O documento discute a importância do lúdico e das atividades de brincadeira na educação e desenvolvimento infantil. Apresenta diferentes teorias sobre o jogo e a brincadeira, classificações de tipos de jogos e brincadeiras, e os benefícios do brincar para crianças, como o desenvolvimento cognitivo, físico, social e emocional. Também aborda a história do uso do lúdico na educação ao longo do tempo.
1. Os Jogos e o Ensino da
História e da Cultura Afro-
Brasileira
Profª Andrezza Moretti
Prof. Fábio Lucas da Cruz
2. [...] A racionalidade do sistema produtivo torna o
lúdico inviável, pois o tempo lúdico não é
regulável, mensurável, objetivável. Toda
tentativa de subordiná-lo ao tempo da produção
provoca sua morte. Por isso ele é banido da vida
cotidiana do adulto e permitido nas esferas
discriminadas dos “improdutivos”. O lúdico dentro
do mecanismo do sistema, é a sua negação. Em seu
lugar permite-se o lazer, o não-trabalho, coisa
totalmente diferente do lúdico, que é o jogo, a
brincadeira, a criação contínua, ininterrupta,
intrínseca à produção.”
(PERROTTI, 1990, p. 20)
O LÚDICO
3. O Lúdico na Educação
As atividades lúdicas escolhidas pelos
professores, além de oportunizarem
diversão e aprendizado, devem
considerar uma série de critérios.
4. Critérios
Valor experimental
Valor da relação: possibilitam que as crianças
entrem em contato com pessoas, objetos e
ambiente.
Níveis de interesse, regras adequadas à idade.
Adequação com conteúdos, relevância com os
temas estudados)
5. AUTORES
QUE DISCURSAM SOBRE O JOGO E ATIVIDADES
LÚDICAS
Winnicott (1975)
Piaget (1978)
Vygotsky (1991)
Huizinga (1992)
6. “o brincar facilita o crescimento e, portanto, a saúde; o
brincar conduz aos relacionamentos grupais; o brincar
pode ser uma forma de comunicação”. (WINNICOTT,
1975, p. 79)
O brincar é uma expressão do viver dessa criança.
Brincar como uma forma de experimentar vivências,
de conhecer o mundo criativamente.
(WINNICOTT, 1975, p. 75).
Os adultos não devem se intrometer nas brincadeiras
infantis
7. Os jogos são essenciais no desenvolvimento da criança;
permitem que ela se expresse livremente;
demonstra o estágio em que se encontra
cognitivamente.
Ao brincar, a criança faz uma assimilação do mundo, de
acordo com suas ideias, sem ter compromisso com a
realidade.
Favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo,
social e moral da criança
Possibilita que a criança compare, experimente, vivencie,
estabeleça relações lógicas, faça estimativas e
desenvolva suas percepções. cultura.
8. A brincadeira faz com que as crianças
reconheçam as relações sociais e se
desenvolvam
Ao brincar, a criança interpreta as ações dos
adultos, projetando-se no mundo deles,
assumindo um comportamento e
desempenhando papéis diferentes.
Brincar, auxilia a criança a amadurecer.
9. Huizinga (1872-1945)Huizinga (1872-1945)
Destaca a relação entre cultura e
ludicidade.
Jogar possibilita a experimentação (das
vivências), a criação (das regras, das
ideias) e a transformação (do local
onde se vive, do mundo).
Todas as atividades humanas podem
ser vistas como o resultado de um jogo.
11. O Jogo
“Jogo é uma atividade espontânea e
desinteressada, admitindo uma regra
livremente escolhida, que deve ser
observada, ou um obstáculo
deliberadamente estabelecido, que deve
ser superado”.
(ARAÚJO,1992, p. 64)
14. O ato de jogar é tão antigo quanto o
próprio homem.
(BROUGÈRE, 2000).
15. JOGOS> destinados aos homens adultos,
visto que as mulheres e as crianças não
eram consideradas cidadãs
Entretanto:
Nas festas da comunidade, o jogo funcionava
como um grande elemento de união entre as
pessoas (ARIÈS, 1981).
16. Educação greco-romana
Com a disseminação das ideias de Platão e
Aristóteles utilizava-se o brinquedo na
educação, associando estudo prazer.
Utilizavam-se dados, doces e guloseimas em
forma de letras e números para o ensino das
crianças, valorizando a educação sensorial.
Nesse período surge o uso do “jogo didático”.
17. Nova concepção de infância
(Brincar relaciona-se ao desenvolvimento da
inteligência).
Utilização de jogos e brinquedos no processo
educativo;
Educação baseada nas necessidades das
crianças;
18. Após 1970 - difundidos na Escola Nova
JOGOS - têm-se transformado em
meros instrumentos didáticos.
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19. 1 Jogos solitários: são aqueles em que a criança brinca
sozinha, escolhe seus equipamentos e/ou brinquedos,
de acordo com critérios de utilização que lhe serão
próprios.
2 Jogos paralelos: representam o conjunto de jogos com
que a criança brinca à sua volta, sem, contudo,
interagir.
