SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 12
Juizos de Realidade e
        Valor
   Juízo de Valor: Juízos de valor são afirmações
    emitidas baseadas em crenças, valores, princípios ou
    percepções de cada indivíduo. Nem sempre os juízos
    podem ser assim separados, mas com certeza, valores
    religiosos, político-partidários e de torcidas (clubes
    ou tribos), são, essencialmente, juízos de valor.
    Pensamentos expressos que dependem do conjunto de
    valores, princípios, crenças e percepções particulares
    e próprios de cada indivíduo, são expressões de
    JUÍZO DE VALOR.
   Juízo de Realidade: O JUÍZO DE
    REALIDADE está vinculado à experiência.
    Ele surge da elaboração ideal das experiências
    diretas. Com o juízo da realidade, por meio da
    avaliação, o homem atribui significado à
    realidade, como ele a percebe
   CASO DE MIGUEL
   Miguel é um artista, solteiro, de boa aparência,
    33 anos de idade. Eis, a seguir, como foi
    percebido por diversas pessoas no dia X.
   RELATO DA MÃE
   “Miguel levantou correndo, não quis tomar café, não ligou
    para o bolo que eu havia feito especialmente para ele. Só
    apanhou cigarros e fósforos. Não quis botar o cachecol que eu
    dei. Disse que estava com pressa e reagiu com impaciência a
    meus pedidos para se alimentar e se abrigar. Ele continua
    sendo uma criança que precisa de atentimento, pois não
    reconhece o que é bom para si próprio”.
   RELATO DO CHOFER DE TÁXI
   “Hoje de manhã apanhei um sujetio que eu não fui muito com
    a cara dele. Estava de cara amarrada, seco, não queria saber de
    conversa. Tentei falar sobre futebol, sobre política, sobre o
    tráfego e sempre me mandou calar a boca, dizendo que tinha
    de se concentrar. Desconfio que ele é um cara subversivo,
    desses que a polícia anda procurando ou desses sujeitos que
    assaltam chofer de táxi para roubar. Aposto como andava
    armado. Fiquei louco para me livrar dele”.
   RELATO DO GARÇON DA BOATE
   “Ontem à noite ele chegou aqui acompanhado de uma morena, bem bonita
    por sinal, mas não deu a mínima bola para ela. Passou o tempo todo
    olhando para toda mulher que chegava. Quando entrou uma loira de
    vestido colante, me chamou e queria saber quem ela era. Como eu não
    conhecia, nãoteve dúvidas: fui na mesa dela falar com ela. Eu não disfarcei
    e passei por perto e só pude ouvir que ele marcava um encontro às 9 horas
    da manhã, bem nas barbas do acompanhante dela. Sujeito peitudo! Eu
    também dou minhas voltinhas, mas essa foi demais...”.
   RELATO DO ZELADOR DO EDIFÍCIO
   “Ele não é muito certo da bola, não. Às vezes cumprimenta, ãs vezes finge
    que não vê ninguém. As conversas dele a gente não entende. É parecido
    com um parente meu que enlouqueceu. No dia X de manhã chegou até
    falando sozinho. Eu dei um bom dia e ele me olhou com um olhar estranho
    e disse que tudo no mundo era relativo, que as palavras não eram iguais
    pra todos e nem as pessoas. Me deu um puxão na gola e apontou pra uma
    senhora que passava e disse que cada um olhava para ela e via uma coisa
    diferente. Disse também que, quando ele pintava um quadro, aquilo é que
    era a realidade. Dava risadas. Está na cara que ele é lunático.”
    RELATO DA FAXINEIRA
