfoque das diferentes interpretações e diferentes soluções encontradas para cada caso. CASO 1 Você é um professor do 2ª série de uma escola particu- lar do interior de São Paulo. Um aluno seu, L. T. (8 anos) foi “encontrado” pelo orientador pedagógico fazendo “tro- ca-troca” no banheiro, com um aluno da 5ª série e o repre- endeu severamente. O pai de L. T., um rico fazendeiro da região, foi a escola e após muita discussão, responsabilizou a escola por omissão, você por irresponsabilidade, o orien- tador por agressão e o aluno da 5ª série por abuso sexual. Além disso, um jornal local relatou o fato pela ótica do pai de L. T., o que deixou a cidade revoltada. Seus alunos, em sala, perguntam a você o que é “omissão”, “abuso sexual” e “troca-troca”.
  • 52. 52 CASO 2 Sua vizinha, M. B. (40 anos), sabendo que você é um Educador Sexual e por isso deve “entender dessas coisas”, procura sua ajuda em uma conversa informal. Conta-lhe então que sua filha, R. S. (17 anos), noiva de um “bom partido”, acaba de decidir desmanchar o noivado por estar apaixonada por uma mulher. Quando ela verbaliza o nome da “namorada” de R. S., você percebe tratar-se de sua sobrinha mais querida. Sem saber desse parentesco, M. B. relata que seu marido a culpa pela “sem-vergonhice” da filha, que quer expulsar de casa. Frente a isso, R. S. decidiu fugir de casa e, com sua “namorada”, vai viver em outra cidade. M. B., chorando desesperada, diz que R. S. é sua única filha e que não sabe o que vai fazer sem sua filha em casa, embora ela “sofra desse mal”. CASO 3 Você trabalha na área de Recursos Humanos de uma grande empresa de construção civil de São Paulo. Por ser também um reconhecido Educador Sexual, o Diretor Financeiro, C. M. (41 anos), o procurou na própria em- presa para conversar sobre “assuntos particulares”. C. B., visivelmente deprimido, relata que a 6 meses sofre de “ejaculação precoce”. Como em todas as vezes que tem relações sexuais com sua esposa “ejacula muito rápi- do”, o que não o satisfaz, acaba se masturbando no banhei- ro em seguida. C. M. relata também que pratica “essa ati- vidade” (a masturbação) diariamente, desde os quatorze anos de idade, e que não acha isso muito normal. Conta ainda que sua esposa revelou-lhe recentemente que não
  • 53. 53 sente prazer nenhum nas relações e que pretende procu- rar um terapeuta sexual. C. M. acredita que seu casamento está falindo, até porque tem mantido relações sexuais extraconjugais com várias mulheres (inclusive algumas colegas de trabalho), achando que sua esposa está descon- fiada disso. Tem tomado um anti-depressivo (Prozac) por conta própria, sem perceber qualquer melhora em seu estado de depressão, o que tem afetado seriamente seu trabalho na empresa.
  • 54. 54 EXCLUSÃO Objetivos: 1 – Permitir aos participantes experimentar cons- cientemente o que significa ser excluído do grupo. 2 – Confrontar sentimentos que se originam da exclusão. 3 – Experimentar processos pelos quais a identida- de social é concedida pelo grupo excluído e aceita pelos membros excluídos. Tamanho do grupo: Ilimitado. Devem ser formados subgrupos de 5 pessoas. Tempo exigido: De uma hora a uma hora e meia. Material utilizado: Refrigerantes e biscoitos. Ambiente: Sala ampla para acomodação dos participantes. Processo: 1 – O facilitador forma subgrupos de 5 pessoas, dei- xando uma pequena distância entre um grupo e outro. O
  • 55. 55 critério para o agrupamento deve ficar por conta dos pró- prios participantes. 2 – Cada subgrupo é orientado para excluir um mem- bro. O critério para exclusão deve ser fixado pelo próprio grupo. Cada subgrupo terá 20 minutos para cumprir essa tarefa. Assim que cada subgrupo tiver escolhido um mem- bro para ser excluído, estes serão encaminhados juntos para um lugar prefixado da sala, o mais distante possível, mas à vista, dos subgrupos originais. 3 – O subgrupo dos “excluídos” é orientado para con- versar entre si. Enquanto isso, é servido refrigerante e bis- coitos para os integrantes dos subgrupos originais, que não devem se comunicar com os membros do subgrupo dos excluídos. 4 – Cada subgrupo original escolhe um porta-voz, que deverá explicar quais foram os critérios usados na exclu- são de um dos seus integrantes. 5 – O facilitador convida a seguir o subgrupo dos excluídos a localizar-se no centro da sala, onde cada um dos seus membros dirá a razão de sua exclusão do sub- grupo original, se acha que essa exclusão foi justa, como se sente em relação ao subgrupo que o excluiu e também em relação aos outros membros do subgrupo dos excluídos. 6 – Os excluídos são então instados a voltarem aos seus grupos de origem e procurarem novamente se integrar. 7 – Reúne-se então o grupo todo e o facilitador apre- senta comentários acerca do exercício realizado, enfati- zando os aspectos sociais e sexuais, as características das pessoas “normais” e das “estigmatizadas”, bem como a interação entre os estigmatizados.
