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Universidade Aberta do Brasil
             Universidade de Brasília
                 Instituto de Artes
           Departamento de Artes Visuais




               Núcia Sabóia Ferreira




 INTERVENÇÃO URBANA NO ENSINO NÃO FORMAL

Aproximando a arte do público em Sena Madureira-AC




              Sena Madureira – 2011
Núcia Sabóia Ferreira




 INTERVENÇÃO URBANA NO ENSINO NÃO FORMAL

Aproximando a arte do público em Sena Madureira-AC




                            Trabalho de conclusão do curso de
                            Artes Visuais do Instituto de Artes,
                            habilitação   em   Licenciatura   do
                            Instituto de Artes da Universidade de
                            Brasília.

                            Orientadora: Profª Msª Ludmila de
                            Araújo Correia




              Sena Madureira – 2011
Dedico este trabalho às duas pessoas que mais estiveram presente na
   minha vida durante o curso, ainda que virtualmente, das quais o apoio e
incentivo que recebi foi de fundamental importância nesse período: Cirlanda
e Ludmila. Talvez você, Ludmila, não tenha noção do quanto foi importante
  nesses quatro anos e continuará sendo, pois você me cativou e, cativar é
               criar laços, por isso estaremos unidas pelo laço da amizade.
AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus que me permitiu perseverar nesses quatro
anos de curso, me fortalecendo nos momentos difíceis. Agradeço minha família
que sempre me apoiou e incentivou nos estudos, em especial meus pais, Alice
Bezerra Sabóia e Luiz Gonzaga Ferreira, pela bela educação e valores
familiares que me ensinaram. Hoje esses valores compõem meu caráter e
minha personalidade, tudo o que sou como pessoa é graças a eles.

À minha grande amiga Cirlanda Costa que sempre me deu apoio constante, às
minhas amigas e companheiras de curso, Rauany Mendes, Socorro Pinheiro e
Thays Mara e à Francisca Almeida do Carmo Coordenadora do Polo da UAB
em Sena Madureira. Durante esse percurso muitas professoras tutoras
contribuíram com meu aprendizado, mas meu agradecimento especial é para
pessoas especiais, Lisa Minari, Thelma Melo, Ana Uhle, Patrícia Glayds, Iara
Pena, Daniela Freitas e Kárita Borges que está conosco nessa reta final. Por
fim, minha imensa gratidão à pessoa que mais esteve presente na minha vida
durante o curso, minha querida orientadora Ludmila de Araújo Correia, que
mesmo à distância, a qualquer hora do dia ou da madrugada esteve disponível
para me ajudar.
RESUMO

Este trabalho tem o intuito de apresentar a importância da intervenção urbana
enquanto linguagem artística, em uma proposta para o ensino não formal de
Sena Madureira, no Acre. Sendo este o primeiro trabalho realizado na cidade,
pretendeu-se apresentar as contribuições da intervenção urbana para a
sociedade local, a partir da aproximação entre arte e público que essa
linguagem possibilita. Na realização de algumas intervenções em diferentes
espaços públicos da cidade, a mais recente em uma instalação na Praça
Arlindo Figueiredo, foi observada uma experiência produtiva com participação e
interação do público presente. Nesse sentido, propusemos que seja realizada
uma oficina de intervenção urbana objetivando valorizar o ensino de arte no
contexto de ensino não forma local. Espera-se que o grafite digital e as
instalações motivem o processo criativo dos participantes na realização da
oficina que terá duas horas de trabalho por dia durante uma semana.

Palavras-chave: Intervenção Urbana; Educação não formal; Instalação
artística.
Lista de Figuras

Figura 1: Azulejos ............................................................................................ 14

Figura 2: Ensacamento ................................................................................... 15

Figura 3: Desvio para o Vermelho.....................................................................16

Figura 4: Grafite feito por Basquiat....................................................................17

Figura 5: Grafite feito Binho Ribeiro...................................................................18

Figura 6: Grafite feito pelos Gêmeos.................................................................18

Figura 7: Tiradentes...........................................................................................19

Figura 8: Paulista...............................................................................................20

Figura 9: Paulista...............................................................................................20

Figura 10: Garrafas de Coca-Cola.....................................................................21

Figura 11: Cédulas.............................................................................................21

Figura 12: Parangolé.........................................................................................22

Figura 13: Tropicália..........................................................................................23

Figura 14: Magic................................................................................................24

Figura 15: Os penetráveis..................................................................................24

Figura 16: Os penetráveis..................................................................................25

Figura 17: Folhas Douradas..............................................................................26

Figura 18: Pintando Muro..................................................................................27

Figura 19: Intervenção em árvore......................................................................27

Figura 20: Intervenção na Igreja........................................................................27
Figura 21: Instalação com calcinhas..................................................................28

Figura 22: Instalação com calcinhas..................................................................28

Figura 23: Instalação com calcinhas..................................................................28

Figura 24: Projeção do vídeo.............................................................................30

Figura 25: Respondendo questionário...............................................................30

Figura 26: Instalação com calcinhas..................................................................38
SUMÁRIO




INTRODUÇÃO .................................................................................................... 8

1     INTERVENÇÃO URBANA NO ENSINO NÃO FORMAL ............................. 12

1.1        A Intervenção Urbana como linguagem artística ................................... 13

1.2        Instalação Artística ................................................................................. 16

1.3        Grafite digital em instalações artísticas ................................................. 18

1.4        “Artistas que inspiram: Cildo Meireles e Hélio Oiticica” ......................... 20

2     MÃO NA MASSA! REALIZANDO UMA INTERVENÇÃO EM SENA
MADUREIRA ..................................................................................................... 29

2.1 A reação do público ..................................................................................... 34

3     Proposta de OFICINA .................................................................................. 37

CONCLUSÃO .................................................................................................... 40

REFERÊNCIAS ................................................... Error! Bookmark not defined.

ANEXO A – QUESTIONÁRIO ........................................................................... 43

ANEXO B - Plano de aula ................................................................................. 45
9

                                   INTRODUÇÃO

Esse trabalho apresenta a Intervenção Urbana como uma linguagem artística
para o ensino não formal na cidade de Sena Madureira, no Acre. A principal
motivação deste trabalho surgiu da necessidade de divulgar uma linguagem
artística que não é tão conhecida na comunidade de Sena Madureira.

Às pessoas estão acostumadas com a arte em locais próprios para sua
exposição, como museus, galerias e outros espaços que não permitem uma
maior aproximação do público com as obras. Entretanto a cidade de Sena
Madureira, não dispõe de espaços de exposição da arte. Assim, a intervenção
nos espaços públicos, além de permitir a interação entre os espectadores e a
obra de arte, também estimula novas formas de manifestação da arte podendo
dar visibilidade aos artistas locais.

A intervenção urbana, em linhas gerais é uma linguagem artística que permite
estabelecer, em um espaço público, uma interação direta entre a sociedade e o
sujeito, podendo transformar o cotidiano, o contexto sociocultural e o próprio
espaço. Enquanto espaço de produção e exposição da arte, proporciona novas
possibilidades aos espectadores e à sociedade em geral, porque permite que
qualquer pessoa, ao transitar por ele, seja desafiada a mergulhar no mundo
artístico. As intervenções podem transformar a forma de vermos e fazermos
arte além de mudar a estética do espaço onde está inserida.

Essa prática artística nos permite produzir livremente nossos trabalhos
artísticos expressando nossas manifestações, o que não significa que seja algo
tão simples. É um trabalho que requer cautela, cuidado e envolvimento tanto
em relação aos propósitos estéticos quanto aos aspectos sociais, culturais e
também políticos envolvidos. Afinal, a linguagem intervém em espaços
coletivos e urbanos normalmente bastante frequentados, muitas vezes provoca
“tumultos” em prédios, praças, parques, alterando a rotina de um bairro ou uma
cidade, em uma sociedade regida por normas políticas e pelo poder público.
10

Como parte da disciplina Laboratório de Arte e Tecnologia deste curso, 1
realizamos pequenas intervenções e observamos que as pessoas gostaram do
que viram, especialmente quando utilizamos um programa de computador
chamado “ciberurbe” que permite a realização de intervenções feitas com o uso
das tecnologias.

Sendo assim, utilizamos experiências práticas com a instalação como ponto de
partida para discutir e verificar as contribuições da intervenção urbana
enquanto linguagem artística para a comunidade de Sena Madureira. Os
objetivos deste trabalho são apresentados a seguir.

Objetivo central:

•   Apresentar as contribuições da intervenção urbana enquanto linguagem
    artística para o ensino não formal na comunidade de Sena Madureira-Ac.

Objetivos específicos:

•   Discutir a intervenção urbana como linguagem artística buscando-se
    demonstrar que a arte pode ser bem mais abrangente do que se ensina
    nas escolas;

•   Identificar as reações ou emoções despertadas no público em uma
    experiência de intervenção utilizando instalação artística relacionando-as
    com a proposta do trabalho;

•   Apresentar uma proposta educativa voltada para a intervenção urbana em
    espaços não formais da comunidade de Sena Madureira-AC;




A Metodologia empregada foi uma pesquisa exploratória baseada em pesquisa
bibliográfica e entrevistas. A primeira foi feita com o intuito de obter



1 A disciplina LAT foi ministrada pelo professor Christus Nóbrega, da mesma
forma o software ciberurbe foi criado pelo próprio professor.
11

conhecimentos teóricos sobre intervenção urbana e instalação, conhecer
artistas que trabalham com essa prática artística, seus trabalhos e os impactos
que esses causaram na sociedade. Para análise das diferentes reações que a
intervenção pode provocar nos espectadores, realizou-se uma experiência de
intervenção na qual foi distribuído um pequeno questionário, com questões
relacionadas à intervenção urbana e à instalação enquanto práticas artísticas.

Tais elementos contribuíram para construção de conhecimento mais amplos
sobre intervenções urbanas, principalmente para os espectadores que não
conheciam essa linguagem artística.

Ao observar as atitudes das pessoas percebe-se, que nem todos estão
preparados para vivenciar novas experiências, sabe-se que a intervenção é
uma linguagem que rompe as barreiras que aproxima espectador e obra de
arte e é exatamente para essa aproximação que muitos ainda não estão
prontos.

Esta monografia está organizada em três capítulos. O primeiro apresenta a
intervenção enquanto linguagem artística na educação não formal, destacando
a relação da obra com os espectadores e a valorização do ensino de arte
dentro e fora das escolas, tendo em vista que esta se insere em espaços
públicos.

Já o segundo capítulo refere-se às contribuições que as intervenções artísticas
podem trazer para o ensino não formal na comunidade de Sena Madureira a
partir de uma experiência de instalação artística realizada ao longo da pesquisa.

O terceiro capítulo aprofunda questões relevantes para a execução do trabalho,
como pesquisas bibliográficas, pesquisa de ação e realização de instalação em
espaço público. Essa instalação será desenvolvida durante uma semana numa
oficina de intervenção urbana, além da instalação serão feitas algumas
intervenções de grafite digital com o software ciberurbe.
12

1. INTERVENÇÃO URBANA NO ENSINO NÃO FORMAL

Sabe-se que a construção do saber é algo que não acontece apenas nas
escolas. Quando se fala em arte os locais de aprendizagem podem ser os mais
variados, incluindo lugares públicos, o que causa surpresa nas pessoas que
estão habituadas a verem arte apenas em locais próprios para sua exposição,
como galerias e museus. Dai a necessidade de divulgar uma linguagem
artística que não é conhecida na cidade de Sena Madureira.

No ensino não-formal existe um grande protagonista: o educador, que motiva
seu público a buscar novos saberes, movidos pela curiosidade de aprender
sempre mais (ITAÚ CULTURAL, 2007). Por outro lado, a educação não deixa
de ser um espaço de saberes construídos coletivamente, e o educador tem o
papel de instigar o grupo a investigar a realidade e o contexto no qual estão
inseridos.

É importante ressaltar que no processo de aprendizagem não-formal o
educador tanto ensina quanto aprende, interagindo com os demais indivíduos
em seu contexto sociocultural, permitindo-se entender melhor a cultura do outro.
Assim, “o educador não-formal propõe a produção de saberes a partir da
tradução de culturas locais existentes, procurando fazer novo alento a essas
culturas” (FREIRE P, 1983, apud ITAÚ CULTURAL, 2007, p. 17).

O ensino não-formal vem sendo posto em prática com mais frequência na
educação, uma forma enriquecedora de vincular essa modalidade de ensino à
arte é   a intervenção urbana, por ser uma excelente possibilidade para
construção do saber coletivo com interatividade. Quando várias pessoas se
disponibilizam a realizar uma intervenção trazendo para esta suas experiências
de outras atividades artísticas, educacionais e/ou culturais esse processo de
ensino aprendizagem se torna mais prazeroso, ensino porque transmitimos
conhecimento, aprendizagem porque quando trabalhamos em grupo sempre
ganhamos com a experiência do outro.

