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Seminário Teológico Batista do Sudeste em Guarulhos
                   Teologia da Libertação
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Conteúdo
Teologia da Libertação ........................................................................................................... 1
Aspectos positivos e negativos da Teologia da libertação ............................................... 3
  1. Positivo: .......................................................................................................................... 3
  2 Negativos: ...................................................................................................................... 3
Conclusão: ................................................................................................................................ 4
  Avaliação aos tempos atuais ............................................................................................. 5
Bibliografia: ............................................................................................................................... 6


Teologia da Libertação
A teologia da libertação é antes de tudo um conjunto de escritos produzidos a partir
de 1971 por personalidades como Gustavo Gutierrez (Peru), Rubem Alves, Hugo
Assmann, Carlos Mesters, Leonardo e Clodovis Boff (Brasil), Jon Sobrino, Ignácio
Ellacuria (El Salvador), Segundo Galilea, Ronaldo Munoz (Chile), Pablo Richard
(Chile, Costa Rica), José Miguel Bonino, Juan Carlos Scannone (Argentina), Enrique
Dussel (Argentina, México), Juan-Luis Segundo (Uruguai) - para apontar apenas
alguns dos mais conhecidos.

Esse corpo de textos é, contudo a expressão de um vasto movimento social, que
surgiu no começo dos anos 1960 – muito antes das novas obras de teologia. Esse
movimento compreendia setores importantes da Igreja – padres, ordens religiosas,
bispos - movimentos religiosos laicos – Ação Católica, Juventude Universitária
Cristã, Juventude Operária Cristão - comissões pastorais de base popular – Pastoral
Operária, Pastoral da Terra, Pastoral Urbana - e as comunidades eclesiais de base.
Sem a prática desse movimento social – que se poderia chamar de cristianismo da
libertação – não se podem compreender fenômenos sociais e históricos tão
importantes na América Latina dos últimos 30 anos como a ascensão da revolução
na América Central - Nicarágua, El Salvador - ou a emergência de um novo
movimento operário e camponês no Brasil (o Partido dos Trabalhadores, o
Movimento dos Camponeses Sem Terra, etc). (Cf. Löwy, 1998).

A descoberta da teologia da libertação pelos cristãos progressistas não foi um
processo puramente intelectual ou universitário. Seu ponto de partida foi um fato
social incontornável, uma realidade sólida e brutal na América Latina: a pobreza.
Muitos crentes escolheram a teologia da libertação porque ela parecia oferecer as

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explicações mais sistemáticas, coerentes e globais sobre as causas dessa pobreza,
e porque ele era a única proposta suficientemente radical para aboli-la. Para lutar de
maneira eficaz contra a pobreza, é preciso compreender suas causas. Como disse o
cardeal brasileiro dom Hélder Câmara: “Durante todo o período em que eu pedia às
pessoas para ajudar os pobres, me chamavam de santo. Mas quando eu coloquei a
questão: porque existe tanta pobreza? Me chamaram de comunista...”.


O cuidado com os pobres é uma tradição milenar da Igreja, remontando até as
fontes evangélicas do cristianismo. Os teólogos latino-americanos se situam na
continuidade desta tradição que lhes serve constantemente de referência e de
inspiração. Mas eles se situam em ruptura profunda com o passado em um ponto
capital: para eles, os pobres não são mais, essencialmente, objetos de caridade,
mas os mestres de sua própria libertação. A ajuda ou assistência paternalista cede
lugar a uma atitude de solidariedade com a luta dos pobres pela sua auto-
emancipação. Neste ponto a teologia da libertação faz uma junção com o principio
verdadeiramente fundamental do marxismo, a saber “a emancipação dos
trabalhadores será feita pelos próprios trabalhadores”. Esta mudança constitui talvez
a novidade política mais importante e a mais rica de conseqüências trazida pelos
teólogos da libertação em relação à doutrina social da Igreja. Ela terá também as
maiores conseqüências no terreno da práxis social.

Em ultima instancia, porem, só teremos uma autentica teologia da libertação quando
os próprios oprimidos puderem alçar livremente a voz e exprimir-se direta e
criadoramente na sociedade e no seio do povo de Deus. Quando este povo for o
próprio agenciador de sua própria libertação.

