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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
             CURSO DE ENGENHARIA CIVIL




            TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO




AVALIAÇÃO DAS INSTALAÇÕES PREVENTIVAS E DE COMBATE A
     INCÊNDIOS DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE ENSINO
              FUNDAMENTAL DE ITAJAÍ-SC




                         Itajaí
                         2011
TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO




AVALIAÇÃO DAS INSTALAÇÕES PREVENTIVAS E DE COMBATE A
     INCÊNDIOS DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE ENSINO
              FUNDAMENTAL DE ITAJAÍ-SC




                   Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
                   apresentado como requisito parcial para
                   obtenção do título de Engenheiro Civil pela
                   Universidade do Vale do Itajaí, Centro de
                   Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar.

                   Orientador: Prof. Moacir de Oliveira Júnior.




                          Itajaí
                          2011
2
3


                                 AGRADECIMENTOS




Agradeço em primeiro lugar a Deus que iluminou o meu caminho durante esta
caminhada. Agradeço também a minha namorada, Kenia, que de forma especial e
carinhosa me deu força e coragem, me apoiando nos momentos de dificuldades.
Quero agradecer também ao meu filho, Toni Neto, que embora não tivesse
conhecimento disto, iluminou de maneira especial os meus pensamentos me
levando a buscar mais conhecimentos. Não poderia esquecer minhas avós Natalina
Sabadini e Maria de Souza, minha tia-avó Idalina, e meus avós Gilberto Pacheco e
Anisio de Souza, que apesar de ausentes, sempre me incentivaram a alcançar meus
sonhos e objetivos. E não deixando de agradecer de forma grata e grandiosa aos
meus irmãos Felipe, Guilherme, Maria Fernanda e Juliana, e principalmente meus
pais, Toni e Cláudia, a quem eu rogo todas as noites a minha existência.
4




O sucesso nasce do querer, da
determinação e persistência em se
chegar a um objetivo. Mesmo não
atingindo o alvo, quem busca e
vence obstáculos, no mínimo fará
coisas admiráveis."
                      José de Alencar
5



                              APRESENTAÇÃO




Atendendo ao disposto no Regulamento do Curso de Engenharia Civil, submetemos
à consideração superior o presente TCC realizado no período de 01/03/2011 a
05/12/2011, bem como as considerações a respeito do mesmo.
6



                                    RESUMO


O objetivo do presente trabalho foi analisar e avaliar as edificações escolares de
ensino fundamental de Itajaí – SC em relação ao sistema preventivo e combate ao
incêndio. Entende-se por prevenção contra incêndios o conjunto de medida de
cautela, recursos legais e materiais para evitar sinistros, bem como saber combate-
los de início caso ocorram. Foram realizadas pesquisas em normas técnicas para
fundamentação de um check list contendo os requisitos a serem observados e
avaliados em campo, totalizando trinta e nove escolas pesquisadas. Através dos
dados obtidos, pode-se perceber que todas as escolas apresentaram alguma
desconformidade, caracterizada pela ausência ou condições precárias das
instalações preventivas e de combate a incêndios das edificações, fato preocupante,
já que coloca em risco a segurança dos usuários e causam perdas sociais,
econômicas e principalmente humanas.

Palavras-chave: Escolas, Incêndio, Bombeiros.
7



                                         LISTA DE FIGURAS




Figura 1 -    Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina .................................... 18

Figura 2 -    Origem do fogo .................................................................................... 19

Figura 3 -    Triângulo e tetraedro do fogo ............................................................... 20

Figura 4 -    Detalhe do extintor. .............................................................................. 29

Figura 5 -    Detalhe de hidrante .............................................................................. 32

Figura 6 -    Planta baixa de casa de gás. ............................................................... 34

Figura 7 -    Corte A.A. da casa de gás. .................................................................. 35

Figura 8 -    Detalhe do ponto de alimentação dos fogões a gás............................. 35

Figura 9 -    Funcionamento do SPCDA por método de Franklin. ........................... 40

Figura 10 -   Desenho genérico do sistema Faraday em galpão .............................. 41

Figura 11 -   Desenho genérico do sistema Faraday em prédio. .............................. 41

Figura 12 -   Desenho genérico do sistema de esfera rolante em prédio. ................ 42

Figura 13 -   Funcionamento da esfera rolante. ........................................................ 42

Figura 14 -   Detalhe da fixação do cabo e terminal aéreo na telha. ........................ 45

Figura 15 -   Acionador e sonorizador do sistema de alarme. .................................. 47

Figura 16 -   Luminária de sinalização de abandono de local com seta
              indicativa de saída................................................................................ 49

Figura 17 -   Instalação da luminária de emergência. ............................................... 51

Figura 18 -   Gráfico da exigibilidade dos sistemas preventivos e de combate
              a incêndios. .......................................................................................... 58

Figura 19 -   Gráfico global de verificação de conformidades das edificações
              onde os sistemas preventivos são exigidos. ........................................ 59

Figura 20 -   Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de
              proteção por conjunto de extintores ..................................................... 60

Figura 21 -   Gráfico das não conformidades encontradas no sistema
              hidráulico preventivo ............................................................................ 61
8



Figura 22 -   Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de gás
              centralizado .......................................................................................... 61

Figura 23 -   Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de
              saídas de emergência. ......................................................................... 62

Figura 24 -   Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de
              proteção por descargas........................................................................ 63

Figura 25 -   Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de
              iluminação de emergência. .................................................................. 64

Figura 26 -   Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de
              sinalização de emergência. .................................................................. 65

Figura 27 -   Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de
              alarme de incêndio. .............................................................................. 65
9



                                             LISTA DE QUADROS




Quadro 1 -        Quantidade de incêndios no município de Itajaí-SC no ano de
                  2010. .................................................................................................... 13

Quadro 2 -        Carga de fogo em função da classificação de risco. ............................ 24

Quadro 3 -        Seleção do agente extintor segundo a classificação do fogo. .............. 28

Quadro 4 -        Definição da quantidade de extintores e caminhamento em razão
                  da classificação de risco. ..................................................................... 28

Quadro 5 -        Quantidade de hidrante em uso simultâneo em função do
                  número de hidrantes instalados. .......................................................... 31

Quadro 6 -        Pressão mínima exigida de acordo com a classificação de risco. ........ 31

Quadro 7 -        Vazões em hidrantes conforme classificação de risco. ........................ 32

Quadro 8 -        Afastamento mínimo por quantidade de GLP. ..................................... 33

Quadro 9 -        Saída de emergência em edificações. ................................................. 37

Quadro 10 - Tipo e quantidade de escadas. ............................................................ 37

Quadro 11 - Nível de proteção do SPCDA pelo tipo de edificação. ......................... 43

Quadro 12 - Dimensionamento do SPCDA conforme nível de proteção. ................. 43

Quadro 13 - Seções mínimas dos materiais que compõe o SPCDA........................ 44

Quadro 14 - Check list contendo os parâmetros a serem verificados ...................... 55

Quadro 15 - Não conformidades encontradas em função da quantidade de
            edificações pesquisadas onde há exigibilidade dos sistemas
            preventivos ........................................................................................... 66
10



                                                        SUMÁRIO




1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11
1.1 Tema e problema de pesquisa ............................................................................ 11
1.2 Objetivos ............................................................................................................. 12
1.2.1 Objetivo geral .................................................................................................. 12
1.2.2 Objetivos específicos ...................................................................................... 12
1.3 Justificativa ......................................................................................................... 12

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 15
2.1 História do Corpo de Bombeiros ......................................................................... 15
2.1.1 No Mundo ....................................................................................................... 15
2.1.2 No Brasil ......................................................................................................... 16
2.1.3 Em Santa Catarina ......................................................................................... 17
2.2 Fogo .................................................................................................................... 19
2.2.1 História do fogo ............................................................................................... 19
2.2.2 Conceito.......................................................................................................... 19
2.2.3 Elementos essenciais do fogo ........................................................................ 20
2.3 Classes de incêndios .......................................................................................... 22
2.4 Classificação das edificações ............................................................................. 23
2.5 Sistemas de segurança....................................................................................... 24
2.6 Sistemas preventivos .......................................................................................... 25
2.6.1 Proteção passiva ............................................................................................ 25
2.6.2 Proteção por conjunto de extintores ............................................................... 26
2.6.3 Sistema hidráulico preventivo ......................................................................... 30
2.6.4 Instalação de gás combustível canalizado...................................................... 33
2.6.5 Saída de emergência, rota de saída ou saída ................................................ 36
2.6.6 Sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPCDA) ...................... 39
2.6.7 Sistema de alarme de incêndio ....................................................................... 45
2.6.8 Sistema de sinalização de emergência........................................................... 48
2.6.9 Sistema de iluminação de emergência ........................................................... 50

3 METODOLOGIA ................................................................................................... 52
3.1 Perspectiva da pesquisa ..................................................................................... 52
3.2 Procedimento e instrumentos de coleta e análise de informações ..................... 52

4 APRESENTAÇÃO DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............. 57

5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 68

6 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 71
11



1 INTRODUÇÃO




1.1 Tema e problema de pesquisa




Segundo corpo de bombeiros militar do estado do Rio de Janeiro - academia de
bombeiro militar D. Pedro II (2008) a prevenção de incêndio envolve uma série de
providências e cuidados, que implantados e executados conforme normas técnicas
servem para dirimir o princípio e/ou propagação do fogo. A falha humana é apontada
como causa fundamental nos incêndios, podendo desta forma ser evitada quando
adotadas medidas preventivas necessárias, visando segurança e tranquilidade dos
usuários.


As medidas preventivas e de combate a incêndios estão dispostas em normas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e na Norma de Segurança
Contra Incêndios (NSCI/1994) que apresenta as especificações dos sistemas de
segurança previstas para edificações escolares em Santa Catarina. (OLIVEIRA
JÚNIOR, 2011).


O completo funcionamento dos sistemas preventivos e de combate a incêndio
compete à direção da escola, coordenando ações preventivas necessárias
juntamente com Corpo de Bombeiros Militar (CBM), órgão responsável pela
aprovação dos projetos e fiscalização (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO,
2009).


O município de Itajaí-SC apresenta em seu território 40 escolas municipais de ensino
fundamental, sendo que a primeira escola municipal foi instituída pela lei provincial
n° 9, de 15 de abril de 1835, posteriormente foi inaugurado o Grupo Escolar Vítor
Meireles, em 04 de dezembro de 1913. No ano de 1928, em 12 de outubro o
governador Adolfo Konder em visita oficial a Itajaí, inaugurou a Escola Lauro Müller
no bairro Vila Operária (SANTOS, 2011).
12



A pergunta chave que norteia este trabalho de conclusão de curso é: Qual o
diagnóstico das instalações preventivas e de combate a incêndios das escolas
municipais de ensino fundamental de Itajaí - SC?




1.2 Objetivos




1.2.1 Objetivo geral




Analisar e avaliar as edificações escolares de ensino fundamental de Itajaí-SC em
relação ao sistema preventivo e combate ao incêndio.




1.2.2 Objetivos específicos




a) Apresentar o Sistema de Proteção Contra Incêndios (SPCI);
b) Detalhar os sistemas preventivos mínimos necessários para unidades escolares;
c) Mapear as unidades de ensino fundamental;
d) Elaborar planilha contendo os requisitos a serem analisados;
e) Vistoriar as edificações escolares;
f)   Analisar e interpretar os resultados obtidos.




1.3 Justificativa




As consequências que os incêndios causam à sociedade são notórias, ocasionam
perdas sociais, econômicas e principalmente humanas. Sendo assim, a prevenção e
o combate a incêndios devem ser considerados como requisitos fundamentais das
edificações.
13



O Quadro 1 apresenta os princípios e quantidade de incêndios registrados no
município de Itajaí no ano de 2010 dividido por tipo de edificação e/ou tipo.


Quadro 1 - Quantidade de incêndios no município de Itajaí-SC no ano de 2010.
                              Ocorrência                              Quantidade
Incêndio Edificação Comercial – Alvenaria                                  13
Incêndio Edificação Comercial – Madeira                                      4
Incêndio Edificação de Reunião de Público – Alvenaria                        3
Incêndio Edificação Escolar – Alvenaria                                      1
Incêndio Edificação Mista – Alvenaria/Madeira                                5
Incêndio Edificação Pública – Alvenaria                                      1
Incêndio Edificação Residencial Multifamiliar – Alvenaria                  13
Incêndio Edificação Residencial Multifamiliar – Madeira                      1
Incêndio Edificação Residencial Multifamiliar Mista – Madeira/Madeira        2
Incêndio Edificação Residencial Unifamiliar – Alvenaria                    36
Incêndio Edificação Residencial Unifamiliar – Alvenaria/Madeira            36
Incêndio Edificação Residencial Unifamiliar – Madeira                      57
Incêndio Edificação tipo Depósito de Inflamáveis – Alvenaria                 1
Incêndio Edificação tipo Depósito de Inflamáveis – Madeira                   1
Incêndio Edificação tipo Garagem – Alvenaria                                 4
Incêndio Edificação tipo Garagem – Madeira                                   1
Incêndio Edificação tipo Garagem – Metálica                                  2
Incêndio Edificação tipo Hospitalar/clínica – Alvenaria/Madeira              1
Incêndio em Vegetação – Área de Plantio                                      8
Incêndio em Vegetação – Nativa                                             24
Incêndio em Vegetação – Preservação Permanente                               2
Incêndio em Vegetação – Reflorestamento                                    13
Incêndio em Vegetação – Terreno Baldio                                     65
Incêndio em Veículo – Carro                                                36
Incêndio em Veículo – Embarcação                                             2
Incêndio em Veículo – Moto                                                   2
Incêndio em Veículo/Embarcação/Aeronave – Carga                            11
Outros Incêndios                                                           20
Outros Princípios de Incêndio                                              64
Princípio de Incêndio – Edificação Comercial                                 7
Princípio de Incêndio – Edificação Industrial                              13
Princípio de Incêndio – Edificação Mista                                     1
Princípio de Incêndio – Edificação Pública                                   1
Princípio de Incêndio – Edificação Residencial Multifamiliar                 2
Princípio de Incêndio – Edificação Residencial Unifamiliar                 21
Princípio de Incêndio – Edificação tipo Garagem                              1
                                 Total                                    475
Fonte: CBMSC (2011).
14



Dentre as edificações, as escolares também devem cumprir as determinações das
normas que regulam os sistemas preventivos e combate a incêndios e que tais
sistemas estejam implantados corretamente e em condições de uso para garantir a
segurança de todos os usuários.


As edificações devem passar pela supervisão do Corpo de Bombeiros de Santa
Catarina (CBSC), embora muitos projetos não sejam analisados pelo Centro de
Atividades Técnicas (CAT) do CBSC, cabe salientar que toda obra pública é
construída ou reformada com o aval do profissional de engenharia ou arquitetura
regularmente registrado no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA)
e com a devida capacidade técnica comprovada. (OLIVEIRA JUNIOR, 2011).


Segundo Oliveira Júnior, Moacir (2011) as instalações preventivas e de combate a
incêndios das edificações escolares estaduais de Itajaí estão em péssimas
condições. Logo se observou a importância de se verificar também a realidade das
escolas municipais de ensino fundamental.
15



2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA



2.1 História do Corpo de Bombeiros



2.1.1 No Mundo



A origem dos Corpos de Bombeiros remonta à antiga Roma em 27 a.C., onde o
imperador Augusto formou um grupo denominado de “vigiles”, o qual patrulhava as
ruas para policiar e impedir incêndios (CARVALHO, 2011)


No ano de 872 em Oxford, Inglaterra, foi promulgada uma das normas mais antigas
que estabelecia um toque de alerta, a partir do qual se deviam apagar todos os
incêndios que estivessem ocorrendo no momento. Logo após, Guilhermo, o
Conquistador, expandiu o toque de alerta para toda a Inglaterra (BRIGADA MILITAR
DO CORPO DE BOMBEIROS DO RIO GRANDE DO SUL, 2011).


Após o grande incêndio de 1666 em Londres, Inglaterra, que destruiu grande parte
da cidade e deixou milhares de pessoas desabrigadas, as companhias de seguros
criaram brigadas de seguros contra incêndios para proteger a propriedade de seus
clientes (MACEDO, 2011b).


Em Boston, EUA, no ano de 1679 foi fundado o primeiro departamento profissional
municipal contra incêndios, após um grande incêndio que destruiu 155 edificações e
vários barcos. Em Massachusetts organizou-se nas comunidades sistemas de
defesa contra o fogo, exigindo que cada casa houvesse disponíveis cinco baldes,
que ao som dos sinos da igreja, os moradores formassem grandes filas, passando
os baldes de mão em mão desde o manancial até o sinistro (BRIGADA MILITAR DO
CORPO DE BOMBEIROS DO RIO GRANDE DO SUL, 2011).


Outro momento histórico importante foi a criação da primeira organização
profissional de bombeiros com a utilização de bombas a vapor com tração animal,
em primeiro de abril de 1853 em Cinccinati, Ohio, sendo este o modelo adotado mais
16



tarde em Nova York. As primeiras escolas de bombeiros surgiram nos anos
seguintes, em 1889 e 1914, nas cidades de Boston e Nova York respectivamente
(BARBOSA, 2011).


Nas guerras mundiais, os corpos de bombeiros já apresentavam estruturas
suficientes para dirimir incêndios originados dos bombardeios, instituindo jornada de
trabalho de 24 horas, prática adotada até os tempos atuais (MACEDO, 2011b).




2.1.2 No Brasil




Durante o período imperial, os recursos disponíveis para população extinguir o fogo
eram limitados e difíceis, visto que as construções eram ricas em madeiras, e o
mesmo se expandia rapidamente (MACEDO, 2011a).


O sinal de incêndio era dado pelos sinais das igrejas. Acorriam todos os aguadeiros
com suas pipas, e também os populares, que faziam longas filas até o chafariz
julgado mais próximo, transportando de mão em mão os baldes de água, ao mesmo
tempo em que se improvisavam escadas de madeira para efetuar salvamentos,
retirando os moradores, antes que eles se atirassem. Se o incêndio ocorria a noite a
confusão era maior por falta de iluminação pública. Assim o Vice-Rei Luís de
Vasconcelos, em ofício a Câmara datado de 12 de julho de 1788, determinou que
todos deveriam iluminar a frente de suas casas, a fim de evitar o "atropelamento",
que causava mais vítimas que o próprio fogo (CORPO DE BOMBEIROS
CASCAVEL, 2011).


No Rio de Janeiro, anteriormente a criação do corpo de bombeiros, os incêndios
eram extintos por seções dos Arsenais de Guerra da Marinha, da Casa de Correção
e da Repartição de Obras Públicas (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2011).


Ao surgimento de um incêndio na cidade, os bombeiros eram avisados por três
disparos de canhão, partidos do morro do Castelo, e por toques de sinos da igreja
17



de São Francisco de Paula, correspondendo o número de badaladas ao número da
freguesia onde se verificava o sinistro. Esses toques eram então reproduzidos pela
igreja matriz da freguesia. Em 2 de julho de 1856, pelo decreto imperial nº 1.775,
assinado por sua Majestade o Imperador Dom Pedro II, foi criado o Corpo de
Bombeiros Provisório da Corte. Ao recebimento de um aviso de incêndio, os praças
saíam puxando o corrico pela via pública, o qual possuía de seis a oito mangueiras,
procurando debelar o fogo, solicitando conforme a extensão do sinistro os reforços
necessários (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO, 2011).


O decreto imperial de nº 1.775 reuniu numa só administração as diversas seções
que até então existiam para o serviço de extinção de incêndios, sendo assim criado
e organizado o Corpo Provisório de Bombeiros da Corte. Com o Decreto nº 2.587,
de 30 de abril de 1860, tornava-se definitivo o Corpo Provisório de Bombeiros da
Corte (ASSOCIAÇÃO DE MOTOCICLISTAS BOMBEIROS MOTO CLUBE, 2011).


