Este documento resume um trabalho de conclusão de curso sobre o ensino da história da arte na Escola Municipal Professor José Augusto de Araújo. A pesquisa investigou como é ministrada a disciplina de arte nas séries do 6o ao 9o ano através de entrevistas com coordenadores, professores e alunos. O trabalho buscou identificar a metodologia utilizada e refletir sobre a importância do ensino artístico na formação dos estudantes.
NÃO AO BULLYING: UMA EXPERIÊNCIA COM ALUNOS DO 8º. ANO DO CURSO SUPLETIVO
Ensino da História da Arte na Escola Municipal Professor José Augusto de Araújo
1. ROSA DA SILVA DE SOUSA
O ENSINO DA HISTÓRIA DA ARTE NA ESCOLA
PROFESSOR JOSE AUGUSTO DE ARAUJO
Tarauacá
2011
2. ROSA DA SILVA DE SOUSA
O ENSINO DA HISTÓRIA DA ARTE NA ESCOLA
PROFESSOR JOSE AUGUSTO DE ARAUJO
Trabalho de conclusão do curso de Artes
Visuais, habilitação em Licenciatura, do
Departamento de Artes Visuais do Instituto
de Artes da Universidade de Brasília.
Orientadora: Profª MSc. Renata Azambuja
de Oliveira.
Tarauacá
2011
3. DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha família, amigos, pois, durante essa trajetória acreditaram
em mim e estiveram presente dando-me apoio e incentivo para que eu pudesse vencer todas as
dificuldades encontradas no decorrer do curso.
4. AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus, por ter me dado a vida, saúde e coragem para
vencer todos os obstáculos. Aos familiares por terem compartilhado comigo todos os
momentos da minha difícil caminhada, pela compreensão e apoio demonstrado durante as
horas em que estive ausente para alcançar meus ideais. Aos educadores por transmitirem os
conhecimentos necessários ao alcance dos meus objetivos. A todas as pessoas que
contribuíram direta ou indiretamente a minha eterna gratidão.
Muito obrigada!
6. RESUMO
O trabalho a seguir introduz-se na linha de pesquisa “Educação e Artes”, do TCC,
(Trabalho de Conclusão do Curso) AC/UV/UAB-UNB. O mesmo foi realizado com o
objetivo de relatar uma investigação, conduzida pela pergunta: “O Ensino da História da Arte
na escola Municipal Professor José Augusto de Araújo”? Para respondê-la se fez necessário
buscar conhecimentos de diversos autores como BARBOSA, Ana Mae Tavares Bastos, 2008,
FERRAZ, Maria Heloisa C.de. T, 1999, FREIRE, Paulo, 1995 e OSINSKI, Dulce Regina
Baggio, 2002, logo a proposta determinante é pesquisar o ensino da história da arte do 6º ao
9º ano do Ensino Fundamental, no entanto, foi realizado um trabalho de campo como
metodologia, porém, optou-se pela pesquisa qualitativa de caráter de entrevista com
coordenador, professor e alunos. A mesma foi realizada na modalidade municipal,
objetivando identificar como é ministrada a história do ensino de arte nas séries do 6º ao 9º
ano. Através do resultado da pesquisa será possível demonstrar como é a metodologia, se o
ensino de arte é de fato importante na formação dos alunos matriculados na escola, se o
educador é formado na área ou está na função por não ter alternativa, se gosta do que faz ou
simplesmente desempenha seu papel de professor. Espera-se que ao final deste trabalho a
história do ensino da arte do 6º ao 9º ano do ensino fundamental possa ser aceito como
essencial tanto para o professor quanto para os alunos.
Palavras chaves: Ensino, História, Arte, Escola, Município.
7. ABSTRACT
This work introduces the research line "Education and the Arts," of CBT (course
completion work) AC/UV/UAB-UNB. Work was done with goal of reporting a research,
conducted by the question: "The Teaching of Art History at Escola Municipal Professor José
Augusto de Araújo"? To answer it became necessary to seek knowledge from diverse authors
as BARBOSA, Ana Mae Tavares Bastos, 2008, FERRAZ, Maria Heloisa C.de. T, 1999,
FREIRE, Paulo, 1995 and OSINSKI, Dulce Regina Baggio, 2002, soon the proposal
determinant is to search the teaching of art history from the 6th to the 9th year of elementary
school, therefore, was held a field research as a methodology, however, opted for qualitative
research character interview with Coordinator, teacher and students. The survey was
conducted in municipal mode, aiming to identify as is taught the history of art education in
the series of the 6th to the 9th year. Through the search result will be possible to demonstrate
how the methodology, if the teaching of art is indeed important in the formation of the
students enrolled in school, if the educator is formed in the area or is in the role by not having
an alternative, if you like what you do or simply plays its role as a teacher. It is expected that
the end of this work the history of art education from the 6th to the 9th year of elementary
school can be accepted as essential for both the teacher and students.
KEYWORDS: Education, History, Art, School, Municipality.
8. SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 09
1. HISTORIA DO ENSINO DA ARTE NO BRASIL........................................................ 13
1.1 CONSIDERAÇÕES DOS PCNS DE ARTE NO ENSINO FUNDAMENTAL.........17
1.1.2. Formação do arte/educador.............................................................................................17
1.1.3. A disciplina de arte nos PCN..........................................................................................19
2. A METODOLOGIA DE ARTE NO PLANO DE CURSO DO ENS. FUND...............21
2.2.1. Projeto Pol. Ped. da Esc. Professor José A. de Araújo para a disc. de Arte...................21
2.2.2. Met. do Proj. Pol. Ped. Escola Profº José A. de Araújo na disc. de Arte......................22
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................ 24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................. 27
ANEXO A: Rot. de entrevista com o Coordenador (a) da Esc. Profº. José A. de Araújo...... 28
ANEXO B: Rot. de entrevista com o professor Francisco Erivan do Nascimento.............. 30
ANEXO C: Rot. de entrevista com os alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental........ 31
9. LISTAS DE FIGURAS:
Figura 1. Coord. Pedag. Marizete da S. Souza, 2011.
Figura 2. Professor de Arte, Francisco Erivan do Nascimento, 2011.
Figura 3. Fotos com aos alunos do 6º ao 9º ano da Escola. de Ensino. Fund. Professor. José
Augusto de Araújo, 2011.
Figura 4 Alunos entrevistados na Biblioteca da Escola, junto comigo, 2011
Figura 5. Foto do Gestor Lauro Benigno de Souza, 2011.
Figura 6. Fotos dos alunos participando da Gincana, 2010.
Figura 7. Imagem da Esc. Professor José de Augusto de Araújo, 2011.
Figura 8. Alunos entrevistada do 8º ano “A” da Esc. Professor José Augusto de Araújo, 2011.
Figura 9. Alunos na competição dos Jogos do Projeto Interagindo com Aprendizagem em sua
Interdisciplinaridade, 2010.
