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TAMIRES GREGÓRIO MENESES
    VICTOR SAID DOS SANTOS SOUSA
  VICTÓRIA BENVENUTO DA SILVA CABRAL




EMILE DURKHEIM: AS DUAS FACES DA MOEDA
        O HOMEM E O SOCIOLOGO




               Salvador
                 2012
TAMIRES GREGÓRIO MENESES
    VICTOR SAID DOS SANTOS SOUSA
 VICTÓRIA BENVENUTO DA SILVA CABRAL




EMILE DURKHEIM: OS DOIS LADOS DA MOEDA
        O HOMEM E O SOCIOLOGO




          Relatório de Pesquisa solicitado como objeto de
          avaliação parcial da I Unidade pela professora Eliane
          Navarro da Disciplina de Sociologia no Instituto
          Federal de Educação, Ciências e Tecnologia da
          Bahia, Coordenação de Automação e Controle
          Industrial. Sob orientação da professora Eliane
          Navarro.




                Salvador
                  2012
TAMIRES GREGÓRIO MENESES
                      VICTOR SAID DOS SANTOS SOUSA
                  VICTÓRIA BENVENUTO DA SILVA CABRAL




Relatório de Pesquisa solicitado como objeto de avaliação parcial da I Unidade pela
professora Eliane Navarro da Disciplina de Sociologia no Instituto Federal de
Educação, Ciências e Tecnologia da Bahia, Coordenação de Automação e Controle
Industrial. Sob orientação da professora Eliane Navarro.




                  Comprovante de Veracidade e Participação




              Eliane Navarro – Orientadora_____________________
              Estudante____________________________________
              Estudante____________________________________
              Estudante____________________________________
Pois bem, é verdade que estou a devanear sob este impuro mundo. Mas nada me
impede de prosseguir em minha jornada caminho a fora. É um fato indiscutível que
existo para tentar ser feliz, mas isso nada me impede de tentar buscar uma
alternativa distinta para minha Jornada. Mas no fim sei que tudo que posso fazer é
tão pouco, mas ainda assim insistirei até o ultimo momento, é devaneante, eu sei.
Mas nada posso fazer esta é minha natureza, pois que para concluir valho-me de
duas breves citações, uma de Henry David Thoreau e outra, seguinte, do meu
idolatrado, Doutor Gregory House. São elas: “Nunca é Tarde Para Abrirmos Mão dos
Nossos Preconceitos” e “Existem 3 opções nessa vida: ser bom em algo, ficar bom
ou desistir”.

                                                                      Victor Said
RESUMO



Esta obra expõe a vida de David Emile Durkheim, o pai da sociologia, assim como
efetua um estudo de cada uma de suas obras, metodologia, teorias, importância,
influência e o contexto histórico o qual vivia, também mostrando a influência deste
para a vida e obra de Durkheim. Sua história influência diretamente em suas
principais obras e são elas que irão caracterizá-lo como o “pai da sociologia”, ao
menos, um deles. A obra focada neste relatório é “O Suicídio”, esta obra expõe as
características e circunstancias que ocorre um suicídio. Tal obra baseia-se
metodologicamente em “As Regras do Método Sociológico”, primeira obra que
explica como deve-se efetuar um estudo sociológico. Sendo que este relatório,
orientado pela professora Eliane Navarro, baseia-se nas normas da ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas), sendo objeto de avaliação parcial da 1º
unidade no Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia da Bahia,
Coordenação de Automação e Controle Industrial.




Palavras Chave: Durkheim, O Suicídio, metodologia e sociologia.
Lista de Ilustrações

Figura 1   Emile Durkheim                            08
Figura 2   Da Divisão do Trabalho Social             15
Figura 3   As Regras do Método Sociológico           17
Figura 4   As Formas Elementares de Vida Religiosa   19
Figura 5   A Estrutura da Sociedade para Durkheim    21
Figura 6   O Suicídio                                23
SUMÁRIO



1. INTRODUÇÃO                                                           07
2. A VIDA EMILE DURKHEIM                                                08
2.1. CONTEXTO HISTÓRICO                                                 09
3. AS PRINCIPAIS TEORIAS E A METOLOGIA                                  13
4. PRINCIPAIS OBRAS                                                     15
4.1. DA DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO                                      15
4.2. AS REGRAS DO MÉTODO SOCIOLÓGICO                                    17
4.3. AS FORMAS ELEMENTARES DA VIDA RELIGIOSA                            18
5. A SOCIEDADE PARA DURKHEIM                                            20
6. INFLUÊNCIA E IMPORTÂNCIA DE DURKHEIM                                 22
7. O SUICÍDIO                                                           23
7.1. LIVRO I                                                            23
7.2. LIVRO II                                                           27
7.2.1. Capítulo dois - O suicídio egoísta                               28
7.2.2. Capítulo três - O suicídio egoísta (continuação)                 29
7.2.3. Capítulo quatro - O suicídio altruísta                           31
7.2.4. Capítulo cinco – O suicídio anômico                              33
7.2.4.1. Formas individuais dos diferentes tipos de suicídios           34
7.3. LIVRO III                                                          35
7.3.1. Capitulo um - O elemento social do suicídio                      35
7.3.2. Capitulo dois - Relações do suicídio com outros fenômenos sociais 36
7.3.3. Capitulo três - Conclusões práticas                              37
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS                                                 38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS                                              39
ANEXOS                                                                  41
7



1. INTRODUÇÃO


      O presente relatório solicitado pela professora Eliane Navarro da disciplina de
Sociologia docente no Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia da
Bahia – IFBA, Coordenação de Automação e Controle Industrial. Trás como principal
objetivo a inseminação dos trabalhos técnicos baseados na norma da ABNT
(associação Brasileira de Normas Técnicas) aos estudantes do 2º ano do curso de
automação e controle industrial. Assim como uma melhor compreensão do tema
abordado, Emile Durkheim: Vida e Obra.
         Este relatório baseia-se no método da revisão bibliográfica e tem como
professora Orientadora a professora Eliane Navarro. Para a elaboração da pesquisa
bibliográfica foi utilizado os mais diversos tipos de fontes. Desde livros a apostilas,
slides, artigos científicos, resumos e as próprias obras do autor.
         Este relatório ainda busca dar continuidade às práticas e exercício das
normas técnicas regidas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)
que estarão presentes ao longo do curso e de suas futuras profissões. Visando
exercitar e analisar os conhecimentos dos estudantes até aqui obtidos.
8



2. A VIDA EMILE DURKHEIM




      David Emile Durkeim, figura 1, nasceu em Epinal, Noroeste da França no
Departamento de Voges, entre a Alsácia e a Lorena, no dia 15 de Abril de 1858.
Durkheim vinha de família humilde e judia, seu pai era rabino e devido a isso
recebeu educação e formação religiosa voltadas para o judaísmo, frequentou a
escola rabina durante determinado tempo, porém após uma viagem a Paris, em
1877, proclamou-se agnóstico (pessoa que acredita na incapacidade humana de
compreender a Deus e comprovação da existência d’Ele ou em qualquer divindade.
Um agnóstico pode acreditar em Deus ou não). Apesar de não tornar-se rabino, os
hábitos da cultura judia mantiveram-se firmes, Emile era devoto ao trabalho,
disciplinado e fiel ao que fazia (ensinamentos primordiais para tornar-se rabino).


                        Figura 1 – Emile Durkheim




                        Fonte: www.directoriodeartigos.com
9



 2.1. CONTEXTO HISTÓRICO



      Na    adolescência,   o   jovem   David   Émile   presenciou    uma   série   de
acontecimentos que marcaram decisivamente todos os franceses em geral e a ele
próprio em particular: a 1º de setembro de 1870, a derrota de Sedan; a 28 de janeiro
de 1871, a capitulação diante das tropas alemãs; de 18 de março a 28 de maio, a
insurreição da Comuna de Paris; a 4 de setembro, a proclamação da que ficou
conhecida como III República, com a formação do governo provisório de Thiers até a
votação da Constituição de 1875 e a eleição do seu primeiro presidente (Mac-
Mahon). Thiers fora encarregado tanto de assinar o tratado de Frankfurt como de
reprimir os communards, até à liquidação dos últimos remanescentes no "muro dos
federados". Por outro lado, a vida de David Émile foi marcada pela disputa franco-
alemã: em 1871, com a perda de uma parte da Lorena, sua terra natal tornou-se
uma cidade fronteiriça; com o advento da Primeira Guerra Mundial, ele viu partir
para o f front numerosos discípulos seus, alguns dos quais não regressaram,
inclusive seu filho Andrès, que parecia destinado a seguir a carreira paterna.

      No entretempo, Durkheim assistiu e participou de acontecimentos marcantes
e que se refletem diretamente nas suas obras, ou pelo menos nas suas aulas. O
ambiente é por vezes assinalado como sendo o “vazio moral da III República”,
marcado seja pelas conseqüências diretas da derrota francesa e das dívidas
humilhantes da guerra, seja por uma série de medidas de ordem política, dentre as
quais duas merecem destaque especial, pelo rompimento com as tradições que elas
representam. A primeira e a chamada lei Naquet, que instituiu o divórcio na França
após acirrados debates parlamentares, que se prolongaram de 1882 a 84. A
segunda é representada pela instrução laica, questão levantada na Assembléia em
1879, por Jules Ferry, encarregado de implantar o novo sistema, como Ministro da
Instrução Pública, em 1882. Foi quando a escola se tornou gratuita para todos,
obrigatória dos 6 aos 13 anos, além de ficar proibido formalmente o ensino da
religião. O vazio correspondente à ausência do ensino de religião na escola pública
tenta-se preencher com uma pregação patriótica representada pela que ficou
conhecida como “instrução moral e cívica”.
10



      Ao mesmo tempo que essas questões políticas e sociais balizavam o seu
tempo, uma outra questão de natureza econômica e social não deixava de
apresentar continuadas repercussões políticas e o que se denominava questão
social, ou seja, as disputas e conflitos decorrentes da oposição entre o capital e o
trabalho, vale dizer, entre patrão e empregado, entre burguesia e proletariado. Um
marco dessa questão foi a criação, em 1895, da Confédération Générale du Travail
(CGT). A bipolarização social preocupava profundamente tanto a políticos como a
intelectuais da época, e sua interveniência no quadro político e social do chamado
tournant du siècle não deixava de ser perturbadora.

      Com efeito, apesar dos traumas políticos e sociais que assinalam o início da
III República, o final do século XIX e começo do século XX correspondem a uma
certa sensação de euforia, de progresso e de esperança no futuro. Se bem que os
êxitos econômicos não fossem de tal ordem que. pudessem fazer esquecer a
sucessão de crises (1900-01, 1907, 1912-13) e os problemas colocados pela
concentração, registrava-se uma série de inovações tecnológicas que provocavam
repercussões imediatas no campo econômico. É a era do aço e da eletricidade que
se inaugura, junto com o início do aproveitamento do petróleo como fonte de energia
ao lado da eletricidade que se notabiliza por ser uma energia “limpa”, em contraste
com a negritude do carvão, cuja era declinava e que, ao lado da telegrafia, marcam
o início do que se convencionou chamar de “segunda revolução industrial”, qual
seja, a do motor de combustão interna e do dínamo.

      Além dessas invenções, outras se sucediam. Embora menos importantes,
eram sem dúvida mais espetaculares, como o avião, o submarino, o cinema, o
automóvel, além das rotativas e do linotipo que tornaram as indústrias do jornal e do
livro capazes de produções baratas e de atingir um público cada vez maior. Tudo
isso refletia um avanço da ciência, marcada pelo advento da teoria dos quanta, da
relatividade, da radioatividade, da teoria atômica, além do progresso em outros
setores mais diretamente voltados à aplicação, como a das ondas hertzianas, das
vitaminas, do bacilo de Koch, das vacinas de Pasteur etc.

      Não é pois de se admirar que vigorasse um estilo de vida belle époque, com a
Exposição Universal. comemorativa do centenário da revolução, seguida da
exposição de Paris, simultânea com a inauguração dométro em 1900. O último
11



quartel do século fora marcado, além da renovação da literatura, do teatro e da
música, pelo advento do impressionismo, que tirou a arte pictórica dos ambientes
fechados, dos grandes acontecimentos e das grandes personalidades da
monumentalidade, enfim para se voltar aos grandes espaços abertos, para as cenas
e os homens comuns para o cotidiano.

      Porque este homem comum é que se vê diante dos grandes problemas
representados pelo pauperismo, pelo desemprego, pelos grandes fluxos migratórios.
Ele é objeto de preocupação do movimento operário, que inaugura, com a fundação
da CGT no Congresso de Limoges, uma nova era do sindicalismo, que usa a greve
como instrumento de reivindicação econômica e não mais exclusivamente política. É
certo que algumas conquistas se sucedem, com os primeiros passos do seguro
social e da legislação trabalhista, sobretudo na Alemanha de Bismarck.

      Mas se objetivam também medidas tendentes a aumentar a produtividade do
trabalho, como o “taylorismo” (1912). Também a Igreja se volta para o problema,
com a encíclica Rerum Novarum (1891), de Leão XIII, que difunde a idéia de que o
proletariado poderia deixar de ser revolucionário na medida em que se tornasse
proprietário. É a chamada “desproletarização” que se objetiva, tentada através de
algumas "soluções milagrosas", tais como o cooperativismo, corporativismo,,
participação nos lucros etc. Pretende-se, por várias maneiras, contornar a questão
social e eliminar a luta de classes, espantalhos do industrialismo.

      Enfim, estamos diante do “espírito moderno”. Na École Normale Supérieure, o
jovem David Émile tivera oportunidade de assistir às aulas de Boutroux, que assinala
os principais traços característicos dessa época: progresso da ciência (não mais
contemplativa, mas agora transformadora da realidade), progresso da democracia
(resultante do voto secreto e da crescente participação popular nos negócios
públicos), além da generalização e extraordinário progresso da instrução e do bem-
estar. Como corolário desses traços, o mestre neokantiano ressalta as correntes de
idéias derivadas, cuja difusão viria encontrar eco na obra de Durkheim: aspira-se à
constituição de uma moral realmente científica (o progresso moral equiparando-se
ao progresso científico); a moral viria a ser considerada como um setor da ciência
das condições das sociedades humanas (a moral é ela própria um fato social) ; a
moral se confunde enfim com civilização o povo mais civilizado é o que tem mais
12



direitos e o progresso moral consiste no domínio crescente dos povos cuja cultura
seja a mais avançada.

         Não é pois de se admirar que essa época viesse também a assistir a uma
nova vaga de colonialismo, não mais o colonialismo da caravela ou do barco a
vapor, mas agora o colonialismo do navio a diesel, da locomotiva, do aeroplano, do
automóvel e de toda a tecnologia implícita e eficiente, além das novas
manifestações morais e culturais. Enfim, Durkheim foi um homem que assistiu ao
advento e à expansão do neocapitalismo, ou do capitalismo monopolista. Ele não
resistiu aos novos e marcantes acontecimentos políticos representados pela
Primeira Guerra Mundial, com o aparecimento simultâneo tanto do socialismo na
Rússia como da nova roupagem do neocapitalismo, representada pelo Welfare
State.

