1. Arte no Mundo
Moderno e Contemporâneo
Viviane Marques
2. Modernismo
• Sob o termo genérico Modernismo resumem-se as
correntes artísticas que, na última década do século
XIX e na primeira do século XX, propõem-se a
interpretar, apoiar e acompanhar o esforço
progressista, econômico-tecnológico, da civilização
industrial.
3. Tendências Modernistas
• A deliberação de fazer arte em conformidade com sua época e a renúncia à
inovação de modelos clássicos, tanto na temática como no estilo;
• O desejo de diminuir a distância entre as artes maiores e as aplicações aos
diversos campos da produção econômica (construção civil, decoração,
vestuário, etc.);
• A busca de uma funcionalidade decorativa (o valor não é a realidade
representada no quadro mais o objeto e sim, o próprio quadro como objeto
fabricado);
• A aspiração de um estilo ou linguagem internacional ou européia;
• O esforço em interpretar a espiritualidade(a arte não representa, revela por
signos uma realidade que está aquém ou além da consciência) que se dizia
inspirar e redimir o industrialismo.
4. Modernismo
• Por volta de 1910, quando ao entusiasmo pelo
progresso industrial sucede-se a consciência da
transformação em curso nas próprias estruturas da vida
e da atividade social, formar-se-ão no interior do
Modernismo às vanguardas artísticas preocupadas não
mais apenas em modernizar ou atualizar,e sim em
revolucionar radicalmente as modalidades e finalidades
da arte.
• Do modernismo, os estilos que deixaram grandes
marcas responsáveis por várias transformações são
denominadas de vanguardas artísticas
5. Movimento e Estilos Modernistas
• Derivada do termo militar francês avant-garde (extremidade
dianteira de uma unidade de combate), a palavra vanguarda
refere-se à parcela de ideias mais avançadas de determinado
grupo.
• No caso das artes plásticas, as vanguardas históricas são as
correntes artísticas do início do século XX cuja produção
propagava novas técnicas e procedimentos formais radicalmente
à frente do tradicional contexto operativo da arte em seus
respectivos países.
• A ação dos grupos vanguardistas propunha um amplo
questionamento dos valores vigentes na sociedade, com a
transgressão da cultura e a negação do passado. Exemplos:
Construtivismo russo, Suprematismo, Futurismo, Surrealismo e
Dadaísmo.
6. Vanguardas Históricas
• Derivada do termo militar francês avant-garde (extremidade
dianteira de uma unidade de combate), a palavra vanguarda
refere-se à parcela de ideias mais avançadas de determinado
grupo.
• No caso das artes plásticas, as vanguardas históricas são as
correntes artísticas do início do século XX cuja produção
propagava novas técnicas e procedimentos formais radicalmente
à frente do tradicional contexto operativo da arte em seus
respectivos países.
• A ação dos grupos vanguardistas propunha um amplo
questionamento dos valores vigentes na sociedade, com a
transgressão da cultura e a negação do passado.
• Exemplos: Cubismo, Futurismo, Suprematismo, Construtivismo
russo, Dadaísmo, Neoplasticismo eSurrealismo .
7. Cubismo
• O cubismo marca uma mudança radical na concepção das linguagens
plásticas do século XX.
• Surge por volta de 1908 com a estreita colaboração entre Pablo Picasso
(1881-1973) e Georges Braque (1882-1963).
• Os artistas recusam a superfície do quadro como plano ilusório de
representação, e propõem um sistema de apreensão da realidade que torna
evidente o próprio mecanismo construtivo do quadro.
• Partem do objeto, que é analisado em suas mútiplas vistas e integrado à tela
plana com pequenas facetas de tinta que efetivam a justaposição das vistas
numa única imagem (visão simultânea), e fazem a ligação entre fundo e
figura, dando o mesmo tratamento pictórico ao objeto e ao espaço que o
circunda.
• A colagem cubista é uma inovação técnica de 1912, utilizada por quase
todas as vanguardas artísticas.
• Parte da superfície do quadro como espaço real capaz de receber coisas
retiradas diretamente da realidade, que passam a funcionar como elementos
da construção plástica: pedaços de papel, jornal ou tecidos colados junto a
áreas pintadas podem se tornar instrumentos musicais ou garrafas.
• Outros representantes: Juan Gris (1887-1927), Robert Delaunay (1885-1941),
Henri Laurens (1885-1954), Fernand Léger (1881-1955).
8. Pablo Ruiz Picasso
As Senhoritas de Avignon
Museu de Arte Moderna
New York
13. Pablo Ruiz Picasso,Guitarra, partitura, vaso,1912.
Aguada, carboncillo y papiers collés.
47.9 x 36.5 cm. Marion Koogler McNay Art Institute.
San Antonio. TX. USA.