Figura 10. Participando do Projeto Interagindo com a Aprendizagem entre as duas Esc.
Professor José Augusto de Araújo e Esc. De Ens. Fund. e Médio “15 de Junho”, 2010.
Figura 11. Momento de lazer dos referidos alunos, 2010.
Figura 12. Alunos no banho, após as atividades executadas entre ambas as Escolas, 2010.
10. 9
INTRODUÇÃO
A finalidade deste trabalho objetiva o conhecimento, a concepção e a análise da
teoria e prática do ensino de arte como disciplina curricular na Escola Professor José Augusto
de Araújo. Para compreensão busca-se o tema história da educação em artes as mudanças
culturais, políticas e sociais do país, e as leis que regem a educação brasileira. A pesquisa será
fundamentada nos objetivos a serem alcançados com profissionais em educação da Instituição
pesquisada, através de entrevista com coordenadores, professor e alunos.
A Escola de Ensino Fundamental Professor José Augusto de Araújo construída em
fins de 1987, pelo prefeito Odilon Vitorino de Siqueira, inaugurada em 08 de abril de 1988,
hoje é a maior Escola da Rede Municipal. A instituição tem uma filosofia de trabalho que é
formar cidadãos críticos e participativos aptos a viver em sociedade e buscar soluções para os
problemas no meio em que estão inseridos.
Atualmente, a escola atende uma clientela de 565 alunos, distribuídos em três turnos
com um total de 21 salas de aula, dentre estas funciona uma sala de multimeio e dois
laboratórios de informática. Conta com um quadro de 33 professores e 62 funcionários de
apoio totalizando 95 funcionários, administrativos e pedagógicos.
No Projeto Político Pedagógico, a instituição expressa à percepção que a escola tem
do seu passado, presente e do direcionamento do seu futuro. Tem visão estratégica que dá
forma e direção ao futuro da escola, uma vez que onde ela está e aponta aonde ela quer
chegar. Esse conhecimento é essencial para que a escola se organize para alcançar resultados
cada vez melhores de modo consistente. Ainda dá unicidade aos esforços que a mesma realiza
para melhorar a qualidade dos serviços educacionais que presta e cria condições para a
transformação de ideais em realidade.
No entanto, defende e valoriza suas crenças básicas que norteiam sua atuação dentro
da comunidade por ela atendida. Os valores com os quais atua na comunidade, pois, os
mesmos são as idéias fundamentais em torno das quais se constrói a escola. Representa às
convicções, as crenças básicas, aquilo em que a maioria dos profissionais da instituição
acredita. Ambos permeiam as atividades e relações existentes na escola e da instituição com
os alunos, com as famílias e com a comunidade.
11. 10
A missão da instituição é justamente melhora a qualidade do ensino que a mesma
oferece para seus educandos matriculados na mesma, pois, essa é sua razão de ser. Sendo que
a mesma define o que é a escola hoje e seu propósito e como pretende atuar no dia-a-dia,
desse modo a missão sinaliza o futuro que esta pretende ser e aponta para o que ela é hoje.
Entretanto, o Projeto Político Pedagógico da escola tem como objetivo elevar o
desempenho acadêmico dos alunos diminuindo o índice de reprovação escolar, envolver todos
os docentes em cursos de formação continuada e oficinas pedagógicas. Defende ainda que a
mesma seja o espaço para o aluno participar, aprender, descobrir, criar, criticar, avaliar,
explicitar seus interesses e necessidades objetivas, suas expectativas de modo a definir
objetivos comuns estabelecendo um elo de confiança entre alunos e instituição educacional
como um todo.
Neste estudo aprofundei-me em fontes teóricas que fundamentassem o tema do
trabalho em questão. A intenção não foi exaurir toda a problemática do processo de aquisição
da arte no método de ensino aprendizagem, mas, buscar subsídios necessários á formação de
educandos críticos atuantes em meio à sociedade. Buscou-se também refletir, o significado
sócio-cultural da Arte no contexto escolar, no sentido de desenvolver a imaginação, a
percepção e a capacidade de expressão dos estudantes do 6º ao 9º ano da Escola Municipal de
Ensino Fundamental Professor “José Augusto de Araújo” do município de Tarauacá. Se o
professor é criativo em seu planejamento ou se apenas segue a sequência didática proposta
para a disciplina de Artes nos dias atuais.
Vale ressaltar que, para o desenvolvimento desta pesquisa, procurei não só um
trabalho de investigação com os coordenadores e professores da escola, mas, principalmente
com os alunos que são os principais atores deste trabalho. Almejo que este, seja o início de
uma série de questionamentos possíveis a serem feitos no que se refere ao trabalho e o
desenvolvimento do ensino da arte no contexto escolar do município.
Nesse contexto, o desejo em compreender melhor como se dá o desenvolvimento do
ensino de arte, levou-me a realizar esta pesquisa com essa temática, procurando investigar os
avanços obtidos com as novas diretrizes dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), para
o ensino de arte na escola. Considerando que a educação em arte, ainda, depara-se com um
grande dilema de como desenvolver no educando as habilidades e competências no fazer
criador, de modo que atenda as exigências das novas diretrizes.
12. 11
Desse modo, a pesquisa procura identificar a metodologia utilizada no ensino de Arte
na Escola Professor José Augusto de Araújo do município de Tarauacá. Reconhecer e
aprofundar a reflexão sobre a Arte-educação no ensino fundamental, e compreender o ensino
da arte e sua importância como área de conhecimento na formação. Por outro lado, refletir e
aprofundar as opiniões sobre a Arte-educação da escola pesquisada.
No primeiro capítulo, abordagem foi através da: História da Arte no Brasil, e
abordagem teórica dos autores citados: DULCE, Osinski, FREIRE, Paulo, FUSARI, MAE,
Barbosa, OLIVEIRA e PCNs; E no segundo capítulo, evidenciou-se a metodologia de arte no
plano de curso do Ensino Fundamental da Escola Municipal Professor José Augusto de
Araújo.
No entanto entende-se que, atualmente as aulas de artes contêm um potencial
extraordinário que possibilita o educador trilhar caminhos para desmitificar a forma de
ensinar e fazer arte, mesmo que atue na disciplina, com formação em outras áreas do ensino.
Sabe-se que a arte envolve uma condução, uma viagem de outras épocas com culturas
diferentes, pinturas, desenhos, gravuras, entre outras formas de representar a arte do cotidiano,
pois, na arte tudo é concreto, real e tudo existe sem ausência de verdade. Ou seja, através da
arte podemos ver tocar, sentir e escutar, em função disso, ela é algo silencioso, intocado,
invisível, e referente ao seu próprio sonho, ainda, a arte é capaz de elevar o pensamento do
artista mesmo que seja uma simples paisagem de seu cotidiano. Para “OSINSKI Dulce1”
A disciplina de arte deve se relacionar de forma completamente integrada.