Desde o inicio teólogos como Gustavo Gutierrez conspiravam para que a teologia da
libertação não caísse em uma auto satisfação intelectual, num tipo de triunfalismo
feito por eruditos, com suas novas visões do cristianismo. Só há uma coisa
realmente nova: acolher dia a dia o dom do Espirito que nos faz amar em nossas
opções concretas por construir uma verdadeira fraternidade humana, em nossas
iniciativas históricas por derribar uma ordem de injustiça, com plenitude com que
Cristo nos amou. Parafraseando o conhecido texto de Pascal, podemos disser que
todas as teologias políticas, da esperança, da revolução, da libertação, não valem

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um gesto autentico de solidariedade com as classes sociais espoliadas, Não valem
um ato de fé de caridade e de esperança comprometido – de um modo ou de outro –
em uma participação ativa por libertar o homem de tudo o que o desumaniza e o
impede de viver segundo a vontade do Pai.

Aspectos positivos e negativos da Teologia da libertação
   1. Positivo:
1 Embora não sendo original, foi o primeiro pensar teológico na América Latina, e
   pode demonstrar a capacidade intelectual teológica, demonstrando que temos
   homens em pé de igualdade com teólogos do mundo todo;

2 Sendo uma Teologia para o povo, foram criados gêneros literários que fossem
   acessíveis ao povo, continuando a ser gêneros literários ricos e belos;

3 Proporcionou a teologia invadir todas as áreas das chamadas ciências humanas
   e deixar de ser polemica somente entre intelectuais do mundo teológico;

4 Levou a todos a refletir a realidade na América Latina e no terceiro mundo em
   geral e ampliar o evangelho as mesmas. O evangelho passou a ser algo
   relevante ao homem de hoje e não apenas para a vida após o tumulo.

5 Foi possível assim introduzir a missiologia como tema central e objetivo básico do
   pensar teológico contemporâneo, e o conceito de evangelização passaram a ser
   mais amplo e abrangente.

6 Passou a ter um despertar entre cristãos sobre a importância da evangelização,
   assim se organizando em congressos, eventos, etc...

2 Negativos:
1 A reflexão teológica a partir da práxis, e não da palavra de Deus pode levar a
   heresias; por se dar predominância maior a primeira que a segunda, sendo o
   inverso o correto. Pois a teologia desprovida do instrumental hermenêutico, fica
   prisioneira da linguagem sócio-politica e de levar a palavra de Deus a anular-se
   pela mesma linguagem.

2 Interpretações da Bíblia tendenciosas, sendo feitas através da ótica marxista;

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3 Buscam doutrinas do pecado estrutural ou coletivo no antigo testamento, onde
   deveríamos buscar no Novo Testamento, observando a linha evolutiva.

4 Interpretação da libertação em termos sócios políticos, confundindo o reino de
   Deus com projetos ou sistemas humanos, especialmente o socialismo.

5 As escatologias evolucionistas e triunfalistas se esquecem do próprio sermão
   profético de Jesus Cristo (Mt. 24), em que ele prevê problemas, mas prevê a
   bonança. E devemos compreender o evangelho em seu todo. A vida eterna, para
   o verdadeiro cristão, começa nesta vida (João 3:16; 1Joao 5:11-13).

6 A falta de ênfase na conversão individual, na necessidade que o ser humano tem
   de arrepender-ser e crer no evangelho, passando pela experiência do novo
   nascimento efetuado pelo Espirito de Deus, sendo que na teologia da libertação
   o importante é a libertação coletiva, política, do pecado das estruturas opressoras
   e escravizastes, vendo o capitalismo como o pecado a ser combatido, e instaura-
   se o socialismo como a própria implantação do Reino de Deus. “Não adianta
   mudar o regime se os homens não forem mudados interiormente pelo evangelho
   de Jesus” (Daniel Guimarães, Teologia da Libertação);

7 O uso de instrumentos marxistas de analise da realidade;

8 A utilização errônea do termo “evangelização” para significador de esforços
   humano para a libertação política, enfraquecendo o sentido bíblico original.


