2. INTRODUÇÃO
A Grécia, na Antiguidade, constituem uma grande
influência na formação do pensamento ocidental, a ponto
de ser considerada “berço” da nossa civilização.
Da Grécia, herdamos uma extensa gama de conhecimentos
científicos, filosóficos e políticos que mobilizamos até
hoje.
Devemos aos gregos grande parte de nossa filosofia, de
nossas artes plásticas, nosso interesse pelo teatro, um
vasto conhecimento de literatura e muito de nosso
conhecimento político.
3. FORMAÇÃO DA GRÉCIA ANTIGA
A Grécia Antiga, ocupava as terras ao sul da península
Balcânica, as ilhas do Egeu, o litoral da Ásia Menor (atual
Turquia) e mais tarde o sul da península Itálica.
A partir do século XX a.C., em sucessivas migrações, tribos
de origem indo-europeia ocuparam esse território, que já
era habitado.
Primeiro vieram os aqueus, que fundaram a civilização
micênica e devastaram a civilização minoica da ilha de
Creta. Mais tarde chegaram os jônios, os eólios e, a partir do
século XII a.C. os dórios.
Esses grupos se autodeterminaram helenos e chamaram de
Hélade o território ocupado. Por isso, a cultura grega é
chamada de helenística.
4. PERÍODOS DA HISTÓRIA GREGA
Pré-Homérico ou Micênico (XX a.C. a XII a.C.)
Homérico (XII a.C. a VIII a.C.)
Arcaico (VIII a.C. a V a.C.)
Clássico (V a.C. a IV a.C.)
Helenístico (IV a.C. a II a.C.)
5. A SOCIEDADE MINOICA (CRETENSES)
A arqueologia é a principal fonte dos historiadores para o
conhecimento da civilização minoica. Os palácios, cujas ruínas
foram descobertas e estudas a partir do final do século XIX,
datam um período anterior a 2000 a.C. Minos, do qual deriva
o nome dessa civilização, faz referência a uma dinastia ou a
um título (Rei Minos).
As ruínas de Cnossos, cidade-palácio, permitem formular a
hipótese da existência de uma monarquia na qual o poder se
fundamentava no domínio do mar, a talassocracia (poderio
político e econômico de um Estado baseado no domínio das
rotas marítimas comerciais; domínio dos mares por um
Estado; império marítimo.)
6. A SOCIEDADE MINOICA
A religião era matriarcal,
caracterizada pelo princípio da
fecundidade. A principal divindade
era a Deusa-Mãe, fonte da vida, do
bem e do mal.
Essa importante civilização
prosperou até o século XVII a.C.
Nesse momento, já havia surgido na
Grécia continental um novo grupo
humano.
7. PERÍODO PRÉ-HOMÉRICO
(XX a.C – XII a.C)
Os indo-europeus começaram a chegar à região da Hélade
por volta de 1950 a.C. Os primeiros a chegar foram os
aqueus, arianos de origem indo-europeia, e se
estabeleceram em Micenas, uma cidade da Grécia
Continental.
Por cerca de dois séculos, houve a miscigenação e contato
entre os cretenses e os aqueus, até que, em 1450 a.C., os
aqueus invadiram a ilha de Creta, e os cretenses foram
dominados pelos aqueus. Micenas passou a ser o centro
econômico, político e cultural da região.
8. Não havia unidade política entre os micênicos, e sim reinos
independentes cujos os governantes se dedicavam a guerra.
Prova dessa atividade guerreira aparece em um dos poemas
épicos atribuídos a Homero, a Ilíada.
Essa obra relata a guerra travada pelos aqueus contra a
cidade de Troia (atual Turquia). Pesquisas sugerem que de fato
houve uma guerra para saquear a cidade, rica em tesouros,
que foram pilhadas pelos aqueus.
O domínio micênico perdurou até o século XII a.C. Nesse
momento, uma nova onda de invasões de tribos indo-
europeias (eólios, jônios e dórios), chegaram na região. Mas,
os dórios acabaram com a hegemonia de Micenas e vários
grupos fugiram da região. Esse episódio ficou conhecido como
a Primeira Diáspora.
9. O período que chamamos Homérico iniciou-se com a Primeira
Diáspora e sua característica predominante é a organização da
população em comunidades agrícolas pequenas e fundadas no
princípio do coletivismo igualitário, os genos.
Geno -> unidade econômica, social, política e religiosa. Cada
geno era uma família que produzia de forma coletiva, tudo
pertencia a todos.
O geno era comandado por um patriarca (pater), um homem
da família considerado mais velho e mais sábio. Responsável
também pelas atividades religiosas.
No período Homérico predominou a comunidade gentílica.
PERÍODO HOMÉRICO
(XII a.C – VIII a.C.)
10. Muitos grupos afetados pelas constantes instabilidades,
sobretudo os mais desfavorecidos, abandonaram a região para
se instalarem em outros locais. Esse episódio é chamado
Segunda Diáspora.
Vários genos deram origem a diferentes fátrias (associação
dos genos). Porém com a intensidade do crescimento
demográfico, foi necessário um novo processo de fusão.