15. Futurismo
• É um movimento de vanguarda italiano que proclama o
dinamismo da vida moderna ao tematizar o movimento das
metrópoles, com seus carros velozes e sua energia luminosa
através de experimentações plásticas e musicais.
• Foi fundado pelo poeta Filippo Tommaso Marinetti (1876-1944)
em 1909, quando publica o manifesto futurista no jornal francês
Le Figaro e incita à ação e à subversão radical da cultura e das
tradições sociais.
• A noção de movimento é exaltada ideológica e plasticamente: a
fim de celebrar a velocidade e a energia mecânica, os futuristas
se interessam pela análise das formas dinâmicas e fragmentam
as imagens na intenção de captar o próprio ritmo vibrante do
movimento urbano moderno.
• Outros representantes: Umberto Boccioni (1882-1916), Luigi
Russolo (1885-1947), Carlo Carrá(1881-1966), Giacomo Balla
(1871-1958), Antonio Sant’Elia (1888-1916).
• O futurismo influenciou a fotografia de Anton Bragaglia (1890-
1960).
17. Marcel Duchamp, Desnudo bajando una escalera nº 2 1912.
Óleo sobre tela. 146 x 89 cm. Colección Louise y Walter Arensberg.
Philadelphia Museum of Art. Filadelfia. USA.
18. Suprematismo
• É uma corrente da vanguarda russa de tendência construtiva
formulada em 1913 por Kasimir Malevich (1878-1935), que
propõe uma redução da arte pictórica a seu elemento
determinante, o sentimento puro da forma, da cor e da superfície.
• Malevich defende a abstração em prol da autêntica essência da
arte: a imaterialidade de um mundo “sem objetos” que pode ser
interpretado como parte da utopia da Revolução Soviética de
1917 e sua concepção proletária de desapego material.
• O pensamento suprematista exerce grande influência nas
pesquisas da Bauhaus, assim como no trabalho dos artistas
construtivistas El Lissitzky (1890-1941) e Alexander Rodchenko
(1891-1956).
21. Kasemir Malevich, Elementos fundamentasi do suprematisto, c. 1913
Óleo sobre tela, 84 x 69,5 cm, Stedelijk Museum.Amsterdã
22. Construtivismo
• O construtivismo é um movimento de vanguarda surgido na
Rússia e que pretende a propagação da forma visual pela
sociedade através de construções geométricas reveladoras de
um espírito racionalista.
• É constituído a partir de 1915 em torno de Vladimir Tatlin (1885-
1953), artista convicto do poder de penetração da arte no
circuito da vida social, para a satisfação das necessidades
físicas e intelectuais da sociedade como um todo.
• Com a Revolução Soviética, cabe ao artista a construção da
nova sociedade proletária através da relação direta e positiva
com os materiais e as técnicas industriais, a engenharia
arquitetônica e os meios de comunicação em massa.
• A partir da década de 1920, o movimento se difunde pelo mundo
e se generaliza na abstração geométrica.
• Outros representantes: Naum Gabo (1890-1977), Antoine
Pevsner (1886-1962), Konstantin Medunetsky (1900-1934),
Josef Albers (1888-1976).
• O construtivismo influenciou a fotografia de Alexander
Rodchenko (1891-1956) e László Moholy-Nagy (1895-1946), o
cinema de Serguei Eisenstein (1898-1948) e Dziga Vertov
(1896-1954) e o design gráfico de El Lissitzky (1890-1941) e dos
irmãos Georgii e Vladimir Stenberg (1900-1933).
23. Wladimir Tatlin - Modelo para o Monumento À Terceira Internacional, 1919-1920
Metal, wood, 500x300 cm.
National Museum of Modern Art, Centre George Pompidou,
24. El Lissitzky, Espaço Proun, 1923 (reconstrução de 1955), madeira, 260x300x300 cm
30. René Clair, fragmento do filme “Entr’acte”, 1924
Dadaísmo
• O dadaísmo, ou Dada, é uma vanguarda internacional fundada
em 1916 por artistas e poetas que contestam os valores
tradicionalmente associados à arte européia, logo à própria
civilização que havia permitido o início da Primeira Guerra
Mundial em 1914.
• Os dadaístas não propõem uma solução formal a partir de uma
relação positiva com a indústria, mas sim problematizam todos os
fatores que determinam a obra de arte como um valor: o artista
como criador original, os métodos e técnicas de produção, a
estrutura institucional.
• Ao enfatizar a arte como idéia ou processo mental em oposição à
valorização final do produto, rejeitam as técnicas de pintura e
escultura e optam por métodos como a colagem e a
fotomontagem.
• Principais representantes: Tristan Tzara (1896-1963), Jean Arp
(1887-1966), Kurt Schwitters (1887-1948), Francis Picabia (1878-
1953), Marcel Duchamp (1887- 1968), Raoul Hausmann (1886-
1971).