Em Sena Madureira, não contamos atualmente com espaços ou iniciativas de
educação não-formal em artes visuais, por isso pretendo desenvolver uma
proposta de educação não-formal com a comunidade local sobre intervenção
13

urbana. Além disso, se houver algum artista local que se proponha a contribuir
com essa proposta de trabalho, será algo ainda mais produtivo para o ensino
não-formal na cidade.

A seguir, apresentaremos algumas questões conceituais e exemplos
relacionados à intervenção urbana e as linguagens artísticas usualmente
utilizadas, com destaque para a instalação.

1.1. A Intervenção Urbana como linguagem artística

Intervenção Urbana é uma linguagem artística que se caracteriza por
intervenções realizadas em espaço público. É uma linguagem utilizada como
elemento de articulação com a realidade cotidiana onde o participante é o
motor da obra e tem autonomia para assumir uma postura crítica diante das
transformações causadas pela intervenção urbana, pois estas sempre tem o
propósito de modificar um espaço ou chamar atenção para questões sociais ou
políticas como fizeram Cildo Meireles, Hélio Oiticica e outros artistas
conhecidos no Brasil e na Europa.

Atualmente percebe-se um destaque cada vez maior no que se refere ao lugar
da arte, sobretudo quando se trata de intervenção urbana. A intervenção é em
geral experimentada pelo espectador num espaço aberto e, em alguns casos o
público contribui com a construção da obra, descobrindo novas possibilidades
de criação artística que o motiva a contemplar, interagir quando possível e a
penetrar na obra desenvolvendo e executando habilidades que aguçam os
sentidos: visão, audição e paladar de diferentes formas.

É importante ressaltar que existem diversos tipos de intervenções urbanas,
desde pequenos adesivos até grandes instalações artísticas. Algumas
instalações e grafite digital costumam se destacar nos espaços públicos nos
quais são inseridas. O grafite digital se caracteriza uma intervenção quando ele
permite que o público interaja com a obra, dentre outras formas isso acontece
quando se utiliza o software ciberurbe nas intervenções, pois o público participa
e colabora com a transformação instantânea de um ambiente dando novas
formas às obras criadas pelo artista, criando obras próprias, assim como pode
não haver interação ou participação do público na obra, em alguns casos esse
14

público é apenas espectador, observa, contempla, analisa, mas não interfere
na obra ou objeto de arte já criado pelo artista.

Um elemento que encanta na intervenção urbana é ação realizada, ou seja,
uma intervenção não tem que ser algo fixo, permanente, algo que fique estático
para sempre num determinado lugar. O que torna a intervenção uma ação
criativa e motivadora é o agora, é a transformação feita na rua, no muro ou em
qualquer outro espaço aberto, como exemplo disso temos o Poro, uma dupla
de artistas que fazem arte dessa forma nas ruas, em lugares abandonados e
utilizando objetos, ferramentas simples como papel e outros. O importante é
que não são trabalhos feitos de qualquer forma, ou para sair da rotina, mas
tudo tem uma razão de ser. Normalmente para questionar alguma situação,
alertando as pessoas sobre questões cotidianas que passam despercebidas na
sociedade. E, sabemos que através da arte é possível conscientizar as
pessoas. O Poro é composto por Marcelo Terça-Nada e Brígida Campbell. Um
de seus trabalhos mais conhecidos chama-se azulejos.

A intervenção consiste numa série de imagens de azulejos impressas em off-
set sobre papel jornal em tamanho natural (15x15 cm). Os Azulejos de papel
são instalados em muros de casas e lotes abandonados, ou casa de amigos.
Os azulejos também são distribuídos para que as pessoas façam suas próprias
instalações.




                    Figura 1: Azulejos Marcelo Terça-Nada (2010)
                             Fonte: Arquivo pessoal, 2011.
15

Outro grupo marcante no campo das intervenções urbanas foi o 3Nós3,
composto pelos artistas paulistas Hudinilson Júnior (1957), Mario Ramiro
(1957) e pelo gaúcho Rafael França (1957-1991). Os mesmo criaram o grupo
em 1979. Durou apenas quatro anos, e sua atuação se deu até 1982. Porém
deixou sua marca registrada na história da arte através de 11 intervenções
urbanas. Suas manifestações foram consideradas transgressoras e práticas
marginais diante do contexto ao qual estavam inseridos. Uma intervenção que
causou muita polêmica na época foi o “ensacamento”. Esse trabalho foi
realizado de madrugada, os mesmos ensacaram estátuas e monumentos com
saco de lixo deixando os políticos e outras pessoas de status da sociedade
revoltadas com essa atitude. No entanto o objetivo foi alcançado, suas
intervenções causaram muita polêmica.




 Figura 2 Ensacamento, São Paulo, 27 abril de 1979. Noticiado pelos jornais impressos
 Folha da Tarde (28 de abril de 1979), Última Hora (28 de abril de 1979) e Diário da Noite
                                       (28 de abril 1979).
     Fonte: http://artesvisuaisjp.blogspot.com/2010/08/artistas-e-obras-citados-arte.html


Existem atualmente muitos movimentos relacionados à intervenção urbana,
entre eles um chamado underground, que com o passar do tempo foi ganhando
força e se estruturando. Underground formado por um grupo de pessoas que
não estão preocupadas em seguir padrões convencionais, e isso é uma
característica comum na intervenção urbana, pois esta não segue padrões,
veio para romper a ideia de que arte tem que ser tudo bem definido e
padronizado,     desmitificando      tais   conceitos.     É    uma     cultura    urbana
contemporânea que não segue modismo e normalmente não está na mídia,
16

isso já é algo incomum porque as intervenções costumam serem destaques de
noticiários, sobretudo nos dias atuais, na cultura digital onde tudo de alguma
forma vai parar na mídia.

Algo admirável nas intervenções urbanas são as reações que causam no
público, seja esse público observador, admirador ou apenas um andante que
passa e por acaso se admira com a intervenção feita em um espaço no qual
nunca havia detido seu olhar. Schultz (2005) apresenta um exemplo dessas
reações quando se refere ao indivíduo que se depara com uma pichação no
alto de um prédio e se espanta ao se dá conta de que se trata do seu local de
trabalho, o que não se sabe é se tal reação de espanto provou atitudes de
admiração ou crítica nesse indivíduo.

A análise do autor deixa claro que apesar de causar reações de espanto não
quer dizer necessariamente que haja mudança de atitude do indivíduo em
relação àquilo que lhe despertou essa reação, ou seja, isso não garante que a
atitude negativa da pessoa diante de uma intervenção se torne positiva.

Para Schultz (2005), a interação do público por meio da experimentação é algo
importante na intervenção urbana, pois permite que crianças, jovens e adultos
tenham participação ativa na criação de uma obra, com liberdade de se
expressar e estabelecer relações novas com os espaços públicos que sofreram
intervenções artísticas.

Independente do tempo, lugar ou espaço, a intervenção urbana promove o
encontro da obra de arte com o público de forma interativa e encantadora,
provocando reações diversas, além de permitir o contato direto do público com
a arte e novos olhares sobre espaços urbanos que antes passavam
despercebidos.

1.2. Instalação Artística

Entre os diferentes tipos de intervenção urbana, uma que se destaca é a
Instalação Artística, por ser uma linguagem que causa impacto na sociedade e
atrai a atenção do público, protesta contra injustiças sociais e permite interação
com o espectador.
17

Conforme afirma Cristina Freire (2006), a instalação vem romper com regras
formais ou convencionais, com as esferas do público e do privado, estreitando
a relação entre arte e vida e aproximando a arte do público. Isso representa um
momento significativo na história da arte contemporânea. A Intervenção Urbana
desprende a arte de seu destino como mercadoria, a Instalação é uma
representação disso, é uma linguagem que proporciona aproximação com o as
pessoas tornando o espaço urbano uma obra de arte acessível a todos.

Foi a partir da década de 60 que o termo “instalação” que até então significava
montagem (a instalação) de uma exposição passa a nomear essa operação em
que o espaço (entorno) torna-se parte constituinte da obra. (FREIRE, 2006,
p.45).

Sua origem vem do movimento dadaísta que se popularizou nos anos 70,
quando artistas reuniram diferentes materiais num determinado espaço e o
reconstruíram criticamente, a partir de um arranjo de elementos. Uma reflexão
cuidadosa sobre seus princípios e análise da intenção do artista são
importantes nas instalações.

A instalação Desvio para o vermelho I: impregnação, de Cildo Meireles, é um
exemplo de como nos diferentes espaços em que foi apresentada foram
incluídos todos os objetos da instalação. Buscou-se, assim, manter a maior
fidelidade possível ao projeto original, embora em cada contexto, em cada
situação, as possibilidades de recepção sejam sempre variáveis (FREIRE,
2006).
18




 Figura 3 Cildo Meireles, Desvio para o vermelho I: Impregnação, II: Entorno, III: Desvio,
       materiais diversos, dimensões variáveis, 1967-84. Foto: Eduardo Eckenfels
                       Fonte: http://www.inhotim.org.br/noticia/view/14


Considero que as instalações são o tipo de intervenção mais interessante por
serem provocativas e por possibilitarem interação com o público. Atualmente,
temos ainda a possibilidade de realizar uma instalação utilizando o grafite
digital, o qual possibilita que haja interação com o espectador. Esse processo
de diálogo entre público e obra é perceptível para quem as observa.

1.3. Grafite digital em instalações artísticas

O grafite digital é uma das muitas possibilidades de intervenção urbana, que
pode ser utilizado como instalações artísticas. É uma manifestação da arte
inserida em espaços públicos. Mas nem todas as inscrições em grafite podem
ser consideradas instalações, assim como nem todas as instalações são
consideradas intervenções. O grafite está ligado a diferentes movimentos, em
especial ao Hip Hop, para o qual o grafite é uma forma de expressar a
opressão vivenciada pela humanidade e chegou ao Brasil na década de 70, já
com estilo brasileiro que se tornou conhecido em todo mundo. Sabe-se
também que em torno do grafite giram algumas polêmicas, pois de um lado é
reconhecido como movimento artístico, e de outro é visto como poluição visual.
No entanto, sabemos que o grafite é uma arte que se generalizou pelo mundo
com o movimento de contracultura de 1968, quando os muros de Paris se
tornaram “palco de inscrições de caráter poético político”.
19

Dentre os grafiteiros, o mais célebre foi Jean Michel Basquiat que no final dos
anos 1970, despertou a atenção da imprensa novaiorquina, sobretudo pelas
mensagens poéticas que deixava nas paredes dos prédios abandonados de
Manhattan.




                          Figura 4 Grafite feito por Basquiat 2009
      http://bethccruz.blogspot.com/2009/03/grafiteiro-artista-de-vanguarda-street.html




                          Figura 5 Grafite feito por Binho Ribeiro
      http://bethccruz.blogspot.com/2009/03/grafiteiro-artista-de-vanguarda-street.html
20




                                         Figura 6
      http://bethccruz.blogspot.com/2009/03/grafiteiro-artista-de-vanguarda-street.html


1.4. “Artistas que inspiram: Cildo Meireles e Hélio Oiticica”

Vários artistas brasileiros aderiram à linguagem da intervenção urbana como
uma prática artística, adeptos à sua proposta de desmontar conceitos
estabelecidos no campo da arte, possibilitar ao homem contemporâneo o livre
acesso e a democratização da cultura de seu tempo.

Dos trabalhos de Cildo Meireles, um que chamou bastante atenção da
sociedade em geral foi Tiradentes, no qual amarrou várias galinhas a um poste
numa praça pública, isto aconteceu na época da ditadura militar como forma de
protesto contra várias mortes de seres humanos que estavam ocorrendo
naquele momento. Quando o artista se propõe fazer uma intervenção desse
nível, espera-se que sua obra seja impactante, o que significa que diferentes
reações serão despertadas no público. Na obra citada, apesar de seu protesto
ter sido feito contra a ditadura militar, despertou a fúria dos protetores dos
animais que não compreenderam a crítica feita por Cildo às muitas vidas de
seres humanos que foram tiradas estupidamente. Dessa forma, percebe-se
que a intervenção realmente leva as pessoas a terem as mais variadas e
inesperadas reações.
21




                            Figura 7 Tira Dentes (Cildo Meireles)
 Fonte: http://vilamundo.org.br/2010/09/primeira-e-ultima-inaugura-nova-fase-da-galeria-luisa-
                                            strina/


Barja (2006) apresenta outro exemplo interessante de intervenção de Cildo
Meireles, a “Avenida Paulista”, uma crítica ao sistema capitalista na qual a
participação do público foi decisiva, pois houve um alto grau de interação com
a proposta. O artista pensou numa proposta inusitada num local bastante
frequentado por grandes investidores e empresários. Produziu para essa obra
centenas de parafusos de ouro, os inseriu aleatoriamente nas pedras
portuguesas da avenida. E segundo informações publicadas na mídia,
sobretudo nos jornais de negócios da época “houve muito executivo ajoelhado
na calçada garimpando os parafusos de ouro”.