De acordo com brigada militar do corpo de bombeiros do Rio Grande do Sul ([200_])
em 1865 recebeu o Corpo de Bombeiros a sua primeira bomba-a-vapor,
especialmente destinada aos incêndios à beira-mar, podendo ser embarcada para
extinção de incêndios abordo e transportada por 20 (vinte) homens.


Após inúmeras conquistas, somente em 1899 foi adquirida a primeira ambulância
para acompanhar o material destinado ao combate a incêndio. E em 23 de maio de
1908 foi concluída a obra e inaugurada o majestoso prédio, verdadeiro símbolo
arquitetônico, que é o Quartel do Comando Geral do Corpo de Bombeiros (CORPO
DE BOMBEIROS CASCAVEL, 2011).




2.1.3 Em Santa Catarina




Em 16 de setembro de 1919, foi sancionada pelo então Governador do Estado de
Santa Catarina, Doutor Hercílio Luz, a Lei Estadual nº 1.288, que criava a Seção de
Bombeiros, constituída de integrantes da então Força Pública (SECRETARIA DE
18



SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA DO CIDADÃO - CORPO DE BOMBEIROS
MILITAR DE SANTA CATARINA, 2011).


Somente em 26 de setembro de 1926, foi inaugurada a Seção de Bombeiros da
Força Pública, hoje Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina - CBMSC, com a
presença do Governador do Estado, Secretário do Interior e Justiça, Presidente do
Congresso Representativo e do Superior Tribunal de Justiça, Chefe de Polícia e
outras autoridades, além de muitas pessoas do povo (LAUREANO JUNIOR, 2006).


A Seção de Bombeiros atendeu o seu primeiro chamado no dia 5 de outubro,
quando extinguiu, com emprego da bomba manual, um princípio de incêndio que se
originara no excesso de fuligem da chaminé da casa do Sr. Achilles Santos, à Rua
Tenente Silveira, nº 6 (OLIVEIRA, 2005).


A primeira descentralização da Corporação ocorreu em 13 de agosto de 1958, com a
instalação de uma Organização Bombeiro Militar no município de Blumenau. A Lei
Estadual nº 6.217, de 10 de fevereiro de 1983, criou a atual Organização Básica da
Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar (SAPO SABER, 2011).


Em 13 de junho de 2003, a Emenda Constitucional nº 033, concedeu ao Corpo de
Bombeiros Militar de Santa Catarina - CBMSC o título de Organização independente,
formando junto com a Polícia Militar, o grupo de Militares Estaduais (MASNIK, 2011).




                       Figura 1 - Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina.
                                                                                1
                     Fonte: Site do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina .

1
    Disponível em: <http://www.cb.sc.gov.br/> Acesso em: 04 abr. 2011
19



2.2 Fogo




2.2.1 História do fogo




O fogo existe desde o início da formação da Terra, passando a coexistir com o
homem depois do seu aparecimento. Presume-se que os primeiros contatos, que os
primitivos habitantes tiveram com o fogo, foram através de manifestações naturais
como os raios que provocam grandes incêndios florestais. Na sua evolução, o
homem primitivo passou a utilizar o fogo colhido dos eventos naturais e, mais tarde,
obtido intencionalmente através da fricção de pedras, como parte integrante da sua
vida, utilizando-o na iluminação e aquecimento das cavernas e no cozimento da sua
comida. Nesse período, o homem dominava plenamente as técnicas de obtenção do
fogo tendo-o, porém, como um fenômeno sobrenatural (CORPO DE BOMBEIROS
MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - ACADEMIA DE BOMBEIRO
MILITAR D. PEDRO II, 2008).




                                  Figura 2 - Origem do fogo.
                 Fonte: Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro
                        Academia de Bombeiro Militar D. Pedro II (2008).




2.2.2 Conceito




O fogo é a resultante de uma reação química de oxidação com desprendimento de
luz e calor, podendo dizer que o fogo é a parte visível de uma combustão, reação
20



química na qual uma substância combustível reage com o oxigênio, ativada pelo
calor emitindo energia luminosa (fogo), mais calor e outros produtos. A apresentação
física do fogo pode ser de duas maneiras, como chama ou como brasas, podendo
aparecer de forma isolada ou conjuntamente falsos (SECRETARIA DE ESTADO DA
DEFESA CIVIL - CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO – DIRETORIA GERAL DE ENSINO E INSTRUÇÃO, 2005).




2.2.3 Elementos essenciais do fogo




Os elementos que compõe o fogo são: combustível (todo material que queima),
comburente    (oxigênio),    calor    e   reação      em    cadeia,     também   denominado
transformação em cadeia, o qual irá formar o quadrado ou tetraedro do fogo,
conforme Figura 3, substituindo o antigo triângulo do fogo (REIS, 1987).




                            Figura 3 - Triângulo e tetraedro do fogo.
                                Fonte: DENIPOTTI et al. (2005).




a) Combustível: Combustível é elemento que serve de campo de propagação do
fogo. Para efeito prático as substâncias foram divididas em combustíveis (materiais
orgânicos) e incombustíveis (materiais inorgânicos), sendo a temperatura de 1000ºC
para essa divisão, ou seja, os combustíveis queimam abaixo de 1000ºC, e os
incombustíveis acima de 1000ºC, isto se deve ao fato de, teoricamente, todas as
substâncias poderem entrar em combustão (queimar) (SECRETARIA DE ESTADO
DA DEFESA CIVIL - CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO – DIRETORIA GERAL DE ENSINO E INSTRUÇÃO, 2005).
21



Os combustíveis podem ser sólidos, líquidos e gasosos, tendo este último maior
capacidade de entrar em combustão (combustibilidade). A maioria dos corpos
orgânicos antes de se combinarem como oxigênio para originar a combustão,
transformam-se inicialmente em gases ou vapores. Todo material combustível que
se gaseifica para combinar como oxigênio, possui em sua estrutura um ou mais dos
elementos químicos carbono, hidrogênio e enxofre, chamados de elementos
combustíveis (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO - ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR D. PEDRO II, 2008).


b) Calor: Calor é uma forma de energia que eleva a temperatura, gerada da
transformação de outra energia, através de processo físico ou químico. Pode ser
descrito como uma condição da matéria em movimento, isto é, movimentação ou
vibração das moléculas que compõem a matéria. A energia de ativação serve como
condição favorável para que haja a reação de combustão, elevando a temperatura
ambiente ou de forma pontual, proporcionando com que o combustível reaja com o
comburente em uma reação exotérmica (REIS, 1987).


Ao receber calor, o combustível se aquece até chegar a uma temperatura que
começa a desprender gases (os combustíveis inflamáveis normalmente já
desprendem gases a temperatura ambiente). Esses gases se misturam com o
oxigênio do ar e em contato com uma chama ou até mesmo uma centelha, dá início
à queima (DENIPOTTI et al., 2005).


c) Reação em cadeia: Novo elemento essencial ao fogo, a reação em cadeia
formada durante a combustão gera produtos intermediários instáveis, chamados
radicais livres, prontos a combinar-se com outros elementos, gerando novos radicais
mais estáveis. Aos radicais livres cabe a transmissão da energia química, gerada
pela reação, que por sua vez se transformará em energia calorífica decompondo as
moléculas, ainda intactas, e assim promovendo a sustentação e propagação do fogo
(REIS, 1987).


A reação em cadeia torna a queima auto-sustentável. O calor irradiado da chama
atinge o combustível e este é decomposto em partículas menores, que se combinam
com o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor para o combustível, formando
22



um círculo constante (SECRETARIA DE ESTADO DA DEFESA CIVIL - CORPO DE
BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – DIRETORIA GERAL
DE ENSINO E INSTRUÇÃO, 2005).


d) Propagação do fogo: O fogo pode se propagar através do contato da chama em
outros combustíveis, pelo deslocamento de partículas incandescentes ou pela ação
do calor. O calor é uma forma de energia produzida pela combustão ou originada do
atrito dos corpos, se propagando por três processos de transmissão (DENIPOTTI et
al., 2005).


e) Condução: É a forma pela qual se transmite o calor através do próprio material,
de molécula a molécula ou de corpo a corpo (FERREIRA JUNIOR, 1974).


f) Convecção: É quando o calor se transmite através de uma massa de ar aquecida,
que se desloca do local em chamas, levando para outros locais, quantidade de calor
suficiente para que os materiais combustíveis aí existentes atinjam seu ponto de
combustão, originando outro foco de fogo. (REIS, 1987).


g) Irradiação: É quando o calor se transmite por ondas caloríficas através do
espaço, sem utilizar qualquer meio material (SECRETARIA DE ESTADO DA
DEFESA CIVIL - CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO – DIRETORIA GERAL DE ENSINO E INSTRUÇÃO, 2005).




2.3 Classes de incêndios




Os incêndios são classificados de acordo com as características dos seus
combustíveis. Somente com o conhecimento da natureza do material que está se
queimando, pode-se descobrir o melhor método para uma extinção rápida e segura
(REIS, 1987).


Segundo o Governo do Estado de São Paulo (2009) os incêndios são classificados
conforme descrito a seguir:
23



Classe A
   Caracteriza-se por fogo em materiais sólidos;
   Queimam em superfície e profundidade;
   Após a queima deixam resíduos, brasas e cinzas;
   Esse tipo de incêndio é extinto principalmente pelo método de resfriamento, e às
    vezes por abafamento através de jato pulverizado.


Classe B
   Caracteriza-se por fogo em combustíveis líquidos inflamáveis;
   Queimam em superfície;
   Após a queima, não deixam resíduos;
   Esse tipo de incêndio é extinto pelo método de abafamento.


Classe C
   Caracteriza–se por fogo em materiais/equipamentos energizados (geralmente
    equipamentos elétricos);
   A extinção só pode ser realizada com agente extintor não condutor de
    eletricidade, nunca com extintores de água ou espuma;
   O primeiro passo num incêndio de classe C é desligar o quadro de força, pois
    assim ele se tornará um incêndio de classe A ou B.


Classe D
   Caracteriza-se por fogo em metais pirofóricos (alumínio, sódio, magnésio, etc.);
   São difíceis de serem apagados;
   Esse tipo de incêndio é extinto pelo método de abafamento;
   Nunca utilizar extintores de água ou espuma para extinção do fogo.




2.4 Classificação das edificações




É fundamental e necessário saber quais os sistemas de prevenção contra incêndio
exigidos em edificações escolares. Para determinar as medidas de segurança contra
24



incêndios, a NSCI (1994) em seu art. 10 atribui à ocupação escolar contemplando
escolas, creches, jardins e congêneres, além disso, em seu art. 27 classifica as
mesmas como risco leve, ressaltando que poderá ocorrer mudança de classificação
de risco, de acordo com a carga de fogo, que é calculada de modo que todo o
material potencialmente combustível de uma edificação não ultrapasse valores
normatizados, conforme especificado no Quadro 2.


Quadro 2 - Carga de fogo em função da classificação de risco.
       Classificação de risco                    Carga de fogo (kg/m²)
              Risco leve                                   <60
             Risco médio                                 60 a 120
            Risco elevado                                  >120
Fonte: Adaptação do art. 27 da NSCI (1994).




2.5 Sistemas de segurança




Nesse contexto para se definir os sistemas preventivos mínimos exigidos para
edificações em Santa Catarina, “deve-se” adotar as prescrições do Capítulo III da
NSCI que em seu Art. 20 trata exclusivamente de edificações escolares.


                        Art. 20 - Nas edificações ESCOLARES:
                        I - Independente do número de pavimentos ou da área total construída,
                              será exigido Sistema Preventivo por Extintores;
                        II - Com 04 ou mais pavimentos ou área total construída, igual ou superior
                              a 750 m2, será exigido Sistema Hidráulico Preventivo;
                        III - Será exigido Gás Centralizado, quando houver o funcionamento de
                              aparelho técnico de queima;
                        IV - Serão exigidas Saídas de Emergência;
                        V - Com 04 ou mais pavimentos ou área total construída, igual ou superior
                              a 750 m2 deverão dispor de proteção por Pára-Raios;
                        VI - Com mais de 20 m de altura deverão dispor de pontos para Ancoragem
                              de Cabos;
                        VII - Com área total construída, superior a 1.500 m2, será exigido Sistema
                              de Alarme; Sinalização que auxilie o Abandono do Local e Iluminação
                              de Emergência, nas salas e nas circulações, com exceção das
                              edificações onde a sala de aula possua saída diretamente para o
                              exterior. (NSCI, 1994).
25



2.6 Sistemas preventivos



Por prevenção contra incêndios entende-se o conjunto de medida de cautela,
recursos legais e materiais para evitar irrupção de sinistros, bem como atacá-los de
inicio se ocorrerem, até a chegada do corpo de bombeiros. (FERREIRA JUNIOR,
1974).


Os objetivos fundamentais dos sistemas preventivos são de minimizar o risco a vida
e reduzir a perda patrimonial, visto que garante a fuga dos ocupantes da edificação
em condições de segurança, a minimização de danos a edificações adjacentes e à
infraestrutura pública e a segurança das operações de combate ao incêndio quando
necessárias (VARGAS; SILVA, 2005).


A seleção do sistema preventivo ideal deve ser feita tendo por base os riscos de
início de um incêndio, de sua propagação e de suas consequências. Não basta
identificar o possível dano à propriedade devido ao fogo, mas por razões
econômicas, é necessário também identificar a extensão do dano que pode ser
considerado tolerável (REIS, 1987).


A necessidade e o valor da prevenção são indiscutíveis notadamente quando se
leva em conta que os maiores incêndios originam-se de causas facilmente
domináveis, por iguais razões, são válidos todos os esforços no sentido de se
conhecer as normas preventivas e a legislação pertinente, vale lembrar a
importância da prevenção contra incêndio no dia a dia das pessoas. (FERREIRA
JUNIOR, 1974).



2.6.1 Proteção passiva



A vida moderna aumenta os riscos de incêndio devido às maiores concentrações
humanas, edificações mais próximas e mais altas, concepções arquitetônicas que
favorecem a propagação do fogo, materiais decorativos de fácil combustão e pela
proliferação, no interior das edificações (VALLE, [2008?]).
26



Ao contrário da proteção ativa que visa a extinção do incêndio, a proteção passiva
está incorporada, tendo como principais objetivos a compartimentação e o
confinamento do sinistro, evitando sua propagação e mantendo a estabilidade
estrutural do edifício por um tempo determinado, propiciando a evacuação de seus
ocupantes e assegurando a integridade das equipes de salvamento, resgate e
combate a incêndio do Corpo de Bombeiros (ONO, 2008).


O Congresso Brasileiro do Concreto (2005) descreve que as medidas de proteção
passiva são de vital importância numa situação de incêndio, levando em
consideração a correta provisão de rotas de fuga e a definição do grau de
resistência dos elementos construtivos, estruturais e dos compartimentos, que irão
limitar ou conter o crescimento do incêndio no interior do edifício. Outro fator muito
importante, porém pouco considerada pelos projetistas é a acessibilidade ao lote e a
edificação, que quando não existe surge uma preocupação em relação à segurança
contra incêndio, pois a correta implantação do edifício no lote e concepção de suas
fachadas são itens essenciais ao bom desempenho das atividades de salvamento e
combate a incêndios.




2.6.2 Proteção por conjunto de extintores




Os extintores fazem parte do sistema básico de segurança contra incêndio em
edificações e têm como objetivo o combate de princípio de incêndio, apresentando
como principais características, a portabilidade, facilidade de uso, manejo e
operação. Vale lembrar que os princípios de incêndios têm características diferentes
em função de sua origem elétrica ou não, e materiais combustíveis envolvidos, o que
exige o uso de agentes extintores apropriados para cada caso (SEITO et al., 2008).


De acordo com a NBR 12693 (1993) o extintor de incêndio é um aparelho de
acionamento manual, constituído de recipiente e acessórios contendo o agente
extintor destinado a combater princípios de incêndio. O sistema de proteção contra
incêndio por extintores, portáteis e/ou sobre rodas, deve ser projetado considerando-
se a classe de risco a ser protegida e respectiva área, a natureza do fogo a ser
27



extinto, o agente extintor a ser utilizado, a capacidade extintora do extintor e a
distância máxima a ser percorrida. Os extintores são classificados de acordo com
sua capacidade extintora, obedecendo a critérios de tipo e quantidade de agente-
extintor (NSCI, 1994). São considerados agentes extintores, em virtude da sua
atuação sobre o fogo, as seguintes substâncias:


a) Espuma: é uma solução aquosa de baixa densidade e de forma contínua,
   constituída por um aglomerado de bolhas de ar ou de um gás inerte. É um
   agente extintor indicado para incêndios das classes A e B. Age por abafamento e
   secundariamente por resfriamento. Por ter água na sua composição, não se pode
   utiliza-lo em incêndio de classe C, pois conduz corrente elétrica. Existem dois
   tipos clássicos de espuma, são eles espuma química e mecânica (CORPO DE
   BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - ACADEMIA DE
   BOMBEIRO MILITAR D. PEDRO II, 2008).


b) Gás Carbônico: é um gás incombustível, inodoro, incolor, mais pesado que o ar,
   não é tóxico, mas sua ingestão provoca asfixia. Atua por abafamento, dissipa-se
   rapidamente quando aplicado em locais abertos. Não conduz corrente elétrica,
   nem suja o ambiente em que é utilizado. O Dióxido de Carbono apresenta melhor
   resultado no combate a incêndios das Classes B e C. Na Classe A apaga
   somente na superfície (REIS, 1987).


c) Pó Químico Seco (PQS): mistura na forma de pó, com propriedade de extinção
   de incêndios, constituída de um ou mais produtos inibidores e outras substâncias
   que proporcionam propriedades físico-químicas a ela (NBR 9695, 2003). É um
   grupo de agentes extintores de finíssimas partículas sólidas, e tem como
   características não serem abrasivas, não serem tóxicas, mas pode provocar
   asfixia se inalado em excesso, não conduz corrente elétrica, mas tem o
   inconveniente de contaminar o ambiente sujando-o, podendo danificar inclusive
   equipamentos eletrônicos, desta forma, deve-se evitar sua utilização em
   ambiente que possua estes equipamentos no seu interior e ainda dificultando a
   visualização do ambiente. Atua por abafamento e quebra da reação em cadeia
   (FERREIRA JUNIOR, 1974).
28



d) Água: é o agente extintor "universal", permite aplicação sob diversas formas
      devido sua abundância e as suas características de emprego. Como agente
      extintor a água age principalmente por resfriamento e por abafamento. Podem
      ser aplicado na forma de jato compacto, chuveiro e neblina. Para os dois
      primeiros casos, a ação é por resfriamento. Na forma de neblina, sua ação é de
      resfriamento e abafamento. É o agente extintor indicado para incêndios de classe
      A (DENIPOTTI et al., 2005)


De acordo com a natureza do fogo, os agentes extintores devem ser selecionados
entre os constantes no Quadro 3.


Quadro 3 - Seleção do agente extintor segundo a classificação do fogo.
    Classe de
                        Água        Espuma            PQS               CO²
     Incêndio
                         SIM           SIM        Somente na        Somente na
         A
                      Excelente      Regular       superfície         superfície
                                       SIM            SIM               SIM
         B              NÃO
                                    Excelente      Excelente            Bom
                                                      SIM               SIM
         C              NÃO            NÃO
                                                      Bom             Excelente
                                                      PQS
         D              NÃO            NÃO                              NÃO
                                                   ESPECIAL
Fonte: Informativo técnico 002 do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (IT-CBMSC) (2006).


Segundo a NSCI (1994) a quantidade de extintores é determinada pela classificação
de risco de incêndio da edificação de forma a proteger uma área máxima,
respeitando um caminhamento onde o operador não percorra uma determinada
distância até o ponto mais afastado ou a outro extintor. Por estas razões, a
quantidade de extintor e seu caminhamento são definidos pelo Quadro 4.