         Tamanhas influências levaram Durkheim, em 1879, a optar pelo curso de
Filosofia na Escola Normal Superior de Paris. Após sua formação em 1882 como
Agrégé Philosophie, ainda neste ano Durkheim participa de concursos para docente
em filosofia e é aprovado como professor em Sens e Saint-Quentin. Após três anos
de docência Durkheim parte para a Alemanha onde estuda ciências sociais e lá
permanece mais um ano. Em 1893 defende sua Tese de Doutorado: Da divisão do
Trabalho Social. Que são seguidas de: As Regras do método sociológico, em 1895;
O suicídio, em 1897 e por fim, Formas Elementares da Vida Religiosa. Em 1915
perde eu filho na 1º Guerra Mundial, morrendo dois anos depois, em 1917.
13



3. AS PRINCIPAIS TEORIAS E A METOLOGIA




      Durkheim possuía várias teorias, mas utilizava uma em especial que
fundamentou os objetivos dos seus principais livros: Da Divisão do Trabalho Social,
As Regras do Método Sociológico, O Suicídio e As Formas Elementares de Vida
Religiosa. Tal teoria seria denominada por Durkheim como “Fatos Sociais”. Essa
teoria surge a partir de uma afirmação feita por ele, que dizia um seguinte: “Os fatos
sociais devem ser tratados como coisas”.
      A partir de tal afirmação Durkheim fundamenta o que viria a ser a formulação
da sociedade que este tanto idealizava. Nesta sociedade havia a questão do normal
e do patológico. Também se tinha a questão da definição do fato social e através da
mesma obteve suas características e as regras que possibilitariam um sociólogo a
realizar sua análise e contextualização, que será apresentado como objetivo no seu
livro As Regras do Método Sociológico.
      A sociedade, para ele, possuía divisões das funções do trabalho e devido a
isto pôde obter a expressão solidariedade e seu conceito. Como as sociedades não
são as mesmas, para cada uma surge uma forma de solidariedade. Nesta questão
teremos os tipos de solidariedade. Este tema se encontra como objetivo no livro Da
Divisão do Trabalho Social. Esta divisão não seria possível se ele não utilizasse a
questão do fato social, já que a mesma possui relação direta com os temas
abordados nos livros, como já foi salientado anteriormente.
      Na sociedade de Durkheim havia também a socialização, onde o homem
deixa de pensar só nele e passava a pensar em todos que participam da sua
sociedade, ou seja, aceitaria os costumes e hábitos da mesma. A partir desta
socialização surgia à consciência social e esta por sua vez “controlava” a
consciência individual, que seria o homem no estágio de um animal selvagem, que
só pensava em seus benefícios próprios. Dentro desta consciência coletiva obtém-
se o fato social, que será sua principal tese.
      Essa parte social que foi formulada por Durkheim é utilizada na atualidade em
partes, já que ainda existe a questão do individualismo, onde as pessoas que
compõem a sociedade não realizam seus deveres e só querem ter seus direitos
respeitados. São poucos aqueles que pensam no bem social, nos outros, nos
indivíduos que compõem a sociedade que esses indivíduos participam. Então não
14



podemos dizer que é uma sociedade, já que não obedece aos princípios formulados
por Durkheim. Mas no geral a maioria dos princípios são respeitados e,
principalmente, obedecidos, existindo algumas subgestões em relação a alguns
conceitos. A partir destas subgestões entra a questão da área filosófica, que não
será discutida neste contexto.
      Durkheim realizou uma contextualização da sua sociedade e ela foi de
extrema importância na construção da mesma que temos hoje e sem ela não
poderíamos formular a parte social dos indivíduos e, sem dúvida, não seríamos
capazes de nos relacionar com outros indivíduos de mesma espécie, ou seja, não
poderíamos exercer uma relação de solidariedade com outros seres humanos. E por
isso ele é considerado o melhor sociólogo que já tivemos na história e tem extrema
importância na sociedade.
15



4. PRINCIPAIS OBRAS



4.1.   DA DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO




                        Figura 2 – Da Divisão do Trabalho Social




                           Fonte: www.martinsfontespaulista.com.br


       Esta obra tem por fundamento principal o entendimento das funções sociais
do trabalho e a sua forma de atuação na sociedade. Na modernidade, a divisão
social do trabalho é uma importante fonte coesiva ou também denominada
solidariedade social.
       A divisão do trabalho gerencia a sociedade e a mesma tende a evoluir não só
a sociedade, mas também o indivíduo em questão. No trabalho social há a troca de
conhecimento, já que um ajuda o outro tanto indiretamente quanto diretamente.
Indiretamente seria o indivíduo fazer sua parte completamente, sem deixar erros,
para que outro indivíduo faça a sua parte sem precisar, em caso de alguma
ocorrência, ter que fazer a parte dele e depois consertar a sua. Já diretamente seria
16



em um dado momento você ajudar uma pessoa na hora que ela está cumprindo
seus deveres e direitos, tirando dúvidas ou até mesmo auxiliando-o para que ele
acabe sua “tarefa”. Então a partir daí entre a parte da solidariedade.
         Quando falamos de solidariedade, pensamos logo, ajudar outra pessoa ou
outras    pessoas.   Era   esta   questão   que   Durkheim    queria     abordar,   mas,
principalmente, a solidariedade social, onde cada indivíduo faria sua parte,
independente de qualquer coisa, e essa ação contribuiria para a harmonia da
sociedade. Também entraria a questão de um ajudar o outro, ou seja, mesmo que
você tenha sua “tarefa” para fazer, você se disponibilizaria, nos momentos de pausa
da sua tarefa ou mesmo numa brecha que você tivesse, a ajudar o outro na sua
“tarefa”, sem reclamar e sem reclamar.
         Como podemos perceber, a solidariedade engloba um conceito criado e
formulado por Durkheim, a chamada Consciência Coletiva, que consiste no caráter
de uma sociedade particular. A partir desta consciência podemos compreender
como a sociedade consegue garantir uma harmonia plena, com indivíduos
exercendo solidariedade uns com os outros a base de respeito mútuo.
         Destes pontos já citados, podemos classificar os tipos de solidariedade que
existem na sociedade. Existem dois tipos de solidariedade, a solidariedade
mecânica e solidariedade orgânica. Podemos chamar de solidariedade mecânica
aquela que tem origem da sociedade capitalista, onde os indivíduos continuam
unidos devido à semelhança dos mesmos e não há a presença de indivíduo
diferente. Obtemos a coesão a partir desta uniformidade. Já a solidariedade que
chamamos de orgânica é aquela que tem como característica fundamental a divisão
do trabalho, onde, como já foi salientado anteriormente, obriga o indivíduo a cumprir
suas tarefas e a mesma força o indivíduo à prática de interagir com outros
indivíduos.
         A solidariedade que encontramos e utilizamos na sociedade moderna é a
solidariedade orgânica. Ela ajuda tanto o indivíduo quanto o grupo social a
especializar-se, realizando uma cadeia com dependência mútua.
17



4.2.   AS REGRAS DO MÉTODO SOCIOLÓGICO




                     Figura 3 – As Regras do Método Sociológico




                             Fonte: df.quebarato.com.br


       Nesta obra o autor enfatiza a questão do Fato Social e regras que o sociólogo
tem que levar em consideração para analisar e contextualizar um fato social.
       Primeiramente Durkheim explica o que seria um fato social. Fato Social é
nada mais e nada menos, segundo Durkheim, do que toda maneira de agir, pensar e
sentir, fixada ou não susceptível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior;
ou então, que é geral no âmbito de uma sociedade, tendo, ao mesmo tempo, uma
existência própria, independente de suas manifestações individuais.
       Após esta breve definição Durkheim apresenta características fundamentas
para se identificar se um acontecimento é um fato social ou não. As características
fundamentas de uma fato social são:
   • Generalidade: Quando o fato apresenta característica comum a todos os
       indivíduos, ou seja, o mesmo fato acontece com a grande maioria dos
       indivíduos;
18



   • Exterioridade: Quando o fato é externo ao indivíduo, independente da sua
       vontade;
   • Coercividade: Aparece por intermédio dos indivíduos que são forçados a
       seguirem os comportamentos que a sociedade impõe.

       Durkheim, para fazer suas análises da sociedade, se baseou no positivismo
de Karl Marx e Engels, onde a sociedade é analisada de forma objetiva, observando
o fato como objeto. Daí vem à afirmação dele de que “os fatos sociais devem ser
tratados como coisas”. Essa análise feita na sociedade deve ser descrita de forma
imparcial, neutra.
       Com essa análise realizada, provou que os fatos sociais não possui
dependência em relação ao que o indivíduo pensa e faz em particular, sendo assim
o indivíduo possui sua existência própria. Através desta afirmação surgiu a
expressão “consciência coletiva”, onde Durkheim define como sendo um conjunto de
crenças e sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade
que formam um sistema determinado com vida própria.
       Depois destas definições e destas caracterizações, o sociólogo poderá
analisar os fatos sociais mediante a uma questão fundamental: as regras do método
sociológico. Para realizar a análise com precisão é preciso que o sociólogo siga
algumas regras que são de extrema importância no campo da Sociologia.


4.3.   AS FORMAS ELEMENTARES DA VIDA RELIGIOSA


       Nesta obra em questão temos a religião relacionada ao indivíduo, onde à
medida que a sociedade cresce a religião não aparece muito no contexto social e os
adeptos diminuem. Explica quais são as bases das religiões, principalmente a da
época dele, a chamada totemismo primitivo, que se consagrou na Alemanha, onde o
autor desta obra morou e passou quase sua vida toda.
       Antes de qualquer coisa é de vital importância citar as condições fundamentas
para o desenvolvimento da religião. Primeiramente, é necessário apresentar
conjuntos de crenças religiosas. Em segundo lugar, devemos deter de conjuntos de
ritos e terceira e última condição seria deter de um templo e uma comunidade moral.
       Depois de apresentada essas condições, é necessário à definição de
totemismo primitivo, para entendermos e analisarmos a religião daquela época de
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conflitos. Totemismo Primitivo seria, segundo Durkheim, uma forma específica e
clara da consciência coletiva na sociedade primitiva. Esta definição define o caráter
social do surgimento da religião e seus fundamentos na estrutura social.
      Durkheim afirmou que não existem religiões falsas. As religiões são oriundas
da sociedade.


                   Figura 4 – As Formas Elementares de Vida Religiosa




                              Fonte: www.paulus.com.br
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5.      A SOCIEDADE PARA DURKHEIM




A sociedade, figura 2, para Durkheim, teria normas para uma boa convivência entre
os indivíduos que fazem parte dela e precisaria que seu todo apresentasse coesão.
Essa estrutura nem sempre apresentaria mesmas características, mas ainda sim
existiria esta estrutura que chamamos de integração. Caso um grupo de indivíduos
não apresente essa integração, o mesmo não poderia ser chamado de sociedade.
Essa integração possui elementos que são importantes para a sociedade. Um
destes elementos é a intensidade como os indivíduos se interagem entre si. Através
desta    interação   podemos   realizar   nos   trabalhos   socais   e   compartilhar
conhecimentos. Esse compartilhamento de conhecimento contribui e muito para a
evolução humana, que é importante para o indivíduo.
A ideia principal de Durkheim em relação a sua sociedade é que através desta troca
de saberes o indivíduo interaja com seu grupo ou sua sociedade.
Uma sociedade só terá um bom desempenho se os valores, as crenças e as normas
estabelecidas na mesma burlarem as ações individuais formando, assim, uma
solidariedade básica, que gerencia as atitudes humanas. Para isso utilizamos,
segundo Durkheim, a expressão consciência coletiva. Ela expressa a solidariedade
comum como sendo intermediária no controle do comportamento humano.
Os mecanismos utilizados para criar e manter a interação entre os indivíduos e a
divisão da consciência coletiva são: a família, a educação, o trabalho, a religião e
entre outros mecanismos.
A sociedade num todo, com seus procedimentos de socialização e internalização
individual, contribui para a assimilação e entendimento das suas crenças, dos seus
valores e das suas normas. Se o indivíduo entende esses procedimentos, com
certeza irá segui-las sem reclamar e sem desobedecê-las.
Nem sempre a sociedade envolvida seguirá os padrões citados anteriormente. Este
“descontrole” da sociedade pode acontecer devido a um ponto importantíssimo: a
mesma não apresenta características semelhantes em todas as épocas e a sua
estrutura social se modifica ao longo dos anos. Por esse motivo podemos afirmar
que em alguns desses “descontroles” da sociedade não foi o indivíduo que cometeu
erros. É importante ressaltar que esse tipo de “descontrole” é denominado, por
Durkheim, de anomia.
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Figura 5 – A Estrutura da Sociedade para Durkheim
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6. INFLUÊNCIA E IMPORTÂNCIA DE DURKHEIM


       Durkheim foi o pai da ciência que chamamos de Sociologia Moderna e
distinguiu esta ciência das outras. Unificou a pesquisa experimental com a teoria
sociológica. Era teoricamente muito hábil no conceito coesão social. Tornou o
sociólogo uma grande influência na Sociologia enquanto matéria curricular.
       Além destes fatores, fez com que a Sociologia se focasse em determinantes
sócio-estruturais e não mais em interpretações biológicas ou psicológicas das
atitudes dos indivíduos.
       A sociologia, enquanto disciplina, pôde ser definida precisamente, além de
possuir métodos específicos para analisar determinadas situações que ocorrem na
sociedade e a partir disso foi possível disponibilizar uma aplicação para esta
disciplina.
       A metodologia de Durkheim contribui para o estudo da sociedade e o que
devemos mudar em relação ao nosso comportamento no meu social. O indivíduo
passou a entender o porquê de a sociedade formular e impor leis para que o mesmo
cumpra e compreender os motivos que levam a acontecimentos, que na sua grande
maioria, chocam a sociedade.
       Essas metodologias também contribuíram para evolução das sociedades e
principalmente do indivíduo, que a cada dia busca sua evolução e para isso tem que
melhorar seu desempenho no trabalho, ou seja, aumentar mais suas interações com
seus grupos sociais. Claro que ainda temos uma dificuldade de interação, mas isso
ao longo dos anos vai melhorando.
       Para o meio científico, a Sociologia contribuiu na Historiografia. Se não
entendemos a sociedade como podemos entender a história daquela época? Então
ela é de extrema importância para a Historiografia porque, além dela trabalhar com
os acontecimentos das épocas passadas, ela tenta compreender o que a sociedade
influenciou para que esse fato acontecesse.
       Durkheim enfatizou muito a questão das instituições sociais (família, escola,
entre outros) e hoje elas só possuem esse valor imenso na sociedade graças a essa
valorização por parte dele.
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7. O SUICÍDIO



                               Figura 6 – O Suicídio




                      Fonte: suicidioesociedade.blogspot.com




7.1.   LIVRO I



       No primeiro capitulo o autor apresenta o suicídio de forma geral iniciando
depois a desmentir as teorias dos alienistas, que articulavam que todo o suicida
apresenta deficiência mental, e para fazer a afirmação que existe muito mais que
loucura influenciando os suicídios Europeus ele se utiliza de uma relação entre
loucos e idiotas, a cada 100 mil habitantes, e de suicidas, a cada milhão de
habitantes, chegando a explicar um pouco do método de pesquisa sociológica
durante a elucidação do porquê de utilizar números tão elevados em pesquisa
populacional. Ao fim, graças a diversos países que possuíam taxas não
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proporcionais de alienados e suicidas ele chega à conclusão que os alienistas não
poderiam ter criado teoria mais absurda do que a que todo o suicida é louco.

      No segundo capitulo ele começa se inquirindo sobre os conceitos de raça
influenciando o suicídio, e começa a estudar especificamente o caso da população
germânica, pois entre eles o índice alto de suicidas o chama mais atenção, fazendo
com que ele principie um estudo histórico da população Celta, que mais tarde
transformar-se-iam na população germânica foi descoberto que eles tinham uma
relação muito intima com o suicídio e tal relação os influencia até hoje. Depois ele
passa ao povo francês que possui maior taxa de suicídios na parte norte do país, e
em sua explicação diz que as partes norte e sul do país não foram completamente
associadas, formando assim uma barreira na qual a parte sul teve menos contato
com os outros países, evitando assim que a cultura do suicídio fosse melhor
disseminada nessa parte, diferentemente da parte norte que possui maior contato
com outros países que possuem maiores taxas de suicídio, como a Alemanha,
fazendo com que a taxa de suicídios aumentasse de modo a contrastar com a parte
sul do país.

      A seguir se perguntando como a raça poderia influenciar tal ação Durkheim
cita a teoria na qual consta que o suicídio é uma questão de raça, deixando em
seguida claro que isso seria um ponto de hereditariedade, o que faria com que o
filho agisse igual ao pai em situações similares. O que segundo ele geraria algo
como uma monomania, coisa que os alienistas defendem e que ele havia acabado
de desmentir no capitulo um, ou seja, esse tipo de hereditariedade também não tem
influencia no suicídio, todavia existe uma hereditariedade que faria os filhos
chegarem ao suicídio, porém não os obriga a tal feito, e para ilustrar um caso de
hereditariedade na qual todos chegaram ao suicídio o autor faz uma elucidação que
foi citada por Gall de um pai que se mata e deixa uma fortuna de dois milhões aos
seus sete filhos que num intervalo de 40 anos todos chegaram ao suicídio, porém
nenhum deles havia chegado à miséria, muito pelo contrario haviam alguns até
aumentado seu capital.

      Continuando sua explicação Émile diz que o suicídio possui um efeito
marcante nas pessoas ao redor, fazendo com que as pessoas na ânsia de
reproduzir algo que as impressionam, fazendo com que acabem por se matar às
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vezes da mesma maneira até que a causa material de criar tal ideia na cabeça das
pessoas mentalmente mais fracas seja removida. Mudando quase completamente
de assunto, é iniciada uma espécie de estatística, que comprova que os homens se
matam mais do que mulheres e mais ainda do que crianças até os dezesseis anos.
Tais suicídios eram mais frequentes na época entre adultos e idosos, o que leva o
autor a propor a pergunta sobre o porquê de os idosos que já estão no fim da vida e
os adultos que já estão quase no fim se matam mais do que crianças que estão
principiando agora suas respectivas vidas? O autor afirma ao termino do capítulo
que não há uma explicação científica para tal fato.