Conclusão:
A teologia da libertação que foi perseguida pela igreja católica foi denominada de
não teologia abriu-nos o olho para externarmos o nosso arrependimento por nossa
negligencia e por termos, às vezes, considerado o evangelismo e a ação social
como mutuamente incompatíveis. Embora a reconciliação do homem com o homem
não signifique a reconciliação deste com Deus, nem a ação social, evangelismo,
nem a emancipação política, salvação, contudo, o evangelismo e o envolvimento
sócio político são ambos parcelas do nosso dever cristão. Ambos são expressões
necessárias das nossas doutrinas acerca de Deus e do homem, do nosso amor para
com o próximo e da nossa obediência a Jesus Cristo. A mensagem da salvação


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                   Teologia da Libertação
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implica uma mensagem de juízo sobre toda forma de alienação, opressão e
discriminação, e não devemos ter medo de denunciar o mal e a injustiça onde quer
que prevaleçam. Quando alguém recebe Cristo, nasce de novo no seu reino e,
conseqüentemente, deve buscar não somente manifestar como também divulgar a
sua Justiça em meio a um mundo ímpio. A salvação que afirmamos usufruir deve
produzir em nos uma transformação total, em termos de nossas responsabilidades
pessoais e sociais.

Avaliação aos tempos atuais
Passados aproximadamente 30 anos, onde podemos dizer seus “inicio”, ainda
vemos resquícios da chamada teologia da libertação. Que se realmente tivesse seu
centro em Deus, talvez teria sido uma “teologia”, e teria dado certo, claro como
acima avaliadas muitas coisas boas e ruins puderam ser extraídas e até o momento
aplicado.

Porem devemos deixar em ambos os campos, seja no espiritual ou no material, o
homem fazer a sua buscar, devemos sim orientá-lo, inspirá-lo e instrui-li, mas não
darmos a ele o que buscam, pois hoje o que vemos é a igreja, e o poder publico,
sendo assistencialista e não socialista, como o que buscavam.

Um dos grandes erros da humanidade é a atitude pendular. Um erro gera uma
reação extrema que leva a outro erro. A Teologia da Libertação cai nesse mesmo
tipo de tendência histórica. Muitas das alegações e ênfases merecem atenção, pois
são justas e apontam problemas reais. Todavia precisamos voltar nossa atenção
para as Escrituras Sagradas e tentar em cada geração derivar nossa teologia e
prática a partir da Bíblia. É uma pena que tanto esforço sincero, marcado por
enfoques importantes e válidos, tenha se deixado conduzir por filosofias e
tendências frágeis, reducionistas e passageiras. É muito possível que, em mais
algumas décadas, a Teologia da Libertação torne-se apenas um capítulo da história
teológica que não conseguiu mudar a história (seu alvo principal) nem perpetuar
uma tradição. Todavia, não nos esqueçamos de que os problemas que motivaram a
teologia da libertação permanecem e talvez sejam ainda mais graves em nossos
dias, do que nunca. Que a submissão à autoridade bíblica, motivada por uma
compaixão social verdadeira e um profundo respeito e amor ao ser humano, homem


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ou mulher, negro ou branco, ocidental ou oriental, domine o nosso coração para que
glorifiquemos a Deus em nossa vida.

No âmbito espiritual, vemos pessoas buscando a teologia da prosperidade,
buscando as riquezas, a divisão de bens, vemos pessoas que desvirtuaram do
caminho “Jesus”.

A teologia da libertação poderia ter dado certo, se não tivéssemos pessoas a
utilizando, como jargão político, e não estivessem tão preocupadas com o estrelismo
e utilizassem o nome de Deus, para efetuar campanhas de autopromoção; ou então
não estivessem tão preocupadas em taxá-la como filosofia; batendo de frente com
as igrejas, sejam elas católicas ou protestantes.

Devemos ter cuidado em usar o nome de Deus, pois em nome de Deus muitas
atrocidades no passado já foram feitas e pode continuar se não definirmos as
nossas metas de verdades fundamentais da fé.


Bibliografia:
Nicodemus, Augustos Lopes. A hermenêutica da Teologia da Libertação: uma
analise de Jesus Cristo Libertador de Leonardo Boff.

Fedeli, Orlando. www.montfort.org.br, perguntas e repostas

Costella, Domenico. Filosofia e Teologia da Libertação, IFIL, 1997.

Guimarães, Daniel. Teologia da Libertação, 2ª ed. Juerp.

Gutierrez, Gustavo.Teologia da Libertação, 2ª ed. Juerp.

Lowy, Michael. O Marxismo da Teologia da Libertação.

Sayão, Luiz, Onde foi parar a teologia da libertação?, 2005.