A produção artística não deve ser apenas uma manipulação mecânica de materiais e
apreensão de técnicas, mas estar estreitamente vinculada a uma consciência cultural
e histórica, onde a expressão se manifesta com propriedade. (OSINSKI, 2002)
No entanto, a história da arte e da cultura deve ser algo vivo e ágil, onde o importante
não é um estudo cronológico, mas, uma perspectiva inter-relacionada com as produções
artísticas, com os conceitos das diferentes épocas e com o próprio meio social em que
determinada expressão artística se dá.
Vale ressaltar, que os trabalhos de arte não esperam formar artistas, porém, visam
desenvolver habilidades dos alunos e consentir que os mesmos apreciem as diferentes
1
OSINSKI, Dulce Regina Baggio Arte, história e ensino: uma trajetória/ Dulce Regina Baggio Osinski, -2, ed.-
São Paulo; Cortez, 2002, -(Coleção questões da nossa época: v. 79)
13. 12
linguagens da arte, daí tragam um olhar afetuoso aprendam a respeitar o mundo e seus
diversos conhecimentos, e suas diferentes linguagens para uma aprendizagem adequada. O
ensino de Arte na educação contemporânea vai, além, do desenvolvimento da sensibilidade,
da percepção, da criatividade ou da estética. Segundo, Paulo Freire 2 diz que:
É na inclusão do ser, se sabe como tal, que se fundada a educação como
um processo permanente. Mulheres e homens se tornam educáveis na medida em
que se reconheceram inacabados. Não foi a educação que fez mulheres e homens
inacabáveis, mas a consciência de sua inclusão é que gerou sua educabilidade. É
também na inclusão que nos tornamos consciente e que no inserta no movimento
permanente de procura que se alicerça a esperança. “Não sou esperançoso”, disse
certa vez, por uma teimosia, por exigência antológica. (FREIRE, 1994)
No entanto, as tendências pedagógicas recentes da educação em artes se tornam cada
vez mais complicadas, mas essa pedagogia deve ser a finalidade que toda escola deve abraçar
para o ensino da arte hoje. Pretende-se deixar claro à comunidade e, principalmente, aos
educadores em artes da escola na qual realizei essa pesquisa, que é possível fazer trabalhos
artísticos de qualidade possibilitando atividades que estimulem a criatividade, a sensibilidade
e possam compreender a importância da arte ao longo da história da humanidade.
2
FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994. Ver FREIRE, Paulo. Á sombra
desta mangueira, São Paulo: Olho d’Água, 1995
14. 13
1. HISTÓRIA DO ENSINO DA ARTE NO BRASIL
Para elaboração desta pesquisa, procurei fundamentos de alguns teóricos que relatam
a importância do ensino de Artes tanto para a formação intelectual, quanto social e cultural do
ser humano.
A fundamentação teórica empregada neste trabalho contém afirmações dos autores
pesquisados com intuito de tornar o estudo de arte mais sólido e real objetivando estimular a
categoria docente a não substituírem o mesmo por simples atividades sem fundamentação
teórica, todavia desenvolver atividades que estejam dentro da realidade socioeconômica dos
educandos.
Observa-se que no Brasil, “a história do ensino de Arte se dá a partir da nova
integração de diferentes orientações quanto ás suas finalidades, á formação dos professores,
mas, principalmente, quanto ás políticas educacionais e os enfoques filosóficos, pedagógicos
e estéticos”. (PCNs, 7997, p.24).
O ensino da arte na escola deve ser entendido como uma ação criadora e favorável
para a própria essência e das mudanças, tanto exteriores quanto internas na vida dos
educandos. Mas é possível, ainda, entender a criatividade como uma base do ato de liberdade,
ou seja, ação libertadora, pois, a criação ajuda no desenvolvimento do senso crítico do ser
humano. OLIVEIRA, diz que:
O arista é um ser sensível, intuitivo e criativo vivente entre os homens
comuns, pois sabemos que este é voz que se alteia através dos materiais que utiliza
para criar suas obras (OLIVEIRA, 2002).
Entretanto, é através de sua arte que o artista estabelece novas formas de expressão, de
idéias e sentimentos. Ainda, de acordo com OLIVEIRA, 19993 “o trabalho do artista é
transbordamento de vida interior, sua identidade, mundividência. Em sua produção artística
está registrado sua personalidade, sua identidade, seus valores.” Segundo os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN19974).
3
OLIVEIRA, no livro Arte, Educação e Cultura 1999, p.144.
4
BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: Artes, Brasília, 1997.
15. 14
O ensino fundamental configura-se como um momento escolar especial
na vida dos alunos, porque é nesse momento de seu desenvolvimento que eles
tendem a se aproximar mais das questões do universo do adulto e tentam
compreendê-las dentro de suas possibilidades. Ficam curiosos sobre temas como a
dinâmica das relações sociais, as relações de trabalho, como e por quem as coisas
são produzidas.
Sabe-se que, o ensino de arte vem passando por mudanças significativas nas últimas
décadas. Atualmente faz-se necessário que o arte/educador prepare um trabalho sólido por
meio de atividades que possam despertar no educando suas percepções tais como: fazer,
pensar, ouvir, expressar, mover, sentir, perceber e descobri entre outros, utilizando
informações culturais e da natureza, avaliando-os e modificando-os. Segundo Ferraz e Fusari:
Para desenvolver um bom trabalho de Arte o professor precisa descobrir
quais são os interesses, vivências, linguagens, modos de conhecimento de arte e
prática de vida de seus alunos. Conhecer os estudantes na sua relação com a própria
região, com o Brasil e com o mundo, é um ponto de partida imprescindível para um
trabalho de educação em Arte que realmente mobilize uma assimilação e uma
apreensão de informações na área artística. O professor pode organizar um
mapeamento cultural da área em que atua, bem como das demais, próximas e
distantes. É nessa relação com o mundo que os estudantes envolvem suas
experiências estéticas e artísticas, tanto com as referentes a cada um dos assuntos do
programa de Arte, quanto com as áreas da linguagem desenvolvida pelo professor.
(Artes Plásticas, Desenho Musica, Arte e Ciência). (Ferraz, Fusari, p71(1997).
BARBOSA5, 2008 afirma que somente no fim da década de 1920 e início da
década de 1930 que encontramos as primeiras tentativas de escolas especializadas em arte
para crianças e adolescentes, inaugurando o fenômeno da arte como atividade extracurricular.