      No terceiro capitulo é feita uma elucidação sobre o suicídio durante as
estações do ano e explica que Montesquieu em uma de suas teorias explicava que
durante as estações mais frias nas quais o ambiente fica mais brumoso, a vida fica
mais rude, pois a alimentação tem que ser de modo a compensar a perda de calor e
nesse ambiente melancólico surgia a maior propensão ao suicídio. Essa teoria
ponderou por muito tempo, porém foi criada outra teoria na qual durante o verão as
pessoas movidas por excesso de ação mecânica acabariam por se matar, já que
com uma excitação nervosa excessiva as pessoas teriam maior propensão à
violência contra os seus semelhantes como para si próprio, porém tal conjectura por
mais sedutora que seja está longe da veracidade, pois somente temperaturas
extremas fazem com que a propensão ao suicídio aumente e para exemplificar
melhor tal explanação, Émile Durkheim conta o caso narrado pelo Dr. Dietrich que
em sua viajem de quatro anos ao redor do mundo percebeu algo que ele denominou
“The Horrors” que sob seu efeito os tripulantes se reuniam ao redor de uma fogueira
durante o inverno e se entregavam aos mais diversos tipos de excessos e depois,
voltando ao barco acabavam por se matar, ou movidos por uma vertigem causada
pelo excesso de álcool, ou movidos por um instinto suicida que fora despertado nos
excessos ao redor da fogueira.

      Este fato faz com que se espere que as pessoas assassinam-se mais ao
inverno, inclusive marinheiros alcoolizados como é descrito em the horrors, todavia
para que tal errônea impressão de que existe uma estação específica que melhor
propicia o suicídio não aborde ao leitor, Durkheim utiliza-se de números anuais de
múltiplos países europeus em anos distintos, de modo que todos ao fim chegavam
ao número de mil suicidas anuais, demovendo tal ideia absurda antes mesmo que
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ela findasse, deixando claro que as pessoas matam-se mais em temperaturas
extremadas, seja no inverno, no verão ou em qualquer estação que apresente
alguma temperatura extrema durante o ano.

     O quarto capítulo é iniciado com um motivo no qual não há divergências com
relação a sua veracidade e tal motivo é a imitação. Aprofundando-se mais Durkheim
diz que não é exatamente a imitação próxima, e sim a imitação de pessoas que não
necessitam ter exatamente uma relação intima com o suicida, porém se houver
alguma relação, a imitação ocorre, e com isso lembra-se o leitor atento, que no
segundo capítulo o norte francês era onde havia maior taxa de suicidas por milhão
de habitantes, e era também a parte mais desenvolvida, tinha, por conseguinte
maior interação com outros países podendo trasladar a especialidade suicida
europeia conforme lhe aprouvesse, e exemplificando são transmitidos diversos
casos, um dos quais uma mulher se enforca numa árvore em 1813 e diversas outras
pessoas também atentam contra a existência a curta distancia do lugar onde tal
mulher se enforcou.

     Continua-se então o capítulo logo após de serem citadas diversas situações
nas quais os suicidas imitam uns aos outros e uma na qual um grupo de judeus
durante uma guerra decide atentar contra suas vidas, pois tal guerra havia sido
perdida e matam-se, então uns aos outros, por conseguinte Durkheim afirma que
para se ter certeza que tal número de suicídios são baseados em repetição é
necessário ver se os que rodeiam também desenvolverão tendências suicidas após
surgir um suicida nesta sociedade especifica, com isso é introduzida a logica na qual
as pessoas se matam mais nas capitais do que no interior, todavia ele deixa claro
que não existem imitadores nem imitados e sim circunstâncias que se repetem e
causam também repetição das consequências seguindo seu raciocínio afirmando:

                      Salvo em raríssimas exceções a imitação não é o fator inicial do suicídio
                      [...], pois é preciso que a predisposição seja particularmente forte para que
                      baste tão pouca coisa para fazê-la passar ao ato. Por isso não é de
                      surpreender que os fatos não levem marca da imitação, já que ela não tem
                      ação própria e a ação que ela exerce é muito restrita. (DURKHEIM, Émile o
                      suicídio pág. 159).

      Após tal afirmação o autor comenta sobre sociólogos, que dando ao
fenômeno da imitação um valor superior ao que ela em verdade possui, ficam
palestreando sobre proibir a notificação de suicídios nos jornais crendo que se o
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cidadão ver tais noticias será instantaneamente movido por um impulso irrefreável e
acabará por imitar tal ação, contudo impedir os jornais de publicarem notas sobre
suicidas fará com que tenha uma diminuição porém tão insignificante ela é diante
das pessoas que se matam sob influencia do meio em que vivem que tal proibição,
ainda que esteja somente nas ideias de ditos sociólogos que acabam por provocar
as críticas de Durkheim que resumidamente comenta que se não fosse admitido que
os fenômenos sociais não são proporcionais a suas causas estariam todos indo
contra os princípios do pensamento e que não é admissível que um fato social seja
considerado um fato individual que se generalizou de modo obscuro, considerando
“de surpreender” que discussões que nem demonstração experimental obteve fosse
considerada como um fato social por alguns, e prossegue dizendo que tal teoria tem
bases metafisicas e a sociologia somente poderá ser uma ciência quando os que a
cultivam pararem de ficar dogmatizando, de modo que acabam por se furtar das
regras da prova sociológica.



7.2.   LIVRO II



       A primeira coisa que o autor faz questão de salientar é que os resultados do
outro livro não foram completamente contraproducentes, pois foi possível a
observação de múltiplos fatores que seja separadamente ou em conjunto acabam
por influenciar ao suicídio. Inicia aqui o principio da explicação sobre os suicídios
racionais separados em categorias, esclarecendo a seguir que não poderia ser feita
uma analise morfológica dos suicídios já que relatos sobre o assunto são
praticamente inexistentes e os suicidas que deixaram seus relatos antes de
assassinarem-se poderiam estar equivocados a respeito do que realmente estão
sentindo, tomando, por exemplo, um homem que se diz tranquilo diante da morte
quando na verdade está trepidante e acovardado, então para melhor envolver o
suicídio racional deverá ser feita uma análise etnológica.

       Seguindo com tal capítulo Durkheim comenta que se é registrado numa tabela
quando ocorre o suicídio o nome a idade e o motivo pelo qual a pessoa se matou
chegando conclusão hipotética de que deveria ser usada tal tabela no estudo,
todavia ele explica que os dados denominados estatísticos sobre o suicídio não
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passam de estatísticas sobre como a sociedade vê o suicídio, e por ser material
altamente influenciado pelo senso comum não poderá ser utilizado numa pesquisa
científica, pois sua veracidade é duvidosa. Inicia-se então uma explanação sobre os
suicídios entre homens e mulheres, relacionados agora com o motivo que os
levaram a suicidarem-se na França. Os motivos variam desde o desgosto pela
falência, até a aversão à própria vida, e em outro quadro Durkheim demonstra que
os agricultores matam-se mais do que os que trabalham em profissões liberais, e
explica que os motivos podem ate não ser da mesma intensidade contudo afirma
que os são da mesma natureza, e encerrando o capítulo afirma que existe mais
fatores levando ao suicídio e pede antes de finalizar que deixemos de lado o
individuo como individuo e passemos a olhar as massas para assim entender como
as causas gerais se individualizam e geram o suicídio



7.2.1. Capítulo dois - O suicídio egoísta



      Antes de se fazer introduzir sobre o suicídio egoísta, Durkheim mostra em
uma tabela a relação entre países católicos e protestantes com relação ao suicídio,
já que as diferenças entre as taxas suicidas entre países católicos e protestantes
são alarmantes. Então na sua explicação ele explica que a cultura é um fator que
influencia nas taxas suicidas, porém em todos os países que possuíam católicos
apresentavam taxas também baixas de suicídios entre os mesmos, que somente
possuem maior suicídio em relação aos Judeus, que raramente ultrapassam os
católicos no número de suicidas. Prosseguindo sua explicação é demonstrado que
em países como a Prússia os católicos matam-se menos, já que por estarem em um
país de outra religião que oferece uma tolerância baixa a sua religião, faz com que
estes exerçam maior controle moral sobre si, enquanto em lugares majoritariamente
católicos como o Império Austríaco, o índice de suicídios entre católicos chega bem
próximo ao índice entre os protestantes, apesar de não o ultrapassá-lo.

      É iniciada então uma reflexão sobre o que poderia levar aos católicos a
matarem-se menos e os protestantes mais, e para isso Durkheim, começa a falar
sobre os conceitos da igreja católica, e afirma que o fiel recebe sua fé pronta, e que
qualquer espécie de mudança é vista com demasiado desagrado por parte da igreja
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católica, enquanto no protestantismo o fiel desenvolve sua fé e possui certa
liberdade de pensamento, coisa que contrasta deveras com o sistema indivisível e
imutável que ainda hoje é a igreja católica, porém isso ainda não explica o porquê
dos protestantes matarem a si próprios com maior frequência, então Durkheim lista
os motivos que levam ao suicídio protestante, depois de explicar que a ciência
surgiu assim que houve uma queda do império da religião, comandado pelo senso
comum, fazendo assim que apareça a filosofia e outras ciências, que de certa forma
geraram o protestantismo, já que elas iam contra a visão do senso comum.
Provando então que o protestante tem maior desejo pelo conhecimento do que o
católico é posto uma explanação sobre o número de crianças na escola e o índice
de analfabetos entre lugares predominantemente católico e protestante, e a relação
entre a instrução e a taxa suicida, comprovando que pessoas mais instruídas
matam-se mais, e tal comprovação pode ser observada na Itália, que é católica, e tal
comprovação pode ser observada também em países protestantes, tomando a
exemplo no livro a diferença entre os suicídios na Alemanha e na Prússia, sendo
que esta ultima possui o maior índice de iletrados, enquanto a outra possui maior
taxa de suicidas. Existe, porém uma exceção, que não poderia deixar de ser citada,
que é a população judaica na qual o conhecimento é difundido entre homens e
mulheres em iguais proporções e ainda assim a taxa de suicídios é ínfima, sendo
que judeus ocupavam um bom espaço em faculdades na época.

      Conclui-se então que a o suicídio progride com a ciência porém não deve-se
culpa-la já que uma de suas principais funções é preencher as lacunas da
existência, e não é lhe impondo silencio que fará que a tradição volte a reinar como
outrora.



7.2.2. Capítulo três - O suicídio egoísta (continuação)



      É iniciado esse capitulo com o assunto sobre suicídios entre solteiros e
casados, e expõe um porque de ser tomada a decisão do suicídio que diz “o suicídio
é visto antes de tudo como um ato de desespero determinado pelas dificuldades de
existência” o que se faz acreditar que o solteiro por não ter uma família não se
mataria em altas proporções enquanto os casados cometeriam suicídios duas vezes
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mais do que os casados, todavia tal teoria não ocorre na prática, pois os casados
por possuírem uma vida em família se matam menos do que os solteiros, e então
Durkheim utiliza uma tabela extraída do Bulletim de Dêmographie Internacionale do
ano de 1878 pagina 195, porém ele somente o põe no livro para demonstrar o quão
inutilizável ele é, já que em todas as pesquisas pessoais ele desmente tudo o que
está contido em tal estatística, logo abaixo ele põe sua estatística sobre o numero de
suicidas casados e solteiros e a partir de sua tabela ele formula leis para explicar o
suicídio entre tais classes.

                      1. Os casamentos demasiado precoces têm uma influencia agravante
                      sobre o suicídio, sobretudo no que se refere aos homens.
                      2. A partir de 20 anos, os casados dos dois sexos se beneficiam de um
                      coeficiente de preservação com relação aos solteiros.
                      3. O coeficiente de preservação dos casados com relação aos solteiros
                      varia de acordo com os sexos.
                      4. A viuvez diminui o coeficiente dos sexos, porém, não o suprime
                      completamente.


       Contudo é assistido que a união sem filhos possui um efeito medíocre na
redução de suicídios entre casados e com isso percebe-se que se dá mais valor a
um relacionamento que possua filhos do que um que não os tenha, gerando assim
menor coeficiente de preservação neste ultimo que no anterior. É iniciado então uma
comparação entre os viúvos os casados, e os solteiros de ambos os sexos, inclusive
o das viúvas cujo durante a explicação do caso delas Durkheim expõe uma teoria
errônea de Morselli que pressupõe que as casadas que sofrem durante o casamento
ao se tornarem viúvas perdem propensão ao suicídio, todavia segundo Durkheim é
exatamente o contrário que acontece já que tais damas consideram a viuvez mais
penosa que ser casada, mesmo não tendo o marido que fosse de seu agrado e tal
fato faz com que elas tenham quase a mesma propensão ao suicídio que uma dama
solteira, enquanto os viúvos casam-se novamente, contudo as chances que o
mesmo cometa suicídio também aumentam, porém não chegam aos pés da taxa de
suicídios entre viúvas, porém existem na época para cada viúvo duas viúvas, e isso
deve ser levado em conta durante a observação das tabelas.

       Inicia-se então por parte do autor uma explanação sobre o valor da existência,
na qual ele afirma que cada um é responsável pelo valor que é dado a própria
existência e quando tal valor ou quando tal ideologia é destruído, ou abalado, o
individuo para e se pergunta sobre o porquê de sua vida ser assim e a falta de
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respostas que sejam satisfatórias faz com que seja despertada a falta de motivação
para permanecer vivo e tal isolação social intensa faz com que esse tipo de suicídio
se manifeste, já que não existem laços sociais que façam o indivíduo querer viver.



7.2.3. Capítulo quatro - O suicídio altruísta

      O capítulo já é principiado com a ideia principal sem qualquer circunlóquio.
Durkheim expõe que assim como o isolamento social pode levar ao suicídio, a
integração excessiva pode produzir o mesmo resultado, que pode ser mais bem
observado em sociedades menores.

      Para introduzir melhor o assunto, Durkheim inicia um resumo de parte do livro
De causis contemptae mortis a Danis, que conta sobre como o suicídio era visto pela
sociedade celta, que acreditava que morrer de causas naturais era algo tão
decrépito quanto o suicídio nas atuais sociedades, e faziam de tudo para evitar o
terrível subterrâneo onde eram atiradas as almas dos que morriam de morte natural,
enquanto os suicidas desfrutavam das delicias de uma vida após a morte. Morrer por
morte natural era considerado algo ignóbil a tal ponto que nem homenagens ao
morto prestavam, pois “o fogo se sujaria se não recebesse os homens ainda
respirando”. A prática suicida era também bastante praticado pelas viúvas, sendo
que um bom exemplo era o das viúvas do hinduísmo as quais no momento em que o
corpo de seu marido inicia sua consumição na pira, ela se atira nas chamas, ou é
atirada e acaba por ser consumida pelo fogo junto ao seu esposo. Outra prática é a
de com a morte de um rei ou de alguém de alto cargo, durante seu funeral
queimava-se cavalos, armas, prisioneiros, escravos favoritos, e até funcionários, e
todos eles expiravam por terem o dever de não sobreviverem ao seu senhor. Eis
então que surge a palavra chave que é o dever. As pessoas não se matam por que
querem e sim pelo dever que possui com o seu senhor, com seu marido ou com a
sociedade, e quando tal dever é negado e esses indivíduos insistem em viver a
sociedade se impõe fazendo com que a pessoa sacrifique então sua vida. Então
após esta explicação Durkheim expõe o suicídio altruísta, que é exatamente o
contrario do suicídio egoísta, baseando-se na pressão exercida pela sociedade,
porém na sociedade da época não é uma pressão direta, como na época Celta na
qual os indivíduos que não se matassem não eram bem vistas; agora haverá uma
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pressão mais sutil com pequenos gestos que somados levarão ao suicídio o
atingido. Para que se ocorra tal suicídio é necessário ter uma vida social diminuta,
para que assim todos levem uma vida em comum, fazendo com que pouca coisa se
corresponda a individualidade seja desenvolvida, fazendo com que cada indivíduo
tenha pouco de individual, então cada ato é somente uma repressão, ao ser tão
pouco valorizado socialmente e menos protegido as solicitações da sociedade,
incluso a de que dê fenecimento a própria existência, caso para tal sociedade esta
vida perca seu valor.