   “Ele anda sempre com um ar misterioso. Os quadros
    que ele pinta a gente não entende. Quando ele
    chegou, na manhã do dia X, ele me olhou meio
    enviesado e eu tive um pressentimento de que ia
    acontecer alguma coisa ruim. Pouco depois chegou
    uma moça loira. Ela me perguntou onde ele se
    encontrava e eu disse. Daí a pouco eu ouvi ela gritar e
    eu acudi correndo. Abri a porta de supetão e el estava
    com uma cara furiosa olhando para ela, cheio de ódio.
    Ela estava jogada no divã e no chão tinha uma faca.
    Eu saí gritando: Assassino! Assassino!”
   CASO MIGUEL – 2ª PARTE.
   Eis a seguir, como Miguel relata o que ocorreu
    no dia X.
   “Eu me dedico à pintura de corpo e alma. O
    resto não tem importância. Há meses que
    quero pinta uma Madona do século XX, mas
    não encontro uma modelo adequada que
    encarne a beleza, a pureza e o sofrimento, que
    eu quero retratar”.
   “Na véspera do dia X, uma amiga me telefonou
    dizendo que tinha encontrado a modelo que eu
    procurava e propôs que nos encontrássemos na boate
    que ela freqüentava. Eu estava ansioso para vê-la.
    Quando ela chegou, fiquei fascinado: era exatamente
    o que eu queria! Não tive dúvidas: fui até a mesa
    dela, me apresentei e pedi para ela posar para mim.
    Ela aceitou e marcamos um encontro no atelier às 9
    horas da manhã. Eu nem dormi direito aquela noit.
    Me levantei ansioso, louco para começar o trabalho,
    nem podia tomar café de tão agitado”.
   “No táxi, comecei a fazer um esboço, pensando nos ângulos da
    figura, no jogo de luz e sombra, na textura, nos matizes”.
   “Quando entrei no edifício, eu estava cantando baixinho. O
    zelador falou comigo e eu nem tinha prestado atenção. Aí eu
    perguntei: ‘O que foi?’. E ele disse: ‘Bom dia. Nada mais do
    que bom dia”. Ele não sabia o que aquele dia significava para
    mim! Sonhos, fantasias, aspiração. Tudo iria se tornar
    realidade, enfim, com a execução daquele quadro. Eu tentei
    explicar para ele. Eu disse que a verdade era relativa, que cada
    pessoa vê a mesma coisa de forma diferente.”
   “Quando eu pinto um quadro, aquilo é a minha realidade. Ele
    me chamou de lunático. Eu dei uma risada e disse: ‘Está aí a
    prova do que eudisse: o lunático que você vê, não existe’”.
   “Quando eu subia a escada, a faxineira veio me espiar. Não
    gosto daquela velha mexeriqueira”.
   “Entrei no atelier e comecei a preparar a tela e as tintas.
    Quando eu estava limpando a paleta com uma faca, tocou a
    campainha. Abri a porta e a moça entrou. Ela estava com o
    mesmo vestido da véspera e explicou que passara a noite em
    claro, numa festa”.
   “Eu pedi que sentasse no lugar indicado e que olhasse para o
    alto, que imaginasse inocentes sofrendo, que...”.
   “Aí ela me enlaçou o pescoço com os braços e disse
    que eu era simpático. Eu afastei seus braços e
    perguntei se ela tinha bebido. Ela disse que sim, que a
    festa estava ótima, que foi uma pena eu não ter estado
    lá, que ela sentiu minha falta, que gostava de mim.
    Quando ela me enlaçou de novo eu a empurrei e ela
    caiu no divã e gritou”.
   “Nesse instante a faxineira entrou e saiu berrando:
    Assassino! Assassino!”.
   “A loira levantou-se e foi embora me chamando de
    idiota”.
   “A minha madona!...”.