• O dadaísmo manifestou-se também na fotografia e no cinema de
Man Ray (1890-1976) e no cinema de Hans Richter (1888-1976)
e René Clair (1898-1981).
34. Marcel Duchamp
L.H.O.O.Q.
1919.
Ready-made rectificado: lápiz sobre
una reproducción de la Gioconda.
19.5 x 12.4 cm.
Colección particular. París. Francia.
37. Francis Picabia
El ojo cacodilato
1921.
Óleo y papel sobre tela.
146 x 114 cm.
Musée National d'Art Moderne. Paris. Francia.
38. Neoplasticismo
• O Neoplasticismo, ou De Stijl, é um movimento de vanguarda holandês
que chega a uma nova concepção da forma através da redução da
diversidade de formas e multiplicidade de cores da natureza à linguagem
universal abstrata das linhas horizontais e verticais e das cores primárias,
preto e branco.
• Foi criado em 1917 por Theo van Doesburg (1883-1931) e Piet Mondrian
(1872-1944), mentor intelectual do movimento, que revela a estrutura
abstrata subjacente à realidade figurada ao estabelecer relações entre
as cores e as linhas através da exclusiva e racional ação do compor.
• Essa concepção racionalista da forma vincula a estrutura à
elementaridade e se estende para o design, a arquitetura e a moda
como recusa de qualquer acréscimo à pura forma construtiva.
• Outros representantes: Gerrit Thomas Rietveld (1888-1964), J. J. Pieter
Oud (1890-1963) e George Vantongerloo (1886-1966).
45. Surrealismo
• É um movimento artístico de origem francesa que tem raízes na teoria
psicanalítica de Sigmund Freud (noção de inconsciente, prática do
automatismo e interesse pelos sonhos).
• Tem seu manifesto publicado em 1924 pelo psiquiatra e escritor André
Breton (1896-1966), que afirma o inconsciente como a prória dimensão da
arte.
• As imagens do inconsciente não seguem um padrão e são reveladas
através de distintas técnicas (pintura tradicional, pintura automática,
colagem, fotomontagem, frottage).
• O que está em jogo é a liberação dos objetos de seus significados
habituais, a associação de imagens contraditórias ou a criação de
paradoxos visuais, ou seja, a desestabilização de categorias
estabelecidas que provoca e envolve o espectador através da estranheza.
• Principais representantes: Joan Miro (1893-1983), Salvador Dali (1904-
1989), René Magritte (1898-1967), Max Ernst (1891-1976), André Masson
(1896-1987).
• O surrealismo se manifestou também na fotografia de Man Ray (1890-
1976) e Raoul Ubac (1910-1984) e no cinema de Luis Buñuel (1900-1983)
e Germaine Dulac (1882-1942).
54. Arte Contemporânea
• Os balanços e estudos disponíveis sobre arte contemporânea tendem a
fixar-se na década de 1960, sobretudo com o advento da arte pop e
do minimalismo, um rompimento em relação à pauta moderna, o que é
lido por alguns como o início do pós-modernismo.
• Impossível pensar a arte a partir de então em categorias como "pintura"
ou "escultura".
• A cena contemporânea - que se esboça num mercado internacionalizado
das novas mídias e tecnologias e de variados atores sociais que aliam
política e subjetividade (negros, mulheres, homossexuais etc.) - explode
os enquadramentos sociais e artísticos do modernismo, abrindo-se a
experiências culturais díspares.
• As novas orientações artísticas, apesar de distintas, partilham um espírito
comum: são, cada qual a seu modo, tentativas de dirigir a arte às coisas
do mundo, à natureza, à realidade urbana e ao mundo da tecnologia.
• As obras articulam diferentes linguagens - dança, música, pintura, teatro,
escultura, literatura etc. -, desafiando as classificações habituais,
colocando em questão o caráter das representações artísticas e a própria
definição de arte.
• Interpelam criticamente também o mercado e o sistema de validação da
arte.
55. Pop Art
• Refere-se à arte que emerge com a sociedade de consumo e
incorpora imagens da cultura popular, veiculadas pelos meios de
comunicação de massa.
• O termo foi utilizado pela primeira vez na Inglaterra em 1954, mas
designa um fenômeno sobretudo norte-americano.
• Nos Estados Unidos do início dos anos 1960 pode ser
identificada uma mesma sensibilidade à avassaladora força da
indústria cultural em vários artistas que se apropriam, de modos
distintos, de imagens reproduzidas pela publicidade, televisão ou
nos quadrinhos.
• A Pop Art revela nas suas prórias obras o aspecto anônimo e
serial adquirido na sociedade de massa pelo objeto, que é
consumido por sua imagem e não por seu valor.