  • 56. 56 EXPOSIÇÃO DE ARTE: “SEXUALIDADE” Objetivos: Fazer a leitura do processo de criação, identificando os sentimentos surgidos na elaboração de um objeto de arte referente a sexualidade. Tamanho do grupo: Ilimitado. Subgrupos de 6 pessoas. Tempo exigido: Aproximadamente uma hora. Ambiente: Sala ou salas suficientemente amplas para a acomoda- ção dos participantes. Material utilizado: Folhas de cartolina, sucata, cola, tintas, pincéis. Processo: 1 – O facilitador solicita aos integrantes do grupo que se dividam em subgrupos de no máximo 6 pessoas. 2 – Propõe que cada subgrupo se utilize do material disponível para confeccionar, em 30 minutos, um objeto de arte que transmita elementos da sexualidade do grupo.
  • 57. 57 3 – Arrumada a “exposição” dos objetos produzidos, solicita-se que um representante de cada subgrupo iden- tifique-se com o objeto e, na primeira pessoa do singular, identifique-se com ele e transmita seu significado para todo o grupo. 4 – Após o término das explanações, o grupo como um todo terá 10 minutos para expressar sentimentos que tenham surgido durante a confecção do objeto ou da sua apresentação, discutindo-se as emoções emergentes duran- te o processo de criação.
  • 58. 58 EXPRESSÃO ARTÍSTICA COMO MEIO DE DAR E RECEBER Objetivos: Vivenciar os problemas ocorrentes em sentimentos, com o dar e receber um presente. Facilitar o relaciona- mento interpessoal através da percepção que se tem do outro. Explorar as dimensões de um encontro breve. Tamanho do grupo: De 30 a 35 participantes. Tempo exigido: Uma hora. Material utilizado: Massa de modelar. Ambiente físico: Sala ampla para acomodar todos os participantes. Processo: Os facilitadores solicitam aos participantes que cami- nhem em silêncio pela sala, e que formem par com alguém por quem se sintam atraídos ou por quem tenham maior afinidade. Pede-se então aos participante que utilizem a
  • 59. 59 massa de modelar para fazer um presente a ser dado ao seu par. Terminada a tarefa, os facilitadores solicitam que cada um entregue o seu “presente” à pessoa escolhida, dizendo os motivos que o levaram a presenteá-la. Fechamento: Os facilitadores pedirão aos participantes para que digam como se sentiram ao dar e ao receber os presentes, enfatizando as dificuldades que a maioria tem para esco- lher o que dar e, principalmente, para receber presentes.
  • 60. 60 FANTASIAS SEXUAIS Objetivo: Estimular a percepção de emoções e comportamen- tos frente à declaração de fantasias sexuais. Tamanho do grupo: Indefinido. Subgrupos de quatro a sete participantes. Tempo exigido: Aproximadamente uma hora. Material: Objetos estimuladores da sexualidade (meias femini- nas, echarpe, cueca, etc.). Ambiente: Sala ampla. Processo: 1 – O critério da subdivisão em grupos será feito atra- vés da eleição de um objeto, que será apresentado pelo facilitador. 2 – Com a posse do objeto, o grupo se reúne para discutir e criar uma fantasia sexual.