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  • 1. Seminário Teológico Batista do Sudeste em Guarulhos Teologia da Libertação ________________________________________________________ Conteúdo Teologia da Libertação ........................................................................................................... 1 Aspectos positivos e negativos da Teologia da libertação ............................................... 3 1. Positivo: .......................................................................................................................... 3 2 Negativos: ...................................................................................................................... 3 Conclusão: ................................................................................................................................ 4 Avaliação aos tempos atuais ............................................................................................. 5 Bibliografia: ............................................................................................................................... 6 Teologia da Libertação A teologia da libertação é antes de tudo um conjunto de escritos produzidos a partir de 1971 por personalidades como Gustavo Gutierrez (Peru), Rubem Alves, Hugo Assmann, Carlos Mesters, Leonardo e Clodovis Boff (Brasil), Jon Sobrino, Ignácio Ellacuria (El Salvador), Segundo Galilea, Ronaldo Munoz (Chile), Pablo Richard (Chile, Costa Rica), José Miguel Bonino, Juan Carlos Scannone (Argentina), Enrique Dussel (Argentina, México), Juan-Luis Segundo (Uruguai) - para apontar apenas alguns dos mais conhecidos. Esse corpo de textos é, contudo a expressão de um vasto movimento social, que surgiu no começo dos anos 1960 – muito antes das novas obras de teologia. Esse movimento compreendia setores importantes da Igreja – padres, ordens religiosas, bispos - movimentos religiosos laicos – Ação Católica, Juventude Universitária Cristã, Juventude Operária Cristão - comissões pastorais de base popular – Pastoral Operária, Pastoral da Terra, Pastoral Urbana - e as comunidades eclesiais de base. Sem a prática desse movimento social – que se poderia chamar de cristianismo da libertação – não se podem compreender fenômenos sociais e históricos tão importantes na América Latina dos últimos 30 anos como a ascensão da revolução na América Central - Nicarágua, El Salvador - ou a emergência de um novo movimento operário e camponês no Brasil (o Partido dos Trabalhadores, o Movimento dos Camponeses Sem Terra, etc). (Cf. Löwy, 1998). A descoberta da teologia da libertação pelos cristãos progressistas não foi um processo puramente intelectual ou universitário. Seu ponto de partida foi um fato social incontornável, uma realidade sólida e brutal na América Latina: a pobreza. Muitos crentes escolheram a teologia da libertação porque ela parecia oferecer as Carla Geanfrancisco 2006 Página 1 de 6
  • 2. Seminário Teológico Batista do Sudeste em Guarulhos Teologia da Libertação ________________________________________________________ explicações mais sistemáticas, coerentes e globais sobre as causas dessa pobreza, e porque ele era a única proposta suficientemente radical para aboli-la. Para lutar de maneira eficaz contra a pobreza, é preciso compreender suas causas. Como disse o cardeal brasileiro dom Hélder Câmara: “Durante todo o período em que eu pedia às pessoas para ajudar os pobres, me chamavam de santo. Mas quando eu coloquei a questão: porque existe tanta pobreza? Me chamaram de comunista...”. O cuidado com os pobres é uma tradição milenar da Igreja, remontando até as fontes evangélicas do cristianismo. Os teólogos latino-americanos se situam na continuidade desta tradição que lhes serve constantemente de referência e de inspiração. Mas eles se situam em ruptura profunda com o passado em um ponto capital: para eles, os pobres não são mais, essencialmente, objetos de caridade, mas os mestres de sua própria libertação. A ajuda ou assistência paternalista cede lugar a uma atitude de solidariedade com a luta dos pobres pela sua auto- emancipação. Neste ponto a teologia da libertação faz uma junção com o principio verdadeiramente fundamental do marxismo, a saber “a emancipação dos trabalhadores será feita pelos próprios trabalhadores”. Esta mudança constitui talvez a novidade política mais importante e a mais rica de conseqüências trazida pelos teólogos da libertação em relação à doutrina social da Igreja. Ela terá também as maiores conseqüências no terreno da práxis social. Em ultima instancia, porem, só