• Alguns representantes: Richard Hamilton (n. 1922), Jasper Johns
(n. 1930), Robert Rauschenberg (n. 1925), Andy Warhol (1928-
1987), Roy Lichtenstein (1923-1998), Claes Oldenburg (n. 1929).
59. Andy Warhol – Elvis I e II - Galeria de Arte de Ontario, Toronto
60. Vegetarian Vegetable from Campbell's Soup II, 1969
Andy Warhol (American, 1928–1987)
Screenprint; 35 x 23 in. (88.9 x 58.4 cm)
Gift of Mr. and Mrs. Peter Eider-Orley, 1972
64. Minimalismo
• O minimalismo se refere a uma tendência das artes visuais que ocorre no
fim dos anos 1950 e início dos 1960 em Nova York.
• O minimalismo, a minimal art enfatiza formas elementares, em geral de
corte geométrico, que recusam acentos ilusionistas e metafóricos.
• O objeto de arte, preferencialmente localizado no terreno ambíguo entre
pintura e escultura, não esconde conteúdos intrínsecos ou sentidos
outros.
• Sua verdade está na realidade física com que se expõe aos olhos do
observador - cujo ponto de vista é fundamental para a apreensão da obra
-, despida de efeitos decorativos e/ou expressivos.
• Os trabalhos de arte, nessa concepção, são simplesmente objetos
materiais e não veículos portadores de idéias ou emoções.
• Um vocabulário construído de ideias como despojamento, simplicidade e
neutralidade, manejado com o auxílio de materiais industriais - vidro, aço,
acrílico etc. -, é o núcleo do programa da minimal art.
70. Arte Contemporânea
• Decifra-me ou te devoro.
• Filha do desencanto e das tensões advindos do instável século XX, surge
representando uma ruptura com o que, até então, se chamava arte
moderna.
• A arte contemporânea nasceu, sobretudo, questionadora, amante da
polêmica.
• Oscilando entre a incompreensão e os julgamentos de valor traduzidos
em questões sobre sua utilidade e autenticidade, é alvo de discussões
apaixonadas.
• Joseph Kosuth - texto Arte depois da Filosofia, 1969: o que torna uma
pintura arte é a sua apresentação como uma afirmação de uma idéia de
arte.
71. Ampliação do campo artístico
– intimamente vinculada a uma confusão deliberadamente estabelecida
pelos artistas entreas esferas da arte e da não-arte.
– artistas se aproximam,seja em sua temática, seja na técnica, de uma
cultura popular, vernacular, que lida com pessoas e objetos comuns ou
mesmo desprezados,
– Quanto mais a noção de arte se mistura com elementos exteriores ao
fechado universo das “belas-artes”, mais se desenvolvem estratégias
culturais para a preservação das idéias de unicidade, originalidade,
autonomia,que balizaram o valor artístico desde o Romantismo.
– o universo das “belas-artes”desintegração.
72. Características
• PLURALIDADE: Instalação, performance, fotografia, pintura, vídeo.
Objetos, intervenções, desenhos, esculturas, grafite e gravuras. Isto
quando não nos deparamos com as categorias misturadas, e não
conseguimos definir o que é ou do que é feito o trabalho.
• INCOMUNICABILIDADE: A arte não necessariamente comunica algo.
Assim, ao se deparar com uma obra de arte, cada um se relaciona de um
modo, não existe um único significado para ela. Esta incomunicabilidade
gera diferentes pontos de vista e debate.
• RELAÇÃO ENTRE VIDA E ARTE: A criação artística atual flexibiliza as
fronteiras entre o que é e o que não é arte. Objetos do cotidiano podem se
converter em obras de arte e, por outro lado, as obras de arte passaram a
habitar a paisagem do dia a dia. A fronteira entre a arte e a vida é mais
permeável.
• ESTRANHAMENTO: O estranhamento surge com a arte moderna,
quando o artista passa a ser impulsionado a buscar o novo, ou seja, o
desconhecido. Desde então, a sensação de estranhamento, de
incompletude e de inquietação acompanha a produção artística. Esta
característica não é tão atual, e até hoje ainda não nos acostumamos com
ela, mas é ela que desafia a pensar.
73. Edouard Manet, Olimpia, 1863. Óleo sobre lienzo. 130,5 x 190 cm. Museo de Orsay. París. Francia.
92. Eva Hesse, Right After, 1969
Fiberglass, polyester resin, wire, 548,6 x 121,9 cm
93. Eva Hesse, Ennead, 1966
Acrylic, papier-mâché, plastic, plywood, string
Installation variable, plate: 91,4 x 55,9 x 3,8 cm
Private collection, Boston
118. A maior qualidade intrínseca da arte é sua capacidade de
nos transformar permitindo ver outras realidades.
Viviane Marques, arquiteta e urbanista, crítica e historiadora de artes.