  • 61. 61 3 – Os subgrupos escolherão um relator, que expli- citará a fantasia criada. O relato deve ser feito na primeira pessoa do singular. 4 – Os subgrupos discutirão os sentimentos emergen- tes através da escuta dos relatos dos outros subgrupos. 5 – Os subgrupos elegerão novo relator para decla- rar (na primeira pessoa do singular) as emoções causadas pelos outros relatos. Fechamento: As emoções serão compartilhadas e discutidas por todos, sob a coordenação do facilitador, que enfatizará os aspectos mais importantes dos sentimentos desenca- deados.
  • 62. 62 IMPROVISAÇÃO: CRIAR UMA DINÂMICA DE GRUPO Objetivos: Estimular os participantes a utilizarem os conheci- mentos teóricos obtidos no decorrer do Curso, formulan- do uma DG de qualquer tipo. Avaliar os conhecimentos transmitidos. Tamanho do grupo: Vinte a trinta pessoas. Tempo exigido: Uma hora. Ambiente físico: Sala ampla, sem carteiras. Processo: Os alunos serão divididos em subgrupos, e a eles será pedido que, com base nas aulas que já tiveram, montem dinâmicas de grupo, painéis de discussão, etc., para apre- sentação posterior para toda a sala. Fechamento: Deve ser chamada a atenção do grupo para a necessi- dade de conhecimento e domínio das diferentes técnicas
  • 63. 63 de dinâmica. Esse tipo de conhecimento torna impro- visações de qualquer tipo viáveis, o que num projeto de educação é sempre necessário.
  • 64. 64 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO Objetivo: Deixar claro aos participantes a dificuldade em iden- tificar comportamentos ou situações que podem ser carac- terizadas como sensuais ou como sexuais, pois o que é sensual para um pode ser sexual para outros. Tamanho do grupo: De 20 a 35 participantes. Tempo exigido: Cerca de uma hora. Material utilizado: Cópias do texto a ser analisado. Canetas com tinta azul e vermelha Ambiente físico: Sala ampla, com carteiras. Processo: Explicar os objetivos da dinâmica, e solicitar que se dividam 4 ou cinco subgrupos. Cada subgrupo deve ler o texto em conjunto e promover discussão sobre o que cada um e o que o grupo julga como sendo sensual ou sexual,
  • 65. 65 sublinhando cada situação com uma das cores de canetas fornecidas. As conclusões de cada subgrupo serão apre- sentadas por um relator, eleito pelo próprio subgrupo. Após a discussão, os grupos se reúnem e o relator de um dos grupos apresenta a todos as passagens que seu grupo considerou como sensuais ou como sexuais, jus- tificando esses conceitos. A seguir, os relatores dos outros grupos apresentarão os pontos de concordância ou não com o primeiro relator, devendo ser dado a todos a opor- tunidade de expor os motivos das concordâncias ou dis- cordâncias. Fechamento: Os facilitadores devem chamar a atenção para as dife- renças surgidas, mostrando a todos que certos concei- tos não podem ser “fechados” e que deixa de haver una- nimidade em inúmeros pontos referentes à sexualidade humana. TEXTO PARA LEITURA E INTERPRETAÇÃO PENSANDO EM VOCÊ Acabo de acordar. O relógio marca 7 horas. O frio dá uma sensação de preguiça. Levanto-me com certa dificul- dade, pois sair da temperatura morna do cobertor e sentir o ar gélido do meu quarto não é algo agradável. Sinto que a cama está maior sem você ao meu lado. São cinco dias que durmo sem você e ainda sinto falta de seu corpo, de seu cheiro, de sua respiração. Vou até a janela e abro a cortina. O sol invade o quar- to, dando um aspecto alegre. As árvores, nessa época do ano, estão sem folhas, a grama está seca. Essa visual meio
  • 66. 66 árido não elimina minha percepção de beleza da paisa- gem que vejo. Volto para a cama e começo a lembrar de você. Sinto saudade. As cenas do nosso último encontro passam em minha tela mental, produzindo uma sensação muito prazerosa. Imagino que estamos novamente naquela ade- ga. O sabor do vinho se mistura com o sabor do teu beijo molhado. Meu corpo vibra, se aquece, como se estivesse se repetindo aquele momento. Lembro-me que seu beijo e seu abraço, inicialmente aconchegantes, vão aos poucos se tornando intensos e fortes. A excitação foi tomando conta de nossos corpos e da nossa mente. E agora, como se estivesse com você, vou sentindo em minha roupa a umidade do carinho e dos toques que recebi. Já é hora de sair da cama. Logo você vai chegar e gostaria de preparar um café especial. Depois de um banho morno, fico mais disposta. Colo- co um disco de música romântica. Preparo a mesa com sabores gostosos de geléias, frutas e biscoitos. A campainha toca e tenho certeza que é você. São 8:30 horas. O abraço que você me dá traduz-se por uma saudade intensa. Pouco nos envolvemos com o café, pois muitas coisas haviam a serem ditas. A conversa foi estimulante. Fiquei contente em saber que tudo havia ocorrido como você esperava. Não vimos o tempo passar. Já eram 10:30 horas. Fomos para a sala escutar música, como sempre gos- tamos de fazer. Logo era hora do almoço e os amigos nos esperavam num restaurante. Passamos o restante do dia com os amigos, num clima alegre. À noite estávamos em casa; tomamos um banho e fomos para o quarto, que estava iluminado pela lua cheia.