Quadro 4 – Definição da quantidade de extintores e caminhamento em razão da
classificação de risco.
   Classificação de risco     Extintor por área2         Caminhamento
            Risco Leve                         500 m²                             20 m
           Risco Médio                         250 m²                             15 m
          Risco Elevado                        250 m²                             10 m
Fonte: Adaptação do art. 33 e 34 da NSCI (1994).


2
    Uma unidade extintora para uma área de acordo com a classificação de risco.
29




Figura 4 - Detalhe do extintor.
Fonte: IN-CBMSC 006 (2009).
30



2.6.3 Sistema hidráulico preventivo




Dentre os numerosos problemas que a extinção de incêndios apresenta ao
bombeiro, um dos mais importantes e comuns consiste em fazer chegar a água até o
fogo, em quantidade suficiente, de modo a se obter a combinação de sua
capacidade de absorver calor, com o efeito mecânico do jato. A situação ideal é,
evidentemente, aquela em que se dispõe de um volume de água suficiente, sob uma
pressão estática adequada para atender as necessidades normais (SOUZA, 2008).


O sistema de hidrantes e de mangotinhos é um sistema de combate a incêndio que
funciona sob comando e libera água sobre o foco de incêndio em vazão compatível
ao risco do local que visa proteger, de forma a extingui-lo ou controlá-lo em seu
estágio inicial. Dessa forma, esse sistema possibilita o início do combate ao incêndio
pelos usuários antes da chegada do corpo de bombeiros, além de facilitar os
serviços dele quanto ao recalque de água e, em especial, em edificações altas
(SEITO et al., 2008).


Uma das características básicas do sistema de mangotinhos é a facilidade de
operação pelos usuários em função das pequenas vazões e diâmetros das
mangueiras, propiciando mais agilidade e facilidade às ações de combate ao fogo na
fase inicial (SEITO et al., 2008).


A NBR13714 (2000) conceitua o sistema hidráulico preventivo como um sistema de
combate a incêndio composto por reserva de incêndio, bombas de incêndio (quando
necessário), rede de tubulação, hidrantes ou mangotinhos e outros acessórios.


No estado de Santa Catarina o sistema de hidrantes e de mangotinhos, em geral,
são classificados de acordo com diâmetro da mangueira, comprimento máximo da
mangueira, número de saídas e vazão no hidrante ou mangotinho mais
desfavorável, em função da ocupação e uso da edificação. A disposição do sistema
deve atender às características da edificação, em relação à arquitetura e mobiliários,
e a cobertura proporcionada pelas mangueiras, que é no máximo de 30 m de
caminhamento conforme NSCI (1994).
31



O mangotinho é o ponto de tomada de água no qual há uma simples saída contendo
válvula de abertura rápida, adaptador (se necessário), mangueira semirrígida
acondicionada em carretel axial, esguicho regulável e demais acessórios (SEITO et
al., 2008).


Para o efetivo funcionamento do sistema, a NSCI (1994) exige que o mesmo seja
dimensionado a fim de garantir vazão mínima no hidrante hidraulicamente menos
favorável, avaliando o funcionamento de hidrantes em uso simultâneo em função da
quantidade de hidrantes instalados, conforme especificado no Quadro 5.


Quadro 5 - Quantidade de hidrante em uso simultâneo em função do número de
hidrantes instalados.
   Quantidade de hidrante em uso     Quantidade de hidrantes instalados na
              simultâneo                           edificação
                1 hidrante                    Quando instalado 1 hidrante
               2 hidrantes                    Quando instalados 2 a 4 hidrantes
               3 hidrantes                    Quando instalados 5 ou 6 hidrantes
               4 hidrantes                    Quando instalados mais que 6 hidrantes
Fonte: Adaptação do art. 66 da NSCI (1994).



A pressão mínima, definida no Quadro 6, deve ser verificada no hidrante
hidraulicamente mais desfavorável, obedecendo a classificação de risco de incêndio
encontrada para a edificação.


Quadro 6 - Pressão mínima exigida de acordo com a classificação de risco.
        Classificação de risco                Pressão mínima (Kg/cm²)
                 Risco Leve                                      0,4
                Risco Médio                                      1,5
               Risco Elevado                                     4,5
Fonte: Adaptação do art. 65 da NSCI (1994).



A reserva técnica de incêndio (RTI), para risco leve, é dimensionada de tal forma
que forneça ao sistema uma autonomia mínima de 30 minutos, sendo consideradas
as vazões segundo o Quadro 7.
32



Quadro 7 - Vazões em hidrantes conforme classificação de risco.
            Risco leve                                 Risco médio e elevado
   A vazão no hidrante mais       1 hidrante        Quando instalado 1 hidrante
   favorável, acrescido de 2     2 hidrantes        Quando instalados 2 a 4 hidrantes
     minutos por hidrante        3 hidrantes        Quando instalados 5 ou 6 hidrantes
      excedente a quatro.        4 hidrantes        Quando instalados mais que 6 hidrantes
                                                                                           3

Fonte: Adaptação do art. 52 da NSCI (1994).


Em edificações de risco leve, a RTI mínima deve ser de 5000 l, quando em
reservatório subterrâneo, será o dobro da previsão para a do reservatório elevado,
para todas as classes de risco.




                                     Figura 5 - Detalhe de hidrante.
                                     Fonte: IN-CBMSC 007 (2009).

3
    Acrescer dois minutos por hidrante excedente a quatro.
33



2.6.4 Instalação de gás combustível canalizado




Considerando que o gás é uma das grandes causas de incêndios nas edificações
devido a erros de projeto e de execução e utilização de materiais inadequados,
torna-se imprescindível e obrigatório respeitar as normas vigentes principalmente no
que se refere ao afastamento, ponto mais importante e mais discutido quando são
analisadas as normas de sistemas de gás centralizado (BITTENCOURT, [200 _]).


De acordo com as especificações da Instrução Normativa do Corpo de Bombeiros
Militar de Santa Catarina (IN-CBMSC) 008 (2009) o afastamento mínimo que as
centrais de gás devem obedecer em relação à projeção vertical da edificação,
levando-se em consideração a quantidade de gás, é dado pelo Quadro 8.


Quadro 8 - Afastamento mínimo por quantidade de GLP.
                                  Afastamento de segurança (m)

                                                                                 Recipiente
       Capacidade da           Recipiente em           Recipiente de                     6
                                         4                         5            enterrado ou
     central de GLP (Kg)         Central                superfície                         7
                                                                                  aterrado

    Até 1000                          0                      1,5                     3,0
    >1000 a 2750                    1,5                      3,0                     3,0

    >2750 a 4000                    3,0                      7,5                     3,0

    >4000 a 60000                   7,5                    15,0                     15,0

    >60000                         15,0                    22,5                     15,0
Fonte: IN-CBMSC 008 (2009).



Outro fator muito importante é a escolha do tipo do aparelho de queima, pois está
diretamente ligada à capacidade (potência), havendo a possibilidade ou não de
instalação de chaminé. O somatório das capacidades dos aparelhos localizados no
mesmo cômodo ou ambiente contíguo determinarão a área das aberturas para
ventilação permanente, que é no mínimo de 200 cm². Importante lembrar que se faz



4
     Instalado diretamente sobre o solo ou sobre suportes rente ao chão isolados por paredes e
     coberturas corta fogo.
5
     Instalado diretamente sobre o solo ou sobre suportes rente ao chão.
6
     Instalados a uma profundidade mínima de 0,30 m (trinta centímetros) medida entre a tangente do
     topo do recipiente e o nível do solo.
34



obrigatório perante NSCI (1994) no Estado de Santa Catarina aberturas para
ventilação na central de gás.


A NBR 15526 (2007) define a central de gás como sendo uma área devidamente
delimitada que contém os recipientes transportáveis ou estacionários e acessórios,
destinados ao armazenamento de gases combustíveis para consumo na própria
rede de distribuição interna, e o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) um produto
constituído de hidrocarbonetos com três ou quatro átomos de carbono (propano,
propeno, butano, buteno), podendo apresentar-se em mistura entre si e com
pequenas frações de outros hidrocarbonetos.




                             Figura 6 - Planta baixa de casa de gás.
                      Fonte: Elaborado pelo autor com base a NSCI (1994).




7
    Recoberto de terra compactada, com no mínimo 0,30 m (trinta centímetros) de espessura em
    qualquer ponto do costado do recipiente.
35




           Figura 7 - Corte A.A. da casa de gás.
   Fonte: Elaborado pelo autor com base a NSCI (1994).




Figura 8 - Detalhe do ponto de alimentação dos fogões a gás.
    Fonte: Elaborado pelo autor com base a NSCI (1994).
36



2.6.5 Saída de emergência, rota de saída ou saída




Segundo Alves, Alessandra (2005) o conhecimento dos conceitos existentes sobre
incêndio, bem como das causas e consequências, possibilita a adoção de medidas
preventivas e protetoras capazes de incrementar a segurança contra incêndio. Entre
as medidas protetoras estão as rotas de escape, ligadas às saídas de emergência,
tendo como objetivo principal o movimento de evacuação seguro e rápido da
população dos edifícios.


Na ocorrência de um incêndio, em poucos segundos a pessoa é submetida à intensa
carga física e emocional para qual normalmente não está preparada, que segundo
Gwynne et al (1999), é encontrado uma tendência no comportamento dos indivíduos
no caso de incêndios, de grande interesse porque apresenta quatro áreas interativas
que cobrem os elementos envolvidos no caso de um sinistro:


Configuração do espaço - compreende a geografia da estrutura, incluindo largura e
disposição das saídas, etc.


Procedimentos - conhecimento dos usuários sobre o espaço, treino e funções dos
funcionários, familiaridade dos ocupantes com a disponibilidade de saídas.


Ambiente - influência dos efeitos como calor, gases tóxicos e fumaça na capacidade
de navegação e decisão dos indivíduos.


Comportamento - associação de todos os demais fatores com as características
pessoais, como extrato grupo-social, adoção de papéis específicos (exemplo: líder),
resposta do indivíduo a situações de emergência, velocidades de locomoção
possível e capacidade do indivíduo de realizar tarefas necessárias.


A falta ou inobservância de detalhes construtivos integrantes do sistema de saídas
de emergência acarreta, no caso de utilização real, o desencadeamento de lesões
corporais, entrada em pânico e até casos mais graves (SEITO et al., 2008).
37



A construção do sistema de saídas de emergência deve estar em condições de dar
conforto mínimo e segurança ao usuário sendo peça fundamental no sucesso da
retirada de pessoas de locais sinistrados. Segundo a NSCI (1994), as dimensões de
larguras das saídas deverão atender requisitos, como proporcionalidade ao número
de pessoas que por elas transitarem, a natureza da ocupação da edificação, ter no
mínimo 1,20 m ou 1,50 m (edificações de reunião de público), e ser acrescida de
uma unidade de passagem para cada conjunto de pessoas, conforme o Quadro 9.


Quadro 9 - Saída de emergência em edificações.
                                               Capacidade                          Distancia
   Classe de      Cálculo da        Nº de pessoas/unidade de passagem             máxima para
   ocupação       população                                                        alcançar a
                                  Acessos        Saídas              Portas
                                                                                   saída (m)
 Salas de aula    1 aluno/m²         100             60               100              35
Fonte: Adaptação do anexo F da NSCI, 1994.



Para verificar o tipo e número mínimo de escadas é preciso submeter à edificação
escolar ao Anexo B da IN 009, segundo o Quadro 10.


Quadro 10 – Tipo e quantidade de escadas.
                                                Área <750 m² p/               Área >750 m² p/
 Classificação                     Nº             pavimento                     pavimento
                  Altura (m)
das edificações                pavimentos                 Tipo de
                                             Nº escada                  Nº escada     Nº escada
                                                          escada
                    H< 6          Até 3         1             I               2             I
                    H< 12         Até 4         2            II               2             II
    Escolar         H< 21         Até 8         2          II, III            2             III
                    H< 30         Até 12        2          III, IV            2             IV
                    H> 30           -            2           IV               2             IV
Fonte: Adaptação do anexo B da IN-CBMSC 009, 2006.



Segundo a NBR 9077 (2001) as saídas de emergência devem dispor de um caminho
contínuo, devidamente protegido, proporcionado por portas, corredores, halls,
passagens externas, balcões, vestíbulos, escadas, rampas ou outros dispositivos de
saída ou combinações destes, a ser percorrido pelo usuário, em caso de um
incêndio, de qualquer ponto da edificação até atingir a via pública ou espaço aberto,
protegido do incêndio, em comunicação com o logradouro.
38



Para a verificação da quantidade de passagens e medidas mínimas pertencentes ao
sistema de saídas de emergência, utiliza-se uma operação matemática constante na
NSCI (1994) a qual define o número de unidades de passagem. Segue abaixo a
fórmula:




Onde:
N=   número de unidades de passagem (sendo fracionário deve ser arredondado
     para número inteiro superior)
P=   número de pessoas do pavimento de maior lotação (em escolas considerar 01
     aluno/m², conforme Quadro 9)
Ca= capacidade de acesso (Quadro 9)
Ce= capacidade da escada (quando for calculado número de unidades de
     passagem de escadas, seguindo valores constantes no Quadro 9)


Para se determinar a largura mínima para acessos, saídas e portas, multiplica-se o
número de unidades de passagem encontrado (arredondado para cima) com o valor
fixado pelo art. 203, NSCI 1994, que é de 0,55 m, conforme demonstrado abaixo:




Onde:
L=   largura mínima para acessos, saídas e portas
N=   número de unidades de passagem encontrado


Na NSCI, para edificações escolares, a dimensão mínima da largura para acessos e
saídas é 1,20 m e portas de 80 cm, entretanto os cálculos poderão apresentar
valores menores que o exigido em norma, de igual forma será adotado tais
dimensões mínimas prevista na NSCI. Em escadas, o tipo e quantidade são
determinados pelo Quadro 10, entretanto o dimensionamento é calculado
respeitando os mesmos critérios para acessos e saídas, como visto anteriormente.
39



2.6.6 Sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPCDA)




A NBR 5419 (2005) define como um sistema completo destinado a proteger uma
estrutura contra os efeitos das descargas atmosféricas, sendo composto de um
sistema externo e de um sistema interno de proteção. O sistema externo de proteção
consiste em subsistema de captores, condutores de descida e de aterramento, e o
sistema interno de proteção consiste em conjunto de dispositivos que reduzem os
efeitos elétricos e magnéticos da corrente de descarga atmosférica dentro da
edificação a proteger (equalização de potencial).


A equalização de potencial constitui a medida mais eficaz para reduzir os riscos de
incêndio, explosão e choques elétricos dentro do volume a proteger (NBR 5419,
2005).


Entende-se por equalização de potenciais de instalações metálicas, massas,
sistemas elétricos de potência e de sinais: a interligação e o aterramento por meio
de barramento (uso da caixa de equipotencialização) dos circuitos elétricos, dos
circuitos de sinal (telefone, cabos lógicos, tv a cabo, tv via satélite entre outros), bem
como de todas as instalações metálicas de uma edificação (corrimões e guarda-
corpo metálicos, gradis e guarda-corpo de sacadas e terraços, escadas de acesso à
manutenção em reservatórios, estruturas metálicas contínuas de elevadores,
tubulação do sistema hidráulico preventivo, estrutura de aço do concreto armado e
demais massas metálicas como vigas, pilares metálicos, telhas metálicas e cabos
condutores metálicos, cabos do sistema de proteção por descarga atmosférica)
(GUILHERME, 2008).


Esses sistemas foram feitos para proteger construções e seus ocupantes dos efeitos
da eletricidade dos relâmpagos, criando um caminho, com um material de baixa
resistência elétrica, para que a descarga entre ou saia pelo solo com um risco
mínimo às pessoas presentes no local (OLIVEIRA JÚNIOR, Ademar Macedo de,
2004).
40



O sistema é dividido em três componentes, sendo eles o terminal aéreo, os
condutores de descida e o terminal de aterramento. O terminal aéreo é uma haste
metálica rígida e pontiaguda, montada numa base, no ponto mais alto da estrutura,
que deverá capturar a descarga, conhecido pelo nome de para-raios ou proteção por
método de Franklin, segundo Figura 9 (ALVES, Normando, 2007).




                Figura 9 - Funcionamento do SPCDA por método de Franklin.
                                    Fonte: Alves (2007).



O sistema da Gaiola de Faraday, visualizado nas Figuras 10 e 11, consiste no
lançamento de cabos sobre a cobertura da edificação, em forma de gaiola e/ou
malha funcionando como uma blindagem eletrostática, tentando reduzir os campos
elétricos dentro da edificação (GRACIELO, 2011).
41




Figura 10 - Desenho genérico do sistema Faraday em galpão.
                    Fonte: Alves (2007).




Figura 11 - Desenho genérico do sistema Faraday em prédio.
                   Fonte: Alves (2007).
42



Como visto anteriormente, os métodos de Franklin e Faraday são sistemas
compostos de materiais (mastros e cabos) instalados nas fachadas das edificações.
Para saber se esses materiais estão corretamente posicionados e dimensionados,
confirmando assim sua eficiência, pode-se adotar um modelo de cálculo chamado
"método da esfera rolante" (eletro-geométrico), que consiste em fazer rodar uma
esfera fictícia em todos os sentidos e direções sobre o topo e fachadas da
edificação, conforme Figura 12 e 13. O objetivo é fazer com que os mastros
(Franklin) ou cabos (Faraday) impeçam que a esfera toque a edificação, neste caso,
simulando a ação do raio (GRACIELO, 2011).




            Figura 12 - Desenho genérico do sistema de esfera rolante em prédio.
                                   Fonte: Alves (2007).




                        Figura 13 - Funcionamento da esfera rolante.
                                  Fonte: NBR 5419 (2005).
43



Para interceptar a descarga, conduzir a corrente e dispersá-la no solo, a NSCI
(1994), exige a utilização dos métodos de Franklin, Faraday e esfera rolante de
maneira separada ou de alguma forma combinada respeitando o nível de proteção
mínimo em função das características da edificação, segundo o Quadro 11.


Quadro 11 - Nível de proteção do SPCDA pelo tipo de edificação.
    Nível de
                                                   Tipo de edificação
    proteção
              Instalações de centrais nucleares, torres de controle de tráfego aéreo, centrais de
      Nível I processamento e similares, onde não pode haver a interferência de descargas
              elétricas externas.
              Edificações de depósito de combustíveis ou explosivos, centrais de processamento
   Nível II   de dados e similares que apresentem risco elevado de sofrerem danos causados por
              descargas elétricas.
              Edifícios de apartamentos ou comerciais, depósitos comuns e similares com
   Nível III
              características normais de uso rotineiro.
              Edificações onde não haja trânsito de pessoas com rotina e estejam situadas em
   Nível IV
              locais ermos.
Fonte: Adaptação do art. 295 da NSCI (1994).


O nível de proteção descrito na NBR 5419 (2005) expressa a probabilidade com a
qual um SPDA protege um volume contra os efeitos das descargas atmosféricas que
é diferente do prescrito no Quadro 11. Assim o SPCDA da NSCI torna-se um
sistema mais brando que o da NBR 5419, pois o dimensionamento do sistema esta
relacionado diretamente ao nível de proteção escolhido.


Um sistema de SPCDA da NSCI (1994) é dimensionado respeitando o disposto do
Quadro 12.


Quadro 12 – Dimensionamento do SPCDA conforme nível de proteção.
                                    Malha (m)              Ângulo de proteção/altura           Espaçamento
    Nível de    Raio de esfera
                                                                                               das descidas
    proteção     rolante (m)
                                 Princ.   Secun.   @/20m      @/30m       @/45m        @/60m        (m)
                                                                 8           8           8
        I            20            5        7,5     25                                             10
                                                                             8           8
       II            30           10        15      35          25                                 15

       III           45           10        20      45          35          25           8         20

       IV            60           20        30      55          45          35          25         25
Fonte: Adaptação do art. 294 e 317 da NSCI (1994).