      Durkheim afirma que o suicídio altruísta obrigatório, deve-se a imposições da
sociedade, enquanto o suicídio altruísta que é facultativo pode ser causado por
diversos outros assuntos, tais como as ofensas que faziam diversos povos se
matarem por demasiado. O suicida altruísta mata-se às vezes por fanatismo
religioso, porém é um erro não fazer distinção entre essas duas ramificações de um
mesmo suicídio, pois o suicida altruísta obrigatório mata-se por ter o dever de morrer
sendo que tal transgressão deste dever acarretará uma pressão social, já que
aquele individuo não deveria mais pertencer a sociedade, enquanto o suicida
altruísta mata-se somente por não haver nada na sociedade em que ele se prenda,
contudo diferentemente do suicida egoísta ele ainda possui relacionamentos sociais
e as vezes família, todavia ela não é o suficiente para que ele evite o suicídio
enquanto o suicida altruísta agudo, o qual é tomado por exemplo do autor o mártir,
que mesmo que não morra por vias próprias acaba por tornar sua morte indefectível.

      Continuando tal capitulo inicia-se a falar sobre o exercito, lugar onde se
possui maior numero de suicídios, sendo sua maioria suicídios altruísta, já que
muitos se matam para escapar da vergonha da derrota. Os oficiais possuem altos
índices de suicídio em diversos países, e os suboficiais se matam ainda mais, e isso
faz com que Durkheim desenvolva a situação dos soldados rasos, que são
impedidos de formar uma família e por não possuir nada o que o prenda a vida,
acabam por adquirir maior inclinação ao suicídio egoísta, mas quais seriam os
motivos para tais atitudes?

      Primeiro pensa-se no alcoolismo, contudo altos consumos alcoólicos não
possuem grandes influencias nos casos comuns e não é diferente nos casos
militares, já que o serviço militar não demora tempo suficiente para que sejam
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gerados alcóolatras. Então se pensa na aversão ao serviço militar, que seria uma
boa explicação, pois as dificuldades de existência no serviço militar são imensas,
todavia conforme se aumenta os anos de serviço se amenta também o número de
suicidas, mas isso pode ser explicado: Para que se exista um convívio no serviço
militar deve-se abrir mão de sua individualidade e entregar-se a tal serviço, e para
aceitar docilmente tamanha mudança e tamanha censura a seu individual, deve-se
ter muito despego as suas próprias ideias, preparando assim o terreno a um suicídio
altruísta, contudo a passividade militar entrou em decadência e para compensar tal
mudança nos hábitos a disciplina militar tornou-se menos ríspida.

      Conclui-se o capitulo com a indagação sobre as diferenças dos suicídios
altruísta e egoísta, pois eles não são tão diferentes quanto parecem, com a exceção
que o suicida egoísta não se importa com mais nada exceto com seu sofrimento
enquanto o altruísta se importa com algo que lhe valeria a vida e com isso Durkheim
conclui que cada suicídio é uma forma desviada de virtude.



7.2.4. Capítulo cinco – O suicídio anômico



      Este capitulo é iniciado falando um pouco sobre as grandes crises que
ocorreram na Europa, como por exemplo o craque na bolsa de Paris em 1882, mas
tal inclusão desses dados servem somente para demonstrar que existe este fator
que tanto quanto os outros leva as pessoas ao suicídio. Inicia-se após a introdução
uma explicação da teoria que diria simplesmente que as pessoas se matam mais em
épocas de crise, todavia durante épocas em que somente havia baixas favoráveis o
número de suicidas sofria pequenos aumentos, o que faz com que Durkheim
conclua que baixas favoráveis têm efeitos tão devastadores quanto grandes crises,
porém tal efeito pode ser ocorrido quando se sofre extremos tanto pessoais quanto
sociais fazendo com que os objetivos pessoais do individuo não sejam iguais as
perspectivas que a sociedade tem para com ele e tal anomia somente pode ser
causada por mudanças drásticas, ou financeiramente ou emocionalmente. É
lembrado também sobre as taxas de conservação entre solteiros e casados, todavia
dessa vez o assunto é mais bem aprofundado, mostrando os coeficientes de cada
país de acordo com a sua pratica de divórcios ou não, chegando ao fim na
34



conclusão de que o homem ao se casar não renuncia tanto quanto a mulher, que
além de renunciar sua liberdade renuncia seu sossego e por isso conclui que o
casamento para a mulher pode ser encarado como um sacrifício.



7.2.4.1.     Formas individuais dos diferentes tipos de suicídios



       Ele inicia esse capitulo comentando que as pessoas quando vão se suicidar
se recolhem dentro de si próprios fazendo com que o abismo entre esse individuo e
a sociedade aumente e nessa solidão e iniciada uma premeditação cujo o desfecho,
o suicídio, nada tem de violento e repentino, porém tal suicídio não é completamente
saboreado por pessoas comuns como é saboreado por intelectuais, que se esforçam
realmente para que todos entendam o que é se sentir morrendo, exemplificando o
caso do homem que ao aspirar carvão descreveu as sensações que ele estava a
sentir, porém não são dados completamente seguros pois existe a probabilidade do
engano com relação aos seus sentimentos, como foi descrito anteriormente.

       Então o homem se mata por diversos motivos, podem ser de caráter frio e
cético ou para provar algo ao mundo, tomando por modelo um individuo que tem sua
honra ultrajada e mata-se para provar coragem. É estudado então um relato que
está reunido num livro no qual existem os relatos de 1.507 suicidas e em sua
maioria, eles expressavam alta irritação consigo e com o mundo, e tais efeitos
davam as cartas um caráter critico, porém doloroso, o individuo não estava irritado
com a vida e sim oprimido pela sociedade, afirmando a seguir que o meio pelo qual
o individuo se mata exprime suas emoções que incitam tal ato, entrando então com
uma tabela que continha dados sobre os tipos de suicídios em diferentes países, e
tais oscilações entre os tipos faz com que se acredite que cada país tem sua forma
preferida de suicídio, finalizando afirmando que existem critérios para a escolha do
método de trucidamento pessoal que variam de lugar para lugar como, por exemplo
suicidas que vivem próximos a ferrovias utilizam mais o método de se fazer esmagar
por um trem, assim como pessoas das cidades se atiram do alto de casas, que
naquela época já poderiam ser denominadas prédios. Tais métodos vão criando
uma escala definindo qual o tipo de suicídio mais nobre e qual o mais vil, e antes de
encerrar tal capitulo Durkheim salienta que o a escolha do suicida pelo método que
35



irá matar-se é um mistério, demonstrando então que tudo o que foi estudado sobre o
suicídio é algo conexo a causas sociais por isso não poderão quadrar para um
estudo mais aprofundado de um caso individual.

                     Essas são as características gerais do suicídio, ou seja, as que resultam
                     imediatamente de causas sociais. Individualizando-se nos casos
                     particulares, elas adquirem nuances variadas, conforme o temperamento
                     pessoal da vítima e as circunstancias especiais em que se encontra. Mas
                     sob a diversidade das combinações que se produzem assim, podemos
                     sempre identificar essas formas fundamentais. (DURKHEIM, Émile, O
                     suicídio, pagina 378).



7.3.   LIVRO III


7.3.1. Capitulo um - O elemento social do suicídio



       Tal livro é iniciado com a continuação dos fatores individuais que levam ao
suicídio continuando assim o que foi referido no livro I e II contemplando agora de
modo mais profundo, já que toda a sua conjectura fora explicada, e então durante tal
resumo Durkheim alega que as causas dos suicídios individuais são inúmeras, já
que um se mata na desventura enquanto outro se mata na opulência.

       Inicia-se então um pequeno estudo sobre as alterações na sociedade cujos
quais fazem com que se remate que as mudanças ocorrem quando existe um
grande número de pessoas ou exigindo, ou simplesmente realizando tal mudança,
que traz a questão do número de suicidas, pois se observou a numeração do índice
de suicidas foi totalmente apresentada em milhões, ou seja, a taxa de pessoas que
atentam contra si próprias é baixa, e a maioria da população não possui nada que a
inicie em tal caminho suicida.

       Existe em todos os países europeus uma época em comum na qual a vida
social é mais intensa, que são durante os seis meses mais frios do ano na Europa, e
durante tais meses o suicídio molda-se, contudo ele está presente durante todo o
ano. É iniciada então uma espécie de explanação do método de pesquisa e sobre o
fato social, asseverando que todos os episódios somente seriam plausíveis se
fossem completamente fundamentados no método de análise sociológica, sendo
que a psicologia é identificada como uma ciência que em parte se identifica com a
36



sociologia, pois enquanto a primeira estuda o individuo a segunda estuda o coletivo
como um todo, sem poder ser aproveitado fatos isolados, já que esses alteram de tal
caráter que é impraticável criar uma teoria, por mais abrangente que seja que acabe
por atingir uma sociedade por inteiro.




7.3.2. Capitulo dois - Relações do suicídio com outros fenômenos sociais

É iniciado tal capitulo com uma indagação sobre qual viria a ser o lugar ocupado
pelo suicídio dentre outros fenômenos sociais, a seguir Durkheim explica que neste
capitulo serão vistos mais de modo mais aprofundado o papel moral que o suicídio
cumpre em cada sociedade.

Nas sociedades católicas o suicídio era considerado um crime que somente poderia
ser motivado pelo demônio e durante um concilio católico foram adicionadas
punições as quais eram ter seu corpo enterrado sem que nenhum salmo fosse dito e
nenhum louvor cantado, depois foram adicionadas penas físicas, não somente ao
morto, como também a família, que perdia tudo o que pertencia ao suicida e no caso
dos nobres a perda era enorme, pois até o título e todas as facilidades que ele trazia
era tirado da família, então o corpo era arrastado amarrado numa grade de rosto
para baixo até que enfim o enterrava num lugar a parte, normalmente numa estrada
sem cerimônia, sem louvores, sem nada. Porém tal atitude foi abolida na França
com a revolução de 1789 e o suicídio foi riscado da lista de crimes, contudo em
outros países católicos ainda tais praticas continuam, e na época em que o livro foi
escrito ainda havia o cuidado de separar o cadáver do suicida do cadáver do homem
que morre por morte natural.

As punições para o suicida, que nesse caso reverberam aos seus familiares se
espalham por toda a Europa. Em Zurique se o homem se afogasse ele era enterrado
próximo a água, se matasse a si próprio com uma facada uma estaca de madeira
seria fincada no lugar onde a faca penetrou, e variando assim de acordo com o
método que o suicida usou para matar-se. Na Rússia o testamento é considerado
nulo e a sepultura cristã lhe é negada, sendo que a tentativa é punida com multa e
os cumplices podem ser presos por três anos. Nos outros países não é diferente,
pois todos o consideram como um crime, até países como os futuros Estados Unidos
37



consideram o suicida um criminoso, porém atualmente foi criada uma lei que
antepara que impeçam que o suicida complete o ato.

Nas sociedades greco-latinas o suicídio somente poderá ser realizado se houver
autorização do estado, e caso houvesse o suicídio o estado negaria as honras
póstumas e as mãos do morto seriam decepadas. O homem que procura e encontra
a morte também é considerado um suicida, e sua ação é considerada uma
deslealdade ao estado. Fornecida tal autorização o estado também decidiria como o
suicida daria fim a vida, e se o homem não obedecer, ou decidir por se enforcar será
igualmente punido.

O suicídio não era algo que as pessoas dessem tanta importância e vissem tamanha
necessidade em punir, todavia as autoridades eclesiásticas interessaram-se pelo
assunto, e o estado passou a puni-lo a exemplo da igreja. Com isso iniciasse as
primeiras conclusões sobre o suicídio que são as que durante o aumento da taxa de
suicídios a taxa de homicídios decresce, porém em ritmo mais lento do que primeira
cresce, depois vem a que refere-se ao fato que países podem possuir acumulo em
taxas de homicídio e suicídio ao mesmo tempo, todavia nos departamentos as taxas
serão desiguais, seguindo com que a guerra gera aumento do suicídio assim como
gera o aumento de roubos trapaças e afins, mas ela não faz com que o homicídio
aumente, porém a desorganização judicial pode influenciar nessa diminuição. A
quarta e a quinta conclusão são as de que o suicídio é em sua maioria urbano e a
tendência ao catolicismo é responsável pela diminuição entre as taxas.

Começa-se um encerramento do assunto no qual ele afirma que o que sentimos
pelos suicidas não é algo que sentimos por nós mesmos mas as duas são efeitos de
uma mesma causa, afirmando depois que o nosso egoísmo é em maioria fruto da
sociedade.



7.3.3. Capitulo três - Conclusões práticas




É iniciado com uma espécie de definição da palavra morbidez que é considerada
pelo autor como algo que define o suicídio, e afirma que a palavra doença nada
38



significa e designa algo que pode ser evitado, uma imperfeição, então ele explica
que a palavra doença poderia ser aplicada em todo o meio social, mas tal doença é
necessária para que o sistema continue a funcionar e os excessos tanto para mais
quanto para menos possuem sua utilidade, contudo tais funções sociais tendem a se
transformar, e já estavam de fato se transformando na época em que o livro foi
redigido tanto é que no livro Durkheim comenta que a taxa de suicídio tem
aumentado por demasiado em países europeus, continuando com a indagação
sobre o mal ser incurável ou não, então inicia-se uma discussão sobre a sociedade
corporativa, que esta sempre com o homem.

Então começa-se um resumo sobre tudo o que se foi dito e sobre o que leva o
homem a matar-se e grandes taxas de suicídios normalmente precedem a
transformações as quais o único sobrevivente é o estado que não consegue
sucumbir de modo tão fácil, porém ele muda para atender aos novos ideais de uma
população transformada, falando a seguir que para se fazer melhor o estado deve
ser diversas corporações literalmente e não pessoas reunidas numa “corporação” e
então o autor comenta que tal monografia sobre o suicídio podem parecer infiéis e
exageradas porém somente quando se definirem melhor as tarefas corporativas e
uma lei de evolução será possível determinar todo o conteúdo anterior e encerra sua
monografia sobre o suicídio com a frase “O essencial não é fixar de antemão um
plano que prevê tudo; é pôr resolutamente mãos a obra” (DURKHEIM, Émile, o
suicídio página 513).
39



8. CONSIDERAÇÕES FINAIS


      Desta forma foi possível concluir qual a importância de David Émile Durkheim
para a sociologia. Como este desenvolveu e tornou a sociologia uma ciência
individual a parte das outras. Mostrando a indispensabilidade desta para a maior
compreensão dos fatos sociais e para a sociedade como um todo. Ainda foi possível
compreendo como o contexto histórico que o “pai da sociologia” vivenciava
influenciou diretamente em suas obras. Assim como foi discutido quais as principais
teorias de Durkheim, seu legado e obras.
      Em “Da Divisão Social do Trabalho” Durkheim centraliza-se na “Solidariedade
Mecânica e Solidariedade Orgânica”, tais teorias ressaltam a construção de laços
nas relações humanas. A Solidariedade Mecânica é aquela já nascida com o
individuo que constrói-se na família e em suas relações de parentesco para com
outros membros de sua família. Já a Mecânica caracteriza-se por essa mesma
construção, porém com indivíduos desconhecidos, com os amigos e profissionais
que trabalham com o indivíduo.
      Já em “As Regras do Método Sociológico”, Durkheim pontua quais as
características base para a elaboração de teorias sociais e pontua três tópicos
principais para as características de um fato social e são eles: Generalidade:
Quando o fato apresenta característica comum a todos os indivíduos, ou seja, o
mesmo fato acontece com a grande maioria dos indivíduos; Exterioridade: Quando
o fato é externo ao indivíduo, independente da sua vontade; Coercividade: Aparece
por intermédio dos indivíduos que são forçados a seguirem os comportamentos que
a sociedade impõe.
      Em “As Formas Elementares da Vida Religiosa”, Durkheim expõe a
construção da religião como consequência da sociedade. Ele demonstra ainda que
não há religiões falsas, mas sim religiões construídas a partir de valores sociais.
      Por fim Durkheim salienta em sua última obra, “O Suicídio”, as três formas
básicas de suicídio são elas: Suicídio Egoísta: Quando o indivíduo se afasta dos
outros seres de sua mesma espécie e comete atos com motivação pessoal; Suicídio
Altruísta: Quando o indivíduo realiza atos em prol de uma causa; Suicídio
Anômico: O indivíduo faz o ato porque há a ausência das regras de sua sociedade
por causa de possíveis mudanças em decorrência de que a sociedade ela não é
única em todas as épocas.
40



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. São Paulo, Ed. Martin
Claret, 2002.

DURKHEIM, Émile. As formas elementares da vida religiosa. São Paulo, Paulus,
2008.