  • 67. 67 Nossas carícias produziam sensações agradáveis. Sentia que em cada parte do seu corpo que eu tocava era como se você percebesse diferente. A excitação do toque nos lábios induzia ao desejo da carícia genital. Nossos toques se transformaram em movimentos sincronizados e arden- tes do envolvimento de nossos corpos. Do calor veio o êxtase. Do clímax veio a calma e o aconchego. Trocamos amor, fazendo amor, sentindo amor. Dormimos felizes.
  • 68. 68 LIBERAÇÃO LÚDICA DAS FANTASIAS Objetivo: Fazer com que os indivíduos fantasiem, num exercí- cio saudável de capacidade imaginativa. Vivenciar e enten- der a importância das fantasias eróticas para a vida sexual. Vivenciar os problemas com sentimentos que aparecem ao esboçar uma fantasia erótica. Tamanho do grupo: 30 participantes. Tempo exigido: Uma hora. Material utilizado: Uma boneca. Ambiente físico: Sala ampla, sem carteiras. Processo: Os facilitadores solicitam aos participantes que for- mem um círculo. Será dada a instrução para que cada par- ticipante faça e diga o que quiser para a boneca, liberando ludicamente sua fantasia. Após fazer isso, passará a boneca
  • 69. 69 para o colega da direita, que deverá evitar repetir os que o antecederam. Quando todos tiverem terminado suas tarefas, os facilitadores solicitam que os participantes formem pares; cada elemento do par deverá fazer no outro exatamente o que fez e disse para a boneca. Fechamento: Ao término do exercício, os facilitadores devem soli- citar aos participantes depoimentos sobre suas sensações durante o exercício.
  • 70. 70 O AMOR, O QUE É? Objetivo: Levar os participantes a perceber que as pessoas, em função de diferentes histórias de vida, têm diferentes pos- turas sobre esse tema. Levá-los também a refletir como sentem, intimamente, o tema proposto. Tamanho do grupo: Vinte a trinta pessoas. Tempo exigido: 1 hora. Ambiente físico: Sala de aula ampla, com as carteiras dispostas em círculo. Aquecimento: Caminhando em silêncio, perceber o seu corpo. Processo: Cada participante recebe uma folha de papel, sendo- lhe solicitado que complete, individualmente, a frase: “O amor é...”
  • 71. 71 Em seguida, as folhas serão recolhidas e os partici- pantes devem se dividir em 3 grupos. Para cada grupo será sorteado um tema: 1) Amor altruísta 2) Amor romântico 3) Amor biológico Cada grupo deve defender seu tema como o tipo mais “certo” de amor. Isso deve ser feito por escrito e depois lido para toda turma por um dos participantes de cada grupo. Fechamento: O coordenador deverá então, analisar cada argumen- to usado pelos grupos, ressaltando a importância de todas as formas de amor.
  • 72. 72 PAPEL DO EDUCADOR SEXUAL Objetivo: Levar o grupo a uma reflexão sobre o papel do educa- dor sexual. Tamanho do grupo: Ilimitado. Subgrupos de 3 a 10 pessoas. Tempo exigido: De uma hora a uma hora e meia. Ambiente: Sala ampla. Material: Papel e lápis para cada participante. Processo: 1 – Aquecimento do grupo; o facilitador pedirá que cada integrante individualmente escreva 3 características esperadas num educador sexual e 3 características que esse educador não deve ter. Os papéis serão entregues ao facilitador. 2 – O grupo é dividido, ao acaso, em subgrupos com 3 a 10 participantes cada um.