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Feminismo - Problematizando o espaço da mulher na sociedade
Feminismo - Problematizando o espaço da mulher na sociedadeFeminismo - Problematizando o espaço da mulher na sociedade
Feminismo - Problematizando o espaço da mulher na sociedadeClaudio Henrique Ramos Sales
 
O mito de narciso
O mito de narcisoO mito de narciso
O mito de narcisoHELENICEAN
 
Semana da arte moderna 1922 (Artes)
Semana da arte moderna 1922  (Artes) Semana da arte moderna 1922  (Artes)
Semana da arte moderna 1922 (Artes) Vínicius Gabriel
 
A bruxa malvada e a fada desaparecida
A bruxa malvada e a fada desaparecidaA bruxa malvada e a fada desaparecida
A bruxa malvada e a fada desaparecidaSilvares
 
Grupo 2 TráFico Humano
Grupo 2 TráFico HumanoGrupo 2 TráFico Humano
Grupo 2 TráFico Humanoguestaabddb
 
Palestra Power Point sobre Feminicídio no Brasil
Palestra Power Point sobre Feminicídio no BrasilPalestra Power Point sobre Feminicídio no Brasil
Palestra Power Point sobre Feminicídio no BrasilPPAD
 
Projeto auto da paixão de cristo em olímpia
Projeto auto da paixão de cristo em olímpiaProjeto auto da paixão de cristo em olímpia
Projeto auto da paixão de cristo em olímpiaSuelen Najara de Mello
 
ViolêNcias Contra Mulheres(Slides)
ViolêNcias Contra Mulheres(Slides)ViolêNcias Contra Mulheres(Slides)
ViolêNcias Contra Mulheres(Slides)guest5c2f32
 
Lei maria da penha
Lei maria da penhaLei maria da penha
Lei maria da penhaLucas Dias
 
Avaliação 9º ano POP ART e DESIGN
Avaliação 9º ano POP ART e DESIGNAvaliação 9º ano POP ART e DESIGN
Avaliação 9º ano POP ART e DESIGNCasiris Crescencio
 

Was ist angesagt? (20)

Cyberbulling
Cyberbulling Cyberbulling
Cyberbulling
 
Feminismo - Problematizando o espaço da mulher na sociedade
Feminismo - Problematizando o espaço da mulher na sociedadeFeminismo - Problematizando o espaço da mulher na sociedade
Feminismo - Problematizando o espaço da mulher na sociedade
 
Arte - Grafite
Arte - GrafiteArte - Grafite
Arte - Grafite
 
Bullying
BullyingBullying
Bullying
 
6 aula preconceitos
6   aula preconceitos6   aula preconceitos
6 aula preconceitos
 
Lei maria da penha
Lei maria da penhaLei maria da penha
Lei maria da penha
 
Arte afro brasileira
Arte afro brasileiraArte afro brasileira
Arte afro brasileira
 
Bullying
BullyingBullying
Bullying
 
O mito de narciso
O mito de narcisoO mito de narciso
O mito de narciso
 
Semana da arte moderna 1922 (Artes)
Semana da arte moderna 1922  (Artes) Semana da arte moderna 1922  (Artes)
Semana da arte moderna 1922 (Artes)
 
A bruxa malvada e a fada desaparecida
A bruxa malvada e a fada desaparecidaA bruxa malvada e a fada desaparecida
A bruxa malvada e a fada desaparecida
 
Cangaço
CangaçoCangaço
Cangaço
 
Grupo 2 TráFico Humano
Grupo 2 TráFico HumanoGrupo 2 TráFico Humano
Grupo 2 TráFico Humano
 
Palestra Power Point sobre Feminicídio no Brasil
Palestra Power Point sobre Feminicídio no BrasilPalestra Power Point sobre Feminicídio no Brasil
Palestra Power Point sobre Feminicídio no Brasil
 
Projeto auto da paixão de cristo em olímpia
Projeto auto da paixão de cristo em olímpiaProjeto auto da paixão de cristo em olímpia
Projeto auto da paixão de cristo em olímpia
 
ViolêNcias Contra Mulheres(Slides)
ViolêNcias Contra Mulheres(Slides)ViolêNcias Contra Mulheres(Slides)
ViolêNcias Contra Mulheres(Slides)
 
Aula de arte urbana
Aula de arte urbanaAula de arte urbana
Aula de arte urbana
 
Lei maria da penha
Lei maria da penhaLei maria da penha
Lei maria da penha
 
Avaliação 9º ano POP ART e DESIGN
Avaliação 9º ano POP ART e DESIGNAvaliação 9º ano POP ART e DESIGN
Avaliação 9º ano POP ART e DESIGN
 
Campanha educativa bullying
Campanha educativa bullyingCampanha educativa bullying
Campanha educativa bullying
 