                               Figura 8 Paulista ( Cildo Meireles)
 Fonte: http://bienalartecultura.blogspot.com/2009/01/no-territorio-vasto-cildo-meireles-e.html
22




                               Figura 9 Paulista (Cildo Meireles)
 Fonte: http://bienalartecultura.blogspot.com/2009/01/no-territorio-vasto-cildo-meireles-e.html


Cildo Meireles também apresentou obras importantes na exposição Information
no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA). Meireles apropria-se de
objetos que transitam no meio público, ou seja, objetos inseridos no dia-a-dia
com palavras contundentes subvertendo seu sentido, como os projetos Coca-
Cola e Cédula, criados nas “Inserções e circuitos ideológicos,” que surgiram da
necessidade de se criar um sistema de troca de informações que fosse
contrário ao da imprensa e que não dependesse de um controle centralizado
nas mãos daqueles que detinham o poder. As frases contidas nas garrafas
retornáveis e nas cédulas eram críticas ao sistema da ditadura, dessa forma
foram postas em circulação e transmitiam informações explorando e
despertando a capacidade sensorial do público.
23




               Figura 10 Cildo Meireles, Garrafas de Coca-Cola retornáveis 1972




                            Figura 11 Cildo Meireles, Cédulas 1979
Fonte: http://patriciamarablog.wordpress.com/2010/08/31/%E2%80%9Cinsercoes-em-circuitos-
               ideologicos%E2%80%9D-e-suas-implicacoes-no-contexto-social-atual/


No projeto Coca-cola, o artista imprimiu nas garrafas a frase “Yankees, go
Home”, fazendo com que as palavras passassem de mão em mão. Já na obra
Cédula, estas foram carimbadas com a frase “Quem matou Herzog?” e postas


2 Cildo Meireles participa da exposição Information, realizada no The Museum of Modern Art - MoMA
[Museu de Arte Moderna] de Nova York, em 1970, considerada como um dos marcos da arte conceitual
realiza a série Inserções em Circuitos Ideológicos. O artista intervém em sistemas de circulação de notas
de dinheiro ou garrafas de Coca-Cola, para difundir anonimamente mensagens políticas durante a
ditadura militar.
24

em circulação novamente. Tanto as garrafas de Coca-Cola quanto as cédulas
de dinheiro implicam no alcance de um sistema de troca muito mais amplo do
que o sistema convencional, sistema de troca que segundo Freire (2006) é
impossível de ser controlado.

Hélio Oiticica é um artista cuja produção se destaca pelo caráter experimental e
inovador. Seus experimentos, que pressupõem uma ativa participação do
público, são em grande parte acompanhados de elaborações teóricas,
comumente com a presença de textos. Com as Invenções de 1959, o artista
marca o início da transição da tela para o espaço ambiental, o que ocorre
nesse ano com os Bilaterais - chapas monocromáticas pintadas com têmpera
ou óleo e suspensas por fios de nylon - e os Relevos Espaciais, suas primeiras
obras tridimensionais.

Segundo Hélio Oiticica o museu é a rua (BARJA, 2008). Essa sem dúvida é
uma afirmação que se encaixa de forma perfeita no campo das intervenções
urbanas. Trata-se exatamente da arte fora dos museus e galerias, já que
nestes ambientes a arte só se faz acessível a um número reduzido de pessoas.
Levando a intervenção para as ruas estamos levando a arte até as pessoas, e
elas se aproximam com mais liberdade, pois na rua todos são iguais. Pensando
nessa aproximação do público com a arte, Oiticica criou várias intervenções
que permitem contato direto com os indivíduos, como o grande sucesso
Parangolé. Trata-se de uma espécie de capa parecida com uma bandeira feita
de pano, borracha, tinta, cola e outros materiais no qual foi inserido no corpo de
um sambista.
25




                            Figura 12 Parangolé (Hélio Oiticica)
     Fonte: http://bethccruz.blogspot.com/2010/03/helio-oiticica-arte-e-parangoles.html




Oiticica também participou da exposição Information no Museu de Arte
Moderna de Nova York (MoMA). Deixando bem claro que não representava o
Brasil, que no momento vivia sob a ditadura militar. O artista apresentou ao
público norte-americano um texto com aspectos da obra “Tropicália”,
considerado “antiarte ambiental" que teve lugar no fim da década de 1960. Os
Penetráveis, de 1960 e 1963 -, assim como o projeto de aproximar a arte das
coisas do mundo, borrando as fronteiras entre arte/antiarte. "Pretendo estender
o princípio de apropriação" disse ele. "Às coisas do mundo com que me deparo
nas ruas, nos terrenos baldios, nos campos, no mundo ambiente, enfim -
coisas que não seriam transportáveis, mas para as quais eu chamaria o público
à participação - seria isso um golpe fatal ao conceito de museu, galeria de arte
etc.” (FREIRE C, 2006).
26




                         Figura 13 Hélio Oiticica, Tropicália, 1967
      Fonte: http://dimensaoestetica.blogspot.com/2006/10/27-bienal-de-so-paulo.html


Hélio Oiticica dizia que o “Museu é o mundo” e ele soube usar esse mundo
como museu. Suas intervenções urbanas são obras que rompem com padrões
convencionais levando a arte ao mundo. As intervenções de Oiticica
proporcionam algo bom de ver. A interação com o público como os seis
penetráveis que, para ele essas obras só têm valor se houver interatividade,
pois o público pode interagir tocando, sentindo, ou seja, vivenciando a
experiência de penetrar no mundo arte.
27




    Figura 14 A escultura Magic Square Nº 5 - De Luxe, de Hélio Oiticica (Foto: André
                                     Mantelli/ Divulgação)
Fonte: http://entretenimento.r7.com/blogs/r7-cultura/2010/08/03/inhotim-e-obrigatorio-pra-quem-
                                   curte-arte-e-paisagismo/




                       Figura 15 Hélio Oiticica, Os penetráveis

  Fonte: http://brasilfashionnews.blogspot.com/2011/01/jornal-online-brasil-fashion-news-de-
                                           14.html
28




  Figura 16 Hélio Oiticica, Invenção da cor, Penetrável Magic Square 5, De Luxe, 1977.



Tanto Hélio Oiticica quanto Cildo Meireles se destacam por realizarem
importantes trabalhos de intervenções urbanas que encantam as pessoas,
provocando diferentes emoções, reações, despertando assim o gosto pela arte.
Seus trabalhos possibilitam a mudança e transformação da sociedade, como
também, do espaço urbano e público. Com isso, percebemos a positividade
das pessoas verem e se aproximarem da arte.
29

2. MÃO     NA    MASSA!      REALIZANDO          INTERVENÇÕES     EM   SENA
MADUREIRA

Na disciplina Laboratório de Arte e Tecnologia realizamos duas intervenções
na cidade de Sena Madureira no Acre, utilizando um software denominado
“ciberurbe” criado pelo professor Christus Nóbrega. A primeira no muro do
Centro Estadual de Educação Permanente (CEDUP) e a segunda na parede
da Igreja Nossa Senhora da Conceição situada na Avenida Avelino Chaves.
Essas intervenções despertaram a curiosidade das pessoas, voltando sua
atenção para uma linguagem artística inédita em Sena Madureira. Vale
ressaltar que as intervenções feitas com o software ciberurbe permitem que
haja uma maior interação do público com a obra. Essa interatividade pode
ampliar o gosto do público pela arte e proporcionar uma sensação de liberdade
de criação.

As figuras 18, 19 e 20 são registros pessoais das intervenções feitas no muro
do (CEDUP), na parede da Igreja Nossa Senhora da Conceição e nas árvores
do pátio da referida Igreja. Estas intervenções feitas nas árvores foram
inspiradas na intervenção de Marcelo Terça-Nada e Brígida Campbell que
realizaram intervenções em árvores pendurando folhas douradas. A proposta
da dupla era de ressignificar o cotidiano com suas ações poéticas dando novo
sentido às coisas corriqueiras.




                     Figura 17 Folhas de ouro, 2003/ Foto: Poro
30

Fonte: http://www.ponteiolarshopping.com.br/ponteioup/?cat=1&paged=5




                          Figura 18 Pintando muro
             Fonte: Arquivo pessoal (Intervenção feita no CEDUP)




                       Figura 19 Intervenção em árvore
              http://nuartesvisuais.blogspot.com/p/imagens.html
31




       Figura 20 Intervenção na parede da Igreja Nossa Senhora da Conceição
                    http://nuartesvisuais.blogspot.com/p/imagens.html


Como forma de experimentação e fonte de informações sobre o interesse do
público, suas reações e os principais aspectos a serem considerados em uma
proposta de ensino não formal em Sena Madureira foi realizada uma
intervenção na Praça Arlindo Figueiredo.

Inspirados na obra Tiradentes de Cildo Meireles, fizemos uma instalação
utilizando vários tipos, tamanhos e formatos de calcinhas em uma Praça da
cidade, como forma de protesto contra a violência sofrida pela mulher. A
divulgação foi via internet através do meu blog, em outras redes sociais, pelo
telefone informamos algumas instituições educacionais. Também utilizamos
convites informais para a comunidade em geral.

As calcinhas foram inseridas em um barbante, colocadas próximo ao muro, e
sobre as mesmas foi projetado um vídeo com imagens relacionadas ao tema
da violência contra a mulher, assim como alguns dados estatísticos sobre esse
tipo de violência. Além de calcinhas e barbantes foram utilizados outros
equipamentos como notebook e datashow para a projeção. Gostaria de ter
inserido outros objetos relacionados à temática para facilitar o entendimento
das pessoas sobre o assunto em questão. Poderia ter utilizado bonecos de
papelão, como também, distribuir algumas mulheres pela praça com as bocas
amordaçadas para simbolizar aquelas que sofrem agressões em silêncio, que
têm medo de denunciarem as agressões que sofrem. E, assim tornaria a
32

instalação mais realista, porém não conseguimos voluntárias dispostas a
contribuir, talvez por medo de se expor.

Os bonecos ou as mulheres amordaçadas provavelmente não deixariam o
ambiente bonito, mas certamente seria algo que mudaria a estética da Praça
Arlindo Figueiredo, pois a intervenção urbana veio para romper barreiras e
desmontar conceitos predefinidos sobre linguagens artísticas. A intervenção
urbana, de uma forma ou de outra sempre mudam a estética de um espaço,
seja ele uma praça, um muro, um prédio ou uma rua, dentre outras
possibilidades de lugares.




                Figura 21 Instalação feita na Praça Arlindo Figueiredo
                              Fonte: Arquivo pessoal 2011




                Figura 22 Instalação feita na Praça Arlindo Figueiredo
                              Fonte: Arquivo pessoal 2011
33




     Figura 21 Instalação com calcinhas
         Fonte: Arquivo pessoal 2011




Figura 22 Projeção do vídeo sobre as calcinhas
          Fonte: Arquivo pessoal 2011
34




                Figura 23 Participante respondendo o questionário
                            Fonte: Arquivo pessoal 2011


Levando em consideração o tempo de montagem, duração e desmontagem, o
trabalho teve aproximadamente 4h30min de duração. O número de
participantes foi menor do que o esperado, por se tratar de um local bem
movimentado diariamente. Seria possível que o número de espectadores
aumentasse, mas tivemos que encerrar antes do horário previsto por estarmos
em um período chuvoso, e a chuva apressou a desmontagem dos
equipamentos.

Após a realização desse trabalho percebemos como algumas ações mudaram
a forma de visibilizar e de se fazer arte em Sena Madureira. Até então não se
fazia trabalhos como estes, que ainda são apenas pequenas experiências de
duas alunas de Artes Visuais que se encantaram com a linguagem da
intervenção urbana. No entanto, essas pequenas experiências já mudaram a
forma de muitas pessoas verem a arte e vivenciá-la em suas vidas.

2.1. A reação do público

Assim como o trabalho Tiradentes de Cildo Meireles provocou reações
inesperadas nas pessoas, como a ira dos protetores dos animais que ficaram
indignados com a atitude de queimar galinhas, a instalação com calcinhas na
praça local também provocou reações diversas nas pessoas, como surpresa,
35

espanto e estranhamento. Observamos que algumas pessoas preferem ficar
indiferentes, mantendo-se distantes diante do novo que surge inesperadamente,
como no caso da intervenção. Entretanto, observamos que a participação dos
homens foi muito significativa, porque além de responderem ao questionário,
disseram que deveria haver outras manifestações artísticas como esta na
comunidade local, tendo em vista que se trata de uma linguagem apresentada
à sociedade por estudantes de artes 3 visuais e, que até então era
desconhecida das demais pessoas. Segundo os participantes, outras
instalações poderiam contribuir com a cultura local e com o ensino de artes na
educação não formal.