  • 73. 73 3 – Os papéis entregues ao facilitador serão distribuí- dos ao acaso entre os participantes dos subgrupos, que discutirão as características positivas ou não ali listadas. 4 – Cada subgrupo apresentará suas conclusões sobre quais devem ser as características desejáveis do educador sexual através de uma imagem, sem se utilizar palavras. 5 – Será aberta discussão, sob a coordenação do facilitador. Fechamento: O facilitador enfatizará as dificuldades enfrentadas sempre que se queira reduzir um assunto tão complexo como este. Enfatizará ainda a importância da linguagem não verbal na comunicação entre as pessoas.
  • 74. 74 PISO MÁGICO Objetivo: Este jogo se propõe a provocar a capacidade de imagi- nação e fantasia dos adultos, sempre relegados a um segun- do plano. Pode ser utilizada como uma Dinâmica isolada, ou como técnica de aquecimento para outras Dinâmicas. Tamanho do grupo: De 20 a 30 participantes. Tempo exigido: 15 a 30 minutos. Material necessário: Nenhum. Ambiente físico: Sala ampla e arejada, de dimensões tais que permita a livre locomoção dos participantes. Processo: O grupo todo deve andar livremente pela sala, imagi- nando que está caminhando sobre pedras; na areia quen- te; na beira da praia, na grama; na chuva; em um dia de
  • 75. 75 intenso calor; sobre a neve; na atmosfera; onde não há gravidade; num bosque florido, etc. Fechamento: O facilitador enfatizará a importância do uso da fan- tasia para um melhor relacionamento interpessoal, bem como nos atos da vida diária.
  • 76. 76 RÓTULOS Objetivo: O exercício demonstra a facilidade com que as pes- soas são rotuladas e reduzidas ao que se pode ver na “em- balagem”, sem que tenham tempo de mostrar o que real- mente são. Tamanho do grupo: Vinte ou trinta pessoas, dispostas em sete (7) sub- grupos. Tempo exigido: 1 hora. Material utilizado: Cartões e fita adesiva. Ambiente físico: Sala de aula ampla, sem carteiras. Processo: Sete dos integrantes, um de cada subgrupo, recebe- rão – sem que saibam o que nele está escrito – um rótulo a ser aderido à sua testa. Nos rótulos estarão escritas frases como as que se seguem:
  • 77. 77 • SOU ENGRAÇADO, RIA. • SOU TÍMIDO, AJUDE-ME. • SOU SURDO, GRITE. • SOU MENTIROSO, DESCONFIE. • SOU CRIATIVO, OUÇA-ME. • SOU INSIGNIFICANTE, IGNORE-ME. • SOU MUITO PODEROSO, BAJULE-ME. Os membros do grupo devem andar pela sala, se rela- cionando de acordo com os dizeres dos papéis colados à testa da pessoa de quem se aproxima. Fechamento: O facilitador perguntará a cada um dos ‘rotulados’ como se sentiu naquela situação, e que tipo de percepção teve sendo assim discriminado.
  • 78. 78 SEXUALIDADE DO PROFISSIONAL Objetivos: Tentar qualificar um bom educador sexual; Esclare- cer conceitos de valores e ética profissional. Tamanho do grupo: De 30 a 35 participantes. Tempo exigido: Uma hora. Material utilizado: Cópia dos itens profissionais. Caneta ou lápis. Ambiente físico: Sala ampla, com carteiras. Procedimento: Os participantes são divididos em subgrupos de 5 a 8 pessoas, recebendo cada subgrupo uma cópia dos atri- butos profissionais, sendo instruídos a colocá-los em uma ordem decrescente de prioridade. Cada subgrupo apre- sentará então suas conclusões, que devem – na medida do possível – serem atingidas por consenso. As opiniões dos diversos subgrupos são debatidas, tendo todos os partici- pantes oportunidade de se manifestar.