Em São Paulo, foi criada a Escola Brasileira de Arte conhecida através de Theodoro Braga,
seu mais importante professor. Mas, a idéia partiu da professora da rede pública, Sebastiana
Teixeira de Carvalho e foi patrocinada por Isabel Von Ihering, presidente de uma sociedade
beneficente, “A Tarde da Criança”. O PCN, 1997 reescreve que:
Foi entre os anos 20 e 70, as escolas brasileiras viveram outras
experiências no âmbito do ensino e aprendizagem de arte, fortemente sustentadas
pela estética modernista e com base na tendência escola novista. O ensino de Arte
volta-se para o desenvolvimento natural da criança, centrando no respeito ás suas
necessidades e aspirações, valorizando formas de expressão e de compreensão do
mundo. As práticas pedagógicas, que eram diretivas, com ênfase na repetição e
5
BARBOSA, Ana Mae Tavares Bastos. A imagem no ensino da arte: anos oitenta e novos tempos/Ana Mae
Barbosa, São Paulo: Perspectiva, 2008, ---(Estudos: 126/dirigida por J. Guinsburg)
16. 15
modelo e no professor, são redimensionadas, deslocando-se a ênfase para os
processos de desenvolvimento do aluno e sua criação. Nesse processo o ensino de
Arte não era incluído no currículo escolar. (PCNs, 2011)
Foi no período que vai dos anos 20 aos dias de hoje, faixa de tempo concomitante
aquela em que se assistiu a várias tentativas de se trabalhar a arte também fora das escolas,
vive-se o crescimento de movimentos culturais, anunciando a modernidade e vanguardas. Foi
marcante para a caracterização de um pensamento modernista a “Semana de Arte Moderna de
São Paulo”, em 1922, na qual estiveram envolvidos artistas de várias modalidades: artes
plásticas, música, poesia, dança. OSISNSKI, afirma que:
Muito antes de existir a escola, a arte já existia como também já existia a
difusão dos conhecimentos artísticos pelas tradições daquele período. O ensino de
arte desse tipo predominou principalmente no período paleolítico, campo onde se
deu as primeiras manifestações artísticas, até o renascimento. (OSISNSKY, 2001).
Os conhecimentos eram repassados pelos mais antigos para os mais jovens da
comunidade na execução das atividades culturais. Porém, as crianças podiam participar de
todas as atividades realizadas na comunidade, mas, sem a responsabilidade que era atribuída
aos adultos essa era uma maneira de introduzir nas crianças os valores.
A escola deve contribuir para que os alunos atravessem um conjunto de
conhecimentos em que criem e aprendam, proporcionando a percepção, sensibilidade,
imaginação, conhecimento e produção artística coletiva e pessoal.
Segundo BARBOSA, “O que a arte na escola principalmente pretende é formar o
conhecedor, fruidor, decodificador da obra de arte.” Uma sociedade só é artisticamente
desenvolvida quando ao lado de uma produção artística de alta qualidade há também uma alta
capacidade de entendimento desta produção pelo público.
Sabe-se que no Brasil, a história da arte compreende-se com do advento da “Missão
Artística Francesa no Rio de Janeiro em 1816”. Neste contexto, os artistas tornam-se
educadores da “Academia Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro a arte “Barroca
Colonial” foi substituída pelo “Neoclassísmo” predominante na Europa. O ensino de arte na
academia acontecia por meio de uma metodologia rígida e atividades técnicas, que eram
entendidas como de fundamental importância nos anos iniciais de acesso na academia e para a
então disciplina de desenho. Em suma, onde se deu a formação dos primeiros professores de
arte no campo institucional neste período. FERRAZ diz que:
17. 16
Foi nas primeiras décadas do século XX o ensino da arte, no caso,
desenho, continuou a apresentar-se com este sentido utilitário de preparação técnica
para o trabalho. Na prática o ensino de desenho nas escolas primárias e secundárias 6
fazia analogia com o trabalho, valorizando o traço, o contorno e a repetição de
modelos que vinham geralmente de fora do país; o desenho de ornatos, a cópia e o
desenho geométrico visavam á preparação do estudante para a vida profissional e
para as atividades que se desenvolviam tanto em fábricas quanto em serviços
artesanais. (FUSARI, 1999, P.30).
E após a década de 60, entusiasmados pela “Pedagogia Nova”, conhecida também
por Movimento da Escola Nova, que se originou na Europa e Estados Unidos (XIX), no
Brasil surgiu a partir de 1930, passa a se dissemINada7 neste mesmo período com as “escolas
experimentais”. De acordo com FUSARI:
Sua ênfase é a expressão, como um dado subjuntivo e individual em todas
as atividades, que passam dos aspectos intelectuais para os afetivos. A preocupação
com método, com o aluno, seus interesses, suas espontaneidade e o processo do
trabalho caracterizam uma pedagogia essencialmente experimental, fundamentada
na Psicologia e na Biologia. (FERRAZ, 1999, P. 31).
Assim, hoje o ensino de arte traz novas concepções visando à interdisciplinaridade da
arte visando o aluno como um sujeito representante da cultura e da sociedade. Construindo
um espaço onde o aluno possa desenvolver sua espontaneidade e se torne um criador, capaz
de priorizar cada vez mais a arte no seu cotidiano.
6
Que está em segundo lugar ou ordem. Que é de menor importância. Acessório, inferior. De pouco valor,
insignificante.
7
Ato ou efeito de dizimar. Difusão, propagação.
18. 17
1.1.CONSIDERAÇÕES DOS PCNs DE ARTE NO ENSINO FUNDAMENTAL
Através do estudo dos PCNs de arte no Ensino Fundamental foi notável que a
proposta geral dos Parâmetros Curriculares Nacionais a educação em arte propicia o
desenvolvimento do pensamento artístico, que caracteriza um modo particular de dar sentido
às experiências das pessoas: por meio dele, o aluno amplia a sensibilidade, a percepção, a
reflexão e a imaginação. Aprender arte envolve, basicamente, fazer trabalhos artísticos,
apreciar e refletir sobre eles. Envolve, também, conhecer, apreciar e refletir sobre as formas
da natureza e sobre as produções artísticas individuais e coletivas de distintas culturas e
épocas. (Parâmetros curriculares nacionais: arte / Secretaria de1997. 130p.) Segundo o PCNs:
O ensino de Arte deverá organizar-se de modo que, ao final do Ensino
Fundamental, os alunos sejam capazes de: expressar e saber comunicar-se em artes
mantendo uma atitude de busca pessoal e/ou coletiva, articulando a percepção, a
imaginação, a emoção, a sensibilidade e a reflexão ao realizar e fruir produções
artísticas; interagir com materiais, instrumentos e procedimentos variados em artes
(Artes Visuais, Dança, Música, Teatro), experimentando-os e conhecendo-os de
modo a utilizá-los nos trabalhos pessoais; edificar uma relação de autoconfiança
com a produção artística pessoal e conhecimento estético, respeitando a própria
produção e a dos colegas, no percurso de criação que abriga uma multiplicidade de
procedimentos e soluções.
O ensino fundamental configura-se como um momento escolar especial
na vida dos alunos, porque é nesse momento de seu desenvolvimento que eles
tendem a se aproximar mais das questões do universo do adulto e tentam
compreendê-las dentro de suas possibilidades. Ficam curiosos sobre temas como a
dinâmica das relações sociais, as relações de trabalho, como e por quem as coisas
são produzidas. (Parâmetros Curriculares Nacionais: Artes, Brasília, 1997).