A participação do público foi positiva, pois notificamos que houve interação e
aproximação, e tudo isso aconteceu de forma descontraída, pois as pessoas
podiam passar e olhar as calcinhas penduradas, tocar e fazer seus
questionamentos. Algumas pessoas perguntaram se estávamos vendendo
calcinhas. Outros indagavam se éramos artistas e outros optaram apenas por
responder a um pequeno questionário com algumas perguntas relacionadas à
intervenção urbana, instalação e o assunto abordado no trabalho, a violência
contra a mulher.

As respostas do público revelam que não é comum termos em Sena Madureira
intervenções artísticas, mas que através da arte é possível conscientizar as
pessoas sobre assuntos importantes como, por exemplo, a violência
doméstica. Quando perguntados sobre quais emoções foram vivenciadas, a
maioria dos participantes marcaram as alternativas seguintes: admiração,
estranhamento, crítica e surpresa.

Dessa forma, percebemos que as expectativas foram alcançadas, pois as
reações que esperávamos eram essas mesmo, embora alguns tenham
resumido bastante suas respostas durante a entrevista. Os participantes tinham
perfis bem diversificados, aqueles que responderam apenas “sim”, “não” e



3 Esta Instalação com calcinhas foi feita por mim e pela colega de curso
Socorro Pinheiro
36

“claro”. Aqueles mais espontâneos e outros que preferiram passar direto para
não responder pergunta alguma.

No entanto, a participação do público na instalação e as respostas do
questionário mostraram a necessidade de fazer outras instalações. Diante do
exposto propormos a realização de uma Oficina que permita trabalhar o ensino
não-formal em Sena Madureira de forma descontraída e diversificada.
37

3. PROPOSTA DE OFICINA

Como proposta de ensino não formal foi elaborada uma oficina sobre
Intervenção Urbana (Anexo), destinada a qualquer pessoa da comunidade que
se interesse por atividades artísticas e deseje participar de intervenções em
diferentes pontos da cidade.

Esta oficina espera contar com aproximadamente 20 participantes e consiste,
essencialmente, na apresentação da intervenção urbana enquanto linguagem
da arte e suas possibilidades (grafite, instalação, entre outros), discussão sobre
as possíveis mudanças culturais provocadas pela intervenção urbana na
cidade de Sena Madureira e a produção de instalações artísticas por
ministrantes e participantes.

A ideia de trabalhar com algo que é imprevisível, algumas vezes causa
resistência em algumas pessoas que gostam de trabalhar com um
planejamento definido. Nas intervenções isso não é possível, pois como se
trata de proposta de ensino não formal para diferentes pessoas. O
conhecimento será construído coletivamente com os participantes da oficina.
Entretanto, o assunto será apresentado aos envolvidos neste processo através
de textos, imagens e dos conhecimentos que adquiridos durante o curso.

       Por meio dessa proposta, pretende-se que os participantes desenvolvam
as seguintes habilidades e competências:

Competências:

•   Refletir sobre a linguagem intervenção urbana

•   Compreender as manifestações artísticas através das intervenções

•   Estabelecer relações entre intervenção urbana e cultura local

Habilidades:

•   Saber relacionar sentimentos com o prazer de criar uma obra de arte
•   Valorizar emoções despertadas com a intervenção urbana na sociedade
    local
38


•   Reconhecer as diferentes sensações vivenciadas na intervenção

Para tanto, espera-se que os participantes envolvam-se e sensibilizem-se com
a linguagem da intervenção urbana, conhecendo e respeitando os vários tipos
de intervenções, inclusive aqueles concebidos e desenvolvidos pelos colegas
durante a oficina.

Inicialmente, será realizada uma explanação oral no Polo de apoio presencial
da UAB/UNB em Sena Madureira, na qual será apresentada a intervenção
urbana enquanto linguagem artística. Em seguida será realizada uma pesquisa
sobre artistas que trabalham com a intervenção urbana no laboratório de
informática do Polo, onde os participantes poderão conhecer alguns artistas e
ver suas obras.

Alguns locais prováveis para o desenvolvimento da oficina são espaços
públicos como a praça central da cidade, ruas e paredes de prédios. A oficina
deverá ser realizada ao longo de uma semana, com carga horária total de 10
horas. Para sua realização serão necessários datashow, notebook, extensão
elétrica, mesa, além de outros materiais que serão propostos a partir das ideias
que surgirem nas oficinas expostas pelos participantes.

Pretende-se divulgar o evento via internet (blog e redes sociais), distribuição de
convites para instituições educacionais formais e não formais, via telefone e
convite informal.

Os resultados do trabalho serão apresentados em um vídeo projetado na
parede de um prédio ou muro da cidade com fotografias de todos os momentos
da oficina, montagem, execução, filmagens e desmontagem. Dessa forma,
tanto os participantes quanto o público em geral poderão observar e expressar
suas opiniões sobre o trabalho realizado.

Convém lembrar que para conhecermos bem a linguagem da intervenção
urbana precisamos fundamentar nossas opiniões nos grandes autores e
artistas que desenvolvem trabalhos nesse campo artístico, só assim
poderemos transmitir informações e conhecimentos sobre arte com maior
segurança para os participantes da oficina. É importante que eles saibam que a
39

intervenção não é fruto da nossa imaginação, porém é interessante que saibam
que muitos artistas dedicam-se ao campo da intervenção urbana e que cada
vez mais ela vem ganhando espaço e admiradores.
40

                                    CONCLUSÃO

      Desenvolver um projeto sobre intervenção urbana foi um processo de
aprendizagem rica e estimulante. As intervenções urbanas são provocativas e,
isso aguça a curiosidade das pessoas em geral e desperta diferentes emoções.

      A sociedade é composta por indivíduos de personalidades variadas, o
que significa que sempre haverá quem admire, quem fique encantado, quem
critique e quem não se identifica com essas manifestações artísticas. Como se
trata de ensino não formal, a oficina foi útil para a comunidade local perceber
que as fronteiras da arte ultrapassam museus e galerias. Embora nem todas as
pessoas sejam receptivas às linguagens da Intervenção Urbana e Instalação,
muitos não abrem mão de suas ideias conservadoras.

      Também foi uma jornada divertida, criar situações envolventes que
contribuíram com o processo de educação não formal para um público variado,
ajudando as pessoas a conhecerem novas manifestações artísticas. Ao mesmo
tempo, desenvolver trabalhos não conhecidos na sociedade local exige
responsabilidade, pois estamos executando trabalhos em nosso nome e da
Instituição em que estudamos.

      Os    pequenos    trabalhos   de       intervenções   que   realizamos   nos
aproximaram mais e mais da arte, possibilitou um maior aprofundamento e
amadurecimento sobre o assunto. Percebemos que o curso nos apresentou a
arte com suas diferentes faces e nos envolveu de tal forma que nos motivou a
transmitir esse gosto que temos pela arte a outras pessoas através de oficinas
de ensino não-formal em Sena Madureira, com destaque para instalações
artísticas e grafite digital. Das pequenas queremos chegar às grandes
intervenções e instalações em grafite mostrando à sociedade que arte é algo
que escapa de nossas mãos, porque quanto mais abrirmos a mente para o
diferente, mais aceita a intervenção será.
41

                                     REFERÊNCIAS

BARJA, W. P. Intervenção/terinvenção: a arte de inventar e intervir
diretamente sobre o urbano, suas categorias e o impacto no cotidiano.
Polêmica, v. 17, p. pol17/cimagem/p, 2006.

FREIRE, Cristina, Arte Conceitual, Jorge Zahar editor Rio de Janeiro, 2006

ITAÚ CULTURAL. Não fronteiras: universos da educação não-formal.
Disponível em: http://www.itaucultural.org.br/bcodemidias/000323.pdf acesso
em 18 de set. de 2011.

MAZZILLI,    Clarice   de     Toledo;        GOTILLA,     Juliana   Quartim   Barbosa.
Intervenções Urbanas propostas de novas situações para Pinheiros.
Disponível      em:         <http://www.usp.br/fau/disciplinas/tfg/tfg_online/tr/082/
a036.html>. Acesso em: 16 de set. de 2011.

SCHULTZ, Valdemar. Intervenções Urbanas, Arte e Escola: Experimentações e
Afectos no meio urbano e escolar. In: 19º Encontro da Associação Nacional de
Pesquisadores em Artes Plásticas , 2010, Cachoeira/BA. Anais [do] 19º
Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas.
Salvador/BA:   EDUFBA,       2010.      v.    19.   p.   2556-2570.   Disponível   em:
<http://www.anpap.org.br/anais/2010/pdf/ceav/            valdemar_schultz.pdf>.Acesso
em: 15 de set. de 2011.

Itaú                                                                           Cultural
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseactio
n=termos_texto&cd_verbete=3741 acessado em 22 de novembro de 2011.
42




ANEXOS
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                            ANEXO A – QUESTIONÁRIO

1.    Você já ouviu falar de intervenção urbana? Se sim, como você a define?

2.    Já ouviu de instalação?

3.    O que está achando do trabalho?

4.    Você já identificou o tema abordado nesse trabalho?

5.    Se identificou, o que você acha dessa abordagem?

6.    O que essa linguagem despertou em você?

      ( ) Admiração      ( ) Surpresa ( ) estranhamento ( ) Crítica

7.    Como foi participar dessa instalação? Mudou sua forma de ver arte?

8.    Você acha que deveria ter oficinas artísticas em Sena Madureira?

      ( ) Grafite      ( ) cartazes   ( ) Instalação artística ( ) Performance

9.    Acredita que essas manifestações artísticas podem contribuir com a
      cultura local?

10.   Você acha que outros trabalhos como esse devem ser realizados em
      Sena Madureira?

Relato das respostas

      Os participantes não conheciam a linguagem da intervenção urbana,
portanto não poderiam defini-la, mas gostaram de conhecer e consideram
trabalhos artísticos como este importante na cidade, por se tratar de trabalhos
que aproximam a arte do público e podem contribuir muito com a cultura local.
Alguns participantes homens resumiram suas respostas a sim, não e claro, no
entanto, manifestaram atitudes de admiração, surpresa e estranhamento, mas
identificaram o tema abordado e a importância de conscientizar as pessoas
através da arte.
44




Figura 26 Instalação feita na Praça Arlindo Figueiredo
               Fonte: Arquivo pessoal
45

                                 ANEXO B - PLANO DE AULA

             OFICINA: A Arte invade as ruas de Sena Madureira

1.     Identificação

Ementa: Definição de intervenção urbana enquanto linguagem da arte.
Discussão sobre as possíveis mudanças culturais provocadas pela intervenção
urbana na cidade de Sena Madureira. Produção de instalações por ministrantes
e participantes.

Período de realização: Uma semana/5 dias (data a ser definida)

Carga horária: 10 horas

Local de realização: Espaços públicos da cidade de Sena Madureira - AC

Público-alvo: Pessoas que se interessam por atividades artísticas e desejam
participar de intervenções em diferentes pontos da cidade. Espera-se um
número de aproximadamente 20 pessoas.

Responsável: Núcia Sabóia Ferreira

2.     Objetivo

Discutir sobre intervenção urbana, instalação e grafite digital com os
participantes.

Competências                     Habilidades                Atitudes




1.     Refletir     sobre   a 4.      Saber       relacionar 7.   Participação         e
       linguagem                      sentimentos com o           envolvimento
       intervenção urbana             prazer de criar uma
                                      obra de arte
2.     Compreender          as
                                                            8.    Sensibilidade        à
       manifestações
                                                                  linguagem
       artísticas     através
                                 5.   Valorizar   emoções
46

         das intervenções               despertadas    com        intervenção urbana
                                        intervenção urbana
3.       Estabelecer
         relações          entre
                                                             9.   Respeito aos vários
         intervenção urbana
                                   6.   Reconhecer      as        tipos           de
         e cultura local
                                        diferentes                intervenções
                                        sensações
                                        vivenciadas     na
                                        intervenção




10.      Conteúdos

Intervenção Urbana

Instalação artística

Grafite digital




11.      Metodologia

              A explanação oral e a pesquisa serão concentradas nos dois
      primeiros dias. Serão formados grupos, onde cada grupo será livre para
      escolher o tema da intervenção que irão fazer, assim como a escolha do
      espaço público. As intervenções serão feitas no terceiro e no quarto dia. No
      quinto dia será a apresentação do resultado para o público e a avaliação
      oral.




12.      Procedimentos

1.       Apresentar a intervenção urbana enquanto linguagem artística

2.       Contextualizar as intervenções
47

3.        Fazer uma pesquisa sobre artistas que trabalham a intervenção urbana

4.        Executar algumas intervenções urbanas

5.        Apresentação das obras criadas

6.        Recursos necessários

Datashow, notebook, extensão elétrica, mesa, além de outros materiais que
serão propostos a partir das oficinas.