  • 79. 79 Fechamento: Os facilitadores devem enfatizar: – as dificuldade para se chegar a um consenso dentro de cada grupo; – a multiplicidade de enfoques possíveis; – as dificuldades de se lidar com conceitos simplistas, tipo “certo/errado”, em temas complexos como este. Cada participante deve expressar seus sentimentos ao vivenciar a dinâmica. Atributos profissionais: 1 – Experiência educacional 2 – Competência 3 – Maturidade psicossocial 4 – Empatia 5 – Ausência de preconceitos 6 – Ética 7 – Flexibilidade 8 – Qualidades pedagógicas 9 – Permissividade 10 – Capacidade de perceber o que sentiria caso esti- vesse na situação e na circunstância experimentada por outra pessoa. 11 – Habilidade do educador em não julgar o com- portamento sexual dos educandos. 12 – Capacidade de consentir, de ser indulgente, de ser tolerante. 13 – Capacidade de esclarecer, ensinar, educar. 14 – Habilidade na escolha e ajustamento da atitude técnica mais adequada. 15 – Não utilização do educando para gratificações neuróticas. 16 – É o estar bem, isto é, ajustado consigo mesmo e praticamente seguro de sua sexualidade.
  • 80. 80 SEXUALIDADE DENTRO DA FAMÍLIA Objetivo: Identificação dos conceitos culturais sobre sexualidade. Tamanho do grupo: Ilimitado. Tempo exigido: De uma hora a uma hora e meia. Material necessário: Nenhum. Ambiente: Sala suficientemente ampla. Processo: 1 – O facilitador solicita que o grupo maior divida-se em subgrupos, pelo critério dos países de origem de seus ancestrais. 2 – Os subgrupos discutirão a respeito das formações e informações sexuais recebidas durante sua criação, basea- da em sua família de origem. 3 – Cada subgrupo irá demonstrar em plenária a con- clusão da discussão do tema através de uma “estátua” ou de uma cena (imagem não verbal).
  • 81. 81 Fechamento: O facilitador coordenará a discussão, enfatizando as diferenças e similitudes constatadas, bem como suas impli- cações para o comportamento sexual futuro dos envol- vidos.
  • 82. 82 TORNAREM-SE CONHECIDOS Objetivos: Ajudar os membros do grupo a se conhecerem, de uma maneira fácil e não ameaçadora. Explorar os senti- mentos que se originam desse conhecimento. Explorar as dimensões desse encontro. Enfatizar a necessidade de saber escutar cuidadosamente durante uma conversa. Treinar a memória. Tamanho do grupo: De 25 a 35 pessoas. Tempo exigido: Aproximadamente uma hora. Material necessário: Nenhum. Ambiente: Sala ampla, com carteiras. Processo: O facilitador forma subgrupos a dois, orientando a todos para que, durante cinco a dez minutos conversem e procurem se conhecer mutuamente, focalizando as carac-
  • 83. 83 terísticas pessoais de cada um. Importa lembrar que esse exercício visa igualmente treinar para o “saber ouvir”. Para isso, convém assegurar-se que entendeu bem, dizen- do por exemplo “o que ouvi dizer foi...”. Após dez minutos forma-se um círculo maior, caben- do a cada participante apresentar seu colega a todos. Aquele que está sendo apresentado não deverá intervir durante a apresentação, podendo entretanto complemen- tá-la ou corrigi-la ao final. Fechamento: Os facilitadores coordenam a discussão, procurando focalizar os sentimentos de cada um, ao apresentar seu colega e ao serem apresentados ao grupo.
  • 84. 84 TREINAMENTO ASSERTIVO Objetivo: É um procedimento que tem como meta fazer com que as pessoas se conduzam afirmativamente nos diferen- tes momentos de sua existência. Tamanho do grupo: Qualquer tamanho. Tempo exigido: Uma hora. Material utilizado: Nenhum. Ambiente físico: Sala com cadeiras moveis, suficientemente ampla para acomodar a todos. Processo: Os participantes são instados a sentarem-se em duplas, um de frente para o outro. Pede-se então que sucessiva- mente formulem um elogio ou transmitam qualquer outra mensagem que gostariam de transmitir nesse momento para a pessoa sentada em sua frente.
  • 85. 85 Fechamento: Quando todos tiverem terminado de falar, os facilita- dores devem chamar a atenção para o conceito de assertivi- dade e para as dificuldades que encontramos em assumí-la. Devem ser enfatizados os vários componentes do compor- tamento assertivo, tais como: Olhar nos olhos; Postura corporal; Linguagem gestual; Expressão facial; Tonalidade e volume da voz; Escolha do momento apropriado; Uso do pronome “eu”. A seguir, pede-se que todos repitam a tarefa, procu- rando respeitar os itens acima assinalados. Finalizando, os facilitadores devem fazer observações sobre o comportamento de cada um dos participantes.