Andere mochten auch

Juízo de fato e Juízo de valor
Juízo de fato e Juízo de valorJuízo de fato e Juízo de valor
Juízo de fato e Juízo de valorDanilo Pires
 
O juízo da realidade e suas alterações (o delírio)
O juízo da realidade e suas alterações (o delírio)O juízo da realidade e suas alterações (o delírio)
O juízo da realidade e suas alterações (o delírio)Darciane Brito
 
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre Juizo Moral
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre Juizo MoralSlides da aula de Filosofia (João Luís) sobre Juizo Moral
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre Juizo MoralTurma Olímpica
 
Filosofia 10º Ano - Os Valores
Filosofia 10º Ano - Os ValoresFilosofia 10º Ano - Os Valores
Filosofia 10º Ano - Os ValoresInesTeixeiraDuarte
 
Diferença entre moral e ética
Diferença entre moral e éticaDiferença entre moral e ética
Diferença entre moral e éticaKarla Carioca
 
Juízo de fato e juízo de valor
Juízo de fato e juízo de valorJuízo de fato e juízo de valor
Juízo de fato e juízo de valorOver Lane
 
Ação humana 10 c 1
Ação humana 10 c  1Ação humana 10 c  1
Ação humana 10 c 1Isaque Tomé
 
Acção Humana e os Valores
Acção Humana e os ValoresAcção Humana e os Valores
Acção Humana e os ValoresJorge Barbosa
 
Teoria Deontológica de Kant
Teoria Deontológica de KantTeoria Deontológica de Kant
Teoria Deontológica de KantJorge Lopes
 
3º ano filosofia - atividade 18092012
3º ano   filosofia - atividade 180920123º ano   filosofia - atividade 18092012
3º ano filosofia - atividade 18092012Jorge Marcos Oliveira
 
Pensamento e suas alterações
Pensamento e suas alteraçõesPensamento e suas alterações
Pensamento e suas alteraçõesCarol Lucas
 
Ética deontológica e teleológica
Ética deontológica e teleológicaÉtica deontológica e teleológica
Ética deontológica e teleológicaHelena Serrão
 
Relativismo e Subjetivismo Moral
Relativismo e Subjetivismo MoralRelativismo e Subjetivismo Moral
Relativismo e Subjetivismo MoralJorge Lopes
 
Atividade de Filosofia -1º, 2º e 3º ano - IV bimestre
Atividade de Filosofia -1º, 2º e 3º ano  -  IV bimestreAtividade de Filosofia -1º, 2º e 3º ano  -  IV bimestre
Atividade de Filosofia -1º, 2º e 3º ano - IV bimestreMary Alvarenga
 

Andere mochten auch (20)

Juízo de fato e Juízo de valor
Juízo de fato e Juízo de valorJuízo de fato e Juízo de valor
Juízo de fato e Juízo de valor
 
O juízo da realidade e suas alterações (o delírio)
O juízo da realidade e suas alterações (o delírio)O juízo da realidade e suas alterações (o delírio)
O juízo da realidade e suas alterações (o delírio)
 
Filosofia valores
Filosofia   valoresFilosofia   valores
Filosofia valores
 
Os valores power point
Os valores power pointOs valores power point
Os valores power point
 
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre Juizo Moral
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre Juizo MoralSlides da aula de Filosofia (João Luís) sobre Juizo Moral
Slides da aula de Filosofia (João Luís) sobre Juizo Moral
 
Filosofia 10º Ano - Os Valores
Filosofia 10º Ano - Os ValoresFilosofia 10º Ano - Os Valores
Filosofia 10º Ano - Os Valores
 
Diferença entre moral e ética
Diferença entre moral e éticaDiferença entre moral e ética
Diferença entre moral e ética
 
Juízo de fato e juízo de valor
Juízo de fato e juízo de valorJuízo de fato e juízo de valor
Juízo de fato e juízo de valor
 
Ação humana 10 c 1
Ação humana 10 c  1Ação humana 10 c  1
Ação humana 10 c 1
 
Acção Humana e os Valores
Acção Humana e os ValoresAcção Humana e os Valores
Acção Humana e os Valores
 