Portanto, o ensino da arte no ensino fundamental é o momento crucial no processo de
ensino na vida do aluno, para que ele possa compreender se aproxima e compreender tanto a
cultura local quanto a cultura de outras localidades do país ou do mundo.
19. 18
1.1.2. Formação do arte/educador
Sabe-se que, o professor é o facilitador no processo de ensino aprendizagem dos
alunos. Para isso, ele precisa estar aberto às mudanças que ocorrem no sistema educacional do
país, quanto à formação do arte/educador.
Não podemos deixar de lado a opinião de muitos professores de arte e como ele lida,
com a interdisciplinaridade em sua prática pedagógica voltada para esse ensino. Assim, de
acordo com o PCNs (1997): “muitos professores não estavam habilitados e, menos ainda,
preparados para o domínio de várias linguagens, que deveriam ser incluídas no conjunto das
atividades artísticas” (Artes Plásticas, Educação Musical, Artes Cênicas). Quanto ao professor
de Arte, a sua prática/teoria artística e estética deve estar vinculada a uma concepção de Arte
bem definida, assim como consistentes propostas pedagógicas.
De acordo com o PCN8-Arte, “o que deve ser o professor de Arte hoje em relação ao
conhecimento de arte, o universo da arte caracteriza um tipo particular de conhecimento que o ser
humano produz a partir das perguntas fundamentais que dês sempre se faz com relação ao seu lugar
no mundo”.
Segundo PCNs, o professor precisa conhecer a História da Arte para
poder escolher o que ensinar como o objeto que os alunos compreendam que os
trabalhos de arte não existem isoladamente, mas relacionam-se com as idéias e
tendências de uma determinada época e localidade. A apreensão da arte se dá como
fenômeno imerso na cultura, que se desvela nas conexões e interações existentes
entre o local, o nacional e o internacional (pg.110).
De acordo com o PCN, essas são algumas atribuições do arte/educador “antes, durante
e depois da aula”:
O professor é um pesquisador de fontes de informação, materiais e
técnicas; O professor é um apreciador de arte, escolhendo obras e artistas a serem
estudados; O professor é um criador na preparação e na organização da e seu espaço;
O professor é um estudioso da arte, desenvolvendo seu conhecimento artístico; O
professor é um profissional que trabalha junto com a equipe da escola (pg.111).
Segundo o PCN relacionado à formação do professor faz a seguinte referência:
8
(Parâmetro Curricular Nacional de Arte (1997 p.32)
20. 19
Os professores de Educação Artística, capacitados inicialmente em cursos
de curta duração, tinham como única alternativa seguir documentos oficiais (guias
curriculares) e livros didáticos em geral, que não explicavam fundamentos,
orientações teórico-metodológicas ou mesmo bibliografias especificas. As próprias
faculdades de Educação Artística, criadas especialmente para cobrir o mercado
aberto pela lei, não estavam instrumentadas para a formação solida do professor,
oferecendo cursos eminentemente técnicos, sem bases conceituais. Desprestigiados,
isolados e inseguros, os professores tentavam equacionar9 um elenco de objetivos
inatingíveis, com atividades múltiplas, envolvendo exercícios como: músicas, artes
plásticas, movimentos corporais, sem conhecê-los bem, que eram justificados e
divididos apenas pela faixa etária (p.29).
Neste contexto, é de fundamental importância que o arte/educador seja um constante
“observador”, um curioso, que, deve estar continuamente atualizando seus conhecimentos
para poder ser um bom educador nesta área de conhecimento.
Contudo, os conteúdos e os conceitos de artes precisam ser transmitidos por meio de
orientações didáticas que consigam atingir a maneira de aprender de todos os alunos e
avalizem o conhecimento de cada um dentro da sala de aula. Assim, instruir arte com a arte
essa é a porta pela qual se acredita. O aluno de hoje necessita, ser chamado a estudar as
práticas de aprender a observar, ver, ouvir, tocar e atuar e refletir a respeito das imagens,
diferenciando-se na área do conhecimento de arte bem como a produção artística como um
todo.
1.1.3. Disciplina de arte nos PCN
O ensino da Arte foi introduzido e se tornado obrigatório no Brasil “Em 1971, pela
Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional, Lei 5692/71”. Neste período, não existia
cursos de formação de professores de Artes nas universidades brasileiras.
Conforme o PCN10 é papel da escola incluir as informações sobre a arte produzida
nos âmbitos regional, nacional e internacional, compreendendo criticamente também aquelas
produzidas pelas mídias para democratizar o conhecimento e ampliar as possibilidades de
participação social do aluno. Ressalta ainda que, o percurso criador do aluno, contemplando
os aspectos expressivos e construtivos, é o foco central da orientação e planejamento. (p. 48)
9
Afirmação da igualdade de duas expressões ligadas pelo sinal=, que só se verifica para determinados valores
das incógnitas nelas contidas.
10
(Parâmetros Curriculares Nacionais p. 48)
21. 20
Quando se refere ao ensino de artes, o PCN menciona a concepção de arte e cultura,
reconstituem a história da arte na educação brasileira e caracterizam o fazer artístico.
Considerando a arte como objeto de conhecimento, o documento recomenda os conteúdos
gerais do ensino fundamental em arte são: A arte como expressão e comunicação dos
indivíduos; Elementos básicos das formas artísticas, modos de articulação formal, técnicas,
materiais e procedimentos na criação em arte; Produtos em arte: vida, épocas e produtos em
conexões; Diversidade das formas de arte e concepções estéticas da cultura regional, nacional
e internacional: produções, reproduções e suas histórias; A arte na sociedade, considerando os
produtos em arte, as produções e suas formas de documentação, preservação e divulgação em
diferentes culturas e momentos históricos.
Deste modo, o ensino de artes compreende as diversas áreas do conhecimento podem
ser estimuladas através da prática nas aulas de arte em sala, abordando de uma forma
universal, pois, muda de cultura para cultura, desperta nos educandos a expressão de seus
valores culturais, sentimentos, idéias que estimulam a inteligência e a memória, relacionando-
se também com habilidades com as diversas disciplinas.
22. 21
2. A METODOLOGIA DE ARTE NO PLANO DE CURSO DO ENSINO
FUNDAMENTAL
Além de um membro da escola o professor de arte é integrante de uma equipe
multiprofissional, desempenhando o importante papel de intermediário entre a comunidade e
o processo de ensino dentro da metodologia escolar. Sabe-se que educar não é uma tarefa
fácil, mas, com disposição e boa vontade, pequenas ações podem significar grandes avanços
na qualidade do ensino, não basta apenas saber fazer, é preciso coragem para mudar, é preciso
ousadia e um toque de determinação para se fazer o melhor pela educação. Entende-se que
teoria e prática, caminham lado a lado, durante o estágio de regência observei que na escola
acima mencionada faz uso mais da prática do que da teoria.