teremos uma autentica teologia da libertação quando os próprios oprimidos puderem alçar livremente a voz e exprimir-se direta e criadoramente na sociedade e no seio do povo de Deus. Quando este povo for o próprio agenciador de sua própria libertação. Desde o inicio teólogos como Gustavo Gutierrez conspiravam para que a teologia da libertação não caísse em uma auto satisfação intelectual, num tipo de triunfalismo feito por eruditos, com suas novas visões do cristianismo. Só há uma coisa realmente nova: acolher dia a dia o dom do Espirito que nos faz amar em nossas opções concretas por construir uma verdadeira fraternidade humana, em nossas iniciativas históricas por derribar uma ordem de injustiça, com plenitude com que Cristo nos amou. Parafraseando o conhecido texto de Pascal, podemos disser que todas as teologias políticas, da esperança, da revolução, da libertação, não valem Carla Geanfrancisco 2006 Página 2 de 6
  • 3. Seminário Teológico Batista do Sudeste em Guarulhos Teologia da Libertação ________________________________________________________ um gesto autentico de solidariedade com as classes sociais espoliadas, Não valem um ato de fé de caridade e de esperança comprometido – de um modo ou de outro – em uma participação ativa por libertar o homem de tudo o que o desumaniza e o impede de viver segundo a vontade do Pai. Aspectos positivos e negativos da Teologia da libertação 1. Positivo: 1 Embora não sendo original, foi o primeiro pensar teológico na América Latina, e pode demonstrar a capacidade intelectual teológica, demonstrando que temos homens em pé de igualdade com teólogos do mundo todo; 2 Sendo uma Teologia para o povo, foram criados gêneros literários que fossem acessíveis ao povo, continuando a ser gêneros literários ricos e belos; 3 Proporcionou a teologia invadir todas as áreas das chamadas ciências humanas e deixar de ser polemica somente entre intelectuais do mundo teológico; 4 Levou a todos a refletir a realidade na América Latina e no terceiro mundo em geral e ampliar o evangelho as mesmas. O evangelho passou a ser algo relevante ao homem de hoje e não apenas para a vida após o tumulo. 5 Foi possível assim introduzir a missiologia como tema central e objetivo básico do pensar teológico contemporâneo, e o conceito de evangelização passaram a ser mais amplo e abrangente. 6 Passou a ter um despertar entre cristãos sobre a importância da evangelização, assim se organizando em congressos, eventos, etc... 2 Negativos: 1 A reflexão teológica a partir da práxis, e não da palavra de Deus pode levar a heresias; por se dar predominância maior a primeira que a segunda, sendo o inverso o correto. Pois a teologia desprovida do instrumental hermenêutico, fica prisioneira da linguagem sócio-politica e de levar a palavra de Deus a anular-se pela mesma linguagem. 2 Interpretações da Bíblia tendenciosas, sendo feitas através da ótica marxista; Carla Geanfrancisco 2006 Página 3 de 6
  • 4. Seminário Teológico Batista do Sudeste em Guarulhos Teologia da Libertação ________________________________________________________ 3 Buscam doutrinas do pecado estrutural ou coletivo no antigo testamento, onde deveríamos buscar no Novo Testamento, observando a linha evolutiva. 4 Interpretação da libertação em termos sócios políticos, confundindo o reino de Deus com projetos ou sistemas humanos, especialmente o socialismo. 5 As escatologias evolucionistas e triunfalistas se esquecem do próprio sermão profético de Jesus Cristo (Mt. 24), em que ele prevê problemas, mas prevê a bonança. E devemos compreender o evangelho em seu todo. A vida eterna, para o verdadeiro cristão, começa nesta vida (João 3:16; 1Joao 5:11-13). 6 A falta de ênfase na conversão individual, na necessidade que o ser humano tem de arrepender-ser e crer no evangelho, passando pela experiência do novo nascimento efetuado pelo Espirito de Deus, sendo que na teologia da libertação o importante é a libertação coletiva, política, do pecado das estruturas opressoras e escravizastes, vendo o capitalismo como o pecado a ser combatido, e instaura- se o socialismo como a própria implantação do Reino de Deus. “Não adianta mudar o regime se os homens não forem mudados interiormente pelo evangelho de Jesus” (Daniel Guimarães, Teologia da Libertação); 7 O uso de instrumentos marxistas de analise da realidade; 8 A utilização errônea do termo “evangelização” para significador de esforços humano para a libertação política, enfraquecendo o sentido bíblico original. Conclusão: A teologia da libertação que foi perseguida pela igreja católica foi denominada de não teologia abriu-nos o olho para externarmos o nosso arrependimento por nossa negligencia e por termos, às vezes, considerado o evangelismo e a ação social como mutuamente incompatíveis. Embora a reconciliação do homem com o homem não signifique a reconciliação deste com Deus, nem a ação social, evangelismo, nem a emancipação política, salvação, contudo, o evangelismo e o envolvimento sócio político são ambos parcelas do nosso dever cristão. Ambos são expressões necessárias das nossas doutrinas acerca de Deus e do homem, do nosso amor para com o próximo e da nossa obediência a Jesus Cristo. A mensagem da salvação Carla Geanfrancisco 2006 Página 4 de 6