8
    Nestes casos só se utilizam os métodos de esfera rolante ou gaiola/malha.
44



Os condutores de descida devem-se dispor de modo que o comprimento da descida
seja o mais curto e paralelo possível, distribuídos no entorno da edificação por um
espaçamento máximo conforme nível de proteção adequado, definido pelo Quadro
12.


Os terminais de aterramento compõe o último elemento do sistema, funcionando
para a dispersão da corrente elétrica através de hastes (eletrodos), geralmente de
cobre, em um nível que dependerá do tipo de solo e do tipo de construção que se
deseja proteger (NSCI, 1994).


O Quadro 13 apresenta as seções mínimas exigidas dos materiais que compõe o
SPCDA, segundo dados obtidos na IN-CBMSC 010 (2008).


Quadro 13 - Seções mínimas dos materiais que compõe o SPCDA.
                                      Descidas (para     Descidas (para
                     Captor e anéis                                         Eletrodo de
                                       estruturas de      estruturas de
      Materiais      intermediários                                         aterramento
                                      altura até 20m)   altura superior a
                          (mm²)                                                (mm²)
                                           (mm²)           20m) (mm²)

       Cobre              35                16                 35               50



      Alumínio            70                25                 70

 Aço galvanizado a
     quente ou
                           50               50                 50               80
   embutido em
      concreto
Fonte: IN-CBMSC 010 (2008).



Quanto ao SPCDA pode-se afirmar que a segurança para o usuário e para o
equipamento ligado a uma fonte elétrica é a finalidade básica e fundamental em
qualquer sistema elétrico, evitando correntes de modo incomum, assegurando
tranquilidade para o usuário (REDE INTEGRADA NACIONAL DE DETECÇÃO DE
DESCARGAS ATMOSFÉRICAS, 2011). A Figura 14 demostra como se deve
proceder a fixação do cabo e terminal aéreo na telha.
45




               Figura 14 - Detalhe da fixação do cabo e terminal aéreo na telha.
                    Fonte: Elaborado pelo autor com base na NSCI (1994).




2.6.7 Sistema de alarme de incêndio




É um sistema complexo de vários dispositivos que detectam, controlam e indicam
presença de fumaça, calor, chama e gases. Os dispositivos são controlados por uma
central que conforme a NBR 9441 (1998) é um equipamento destinado a processar
os sinais provenientes dos circuitos de detecção, a convertê-los em indicações
adequadas e a comandar e controlar os demais componentes do sistema.


A proposta conceitual do sistema de alarme de incêndio segundo Seito et al (2008),
é detectar o fogo em seu estágio inicial, a fim de possibilitar o abandono rápido e
seguro dos ocupantes do edifício e iniciar as ações de combate ao fogo, evitando
assim a perda de vidas, do patrimônio e também evitar contaminação do meio
ambiente.
46



O sistema de alarme de incêndio é constituído basicamente por detectores
automáticos de incêndio e/ou acionadores manuais, painel de controle (central),
indicadores sonoros e visuais e fonte de alimentação elétrica por carregador e
bateria (NSCI, 1994).


Os três elementos básicos dentro do conceito operacional do sistema citados
anteriormente, podem ser descritos como detecção, processamento e aviso
(sinalização). O primeiro elemento (detecção) é a parte do sistema que “percebe”
(detecta) o incêndio. O segundo elemento envolve o processamento do sinal do
detector de incêndio ou acionador manual enviado do local do fogo até a central de
processamento ou central de alarme. Por último, o sistema de processamento da
central ativa o aviso por meio de sinalização visual e/ou sonora, com o objetivo de
alertar os ocupantes e também acionar dispositivos auxiliares para operação de
outros sistemas. O ajuste da sensibilidade dos detectores é fundamental para se
evitar a ocorrência de alarmes falsos (SECRETARIA DE ESTADO DA DEFESA
CIVIL - CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO –
DIRETORIA GERAL DE ENSINO E INSTRUÇÃO, 2005).


As edificações que dispuserem de acionadores manuais devem atentar para instalá-
los em locais visíveis, como em áreas comuns de acesso e/ou circulação, próximo
aos pontos de fuga e de equipamentos de combate a incêndio, de tal modo que o
operador não percorra mais de 30 m no pavimento ou na área setorizada para
acioná-los, entre cotas de 1,20 e 1,50 m do piso acabado (NSCI, 1994).


Devido ao efeito físico da subida do ar quente, normalmente os detectores de
temperatura e fumaça são instalados no teto de um ambiente, porém há
necessidade de se levar em consideração a temperatura junto ao teto que pode
sofrer aquecimento devido principalmente à radiação solar, iluminação ou sistemas
de condicionamento de ar, formando um colchão de ar quente que não permite o
contato da fumaça ou do calor gerado no princípio de um incêndio com o detector no
teto, impedindo ou retardando a detecção (SEITO et al., 2008).
47




Figura 15 - Acionador e sonorizador do sistema de alarme
              Fonte: IN-CBMSC 012 (2006).
48



2.6.8 Sistema de sinalização de emergência




De acordo com a NBR 13434-2 (2004) a sinalização de emergência é definida como
uma sinalização que fornece uma mensagem de segurança, obtida por uma
combinação de cor e forma geométrica, à qual é atribuída uma mensagem
específica de segurança pela adição de um símbolo gráfico executado com cor de
contraste.


A sinalização de emergência é um dos aspectos marcantes no sucesso do projeto
de abandono de uma edificação, com a finalidade de reduzir o risco de ocorrência de
incêndio, alertando para os riscos existentes, e garantir que sejam adotadas ações
adequadas à situação de risco, que orientem as ações de combate e facilitem a
localização dos equipamentos e das rotas de escape da edificação, proporcionando
um abandono seguro em casos de incêndio. Tal sinalização faz uso de símbolos,
mensagens e cores, definidos na NBR 13434-2 (2004) (SEITO et al., 2008).


Os tipos de sinalização de emergência, básica e complementar, devem ser
implantados em função de características específicas de uso e dos riscos, bem
como em função de necessidades básicas para a garantia da segurança contra
incêndio da edificação. A sinalização básica é um conjunto mínimo de sinalização
que uma edificação deve apresentar, constituído por quatro categorias, de acordo
com a sua função: proibição, alerta, orientação/salvamento e equipamentos, já a
complementar é um conjunto de sinalização composta por faixas de cor ou
mensagens complementares à sinalização básica (SECRETARIA DE ESTADO DA
DEFESA CIVIL - CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO – DIRETORIA GERAL DE ENSINO E INSTRUÇÃO, 2005).


A sinalização de emergência como descrito na NSCI (1994) deve assinalar todas as
mudanças de direção, obstáculos, saídas, escadas, entre outros. A distância em
linha reta entre dois pontos da sinalização de emergência não pode ser maior de 15
m, e o fluxo luminoso deve ser no mínimo igual a 30 lúmens com autonomia de
funcionamento do sistema, quando da interrupção da alimentação normal.
49




Figura 16 - Luminária de sinalização de abandono de local com seta indicativa de saída
                            Fonte: IN-CBMSC 013 (2006).
50



2.6.9 Sistema de iluminação de emergência




O sistema de iluminação de emergência é aquele que, na falta de iluminação normal,
deve clarear áreas escuras de passagens, horizontais e verticais, incluindo áreas de
trabalho e áreas técnicas de controle de restabelecimento de serviços essenciais e
normais. A intensidade da iluminação deve ser suficiente para evitar acidentes e
garantir a evacuação das pessoas, levando em conta a possível penetração de
fumaça nas áreas (NBR 10898, 1999).


Complementando o conceito acima, a NSCI (1994) define o sistema de iluminação
de emergência como um conjunto de componentes e equipamentos que, em
funcionamento, proporcionam a iluminação suficiente e adequada para permitir a
saída fácil e segura do público para o exterior, no caso de interrupção da
alimentação normal, como também, a execução das manobras de interesse da
segurança e intervenção do socorro e garante a continuação do trabalho naqueles
locais onde não pode haver interrupção da iluminação.


É definida pela NSCI (1994) que o sistema de iluminação de emergência deve ter
autonomia mínima de uma hora de funcionamento, garantida durante este período a
intensidade dos pontos de luz de maneira a respeitar os níveis mínimos de
iluminação desejados em cinco lux para locais com desníveis (escadas, portas com
altura inferior a 2,10 m e obstáculos) e três lux para locais planos (corredores, halls,
elevadores e locais de refúgios). Nos locais onde não pode haver interrupção da
iluminação, o nível de iluminamento de emergência deve ser igual a 70% do nível de
iluminamento normal.


O sistema de iluminação de emergência auxilia a viabilidade da saída dos ocupantes
do edifício, permitindo o reconhecimento de obstáculos que possam dificultar a
circulação, tais como grades, portas, saídas, mudanças de direção, não podendo ser
concebido isoladamente dos demais sistemas de segurança da edificação
(SECRETARIA DE ESTADO DA DEFESA CIVIL - CORPO DE BOMBEIROS
MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – DIRETORIA GERAL DE ENSINO E
INSTRUÇÃO, 2005).
51



A fonte de energia utilizada pelo sistema deve ser independente da fonte normal de
alimentação do edifício, e deve situar-se abaixo da altura máxima do escape natural
da fumaça. A entrada automática deve realizar-se em qualquer caso de falha da
alimentação principal, por abertura do disjuntor, fusível ou qualquer manobra que
interrompa o sistema normal de iluminação (SEITO et al., 2008).




                    Figura 17 - Instalação da luminária de emergência.
                              Fonte: IN-CBMSC 011 (2006).
52



3 METODOLOGIA




3.1 Perspectiva da pesquisa




Esta pesquisa é do tipo quantitativa com objetivo exploratório, ou seja, foram
realizadas pesquisas em normas técnicas para fundamentação de um check list com
os requisitos a serem obtidos em pesquisa de campo, e apresentação dos
resultados através de gráficos para representar a realidade das instalações
preventivas e de combate a incêndios das edificações pesquisadas.




3.2 Procedimento e instrumentos de coleta e análise de informações




Inicialmente foram solicitados os dados das escolas de ensino fundamental
municipal junto à prefeitura municipal de Itajaí através da secretaria municipal de
educação, totalizando quarenta (40) unidades, cujos nomes estão apresentados
abaixo:


   Centro Educacional Profº Cacildo Romagnani;
   Centro Educacional de Cordeiros;
   Centro Educacional Pedro Rizzi;
   Escola Básica Aníbal Cesar;
   Escola Básica Antônio Ramos;
   Escola Básica Ariribá;
   Escola Básica Arnaldo Brandão;
   Escola Básica Avelino Werner;
   Escola Básica Elias Adaime;
   Escola Básica Francisco Celso Mafra;
   Escola Básica Gaspar da Costa Moraes;
   Escola Básica João Duarte;
53



   Escola Básica João Paulo II;
   Escola Básica José Fernandes Potter;
   Escola Básica José Medeiros Vieira;
   Escola Básica Mansueto Trés;
   Escola Básica Marechal Olímpio Falconieri da Cunha;
   Escola Básica Padre José de Anchieta;
   Escola Básica Padre Pedro Baron;
   Escola Básica Pedro Paulo Rebello;
   Escola Básica Prefeito Alberto Werner;
   Escola Básica Profª Edy Vieira W. Rothbarth;
   Escola Básica Profª Inês Cristofolini de Freitas;
   Escola Básica Profª Judith Duarte de Oliveira;
   Escola Básica Profª Maria Dutra Gomes;
   Escola Básica Profª Maria José Hulse Peixoto;
   Escola Básica Profª Thereza Bezerra de Athayde;
   Escola Básica Profº Martinho Gervási;
   Escola Básica Yolanda Laurindo Ardigó;
   Grupo Escolar Carlos de Paula Seára;
   Grupo Escolar Elisa Gessele Orsi;
   Grupo Escolar Guilhermina Büchele Müller;
   Grupo Escolar Maria do Carmo Vieira
   Escola Isolada Clarindo Sebastião da Cunha;
   Escola Isolada Duque de Caxias;
   Escola Isolada Gabriel Dallago;
   Escola Isolada Jorge Domingos Gonzaga;
   Escola Isolada Maria Perpetua Pereira;
   Escola Municipal Rosa Negreiros Cabral.


A fundamentação teórica foi desenvolvida através de pesquisas na NSCI, NBRs e
autores, com o condão de buscar conceitos sobre os sistemas, bem como verificar
as exigências mínimas de prevenção contra incêndio em edificações escolares.
54



Consequentemente foram especificados os parâmetros necessários para análise
exploratória dos dados a serem verificados em campo, utilizando os requisitos
mínimos necessários obtidos junto a NSCI e outras normas técnicas para cada
sistema preventivo exigido.


Para obtenção de uma análise precisa foi necessário categorizar as escolas em
pequenas (com área igual ou inferior a mil e quinhentos metros quadrados), médias
(com área igual ou inferior a mil e quinhentos metros quadrados que necessitem de
hidrantes e pára-raios) e grandes (com área maior que mil e quinhentos metros
quadrados).


Os parâmetros foram elaborados e compuseram um check list, uniformemente
aplicado a todas as unidades escolares de ensino fundamental municipal de Itajaí,
apresentando informações relevantes sobre a real situação das edificações
escolares pesquisadas.


O check list facilita o levantamento em campo atribuindo perguntas objetivas que
posteriormente serão de fácil compreensão para análise e avaliação das edificações
escolares. As perguntas referem-se a exigência dos sistemas, primeiramente se o
sistema é exigido na edificação, se exigido, verifica-se a conformidade com as
normas técnicas. Quando desconforme, é atribuído para cada sistema preventivo
algumas desconformidades que normalmente podem ser encontradas:


a) O sistema preventivo não está instalado;
b) Produtos fora da validade ou não manutenidos;
c) Produtos mal posicionados;
d) Produtos em quantidade inferior à necessária
e) Falta de piso antiderrapante e incombustível nas saídas de emergência;
f) Guarda-corpo e corrimão inexistentes ou com medidas inadequadas;
g) Portas mal posicionadas ou com medidas deficitárias;
h) Corredores e escadas em quantidade, tipo e/ou dimensões inferiores à
   necessária.
55



Desta forma apresenta-se no Quadro 14, os requisitos a serem obtidos em pesquisa
de campo.


Quadro 14 - Check list contendo os parâmetros a serem verificados.
                                                                                     1 a 40
                                                                                Nome da Escola
                       Sistema / Escola                             Área aproximada:                              m²
                                                                                      Está Conforme
                                                                É exigido
                                                                           Sim Não 1 2 3 4 5                 6 7 8
Sistema de Proteção por Conjunto de Extintores
Sistema Hidráulico Preventivo
Sistema de Gás Centralizado
Sistema de Saídas de Emergência
Sistema de Proteção por Descargas Atmosféricas
Sistema de Alarme de Incêndio
Sistema de Sinalização de Emergência
Sistema de Iluminação de Emergência

                Não conformidades encontradas
1. O sistema preventivo não está instalado                       Áreas:                                      m²
2. Produtos fora da validade ou não manutenidos                               Edificação Considerada
3. Produtos mal posicionados
4. Quantidade inferior à necessária                                       ( ) Pequena ( ) Média ( ) Grande
5. Falta de piso antiderrapante e incombustível nas saídas de
emergência
6. Guarda-corpo e/ou corrimão inexistentes ou com medidas
                                                                   No de Escadas:              Tipo:
inadequadas
7. Portas mal posicionadas ou com medidas deficitárias          Distancia para atingir as saídas:             m
8. Corredores e escadas em quantidade, tipo e/ou dimensões
                                                                Observações:
inferiores à necessária



As não conformidades encontradas apresentaram a real situação das instalações
preventivas e de combate a incêndio das edificações pesquisadas, dando maior
relevância as não conformidades 5, 6, 7 e 8, que representam os parâmetros
exigidos para as saídas de emergência.


A verificação visual foi aplicada as não conformidades 1, 2, 3, 4, 5 e 6, contudo, para
as não conformidades 7 e 8 foi necessária análises aprofundadas das edificações
com informações como: área dos pavimentos; número de andares; altura da
edificação; posição, número e tipo das escadas e corredores e distância máxima
para alcançar as escadas e saídas, que foram extraídas e submetidas as normas
NSCI, e IN 009. As saídas de emergência receberam um tratamento especial, devido
a sua importância dentro do contexto de prevenção de incêndio em edificações
escolares, por serem inerentes às edificações e em alguns casos de difícil
56



adequação sem prejuízo estrutural, quando a edificação já está construída. Os
outros sistemas, independentemente se a edificação está ou não construída, são
readequados facilmente.


Para a análise dos dados coletados, serão apresentados os gráficos com os
resultados obtidos através da pesquisa de campo. Estes gráficos foram gerados com
o auxílio de planilhas eletrônicas apresentadas como anexo, desenvolvidas para
coletar informações necessárias. Os gráficos apresentados serão analisados e
utilizados como instrumento para a discussão dos resultados, elaboração das
considerações finais e conclusão.
57



4 APRESENTAÇÃO DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS




Primeiramente, faz-se necessário classificar as escolas apresentadas neste trabalho
de conclusão de curso com relação ao seu porte, distinguindo-as entre pequenas,
médias e grandes. No município de Itajaí, das 40 unidades escolares de ensino
fundamental municipal analisadas, existem 19 escolas de grande porte, 12 escolas
de médio porte e 8 escolas de pequeno porte, exceto a Escola Básica José
Fernandes Potter que foi demolida para construção de uma nova unidade. Vale
lembrar que a definição do porte destas escolas é imprescindível para se determinar
quais são os sistemas exigidos, por exemplo, em escolas de grande porte, além de
todos os sistemas exigidos para edificações de médio porte, abaixo de mil e
quinhentos metros quadrados, também       são exigidos os sistemas de alarme de
incêndio, sinalização e iluminação de emergência.


Segundo Oliveira Júnior, Moacir (2011), todos os sistemas preventivos são exigidos
nas edificações classificadas como grandes, enquanto que nas edificações médias
não há necessidade de sistema de alarme, sinalização e iluminação de emergência.
Em edificações de pequeno porte, além dos sistemas preventivos dispensados nas
edificações de médio porte, são dispensados também os sistemas de hidrantes e
para-raios.


A Figura 18 informa a exigibilidade encontrada na rede de ensino fundamental
municipal, onde se percebe que os sistemas de conjunto por extintores, gás
centralizado e saídas de emergência, obtiveram valores de 100%, que representa a
obrigatoriedade em todas as unidades escolares analisadas.
58




     Figura 18 - Gráfico da exigibilidade dos sistemas preventivos e de combate a incêndios.


É importante salientar que a figura acima apresenta a exigibilidade de cada sistema
em relação a quantidade total de escolas analisadas, por exemplo, o sistema
hidráulico preventivo é obrigatório em 79% das escolas analisadas.


A conformidade de cada sistema está diretamente ligada à exigibilidade. A Figura
abaixo apresenta o gráfico global de verificação de conformidades das edificações
onde os sistemas preventivos são exigidos, portanto são desconsideradas as
edificações onde não há obrigatoriedade de instalação do respectivo sistema
preventivo.
59




   Figura 19 – Gráfico global de verificação de conformidades das edificações onde os sistemas
                                      preventivos são exigidos.


Fica em evidência na figura acima, que 64% das edificações escolares apresentam
conformidade em relação as saídas de emergência, devido ao fato de que grande
parte das escolas possuem saídas diretamente para o exterior, contribuindo assim
para a referida conformidade.


Outro item importante a ressaltar é o sistema de proteção por conjunto de extintores,
que apresenta apenas 3% de conformidade, sendo este obrigatório em todas as
edificações escolares.


O sistema de gás centralizado também é exigido por norma onde houver aparelho
de queima (fogão, forno, etc.), e percebe-se que apenas 8% das escolas estão de
acordo com as especificações normativas.