Sabemos que todo conhecimento do mundo se dá por meio de teorias vem a ser um
sistema de idéias, uma construção do espírito humano que levanta problemas. Os sistemas de
idéias obedecem a princípios lógicos e por trás deste encontramos alguns princípios não
explícitos, aos quais denominamos paradigmas. Estes são frutos de noções, crenças e idéias de
determinada cultura em determinada época. Todo conhecimento apresenta, portanto, uma
inscrição histórica e sócio-cultural. (Apud. Morim, 1996)
2.1. Projeto Político Pedagógico Escola Professor José Augusto de Araújo para a
disciplina de arte
O objetivo da pesquisa sobre o ensino de arte, na Escola Pública Municipal Professor
José Augusto de Araújo, do 6º ao 9º ano, do ensino fundamental teve como objetivo, fazer
observações no projeto político pedagógico o quanto a disciplina de arte é importante para o
desenvolvimento dos educandos tanto para o desenvolvimento cultural, pessoal e coletivo.
O projeto político pedagógico em arte da escola abrange a modalidades Teatro,
Música, Dança e Artes Visuais com objetivos, conteúdos e as atividades que são praticamente
iguais para todas as turmas, porém, os que as diferencia em alguns aspectos é a faixa etária de
idade de cada turma. Mesmo assim, busca-se a valorização tanto da cultura local e regional,
quanto artista local e regional.
23. 22
Desse modo, a instituição procura cumprir os conteúdos e as atividades planejadas,
ressaltando que, esse plano é igual tanto, para as escolas estaduais quanto para as escolas
municipais. Porém, é responsabilidade a equipe pedagógica da escola, adequar o projeto
político pedagógico á realidade, do seu público a fim de alcançar as metas e objetivos
propostos para cada modalidade no ensino de arte.
2.2. Metodologia do Projeto Político Pedagógico da Escola Professor José Augusto de
Araújo na disciplina de arte.
As atividades desenvolvidas nas aulas de artes são realizadas através de trabalhos
individuais, em grupos e pesquisa na internet, na biblioteca da escola e na pública. Em
seguida, os alunos socializam e fazem análise das atividades proposta, dessa forma, os alunos
desenvolvem a autoconfiança para expressar seus sentimentos, seus pensamentos, valorizando
e respeitando a diversidade de opiniões.
Constatou-se ainda, que o modelo de currículo organizado em disciplinas dispostas
de modo fragmentado, sem correlação ou nexo entre elas, por isso, o Projeto Político
Pedagógico da Escola nesses últimos tempos vem sendo repensando e tende a ser substituído,
para que a escola se aproxime mais da sociedade, e tanto dos educando quanto os
profissionais da área, se envolvam mais no processo educativo da instituição.
Observou-se, ainda, que a escola desenvolver vários projetos interdisciplinares para
melhorar a qualidade do ensino nas diversas áreas ao ensino aprendizagem entre eles se
destaca o projeto Interagindo com a Aprendizagem, Abapuru, Alimentação saudável.
A escola também desenvolver vários projetos interdisciplinares para melhorar a
qualidade do ensino nas diversas áreas ao ensino aprendizagem entre eles se destaca o projeto
“Interagindo com a Aprendizagem, Abapuru, Alimentação saudável”. Durante a pesquisa
verificou-se o desenvolvimento de mais um projeto interdisciplinar que a escola realiza, na
disciplina de Arte, o Projeto Halloween envolvendo as disciplinas de inglês, matemática,
artes, biologia.
O projeto foi realizado no dia 04/11/11, com os alunos do 6º ao 9º ano do Ensino
Fundamental da escola, o objetivo deste projeto é ampliar os conhecimentos dos alunos sobre
as lendas, mitos urbanos da cultura de massa. Além de desenvolver a percepção e a
criatividade de cada aluno.
24. 23
Portanto, o projeto foi realizado no pátio da escola pelos alunos, onde na ocasião
foram apresentadas as fantasias, comidas, formula mágicas, maquiagem, superstições, lendas
e mitos para aprimorar o conhecimento cultural regional e universal. Assim, durante o
desenvolvimento do projeto os alunos puderam exercer a cidadania através do convívio com
os colegas nos trabalhos em grupo.
25. 24
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho, percebeu-se que, o ensino da história da arte na escola professor
“José Augusto de Araújo”, enquanto arte-educação é uma metodologia que deve ser utilizada
para aquisição do conhecimento, e, que depende da orientação da arte – educador (a) a fim, de
tornar o mesmo ensino com algo de fundamental relevância, o aluno no início da sua vida
estudantil, ainda, que comprovado através dos autores como: BARBOSA, MAE e OSINSKI
Dulce, que deram embasamento ao presente trabalho, além, do que tantos outros que
escreveram a esse conceito, não são dados a devida importância ao ensino da história da arte
no ensino fundamental na referida instituição.
A pesquisa realizada a respeito do ensino da arte-educação deixa claro que, ele tem
grande importância, para o desenvolvimento do educando, porém sua prática acaba não se
consolidando devido a fatores tais como: a falta de capacitação para arte-educador (a), a
obrigação do currículo, o qual é constantemente modificado no percorrer da história das artes,
sendo que em cada mudança acontece uma readaptação, a qual não completa amplamente a
arte-educação quanto ao seu grau de valor.
Por meio da arte podemos escrever e ler o mundo em que vivemos, pois, a leitura de
imagem é importante para o desenvolvimento da percepção e da criatividade. Não somos
capazes de ler e descrever uma imagem sem antes fazer conexão com o nosso interior e com o
mundo a nossa volta. A obrigação de sobrepor desenhos prontos para o aluno faz com que ele
não desenvolva e estimule o raciocínio, e com isto não exercita seu pensamento criador.
Vale ressaltar, o que me inquietou para escrever este trabalho de conclusão de curso
foi contextualizar a importância das disciplinas apresentado como padrão, o que não acontece
com a disciplina de arte que é sempre deixada de lado. Constatei essa indiferença durante o
estágio de regência ao observar as orientações de um professor do ensino fundamental, no
qual ele falava que o mais importante para os alunos era o ensino das disciplinas de
Matemática e Língua Portuguesa. Porém, pude verificar que o ensino da arte-educação é de
fundamental importância para o desenvolvimento integral do aluno, podendo, ainda, servir de
base para diferentes áreas do conhecimento, além de ajudar o educando quando apresentar
alguma dificuldade nessas áreas.