DURKHEIM, Émile. A divisão do trabalho social. 1ª edição [1895]. Lisboa: Editorial
Presença Ltda, 1989.

DURKHEIM, Émile; O Suicídio, Estudo Sociológico. Editorial Presença, 7ª edição;
2001.

DURKHEIM, Êmile. Educação          e   Sociologia.   10ª   ed.   São   Paulo,   Ed.
Melhoramentos, 1975.

FAUCONNET, Paul. EMILE DURKHEIM - Educação e Sociologia. 12 ed. Trad.
Lourenço Filho. São Paulo: Melhoramentos, 1978

QUINTANEIRO, Tãnia. Um toque de Clássicos: Durkheim, Marx e Werber. Belo
Horizonte, Ed. UFMG. 1995.

GOLDMAN, L. Ciências humanas e filosofia. São Paulo: Ed. Difel. 1984.

VILA NOVA, Sebastião. Introdução à Sociologia. São Paulo, Atlas, 1999.

COSTA, Maria Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. São
Paulo, Moderna, 1987.

DUVIGNAUD, J. Durkheim. Lisboa: Edições 70, 1982.

MASSELA, A. B. O naturalismo metodológico de Émile Durkheim. São Paulo:
Humanitas, 2006.
41



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Durkheim e o Suicídio

  • 1. TAMIRES GREGÓRIO MENESES VICTOR SAID DOS SANTOS SOUSA VICTÓRIA BENVENUTO DA SILVA CABRAL EMILE DURKHEIM: AS DUAS FACES DA MOEDA O HOMEM E O SOCIOLOGO Salvador 2012
  • 2. TAMIRES GREGÓRIO MENESES VICTOR SAID DOS SANTOS SOUSA VICTÓRIA BENVENUTO DA SILVA CABRAL EMILE DURKHEIM: OS DOIS LADOS DA MOEDA O HOMEM E O SOCIOLOGO Relatório de Pesquisa solicitado como objeto de avaliação parcial da I Unidade pela professora Eliane Navarro da Disciplina de Sociologia no Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia da Bahia, Coordenação de Automação e Controle Industrial. Sob orientação da professora Eliane Navarro. Salvador 2012
  • 3. TAMIRES GREGÓRIO MENESES VICTOR SAID DOS SANTOS SOUSA VICTÓRIA BENVENUTO DA SILVA CABRAL Relatório de Pesquisa solicitado como objeto de avaliação parcial da I Unidade pela professora Eliane Navarro da Disciplina de Sociologia no Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia da Bahia, Coordenação de Automação e Controle Industrial. Sob orientação da professora Eliane Navarro. Comprovante de Veracidade e Participação Eliane Navarro – Orientadora_____________________ Estudante____________________________________ Estudante____________________________________ Estudante____________________________________
  • 4. Pois bem, é verdade que estou a devanear sob este impuro mundo. Mas nada me impede de prosseguir em minha jornada caminho a fora. É um fato indiscutível que existo para tentar ser feliz, mas isso nada me impede de tentar buscar uma alternativa distinta para minha Jornada. Mas no fim sei que tudo que posso fazer é tão pouco, mas ainda assim insistirei até o ultimo momento, é devaneante, eu sei. Mas nada posso fazer esta é minha natureza, pois que para concluir valho-me de duas breves citações, uma de Henry David Thoreau e outra, seguinte, do meu idolatrado, Doutor Gregory House. São elas: “Nunca é Tarde Para Abrirmos Mão dos Nossos Preconceitos” e “Existem 3 opções nessa vida: ser bom em algo, ficar bom ou desistir”. Victor Said
  • 5. RESUMO Esta obra expõe a vida de David Emile Durkheim, o pai da sociologia, assim como efetua um estudo de cada uma de suas obras, metodologia, teorias, importância, influência e o contexto histórico o qual vivia, também mostrando a influência deste para a vida e obra de Durkheim. Sua história influência diretamente em suas principais obras e são elas que irão caracterizá-lo como o “pai da sociologia”, ao menos, um deles. A obra focada neste relatório é “O Suicídio”, esta obra expõe as características e circunstancias que ocorre um suicídio. Tal obra baseia-se metodologicamente em “As Regras do Método Sociológico”, primeira obra que explica como deve-se efetuar um estudo sociológico. Sendo que este relatório, orientado pela professora Eliane Navarro, baseia-se nas normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), sendo objeto de avaliação parcial da 1º unidade no Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia da Bahia, Coordenação de Automação e Controle Industrial. Palavras Chave: Durkheim, O Suicídio, metodologia e sociologia.
  • 6. Lista de Ilustrações Figura 1 Emile Durkheim 08 Figura 2 Da Divisão do Trabalho Social 15 Figura 3 As Regras do Método Sociológico 17 Figura 4 As Formas Elementares de Vida Religiosa 19 Figura 5 A Estrutura da Sociedade para Durkheim 21 Figura 6 O Suicídio 23
  • 7. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 07 2. A VIDA EMILE DURKHEIM 08 2.1. CONTEXTO HISTÓRICO 09 3. AS PRINCIPAIS TEORIAS E A METOLOGIA 13 4. PRINCIPAIS OBRAS 15 4.1. DA DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO 15 4.2. AS REGRAS DO MÉTODO SOCIOLÓGICO 17 4.3. AS FORMAS ELEMENTARES DA VIDA RELIGIOSA 18 5. A SOCIEDADE PARA DURKHEIM 20 6. INFLUÊNCIA E IMPORTÂNCIA DE DURKHEIM 22 7. O SUICÍDIO 23 7.1. LIVRO I 23 7.2. LIVRO II 27 7.2.1. Capítulo dois - O suicídio egoísta 28 7.2.2. Capítulo três - O suicídio egoísta (continuação) 29 7.2.3. Capítulo quatro - O suicídio altruísta 31 7.2.4. Capítulo cinco – O suicídio anômico 33 7.2.4.1. Formas individuais dos diferentes tipos de suicídios 34 7.3. LIVRO III 35 7.3.1. Capitulo um - O elemento social do suicídio 35 7.3.2. Capitulo dois - Relações do suicídio com outros fenômenos sociais 36 7.3.3. Capitulo três - Conclusões práticas 37 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 39 ANEXOS 41
  • 8. 7 1. INTRODUÇÃO O presente relatório solicitado pela professora Eliane Navarro da disciplina de Sociologia docente no Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia da Bahia – IFBA, Coordenação de Automação e Controle Industrial. Trás como principal objetivo a inseminação dos trabalhos técnicos baseados na norma da ABNT (associação Brasileira de Normas Técnicas) aos estudantes do 2º ano do curso de automação e controle industrial. Assim como uma melhor compreensão do tema abordado, Emile Durkheim: Vida e Obra. Este relatório baseia-se no método da revisão bibliográfica e tem como professora Orientadora a professora Eliane Navarro. Para a elaboração da pesquisa bibliográfica foi utilizado os mais diversos tipos de fontes. Desde livros a apostilas, slides, artigos científicos, resumos e as próprias obras do autor. Este relatório ainda busca dar continuidade às práticas e exercício das normas técnicas regidas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) que estarão presentes ao longo do curso e de suas futuras profissões. Visando exercitar e analisar os conhecimentos dos estudantes até aqui obtidos.
  • 9. 8 2. A VIDA EMILE DURKHEIM David Emile Durkeim, figura 1, nasceu em Epinal, Noroeste da França no Departamento de Voges, entre a Alsácia e a Lorena, no dia 15 de Abril de 1858. Durkheim vinha de família humilde e judia, seu pai era rabino e devido a isso recebeu educação e formação religiosa voltadas para o judaísmo, frequentou a escola rabina durante determinado tempo, porém após uma viagem a Paris, em 1877, proclamou-se agnóstico (pessoa que acredita na incapacidade humana de compreender a Deus e comprovação da existência d’Ele ou em qualquer divindade. Um agnóstico pode acreditar em Deus ou não). Apesar de não tornar-se rabino, os hábitos da cultura judia mantiveram-se firmes, Emile era devoto ao trabalho, disciplinado e fiel ao que fazia (ensinamentos primordiais para tornar-se rabino). Figura 1 – Emile Durkheim Fonte: www.directoriodeartigos.com
  • 10. 9 2.1. CONTEXTO HISTÓRICO Na adolescência, o jovem David Émile presenciou uma série de acontecimentos que marcaram decisivamente todos os franceses em geral e a ele próprio em particular: a 1º de setembro de 1870, a derrota de Sedan; a 28 de janeiro de 1871, a capitulação diante das tropas alemãs; de 18 de março a 28 de maio, a insurreição da Comuna de Paris; a 4 de setembro, a proclamação da que ficou conhecida como III República, com a formação do governo provisório de Thiers até a votação da Constituição de 1875 e a eleição do seu primeiro presidente (Mac- Mahon). Thiers fora encarregado tanto de assinar o tratado de Frankfurt como de reprimir os communards, até à liquidação dos últimos remanescentes no "muro dos federados". Por outro lado, a vida de David Émile foi marcada pela disputa franco- alemã: em 1871, com a perda de uma parte da Lorena, sua terra natal tornou-se uma cidade fronteiriça; com o advento da Primeira Guerra Mundial, ele viu partir para o f front numerosos discípulos seus, alguns dos quais não regressaram, inclusive seu filho Andrès, que parecia destinado a seguir a carreira paterna. No entretempo, Durkheim assistiu e participou de acontecimentos marcantes e que se refletem diretamente nas suas obras, ou pelo menos nas suas aulas. O ambiente é por vezes assinalado como sendo o “vazio moral da III República”, marcado seja pelas conseqüências diretas da derrota francesa e das dívidas humilhantes da guerra, seja por uma série de medidas de ordem política, dentre as quais duas merecem destaque especial, pelo rompimento com as tradições que elas representam. A primeira e a chamada lei Naquet, que instituiu o divórcio na França após acirrados debates parlamentares, que se prolongaram de 1882 a 84. A segunda é representada pela instrução laica, questão levantada na Assembléia em 1879, por Jules Ferry, encarregado de implantar o novo sistema, como Ministro da Instrução Pública, em 1882. Foi quando a escola se tornou gratuita para todos, obrigatória dos 6 aos 13 anos, além de ficar proibido formalmente o ensino da religião. O vazio correspondente à ausência do ensino de religião na escola pública tenta-se preencher com uma pregação patriótica representada pela que ficou conhecida como “instrução moral e cívica”.
  • 11. 10 Ao mesmo tempo que essas questões políticas e sociais balizavam o seu tempo, uma outra questão de natureza econômica e social não deixava de apresentar continuadas repercussões políticas e o que se denominava questão social, ou seja, as disputas e conflitos decorrentes da oposição entre o capital e o trabalho, vale dizer, entre patrão e empregado, entre burguesia e proletariado. Um marco dessa questão foi a criação, em 1895, da Confédération Générale du Travail (CGT). A bipolarização social preocupava profundamente tanto a políticos como a intelectuais da época, e sua interveniência no quadro político e social do chamado tournant du siècle não deixava de ser perturbadora. Com efeito, apesar dos traumas políticos e sociais que assinalam o início da III República, o final do século XIX e começo do século XX correspondem a uma certa sensação de euforia, de progresso e de esperança no futuro. Se bem que os êxitos econômicos não fossem de tal ordem que. pudessem fazer esquecer a sucessão de crises (1900-01, 1907, 1912-13) e os problemas colocados pela concentração, registrava-se uma série de inovações tecnológicas que provocavam repercussões imediatas no campo econômico. É a era do aço e da eletricidade que se inaugura, junto com o início do aproveitamento do petróleo como fonte de energia ao lado da eletricidade que se notabiliza por ser uma energia “limpa”, em contraste com a negritude do carvão, cuja era declinava e que, ao lado da telegrafia, marcam o início do que se convencionou chamar de “segunda revolução industrial”, qual seja, a do motor de combustão interna e do dínamo. Além dessas invenções, outras se sucediam. Embora menos importantes, eram sem dúvida mais espetaculares, como o avião, o submarino, o cinema, o automóvel, além das rotativas e do linotipo que tornaram as indústrias do jornal e do livro capazes de produções baratas e de atingir um público cada vez maior. Tudo isso refletia um avanço da ciência, marcada pelo advento da teoria dos quanta, da relatividade, da radioatividade, da teoria atômica, além do progresso em outros setores mais diretamente voltados à aplicação, como a das ondas hertzianas, das vitaminas, do bacilo de Koch, das vacinas de Pasteur etc. Não é pois de se admirar que vigorasse um estilo de vida belle époque, com a Exposição Universal. comemorativa do centenário da revolução, seguida da exposição de Paris, simultânea com a inauguração dométro em 1900. O último
  • 12. 11 quartel do século fora marcado, além da renovação da literatura, do teatro e da música, pelo advento do impressionismo, que tirou a arte pictórica dos ambientes fechados, dos grandes acontecimentos e das grandes personalidades da monumentalidade, enfim para se voltar aos grandes espaços abertos, para as cenas e os homens comuns para o cotidiano. Porque este homem comum é que se vê diante dos grandes problemas representados pelo pauperismo, pelo desemprego, pelos grandes fluxos migratórios. Ele é objeto de preocupação do movimento operário, que inaugura, com a fundação da CGT no Congresso de Limoges, uma nova era do sindicalismo, que usa a greve como instrumento de reivindicação econômica e não mais exclusivamente política. É certo que algumas conquistas se sucedem, com os primeiros passos do seguro social e da legislação trabalhista, sobretudo na Alemanha de Bismarck. Mas se objetivam também medidas tendentes a aumentar a produtividade do trabalho, como o “taylorismo” (1912). Também a Igreja se volta para o problema, com a encíclica Rerum Novarum (1891), de Leão XIII, que difunde a idéia de que o proletariado poderia deixar de ser revolucionário na medida em que se tornasse proprietário. É a chamada “desproletarização” que se objetiva, tentada através de algumas "soluções milagrosas", tais como o cooperativismo, corporativismo,, participação nos lucros etc. Pretende-se, por várias maneiras, contornar a questão social e eliminar a luta de classes, espantalhos do industrialismo. Enfim, estamos diante do “espírito moderno”. Na École Normale Supérieure, o jovem David Émile tivera oportunidade de assistir às aulas de Boutroux, que assinala os principais traços característicos dessa época: progresso da ciência (não mais contemplativa, mas agora transformadora da realidade), progresso da democracia (resultante do voto secreto e da crescente participação popular nos negócios públicos), além da generalização e extraordinário progresso da instrução e do bem- estar. Como corolário desses traços, o mestre neokantiano ressalta as correntes de idéias derivadas, cuja difusão viria encontrar eco na obra de Durkheim: aspira-se à constituição de uma moral realmente científica (o progresso moral equiparando-se ao progresso científico); a moral viria a ser considerada como um setor da ciência das condições das sociedades humanas (a moral é ela própria um fato social) ; a moral se confunde enfim com civilização o povo mais civilizado é o que tem mais
  • 13. 12 direitos e o progresso moral consiste no domínio crescente dos povos cuja cultura seja a mais avançada. Não é pois de se admirar que essa época viesse também a assistir a uma nova vaga de colonialismo, não mais o colonialismo da caravela ou do barco a vapor, mas agora o colonialismo do navio a diesel, da locomotiva, do aeroplano, do automóvel e de toda a tecnologia implícita e eficiente, além das novas manifestações morais e culturais. Enfim, Durkheim foi um homem que assistiu ao advento e à expansão do neocapitalismo, ou do capitalismo monopolista. Ele não resistiu aos novos e marcantes acontecimentos políticos representados pela Primeira Guerra Mundial, com o aparecimento simultâneo tanto do socialismo na Rússia como da nova roupagem do neocapitalismo, representada pelo Welfare State. Tamanhas influências levaram Durkheim, em 1879, a optar pelo curso de Filosofia na Escola Normal Superior de Paris. Após sua formação em 1882 como Agrégé Philosophie, ainda neste ano Durkheim participa de concursos para docente em filosofia e é aprovado como professor em Sens e Saint-Quentin. Após três anos de docência Durkheim parte para a Alemanha onde estuda ciências sociais e lá permanece mais um ano. Em 1893 defende sua Tese de Doutorado: Da divisão do Trabalho Social. Que são seguidas de: As Regras do método sociológico, em 1895; O suicídio, em 1897 e por fim, Formas Elementares da Vida Religiosa. Em 1915 perde eu filho na 1º Guerra Mundial, morrendo dois anos depois, em 1917.