As não conformidades encontradas são apresentadas a seguir para cada sistema
preventivo pesquisado. É importante salientar que os valores encontrados refletem a
porcentagem da não conformidade em relação ao total de não conformidades e não
em função da quantidade de escolas.
60



A Figura 20 apresenta as não conformidades encontradas no sistema de proteção
por conjunto de extintores, exigido em 100% das unidades escolares, podendo
destacar que em 37,9% das não conformidades encontradas, os extintores estavam
fora de validade ou sem a devida manutenção.




  Figura 20 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de proteção por conjunto de
                                           extintores.


Outro índice importante é a quantidade de extintores, que em 29,3% das
desconformidades não possui o número mínimo necessário exigido por norma, e a
não instalação deste sistema que ocorre em 17,2% das desconformidades.


No mesmo sentido, Oliveira Júnior, Moacir (2011), verificou nas escolas estaduais
em relação a ausência do mesmo, onde o valor encontrado foi bem mais expressivo,
de 44,4% do total de não conformidades. A não conformidade referente a validade e
manutenção      dos    extintores    obteve     diferença    aproximadamente         de    10%,
evidenciando que a rede municipal é negligente quanto a verificação periódica dos
extintores.


O sistema hidráulico preventivo (rede de hidrantes) deve estar presente em 79% das
escolas analisadas, sendo exigido um mínimo de treinamento para utilizá-lo. Verifica-
se na Figura 21 que das não conformidades encontradas, 93,1% não possuía o
sistema instalado, e que em 6,9% o sistema está sem a devida manutenção.
61




     Figura 21 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema hidráulico preventivo.


Para o perfeito funcionamento do sistema hidráulico preventivo, se faz necessário
sua manutenção, que conforme a Figura 21, 6,9% da rede de hidrantes está sem a
devida manutenção.


Recomenda-se que o sistema hidráulico preventivo seja do tipo mangotinho, por ser
um sistema de fácil utilização e manuseio, permitindo assim que a população da
edificação combata o sinistro de forma eficaz.


O sistema de gás centralizado segundo IN-CBMSC 008 (2009) é exigido em todas
as edificações que façam uso de aparelho técnico de queima. As não conformidades
do sistema de GLP podem ser verificadas na Figura 22.




     Figura 22 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de gás centralizado.
TCC - Toni Roberto de Souza Filho
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TCC - Toni Roberto de Souza Filho