Teoria Deontológica de Kant
Teoria Deontológica de KantTeoria Deontológica de Kant
Teoria Deontológica de Kant
 
A teoria ética de kant
A teoria ética de kantA teoria ética de kant
A teoria ética de kant
 
Etica
EticaEtica
Etica
 
Etica aplicada
Etica aplicadaEtica aplicada
Etica aplicada
 
3º ano filosofia - atividade 18092012
3º ano   filosofia - atividade 180920123º ano   filosofia - atividade 18092012
3º ano filosofia - atividade 18092012
 
Pensamento e suas alterações
Pensamento e suas alteraçõesPensamento e suas alterações
Pensamento e suas alterações
 
Ética deontológica e teleológica
Ética deontológica e teleológicaÉtica deontológica e teleológica
Ética deontológica e teleológica
 
Relativismo e Subjetivismo Moral
Relativismo e Subjetivismo MoralRelativismo e Subjetivismo Moral
Relativismo e Subjetivismo Moral
 
Atividade de Filosofia -1º, 2º e 3º ano - IV bimestre
Atividade de Filosofia -1º, 2º e 3º ano  -  IV bimestreAtividade de Filosofia -1º, 2º e 3º ano  -  IV bimestre
Atividade de Filosofia -1º, 2º e 3º ano - IV bimestre
 
Os valores sociais
Os valores sociaisOs valores sociais
Os valores sociais
 

Ähnlich wie Juízos de Realidade e Valor: Análise de Caso

147455696-Dinamica-O-Caso-Miguel.docx
147455696-Dinamica-O-Caso-Miguel.docx147455696-Dinamica-O-Caso-Miguel.docx
147455696-Dinamica-O-Caso-Miguel.docxMaureen dos Reis
 
Caso miguel parte i
Caso miguel   parte iCaso miguel   parte i
Caso miguel parte iMaéve Melo
 
A história de Florzinha
A história de FlorzinhaA história de Florzinha
A história de FlorzinhaSylvia Seny
 
A deusa da morte livro
A deusa da morte   livro A deusa da morte   livro
A deusa da morte livro Kamila Joyce
 
Primeiro capítulo "Outra Vez"
Primeiro capítulo "Outra Vez" Primeiro capítulo "Outra Vez"
Primeiro capítulo "Outra Vez" Carolina Gama
 
Pecado #1- Primeiro capítulo
Pecado #1- Primeiro capítuloPecado #1- Primeiro capítulo
Pecado #1- Primeiro capítulonino1234
 
Os Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.br
Os Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.brOs Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.br
Os Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.brCBLOG
 
Elas - Ruben Aguiar
Elas - Ruben AguiarElas - Ruben Aguiar
Elas - Ruben AguiarRuben Aguiar
 
O jornalista-assassino-lous-rondon-arial12-letter-margin1
O jornalista-assassino-lous-rondon-arial12-letter-margin1O jornalista-assassino-lous-rondon-arial12-letter-margin1
O jornalista-assassino-lous-rondon-arial12-letter-margin1lousrondon
 
A magia dos contos de fadas na minha vida v.1
A magia dos contos de fadas na minha vida   v.1A magia dos contos de fadas na minha vida   v.1
A magia dos contos de fadas na minha vida v.1Gabriela Pagliuca
 
Um rouxinol cantou... (a nightingale sang) barbara cartland-www.livros grat...
Um rouxinol cantou... (a nightingale sang)   barbara cartland-www.livros grat...Um rouxinol cantou... (a nightingale sang)   barbara cartland-www.livros grat...
Um rouxinol cantou... (a nightingale sang) barbara cartland-www.livros grat...blackink55
 
H I S TÓ R I A S Q U E A 5ª B C O N T A V E R SÃ O A N T E R I O R D...
H I S TÓ R I A S  Q U E  A 5ª  B  C O N T A    V E R SÃ O  A N T E R I O R  D...H I S TÓ R I A S  Q U E  A 5ª  B  C O N T A    V E R SÃ O  A N T E R I O R  D...
H I S TÓ R I A S Q U E A 5ª B C O N T A V E R SÃ O A N T E R I O R D...enir.ester
 