Dentre esses comentários verifiquei a credibilidade que o coordenador (a), o
professor e os alunos estão dando a evolução de aprendizagem em artes, a partir dos
conhecimentos do cotidiano, faz com que o saber social seja englobado num só saber,
26. 25
contemplando a escola como uma forte contribuinte para a valorização do ensino de arte,
trazendo para o ensino o despertar de novos horizontes e a busca de novos valores para a
aprendizagem dos alunos. Nesta compreensão, a escola está aos poucos adaptando o
conhecimento social ao cotidiano, tornando o aluno sujeito de seu saber criador, contribuindo
na formação dos mesmos no meio social em que vive e, assim, formando educandos críticos,
observadores e apreciadores da arte.
Além de cumprir com o Plano de Curso, a escola desenvolve vários projetos
interdisciplinares. Segundo a equipe gestora da instituição na atualidade os educadores
indicam que o ensino tradicional e o modelo clássico, da escola não mais correspondem ás
exigências da sociedade atual, dinâmica e caracterizada pela inovação tecnológica e social.
Partindo desse pressuposto que a escola dentro do conteúdo programático do Plano de Curso
desenvolve projetos tão significantes para o desenvolvimento do processo de aprendizagem,
que envolve tanto gestores, professores profissionais de apoio, alunos e pais para que o ensino
de arte ocorra de forma dinâmica e produtiva.
Tive a oportunidade, de vivenciar de perto a realização de um dos vários Projetos que
são desenvolvidos na Instituição, durante o Estágio de
Regência, o Projeto Interdisciplinar “Interagindo com a
Aprendizagem” que envolve a comunidade escolar da
Escola José Augusto de Araújo e a Escola 15 de Junho,
situada na zona rural do município. O trabalho em foco
mobiliza todo o trabalho pedagógico desenvolvido na sala de
aula e extra - sala valorizando a interação da aprendizagem, Figura 4. Foto do gestor Lauro
Benigno de Souza, 2011.
através, de ações de ensino na qual o educando perceba que
aprender está diretamente relacionado ao pensamento de socialização, a iniciativa e a auto-
estima, com isso, estará preparando-se para ser um cidadão capaz, de enfrentar desafios e
participar na construção de um mundo melhor.
Portanto, a parceria entre a Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor José
Augusto de Araújo com a Escola Municipal de Ensino Fundamental 15 de junho, realiza o
“Projeto Interagindo com a Aprendizagem”. Tendo como objetivo integrar conhecimentos,
entre alunos, professores e funcionários das referidas Instituições, um dia inteiro de
recreações, gincanas, esporte e lazer, porém, para participar do evento o aluno precisa ter nota
padrão (7,0) em todas as disciplinas.
27. 26
Este evento acontece desde 2009, o projeto está dividido em duas fases, sendo que a
primeira etapa acontece no mês de Junho, a segunda no
mês de Outubro, nessa fase ocorre à excursão da escola
José Augusto de Araújo para a escola 15 de Junho; na
segunda fase a escola José Augusto de Araújo é a
anfitriã do evento. Este é um projeto muito importante,
onde os alunos têm a oportunidade de compartilharem
experiências e aprendizagens através de atividades
prazerosas e dinâmicas como gincanas, concurso de Figura 5. Fotos dos alunos participando da
Ginacana, 2010.
poesias, danças, peças teatrais, brincadeiras, torneios
de futebol voleibol.
Assim, o “Projeto Interagindo com a Aprendizagem”, este ano já está em sua terceira
edição. Este projeto foi criador para comemorar o aniversário da escola 15 de Junho. Em
função disso, foi uma maneira dinâmica de envolver toda a comunidade escolar das duas
instituições, além, de melhorar o ensino aprendizagem e diminuir o índice de evasão,
repetência e o baixo rendimento dos educandos matriculados nas duas instituições de ensino.
Portanto, o ensino da arte não se limita apenas em pintar, ou impor desenhos prontos
aos alunos, a mesma é mais do que isso, assim, a arte tem um papel importante na
arte/educação contemporânea, pois, o arte-educador (a) é o principal facilitador para o
desenvolvimento do educando em seu processo natural, assim a arte tem como objetivo
encorajar o desenvolvimento individual de cada aluno, ou seja, de cada ser humano. Então, o
ensino da arte pode ser uma nascente para se obter prazer e alegria, por isso, o ser humano
está sempre em contato com a arte.
28. 27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, Ana Mae Tavares Bastos A imagem no ensino da arte: anos oitenta e novos
tempos/Ana Mae Barbosa, São Paulo: Perspectiva, 2008, ---(Estudos: 126/dirigida por J.
Guinsburg).
BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: Artes, Brasília, 1997.
ERNST, Fischer, 1899-1972.
A necessidade da arte/ Ernst Fischer; tradução Leonardo Konder, -9. ed, - Rio de Janeiro :
LTC. 2007.
FERRAZ, Maria Heloisa C.de. T. e FUSARI, Maria F. de Resende. Metodologia do Ensino
de Arte. Cortez, 1999 (organizadora), - Santa Maria: Ed. da UFSM, 2007.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994. Ver FREIRE,
Paulo. Á sombra desta mangueira, São Paulo: Olho d’Água, 1995. OSINSKI, Dulce Regina
Baggio
OLIVEIRA, Arte, história e ensino: uma trajetória/ Dulce Regina Baggio Osinski, -2, ed.-São
Paulo; Cortez, 2002, -(Coleção questões da nossa época: v, 79) A786 Arte, educação e
cultura/ Marilda Oliveira de.
29. 28
ANEXOS: A REALIDADE DA PESQUISA
A Pesquisa teve como objetivo, compreender o ensino da arte em adoção das novas
diretrizes curriculares e da nova concepção de ensino de artes do 6º ao 9º ano do Ensino
Fundamental na escola acima mencionada do município de Tarauacá.
Para desenvolver esta pesquisa realizou-se uma entrevista com perguntas abertas junto
a 22 pessoas, entre elas: Coordenadores, Professor e Alunos, a qual analisar-se na integra os
dados obtidos a seguir apresentados: (Informação verbal 11)
ANEXO A: Roteiro de entrevista equipe Pedagógica
Na sua concepção o que é arte?
Os dois coordenadores entrevistados, responderam que, para eles, a arte é tudo aquilo
que está presente no nosso dia a dia desde ao
simples contato com o relógio ou até mesmo na
escova de dente que usamos. Ela serve para nos
levar a pensar, refletir e agir de maneira saudável
e feliz.
Os PCN são trabalhados no ensino de arte na
escola?
Figura 1. Coord. Pedag. Marizete da S.
Para esta questão os dois foram unânimes ao Souza, 2011.
responderam que os PCNs, são trabalhados no ensino de arte na escola sim, pois, o currículo
está de acordo com os mesmos.
Como é realizado o planejamento de arte com base nas novas diretrizes
(PCN)?
Segundo os coordenadores, o ensino de arte na escola é planejado de acordo com as
referências e propostas curriculares (PCNs).
Quais as dificuldades encontradas durante o planejamento de arte com os
docentes?
* Entrevista realizada por Rosa da Silva de Sousa, 2011.