  • 1. UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO AVALIAÇÃO DAS INSTALAÇÕES PREVENTIVAS E DE COMBATE A INCÊNDIOS DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE ENSINO FUNDAMENTAL DE ITAJAÍ-SC Itajaí 2011
  • 2. TONI ROBERTO DE SOUZA FILHO AVALIAÇÃO DAS INSTALAÇÕES PREVENTIVAS E DE COMBATE A INCÊNDIOS DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE ENSINO FUNDAMENTAL DE ITAJAÍ-SC Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil pela Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar. Orientador: Prof. Moacir de Oliveira Júnior. Itajaí 2011
  • 3. 2
  • 4. 3 AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar a Deus que iluminou o meu caminho durante esta caminhada. Agradeço também a minha namorada, Kenia, que de forma especial e carinhosa me deu força e coragem, me apoiando nos momentos de dificuldades. Quero agradecer também ao meu filho, Toni Neto, que embora não tivesse conhecimento disto, iluminou de maneira especial os meus pensamentos me levando a buscar mais conhecimentos. Não poderia esquecer minhas avós Natalina Sabadini e Maria de Souza, minha tia-avó Idalina, e meus avós Gilberto Pacheco e Anisio de Souza, que apesar de ausentes, sempre me incentivaram a alcançar meus sonhos e objetivos. E não deixando de agradecer de forma grata e grandiosa aos meus irmãos Felipe, Guilherme, Maria Fernanda e Juliana, e principalmente meus pais, Toni e Cláudia, a quem eu rogo todas as noites a minha existência.
  • 5. 4 O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis." José de Alencar
  • 6. 5 APRESENTAÇÃO Atendendo ao disposto no Regulamento do Curso de Engenharia Civil, submetemos à consideração superior o presente TCC realizado no período de 01/03/2011 a 05/12/2011, bem como as considerações a respeito do mesmo.
  • 7. 6 RESUMO O objetivo do presente trabalho foi analisar e avaliar as edificações escolares de ensino fundamental de Itajaí – SC em relação ao sistema preventivo e combate ao incêndio. Entende-se por prevenção contra incêndios o conjunto de medida de cautela, recursos legais e materiais para evitar sinistros, bem como saber combate- los de início caso ocorram. Foram realizadas pesquisas em normas técnicas para fundamentação de um check list contendo os requisitos a serem observados e avaliados em campo, totalizando trinta e nove escolas pesquisadas. Através dos dados obtidos, pode-se perceber que todas as escolas apresentaram alguma desconformidade, caracterizada pela ausência ou condições precárias das instalações preventivas e de combate a incêndios das edificações, fato preocupante, já que coloca em risco a segurança dos usuários e causam perdas sociais, econômicas e principalmente humanas. Palavras-chave: Escolas, Incêndio, Bombeiros.
  • 8. 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina .................................... 18 Figura 2 - Origem do fogo .................................................................................... 19 Figura 3 - Triângulo e tetraedro do fogo ............................................................... 20 Figura 4 - Detalhe do extintor. .............................................................................. 29 Figura 5 - Detalhe de hidrante .............................................................................. 32 Figura 6 - Planta baixa de casa de gás. ............................................................... 34 Figura 7 - Corte A.A. da casa de gás. .................................................................. 35 Figura 8 - Detalhe do ponto de alimentação dos fogões a gás............................. 35 Figura 9 - Funcionamento do SPCDA por método de Franklin. ........................... 40 Figura 10 - Desenho genérico do sistema Faraday em galpão .............................. 41 Figura 11 - Desenho genérico do sistema Faraday em prédio. .............................. 41 Figura 12 - Desenho genérico do sistema de esfera rolante em prédio. ................ 42 Figura 13 - Funcionamento da esfera rolante. ........................................................ 42 Figura 14 - Detalhe da fixação do cabo e terminal aéreo na telha. ........................ 45 Figura 15 - Acionador e sonorizador do sistema de alarme. .................................. 47 Figura 16 - Luminária de sinalização de abandono de local com seta indicativa de saída................................................................................ 49 Figura 17 - Instalação da luminária de emergência. ............................................... 51 Figura 18 - Gráfico da exigibilidade dos sistemas preventivos e de combate a incêndios. .......................................................................................... 58 Figura 19 - Gráfico global de verificação de conformidades das edificações onde os sistemas preventivos são exigidos. ........................................ 59 Figura 20 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de proteção por conjunto de extintores ..................................................... 60 Figura 21 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema hidráulico preventivo ............................................................................ 61
  • 9. 8 Figura 22 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de gás centralizado .......................................................................................... 61 Figura 23 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de saídas de emergência. ......................................................................... 62 Figura 24 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de proteção por descargas........................................................................ 63 Figura 25 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de iluminação de emergência. .................................................................. 64 Figura 26 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de sinalização de emergência. .................................................................. 65 Figura 27 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de alarme de incêndio. .............................................................................. 65
  • 10. 9 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Quantidade de incêndios no município de Itajaí-SC no ano de 2010. .................................................................................................... 13 Quadro 2 - Carga de fogo em função da classificação de risco. ............................ 24 Quadro 3 - Seleção do agente extintor segundo a classificação do fogo. .............. 28 Quadro 4 - Definição da quantidade de extintores e caminhamento em razão da classificação de risco. ..................................................................... 28 Quadro 5 - Quantidade de hidrante em uso simultâneo em função do número de hidrantes instalados. .......................................................... 31 Quadro 6 - Pressão mínima exigida de acordo com a classificação de risco. ........ 31 Quadro 7 - Vazões em hidrantes conforme classificação de risco. ........................ 32 Quadro 8 - Afastamento mínimo por quantidade de GLP. ..................................... 33 Quadro 9 - Saída de emergência em edificações. ................................................. 37 Quadro 10 - Tipo e quantidade de escadas. ............................................................ 37 Quadro 11 - Nível de proteção do SPCDA pelo tipo de edificação. ......................... 43 Quadro 12 - Dimensionamento do SPCDA conforme nível de proteção. ................. 43 Quadro 13 - Seções mínimas dos materiais que compõe o SPCDA........................ 44 Quadro 14 - Check list contendo os parâmetros a serem verificados ...................... 55 Quadro 15 - Não conformidades encontradas em função da quantidade de edificações pesquisadas onde há exigibilidade dos sistemas preventivos ........................................................................................... 66
  • 11. 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11 1.1 Tema e problema de pesquisa ............................................................................ 11 1.2 Objetivos ............................................................................................................. 12 1.2.1 Objetivo geral .................................................................................................. 12 1.2.2 Objetivos específicos ...................................................................................... 12 1.3 Justificativa ......................................................................................................... 12 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 15 2.1 História do Corpo de Bombeiros ......................................................................... 15 2.1.1 No Mundo ....................................................................................................... 15 2.1.2 No Brasil ......................................................................................................... 16 2.1.3 Em Santa Catarina ......................................................................................... 17 2.2 Fogo .................................................................................................................... 19 2.2.1 História do fogo ............................................................................................... 19 2.2.2 Conceito.......................................................................................................... 19 2.2.3 Elementos essenciais do fogo ........................................................................ 20 2.3 Classes de incêndios .......................................................................................... 22 2.4 Classificação das edificações ............................................................................. 23 2.5 Sistemas de segurança....................................................................................... 24 2.6 Sistemas preventivos .......................................................................................... 25 2.6.1 Proteção passiva ............................................................................................ 25 2.6.2 Proteção por conjunto de extintores ............................................................... 26 2.6.3 Sistema hidráulico preventivo ......................................................................... 30 2.6.4 Instalação de gás combustível canalizado...................................................... 33 2.6.5 Saída de emergência, rota de saída ou saída ................................................ 36 2.6.6 Sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPCDA) ...................... 39 2.6.7 Sistema de alarme de incêndio ....................................................................... 45 2.6.8 Sistema de sinalização de emergência........................................................... 48 2.6.9 Sistema de iluminação de emergência ........................................................... 50 3 METODOLOGIA ................................................................................................... 52 3.1 Perspectiva da pesquisa ..................................................................................... 52 3.2 Procedimento e instrumentos de coleta e análise de informações ..................... 52 4 APRESENTAÇÃO DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............. 57 5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 68 6 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 71
  • 12. 11 1 INTRODUÇÃO 1.1 Tema e problema de pesquisa Segundo corpo de bombeiros militar do estado do Rio de Janeiro - academia de bombeiro militar D. Pedro II (2008) a prevenção de incêndio envolve uma série de providências e cuidados, que implantados e executados conforme normas técnicas servem para dirimir o princípio e/ou propagação do fogo. A falha humana é apontada como causa fundamental nos incêndios, podendo desta forma ser evitada quando adotadas medidas preventivas necessárias, visando segurança e tranquilidade dos usuários. As medidas preventivas e de combate a incêndios estão dispostas em normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e na Norma de Segurança Contra Incêndios (NSCI/1994) que apresenta as especificações dos sistemas de segurança previstas para edificações escolares em Santa Catarina. (OLIVEIRA JÚNIOR, 2011). O completo funcionamento dos sistemas preventivos e de combate a incêndio compete à direção da escola, coordenando ações preventivas necessárias juntamente com Corpo de Bombeiros Militar (CBM), órgão responsável pela aprovação dos projetos e fiscalização (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2009). O município de Itajaí-SC apresenta em seu território 40 escolas municipais de ensino fundamental, sendo que a primeira escola municipal foi instituída pela lei provincial n° 9, de 15 de abril de 1835, posteriormente foi inaugurado o Grupo Escolar Vítor Meireles, em 04 de dezembro de 1913. No ano de 1928, em 12 de outubro o governador Adolfo Konder em visita oficial a Itajaí, inaugurou a Escola Lauro Müller no bairro Vila Operária (SANTOS, 2011).
  • 13. 12 A pergunta chave que norteia este trabalho de conclusão de curso é: Qual o diagnóstico das instalações preventivas e de combate a incêndios das escolas municipais de ensino fundamental de Itajaí - SC? 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo geral Analisar e avaliar as edificações escolares de ensino fundamental de Itajaí-SC em relação ao sistema preventivo e combate ao incêndio. 1.2.2 Objetivos específicos a) Apresentar o Sistema de Proteção Contra Incêndios (SPCI); b) Detalhar os sistemas preventivos mínimos necessários para unidades escolares; c) Mapear as unidades de ensino fundamental; d) Elaborar planilha contendo os requisitos a serem analisados; e) Vistoriar as edificações escolares; f) Analisar e interpretar os resultados obtidos. 1.3 Justificativa As consequências que os incêndios causam à sociedade são notórias, ocasionam perdas sociais, econômicas e principalmente humanas. Sendo assim, a prevenção e o combate a incêndios devem ser considerados como requisitos fundamentais das edificações.
  • 14. 13 O Quadro 1 apresenta os princípios e quantidade de incêndios registrados no município de Itajaí no ano de 2010 dividido por tipo de edificação e/ou tipo. Quadro 1 - Quantidade de incêndios no município de Itajaí-SC no ano de 2010. Ocorrência Quantidade Incêndio Edificação Comercial – Alvenaria 13 Incêndio Edificação Comercial – Madeira 4 Incêndio Edificação de Reunião de Público – Alvenaria 3 Incêndio Edificação Escolar – Alvenaria 1 Incêndio Edificação Mista – Alvenaria/Madeira 5 Incêndio Edificação Pública – Alvenaria 1 Incêndio Edificação Residencial Multifamiliar – Alvenaria 13 Incêndio Edificação Residencial Multifamiliar – Madeira 1 Incêndio Edificação Residencial Multifamiliar Mista – Madeira/Madeira 2 Incêndio Edificação Residencial Unifamiliar – Alvenaria 36 Incêndio Edificação Residencial Unifamiliar – Alvenaria/Madeira 36 Incêndio Edificação Residencial Unifamiliar – Madeira 57 Incêndio Edificação tipo Depósito de Inflamáveis – Alvenaria 1 Incêndio Edificação tipo Depósito de Inflamáveis – Madeira 1 Incêndio Edificação tipo Garagem – Alvenaria 4 Incêndio Edificação tipo Garagem – Madeira 1 Incêndio Edificação tipo Garagem – Metálica 2 Incêndio Edificação tipo Hospitalar/clínica – Alvenaria/Madeira 1 Incêndio em Vegetação – Área de Plantio 8 Incêndio em Vegetação – Nativa 24 Incêndio em Vegetação – Preservação Permanente 2 Incêndio em Vegetação – Reflorestamento 13 Incêndio em Vegetação – Terreno Baldio 65 Incêndio em Veículo – Carro 36 Incêndio em Veículo – Embarcação 2 Incêndio em Veículo – Moto 2 Incêndio em Veículo/Embarcação/Aeronave – Carga 11 Outros Incêndios 20 Outros Princípios de Incêndio 64 Princípio de Incêndio – Edificação Comercial 7 Princípio de Incêndio – Edificação Industrial 13 Princípio de Incêndio – Edificação Mista 1 Princípio de Incêndio – Edificação Pública 1 Princípio de Incêndio – Edificação Residencial Multifamiliar 2 Princípio de Incêndio – Edificação Residencial Unifamiliar 21 Princípio de Incêndio – Edificação tipo Garagem 1 Total 475 Fonte: CBMSC (2011).
  • 15. 14 Dentre as edificações, as escolares também devem cumprir as determinações das normas que regulam os sistemas preventivos e combate a incêndios e que tais sistemas estejam implantados corretamente e em condições de uso para garantir a segurança de todos os usuários. As edificações devem passar pela supervisão do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina (CBSC), embora muitos projetos não sejam analisados pelo Centro de Atividades Técnicas (CAT) do CBSC, cabe salientar que toda obra pública é construída ou reformada com o aval do profissional de engenharia ou arquitetura regularmente registrado no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) e com a devida capacidade técnica comprovada. (OLIVEIRA JUNIOR, 2011). Segundo Oliveira Júnior, Moacir (2011) as instalações preventivas e de combate a incêndios das edificações escolares estaduais de Itajaí estão em péssimas condições. Logo se observou a importância de se verificar também a realidade das escolas municipais de ensino fundamental.
  • 16. 15 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 História do Corpo de Bombeiros 2.1.1 No Mundo A origem dos Corpos de Bombeiros remonta à antiga Roma em 27 a.C., onde o imperador Augusto formou um grupo denominado de “vigiles”, o qual patrulhava as ruas para policiar e impedir incêndios (CARVALHO, 2011) No ano de 872 em Oxford, Inglaterra, foi promulgada uma das normas mais antigas que estabelecia um toque de alerta, a partir do qual se deviam apagar todos os incêndios que estivessem ocorrendo no momento. Logo após, Guilhermo, o Conquistador, expandiu o toque de alerta para toda a Inglaterra (BRIGADA MILITAR DO CORPO DE BOMBEIROS DO RIO GRANDE DO SUL, 2011). Após o grande incêndio de 1666 em Londres, Inglaterra, que destruiu grande parte da cidade e deixou milhares de pessoas desabrigadas, as companhias de seguros criaram brigadas de seguros contra incêndios para proteger a propriedade de seus clientes (MACEDO, 2011b). Em Boston, EUA, no ano de 1679 foi fundado o primeiro departamento profissional municipal contra incêndios, após um grande incêndio que destruiu 155 edificações e vários barcos. Em Massachusetts organizou-se nas comunidades sistemas de defesa contra o fogo, exigindo que cada casa houvesse disponíveis cinco baldes, que ao som dos sinos da igreja, os moradores formassem grandes filas, passando os baldes de mão em mão desde o manancial até o sinistro (BRIGADA MILITAR DO CORPO DE BOMBEIROS DO RIO GRANDE DO SUL, 2011). Outro momento histórico importante foi a criação da primeira organização profissional de bombeiros com a utilização de bombas a vapor com tração animal, em primeiro de abril de 1853 em Cinccinati, Ohio, sendo este o modelo adotado mais
  • 17. 16 tarde em Nova York. As primeiras escolas de bombeiros surgiram nos anos seguintes, em 1889 e 1914, nas cidades de Boston e Nova York respectivamente (BARBOSA, 2011). Nas guerras mundiais, os corpos de bombeiros já apresentavam estruturas suficientes para dirimir incêndios originados dos bombardeios, instituindo jornada de trabalho de 24 horas, prática adotada até os tempos atuais (MACEDO, 2011b). 2.1.2 No Brasil Durante o período imperial, os recursos disponíveis para população extinguir o fogo eram limitados e difíceis, visto que as construções eram ricas em madeiras, e o mesmo se expandia rapidamente (MACEDO, 2011a). O sinal de incêndio era dado pelos sinais das igrejas. Acorriam todos os aguadeiros com suas pipas, e também os populares, que faziam longas filas até o chafariz julgado mais próximo, transportando de mão em mão os baldes de água, ao mesmo tempo em que se improvisavam escadas de madeira para efetuar salvamentos, retirando os moradores, antes que eles se atirassem. Se o incêndio ocorria a noite a confusão era maior por falta de iluminação pública. Assim o Vice-Rei Luís de Vasconcelos, em ofício a Câmara datado de 12 de julho de 1788, determinou que todos deveriam iluminar a frente de suas casas, a fim de evitar o "atropelamento", que causava mais vítimas que o próprio fogo (CORPO DE BOMBEIROS CASCAVEL, 2011). No Rio de Janeiro, anteriormente a criação do corpo de bombeiros, os incêndios eram extintos por seções dos Arsenais de Guerra da Marinha, da Casa de Correção e da Repartição de Obras Públicas (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2011). Ao surgimento de um incêndio na cidade, os bombeiros eram avisados por três disparos de canhão, partidos do morro do Castelo, e por toques de sinos da igreja
  • 18. 17 de São Francisco de Paula, correspondendo o número de badaladas ao número da freguesia onde se verificava o sinistro. Esses toques eram então reproduzidos pela igreja matriz da freguesia. Em 2 de julho de 1856, pelo decreto imperial nº 1.775, assinado por sua Majestade o Imperador Dom Pedro II, foi criado o Corpo de Bombeiros Provisório da Corte. Ao recebimento de um aviso de incêndio, os praças saíam puxando o corrico pela via pública, o qual possuía de seis a oito mangueiras, procurando debelar o fogo, solicitando conforme a extensão do sinistro os reforços necessários (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2011). O decreto imperial de nº 1.775 reuniu numa só administração as diversas seções que até então existiam para o serviço de extinção de incêndios, sendo assim criado e organizado o Corpo Provisório de Bombeiros da Corte. Com o Decreto nº 2.587, de 30 de abril de 1860, tornava-se definitivo o Corpo Provisório de Bombeiros da Corte (ASSOCIAÇÃO DE MOTOCICLISTAS BOMBEIROS MOTO CLUBE, 2011). De acordo com brigada militar do corpo de bombeiros do Rio Grande do Sul ([200_]) em 1865 recebeu o Corpo de Bombeiros a sua primeira bomba-a-vapor, especialmente destinada aos incêndios à beira-mar, podendo ser embarcada para extinção de incêndios abordo e transportada por 20 (vinte) homens. Após inúmeras conquistas, somente em 1899 foi adquirida a primeira ambulância para acompanhar o material destinado ao combate a incêndio. E em 23 de maio de 1908 foi concluída a obra e inaugurada o majestoso prédio, verdadeiro símbolo arquitetônico, que é o Quartel do Comando Geral do Corpo de Bombeiros (CORPO DE BOMBEIROS CASCAVEL, 2011). 2.1.3 Em Santa Catarina Em 16 de setembro de 1919, foi sancionada pelo então Governador do Estado de Santa Catarina, Doutor Hercílio Luz, a Lei Estadual nº 1.288, que criava a Seção de Bombeiros, constituída de integrantes da então Força Pública (SECRETARIA DE
  • 19. 18 SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA DO CIDADÃO - CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE SANTA CATARINA, 2011). Somente em 26 de setembro de 1926, foi inaugurada a Seção de Bombeiros da Força Pública, hoje Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina - CBMSC, com a presença do Governador do Estado, Secretário do Interior e Justiça, Presidente do Congresso Representativo e do Superior Tribunal de Justiça, Chefe de Polícia e outras autoridades, além de muitas pessoas do povo (LAUREANO JUNIOR, 2006). A Seção de Bombeiros atendeu o seu primeiro chamado no dia 5 de outubro, quando extinguiu, com emprego da bomba manual, um princípio de incêndio que se originara no excesso de fuligem da chaminé da casa do Sr. Achilles Santos, à Rua Tenente Silveira, nº 6 (OLIVEIRA, 2005). A primeira descentralização da Corporação ocorreu em 13 de agosto de 1958, com a instalação de uma Organização Bombeiro Militar no município de Blumenau. A Lei Estadual nº 6.217, de 10 de fevereiro de 1983, criou a atual Organização Básica da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar (SAPO SABER, 2011). Em 13 de junho de 2003, a Emenda Constitucional nº 033, concedeu ao Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina - CBMSC o título de Organização independente, formando junto com a Polícia Militar, o grupo de Militares Estaduais (MASNIK, 2011). Figura 1 - Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina. 1 Fonte: Site do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina . 1 Disponível em: <http://www.cb.sc.gov.br/> Acesso em: 04 abr. 2011
  • 20. 19 2.2 Fogo 2.2.1 História do fogo O fogo existe desde o início da formação da Terra, passando a coexistir com o homem depois do seu aparecimento. Presume-se que os primeiros contatos, que os primitivos habitantes tiveram com o fogo, foram através de manifestações naturais como os raios que provocam grandes incêndios florestais. Na sua evolução, o homem primitivo passou a utilizar o fogo colhido dos eventos naturais e, mais tarde, obtido intencionalmente através da fricção de pedras, como parte integrante da sua vida, utilizando-o na iluminação e aquecimento das cavernas e no cozimento da sua comida. Nesse período, o homem dominava plenamente as técnicas de obtenção do fogo tendo-o, porém, como um fenômeno sobrenatural (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR D. PEDRO II, 2008). Figura 2 - Origem do fogo. Fonte: Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro Academia de Bombeiro Militar D. Pedro II (2008). 2.2.2 Conceito O fogo é a resultante de uma reação química de oxidação com desprendimento de luz e calor, podendo dizer que o fogo é a parte visível de uma combustão, reação
  • 21. 20 química na qual uma substância combustível reage com o oxigênio, ativada pelo calor emitindo energia luminosa (fogo), mais calor e outros produtos. A apresentação física do fogo pode ser de duas maneiras, como chama ou como brasas, podendo aparecer de forma isolada ou conjuntamente falsos (SECRETARIA DE ESTADO DA DEFESA CIVIL - CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – DIRETORIA GERAL DE ENSINO E INSTRUÇÃO, 2005). 2.2.3 Elementos essenciais do fogo Os elementos que compõe o fogo são: combustível (todo material que queima), comburente (oxigênio), calor e reação em cadeia, também denominado transformação em cadeia, o qual irá formar o quadrado ou tetraedro do fogo, conforme Figura 3, substituindo o antigo triângulo do fogo (REIS, 1987). Figura 3 - Triângulo e tetraedro do fogo. Fonte: DENIPOTTI et al. (2005). a) Combustível: Combustível é elemento que serve de campo de propagação do fogo. Para efeito prático as substâncias foram divididas em combustíveis (materiais orgânicos) e incombustíveis (materiais inorgânicos), sendo a temperatura de 1000ºC para essa divisão, ou seja, os combustíveis queimam abaixo de 1000ºC, e os incombustíveis acima de 1000ºC, isto se deve ao fato de, teoricamente, todas as substâncias poderem entrar em combustão (queimar) (SECRETARIA DE ESTADO DA DEFESA CIVIL - CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – DIRETORIA GERAL DE ENSINO E INSTRUÇÃO, 2005).