7.        Avaliação dos resultados

     Quesitos a serem avaliados:

     As    intervenções   realizadas    provocaram      mudança      de   atitude    nos
     participantes?

     Manifestações artísticas como estas mudaram sua postura em relação ao
     ensino de arte?

     Essa oficina contribuiu com a cultura local?

Bibliografia




http://bienalartecultura.blogspot.com/2009/01/no-territorio-vasto-cildo-meireles-e.html

http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=term
os_texto&cd_verbete=8882

http://www.intervencaourbana.org/

http://nuartesvisuais.blogspot.com
48




8.    Cronograma

          Atividade                Descrição                     Período de realização      Recursos necessários

Pesquisa              Sobre     diferentes    Intervenções,                              Computadores com internet
                      instalações artísticas, grafite digital,
                      videoarte.

Prática               Linguagem Intervenção Urbana                                       Datashow, notebook, extensão
                                                                                         e mesa entre outros.

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  • 1. Universidade Aberta do Brasil Universidade de Brasília Instituto de Artes Departamento de Artes Visuais Núcia Sabóia Ferreira INTERVENÇÃO URBANA NO ENSINO NÃO FORMAL Aproximando a arte do público em Sena Madureira-AC Sena Madureira – 2011
  • 2. Núcia Sabóia Ferreira INTERVENÇÃO URBANA NO ENSINO NÃO FORMAL Aproximando a arte do público em Sena Madureira-AC Trabalho de conclusão do curso de Artes Visuais do Instituto de Artes, habilitação em Licenciatura do Instituto de Artes da Universidade de Brasília. Orientadora: Profª Msª Ludmila de Araújo Correia Sena Madureira – 2011
  • 3. Dedico este trabalho às duas pessoas que mais estiveram presente na minha vida durante o curso, ainda que virtualmente, das quais o apoio e incentivo que recebi foi de fundamental importância nesse período: Cirlanda e Ludmila. Talvez você, Ludmila, não tenha noção do quanto foi importante nesses quatro anos e continuará sendo, pois você me cativou e, cativar é criar laços, por isso estaremos unidas pelo laço da amizade.
  • 4. AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar a Deus que me permitiu perseverar nesses quatro anos de curso, me fortalecendo nos momentos difíceis. Agradeço minha família que sempre me apoiou e incentivou nos estudos, em especial meus pais, Alice Bezerra Sabóia e Luiz Gonzaga Ferreira, pela bela educação e valores familiares que me ensinaram. Hoje esses valores compõem meu caráter e minha personalidade, tudo o que sou como pessoa é graças a eles. À minha grande amiga Cirlanda Costa que sempre me deu apoio constante, às minhas amigas e companheiras de curso, Rauany Mendes, Socorro Pinheiro e Thays Mara e à Francisca Almeida do Carmo Coordenadora do Polo da UAB em Sena Madureira. Durante esse percurso muitas professoras tutoras contribuíram com meu aprendizado, mas meu agradecimento especial é para pessoas especiais, Lisa Minari, Thelma Melo, Ana Uhle, Patrícia Glayds, Iara Pena, Daniela Freitas e Kárita Borges que está conosco nessa reta final. Por fim, minha imensa gratidão à pessoa que mais esteve presente na minha vida durante o curso, minha querida orientadora Ludmila de Araújo Correia, que mesmo à distância, a qualquer hora do dia ou da madrugada esteve disponível para me ajudar.
  • 5. RESUMO Este trabalho tem o intuito de apresentar a importância da intervenção urbana enquanto linguagem artística, em uma proposta para o ensino não formal de Sena Madureira, no Acre. Sendo este o primeiro trabalho realizado na cidade, pretendeu-se apresentar as contribuições da intervenção urbana para a sociedade local, a partir da aproximação entre arte e público que essa linguagem possibilita. Na realização de algumas intervenções em diferentes espaços públicos da cidade, a mais recente em uma instalação na Praça Arlindo Figueiredo, foi observada uma experiência produtiva com participação e interação do público presente. Nesse sentido, propusemos que seja realizada uma oficina de intervenção urbana objetivando valorizar o ensino de arte no contexto de ensino não forma local. Espera-se que o grafite digital e as instalações motivem o processo criativo dos participantes na realização da oficina que terá duas horas de trabalho por dia durante uma semana. Palavras-chave: Intervenção Urbana; Educação não formal; Instalação artística.
  • 6. Lista de Figuras Figura 1: Azulejos ............................................................................................ 14 Figura 2: Ensacamento ................................................................................... 15 Figura 3: Desvio para o Vermelho.....................................................................16 Figura 4: Grafite feito por Basquiat....................................................................17 Figura 5: Grafite feito Binho Ribeiro...................................................................18 Figura 6: Grafite feito pelos Gêmeos.................................................................18 Figura 7: Tiradentes...........................................................................................19 Figura 8: Paulista...............................................................................................20 Figura 9: Paulista...............................................................................................20 Figura 10: Garrafas de Coca-Cola.....................................................................21 Figura 11: Cédulas.............................................................................................21 Figura 12: Parangolé.........................................................................................22 Figura 13: Tropicália..........................................................................................23 Figura 14: Magic................................................................................................24 Figura 15: Os penetráveis..................................................................................24 Figura 16: Os penetráveis..................................................................................25 Figura 17: Folhas Douradas..............................................................................26 Figura 18: Pintando Muro..................................................................................27 Figura 19: Intervenção em árvore......................................................................27 Figura 20: Intervenção na Igreja........................................................................27
  • 7. Figura 21: Instalação com calcinhas..................................................................28 Figura 22: Instalação com calcinhas..................................................................28 Figura 23: Instalação com calcinhas..................................................................28 Figura 24: Projeção do vídeo.............................................................................30 Figura 25: Respondendo questionário...............................................................30 Figura 26: Instalação com calcinhas..................................................................38
  • 8. SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................... 8 1 INTERVENÇÃO URBANA NO ENSINO NÃO FORMAL ............................. 12 1.1 A Intervenção Urbana como linguagem artística ................................... 13 1.2 Instalação Artística ................................................................................. 16 1.3 Grafite digital em instalações artísticas ................................................. 18 1.4 “Artistas que inspiram: Cildo Meireles e Hélio Oiticica” ......................... 20 2 MÃO NA MASSA! REALIZANDO UMA INTERVENÇÃO EM SENA MADUREIRA ..................................................................................................... 29 2.1 A reação do público ..................................................................................... 34 3 Proposta de OFICINA .................................................................................. 37 CONCLUSÃO .................................................................................................... 40 REFERÊNCIAS ................................................... Error! Bookmark not defined. ANEXO A – QUESTIONÁRIO ........................................................................... 43 ANEXO B - Plano de aula ................................................................................. 45
  • 9. 9 INTRODUÇÃO Esse trabalho apresenta a Intervenção Urbana como uma linguagem artística para o ensino não formal na cidade de Sena Madureira, no Acre. A principal motivação deste trabalho surgiu da necessidade de divulgar uma linguagem artística que não é tão conhecida na comunidade de Sena Madureira. Às pessoas estão acostumadas com a arte em locais próprios para sua exposição, como museus, galerias e outros espaços que não permitem uma maior aproximação do público com as obras. Entretanto a cidade de Sena Madureira, não dispõe de espaços de exposição da arte. Assim, a intervenção nos espaços públicos, além de permitir a interação entre os espectadores e a obra de arte, também estimula novas formas de manifestação da arte podendo dar visibilidade aos artistas locais. A intervenção urbana, em linhas gerais é uma linguagem artística que permite estabelecer, em um espaço público, uma interação direta entre a sociedade e o sujeito, podendo transformar o cotidiano, o contexto sociocultural e o próprio espaço. Enquanto espaço de produção e exposição da arte, proporciona novas possibilidades aos espectadores e à sociedade em geral, porque permite que qualquer pessoa, ao transitar por ele, seja desafiada a mergulhar no mundo artístico. As intervenções podem transformar a forma de vermos e fazermos arte além de mudar a estética do espaço onde está inserida. Essa prática artística nos permite produzir livremente nossos trabalhos artísticos expressando nossas manifestações, o que não significa que seja algo tão simples. É um trabalho que requer cautela, cuidado e envolvimento tanto em relação aos propósitos estéticos quanto aos aspectos sociais, culturais e também políticos envolvidos. Afinal, a linguagem intervém em espaços coletivos e urbanos normalmente bastante frequentados, muitas vezes provoca “tumultos” em prédios, praças, parques, alterando a rotina de um bairro ou uma cidade, em uma sociedade regida por normas políticas e pelo poder público.
  • 10. 10 Como parte da disciplina Laboratório de Arte e Tecnologia deste curso, 1 realizamos pequenas intervenções e observamos que as pessoas gostaram do que viram, especialmente quando utilizamos um programa de computador chamado “ciberurbe” que permite a realização de intervenções feitas com o uso das tecnologias. Sendo assim, utilizamos experiências práticas com a instalação como ponto de partida para discutir e verificar as contribuições da intervenção urbana enquanto linguagem artística para a comunidade de Sena Madureira. Os objetivos deste trabalho são apresentados a seguir. Objetivo central: • Apresentar as contribuições da intervenção urbana enquanto linguagem artística para o ensino não formal na comunidade de Sena Madureira-Ac. Objetivos específicos: • Discutir a intervenção urbana como linguagem artística buscando-se demonstrar que a arte pode ser bem mais abrangente do que se ensina nas escolas; • Identificar as reações ou emoções despertadas no público em uma experiência de intervenção utilizando instalação artística relacionando-as com a proposta do trabalho; • Apresentar uma proposta educativa voltada para a intervenção urbana em espaços não formais da comunidade de Sena Madureira-AC; A Metodologia empregada foi uma pesquisa exploratória baseada em pesquisa bibliográfica e entrevistas. A primeira foi feita com o intuito de obter 1 A disciplina LAT foi ministrada pelo professor Christus Nóbrega, da mesma forma o software ciberurbe foi criado pelo próprio professor.
  • 11. 11 conhecimentos teóricos sobre intervenção urbana e instalação, conhecer artistas que trabalham com essa prática artística, seus trabalhos e os impactos que esses causaram na sociedade. Para análise das diferentes reações que a intervenção pode provocar nos espectadores, realizou-se uma experiência de intervenção na qual foi distribuído um pequeno questionário, com questões relacionadas à intervenção urbana e à instalação enquanto práticas artísticas. Tais elementos contribuíram para construção de conhecimento mais amplos sobre intervenções urbanas, principalmente para os espectadores que não conheciam essa linguagem artística. Ao observar as atitudes das pessoas percebe-se, que nem todos estão preparados para vivenciar novas experiências, sabe-se que a intervenção é uma linguagem que rompe as barreiras que aproxima espectador e obra de arte e é exatamente para essa aproximação que muitos ainda não estão prontos. Esta monografia está organizada em três capítulos. O primeiro apresenta a intervenção enquanto linguagem artística na educação não formal, destacando a relação da obra com os espectadores e a valorização do ensino de arte dentro e fora das escolas, tendo em vista que esta se insere em espaços públicos. Já o segundo capítulo refere-se às contribuições que as intervenções artísticas podem trazer para o ensino não formal na comunidade de Sena Madureira a partir de uma experiência de instalação artística realizada ao longo da pesquisa. O terceiro capítulo aprofunda questões relevantes para a execução do trabalho, como pesquisas bibliográficas, pesquisa de ação e realização de instalação em espaço público. Essa instalação será desenvolvida durante uma semana numa oficina de intervenção urbana, além da instalação serão feitas algumas intervenções de grafite digital com o software ciberurbe.