12 Coordenadora Pedagógica da Escola Professor José Augusto de Araújo, Marizete da Silva Souza, 2011.
30. 29
Para esta questão os dois coordenadores também foram unânimes ao responderam que,
as principais dificuldades encontradas durante o planejamento com os docentes, são com
relação ao acervo cultural e artístico no ambiente escolar e na sociedade em geral.
Com isso constatei que, apesar da escola já trabalhar o ensino de arte de acordo com as
novas diretrizes, encontra dificuldades como: o professor não ser formado na área e a falta de
acervo cultural e artístico na escola. Mesmo com todas essas dificuldades os coordenadores e
o professor procuram desenvolver atividades que facilitem o aprendizado dos estudantes da
Instituição.
31. 30
ANEXO B: Roteiro de entrevista para o Professor
Para você o que é arte?
O professor definiu: A arte para mim é uma forma de comunicação, que por meio dela
transmitimos uma mensagem que representa o
mundo em que vivemos, expondo nosso mundo
interior. Dessa forma, ela pode ser expressa de
diferentes formas: Exemplo: nas chamadas artes
visuais (desenhos, pinturas, gravura, esculturas,
arquitetura etc), na dança, na música, no teatro,
dentre outras.
Figura 2. Profº de Arte, Francisco Erivan
Para você é mais importante a disciplina de do Nascimento, 2011.
Arte ou disciplina de História? Por quê?
A disciplina de arte, por que no contexto geral, a Arte é fundamental para o ser
humano, pois expressa todas as nossas emoções, sentimentos, pensamentos. A arte, em suas
diversas manifestações, retrata povos e países ao longo de diferentes épocas. (Informação12
verbal)
Você encontra dificuldades para desenvolver as atividades de artes? Por quê?
Não, apesar de não ser formado na área, procuro sempre está me reciclando para
desenvolver um bom trabalho. A dificuldade maior é quanto ao material didático, pois,
essa disciplina não trabalha com o livro, sendo necessária a reprodução de material para
facilitar o andamento das atividades desenvolvidas.
Quais os métodos que você utiliza para tornar o aluno um bom apreciador de
arte?
Primeiramente, tenho que tornar a aula atraente para que meu aluno se interesse pela
disciplina. Segundo, conscientizo o mesmo a perceber que a arte pode ser pensada, sentida
e vista das mais diversas formas. E que a todo instante ele pode está, fazendo arte, como
por exemplo: quando cantar ou ouvi uma música, na pintura, no futebol dentre outras
coisas.
* Entrevista realizada por Rosa da Silva de Sousa, 2011.
14 Professor de Arte da Escola. De Ensino Fund. Professor José Augusto de Araujo, 2011.
32. 31
Dessa forma, verifiquei que o professor apesar de não ser formado na área definiu o
que é arte.
33. 32
ANEXO C: Roteiro de entrevista para os alunos:
Em sua opinião o que é arte?
Dos vinte alunos entrevistados, todos foram unânimes em dizer que a arte é tudo
àquilo que está a nossa volta, tudo aquilo que os nossos olhos podem alcançar: uma pintura,
uma música, um desenho, tudo aquilo que podemos ver ou sentir.
Você gosta de arte? Por quê?
Quanto ao gosto pela arte, os alunos por sua vez, foram unânimes em responder que
gostam de arte, citando diversas formas de
manifestações artísticas como: a pintura, o
desenho, a dança, a música, as obras de artes, a
paisagem, as diferentes formas de manifestações
culturais e tudo que a imaginação do homem pode
criar. Porém, um aluno respondeu que gosta da arte
porque, ela divide opiniões.
Figura 3. Fotos com aos alunos do 6º ao 9º
ano da Escola. de Ensino. Fund. Professor.
Qual o tipo de arte que você mais gosta? José Augusto de Araújo, 2011.
Por quê?
Quanto ao tipo de arte que eles mais gostam, as respostas foram diferentes, enquanto
uns gostam de música, dança outros disseram que gostam mais de pintura, do desenho, da
poesia, apenas um aluno disse que gosta de arte plástica, pois, através da mesma ele pode
pintar pessoas ou coisas reais.
Qual sua opinião sobre a forma como são realizadas as atividades de arte na
escola?
Dos vinte alunos entrevistados, dezoito responderam que gostam das atividades que
são realizadas na escola, elogiaram a dedicação do professor, pois, mesmo apesar de não ser
formado na área se esforça bastante para realizar as aulas de arte e torná-la atraente.
Dos alunos entrevistados, dois alunos disseram que gostam das atividades de arte da
escola. Porém, para eles as atividades de artes precisam ser melhoradas em alguns aspectos,
segundo os mesmos disseram que querem sair da escola com um bom conhecimento sobre o
ensino da arte e sua importância para o seu cotidiano. (Informação verbal13)
* Entrevista realizada por Rosa da Silva de Sousa, 2011.
15. Alunos da Escola de Ensino Fund. Professor José Augusto de Araújo, 2011.
34. 33
ANEXOS: D Imagens das pessoas entrevistadas que usei neste trabalho.
Figura 1. Coordenado Pedagógica
Marisete da Silva Souza, 2011.
Figura 2. Professor de Artes da Esc. Profº
José Augusto de Araújo, 2011
Figura 3. Fotos dos alunos do 9º ano “B”,
2011.
35. 34
Figura 4 Alunos entrevistados na Biblioteca
da Escola, junto comigo, 2011
Figura 5. Gestor da Esc. Profº José A. de
Araújo, 2011.
Figura 6. Fotos dos alunos participando da
Ginacana, 2010.
Figura 7. Imagem da Esc. Profº José. de A.
de Araújo, 2011.
36. 35
Figura 8. Alunos entrevistada do 8º ano “A”
da Esc. Profº José A. de Araújo, 2011.
Figura 8. Alunos entrevistada do 7º ano “B”
da Esc. Profº José A. de Araújo, 2011.
Figura 9. Alunos na competição dos Jogos do
Projeto Interagindo com Aprendizagem em sua
Interdisciplinaridade, 2010.
37. 36
Figura 10. Participando do Projeto Interagindo
com a Aprendizagem entre as duas Esc. Profº
José A. de Araújo e Esc. De Ens. Fund. e
Médio “15 de Junho”, 2010.
Figura 11. Momento de lazer dos referidos
alunos, 2010.
Figura 12. Alunos no banho, após as
atividades executadas entre ambas as Escolas,
2010.
38. 37
“Descobrir que a leitura é uma forma servil de sonhar, se tenho de sonhar, porque não
sonhar os meus próprios sonhos?”
(Fernando Pessoa)
39. 38
ROSA DA SILVA DE SOUSA
O ENSINO DA HISTORIA DA ARTE NA ESCOLA
PROFESSOR JOSE AUGUSTO DE ARAUJO
Tarauacá, Acre
2011.