  • 5. Seminário Teológico Batista do Sudeste em Guarulhos Teologia da Libertação ________________________________________________________ implica uma mensagem de juízo sobre toda forma de alienação, opressão e discriminação, e não devemos ter medo de denunciar o mal e a injustiça onde quer que prevaleçam. Quando alguém recebe Cristo, nasce de novo no seu reino e, conseqüentemente, deve buscar não somente manifestar como também divulgar a sua Justiça em meio a um mundo ímpio. A salvação que afirmamos usufruir deve produzir em nos uma transformação total, em termos de nossas responsabilidades pessoais e sociais. Avaliação aos tempos atuais Passados aproximadamente 30 anos, onde podemos dizer seus “inicio”, ainda vemos resquícios da chamada teologia da libertação. Que se realmente tivesse seu centro em Deus, talvez teria sido uma “teologia”, e teria dado certo, claro como acima avaliadas muitas coisas boas e ruins puderam ser extraídas e até o momento aplicado. Porem devemos deixar em ambos os campos, seja no espiritual ou no material, o homem fazer a sua buscar, devemos sim orientá-lo, inspirá-lo e instrui-li, mas não darmos a ele o que buscam, pois hoje o que vemos é a igreja, e o poder publico, sendo assistencialista e não socialista, como o que buscavam. Um dos grandes erros da humanidade é a atitude pendular. Um erro gera uma reação extrema que leva a outro erro. A Teologia da Libertação cai nesse mesmo tipo de tendência histórica. Muitas das alegações e ênfases merecem atenção, pois são justas e apontam problemas reais. Todavia precisamos voltar nossa atenção para as Escrituras Sagradas e tentar em cada geração derivar nossa teologia e prática a partir da Bíblia. É uma pena que tanto esforço sincero, marcado por enfoques importantes e válidos, tenha se deixado conduzir por filosofias e tendências frágeis, reducionistas e passageiras. É muito possível que, em mais algumas décadas, a Teologia da Libertação torne-se apenas um capítulo da história teológica que não conseguiu mudar a história (seu alvo principal) nem perpetuar uma tradição. Todavia, não nos esqueçamos de que os problemas que motivaram a teologia da libertação permanecem e talvez sejam ainda mais graves em nossos dias, do que nunca. Que a submissão à autoridade bíblica, motivada por uma compaixão social verdadeira e um profundo respeito e amor ao ser humano, homem Carla Geanfrancisco 2006 Página 5 de 6
  • 6. Seminário Teológico Batista do Sudeste em Guarulhos Teologia da Libertação ________________________________________________________ ou mulher, negro ou branco, ocidental ou oriental, domine o nosso coração para que glorifiquemos a Deus em nossa vida. No âmbito espiritual, vemos pessoas buscando a teologia da prosperidade, buscando as riquezas, a divisão de bens, vemos pessoas que desvirtuaram do caminho “Jesus”. A teologia da libertação poderia ter dado certo, se não tivéssemos pessoas a utilizando, como jargão político, e não estivessem tão preocupadas com o estrelismo e utilizassem o nome de Deus, para efetuar campanhas de autopromoção; ou então não estivessem tão preocupadas em taxá-la como filosofia; batendo de frente com as igrejas, sejam elas católicas ou protestantes. Devemos ter cuidado em usar o nome de Deus, pois em nome de Deus muitas atrocidades no passado já foram feitas e pode continuar se não definirmos as nossas metas de verdades fundamentais da fé. Bibliografia: Nicodemus, Augustos Lopes. A hermenêutica da Teologia da Libertação: uma analise de Jesus Cristo Libertador de Leonardo Boff. Fedeli, Orlando. www.montfort.org.br, perguntas e repostas Costella, Domenico. Filosofia e Teologia da Libertação, IFIL, 1997. Guimarães, Daniel. Teologia da Libertação, 2ª ed. Juerp. Gutierrez, Gustavo.Teologia da Libertação, 2ª ed. Juerp. Lowy, Michael. O Marxismo da Teologia da Libertação. Sayão, Luiz, Onde foi parar a teologia da libertação?, 2005. Carla Geanfrancisco 2006 Página 6 de 6