  • 12. 12 1. INTERVENÇÃO URBANA NO ENSINO NÃO FORMAL Sabe-se que a construção do saber é algo que não acontece apenas nas escolas. Quando se fala em arte os locais de aprendizagem podem ser os mais variados, incluindo lugares públicos, o que causa surpresa nas pessoas que estão habituadas a verem arte apenas em locais próprios para sua exposição, como galerias e museus. Dai a necessidade de divulgar uma linguagem artística que não é conhecida na cidade de Sena Madureira. No ensino não-formal existe um grande protagonista: o educador, que motiva seu público a buscar novos saberes, movidos pela curiosidade de aprender sempre mais (ITAÚ CULTURAL, 2007). Por outro lado, a educação não deixa de ser um espaço de saberes construídos coletivamente, e o educador tem o papel de instigar o grupo a investigar a realidade e o contexto no qual estão inseridos. É importante ressaltar que no processo de aprendizagem não-formal o educador tanto ensina quanto aprende, interagindo com os demais indivíduos em seu contexto sociocultural, permitindo-se entender melhor a cultura do outro. Assim, “o educador não-formal propõe a produção de saberes a partir da tradução de culturas locais existentes, procurando fazer novo alento a essas culturas” (FREIRE P, 1983, apud ITAÚ CULTURAL, 2007, p. 17). O ensino não-formal vem sendo posto em prática com mais frequência na educação, uma forma enriquecedora de vincular essa modalidade de ensino à arte é a intervenção urbana, por ser uma excelente possibilidade para construção do saber coletivo com interatividade. Quando várias pessoas se disponibilizam a realizar uma intervenção trazendo para esta suas experiências de outras atividades artísticas, educacionais e/ou culturais esse processo de ensino aprendizagem se torna mais prazeroso, ensino porque transmitimos conhecimento, aprendizagem porque quando trabalhamos em grupo sempre ganhamos com a experiência do outro. Em Sena Madureira, não contamos atualmente com espaços ou iniciativas de educação não-formal em artes visuais, por isso pretendo desenvolver uma proposta de educação não-formal com a comunidade local sobre intervenção
  • 13. 13 urbana. Além disso, se houver algum artista local que se proponha a contribuir com essa proposta de trabalho, será algo ainda mais produtivo para o ensino não-formal na cidade. A seguir, apresentaremos algumas questões conceituais e exemplos relacionados à intervenção urbana e as linguagens artísticas usualmente utilizadas, com destaque para a instalação. 1.1. A Intervenção Urbana como linguagem artística Intervenção Urbana é uma linguagem artística que se caracteriza por intervenções realizadas em espaço público. É uma linguagem utilizada como elemento de articulação com a realidade cotidiana onde o participante é o motor da obra e tem autonomia para assumir uma postura crítica diante das transformações causadas pela intervenção urbana, pois estas sempre tem o propósito de modificar um espaço ou chamar atenção para questões sociais ou políticas como fizeram Cildo Meireles, Hélio Oiticica e outros artistas conhecidos no Brasil e na Europa. Atualmente percebe-se um destaque cada vez maior no que se refere ao lugar da arte, sobretudo quando se trata de intervenção urbana. A intervenção é em geral experimentada pelo espectador num espaço aberto e, em alguns casos o público contribui com a construção da obra, descobrindo novas possibilidades de criação artística que o motiva a contemplar, interagir quando possível e a penetrar na obra desenvolvendo e executando habilidades que aguçam os sentidos: visão, audição e paladar de diferentes formas. É importante ressaltar que existem diversos tipos de intervenções urbanas, desde pequenos adesivos até grandes instalações artísticas. Algumas instalações e grafite digital costumam se destacar nos espaços públicos nos quais são inseridas. O grafite digital se caracteriza uma intervenção quando ele permite que o público interaja com a obra, dentre outras formas isso acontece quando se utiliza o software ciberurbe nas intervenções, pois o público participa e colabora com a transformação instantânea de um ambiente dando novas formas às obras criadas pelo artista, criando obras próprias, assim como pode não haver interação ou participação do público na obra, em alguns casos esse
  • 14. 14 público é apenas espectador, observa, contempla, analisa, mas não interfere na obra ou objeto de arte já criado pelo artista. Um elemento que encanta na intervenção urbana é ação realizada, ou seja, uma intervenção não tem que ser algo fixo, permanente, algo que fique estático para sempre num determinado lugar. O que torna a intervenção uma ação criativa e motivadora é o agora, é a transformação feita na rua, no muro ou em qualquer outro espaço aberto, como exemplo disso temos o Poro, uma dupla de artistas que fazem arte dessa forma nas ruas, em lugares abandonados e utilizando objetos, ferramentas simples como papel e outros. O importante é que não são trabalhos feitos de qualquer forma, ou para sair da rotina, mas tudo tem uma razão de ser. Normalmente para questionar alguma situação, alertando as pessoas sobre questões cotidianas que passam despercebidas na sociedade. E, sabemos que através da arte é possível conscientizar as pessoas. O Poro é composto por Marcelo Terça-Nada e Brígida Campbell. Um de seus trabalhos mais conhecidos chama-se azulejos. A intervenção consiste numa série de imagens de azulejos impressas em off- set sobre papel jornal em tamanho natural (15x15 cm). Os Azulejos de papel são instalados em muros de casas e lotes abandonados, ou casa de amigos. Os azulejos também são distribuídos para que as pessoas façam suas próprias instalações. Figura 1: Azulejos Marcelo Terça-Nada (2010) Fonte: Arquivo pessoal, 2011.
  • 15. 15 Outro grupo marcante no campo das intervenções urbanas foi o 3Nós3, composto pelos artistas paulistas Hudinilson Júnior (1957), Mario Ramiro (1957) e pelo gaúcho Rafael França (1957-1991). Os mesmo criaram o grupo em 1979. Durou apenas quatro anos, e sua atuação se deu até 1982. Porém deixou sua marca registrada na história da arte através de 11 intervenções urbanas. Suas manifestações foram consideradas transgressoras e práticas marginais diante do contexto ao qual estavam inseridos. Uma intervenção que causou muita polêmica na época foi o “ensacamento”. Esse trabalho foi realizado de madrugada, os mesmos ensacaram estátuas e monumentos com saco de lixo deixando os políticos e outras pessoas de status da sociedade revoltadas com essa atitude. No entanto o objetivo foi alcançado, suas intervenções causaram muita polêmica. Figura 2 Ensacamento, São Paulo, 27 abril de 1979. Noticiado pelos jornais impressos Folha da Tarde (28 de abril de 1979), Última Hora (28 de abril de 1979) e Diário da Noite (28 de abril 1979). Fonte: http://artesvisuaisjp.blogspot.com/2010/08/artistas-e-obras-citados-arte.html Existem atualmente muitos movimentos relacionados à intervenção urbana, entre eles um chamado underground, que com o passar do tempo foi ganhando força e se estruturando. Underground formado por um grupo de pessoas que não estão preocupadas em seguir padrões convencionais, e isso é uma característica comum na intervenção urbana, pois esta não segue padrões, veio para romper a ideia de que arte tem que ser tudo bem definido e padronizado, desmitificando tais conceitos. É uma cultura urbana contemporânea que não segue modismo e normalmente não está na mídia,
  • 16. 16 isso já é algo incomum porque as intervenções costumam serem destaques de noticiários, sobretudo nos dias atuais, na cultura digital onde tudo de alguma forma vai parar na mídia. Algo admirável nas intervenções urbanas são as reações que causam no público, seja esse público observador, admirador ou apenas um andante que passa e por acaso se admira com a intervenção feita em um espaço no qual nunca havia detido seu olhar. Schultz (2005) apresenta um exemplo dessas reações quando se refere ao indivíduo que se depara com uma pichação no alto de um prédio e se espanta ao se dá conta de que se trata do seu local de trabalho, o que não se sabe é se tal reação de espanto provou atitudes de admiração ou crítica nesse indivíduo. A análise do autor deixa claro que apesar de causar reações de espanto não quer dizer necessariamente que haja mudança de atitude do indivíduo em relação àquilo que lhe despertou essa reação, ou seja, isso não garante que a atitude negativa da pessoa diante de uma intervenção se torne positiva. Para Schultz (2005), a interação do público por meio da experimentação é algo importante na intervenção urbana, pois permite que crianças, jovens e adultos tenham participação ativa na criação de uma obra, com liberdade de se expressar e estabelecer relações novas com os espaços públicos que sofreram intervenções artísticas. Independente do tempo, lugar ou espaço, a intervenção urbana promove o encontro da obra de arte com o público de forma interativa e encantadora, provocando reações diversas, além de permitir o contato direto do público com a arte e novos olhares sobre espaços urbanos que antes passavam despercebidos. 1.2. Instalação Artística Entre os diferentes tipos de intervenção urbana, uma que se destaca é a Instalação Artística, por ser uma linguagem que causa impacto na sociedade e atrai a atenção do público, protesta contra injustiças sociais e permite interação com o espectador.
  • 17. 17 Conforme afirma Cristina Freire (2006), a instalação vem romper com regras formais ou convencionais, com as esferas do público e do privado, estreitando a relação entre arte e vida e aproximando a arte do público. Isso representa um momento significativo na história da arte contemporânea. A Intervenção Urbana desprende a arte de seu destino como mercadoria, a Instalação é uma representação disso, é uma linguagem que proporciona aproximação com o as pessoas tornando o espaço urbano uma obra de arte acessível a todos. Foi a partir da década de 60 que o termo “instalação” que até então significava montagem (a instalação) de uma exposição passa a nomear essa operação em que o espaço (entorno) torna-se parte constituinte da obra. (FREIRE, 2006, p.45). Sua origem vem do movimento dadaísta que se popularizou nos anos 70, quando artistas reuniram diferentes materiais num determinado espaço e o reconstruíram criticamente, a partir de um arranjo de elementos. Uma reflexão cuidadosa sobre seus princípios e análise da intenção do artista são importantes nas instalações. A instalação Desvio para o vermelho I: impregnação, de Cildo Meireles, é um exemplo de como nos diferentes espaços em que foi apresentada foram incluídos todos os objetos da instalação. Buscou-se, assim, manter a maior fidelidade possível ao projeto original, embora em cada contexto, em cada situação, as possibilidades de recepção sejam sempre variáveis (FREIRE, 2006).
  • 18. 18 Figura 3 Cildo Meireles, Desvio para o vermelho I: Impregnação, II: Entorno, III: Desvio, materiais diversos, dimensões variáveis, 1967-84. Foto: Eduardo Eckenfels Fonte: http://www.inhotim.org.br/noticia/view/14 Considero que as instalações são o tipo de intervenção mais interessante por serem provocativas e por possibilitarem interação com o público. Atualmente, temos ainda a possibilidade de realizar uma instalação utilizando o grafite digital, o qual possibilita que haja interação com o espectador. Esse processo de diálogo entre público e obra é perceptível para quem as observa. 1.3. Grafite digital em instalações artísticas O grafite digital é uma das muitas possibilidades de intervenção urbana, que pode ser utilizado como instalações artísticas. É uma manifestação da arte inserida em espaços públicos. Mas nem todas as inscrições em grafite podem ser consideradas instalações, assim como nem todas as instalações são consideradas intervenções. O grafite está ligado a diferentes movimentos, em especial ao Hip Hop, para o qual o grafite é uma forma de expressar a opressão vivenciada pela humanidade e chegou ao Brasil na década de 70, já com estilo brasileiro que se tornou conhecido em todo mundo. Sabe-se também que em torno do grafite giram algumas polêmicas, pois de um lado é reconhecido como movimento artístico, e de outro é visto como poluição visual. No entanto, sabemos que o grafite é uma arte que se generalizou pelo mundo com o movimento de contracultura de 1968, quando os muros de Paris se tornaram “palco de inscrições de caráter poético político”.
  • 19. 19 Dentre os grafiteiros, o mais célebre foi Jean Michel Basquiat que no final dos anos 1970, despertou a atenção da imprensa novaiorquina, sobretudo pelas mensagens poéticas que deixava nas paredes dos prédios abandonados de Manhattan. Figura 4 Grafite feito por Basquiat 2009 http://bethccruz.blogspot.com/2009/03/grafiteiro-artista-de-vanguarda-street.html Figura 5 Grafite feito por Binho Ribeiro http://bethccruz.blogspot.com/2009/03/grafiteiro-artista-de-vanguarda-street.html