  • 86. 86 TÚNEL DO TEMPO Objetivo: Este jogo favorece ao indivíduo a atenção para a sua sexualidade, que sempre estará presente em todos os mo- mentos de sua vida, inclusive a profissional. Tamanho do grupo: Vinte a trinta pessoas. Exercício individual. Tempo exigido: 10 minutos Material necessário: Nenhum. Ambiente físico: Sala de aula ampla, sem carteiras. Processo: Pede-se que os participantes se acomodem confor- tavelmente, que procurem relaxar e que fechem os olhos. O facilitador os conduz à uma viagem no túnel do tem- po. Nessa viagem, irão até o útero de suas mães, para daí começar uma lenta viagem de regresso aos nossos dias, passando por todas as fases de desenvolvimento até a vida
  • 87. 87 adulta, registrando os fatos referentes a sua sexualidade. Ao abrirem os olhos, o facilitador pede que os participan- tes guardem para si o conteúdo da viagem. Este conteú- do deverá estar sempre presente, para que o profissional possa trabalhar a sexualidade do outro com maior tran- qüilidade.
  • 88. 88 ABRIGO NUCLEAR Objetivo: Propiciar, através da vivência e da discussão, que os participantes possam questionar valores e conceitos mo- rais, bem como demonstrar a dificuldade de um exercício de consenso quando esses valores estão em jogo. Tempo exigido: 1 hora Tamanho do grupo: 25 a 40 pessoas Material utilizado: Uma cópia do texto “Abrigo Nuclear” e uma folha para anotações, para cada subgrupo. Ambiente físico: Sala ampla, que possa acomodar os participantes. Processo: 1 – O grupo é dividido em três subgrupos, com o mesmo número de pessoas. 2 – Distribui-se para cada subgrupo uma cópia do tex- to “Abrigo Nuclear” e uma folha em branco para anota-
  • 89. 89 ções. O facilitador deve ler em voz alta a atividade, pedin- do que todos acompanhem a leitura e esclarecendo even- tuais dúvidas. É importante que seja enfatizado que cada subgrupo deve discutir as propostas e entre em consenso. Os subgrupos terão 20 minutos para terminar esta etapa, e devem eleger um representante. 3 – Abre-se um círculo e os representantes de cada subgrupo verbalizam a posição de consenso do subgrupo. É importante que se frise que, quando o representante estiver falando, os outros participantes do subgrupo não podem emitir opiniões, nem a favor nem contra. 4 – Depois de todos os subgrupos exporem suas opi- niões, todos poderão concordar ou discordar das escolhas feitas. O facilitador deve estimular os participantes a dis- cutir a respeito dos aspectos morais envolvidos. TEXTO: “ABRIGO NUCLEAR” Ocorrida uma hecatombe nuclear, restaram no plane- ta uma dezena de sobreviventes. Por serem ainda elevadas as taxas de radiação, é necessário que as pessoas se abri- guem. Entretanto, existe apenas um abrigo nuclear, onde poderiam encontrar refúgio somente cinco (5) pessoas. A tarefa do subgrupo consiste em selecionar, do gru- po de dez sobreviventes, as cinco pessoas que irão ocupar o abrigo. São sobreviventes: • Uma adolescente de 15 anos, débil mental, com QI abaixo de 20. • Um padre de 78 anos. • Um físico nuclear de 35 anos, que já cometeu reco- nhecidamente vários assassinatos. • Um homossexual de 45 anos.
  • 90. 90 • Uma prostituta de 43 anos. • Um psicopata de 35 anos e sua esposa de 31 anos, que aceita ir para o abrigo apenas se seu marido for junto. • Uma mulher de 26 anos, que havia feito voto de castidade. • Um rapaz de 27 anos, impotente primário. • Um rapaz de 18 anos, que já havia tentado por duas vezes o suicídio.