  • 22. 21 Os combustíveis podem ser sólidos, líquidos e gasosos, tendo este último maior capacidade de entrar em combustão (combustibilidade). A maioria dos corpos orgânicos antes de se combinarem como oxigênio para originar a combustão, transformam-se inicialmente em gases ou vapores. Todo material combustível que se gaseifica para combinar como oxigênio, possui em sua estrutura um ou mais dos elementos químicos carbono, hidrogênio e enxofre, chamados de elementos combustíveis (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR D. PEDRO II, 2008). b) Calor: Calor é uma forma de energia que eleva a temperatura, gerada da transformação de outra energia, através de processo físico ou químico. Pode ser descrito como uma condição da matéria em movimento, isto é, movimentação ou vibração das moléculas que compõem a matéria. A energia de ativação serve como condição favorável para que haja a reação de combustão, elevando a temperatura ambiente ou de forma pontual, proporcionando com que o combustível reaja com o comburente em uma reação exotérmica (REIS, 1987). Ao receber calor, o combustível se aquece até chegar a uma temperatura que começa a desprender gases (os combustíveis inflamáveis normalmente já desprendem gases a temperatura ambiente). Esses gases se misturam com o oxigênio do ar e em contato com uma chama ou até mesmo uma centelha, dá início à queima (DENIPOTTI et al., 2005). c) Reação em cadeia: Novo elemento essencial ao fogo, a reação em cadeia formada durante a combustão gera produtos intermediários instáveis, chamados radicais livres, prontos a combinar-se com outros elementos, gerando novos radicais mais estáveis. Aos radicais livres cabe a transmissão da energia química, gerada pela reação, que por sua vez se transformará em energia calorífica decompondo as moléculas, ainda intactas, e assim promovendo a sustentação e propagação do fogo (REIS, 1987). A reação em cadeia torna a queima auto-sustentável. O calor irradiado da chama atinge o combustível e este é decomposto em partículas menores, que se combinam com o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor para o combustível, formando
  • 23. 22 um círculo constante (SECRETARIA DE ESTADO DA DEFESA CIVIL - CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – DIRETORIA GERAL DE ENSINO E INSTRUÇÃO, 2005). d) Propagação do fogo: O fogo pode se propagar através do contato da chama em outros combustíveis, pelo deslocamento de partículas incandescentes ou pela ação do calor. O calor é uma forma de energia produzida pela combustão ou originada do atrito dos corpos, se propagando por três processos de transmissão (DENIPOTTI et al., 2005). e) Condução: É a forma pela qual se transmite o calor através do próprio material, de molécula a molécula ou de corpo a corpo (FERREIRA JUNIOR, 1974). f) Convecção: É quando o calor se transmite através de uma massa de ar aquecida, que se desloca do local em chamas, levando para outros locais, quantidade de calor suficiente para que os materiais combustíveis aí existentes atinjam seu ponto de combustão, originando outro foco de fogo. (REIS, 1987). g) Irradiação: É quando o calor se transmite por ondas caloríficas através do espaço, sem utilizar qualquer meio material (SECRETARIA DE ESTADO DA DEFESA CIVIL - CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – DIRETORIA GERAL DE ENSINO E INSTRUÇÃO, 2005). 2.3 Classes de incêndios Os incêndios são classificados de acordo com as características dos seus combustíveis. Somente com o conhecimento da natureza do material que está se queimando, pode-se descobrir o melhor método para uma extinção rápida e segura (REIS, 1987). Segundo o Governo do Estado de São Paulo (2009) os incêndios são classificados conforme descrito a seguir:
  • 24. 23 Classe A  Caracteriza-se por fogo em materiais sólidos;  Queimam em superfície e profundidade;  Após a queima deixam resíduos, brasas e cinzas;  Esse tipo de incêndio é extinto principalmente pelo método de resfriamento, e às vezes por abafamento através de jato pulverizado. Classe B  Caracteriza-se por fogo em combustíveis líquidos inflamáveis;  Queimam em superfície;  Após a queima, não deixam resíduos;  Esse tipo de incêndio é extinto pelo método de abafamento. Classe C  Caracteriza–se por fogo em materiais/equipamentos energizados (geralmente equipamentos elétricos);  A extinção só pode ser realizada com agente extintor não condutor de eletricidade, nunca com extintores de água ou espuma;  O primeiro passo num incêndio de classe C é desligar o quadro de força, pois assim ele se tornará um incêndio de classe A ou B. Classe D  Caracteriza-se por fogo em metais pirofóricos (alumínio, sódio, magnésio, etc.);  São difíceis de serem apagados;  Esse tipo de incêndio é extinto pelo método de abafamento;  Nunca utilizar extintores de água ou espuma para extinção do fogo. 2.4 Classificação das edificações É fundamental e necessário saber quais os sistemas de prevenção contra incêndio exigidos em edificações escolares. Para determinar as medidas de segurança contra
  • 25. 24 incêndios, a NSCI (1994) em seu art. 10 atribui à ocupação escolar contemplando escolas, creches, jardins e congêneres, além disso, em seu art. 27 classifica as mesmas como risco leve, ressaltando que poderá ocorrer mudança de classificação de risco, de acordo com a carga de fogo, que é calculada de modo que todo o material potencialmente combustível de uma edificação não ultrapasse valores normatizados, conforme especificado no Quadro 2. Quadro 2 - Carga de fogo em função da classificação de risco. Classificação de risco Carga de fogo (kg/m²) Risco leve <60 Risco médio 60 a 120 Risco elevado >120 Fonte: Adaptação do art. 27 da NSCI (1994). 2.5 Sistemas de segurança Nesse contexto para se definir os sistemas preventivos mínimos exigidos para edificações em Santa Catarina, “deve-se” adotar as prescrições do Capítulo III da NSCI que em seu Art. 20 trata exclusivamente de edificações escolares. Art. 20 - Nas edificações ESCOLARES: I - Independente do número de pavimentos ou da área total construída, será exigido Sistema Preventivo por Extintores; II - Com 04 ou mais pavimentos ou área total construída, igual ou superior a 750 m2, será exigido Sistema Hidráulico Preventivo; III - Será exigido Gás Centralizado, quando houver o funcionamento de aparelho técnico de queima; IV - Serão exigidas Saídas de Emergência; V - Com 04 ou mais pavimentos ou área total construída, igual ou superior a 750 m2 deverão dispor de proteção por Pára-Raios; VI - Com mais de 20 m de altura deverão dispor de pontos para Ancoragem de Cabos; VII - Com área total construída, superior a 1.500 m2, será exigido Sistema de Alarme; Sinalização que auxilie o Abandono do Local e Iluminação de Emergência, nas salas e nas circulações, com exceção das edificações onde a sala de aula possua saída diretamente para o exterior. (NSCI, 1994).
  • 26. 25 2.6 Sistemas preventivos Por prevenção contra incêndios entende-se o conjunto de medida de cautela, recursos legais e materiais para evitar irrupção de sinistros, bem como atacá-los de inicio se ocorrerem, até a chegada do corpo de bombeiros. (FERREIRA JUNIOR, 1974). Os objetivos fundamentais dos sistemas preventivos são de minimizar o risco a vida e reduzir a perda patrimonial, visto que garante a fuga dos ocupantes da edificação em condições de segurança, a minimização de danos a edificações adjacentes e à infraestrutura pública e a segurança das operações de combate ao incêndio quando necessárias (VARGAS; SILVA, 2005). A seleção do sistema preventivo ideal deve ser feita tendo por base os riscos de início de um incêndio, de sua propagação e de suas consequências. Não basta identificar o possível dano à propriedade devido ao fogo, mas por razões econômicas, é necessário também identificar a extensão do dano que pode ser considerado tolerável (REIS, 1987). A necessidade e o valor da prevenção são indiscutíveis notadamente quando se leva em conta que os maiores incêndios originam-se de causas facilmente domináveis, por iguais razões, são válidos todos os esforços no sentido de se conhecer as normas preventivas e a legislação pertinente, vale lembrar a importância da prevenção contra incêndio no dia a dia das pessoas. (FERREIRA JUNIOR, 1974). 2.6.1 Proteção passiva A vida moderna aumenta os riscos de incêndio devido às maiores concentrações humanas, edificações mais próximas e mais altas, concepções arquitetônicas que favorecem a propagação do fogo, materiais decorativos de fácil combustão e pela proliferação, no interior das edificações (VALLE, [2008?]).
  • 27. 26 Ao contrário da proteção ativa que visa a extinção do incêndio, a proteção passiva está incorporada, tendo como principais objetivos a compartimentação e o confinamento do sinistro, evitando sua propagação e mantendo a estabilidade estrutural do edifício por um tempo determinado, propiciando a evacuação de seus ocupantes e assegurando a integridade das equipes de salvamento, resgate e combate a incêndio do Corpo de Bombeiros (ONO, 2008). O Congresso Brasileiro do Concreto (2005) descreve que as medidas de proteção passiva são de vital importância numa situação de incêndio, levando em consideração a correta provisão de rotas de fuga e a definição do grau de resistência dos elementos construtivos, estruturais e dos compartimentos, que irão limitar ou conter o crescimento do incêndio no interior do edifício. Outro fator muito importante, porém pouco considerada pelos projetistas é a acessibilidade ao lote e a edificação, que quando não existe surge uma preocupação em relação à segurança contra incêndio, pois a correta implantação do edifício no lote e concepção de suas fachadas são itens essenciais ao bom desempenho das atividades de salvamento e combate a incêndios. 2.6.2 Proteção por conjunto de extintores Os extintores fazem parte do sistema básico de segurança contra incêndio em edificações e têm como objetivo o combate de princípio de incêndio, apresentando como principais características, a portabilidade, facilidade de uso, manejo e operação. Vale lembrar que os princípios de incêndios têm características diferentes em função de sua origem elétrica ou não, e materiais combustíveis envolvidos, o que exige o uso de agentes extintores apropriados para cada caso (SEITO et al., 2008). De acordo com a NBR 12693 (1993) o extintor de incêndio é um aparelho de acionamento manual, constituído de recipiente e acessórios contendo o agente extintor destinado a combater princípios de incêndio. O sistema de proteção contra incêndio por extintores, portáteis e/ou sobre rodas, deve ser projetado considerando- se a classe de risco a ser protegida e respectiva área, a natureza do fogo a ser
  • 28. 27 extinto, o agente extintor a ser utilizado, a capacidade extintora do extintor e a distância máxima a ser percorrida. Os extintores são classificados de acordo com sua capacidade extintora, obedecendo a critérios de tipo e quantidade de agente- extintor (NSCI, 1994). São considerados agentes extintores, em virtude da sua atuação sobre o fogo, as seguintes substâncias: a) Espuma: é uma solução aquosa de baixa densidade e de forma contínua, constituída por um aglomerado de bolhas de ar ou de um gás inerte. É um agente extintor indicado para incêndios das classes A e B. Age por abafamento e secundariamente por resfriamento. Por ter água na sua composição, não se pode utiliza-lo em incêndio de classe C, pois conduz corrente elétrica. Existem dois tipos clássicos de espuma, são eles espuma química e mecânica (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR D. PEDRO II, 2008). b) Gás Carbônico: é um gás incombustível, inodoro, incolor, mais pesado que o ar, não é tóxico, mas sua ingestão provoca asfixia. Atua por abafamento, dissipa-se rapidamente quando aplicado em locais abertos. Não conduz corrente elétrica, nem suja o ambiente em que é utilizado. O Dióxido de Carbono apresenta melhor resultado no combate a incêndios das Classes B e C. Na Classe A apaga somente na superfície (REIS, 1987). c) Pó Químico Seco (PQS): mistura na forma de pó, com propriedade de extinção de incêndios, constituída de um ou mais produtos inibidores e outras substâncias que proporcionam propriedades físico-químicas a ela (NBR 9695, 2003). É um grupo de agentes extintores de finíssimas partículas sólidas, e tem como características não serem abrasivas, não serem tóxicas, mas pode provocar asfixia se inalado em excesso, não conduz corrente elétrica, mas tem o inconveniente de contaminar o ambiente sujando-o, podendo danificar inclusive equipamentos eletrônicos, desta forma, deve-se evitar sua utilização em ambiente que possua estes equipamentos no seu interior e ainda dificultando a visualização do ambiente. Atua por abafamento e quebra da reação em cadeia (FERREIRA JUNIOR, 1974).
  • 29. 28 d) Água: é o agente extintor "universal", permite aplicação sob diversas formas devido sua abundância e as suas características de emprego. Como agente extintor a água age principalmente por resfriamento e por abafamento. Podem ser aplicado na forma de jato compacto, chuveiro e neblina. Para os dois primeiros casos, a ação é por resfriamento. Na forma de neblina, sua ação é de resfriamento e abafamento. É o agente extintor indicado para incêndios de classe A (DENIPOTTI et al., 2005) De acordo com a natureza do fogo, os agentes extintores devem ser selecionados entre os constantes no Quadro 3. Quadro 3 - Seleção do agente extintor segundo a classificação do fogo. Classe de Água Espuma PQS CO² Incêndio SIM SIM Somente na Somente na A Excelente Regular superfície superfície SIM SIM SIM B NÃO Excelente Excelente Bom SIM SIM C NÃO NÃO Bom Excelente PQS D NÃO NÃO NÃO ESPECIAL Fonte: Informativo técnico 002 do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (IT-CBMSC) (2006). Segundo a NSCI (1994) a quantidade de extintores é determinada pela classificação de risco de incêndio da edificação de forma a proteger uma área máxima, respeitando um caminhamento onde o operador não percorra uma determinada distância até o ponto mais afastado ou a outro extintor. Por estas razões, a quantidade de extintor e seu caminhamento são definidos pelo Quadro 4. Quadro 4 – Definição da quantidade de extintores e caminhamento em razão da classificação de risco. Classificação de risco Extintor por área2 Caminhamento Risco Leve 500 m² 20 m Risco Médio 250 m² 15 m Risco Elevado 250 m² 10 m Fonte: Adaptação do art. 33 e 34 da NSCI (1994). 2 Uma unidade extintora para uma área de acordo com a classificação de risco.
  • 30. 29 Figura 4 - Detalhe do extintor. Fonte: IN-CBMSC 006 (2009).
  • 31. 30 2.6.3 Sistema hidráulico preventivo Dentre os numerosos problemas que a extinção de incêndios apresenta ao bombeiro, um dos mais importantes e comuns consiste em fazer chegar a água até o fogo, em quantidade suficiente, de modo a se obter a combinação de sua capacidade de absorver calor, com o efeito mecânico do jato. A situação ideal é, evidentemente, aquela em que se dispõe de um volume de água suficiente, sob uma pressão estática adequada para atender as necessidades normais (SOUZA, 2008). O sistema de hidrantes e de mangotinhos é um sistema de combate a incêndio que funciona sob comando e libera água sobre o foco de incêndio em vazão compatível ao risco do local que visa proteger, de forma a extingui-lo ou controlá-lo em seu estágio inicial. Dessa forma, esse sistema possibilita o início do combate ao incêndio pelos usuários antes da chegada do corpo de bombeiros, além de facilitar os serviços dele quanto ao recalque de água e, em especial, em edificações altas (SEITO et al., 2008). Uma das características básicas do sistema de mangotinhos é a facilidade de operação pelos usuários em função das pequenas vazões e diâmetros das mangueiras, propiciando mais agilidade e facilidade às ações de combate ao fogo na fase inicial (SEITO et al., 2008). A NBR13714 (2000) conceitua o sistema hidráulico preventivo como um sistema de combate a incêndio composto por reserva de incêndio, bombas de incêndio (quando necessário), rede de tubulação, hidrantes ou mangotinhos e outros acessórios. No estado de Santa Catarina o sistema de hidrantes e de mangotinhos, em geral, são classificados de acordo com diâmetro da mangueira, comprimento máximo da mangueira, número de saídas e vazão no hidrante ou mangotinho mais desfavorável, em função da ocupação e uso da edificação. A disposição do sistema deve atender às características da edificação, em relação à arquitetura e mobiliários, e a cobertura proporcionada pelas mangueiras, que é no máximo de 30 m de caminhamento conforme NSCI (1994).
  • 32. 31 O mangotinho é o ponto de tomada de água no qual há uma simples saída contendo válvula de abertura rápida, adaptador (se necessário), mangueira semirrígida acondicionada em carretel axial, esguicho regulável e demais acessórios (SEITO et al., 2008). Para o efetivo funcionamento do sistema, a NSCI (1994) exige que o mesmo seja dimensionado a fim de garantir vazão mínima no hidrante hidraulicamente menos favorável, avaliando o funcionamento de hidrantes em uso simultâneo em função da quantidade de hidrantes instalados, conforme especificado no Quadro 5. Quadro 5 - Quantidade de hidrante em uso simultâneo em função do número de hidrantes instalados. Quantidade de hidrante em uso Quantidade de hidrantes instalados na simultâneo edificação 1 hidrante Quando instalado 1 hidrante 2 hidrantes Quando instalados 2 a 4 hidrantes 3 hidrantes Quando instalados 5 ou 6 hidrantes 4 hidrantes Quando instalados mais que 6 hidrantes Fonte: Adaptação do art. 66 da NSCI (1994). A pressão mínima, definida no Quadro 6, deve ser verificada no hidrante hidraulicamente mais desfavorável, obedecendo a classificação de risco de incêndio encontrada para a edificação. Quadro 6 - Pressão mínima exigida de acordo com a classificação de risco. Classificação de risco Pressão mínima (Kg/cm²) Risco Leve 0,4 Risco Médio 1,5 Risco Elevado 4,5 Fonte: Adaptação do art. 65 da NSCI (1994). A reserva técnica de incêndio (RTI), para risco leve, é dimensionada de tal forma que forneça ao sistema uma autonomia mínima de 30 minutos, sendo consideradas as vazões segundo o Quadro 7.
  • 33. 32 Quadro 7 - Vazões em hidrantes conforme classificação de risco. Risco leve Risco médio e elevado A vazão no hidrante mais 1 hidrante Quando instalado 1 hidrante favorável, acrescido de 2 2 hidrantes Quando instalados 2 a 4 hidrantes minutos por hidrante 3 hidrantes Quando instalados 5 ou 6 hidrantes excedente a quatro. 4 hidrantes Quando instalados mais que 6 hidrantes 3 Fonte: Adaptação do art. 52 da NSCI (1994). Em edificações de risco leve, a RTI mínima deve ser de 5000 l, quando em reservatório subterrâneo, será o dobro da previsão para a do reservatório elevado, para todas as classes de risco. Figura 5 - Detalhe de hidrante. Fonte: IN-CBMSC 007 (2009). 3 Acrescer dois minutos por hidrante excedente a quatro.
  • 34. 33 2.6.4 Instalação de gás combustível canalizado Considerando que o gás é uma das grandes causas de incêndios nas edificações devido a erros de projeto e de execução e utilização de materiais inadequados, torna-se imprescindível e obrigatório respeitar as normas vigentes principalmente no que se refere ao afastamento, ponto mais importante e mais discutido quando são analisadas as normas de sistemas de gás centralizado (BITTENCOURT, [200 _]). De acordo com as especificações da Instrução Normativa do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (IN-CBMSC) 008 (2009) o afastamento mínimo que as centrais de gás devem obedecer em relação à projeção vertical da edificação, levando-se em consideração a quantidade de gás, é dado pelo Quadro 8. Quadro 8 - Afastamento mínimo por quantidade de GLP. Afastamento de segurança (m) Recipiente Capacidade da Recipiente em Recipiente de 6 4 5 enterrado ou central de GLP (Kg) Central superfície 7 aterrado Até 1000 0 1,5 3,0 >1000 a 2750 1,5 3,0 3,0 >2750 a 4000 3,0 7,5 3,0 >4000 a 60000 7,5 15,0 15,0 >60000 15,0 22,5 15,0 Fonte: IN-CBMSC 008 (2009). Outro fator muito importante é a escolha do tipo do aparelho de queima, pois está diretamente ligada à capacidade (potência), havendo a possibilidade ou não de instalação de chaminé. O somatório das capacidades dos aparelhos localizados no mesmo cômodo ou ambiente contíguo determinarão a área das aberturas para ventilação permanente, que é no mínimo de 200 cm². Importante lembrar que se faz 4 Instalado diretamente sobre o solo ou sobre suportes rente ao chão isolados por paredes e coberturas corta fogo. 5 Instalado diretamente sobre o solo ou sobre suportes rente ao chão. 6 Instalados a uma profundidade mínima de 0,30 m (trinta centímetros) medida entre a tangente do topo do recipiente e o nível do solo.
  • 35. 34 obrigatório perante NSCI (1994) no Estado de Santa Catarina aberturas para ventilação na central de gás. A NBR 15526 (2007) define a central de gás como sendo uma área devidamente delimitada que contém os recipientes transportáveis ou estacionários e acessórios, destinados ao armazenamento de gases combustíveis para consumo na própria rede de distribuição interna, e o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) um produto constituído de hidrocarbonetos com três ou quatro átomos de carbono (propano, propeno, butano, buteno), podendo apresentar-se em mistura entre si e com pequenas frações de outros hidrocarbonetos. Figura 6 - Planta baixa de casa de gás. Fonte: Elaborado pelo autor com base a NSCI (1994). 7 Recoberto de terra compactada, com no mínimo 0,30 m (trinta centímetros) de espessura em qualquer ponto do costado do recipiente.
  • 36. 35 Figura 7 - Corte A.A. da casa de gás. Fonte: Elaborado pelo autor com base a NSCI (1994). Figura 8 - Detalhe do ponto de alimentação dos fogões a gás. Fonte: Elaborado pelo autor com base a NSCI (1994).
  • 37. 36 2.6.5 Saída de emergência, rota de saída ou saída Segundo Alves, Alessandra (2005) o conhecimento dos conceitos existentes sobre incêndio, bem como das causas e consequências, possibilita a adoção de medidas preventivas e protetoras capazes de incrementar a segurança contra incêndio. Entre as medidas protetoras estão as rotas de escape, ligadas às saídas de emergência, tendo como objetivo principal o movimento de evacuação seguro e rápido da população dos edifícios. Na ocorrência de um incêndio, em poucos segundos a pessoa é submetida à intensa carga física e emocional para qual normalmente não está preparada, que segundo Gwynne et al (1999), é encontrado uma tendência no comportamento dos indivíduos no caso de incêndios, de grande interesse porque apresenta quatro áreas interativas que cobrem os elementos envolvidos no caso de um sinistro: Configuração do espaço - compreende a geografia da estrutura, incluindo largura e disposição das saídas, etc. Procedimentos - conhecimento dos usuários sobre o espaço, treino e funções dos funcionários, familiaridade dos ocupantes com a disponibilidade de saídas. Ambiente - influência dos efeitos como calor, gases tóxicos e fumaça na capacidade de navegação e decisão dos indivíduos. Comportamento - associação de todos os demais fatores com as características pessoais, como extrato grupo-social, adoção de papéis específicos (exemplo: líder), resposta do indivíduo a situações de emergência, velocidades de locomoção possível e capacidade do indivíduo de realizar tarefas necessárias. A falta ou inobservância de detalhes construtivos integrantes do sistema de saídas de emergência acarreta, no caso de utilização real, o desencadeamento de lesões corporais, entrada em pânico e até casos mais graves (SEITO et al., 2008).
  • 38. 37 A construção do sistema de saídas de emergência deve estar em condições de dar conforto mínimo e segurança ao usuário sendo peça fundamental no sucesso da retirada de pessoas de locais sinistrados. Segundo a NSCI (1994), as dimensões de larguras das saídas deverão atender requisitos, como proporcionalidade ao número de pessoas que por elas transitarem, a natureza da ocupação da edificação, ter no mínimo 1,20 m ou 1,50 m (edificações de reunião de público), e ser acrescida de uma unidade de passagem para cada conjunto de pessoas, conforme o Quadro 9. Quadro 9 - Saída de emergência em edificações. Capacidade Distancia Classe de Cálculo da Nº de pessoas/unidade de passagem máxima para ocupação população alcançar a Acessos Saídas Portas saída (m) Salas de aula 1 aluno/m² 100 60 100 35 Fonte: Adaptação do anexo F da NSCI, 1994. Para verificar o tipo e número mínimo de escadas é preciso submeter à edificação escolar ao Anexo B da IN 009, segundo o Quadro 10. Quadro 10 – Tipo e quantidade de escadas. Área <750 m² p/ Área >750 m² p/ Classificação Nº pavimento pavimento Altura (m) das edificações pavimentos Tipo de Nº escada Nº escada Nº escada escada H< 6 Até 3 1 I 2 I H< 12 Até 4 2 II 2 II Escolar H< 21 Até 8 2 II, III 2 III H< 30 Até 12 2 III, IV 2 IV H> 30 - 2 IV 2 IV Fonte: Adaptação do anexo B da IN-CBMSC 009, 2006. Segundo a NBR 9077 (2001) as saídas de emergência devem dispor de um caminho contínuo, devidamente protegido, proporcionado por portas, corredores, halls, passagens externas, balcões, vestíbulos, escadas, rampas ou outros dispositivos de saída ou combinações destes, a ser percorrido pelo usuário, em caso de um incêndio, de qualquer ponto da edificação até atingir a via pública ou espaço aberto, protegido do incêndio, em comunicação com o logradouro.
  • 39. 38 Para a verificação da quantidade de passagens e medidas mínimas pertencentes ao sistema de saídas de emergência, utiliza-se uma operação matemática constante na NSCI (1994) a qual define o número de unidades de passagem. Segue abaixo a fórmula: Onde: N= número de unidades de passagem (sendo fracionário deve ser arredondado para número inteiro superior) P= número de pessoas do pavimento de maior lotação (em escolas considerar 01 aluno/m², conforme Quadro 9) Ca= capacidade de acesso (Quadro 9) Ce= capacidade da escada (quando for calculado número de unidades de passagem de escadas, seguindo valores constantes no Quadro 9) Para se determinar a largura mínima para acessos, saídas e portas, multiplica-se o número de unidades de passagem encontrado (arredondado para cima) com o valor fixado pelo art. 203, NSCI 1994, que é de 0,55 m, conforme demonstrado abaixo: Onde: L= largura mínima para acessos, saídas e portas N= número de unidades de passagem encontrado Na NSCI, para edificações escolares, a dimensão mínima da largura para acessos e saídas é 1,20 m e portas de 80 cm, entretanto os cálculos poderão apresentar valores menores que o exigido em norma, de igual forma será adotado tais dimensões mínimas prevista na NSCI. Em escadas, o tipo e quantidade são determinados pelo Quadro 10, entretanto o dimensionamento é calculado respeitando os mesmos critérios para acessos e saídas, como visto anteriormente.