  • 20. 20 Figura 6 http://bethccruz.blogspot.com/2009/03/grafiteiro-artista-de-vanguarda-street.html 1.4. “Artistas que inspiram: Cildo Meireles e Hélio Oiticica” Vários artistas brasileiros aderiram à linguagem da intervenção urbana como uma prática artística, adeptos à sua proposta de desmontar conceitos estabelecidos no campo da arte, possibilitar ao homem contemporâneo o livre acesso e a democratização da cultura de seu tempo. Dos trabalhos de Cildo Meireles, um que chamou bastante atenção da sociedade em geral foi Tiradentes, no qual amarrou várias galinhas a um poste numa praça pública, isto aconteceu na época da ditadura militar como forma de protesto contra várias mortes de seres humanos que estavam ocorrendo naquele momento. Quando o artista se propõe fazer uma intervenção desse nível, espera-se que sua obra seja impactante, o que significa que diferentes reações serão despertadas no público. Na obra citada, apesar de seu protesto ter sido feito contra a ditadura militar, despertou a fúria dos protetores dos animais que não compreenderam a crítica feita por Cildo às muitas vidas de seres humanos que foram tiradas estupidamente. Dessa forma, percebe-se que a intervenção realmente leva as pessoas a terem as mais variadas e inesperadas reações.
  • 21. 21 Figura 7 Tira Dentes (Cildo Meireles) Fonte: http://vilamundo.org.br/2010/09/primeira-e-ultima-inaugura-nova-fase-da-galeria-luisa- strina/ Barja (2006) apresenta outro exemplo interessante de intervenção de Cildo Meireles, a “Avenida Paulista”, uma crítica ao sistema capitalista na qual a participação do público foi decisiva, pois houve um alto grau de interação com a proposta. O artista pensou numa proposta inusitada num local bastante frequentado por grandes investidores e empresários. Produziu para essa obra centenas de parafusos de ouro, os inseriu aleatoriamente nas pedras portuguesas da avenida. E segundo informações publicadas na mídia, sobretudo nos jornais de negócios da época “houve muito executivo ajoelhado na calçada garimpando os parafusos de ouro”. Figura 8 Paulista ( Cildo Meireles) Fonte: http://bienalartecultura.blogspot.com/2009/01/no-territorio-vasto-cildo-meireles-e.html
  • 22. 22 Figura 9 Paulista (Cildo Meireles) Fonte: http://bienalartecultura.blogspot.com/2009/01/no-territorio-vasto-cildo-meireles-e.html Cildo Meireles também apresentou obras importantes na exposição Information no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA). Meireles apropria-se de objetos que transitam no meio público, ou seja, objetos inseridos no dia-a-dia com palavras contundentes subvertendo seu sentido, como os projetos Coca- Cola e Cédula, criados nas “Inserções e circuitos ideológicos,” que surgiram da necessidade de se criar um sistema de troca de informações que fosse contrário ao da imprensa e que não dependesse de um controle centralizado nas mãos daqueles que detinham o poder. As frases contidas nas garrafas retornáveis e nas cédulas eram críticas ao sistema da ditadura, dessa forma foram postas em circulação e transmitiam informações explorando e despertando a capacidade sensorial do público.
  • 23. 23 Figura 10 Cildo Meireles, Garrafas de Coca-Cola retornáveis 1972 Figura 11 Cildo Meireles, Cédulas 1979 Fonte: http://patriciamarablog.wordpress.com/2010/08/31/%E2%80%9Cinsercoes-em-circuitos- ideologicos%E2%80%9D-e-suas-implicacoes-no-contexto-social-atual/ No projeto Coca-cola, o artista imprimiu nas garrafas a frase “Yankees, go Home”, fazendo com que as palavras passassem de mão em mão. Já na obra Cédula, estas foram carimbadas com a frase “Quem matou Herzog?” e postas 2 Cildo Meireles participa da exposição Information, realizada no The Museum of Modern Art - MoMA [Museu de Arte Moderna] de Nova York, em 1970, considerada como um dos marcos da arte conceitual realiza a série Inserções em Circuitos Ideológicos. O artista intervém em sistemas de circulação de notas de dinheiro ou garrafas de Coca-Cola, para difundir anonimamente mensagens políticas durante a ditadura militar.
  • 24. 24 em circulação novamente. Tanto as garrafas de Coca-Cola quanto as cédulas de dinheiro implicam no alcance de um sistema de troca muito mais amplo do que o sistema convencional, sistema de troca que segundo Freire (2006) é impossível de ser controlado. Hélio Oiticica é um artista cuja produção se destaca pelo caráter experimental e inovador. Seus experimentos, que pressupõem uma ativa participação do público, são em grande parte acompanhados de elaborações teóricas, comumente com a presença de textos. Com as Invenções de 1959, o artista marca o início da transição da tela para o espaço ambiental, o que ocorre nesse ano com os Bilaterais - chapas monocromáticas pintadas com têmpera ou óleo e suspensas por fios de nylon - e os Relevos Espaciais, suas primeiras obras tridimensionais. Segundo Hélio Oiticica o museu é a rua (BARJA, 2008). Essa sem dúvida é uma afirmação que se encaixa de forma perfeita no campo das intervenções urbanas. Trata-se exatamente da arte fora dos museus e galerias, já que nestes ambientes a arte só se faz acessível a um número reduzido de pessoas. Levando a intervenção para as ruas estamos levando a arte até as pessoas, e elas se aproximam com mais liberdade, pois na rua todos são iguais. Pensando nessa aproximação do público com a arte, Oiticica criou várias intervenções que permitem contato direto com os indivíduos, como o grande sucesso Parangolé. Trata-se de uma espécie de capa parecida com uma bandeira feita de pano, borracha, tinta, cola e outros materiais no qual foi inserido no corpo de um sambista.
  • 25. 25 Figura 12 Parangolé (Hélio Oiticica) Fonte: http://bethccruz.blogspot.com/2010/03/helio-oiticica-arte-e-parangoles.html Oiticica também participou da exposição Information no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA). Deixando bem claro que não representava o Brasil, que no momento vivia sob a ditadura militar. O artista apresentou ao público norte-americano um texto com aspectos da obra “Tropicália”, considerado “antiarte ambiental" que teve lugar no fim da década de 1960. Os Penetráveis, de 1960 e 1963 -, assim como o projeto de aproximar a arte das coisas do mundo, borrando as fronteiras entre arte/antiarte. "Pretendo estender o princípio de apropriação" disse ele. "Às coisas do mundo com que me deparo nas ruas, nos terrenos baldios, nos campos, no mundo ambiente, enfim - coisas que não seriam transportáveis, mas para as quais eu chamaria o público à participação - seria isso um golpe fatal ao conceito de museu, galeria de arte etc.” (FREIRE C, 2006).
  • 26. 26 Figura 13 Hélio Oiticica, Tropicália, 1967 Fonte: http://dimensaoestetica.blogspot.com/2006/10/27-bienal-de-so-paulo.html Hélio Oiticica dizia que o “Museu é o mundo” e ele soube usar esse mundo como museu. Suas intervenções urbanas são obras que rompem com padrões convencionais levando a arte ao mundo. As intervenções de Oiticica proporcionam algo bom de ver. A interação com o público como os seis penetráveis que, para ele essas obras só têm valor se houver interatividade, pois o público pode interagir tocando, sentindo, ou seja, vivenciando a experiência de penetrar no mundo arte.
  • 27. 27 Figura 14 A escultura Magic Square Nº 5 - De Luxe, de Hélio Oiticica (Foto: André Mantelli/ Divulgação) Fonte: http://entretenimento.r7.com/blogs/r7-cultura/2010/08/03/inhotim-e-obrigatorio-pra-quem- curte-arte-e-paisagismo/ Figura 15 Hélio Oiticica, Os penetráveis Fonte: http://brasilfashionnews.blogspot.com/2011/01/jornal-online-brasil-fashion-news-de- 14.html
  • 28. 28 Figura 16 Hélio Oiticica, Invenção da cor, Penetrável Magic Square 5, De Luxe, 1977. Tanto Hélio Oiticica quanto Cildo Meireles se destacam por realizarem importantes trabalhos de intervenções urbanas que encantam as pessoas, provocando diferentes emoções, reações, despertando assim o gosto pela arte. Seus trabalhos possibilitam a mudança e transformação da sociedade, como também, do espaço urbano e público. Com isso, percebemos a positividade das pessoas verem e se aproximarem da arte.
  • 29. 29 2. MÃO NA MASSA! REALIZANDO INTERVENÇÕES EM SENA MADUREIRA Na disciplina Laboratório de Arte e Tecnologia realizamos duas intervenções na cidade de Sena Madureira no Acre, utilizando um software denominado “ciberurbe” criado pelo professor Christus Nóbrega. A primeira no muro do Centro Estadual de Educação Permanente (CEDUP) e a segunda na parede da Igreja Nossa Senhora da Conceição situada na Avenida Avelino Chaves. Essas intervenções despertaram a curiosidade das pessoas, voltando sua atenção para uma linguagem artística inédita em Sena Madureira. Vale ressaltar que as intervenções feitas com o software ciberurbe permitem que haja uma maior interação do público com a obra. Essa interatividade pode ampliar o gosto do público pela arte e proporcionar uma sensação de liberdade de criação. As figuras 18, 19 e 20 são registros pessoais das intervenções feitas no muro do (CEDUP), na parede da Igreja Nossa Senhora da Conceição e nas árvores do pátio da referida Igreja. Estas intervenções feitas nas árvores foram inspiradas na intervenção de Marcelo Terça-Nada e Brígida Campbell que realizaram intervenções em árvores pendurando folhas douradas. A proposta da dupla era de ressignificar o cotidiano com suas ações poéticas dando novo sentido às coisas corriqueiras. Figura 17 Folhas de ouro, 2003/ Foto: Poro
  • 30. 30 Fonte: http://www.ponteiolarshopping.com.br/ponteioup/?cat=1&paged=5 Figura 18 Pintando muro Fonte: Arquivo pessoal (Intervenção feita no CEDUP) Figura 19 Intervenção em árvore http://nuartesvisuais.blogspot.com/p/imagens.html
  • 31. 31 Figura 20 Intervenção na parede da Igreja Nossa Senhora da Conceição http://nuartesvisuais.blogspot.com/p/imagens.html Como forma de experimentação e fonte de informações sobre o interesse do público, suas reações e os principais aspectos a serem considerados em uma proposta de ensino não formal em Sena Madureira foi realizada uma intervenção na Praça Arlindo Figueiredo. Inspirados na obra Tiradentes de Cildo Meireles, fizemos uma instalação utilizando vários tipos, tamanhos e formatos de calcinhas em uma Praça da cidade, como forma de protesto contra a violência sofrida pela mulher. A divulgação foi via internet através do meu blog, em outras redes sociais, pelo telefone informamos algumas instituições educacionais. Também utilizamos convites informais para a comunidade em geral. As calcinhas foram inseridas em um barbante, colocadas próximo ao muro, e sobre as mesmas foi projetado um vídeo com imagens relacionadas ao tema da violência contra a mulher, assim como alguns dados estatísticos sobre esse tipo de violência. Além de calcinhas e barbantes foram utilizados outros equipamentos como notebook e datashow para a projeção. Gostaria de ter inserido outros objetos relacionados à temática para facilitar o entendimento das pessoas sobre o assunto em questão. Poderia ter utilizado bonecos de papelão, como também, distribuir algumas mulheres pela praça com as bocas amordaçadas para simbolizar aquelas que sofrem agressões em silêncio, que têm medo de denunciarem as agressões que sofrem. E, assim tornaria a
  • 32. 32 instalação mais realista, porém não conseguimos voluntárias dispostas a contribuir, talvez por medo de se expor. Os bonecos ou as mulheres amordaçadas provavelmente não deixariam o ambiente bonito, mas certamente seria algo que mudaria a estética da Praça Arlindo Figueiredo, pois a intervenção urbana veio para romper barreiras e desmontar conceitos predefinidos sobre linguagens artísticas. A intervenção urbana, de uma forma ou de outra sempre mudam a estética de um espaço, seja ele uma praça, um muro, um prédio ou uma rua, dentre outras possibilidades de lugares. Figura 21 Instalação feita na Praça Arlindo Figueiredo Fonte: Arquivo pessoal 2011 Figura 22 Instalação feita na Praça Arlindo Figueiredo Fonte: Arquivo pessoal 2011
  • 33. 33 Figura 21 Instalação com calcinhas Fonte: Arquivo pessoal 2011 Figura 22 Projeção do vídeo sobre as calcinhas Fonte: Arquivo pessoal 2011
  • 34. 34 Figura 23 Participante respondendo o questionário Fonte: Arquivo pessoal 2011 Levando em consideração o tempo de montagem, duração e desmontagem, o trabalho teve aproximadamente 4h30min de duração. O número de participantes foi menor do que o esperado, por se tratar de um local bem movimentado diariamente. Seria possível que o número de espectadores aumentasse, mas tivemos que encerrar antes do horário previsto por estarmos em um período chuvoso, e a chuva apressou a desmontagem dos equipamentos. Após a realização desse trabalho percebemos como algumas ações mudaram a forma de visibilizar e de se fazer arte em Sena Madureira. Até então não se fazia trabalhos como estes, que ainda são apenas pequenas experiências de duas alunas de Artes Visuais que se encantaram com a linguagem da intervenção urbana. No entanto, essas pequenas experiências já mudaram a forma de muitas pessoas verem a arte e vivenciá-la em suas vidas. 2.1. A reação do público Assim como o trabalho Tiradentes de Cildo Meireles provocou reações inesperadas nas pessoas, como a ira dos protetores dos animais que ficaram indignados com a atitude de queimar galinhas, a instalação com calcinhas na praça local também provocou reações diversas nas pessoas, como surpresa,