3 Jogos cooperativos: são aqueles nos quais a criança
interage com outras, trocando ideias e/ou
estabelecendo novos critérios de utilização dos
brinquedos.
Classificação dos Jogos
(STERN, 1993, p. 67)
20. Classificação dos Jogos
Individuais: aqueles jogos que possibilitam a
conquista do corpo e das coisas, além da
oferta de metamorfose, nos jogos de
interpretação.
Sociais: os jogos que abrangem imitação
simples, papéis complementares e papéis
combativos.
(RIZZI; HAYDT, 1994, p. 13)
21. Classificação dos Jogos
Jogos de experimentação
1.1 jogos sensoriais (assobios, gritos, etc.)
1.2 jogos motores (bolas, corridas, etc.)
1.3 jogos intelectuais (imaginação e curiosidade);
1.4 jogos afetivos (amor, sexo);
1.5 exercícios da vontade (sustentar uma posição difícil o máximo de
tempo possível).
Jogos de funções especiais: jogos de luta, perseguição,
cortesia, imitação, os jogos sociais e familiares
(RIZZI; HAYDT,1994, p. 10)
22. Ordenação da realidade
Lidar com regras
Lidar com o outro
Lidar com seus anseios experimentando
sensações de perda e vitória
Conhecimento das manifestações
culturais
Independente do tempo histórico, o
ato de brincar possibilita uma:
23. A brincadeira como ação
social
Permite à criança assimilar e recriar as
experiências socioculturais dos adultos.
É um espaço privilegiado de interação e de
constituição do sujeito-criança como sujeito
humano, produto e produtor de história e cultura.
24. Brincar é parte integrante da vida social
e é um processo interpretativo com
uma textura complexa, onde fazer
realidade requer negociações do
significado, conduzidas pelo corpo e
pela linguagem. (FERREIRA, 2004, p.
84)
25. TIPOS DE BRINCADEIRAS
Brincadeiras tradicionais infantis
Relacionadas ao folclore;
perpetuação da cultura;
o desenvolvimento de formas de
convivência social
28. Brincadeiras de faz de
conta
Evidencia a situação imaginária;
surge por volta dos 2 a 3 anos
vai organizando seu pensamento e
aprendendo sobre as coisas do seu mundo.
29. Brincadeiras de construção
Oferecidas por blocos de empilhar e encaixe
oportunizam para a criança construir
cenários para as brincadeiras de faz de
conta.
Exercitar a imaginação.
31. Não existe na criança um jogo natural,
portanto: “[...] a brincadeira pressupõe
uma aprendizagem social. Aprende-se
a brincar.” (BROUGÉRE, 1989, p.39
apud WAJSKOP, 1999, p. 29)
33. 6 aspectos
A capacidade de absorver o participante
A predominância da atmosfera da espontaneidade.
A limitação de tempo que faz os participantes
movimentarem-se rapidamente.
Possibilidade de repetição
Limitação do espaço: todo jogo se realiza dentro de
uma área previamente delimitada.
Existência de regras.
34. RINCAR COM CRIANÇA NÃO É PERDER TEMPO
É GANHÁ-LO ;
SE É TRISTE VER MENINOS SEM ESCOLA,
MAIS TRISTE AINDA É VÊ-LOS
SENTADOS ENFILEIRADOS,
EM SALAS SEM AR,
COM EXERCÍCIOS ESTÉREIS,
SEM VALOR PARA A FORMAÇÃO
DO HOMEM. (DRUMMOND)
35. Referências Bibliográficas
A ARCA DO VELHO. A história dos brinquedos. Disponível em:
<http://www.arcadovelho.com.br/Brinquedos%20Antigos/Brinquedos%
20Antigos/Brinquedos%20de%20outros%20Natais.htm >.Acesso em: 4 ago.
2010.
ANTUNES, C. Jogos para estimulação das múltiplas inteligências. 9. ed.
Petrópolis: Vozes, 1998.
ARRIBAS, T. L. Educação Infantil – desenvolvimento, currículo e organização
escolar. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.
EDUCAR PARA CRESCER. Friedrich Froebel. Disponível em:
<http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/friedrich-froebel-
307910.shtml>. Acesso em: 3 ago. 2010.
36. Referências Bibliográficas
GALLARDO, J. S. P. Didática de educação física: a criança em movimento – jogo, prazer
e transformação. São Paulo: FTD, 1998.
HUIZINGA, J. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva,
1992.
JOGOS ANTIGOS. Jogos antigos. Disponível em: <http://www. jogos.antigos.nom.br>.
Acesso em: 3 ago. 2010.
KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 2006.
______. O jogo e a educação infantil. 2. ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning,
2002.
OLIVEIRA, Z. R. de. Educação Infantil: fundamentos e métodos. 3. ed. São Paulo:
Cortez, 2007.
PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
RIZZI, L.; HAYDT, R. C. Atividades lúdicas na educação da criança. São Paulo: Ática,
1994.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
______. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
Hinweis der Redaktion
A cada tempo histórico, a construção social dos jogos e brincadeiras foi se formando.