  • 14. 13 3. AS PRINCIPAIS TEORIAS E A METOLOGIA Durkheim possuía várias teorias, mas utilizava uma em especial que fundamentou os objetivos dos seus principais livros: Da Divisão do Trabalho Social, As Regras do Método Sociológico, O Suicídio e As Formas Elementares de Vida Religiosa. Tal teoria seria denominada por Durkheim como “Fatos Sociais”. Essa teoria surge a partir de uma afirmação feita por ele, que dizia um seguinte: “Os fatos sociais devem ser tratados como coisas”. A partir de tal afirmação Durkheim fundamenta o que viria a ser a formulação da sociedade que este tanto idealizava. Nesta sociedade havia a questão do normal e do patológico. Também se tinha a questão da definição do fato social e através da mesma obteve suas características e as regras que possibilitariam um sociólogo a realizar sua análise e contextualização, que será apresentado como objetivo no seu livro As Regras do Método Sociológico. A sociedade, para ele, possuía divisões das funções do trabalho e devido a isto pôde obter a expressão solidariedade e seu conceito. Como as sociedades não são as mesmas, para cada uma surge uma forma de solidariedade. Nesta questão teremos os tipos de solidariedade. Este tema se encontra como objetivo no livro Da Divisão do Trabalho Social. Esta divisão não seria possível se ele não utilizasse a questão do fato social, já que a mesma possui relação direta com os temas abordados nos livros, como já foi salientado anteriormente. Na sociedade de Durkheim havia também a socialização, onde o homem deixa de pensar só nele e passava a pensar em todos que participam da sua sociedade, ou seja, aceitaria os costumes e hábitos da mesma. A partir desta socialização surgia à consciência social e esta por sua vez “controlava” a consciência individual, que seria o homem no estágio de um animal selvagem, que só pensava em seus benefícios próprios. Dentro desta consciência coletiva obtém- se o fato social, que será sua principal tese. Essa parte social que foi formulada por Durkheim é utilizada na atualidade em partes, já que ainda existe a questão do individualismo, onde as pessoas que compõem a sociedade não realizam seus deveres e só querem ter seus direitos respeitados. São poucos aqueles que pensam no bem social, nos outros, nos indivíduos que compõem a sociedade que esses indivíduos participam. Então não
  • 15. 14 podemos dizer que é uma sociedade, já que não obedece aos princípios formulados por Durkheim. Mas no geral a maioria dos princípios são respeitados e, principalmente, obedecidos, existindo algumas subgestões em relação a alguns conceitos. A partir destas subgestões entra a questão da área filosófica, que não será discutida neste contexto. Durkheim realizou uma contextualização da sua sociedade e ela foi de extrema importância na construção da mesma que temos hoje e sem ela não poderíamos formular a parte social dos indivíduos e, sem dúvida, não seríamos capazes de nos relacionar com outros indivíduos de mesma espécie, ou seja, não poderíamos exercer uma relação de solidariedade com outros seres humanos. E por isso ele é considerado o melhor sociólogo que já tivemos na história e tem extrema importância na sociedade.
  • 16. 15 4. PRINCIPAIS OBRAS 4.1. DA DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO Figura 2 – Da Divisão do Trabalho Social Fonte: www.martinsfontespaulista.com.br Esta obra tem por fundamento principal o entendimento das funções sociais do trabalho e a sua forma de atuação na sociedade. Na modernidade, a divisão social do trabalho é uma importante fonte coesiva ou também denominada solidariedade social. A divisão do trabalho gerencia a sociedade e a mesma tende a evoluir não só a sociedade, mas também o indivíduo em questão. No trabalho social há a troca de conhecimento, já que um ajuda o outro tanto indiretamente quanto diretamente. Indiretamente seria o indivíduo fazer sua parte completamente, sem deixar erros, para que outro indivíduo faça a sua parte sem precisar, em caso de alguma ocorrência, ter que fazer a parte dele e depois consertar a sua. Já diretamente seria
  • 17. 16 em um dado momento você ajudar uma pessoa na hora que ela está cumprindo seus deveres e direitos, tirando dúvidas ou até mesmo auxiliando-o para que ele acabe sua “tarefa”. Então a partir daí entre a parte da solidariedade. Quando falamos de solidariedade, pensamos logo, ajudar outra pessoa ou outras pessoas. Era esta questão que Durkheim queria abordar, mas, principalmente, a solidariedade social, onde cada indivíduo faria sua parte, independente de qualquer coisa, e essa ação contribuiria para a harmonia da sociedade. Também entraria a questão de um ajudar o outro, ou seja, mesmo que você tenha sua “tarefa” para fazer, você se disponibilizaria, nos momentos de pausa da sua tarefa ou mesmo numa brecha que você tivesse, a ajudar o outro na sua “tarefa”, sem reclamar e sem reclamar. Como podemos perceber, a solidariedade engloba um conceito criado e formulado por Durkheim, a chamada Consciência Coletiva, que consiste no caráter de uma sociedade particular. A partir desta consciência podemos compreender como a sociedade consegue garantir uma harmonia plena, com indivíduos exercendo solidariedade uns com os outros a base de respeito mútuo. Destes pontos já citados, podemos classificar os tipos de solidariedade que existem na sociedade. Existem dois tipos de solidariedade, a solidariedade mecânica e solidariedade orgânica. Podemos chamar de solidariedade mecânica aquela que tem origem da sociedade capitalista, onde os indivíduos continuam unidos devido à semelhança dos mesmos e não há a presença de indivíduo diferente. Obtemos a coesão a partir desta uniformidade. Já a solidariedade que chamamos de orgânica é aquela que tem como característica fundamental a divisão do trabalho, onde, como já foi salientado anteriormente, obriga o indivíduo a cumprir suas tarefas e a mesma força o indivíduo à prática de interagir com outros indivíduos. A solidariedade que encontramos e utilizamos na sociedade moderna é a solidariedade orgânica. Ela ajuda tanto o indivíduo quanto o grupo social a especializar-se, realizando uma cadeia com dependência mútua.
  • 18. 17 4.2. AS REGRAS DO MÉTODO SOCIOLÓGICO Figura 3 – As Regras do Método Sociológico Fonte: df.quebarato.com.br Nesta obra o autor enfatiza a questão do Fato Social e regras que o sociólogo tem que levar em consideração para analisar e contextualizar um fato social. Primeiramente Durkheim explica o que seria um fato social. Fato Social é nada mais e nada menos, segundo Durkheim, do que toda maneira de agir, pensar e sentir, fixada ou não susceptível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou então, que é geral no âmbito de uma sociedade, tendo, ao mesmo tempo, uma existência própria, independente de suas manifestações individuais. Após esta breve definição Durkheim apresenta características fundamentas para se identificar se um acontecimento é um fato social ou não. As características fundamentas de uma fato social são: • Generalidade: Quando o fato apresenta característica comum a todos os indivíduos, ou seja, o mesmo fato acontece com a grande maioria dos indivíduos;
  • 19. 18 • Exterioridade: Quando o fato é externo ao indivíduo, independente da sua vontade; • Coercividade: Aparece por intermédio dos indivíduos que são forçados a seguirem os comportamentos que a sociedade impõe. Durkheim, para fazer suas análises da sociedade, se baseou no positivismo de Karl Marx e Engels, onde a sociedade é analisada de forma objetiva, observando o fato como objeto. Daí vem à afirmação dele de que “os fatos sociais devem ser tratados como coisas”. Essa análise feita na sociedade deve ser descrita de forma imparcial, neutra. Com essa análise realizada, provou que os fatos sociais não possui dependência em relação ao que o indivíduo pensa e faz em particular, sendo assim o indivíduo possui sua existência própria. Através desta afirmação surgiu a expressão “consciência coletiva”, onde Durkheim define como sendo um conjunto de crenças e sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade que formam um sistema determinado com vida própria. Depois destas definições e destas caracterizações, o sociólogo poderá analisar os fatos sociais mediante a uma questão fundamental: as regras do método sociológico. Para realizar a análise com precisão é preciso que o sociólogo siga algumas regras que são de extrema importância no campo da Sociologia. 4.3. AS FORMAS ELEMENTARES DA VIDA RELIGIOSA Nesta obra em questão temos a religião relacionada ao indivíduo, onde à medida que a sociedade cresce a religião não aparece muito no contexto social e os adeptos diminuem. Explica quais são as bases das religiões, principalmente a da época dele, a chamada totemismo primitivo, que se consagrou na Alemanha, onde o autor desta obra morou e passou quase sua vida toda. Antes de qualquer coisa é de vital importância citar as condições fundamentas para o desenvolvimento da religião. Primeiramente, é necessário apresentar conjuntos de crenças religiosas. Em segundo lugar, devemos deter de conjuntos de ritos e terceira e última condição seria deter de um templo e uma comunidade moral. Depois de apresentada essas condições, é necessário à definição de totemismo primitivo, para entendermos e analisarmos a religião daquela época de
  • 20. 19 conflitos. Totemismo Primitivo seria, segundo Durkheim, uma forma específica e clara da consciência coletiva na sociedade primitiva. Esta definição define o caráter social do surgimento da religião e seus fundamentos na estrutura social. Durkheim afirmou que não existem religiões falsas. As religiões são oriundas da sociedade. Figura 4 – As Formas Elementares de Vida Religiosa Fonte: www.paulus.com.br
  • 21. 20 5. A SOCIEDADE PARA DURKHEIM A sociedade, figura 2, para Durkheim, teria normas para uma boa convivência entre os indivíduos que fazem parte dela e precisaria que seu todo apresentasse coesão. Essa estrutura nem sempre apresentaria mesmas características, mas ainda sim existiria esta estrutura que chamamos de integração. Caso um grupo de indivíduos não apresente essa integração, o mesmo não poderia ser chamado de sociedade. Essa integração possui elementos que são importantes para a sociedade. Um destes elementos é a intensidade como os indivíduos se interagem entre si. Através desta interação podemos realizar nos trabalhos socais e compartilhar conhecimentos. Esse compartilhamento de conhecimento contribui e muito para a evolução humana, que é importante para o indivíduo. A ideia principal de Durkheim em relação a sua sociedade é que através desta troca de saberes o indivíduo interaja com seu grupo ou sua sociedade. Uma sociedade só terá um bom desempenho se os valores, as crenças e as normas estabelecidas na mesma burlarem as ações individuais formando, assim, uma solidariedade básica, que gerencia as atitudes humanas. Para isso utilizamos, segundo Durkheim, a expressão consciência coletiva. Ela expressa a solidariedade comum como sendo intermediária no controle do comportamento humano. Os mecanismos utilizados para criar e manter a interação entre os indivíduos e a divisão da consciência coletiva são: a família, a educação, o trabalho, a religião e entre outros mecanismos. A sociedade num todo, com seus procedimentos de socialização e internalização individual, contribui para a assimilação e entendimento das suas crenças, dos seus valores e das suas normas. Se o indivíduo entende esses procedimentos, com certeza irá segui-las sem reclamar e sem desobedecê-las. Nem sempre a sociedade envolvida seguirá os padrões citados anteriormente. Este “descontrole” da sociedade pode acontecer devido a um ponto importantíssimo: a mesma não apresenta características semelhantes em todas as épocas e a sua estrutura social se modifica ao longo dos anos. Por esse motivo podemos afirmar que em alguns desses “descontroles” da sociedade não foi o indivíduo que cometeu erros. É importante ressaltar que esse tipo de “descontrole” é denominado, por Durkheim, de anomia.
  • 22. 21 Figura 5 – A Estrutura da Sociedade para Durkheim
  • 23. 22 6. INFLUÊNCIA E IMPORTÂNCIA DE DURKHEIM Durkheim foi o pai da ciência que chamamos de Sociologia Moderna e distinguiu esta ciência das outras. Unificou a pesquisa experimental com a teoria sociológica. Era teoricamente muito hábil no conceito coesão social. Tornou o sociólogo uma grande influência na Sociologia enquanto matéria curricular. Além destes fatores, fez com que a Sociologia se focasse em determinantes sócio-estruturais e não mais em interpretações biológicas ou psicológicas das atitudes dos indivíduos. A sociologia, enquanto disciplina, pôde ser definida precisamente, além de possuir métodos específicos para analisar determinadas situações que ocorrem na sociedade e a partir disso foi possível disponibilizar uma aplicação para esta disciplina. A metodologia de Durkheim contribui para o estudo da sociedade e o que devemos mudar em relação ao nosso comportamento no meu social. O indivíduo passou a entender o porquê de a sociedade formular e impor leis para que o mesmo cumpra e compreender os motivos que levam a acontecimentos, que na sua grande maioria, chocam a sociedade. Essas metodologias também contribuíram para evolução das sociedades e principalmente do indivíduo, que a cada dia busca sua evolução e para isso tem que melhorar seu desempenho no trabalho, ou seja, aumentar mais suas interações com seus grupos sociais. Claro que ainda temos uma dificuldade de interação, mas isso ao longo dos anos vai melhorando. Para o meio científico, a Sociologia contribuiu na Historiografia. Se não entendemos a sociedade como podemos entender a história daquela época? Então ela é de extrema importância para a Historiografia porque, além dela trabalhar com os acontecimentos das épocas passadas, ela tenta compreender o que a sociedade influenciou para que esse fato acontecesse. Durkheim enfatizou muito a questão das instituições sociais (família, escola, entre outros) e hoje elas só possuem esse valor imenso na sociedade graças a essa valorização por parte dele.
  • 24. 23 7. O SUICÍDIO Figura 6 – O Suicídio Fonte: suicidioesociedade.blogspot.com 7.1. LIVRO I No primeiro capitulo o autor apresenta o suicídio de forma geral iniciando depois a desmentir as teorias dos alienistas, que articulavam que todo o suicida apresenta deficiência mental, e para fazer a afirmação que existe muito mais que loucura influenciando os suicídios Europeus ele se utiliza de uma relação entre loucos e idiotas, a cada 100 mil habitantes, e de suicidas, a cada milhão de habitantes, chegando a explicar um pouco do método de pesquisa sociológica durante a elucidação do porquê de utilizar números tão elevados em pesquisa populacional. Ao fim, graças a diversos países que possuíam taxas não
  • 25. 24 proporcionais de alienados e suicidas ele chega à conclusão que os alienistas não poderiam ter criado teoria mais absurda do que a que todo o suicida é louco. No segundo capitulo ele começa se inquirindo sobre os conceitos de raça influenciando o suicídio, e começa a estudar especificamente o caso da população germânica, pois entre eles o índice alto de suicidas o chama mais atenção, fazendo com que ele principie um estudo histórico da população Celta, que mais tarde transformar-se-iam na população germânica foi descoberto que eles tinham uma relação muito intima com o suicídio e tal relação os influencia até hoje. Depois ele passa ao povo francês que possui maior taxa de suicídios na parte norte do país, e em sua explicação diz que as partes norte e sul do país não foram completamente associadas, formando assim uma barreira na qual a parte sul teve menos contato com os outros países, evitando assim que a cultura do suicídio fosse melhor disseminada nessa parte, diferentemente da parte norte que possui maior contato com outros países que possuem maiores taxas de suicídio, como a Alemanha, fazendo com que a taxa de suicídios aumentasse de modo a contrastar com a parte sul do país. A seguir se perguntando como a raça poderia influenciar tal ação Durkheim cita a teoria na qual consta que o suicídio é uma questão de raça, deixando em seguida claro que isso seria um ponto de hereditariedade, o que faria com que o filho agisse igual ao pai em situações similares. O que segundo ele geraria algo como uma monomania, coisa que os alienistas defendem e que ele havia acabado de desmentir no capitulo um, ou seja, esse tipo de hereditariedade também não tem influencia no suicídio, todavia existe uma hereditariedade que faria os filhos chegarem ao suicídio, porém não os obriga a tal feito, e para ilustrar um caso de hereditariedade na qual todos chegaram ao suicídio o autor faz uma elucidação que foi citada por Gall de um pai que se mata e deixa uma fortuna de dois milhões aos seus sete filhos que num intervalo de 40 anos todos chegaram ao suicídio, porém nenhum deles havia chegado à miséria, muito pelo contrario haviam alguns até aumentado seu capital. Continuando sua explicação Émile diz que o suicídio possui um efeito marcante nas pessoas ao redor, fazendo com que as pessoas na ânsia de reproduzir algo que as impressionam, fazendo com que acabem por se matar às