  • 35. 35 espanto e estranhamento. Observamos que algumas pessoas preferem ficar indiferentes, mantendo-se distantes diante do novo que surge inesperadamente, como no caso da intervenção. Entretanto, observamos que a participação dos homens foi muito significativa, porque além de responderem ao questionário, disseram que deveria haver outras manifestações artísticas como esta na comunidade local, tendo em vista que se trata de uma linguagem apresentada à sociedade por estudantes de artes 3 visuais e, que até então era desconhecida das demais pessoas. Segundo os participantes, outras instalações poderiam contribuir com a cultura local e com o ensino de artes na educação não formal. A participação do público foi positiva, pois notificamos que houve interação e aproximação, e tudo isso aconteceu de forma descontraída, pois as pessoas podiam passar e olhar as calcinhas penduradas, tocar e fazer seus questionamentos. Algumas pessoas perguntaram se estávamos vendendo calcinhas. Outros indagavam se éramos artistas e outros optaram apenas por responder a um pequeno questionário com algumas perguntas relacionadas à intervenção urbana, instalação e o assunto abordado no trabalho, a violência contra a mulher. As respostas do público revelam que não é comum termos em Sena Madureira intervenções artísticas, mas que através da arte é possível conscientizar as pessoas sobre assuntos importantes como, por exemplo, a violência doméstica. Quando perguntados sobre quais emoções foram vivenciadas, a maioria dos participantes marcaram as alternativas seguintes: admiração, estranhamento, crítica e surpresa. Dessa forma, percebemos que as expectativas foram alcançadas, pois as reações que esperávamos eram essas mesmo, embora alguns tenham resumido bastante suas respostas durante a entrevista. Os participantes tinham perfis bem diversificados, aqueles que responderam apenas “sim”, “não” e 3 Esta Instalação com calcinhas foi feita por mim e pela colega de curso Socorro Pinheiro
  • 36. 36 “claro”. Aqueles mais espontâneos e outros que preferiram passar direto para não responder pergunta alguma. No entanto, a participação do público na instalação e as respostas do questionário mostraram a necessidade de fazer outras instalações. Diante do exposto propormos a realização de uma Oficina que permita trabalhar o ensino não-formal em Sena Madureira de forma descontraída e diversificada.
  • 37. 37 3. PROPOSTA DE OFICINA Como proposta de ensino não formal foi elaborada uma oficina sobre Intervenção Urbana (Anexo), destinada a qualquer pessoa da comunidade que se interesse por atividades artísticas e deseje participar de intervenções em diferentes pontos da cidade. Esta oficina espera contar com aproximadamente 20 participantes e consiste, essencialmente, na apresentação da intervenção urbana enquanto linguagem da arte e suas possibilidades (grafite, instalação, entre outros), discussão sobre as possíveis mudanças culturais provocadas pela intervenção urbana na cidade de Sena Madureira e a produção de instalações artísticas por ministrantes e participantes. A ideia de trabalhar com algo que é imprevisível, algumas vezes causa resistência em algumas pessoas que gostam de trabalhar com um planejamento definido. Nas intervenções isso não é possível, pois como se trata de proposta de ensino não formal para diferentes pessoas. O conhecimento será construído coletivamente com os participantes da oficina. Entretanto, o assunto será apresentado aos envolvidos neste processo através de textos, imagens e dos conhecimentos que adquiridos durante o curso. Por meio dessa proposta, pretende-se que os participantes desenvolvam as seguintes habilidades e competências: Competências: • Refletir sobre a linguagem intervenção urbana • Compreender as manifestações artísticas através das intervenções • Estabelecer relações entre intervenção urbana e cultura local Habilidades: • Saber relacionar sentimentos com o prazer de criar uma obra de arte • Valorizar emoções despertadas com a intervenção urbana na sociedade local
  • 38. 38 • Reconhecer as diferentes sensações vivenciadas na intervenção Para tanto, espera-se que os participantes envolvam-se e sensibilizem-se com a linguagem da intervenção urbana, conhecendo e respeitando os vários tipos de intervenções, inclusive aqueles concebidos e desenvolvidos pelos colegas durante a oficina. Inicialmente, será realizada uma explanação oral no Polo de apoio presencial da UAB/UNB em Sena Madureira, na qual será apresentada a intervenção urbana enquanto linguagem artística. Em seguida será realizada uma pesquisa sobre artistas que trabalham com a intervenção urbana no laboratório de informática do Polo, onde os participantes poderão conhecer alguns artistas e ver suas obras. Alguns locais prováveis para o desenvolvimento da oficina são espaços públicos como a praça central da cidade, ruas e paredes de prédios. A oficina deverá ser realizada ao longo de uma semana, com carga horária total de 10 horas. Para sua realização serão necessários datashow, notebook, extensão elétrica, mesa, além de outros materiais que serão propostos a partir das ideias que surgirem nas oficinas expostas pelos participantes. Pretende-se divulgar o evento via internet (blog e redes sociais), distribuição de convites para instituições educacionais formais e não formais, via telefone e convite informal. Os resultados do trabalho serão apresentados em um vídeo projetado na parede de um prédio ou muro da cidade com fotografias de todos os momentos da oficina, montagem, execução, filmagens e desmontagem. Dessa forma, tanto os participantes quanto o público em geral poderão observar e expressar suas opiniões sobre o trabalho realizado. Convém lembrar que para conhecermos bem a linguagem da intervenção urbana precisamos fundamentar nossas opiniões nos grandes autores e artistas que desenvolvem trabalhos nesse campo artístico, só assim poderemos transmitir informações e conhecimentos sobre arte com maior segurança para os participantes da oficina. É importante que eles saibam que a
  • 39. 39 intervenção não é fruto da nossa imaginação, porém é interessante que saibam que muitos artistas dedicam-se ao campo da intervenção urbana e que cada vez mais ela vem ganhando espaço e admiradores.
  • 40. 40 CONCLUSÃO Desenvolver um projeto sobre intervenção urbana foi um processo de aprendizagem rica e estimulante. As intervenções urbanas são provocativas e, isso aguça a curiosidade das pessoas em geral e desperta diferentes emoções. A sociedade é composta por indivíduos de personalidades variadas, o que significa que sempre haverá quem admire, quem fique encantado, quem critique e quem não se identifica com essas manifestações artísticas. Como se trata de ensino não formal, a oficina foi útil para a comunidade local perceber que as fronteiras da arte ultrapassam museus e galerias. Embora nem todas as pessoas sejam receptivas às linguagens da Intervenção Urbana e Instalação, muitos não abrem mão de suas ideias conservadoras. Também foi uma jornada divertida, criar situações envolventes que contribuíram com o processo de educação não formal para um público variado, ajudando as pessoas a conhecerem novas manifestações artísticas. Ao mesmo tempo, desenvolver trabalhos não conhecidos na sociedade local exige responsabilidade, pois estamos executando trabalhos em nosso nome e da Instituição em que estudamos. Os pequenos trabalhos de intervenções que realizamos nos aproximaram mais e mais da arte, possibilitou um maior aprofundamento e amadurecimento sobre o assunto. Percebemos que o curso nos apresentou a arte com suas diferentes faces e nos envolveu de tal forma que nos motivou a transmitir esse gosto que temos pela arte a outras pessoas através de oficinas de ensino não-formal em Sena Madureira, com destaque para instalações artísticas e grafite digital. Das pequenas queremos chegar às grandes intervenções e instalações em grafite mostrando à sociedade que arte é algo que escapa de nossas mãos, porque quanto mais abrirmos a mente para o diferente, mais aceita a intervenção será.
  • 41. 41 REFERÊNCIAS BARJA, W. P. Intervenção/terinvenção: a arte de inventar e intervir diretamente sobre o urbano, suas categorias e o impacto no cotidiano. Polêmica, v. 17, p. pol17/cimagem/p, 2006. FREIRE, Cristina, Arte Conceitual, Jorge Zahar editor Rio de Janeiro, 2006 ITAÚ CULTURAL. Não fronteiras: universos da educação não-formal. Disponível em: http://www.itaucultural.org.br/bcodemidias/000323.pdf acesso em 18 de set. de 2011. MAZZILLI, Clarice de Toledo; GOTILLA, Juliana Quartim Barbosa. Intervenções Urbanas propostas de novas situações para Pinheiros. Disponível em: <http://www.usp.br/fau/disciplinas/tfg/tfg_online/tr/082/ a036.html>. Acesso em: 16 de set. de 2011. SCHULTZ, Valdemar. Intervenções Urbanas, Arte e Escola: Experimentações e Afectos no meio urbano e escolar. In: 19º Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas , 2010, Cachoeira/BA. Anais [do] 19º Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas. Salvador/BA: EDUFBA, 2010. v. 19. p. 2556-2570. Disponível em: <http://www.anpap.org.br/anais/2010/pdf/ceav/ valdemar_schultz.pdf>.Acesso em: 15 de set. de 2011. Itaú Cultural http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseactio n=termos_texto&cd_verbete=3741 acessado em 22 de novembro de 2011.
  • 43. 43 ANEXO A – QUESTIONÁRIO 1. Você já ouviu falar de intervenção urbana? Se sim, como você a define? 2. Já ouviu de instalação? 3. O que está achando do trabalho? 4. Você já identificou o tema abordado nesse trabalho? 5. Se identificou, o que você acha dessa abordagem? 6. O que essa linguagem despertou em você? ( ) Admiração ( ) Surpresa ( ) estranhamento ( ) Crítica 7. Como foi participar dessa instalação? Mudou sua forma de ver arte? 8. Você acha que deveria ter oficinas artísticas em Sena Madureira? ( ) Grafite ( ) cartazes ( ) Instalação artística ( ) Performance 9. Acredita que essas manifestações artísticas podem contribuir com a cultura local? 10. Você acha que outros trabalhos como esse devem ser realizados em Sena Madureira? Relato das respostas Os participantes não conheciam a linguagem da intervenção urbana, portanto não poderiam defini-la, mas gostaram de conhecer e consideram trabalhos artísticos como este importante na cidade, por se tratar de trabalhos que aproximam a arte do público e podem contribuir muito com a cultura local. Alguns participantes homens resumiram suas respostas a sim, não e claro, no entanto, manifestaram atitudes de admiração, surpresa e estranhamento, mas identificaram o tema abordado e a importância de conscientizar as pessoas através da arte.
  • 44. 44 Figura 26 Instalação feita na Praça Arlindo Figueiredo Fonte: Arquivo pessoal
  • 45. 45 ANEXO B - PLANO DE AULA OFICINA: A Arte invade as ruas de Sena Madureira 1. Identificação Ementa: Definição de intervenção urbana enquanto linguagem da arte. Discussão sobre as possíveis mudanças culturais provocadas pela intervenção urbana na cidade de Sena Madureira. Produção de instalações por ministrantes e participantes. Período de realização: Uma semana/5 dias (data a ser definida) Carga horária: 10 horas Local de realização: Espaços públicos da cidade de Sena Madureira - AC Público-alvo: Pessoas que se interessam por atividades artísticas e desejam participar de intervenções em diferentes pontos da cidade. Espera-se um número de aproximadamente 20 pessoas. Responsável: Núcia Sabóia Ferreira 2. Objetivo Discutir sobre intervenção urbana, instalação e grafite digital com os participantes. Competências Habilidades Atitudes 1. Refletir sobre a 4. Saber relacionar 7. Participação e linguagem sentimentos com o envolvimento intervenção urbana prazer de criar uma obra de arte 2. Compreender as 8. Sensibilidade à manifestações linguagem artísticas através 5. Valorizar emoções
  • 46. 46 das intervenções despertadas com intervenção urbana intervenção urbana 3. Estabelecer relações entre 9. Respeito aos vários intervenção urbana 6. Reconhecer as tipos de e cultura local diferentes intervenções sensações vivenciadas na intervenção 10. Conteúdos Intervenção Urbana Instalação artística Grafite digital 11. Metodologia A explanação oral e a pesquisa serão concentradas nos dois primeiros dias. Serão formados grupos, onde cada grupo será livre para escolher o tema da intervenção que irão fazer, assim como a escolha do espaço público. As intervenções serão feitas no terceiro e no quarto dia. No quinto dia será a apresentação do resultado para o público e a avaliação oral. 12. Procedimentos 1. Apresentar a intervenção urbana enquanto linguagem artística 2. Contextualizar as intervenções
  • 47. 47 3. Fazer uma pesquisa sobre artistas que trabalham a intervenção urbana 4. Executar algumas intervenções urbanas 5. Apresentação das obras criadas 6. Recursos necessários Datashow, notebook, extensão elétrica, mesa, além de outros materiais que serão propostos a partir das oficinas. 7. Avaliação dos resultados Quesitos a serem avaliados: As intervenções realizadas provocaram mudança de atitude nos participantes? Manifestações artísticas como estas mudaram sua postura em relação ao ensino de arte? Essa oficina contribuiu com a cultura local? Bibliografia http://bienalartecultura.blogspot.com/2009/01/no-territorio-vasto-cildo-meireles-e.html http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=term os_texto&cd_verbete=8882 http://www.intervencaourbana.org/ http://nuartesvisuais.blogspot.com
  • 48. 48 8. Cronograma Atividade Descrição Período de realização Recursos necessários Pesquisa Sobre diferentes Intervenções, Computadores com internet instalações artísticas, grafite digital, videoarte. Prática Linguagem Intervenção Urbana Datashow, notebook, extensão e mesa entre outros.