  • 91. 91 SACO TÁTIL Objetivo: Fazer com que os participantes lidem com o desco- nhecido, a surpresa e o inesperado. Tamanho do grupo: 20 a 30 participantes Tempo necessário: 60 minutos Ambiente físico: Sala ampla Material necessário: Um saco plástico preto e aproximadamente 30 obje- tos difíceis de serem identificados pelo tato. Processo: O facilitador passa o saco preto com os objetos para que cada participante nele introduza a mão e tente, em 15 segundos, identificar pelo tato o maior número possível de objetos, sem se manifestar. Após terminado seu tempo, cada participante deve anotar num papel, que manterá guardado, os nomes dos objetos que conseguiu identifi-
  • 92. 92 car. Depois que todos tiverem examinado o saco pelo tato, ele será aberto e os objetos mostrados a todos, um a um. Fechamento: O facilitador deve discutir os aspectos do novo e a coragem de explorar uma situação desconhecida. O gru- po deve discutir como a mudança de perspectiva altera a percepção, e como é difícil demonstrar ou lidar com qual- quer coisa, sem que dela se tenha conhecimento prévio.
  • 93. 93 DINÂMICA DA ELEIÇÃO Objetivos: Discutir os processos decisórios inerentes à toda e qual- quer atividade humana. Mostrar as dificuldades usuais para expressão não verbal. Tamanho do grupo: Qualquer. Tempo exigido: De uma hora a uma hora e meia. Material necessário: Nenhum. Ambiente físico: Sala ampla. Aquecimento: O grupo deve ser subdividido em quatro, através da escolha de papéis de cor branca, preta, rosa ou azul. Depois, os subgrupos rosa e azul, e branco e preto, serão reunidos e será pedido a eles que discutam sobre os meca- nismos e os prós e contras de eleições diretas e indiretas. Após uma breve discussão, cada um dos dois grupos for-
  • 94. 94 mados deverá eleger através do sistema que concluiu ser o melhor (eleição direta ou indireta) três representantes, que cada grupo acredite serem os que se expressam me- lhor de forma não verbal. Feito isso, pede-se que os participantes escolham o nome de três filmes. Os representantes de cada grupo irão até o grupo oposto, onde lhes será informado o nome do filme que cada um irá representar para seu próprio grupo. O tempo de cada uma para essa representação será de um minuto e meio. Fechamento: O facilitador deverá pontuar para o grupo as diferen- ças de interpretação emergidas, tanto quanto às expres- sões não verbais quanto aos temas que se referem a con- ceitos pessoais. Deve ainda ser ressaltada a não existência de certo ou errado, mas sim de vivências e interpretações individuais.
  • 95. 95 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA Abreu, M. C. e Masetto, M. T. O professor universitário em aula. prática e princípios teóricos. Coleção Educação Contemporânea. São Paulo: Cortez Editora; 1980. Antunes, C. Manual de Técnicas de dinâmica de Grupo de Sensibilização de Ludopedagogia. Petrópolis: Vozes; 1987. Fritzen, S. J. Exercícios práticos de Dinâmica de Grupo. 2 vols. Petrópolis; Vozes; 1987. Monteiro, R. F. Jogos dramáticos. Ágora, 1991. Klein, A. F. Serviço Social através do processo de grupo. 2ª ed., Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1979. Lima, L. O. Treinamento em Dinâmica de Grupo no lar, na empresa, na escola. 7ª ed., Petrópolis, Vozes, 1982. Minicucci, A. Dinâmica de Grupo – teorias e sistemas. São Paulo, Atlas, 1982. Zander, C. Dinâmica de Grupo. 2 vols., 3ª ed., São Paulo, EPU, 1975.
  • 96. Nelson Vitiello é médico, formado pela Faculdade de Medicina da Pontífica Universidade Católica de São Paulo, especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira da Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). É Doutor em Medicina pela USP e, atualmente, exerce as funções de Professor Assistente Doutor na Disciplina de Ginecologia e Obstetrícia do Departamento de Saúde Materno Infantil da Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André, São Paulo. É especialista no atendimento a adolescentes, com Curso de Especialização feíto no Centro de Atención a Adolescência (CORA), no México. Tem Título de Especialista em Educação Sexual concedido pela Federación Latinoamericana de Sociedades de Sexologia y Educación Sexual (FLASSES). Desde maio de 1993 é o Presidente da Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana (SBRASH). É autor, co-autor ou editor de 17 livros e de mais de uma centena de trabalhos publicados em revista nacionais e internacionais, muitos dos quais sobre adolescência, sexualidade e educação sexual. Desde 1993 é o Coordenador dos Cursos de Pós- Graduação Lato sensu em Educação Sexual, promovidos pela Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana e pela Câmara de Pós-Graduação da Faculdade de Medicina do ABC.