  • 26. 25 vezes da mesma maneira até que a causa material de criar tal ideia na cabeça das pessoas mentalmente mais fracas seja removida. Mudando quase completamente de assunto, é iniciada uma espécie de estatística, que comprova que os homens se matam mais do que mulheres e mais ainda do que crianças até os dezesseis anos. Tais suicídios eram mais frequentes na época entre adultos e idosos, o que leva o autor a propor a pergunta sobre o porquê de os idosos que já estão no fim da vida e os adultos que já estão quase no fim se matam mais do que crianças que estão principiando agora suas respectivas vidas? O autor afirma ao termino do capítulo que não há uma explicação científica para tal fato. No terceiro capitulo é feita uma elucidação sobre o suicídio durante as estações do ano e explica que Montesquieu em uma de suas teorias explicava que durante as estações mais frias nas quais o ambiente fica mais brumoso, a vida fica mais rude, pois a alimentação tem que ser de modo a compensar a perda de calor e nesse ambiente melancólico surgia a maior propensão ao suicídio. Essa teoria ponderou por muito tempo, porém foi criada outra teoria na qual durante o verão as pessoas movidas por excesso de ação mecânica acabariam por se matar, já que com uma excitação nervosa excessiva as pessoas teriam maior propensão à violência contra os seus semelhantes como para si próprio, porém tal conjectura por mais sedutora que seja está longe da veracidade, pois somente temperaturas extremas fazem com que a propensão ao suicídio aumente e para exemplificar melhor tal explanação, Émile Durkheim conta o caso narrado pelo Dr. Dietrich que em sua viajem de quatro anos ao redor do mundo percebeu algo que ele denominou “The Horrors” que sob seu efeito os tripulantes se reuniam ao redor de uma fogueira durante o inverno e se entregavam aos mais diversos tipos de excessos e depois, voltando ao barco acabavam por se matar, ou movidos por uma vertigem causada pelo excesso de álcool, ou movidos por um instinto suicida que fora despertado nos excessos ao redor da fogueira. Este fato faz com que se espere que as pessoas assassinam-se mais ao inverno, inclusive marinheiros alcoolizados como é descrito em the horrors, todavia para que tal errônea impressão de que existe uma estação específica que melhor propicia o suicídio não aborde ao leitor, Durkheim utiliza-se de números anuais de múltiplos países europeus em anos distintos, de modo que todos ao fim chegavam ao número de mil suicidas anuais, demovendo tal ideia absurda antes mesmo que
  • 27. 26 ela findasse, deixando claro que as pessoas matam-se mais em temperaturas extremadas, seja no inverno, no verão ou em qualquer estação que apresente alguma temperatura extrema durante o ano. O quarto capítulo é iniciado com um motivo no qual não há divergências com relação a sua veracidade e tal motivo é a imitação. Aprofundando-se mais Durkheim diz que não é exatamente a imitação próxima, e sim a imitação de pessoas que não necessitam ter exatamente uma relação intima com o suicida, porém se houver alguma relação, a imitação ocorre, e com isso lembra-se o leitor atento, que no segundo capítulo o norte francês era onde havia maior taxa de suicidas por milhão de habitantes, e era também a parte mais desenvolvida, tinha, por conseguinte maior interação com outros países podendo trasladar a especialidade suicida europeia conforme lhe aprouvesse, e exemplificando são transmitidos diversos casos, um dos quais uma mulher se enforca numa árvore em 1813 e diversas outras pessoas também atentam contra a existência a curta distancia do lugar onde tal mulher se enforcou. Continua-se então o capítulo logo após de serem citadas diversas situações nas quais os suicidas imitam uns aos outros e uma na qual um grupo de judeus durante uma guerra decide atentar contra suas vidas, pois tal guerra havia sido perdida e matam-se, então uns aos outros, por conseguinte Durkheim afirma que para se ter certeza que tal número de suicídios são baseados em repetição é necessário ver se os que rodeiam também desenvolverão tendências suicidas após surgir um suicida nesta sociedade especifica, com isso é introduzida a logica na qual as pessoas se matam mais nas capitais do que no interior, todavia ele deixa claro que não existem imitadores nem imitados e sim circunstâncias que se repetem e causam também repetição das consequências seguindo seu raciocínio afirmando: Salvo em raríssimas exceções a imitação não é o fator inicial do suicídio [...], pois é preciso que a predisposição seja particularmente forte para que baste tão pouca coisa para fazê-la passar ao ato. Por isso não é de surpreender que os fatos não levem marca da imitação, já que ela não tem ação própria e a ação que ela exerce é muito restrita. (DURKHEIM, Émile o suicídio pág. 159). Após tal afirmação o autor comenta sobre sociólogos, que dando ao fenômeno da imitação um valor superior ao que ela em verdade possui, ficam palestreando sobre proibir a notificação de suicídios nos jornais crendo que se o
  • 28. 27 cidadão ver tais noticias será instantaneamente movido por um impulso irrefreável e acabará por imitar tal ação, contudo impedir os jornais de publicarem notas sobre suicidas fará com que tenha uma diminuição porém tão insignificante ela é diante das pessoas que se matam sob influencia do meio em que vivem que tal proibição, ainda que esteja somente nas ideias de ditos sociólogos que acabam por provocar as críticas de Durkheim que resumidamente comenta que se não fosse admitido que os fenômenos sociais não são proporcionais a suas causas estariam todos indo contra os princípios do pensamento e que não é admissível que um fato social seja considerado um fato individual que se generalizou de modo obscuro, considerando “de surpreender” que discussões que nem demonstração experimental obteve fosse considerada como um fato social por alguns, e prossegue dizendo que tal teoria tem bases metafisicas e a sociologia somente poderá ser uma ciência quando os que a cultivam pararem de ficar dogmatizando, de modo que acabam por se furtar das regras da prova sociológica. 7.2. LIVRO II A primeira coisa que o autor faz questão de salientar é que os resultados do outro livro não foram completamente contraproducentes, pois foi possível a observação de múltiplos fatores que seja separadamente ou em conjunto acabam por influenciar ao suicídio. Inicia aqui o principio da explicação sobre os suicídios racionais separados em categorias, esclarecendo a seguir que não poderia ser feita uma analise morfológica dos suicídios já que relatos sobre o assunto são praticamente inexistentes e os suicidas que deixaram seus relatos antes de assassinarem-se poderiam estar equivocados a respeito do que realmente estão sentindo, tomando, por exemplo, um homem que se diz tranquilo diante da morte quando na verdade está trepidante e acovardado, então para melhor envolver o suicídio racional deverá ser feita uma análise etnológica. Seguindo com tal capítulo Durkheim comenta que se é registrado numa tabela quando ocorre o suicídio o nome a idade e o motivo pelo qual a pessoa se matou chegando conclusão hipotética de que deveria ser usada tal tabela no estudo, todavia ele explica que os dados denominados estatísticos sobre o suicídio não
  • 29. 28 passam de estatísticas sobre como a sociedade vê o suicídio, e por ser material altamente influenciado pelo senso comum não poderá ser utilizado numa pesquisa científica, pois sua veracidade é duvidosa. Inicia-se então uma explanação sobre os suicídios entre homens e mulheres, relacionados agora com o motivo que os levaram a suicidarem-se na França. Os motivos variam desde o desgosto pela falência, até a aversão à própria vida, e em outro quadro Durkheim demonstra que os agricultores matam-se mais do que os que trabalham em profissões liberais, e explica que os motivos podem ate não ser da mesma intensidade contudo afirma que os são da mesma natureza, e encerrando o capítulo afirma que existe mais fatores levando ao suicídio e pede antes de finalizar que deixemos de lado o individuo como individuo e passemos a olhar as massas para assim entender como as causas gerais se individualizam e geram o suicídio 7.2.1. Capítulo dois - O suicídio egoísta Antes de se fazer introduzir sobre o suicídio egoísta, Durkheim mostra em uma tabela a relação entre países católicos e protestantes com relação ao suicídio, já que as diferenças entre as taxas suicidas entre países católicos e protestantes são alarmantes. Então na sua explicação ele explica que a cultura é um fator que influencia nas taxas suicidas, porém em todos os países que possuíam católicos apresentavam taxas também baixas de suicídios entre os mesmos, que somente possuem maior suicídio em relação aos Judeus, que raramente ultrapassam os católicos no número de suicidas. Prosseguindo sua explicação é demonstrado que em países como a Prússia os católicos matam-se menos, já que por estarem em um país de outra religião que oferece uma tolerância baixa a sua religião, faz com que estes exerçam maior controle moral sobre si, enquanto em lugares majoritariamente católicos como o Império Austríaco, o índice de suicídios entre católicos chega bem próximo ao índice entre os protestantes, apesar de não o ultrapassá-lo. É iniciada então uma reflexão sobre o que poderia levar aos católicos a matarem-se menos e os protestantes mais, e para isso Durkheim, começa a falar sobre os conceitos da igreja católica, e afirma que o fiel recebe sua fé pronta, e que qualquer espécie de mudança é vista com demasiado desagrado por parte da igreja
  • 30. 29 católica, enquanto no protestantismo o fiel desenvolve sua fé e possui certa liberdade de pensamento, coisa que contrasta deveras com o sistema indivisível e imutável que ainda hoje é a igreja católica, porém isso ainda não explica o porquê dos protestantes matarem a si próprios com maior frequência, então Durkheim lista os motivos que levam ao suicídio protestante, depois de explicar que a ciência surgiu assim que houve uma queda do império da religião, comandado pelo senso comum, fazendo assim que apareça a filosofia e outras ciências, que de certa forma geraram o protestantismo, já que elas iam contra a visão do senso comum. Provando então que o protestante tem maior desejo pelo conhecimento do que o católico é posto uma explanação sobre o número de crianças na escola e o índice de analfabetos entre lugares predominantemente católico e protestante, e a relação entre a instrução e a taxa suicida, comprovando que pessoas mais instruídas matam-se mais, e tal comprovação pode ser observada na Itália, que é católica, e tal comprovação pode ser observada também em países protestantes, tomando a exemplo no livro a diferença entre os suicídios na Alemanha e na Prússia, sendo que esta ultima possui o maior índice de iletrados, enquanto a outra possui maior taxa de suicidas. Existe, porém uma exceção, que não poderia deixar de ser citada, que é a população judaica na qual o conhecimento é difundido entre homens e mulheres em iguais proporções e ainda assim a taxa de suicídios é ínfima, sendo que judeus ocupavam um bom espaço em faculdades na época. Conclui-se então que a o suicídio progride com a ciência porém não deve-se culpa-la já que uma de suas principais funções é preencher as lacunas da existência, e não é lhe impondo silencio que fará que a tradição volte a reinar como outrora. 7.2.2. Capítulo três - O suicídio egoísta (continuação) É iniciado esse capitulo com o assunto sobre suicídios entre solteiros e casados, e expõe um porque de ser tomada a decisão do suicídio que diz “o suicídio é visto antes de tudo como um ato de desespero determinado pelas dificuldades de existência” o que se faz acreditar que o solteiro por não ter uma família não se mataria em altas proporções enquanto os casados cometeriam suicídios duas vezes
  • 31. 30 mais do que os casados, todavia tal teoria não ocorre na prática, pois os casados por possuírem uma vida em família se matam menos do que os solteiros, e então Durkheim utiliza uma tabela extraída do Bulletim de Dêmographie Internacionale do ano de 1878 pagina 195, porém ele somente o põe no livro para demonstrar o quão inutilizável ele é, já que em todas as pesquisas pessoais ele desmente tudo o que está contido em tal estatística, logo abaixo ele põe sua estatística sobre o numero de suicidas casados e solteiros e a partir de sua tabela ele formula leis para explicar o suicídio entre tais classes. 1. Os casamentos demasiado precoces têm uma influencia agravante sobre o suicídio, sobretudo no que se refere aos homens. 2. A partir de 20 anos, os casados dos dois sexos se beneficiam de um coeficiente de preservação com relação aos solteiros. 3. O coeficiente de preservação dos casados com relação aos solteiros varia de acordo com os sexos. 4. A viuvez diminui o coeficiente dos sexos, porém, não o suprime completamente. Contudo é assistido que a união sem filhos possui um efeito medíocre na redução de suicídios entre casados e com isso percebe-se que se dá mais valor a um relacionamento que possua filhos do que um que não os tenha, gerando assim menor coeficiente de preservação neste ultimo que no anterior. É iniciado então uma comparação entre os viúvos os casados, e os solteiros de ambos os sexos, inclusive o das viúvas cujo durante a explicação do caso delas Durkheim expõe uma teoria errônea de Morselli que pressupõe que as casadas que sofrem durante o casamento ao se tornarem viúvas perdem propensão ao suicídio, todavia segundo Durkheim é exatamente o contrário que acontece já que tais damas consideram a viuvez mais penosa que ser casada, mesmo não tendo o marido que fosse de seu agrado e tal fato faz com que elas tenham quase a mesma propensão ao suicídio que uma dama solteira, enquanto os viúvos casam-se novamente, contudo as chances que o mesmo cometa suicídio também aumentam, porém não chegam aos pés da taxa de suicídios entre viúvas, porém existem na época para cada viúvo duas viúvas, e isso deve ser levado em conta durante a observação das tabelas. Inicia-se então por parte do autor uma explanação sobre o valor da existência, na qual ele afirma que cada um é responsável pelo valor que é dado a própria existência e quando tal valor ou quando tal ideologia é destruído, ou abalado, o individuo para e se pergunta sobre o porquê de sua vida ser assim e a falta de
  • 32. 31 respostas que sejam satisfatórias faz com que seja despertada a falta de motivação para permanecer vivo e tal isolação social intensa faz com que esse tipo de suicídio se manifeste, já que não existem laços sociais que façam o indivíduo querer viver. 7.2.3. Capítulo quatro - O suicídio altruísta O capítulo já é principiado com a ideia principal sem qualquer circunlóquio. Durkheim expõe que assim como o isolamento social pode levar ao suicídio, a integração excessiva pode produzir o mesmo resultado, que pode ser mais bem observado em sociedades menores. Para introduzir melhor o assunto, Durkheim inicia um resumo de parte do livro De causis contemptae mortis a Danis, que conta sobre como o suicídio era visto pela sociedade celta, que acreditava que morrer de causas naturais era algo tão decrépito quanto o suicídio nas atuais sociedades, e faziam de tudo para evitar o terrível subterrâneo onde eram atiradas as almas dos que morriam de morte natural, enquanto os suicidas desfrutavam das delicias de uma vida após a morte. Morrer por morte natural era considerado algo ignóbil a tal ponto que nem homenagens ao morto prestavam, pois “o fogo se sujaria se não recebesse os homens ainda respirando”. A prática suicida era também bastante praticado pelas viúvas, sendo que um bom exemplo era o das viúvas do hinduísmo as quais no momento em que o corpo de seu marido inicia sua consumição na pira, ela se atira nas chamas, ou é atirada e acaba por ser consumida pelo fogo junto ao seu esposo. Outra prática é a de com a morte de um rei ou de alguém de alto cargo, durante seu funeral queimava-se cavalos, armas, prisioneiros, escravos favoritos, e até funcionários, e todos eles expiravam por terem o dever de não sobreviverem ao seu senhor. Eis então que surge a palavra chave que é o dever. As pessoas não se matam por que querem e sim pelo dever que possui com o seu senhor, com seu marido ou com a sociedade, e quando tal dever é negado e esses indivíduos insistem em viver a sociedade se impõe fazendo com que a pessoa sacrifique então sua vida. Então após esta explicação Durkheim expõe o suicídio altruísta, que é exatamente o contrario do suicídio egoísta, baseando-se na pressão exercida pela sociedade, porém na sociedade da época não é uma pressão direta, como na época Celta na qual os indivíduos que não se matassem não eram bem vistas; agora haverá uma
  • 33. 32 pressão mais sutil com pequenos gestos que somados levarão ao suicídio o atingido. Para que se ocorra tal suicídio é necessário ter uma vida social diminuta, para que assim todos levem uma vida em comum, fazendo com que pouca coisa se corresponda a individualidade seja desenvolvida, fazendo com que cada indivíduo tenha pouco de individual, então cada ato é somente uma repressão, ao ser tão pouco valorizado socialmente e menos protegido as solicitações da sociedade, incluso a de que dê fenecimento a própria existência, caso para tal sociedade esta vida perca seu valor. Durkheim afirma que o suicídio altruísta obrigatório, deve-se a imposições da sociedade, enquanto o suicídio altruísta que é facultativo pode ser causado por diversos outros assuntos, tais como as ofensas que faziam diversos povos se matarem por demasiado. O suicida altruísta mata-se às vezes por fanatismo religioso, porém é um erro não fazer distinção entre essas duas ramificações de um mesmo suicídio, pois o suicida altruísta obrigatório mata-se por ter o dever de morrer sendo que tal transgressão deste dever acarretará uma pressão social, já que aquele individuo não deveria mais pertencer a sociedade, enquanto o suicida altruísta mata-se somente por não haver nada na sociedade em que ele se prenda, contudo diferentemente do suicida egoísta ele ainda possui relacionamentos sociais e as vezes família, todavia ela não é o suficiente para que ele evite o suicídio enquanto o suicida altruísta agudo, o qual é tomado por exemplo do autor o mártir, que mesmo que não morra por vias próprias acaba por tornar sua morte indefectível. Continuando tal capitulo inicia-se a falar sobre o exercito, lugar onde se possui maior numero de suicídios, sendo sua maioria suicídios altruísta, já que muitos se matam para escapar da vergonha da derrota. Os oficiais possuem altos índices de suicídio em diversos países, e os suboficiais se matam ainda mais, e isso faz com que Durkheim desenvolva a situação dos soldados rasos, que são impedidos de formar uma família e por não possuir nada o que o prenda a vida, acabam por adquirir maior inclinação ao suicídio egoísta, mas quais seriam os motivos para tais atitudes? Primeiro pensa-se no alcoolismo, contudo altos consumos alcoólicos não possuem grandes influencias nos casos comuns e não é diferente nos casos militares, já que o serviço militar não demora tempo suficiente para que sejam