As diferentes fatrias formara as tribos. Finalmente as tribos
agruparam-se em unidades ainda maiores denominadas demos
(povo em grego).
O governo dos demos centralizou-se em um único chefe
supremo, o basileu. Deram origem às comunidades
independentes que viriam a ser as pólis.
11. PERÍODO ARCAICO
(VIII a.C. – V a.C.)
Formação da pólis: cidade-Estado grega.
Autarquia (governo próprio), cidades autônomas do ponto
de vista político.
Embora muito diferentes, as poleis gregas tinham
elementos comuns, como a distribuição espacial.
No alto da cidade, ficava a Acrópole (espécie de fortaleza
do rei e o templo da divindade local).
Bem próximo à cidade alta, surgia o Asty, o mercado, que
progressivamente ganhava importância com o fim do
isolamento dos genos.
12. Abrigavam também a ágora, praça utilizada para as reuniões
públicas e para a realização de negócios.
A cidade baixa, com as casas da maioria da população.
Assim como a economia, a estrutura social também era
bastante diversa na pólis. As terras mais férteis ficavam nas
mãos dos eupátridas (grandes proprietários rurais), e em geral
eram cultivadas por homens livres que prestavam serviços em
troca de moradia e alimentação.
Estrangeiros e jovens pobres trabalhavam como agregados e
recebiam remuneração. Além desses empregados, havia os
escravos. Na Grécia Antiga, tornava-se escravo aquele que
não conseguia pagar suas dívidas e aqueles que eram
dominados em guerras.
A camada dominante usufruía do direito da cidadania, da qual
estavam excluídos os camponeses, as mulheres e os escravos.
13. Nessa época, aflorou na Grécia um forte sentimento de
identidade cultural.
Foi somente nesse período que a língua, a religião e outros
padrões comuns a esses quatro povos fizeram com que as
diferenças fossem reduzidas e que os aqueus, eólios, dórios e
jônios passassem a ser considerados um só povo. Esse
sentimento levou-os a se autodesignarem helênicos.
Criaram as Olimpíadas (séc. VIII a.C. ao século V d.C.), jogos
realizados na Olímpia em homenagem a Zeus, pois buscavam
através dos Jogos Olímpicos a paz e a harmonia entre as
cidades que compunham a civilização grega. Uma forma de
manter a identidade enquanto gregos.
14. ESPARTA
Características: militar, xenófoba, agrária e oligárquica.
Esparta foi uma pólis de origem dórica, fundada na
Lacônia, na Península do Peloponeso.
Foi governada por oligarquias (poder exercido por um
pequeno grupo de pessoas).
O Estado era uma diarquia (dois reis, com funções
executivas e militares).
O Estado era militarizado e o modo de vida rigidamente
regulamentado e hierarquizado.
15. O Estado era proprietário de todas as terras e também dos
escravos.
A educação dos espartanos homens era voltada para a
obediência e aptidão física. Aos 18 anos ingressavam no
exército. As meninas ficavam sempre com a família, mas
tinham uma educação severa e centrada em exercícios físicos.
A sociedade era formada por três grupos:
-Espartanos (detentores da cidadania e dos privilégios)
-Periecos (sem direitos políticos e dedicado ao pequeno
comércio da cidade)
-Hilotas (propriedades do Estado e presos as terras exploradas
pelos cidadãos).
16. ATENAS
Características: democrática, cosmopolita, comercial,
filosofia.
Atenas era uma pólis situada na Ática, uma península
muito próxima ao mar e a diversas ilhas.
Sua população descendia dos aqueus, eólios e jônios.
A população ateniense era composta pelos eupátridas
(grandes proprietários rurais), demiurgos (artesãos e
pequenos proprietários), metecos (estrangeiros que
exerciam a atividade mercantil, mas não tinham direitos
políticos) e os escravos (por dívidas ou por serem
prisioneiros de guerra)
17. As leis praticadas na Grécia nesse período eram
transmitidas oralmente e também eram aplicadas pela
aristocracia , o que garantia uma boa dose de parcialidade
e subjetividade em suas aplicações. A maior reivindicação
das camadas populares era por leis escritas.
A pressão das novas forças sociais abalou as instituições
atenienses. Assim Drácon em 621 a.C, publicou o primeiro
código de leis. Outro importante legislador foi Sólon, que
eliminou a escravidão por dívidas, libertando dos
pequenos proprietários.
Drácon, Sólon e as leis escritas
18. Tirania
Definição: A tirania foi uma aliança entre os novos ricos e
os pobres que, voltando-se contra a aristocracia rural,
culminou na derrocada do poder da oligarquia.
O dirigente com poderes ilimitados, afastava pela força os
setores dominantes tradicionais, mas assegurava uma base
de sustentação ao atender algumas reivindicações
populares.
Pisístrato, que governou Atenas de 546 a.C. até 527 a.C.
era extremamente adorado pelo povo e realizou uma série
de medidas que trouxeram prosperidade e embelezaram a
cidade
19. Democracia
Clístenes é conhecido como o “pai da democracia”. Em
507 a.C., realizou reformas que tinham como objetivo
acabar de vez com o poder da aristocracia oligárquica e,
para isso, começou um radical reordenamento social.