  • 40. 39 2.6.6 Sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPCDA) A NBR 5419 (2005) define como um sistema completo destinado a proteger uma estrutura contra os efeitos das descargas atmosféricas, sendo composto de um sistema externo e de um sistema interno de proteção. O sistema externo de proteção consiste em subsistema de captores, condutores de descida e de aterramento, e o sistema interno de proteção consiste em conjunto de dispositivos que reduzem os efeitos elétricos e magnéticos da corrente de descarga atmosférica dentro da edificação a proteger (equalização de potencial). A equalização de potencial constitui a medida mais eficaz para reduzir os riscos de incêndio, explosão e choques elétricos dentro do volume a proteger (NBR 5419, 2005). Entende-se por equalização de potenciais de instalações metálicas, massas, sistemas elétricos de potência e de sinais: a interligação e o aterramento por meio de barramento (uso da caixa de equipotencialização) dos circuitos elétricos, dos circuitos de sinal (telefone, cabos lógicos, tv a cabo, tv via satélite entre outros), bem como de todas as instalações metálicas de uma edificação (corrimões e guarda- corpo metálicos, gradis e guarda-corpo de sacadas e terraços, escadas de acesso à manutenção em reservatórios, estruturas metálicas contínuas de elevadores, tubulação do sistema hidráulico preventivo, estrutura de aço do concreto armado e demais massas metálicas como vigas, pilares metálicos, telhas metálicas e cabos condutores metálicos, cabos do sistema de proteção por descarga atmosférica) (GUILHERME, 2008). Esses sistemas foram feitos para proteger construções e seus ocupantes dos efeitos da eletricidade dos relâmpagos, criando um caminho, com um material de baixa resistência elétrica, para que a descarga entre ou saia pelo solo com um risco mínimo às pessoas presentes no local (OLIVEIRA JÚNIOR, Ademar Macedo de, 2004).
  • 41. 40 O sistema é dividido em três componentes, sendo eles o terminal aéreo, os condutores de descida e o terminal de aterramento. O terminal aéreo é uma haste metálica rígida e pontiaguda, montada numa base, no ponto mais alto da estrutura, que deverá capturar a descarga, conhecido pelo nome de para-raios ou proteção por método de Franklin, segundo Figura 9 (ALVES, Normando, 2007). Figura 9 - Funcionamento do SPCDA por método de Franklin. Fonte: Alves (2007). O sistema da Gaiola de Faraday, visualizado nas Figuras 10 e 11, consiste no lançamento de cabos sobre a cobertura da edificação, em forma de gaiola e/ou malha funcionando como uma blindagem eletrostática, tentando reduzir os campos elétricos dentro da edificação (GRACIELO, 2011).
  • 42. 41 Figura 10 - Desenho genérico do sistema Faraday em galpão. Fonte: Alves (2007). Figura 11 - Desenho genérico do sistema Faraday em prédio. Fonte: Alves (2007).
  • 43. 42 Como visto anteriormente, os métodos de Franklin e Faraday são sistemas compostos de materiais (mastros e cabos) instalados nas fachadas das edificações. Para saber se esses materiais estão corretamente posicionados e dimensionados, confirmando assim sua eficiência, pode-se adotar um modelo de cálculo chamado "método da esfera rolante" (eletro-geométrico), que consiste em fazer rodar uma esfera fictícia em todos os sentidos e direções sobre o topo e fachadas da edificação, conforme Figura 12 e 13. O objetivo é fazer com que os mastros (Franklin) ou cabos (Faraday) impeçam que a esfera toque a edificação, neste caso, simulando a ação do raio (GRACIELO, 2011). Figura 12 - Desenho genérico do sistema de esfera rolante em prédio. Fonte: Alves (2007). Figura 13 - Funcionamento da esfera rolante. Fonte: NBR 5419 (2005).
  • 44. 43 Para interceptar a descarga, conduzir a corrente e dispersá-la no solo, a NSCI (1994), exige a utilização dos métodos de Franklin, Faraday e esfera rolante de maneira separada ou de alguma forma combinada respeitando o nível de proteção mínimo em função das características da edificação, segundo o Quadro 11. Quadro 11 - Nível de proteção do SPCDA pelo tipo de edificação. Nível de Tipo de edificação proteção Instalações de centrais nucleares, torres de controle de tráfego aéreo, centrais de Nível I processamento e similares, onde não pode haver a interferência de descargas elétricas externas. Edificações de depósito de combustíveis ou explosivos, centrais de processamento Nível II de dados e similares que apresentem risco elevado de sofrerem danos causados por descargas elétricas. Edifícios de apartamentos ou comerciais, depósitos comuns e similares com Nível III características normais de uso rotineiro. Edificações onde não haja trânsito de pessoas com rotina e estejam situadas em Nível IV locais ermos. Fonte: Adaptação do art. 295 da NSCI (1994). O nível de proteção descrito na NBR 5419 (2005) expressa a probabilidade com a qual um SPDA protege um volume contra os efeitos das descargas atmosféricas que é diferente do prescrito no Quadro 11. Assim o SPCDA da NSCI torna-se um sistema mais brando que o da NBR 5419, pois o dimensionamento do sistema esta relacionado diretamente ao nível de proteção escolhido. Um sistema de SPCDA da NSCI (1994) é dimensionado respeitando o disposto do Quadro 12. Quadro 12 – Dimensionamento do SPCDA conforme nível de proteção. Malha (m) Ângulo de proteção/altura Espaçamento Nível de Raio de esfera das descidas proteção rolante (m) Princ. Secun. @/20m @/30m @/45m @/60m (m) 8 8 8 I 20 5 7,5 25 10 8 8 II 30 10 15 35 25 15 III 45 10 20 45 35 25 8 20 IV 60 20 30 55 45 35 25 25 Fonte: Adaptação do art. 294 e 317 da NSCI (1994). 8 Nestes casos só se utilizam os métodos de esfera rolante ou gaiola/malha.
  • 45. 44 Os condutores de descida devem-se dispor de modo que o comprimento da descida seja o mais curto e paralelo possível, distribuídos no entorno da edificação por um espaçamento máximo conforme nível de proteção adequado, definido pelo Quadro 12. Os terminais de aterramento compõe o último elemento do sistema, funcionando para a dispersão da corrente elétrica através de hastes (eletrodos), geralmente de cobre, em um nível que dependerá do tipo de solo e do tipo de construção que se deseja proteger (NSCI, 1994). O Quadro 13 apresenta as seções mínimas exigidas dos materiais que compõe o SPCDA, segundo dados obtidos na IN-CBMSC 010 (2008). Quadro 13 - Seções mínimas dos materiais que compõe o SPCDA. Descidas (para Descidas (para Captor e anéis Eletrodo de estruturas de estruturas de Materiais intermediários aterramento altura até 20m) altura superior a (mm²) (mm²) (mm²) 20m) (mm²) Cobre 35 16 35 50 Alumínio 70 25 70 Aço galvanizado a quente ou 50 50 50 80 embutido em concreto Fonte: IN-CBMSC 010 (2008). Quanto ao SPCDA pode-se afirmar que a segurança para o usuário e para o equipamento ligado a uma fonte elétrica é a finalidade básica e fundamental em qualquer sistema elétrico, evitando correntes de modo incomum, assegurando tranquilidade para o usuário (REDE INTEGRADA NACIONAL DE DETECÇÃO DE DESCARGAS ATMOSFÉRICAS, 2011). A Figura 14 demostra como se deve proceder a fixação do cabo e terminal aéreo na telha.
  • 46. 45 Figura 14 - Detalhe da fixação do cabo e terminal aéreo na telha. Fonte: Elaborado pelo autor com base na NSCI (1994). 2.6.7 Sistema de alarme de incêndio É um sistema complexo de vários dispositivos que detectam, controlam e indicam presença de fumaça, calor, chama e gases. Os dispositivos são controlados por uma central que conforme a NBR 9441 (1998) é um equipamento destinado a processar os sinais provenientes dos circuitos de detecção, a convertê-los em indicações adequadas e a comandar e controlar os demais componentes do sistema. A proposta conceitual do sistema de alarme de incêndio segundo Seito et al (2008), é detectar o fogo em seu estágio inicial, a fim de possibilitar o abandono rápido e seguro dos ocupantes do edifício e iniciar as ações de combate ao fogo, evitando assim a perda de vidas, do patrimônio e também evitar contaminação do meio ambiente.
  • 47. 46 O sistema de alarme de incêndio é constituído basicamente por detectores automáticos de incêndio e/ou acionadores manuais, painel de controle (central), indicadores sonoros e visuais e fonte de alimentação elétrica por carregador e bateria (NSCI, 1994). Os três elementos básicos dentro do conceito operacional do sistema citados anteriormente, podem ser descritos como detecção, processamento e aviso (sinalização). O primeiro elemento (detecção) é a parte do sistema que “percebe” (detecta) o incêndio. O segundo elemento envolve o processamento do sinal do detector de incêndio ou acionador manual enviado do local do fogo até a central de processamento ou central de alarme. Por último, o sistema de processamento da central ativa o aviso por meio de sinalização visual e/ou sonora, com o objetivo de alertar os ocupantes e também acionar dispositivos auxiliares para operação de outros sistemas. O ajuste da sensibilidade dos detectores é fundamental para se evitar a ocorrência de alarmes falsos (SECRETARIA DE ESTADO DA DEFESA CIVIL - CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – DIRETORIA GERAL DE ENSINO E INSTRUÇÃO, 2005). As edificações que dispuserem de acionadores manuais devem atentar para instalá- los em locais visíveis, como em áreas comuns de acesso e/ou circulação, próximo aos pontos de fuga e de equipamentos de combate a incêndio, de tal modo que o operador não percorra mais de 30 m no pavimento ou na área setorizada para acioná-los, entre cotas de 1,20 e 1,50 m do piso acabado (NSCI, 1994). Devido ao efeito físico da subida do ar quente, normalmente os detectores de temperatura e fumaça são instalados no teto de um ambiente, porém há necessidade de se levar em consideração a temperatura junto ao teto que pode sofrer aquecimento devido principalmente à radiação solar, iluminação ou sistemas de condicionamento de ar, formando um colchão de ar quente que não permite o contato da fumaça ou do calor gerado no princípio de um incêndio com o detector no teto, impedindo ou retardando a detecção (SEITO et al., 2008).
  • 48. 47 Figura 15 - Acionador e sonorizador do sistema de alarme Fonte: IN-CBMSC 012 (2006).
  • 49. 48 2.6.8 Sistema de sinalização de emergência De acordo com a NBR 13434-2 (2004) a sinalização de emergência é definida como uma sinalização que fornece uma mensagem de segurança, obtida por uma combinação de cor e forma geométrica, à qual é atribuída uma mensagem específica de segurança pela adição de um símbolo gráfico executado com cor de contraste. A sinalização de emergência é um dos aspectos marcantes no sucesso do projeto de abandono de uma edificação, com a finalidade de reduzir o risco de ocorrência de incêndio, alertando para os riscos existentes, e garantir que sejam adotadas ações adequadas à situação de risco, que orientem as ações de combate e facilitem a localização dos equipamentos e das rotas de escape da edificação, proporcionando um abandono seguro em casos de incêndio. Tal sinalização faz uso de símbolos, mensagens e cores, definidos na NBR 13434-2 (2004) (SEITO et al., 2008). Os tipos de sinalização de emergência, básica e complementar, devem ser implantados em função de características específicas de uso e dos riscos, bem como em função de necessidades básicas para a garantia da segurança contra incêndio da edificação. A sinalização básica é um conjunto mínimo de sinalização que uma edificação deve apresentar, constituído por quatro categorias, de acordo com a sua função: proibição, alerta, orientação/salvamento e equipamentos, já a complementar é um conjunto de sinalização composta por faixas de cor ou mensagens complementares à sinalização básica (SECRETARIA DE ESTADO DA DEFESA CIVIL - CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – DIRETORIA GERAL DE ENSINO E INSTRUÇÃO, 2005). A sinalização de emergência como descrito na NSCI (1994) deve assinalar todas as mudanças de direção, obstáculos, saídas, escadas, entre outros. A distância em linha reta entre dois pontos da sinalização de emergência não pode ser maior de 15 m, e o fluxo luminoso deve ser no mínimo igual a 30 lúmens com autonomia de funcionamento do sistema, quando da interrupção da alimentação normal.
  • 50. 49 Figura 16 - Luminária de sinalização de abandono de local com seta indicativa de saída Fonte: IN-CBMSC 013 (2006).
  • 51. 50 2.6.9 Sistema de iluminação de emergência O sistema de iluminação de emergência é aquele que, na falta de iluminação normal, deve clarear áreas escuras de passagens, horizontais e verticais, incluindo áreas de trabalho e áreas técnicas de controle de restabelecimento de serviços essenciais e normais. A intensidade da iluminação deve ser suficiente para evitar acidentes e garantir a evacuação das pessoas, levando em conta a possível penetração de fumaça nas áreas (NBR 10898, 1999). Complementando o conceito acima, a NSCI (1994) define o sistema de iluminação de emergência como um conjunto de componentes e equipamentos que, em funcionamento, proporcionam a iluminação suficiente e adequada para permitir a saída fácil e segura do público para o exterior, no caso de interrupção da alimentação normal, como também, a execução das manobras de interesse da segurança e intervenção do socorro e garante a continuação do trabalho naqueles locais onde não pode haver interrupção da iluminação. É definida pela NSCI (1994) que o sistema de iluminação de emergência deve ter autonomia mínima de uma hora de funcionamento, garantida durante este período a intensidade dos pontos de luz de maneira a respeitar os níveis mínimos de iluminação desejados em cinco lux para locais com desníveis (escadas, portas com altura inferior a 2,10 m e obstáculos) e três lux para locais planos (corredores, halls, elevadores e locais de refúgios). Nos locais onde não pode haver interrupção da iluminação, o nível de iluminamento de emergência deve ser igual a 70% do nível de iluminamento normal. O sistema de iluminação de emergência auxilia a viabilidade da saída dos ocupantes do edifício, permitindo o reconhecimento de obstáculos que possam dificultar a circulação, tais como grades, portas, saídas, mudanças de direção, não podendo ser concebido isoladamente dos demais sistemas de segurança da edificação (SECRETARIA DE ESTADO DA DEFESA CIVIL - CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – DIRETORIA GERAL DE ENSINO E INSTRUÇÃO, 2005).
  • 52. 51 A fonte de energia utilizada pelo sistema deve ser independente da fonte normal de alimentação do edifício, e deve situar-se abaixo da altura máxima do escape natural da fumaça. A entrada automática deve realizar-se em qualquer caso de falha da alimentação principal, por abertura do disjuntor, fusível ou qualquer manobra que interrompa o sistema normal de iluminação (SEITO et al., 2008). Figura 17 - Instalação da luminária de emergência. Fonte: IN-CBMSC 011 (2006).
  • 53. 52 3 METODOLOGIA 3.1 Perspectiva da pesquisa Esta pesquisa é do tipo quantitativa com objetivo exploratório, ou seja, foram realizadas pesquisas em normas técnicas para fundamentação de um check list com os requisitos a serem obtidos em pesquisa de campo, e apresentação dos resultados através de gráficos para representar a realidade das instalações preventivas e de combate a incêndios das edificações pesquisadas. 3.2 Procedimento e instrumentos de coleta e análise de informações Inicialmente foram solicitados os dados das escolas de ensino fundamental municipal junto à prefeitura municipal de Itajaí através da secretaria municipal de educação, totalizando quarenta (40) unidades, cujos nomes estão apresentados abaixo:  Centro Educacional Profº Cacildo Romagnani;  Centro Educacional de Cordeiros;  Centro Educacional Pedro Rizzi;  Escola Básica Aníbal Cesar;  Escola Básica Antônio Ramos;  Escola Básica Ariribá;  Escola Básica Arnaldo Brandão;  Escola Básica Avelino Werner;  Escola Básica Elias Adaime;  Escola Básica Francisco Celso Mafra;  Escola Básica Gaspar da Costa Moraes;  Escola Básica João Duarte;
  • 54. 53  Escola Básica João Paulo II;  Escola Básica José Fernandes Potter;  Escola Básica José Medeiros Vieira;  Escola Básica Mansueto Trés;  Escola Básica Marechal Olímpio Falconieri da Cunha;  Escola Básica Padre José de Anchieta;  Escola Básica Padre Pedro Baron;  Escola Básica Pedro Paulo Rebello;  Escola Básica Prefeito Alberto Werner;  Escola Básica Profª Edy Vieira W. Rothbarth;  Escola Básica Profª Inês Cristofolini de Freitas;  Escola Básica Profª Judith Duarte de Oliveira;  Escola Básica Profª Maria Dutra Gomes;  Escola Básica Profª Maria José Hulse Peixoto;  Escola Básica Profª Thereza Bezerra de Athayde;  Escola Básica Profº Martinho Gervási;  Escola Básica Yolanda Laurindo Ardigó;  Grupo Escolar Carlos de Paula Seára;  Grupo Escolar Elisa Gessele Orsi;  Grupo Escolar Guilhermina Büchele Müller;  Grupo Escolar Maria do Carmo Vieira  Escola Isolada Clarindo Sebastião da Cunha;  Escola Isolada Duque de Caxias;  Escola Isolada Gabriel Dallago;  Escola Isolada Jorge Domingos Gonzaga;  Escola Isolada Maria Perpetua Pereira;  Escola Municipal Rosa Negreiros Cabral. A fundamentação teórica foi desenvolvida através de pesquisas na NSCI, NBRs e autores, com o condão de buscar conceitos sobre os sistemas, bem como verificar as exigências mínimas de prevenção contra incêndio em edificações escolares.
  • 55. 54 Consequentemente foram especificados os parâmetros necessários para análise exploratória dos dados a serem verificados em campo, utilizando os requisitos mínimos necessários obtidos junto a NSCI e outras normas técnicas para cada sistema preventivo exigido. Para obtenção de uma análise precisa foi necessário categorizar as escolas em pequenas (com área igual ou inferior a mil e quinhentos metros quadrados), médias (com área igual ou inferior a mil e quinhentos metros quadrados que necessitem de hidrantes e pára-raios) e grandes (com área maior que mil e quinhentos metros quadrados). Os parâmetros foram elaborados e compuseram um check list, uniformemente aplicado a todas as unidades escolares de ensino fundamental municipal de Itajaí, apresentando informações relevantes sobre a real situação das edificações escolares pesquisadas. O check list facilita o levantamento em campo atribuindo perguntas objetivas que posteriormente serão de fácil compreensão para análise e avaliação das edificações escolares. As perguntas referem-se a exigência dos sistemas, primeiramente se o sistema é exigido na edificação, se exigido, verifica-se a conformidade com as normas técnicas. Quando desconforme, é atribuído para cada sistema preventivo algumas desconformidades que normalmente podem ser encontradas: a) O sistema preventivo não está instalado; b) Produtos fora da validade ou não manutenidos; c) Produtos mal posicionados; d) Produtos em quantidade inferior à necessária e) Falta de piso antiderrapante e incombustível nas saídas de emergência; f) Guarda-corpo e corrimão inexistentes ou com medidas inadequadas; g) Portas mal posicionadas ou com medidas deficitárias; h) Corredores e escadas em quantidade, tipo e/ou dimensões inferiores à necessária.
  • 56. 55 Desta forma apresenta-se no Quadro 14, os requisitos a serem obtidos em pesquisa de campo. Quadro 14 - Check list contendo os parâmetros a serem verificados. 1 a 40 Nome da Escola Sistema / Escola Área aproximada: m² Está Conforme É exigido Sim Não 1 2 3 4 5 6 7 8 Sistema de Proteção por Conjunto de Extintores Sistema Hidráulico Preventivo Sistema de Gás Centralizado Sistema de Saídas de Emergência Sistema de Proteção por Descargas Atmosféricas Sistema de Alarme de Incêndio Sistema de Sinalização de Emergência Sistema de Iluminação de Emergência Não conformidades encontradas 1. O sistema preventivo não está instalado Áreas: m² 2. Produtos fora da validade ou não manutenidos Edificação Considerada 3. Produtos mal posicionados 4. Quantidade inferior à necessária ( ) Pequena ( ) Média ( ) Grande 5. Falta de piso antiderrapante e incombustível nas saídas de emergência 6. Guarda-corpo e/ou corrimão inexistentes ou com medidas No de Escadas: Tipo: inadequadas 7. Portas mal posicionadas ou com medidas deficitárias Distancia para atingir as saídas: m 8. Corredores e escadas em quantidade, tipo e/ou dimensões Observações: inferiores à necessária As não conformidades encontradas apresentaram a real situação das instalações preventivas e de combate a incêndio das edificações pesquisadas, dando maior relevância as não conformidades 5, 6, 7 e 8, que representam os parâmetros exigidos para as saídas de emergência. A verificação visual foi aplicada as não conformidades 1, 2, 3, 4, 5 e 6, contudo, para as não conformidades 7 e 8 foi necessária análises aprofundadas das edificações com informações como: área dos pavimentos; número de andares; altura da edificação; posição, número e tipo das escadas e corredores e distância máxima para alcançar as escadas e saídas, que foram extraídas e submetidas as normas NSCI, e IN 009. As saídas de emergência receberam um tratamento especial, devido a sua importância dentro do contexto de prevenção de incêndio em edificações escolares, por serem inerentes às edificações e em alguns casos de difícil
  • 57. 56 adequação sem prejuízo estrutural, quando a edificação já está construída. Os outros sistemas, independentemente se a edificação está ou não construída, são readequados facilmente. Para a análise dos dados coletados, serão apresentados os gráficos com os resultados obtidos através da pesquisa de campo. Estes gráficos foram gerados com o auxílio de planilhas eletrônicas apresentadas como anexo, desenvolvidas para coletar informações necessárias. Os gráficos apresentados serão analisados e utilizados como instrumento para a discussão dos resultados, elaboração das considerações finais e conclusão.
  • 58. 57 4 APRESENTAÇÃO DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Primeiramente, faz-se necessário classificar as escolas apresentadas neste trabalho de conclusão de curso com relação ao seu porte, distinguindo-as entre pequenas, médias e grandes. No município de Itajaí, das 40 unidades escolares de ensino fundamental municipal analisadas, existem 19 escolas de grande porte, 12 escolas de médio porte e 8 escolas de pequeno porte, exceto a Escola Básica José Fernandes Potter que foi demolida para construção de uma nova unidade. Vale lembrar que a definição do porte destas escolas é imprescindível para se determinar quais são os sistemas exigidos, por exemplo, em escolas de grande porte, além de todos os sistemas exigidos para edificações de médio porte, abaixo de mil e quinhentos metros quadrados, também são exigidos os sistemas de alarme de incêndio, sinalização e iluminação de emergência. Segundo Oliveira Júnior, Moacir (2011), todos os sistemas preventivos são exigidos nas edificações classificadas como grandes, enquanto que nas edificações médias não há necessidade de sistema de alarme, sinalização e iluminação de emergência. Em edificações de pequeno porte, além dos sistemas preventivos dispensados nas edificações de médio porte, são dispensados também os sistemas de hidrantes e para-raios. A Figura 18 informa a exigibilidade encontrada na rede de ensino fundamental municipal, onde se percebe que os sistemas de conjunto por extintores, gás centralizado e saídas de emergência, obtiveram valores de 100%, que representa a obrigatoriedade em todas as unidades escolares analisadas.
  • 59. 58 Figura 18 - Gráfico da exigibilidade dos sistemas preventivos e de combate a incêndios. É importante salientar que a figura acima apresenta a exigibilidade de cada sistema em relação a quantidade total de escolas analisadas, por exemplo, o sistema hidráulico preventivo é obrigatório em 79% das escolas analisadas. A conformidade de cada sistema está diretamente ligada à exigibilidade. A Figura abaixo apresenta o gráfico global de verificação de conformidades das edificações onde os sistemas preventivos são exigidos, portanto são desconsideradas as edificações onde não há obrigatoriedade de instalação do respectivo sistema preventivo.
  • 60. 59 Figura 19 – Gráfico global de verificação de conformidades das edificações onde os sistemas preventivos são exigidos. Fica em evidência na figura acima, que 64% das edificações escolares apresentam conformidade em relação as saídas de emergência, devido ao fato de que grande parte das escolas possuem saídas diretamente para o exterior, contribuindo assim para a referida conformidade. Outro item importante a ressaltar é o sistema de proteção por conjunto de extintores, que apresenta apenas 3% de conformidade, sendo este obrigatório em todas as edificações escolares. O sistema de gás centralizado também é exigido por norma onde houver aparelho de queima (fogão, forno, etc.), e percebe-se que apenas 8% das escolas estão de acordo com as especificações normativas. As não conformidades encontradas são apresentadas a seguir para cada sistema preventivo pesquisado. É importante salientar que os valores encontrados refletem a porcentagem da não conformidade em relação ao total de não conformidades e não em função da quantidade de escolas.
  • 61. 60 A Figura 20 apresenta as não conformidades encontradas no sistema de proteção por conjunto de extintores, exigido em 100% das unidades escolares, podendo destacar que em 37,9% das não conformidades encontradas, os extintores estavam fora de validade ou sem a devida manutenção. Figura 20 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de proteção por conjunto de extintores. Outro índice importante é a quantidade de extintores, que em 29,3% das desconformidades não possui o número mínimo necessário exigido por norma, e a não instalação deste sistema que ocorre em 17,2% das desconformidades. No mesmo sentido, Oliveira Júnior, Moacir (2011), verificou nas escolas estaduais em relação a ausência do mesmo, onde o valor encontrado foi bem mais expressivo, de 44,4% do total de não conformidades. A não conformidade referente a validade e manutenção dos extintores obteve diferença aproximadamente de 10%, evidenciando que a rede municipal é negligente quanto a verificação periódica dos extintores. O sistema hidráulico preventivo (rede de hidrantes) deve estar presente em 79% das escolas analisadas, sendo exigido um mínimo de treinamento para utilizá-lo. Verifica- se na Figura 21 que das não conformidades encontradas, 93,1% não possuía o sistema instalado, e que em 6,9% o sistema está sem a devida manutenção.
  • 62. 61 Figura 21 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema hidráulico preventivo. Para o perfeito funcionamento do sistema hidráulico preventivo, se faz necessário sua manutenção, que conforme a Figura 21, 6,9% da rede de hidrantes está sem a devida manutenção. Recomenda-se que o sistema hidráulico preventivo seja do tipo mangotinho, por ser um sistema de fácil utilização e manuseio, permitindo assim que a população da edificação combata o sinistro de forma eficaz. O sistema de gás centralizado segundo IN-CBMSC 008 (2009) é exigido em todas as edificações que façam uso de aparelho técnico de queima. As não conformidades do sistema de GLP podem ser verificadas na Figura 22. Figura 22 - Gráfico das não conformidades encontradas no sistema de gás centralizado.