  • 34. 33 gerados alcóolatras. Então se pensa na aversão ao serviço militar, que seria uma boa explicação, pois as dificuldades de existência no serviço militar são imensas, todavia conforme se aumenta os anos de serviço se amenta também o número de suicidas, mas isso pode ser explicado: Para que se exista um convívio no serviço militar deve-se abrir mão de sua individualidade e entregar-se a tal serviço, e para aceitar docilmente tamanha mudança e tamanha censura a seu individual, deve-se ter muito despego as suas próprias ideias, preparando assim o terreno a um suicídio altruísta, contudo a passividade militar entrou em decadência e para compensar tal mudança nos hábitos a disciplina militar tornou-se menos ríspida. Conclui-se o capitulo com a indagação sobre as diferenças dos suicídios altruísta e egoísta, pois eles não são tão diferentes quanto parecem, com a exceção que o suicida egoísta não se importa com mais nada exceto com seu sofrimento enquanto o altruísta se importa com algo que lhe valeria a vida e com isso Durkheim conclui que cada suicídio é uma forma desviada de virtude. 7.2.4. Capítulo cinco – O suicídio anômico Este capitulo é iniciado falando um pouco sobre as grandes crises que ocorreram na Europa, como por exemplo o craque na bolsa de Paris em 1882, mas tal inclusão desses dados servem somente para demonstrar que existe este fator que tanto quanto os outros leva as pessoas ao suicídio. Inicia-se após a introdução uma explicação da teoria que diria simplesmente que as pessoas se matam mais em épocas de crise, todavia durante épocas em que somente havia baixas favoráveis o número de suicidas sofria pequenos aumentos, o que faz com que Durkheim conclua que baixas favoráveis têm efeitos tão devastadores quanto grandes crises, porém tal efeito pode ser ocorrido quando se sofre extremos tanto pessoais quanto sociais fazendo com que os objetivos pessoais do individuo não sejam iguais as perspectivas que a sociedade tem para com ele e tal anomia somente pode ser causada por mudanças drásticas, ou financeiramente ou emocionalmente. É lembrado também sobre as taxas de conservação entre solteiros e casados, todavia dessa vez o assunto é mais bem aprofundado, mostrando os coeficientes de cada país de acordo com a sua pratica de divórcios ou não, chegando ao fim na
  • 35. 34 conclusão de que o homem ao se casar não renuncia tanto quanto a mulher, que além de renunciar sua liberdade renuncia seu sossego e por isso conclui que o casamento para a mulher pode ser encarado como um sacrifício. 7.2.4.1. Formas individuais dos diferentes tipos de suicídios Ele inicia esse capitulo comentando que as pessoas quando vão se suicidar se recolhem dentro de si próprios fazendo com que o abismo entre esse individuo e a sociedade aumente e nessa solidão e iniciada uma premeditação cujo o desfecho, o suicídio, nada tem de violento e repentino, porém tal suicídio não é completamente saboreado por pessoas comuns como é saboreado por intelectuais, que se esforçam realmente para que todos entendam o que é se sentir morrendo, exemplificando o caso do homem que ao aspirar carvão descreveu as sensações que ele estava a sentir, porém não são dados completamente seguros pois existe a probabilidade do engano com relação aos seus sentimentos, como foi descrito anteriormente. Então o homem se mata por diversos motivos, podem ser de caráter frio e cético ou para provar algo ao mundo, tomando por modelo um individuo que tem sua honra ultrajada e mata-se para provar coragem. É estudado então um relato que está reunido num livro no qual existem os relatos de 1.507 suicidas e em sua maioria, eles expressavam alta irritação consigo e com o mundo, e tais efeitos davam as cartas um caráter critico, porém doloroso, o individuo não estava irritado com a vida e sim oprimido pela sociedade, afirmando a seguir que o meio pelo qual o individuo se mata exprime suas emoções que incitam tal ato, entrando então com uma tabela que continha dados sobre os tipos de suicídios em diferentes países, e tais oscilações entre os tipos faz com que se acredite que cada país tem sua forma preferida de suicídio, finalizando afirmando que existem critérios para a escolha do método de trucidamento pessoal que variam de lugar para lugar como, por exemplo suicidas que vivem próximos a ferrovias utilizam mais o método de se fazer esmagar por um trem, assim como pessoas das cidades se atiram do alto de casas, que naquela época já poderiam ser denominadas prédios. Tais métodos vão criando uma escala definindo qual o tipo de suicídio mais nobre e qual o mais vil, e antes de encerrar tal capitulo Durkheim salienta que o a escolha do suicida pelo método que
  • 36. 35 irá matar-se é um mistério, demonstrando então que tudo o que foi estudado sobre o suicídio é algo conexo a causas sociais por isso não poderão quadrar para um estudo mais aprofundado de um caso individual. Essas são as características gerais do suicídio, ou seja, as que resultam imediatamente de causas sociais. Individualizando-se nos casos particulares, elas adquirem nuances variadas, conforme o temperamento pessoal da vítima e as circunstancias especiais em que se encontra. Mas sob a diversidade das combinações que se produzem assim, podemos sempre identificar essas formas fundamentais. (DURKHEIM, Émile, O suicídio, pagina 378). 7.3. LIVRO III 7.3.1. Capitulo um - O elemento social do suicídio Tal livro é iniciado com a continuação dos fatores individuais que levam ao suicídio continuando assim o que foi referido no livro I e II contemplando agora de modo mais profundo, já que toda a sua conjectura fora explicada, e então durante tal resumo Durkheim alega que as causas dos suicídios individuais são inúmeras, já que um se mata na desventura enquanto outro se mata na opulência. Inicia-se então um pequeno estudo sobre as alterações na sociedade cujos quais fazem com que se remate que as mudanças ocorrem quando existe um grande número de pessoas ou exigindo, ou simplesmente realizando tal mudança, que traz a questão do número de suicidas, pois se observou a numeração do índice de suicidas foi totalmente apresentada em milhões, ou seja, a taxa de pessoas que atentam contra si próprias é baixa, e a maioria da população não possui nada que a inicie em tal caminho suicida. Existe em todos os países europeus uma época em comum na qual a vida social é mais intensa, que são durante os seis meses mais frios do ano na Europa, e durante tais meses o suicídio molda-se, contudo ele está presente durante todo o ano. É iniciada então uma espécie de explanação do método de pesquisa e sobre o fato social, asseverando que todos os episódios somente seriam plausíveis se fossem completamente fundamentados no método de análise sociológica, sendo que a psicologia é identificada como uma ciência que em parte se identifica com a
  • 37. 36 sociologia, pois enquanto a primeira estuda o individuo a segunda estuda o coletivo como um todo, sem poder ser aproveitado fatos isolados, já que esses alteram de tal caráter que é impraticável criar uma teoria, por mais abrangente que seja que acabe por atingir uma sociedade por inteiro. 7.3.2. Capitulo dois - Relações do suicídio com outros fenômenos sociais É iniciado tal capitulo com uma indagação sobre qual viria a ser o lugar ocupado pelo suicídio dentre outros fenômenos sociais, a seguir Durkheim explica que neste capitulo serão vistos mais de modo mais aprofundado o papel moral que o suicídio cumpre em cada sociedade. Nas sociedades católicas o suicídio era considerado um crime que somente poderia ser motivado pelo demônio e durante um concilio católico foram adicionadas punições as quais eram ter seu corpo enterrado sem que nenhum salmo fosse dito e nenhum louvor cantado, depois foram adicionadas penas físicas, não somente ao morto, como também a família, que perdia tudo o que pertencia ao suicida e no caso dos nobres a perda era enorme, pois até o título e todas as facilidades que ele trazia era tirado da família, então o corpo era arrastado amarrado numa grade de rosto para baixo até que enfim o enterrava num lugar a parte, normalmente numa estrada sem cerimônia, sem louvores, sem nada. Porém tal atitude foi abolida na França com a revolução de 1789 e o suicídio foi riscado da lista de crimes, contudo em outros países católicos ainda tais praticas continuam, e na época em que o livro foi escrito ainda havia o cuidado de separar o cadáver do suicida do cadáver do homem que morre por morte natural. As punições para o suicida, que nesse caso reverberam aos seus familiares se espalham por toda a Europa. Em Zurique se o homem se afogasse ele era enterrado próximo a água, se matasse a si próprio com uma facada uma estaca de madeira seria fincada no lugar onde a faca penetrou, e variando assim de acordo com o método que o suicida usou para matar-se. Na Rússia o testamento é considerado nulo e a sepultura cristã lhe é negada, sendo que a tentativa é punida com multa e os cumplices podem ser presos por três anos. Nos outros países não é diferente, pois todos o consideram como um crime, até países como os futuros Estados Unidos
  • 38. 37 consideram o suicida um criminoso, porém atualmente foi criada uma lei que antepara que impeçam que o suicida complete o ato. Nas sociedades greco-latinas o suicídio somente poderá ser realizado se houver autorização do estado, e caso houvesse o suicídio o estado negaria as honras póstumas e as mãos do morto seriam decepadas. O homem que procura e encontra a morte também é considerado um suicida, e sua ação é considerada uma deslealdade ao estado. Fornecida tal autorização o estado também decidiria como o suicida daria fim a vida, e se o homem não obedecer, ou decidir por se enforcar será igualmente punido. O suicídio não era algo que as pessoas dessem tanta importância e vissem tamanha necessidade em punir, todavia as autoridades eclesiásticas interessaram-se pelo assunto, e o estado passou a puni-lo a exemplo da igreja. Com isso iniciasse as primeiras conclusões sobre o suicídio que são as que durante o aumento da taxa de suicídios a taxa de homicídios decresce, porém em ritmo mais lento do que primeira cresce, depois vem a que refere-se ao fato que países podem possuir acumulo em taxas de homicídio e suicídio ao mesmo tempo, todavia nos departamentos as taxas serão desiguais, seguindo com que a guerra gera aumento do suicídio assim como gera o aumento de roubos trapaças e afins, mas ela não faz com que o homicídio aumente, porém a desorganização judicial pode influenciar nessa diminuição. A quarta e a quinta conclusão são as de que o suicídio é em sua maioria urbano e a tendência ao catolicismo é responsável pela diminuição entre as taxas. Começa-se um encerramento do assunto no qual ele afirma que o que sentimos pelos suicidas não é algo que sentimos por nós mesmos mas as duas são efeitos de uma mesma causa, afirmando depois que o nosso egoísmo é em maioria fruto da sociedade. 7.3.3. Capitulo três - Conclusões práticas É iniciado com uma espécie de definição da palavra morbidez que é considerada pelo autor como algo que define o suicídio, e afirma que a palavra doença nada
  • 39. 38 significa e designa algo que pode ser evitado, uma imperfeição, então ele explica que a palavra doença poderia ser aplicada em todo o meio social, mas tal doença é necessária para que o sistema continue a funcionar e os excessos tanto para mais quanto para menos possuem sua utilidade, contudo tais funções sociais tendem a se transformar, e já estavam de fato se transformando na época em que o livro foi redigido tanto é que no livro Durkheim comenta que a taxa de suicídio tem aumentado por demasiado em países europeus, continuando com a indagação sobre o mal ser incurável ou não, então inicia-se uma discussão sobre a sociedade corporativa, que esta sempre com o homem. Então começa-se um resumo sobre tudo o que se foi dito e sobre o que leva o homem a matar-se e grandes taxas de suicídios normalmente precedem a transformações as quais o único sobrevivente é o estado que não consegue sucumbir de modo tão fácil, porém ele muda para atender aos novos ideais de uma população transformada, falando a seguir que para se fazer melhor o estado deve ser diversas corporações literalmente e não pessoas reunidas numa “corporação” e então o autor comenta que tal monografia sobre o suicídio podem parecer infiéis e exageradas porém somente quando se definirem melhor as tarefas corporativas e uma lei de evolução será possível determinar todo o conteúdo anterior e encerra sua monografia sobre o suicídio com a frase “O essencial não é fixar de antemão um plano que prevê tudo; é pôr resolutamente mãos a obra” (DURKHEIM, Émile, o suicídio página 513).
  • 40. 39 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS Desta forma foi possível concluir qual a importância de David Émile Durkheim para a sociologia. Como este desenvolveu e tornou a sociologia uma ciência individual a parte das outras. Mostrando a indispensabilidade desta para a maior compreensão dos fatos sociais e para a sociedade como um todo. Ainda foi possível compreendo como o contexto histórico que o “pai da sociologia” vivenciava influenciou diretamente em suas obras. Assim como foi discutido quais as principais teorias de Durkheim, seu legado e obras. Em “Da Divisão Social do Trabalho” Durkheim centraliza-se na “Solidariedade Mecânica e Solidariedade Orgânica”, tais teorias ressaltam a construção de laços nas relações humanas. A Solidariedade Mecânica é aquela já nascida com o individuo que constrói-se na família e em suas relações de parentesco para com outros membros de sua família. Já a Mecânica caracteriza-se por essa mesma construção, porém com indivíduos desconhecidos, com os amigos e profissionais que trabalham com o indivíduo. Já em “As Regras do Método Sociológico”, Durkheim pontua quais as características base para a elaboração de teorias sociais e pontua três tópicos principais para as características de um fato social e são eles: Generalidade: Quando o fato apresenta característica comum a todos os indivíduos, ou seja, o mesmo fato acontece com a grande maioria dos indivíduos; Exterioridade: Quando o fato é externo ao indivíduo, independente da sua vontade; Coercividade: Aparece por intermédio dos indivíduos que são forçados a seguirem os comportamentos que a sociedade impõe. Em “As Formas Elementares da Vida Religiosa”, Durkheim expõe a construção da religião como consequência da sociedade. Ele demonstra ainda que não há religiões falsas, mas sim religiões construídas a partir de valores sociais. Por fim Durkheim salienta em sua última obra, “O Suicídio”, as três formas básicas de suicídio são elas: Suicídio Egoísta: Quando o indivíduo se afasta dos outros seres de sua mesma espécie e comete atos com motivação pessoal; Suicídio Altruísta: Quando o indivíduo realiza atos em prol de uma causa; Suicídio Anômico: O indivíduo faz o ato porque há a ausência das regras de sua sociedade por causa de possíveis mudanças em decorrência de que a sociedade ela não é única em todas as épocas.
  • 41. 40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. São Paulo, Ed. Martin Claret, 2002. DURKHEIM, Émile. As formas elementares da vida religiosa. São Paulo, Paulus, 2008. DURKHEIM, Émile. A divisão do trabalho social. 1ª edição [1895]. Lisboa: Editorial Presença Ltda, 1989. DURKHEIM, Émile; O Suicídio, Estudo Sociológico. Editorial Presença, 7ª edição; 2001. DURKHEIM, Êmile. Educação e Sociologia. 10ª ed. São Paulo, Ed. Melhoramentos, 1975. FAUCONNET, Paul. EMILE DURKHEIM - Educação e Sociologia. 12 ed. Trad. Lourenço Filho. São Paulo: Melhoramentos, 1978 QUINTANEIRO, Tãnia. Um toque de Clássicos: Durkheim, Marx e Werber. Belo Horizonte, Ed. UFMG. 1995. GOLDMAN, L. Ciências humanas e filosofia. São Paulo: Ed. Difel. 1984. VILA NOVA, Sebastião. Introdução à Sociologia. São Paulo, Atlas, 1999. COSTA, Maria Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. São Paulo, Moderna, 1987. DUVIGNAUD, J. Durkheim. Lisboa: Edições 70, 1982. MASSELA, A. B. O naturalismo metodológico de Émile Durkheim. São Paulo: Humanitas, 2006.