Os atenienses foram divididos em 100 circunscrições
territoriais denominadas demos, distribuídas por três
regiões distintas: cidade, costa e interior. Dez demos
formavam uma tribo. Assim, Atenas ficou dividida em 10
tribos. Utilizando o Conselho Político criado por Sólon, a
Bulé, determinou-se que o conselho passasse a ter 500
membros, cabendo a cada tribo eleger 50 deles.
20. Participavam das eleições aqueles que eram considerados
cidadãos: homens livres, brancos e detentores de
propriedade. Cabia à Eclésia, a assembleia de todos os
cidadãos, discutir e votar os projetos de lei preparados
pela Bulé. A função judiciária ficava nas mãos do Helieu,
composto por 6 000 cidadãos sorteados.
21. O período Clássico (V a.C. a IV a.C.)
Foi durante o governo de Péricles (461 a.C. a 429 a.C.)
que a democracia ateniense alcançou sua plenitude, por
meio do estabelecimento dos princípios da isonomia
(igualdade de todos perante a lei), da isegoria (direito à
fala durante a Assembleia) e isocracia (igualdade de
participação no poder).
Esse período é considerado o período Clássico (V a.C. a IV
a.C.) da civilização grega, seu momento de esplendor e
prosperidade.
22. Democracia direta e indireta
Na democracia ateniense, todos
os cidadãos eram obrigados a
comparecer à Assembleia, que
era um comício ao ar livre aberto
para a fala e o posicionamento de
todos. Nas sociedades atuais,
vigora a democracia
representativa, o que significa
que os cidadãos elegem
representantes que comparecem
aos fóruns de decisão política.
23. Instituições da democracia ateniense
Eclésia -> Os cidadãos reuniam-se em praça pública
(ágora), formando a Eclésia (assembleia popular), onde
eram ouvidos os demagogos (orientadores do povo),
votadas as leis. Era também a Eclésia que elegia os
estrategos.
Magistrados:
- Estrategos –> 10 magistrados eleitos anual e diretamente
pelo povo para chefiar a marinha e o exército. Péricles foi
eleito durante 30 anos.
- Arcontes –> 10 cidadãos sorteados anualmente, a quem
competia funções religiosas e judiciais, como verificar as leis
e presidir aos tribunais.
24. Bulé ou Conselho dos 500 – assembleia que tinha por
função preparar as leis que iriam ser votadas pela Eclésia.
Era constituída por 500 cidadãos (50 por tribo) sorteados
anualmente.
Tribunais:
- Areópago –> tribunal constituído por antigos arcontes,
sorteados anualmente, com competência para julgar crimes
graves e questões religiosas.
- Helieu –> tribunal que julga outras assuntos.
Os cargos da democracia eram alguns eleitos pela
assembleia e outros sorteados.
25. Guerra de Peloponeso
(431 a.C. a 404 a.C.)
Disputa comercial entre Atenas e Corinto, antiga aliada de
Esparta, as duas principais pólis gregas entraram em
conflito direto. Tinha início a Guerra do Peloponeso.
Atenas x Esparta
Durante a guerra, Atenas foi atingida pela peste, que
acometeu o próprio Péricles. Após vários anos de
combate, Esparta recebeu a ajuda dos persas e Atenas foi
derrotada.
26. O período Helenístico (IV a.C. a II a.C.)
A Guerra do Peloponeso acabou por esgotar tanto militar
quanto economicamente as pólis gregas, além de destruir,
obviamente, o sistema democrático. Esparta impôs em
Atenas um regime aristocrático e isso estendeu-se para as
demais pólis da Liga de Delos. Além disso, Esparta já
tinha entrado em conflito com outras cidades, como
Tebas.
Aproveitando-se da situação, Felipe II – rei da Macedônia,
invadiu a Grécia e, na batalha de Queroneia (338 a.C.),
conquistou as pólis gregas e submeteu-as ao seu domínio.
Quando em 336 a.C., Felipe II morreu assassinado, seu
filho Alexandre, rapidamente, sufocou uma tentativa de
revolta grega.
27. Após dominar a Grécia, Alexandre logo partiu para a
conquista de territórios orientais, como o Egito e a Índia.
Alexandre ficou conhecido por formar, rapidamente, um
vasto império que promoveu a integração cultural e a
miscigenação entre diferentes povos.
Alexandre foi o responsável pela mescla de valores gregos
com os de outros povos dominados. A cultura advinda
desse momento é comumente chamada helenística, pois
combina elementos helênicos (gregos) à cultura de povos
conquistados pelos macedônios.
Hinweis der Redaktion
O período anterior a 1200 a.C., caracterizado pela imigração de povos indo-europeus e pela formação da cultura cretomicênica, recebeu a denominação de Pré-Homérico, pois aconteceu antes da suposta existência do poeta Homero.
Os vencedores eram recebidos como heróis em suas cidades e ganhavam uma coroa de louros.