Cuidebemdoseuamor x(1)
Cuidebemdoseuamor x(1)Cuidebemdoseuamor x(1)
Cuidebemdoseuamor x(1)Júnior Sodré
 

Ähnlich wie Juízos de Realidade e Valor: Análise de Caso (20)

147455696-Dinamica-O-Caso-Miguel.docx
147455696-Dinamica-O-Caso-Miguel.docx147455696-Dinamica-O-Caso-Miguel.docx
147455696-Dinamica-O-Caso-Miguel.docx
 
Técnica caso miguel
Técnica caso miguelTécnica caso miguel
Técnica caso miguel
 
Caso miguel parte i
Caso miguel   parte iCaso miguel   parte i
Caso miguel parte i
 
O elemento vital
O elemento vitalO elemento vital
O elemento vital
 
A história de Florzinha
A história de FlorzinhaA história de Florzinha
A história de Florzinha
 
Inexistente Procurado
Inexistente ProcuradoInexistente Procurado
Inexistente Procurado
 
A deusa da morte livro
A deusa da morte   livro A deusa da morte   livro
A deusa da morte livro
 
Primeiro capítulo "Outra Vez"
Primeiro capítulo "Outra Vez" Primeiro capítulo "Outra Vez"
Primeiro capítulo "Outra Vez"
 
Pecado #1- Primeiro capítulo
Pecado #1- Primeiro capítuloPecado #1- Primeiro capítulo
Pecado #1- Primeiro capítulo
 
Uma Luz no Fim do Tunel
Uma Luz no Fim do Tunel    Uma Luz no Fim do Tunel
Uma Luz no Fim do Tunel
 
Os Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.br
Os Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.brOs Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.br
Os Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.br
 
Elas - Ruben Aguiar
Elas - Ruben AguiarElas - Ruben Aguiar
Elas - Ruben Aguiar
 
O jornalista-assassino-lous-rondon-arial12-letter-margin1
O jornalista-assassino-lous-rondon-arial12-letter-margin1O jornalista-assassino-lous-rondon-arial12-letter-margin1
O jornalista-assassino-lous-rondon-arial12-letter-margin1
 
A magia dos contos de fadas na minha vida v.1
A magia dos contos de fadas na minha vida   v.1A magia dos contos de fadas na minha vida   v.1
A magia dos contos de fadas na minha vida v.1
 
Um rouxinol cantou... (a nightingale sang) barbara cartland-www.livros grat...
Um rouxinol cantou... (a nightingale sang)   barbara cartland-www.livros grat...Um rouxinol cantou... (a nightingale sang)   barbara cartland-www.livros grat...
Um rouxinol cantou... (a nightingale sang) barbara cartland-www.livros grat...
 
Pecado
PecadoPecado
Pecado
 
H I S TÓ R I A S Q U E A 5ª B C O N T A V E R SÃ O A N T E R I O R D...
H I S TÓ R I A S  Q U E  A 5ª  B  C O N T A    V E R SÃ O  A N T E R I O R  D...H I S TÓ R I A S  Q U E  A 5ª  B  C O N T A    V E R SÃ O  A N T E R I O R  D...
H I S TÓ R I A S Q U E A 5ª B C O N T A V E R SÃ O A N T E R I O R D...
 
Landslide
LandslideLandslide
Landslide
 
07. o anjo maldito
07. o anjo maldito07. o anjo maldito
07. o anjo maldito
 
Cuidebemdoseuamor x(1)
Cuidebemdoseuamor x(1)Cuidebemdoseuamor x(1)
Cuidebemdoseuamor x(1)
 

Juízos de Realidade e Valor: Análise de Caso

  • 2. Juízo de Valor: Juízos de valor são afirmações emitidas baseadas em crenças, valores, princípios ou percepções de cada indivíduo. Nem sempre os juízos podem ser assim separados, mas com certeza, valores religiosos, político-partidários e de torcidas (clubes ou tribos), são, essencialmente, juízos de valor. Pensamentos expressos que dependem do conjunto de valores, princípios, crenças e percepções particulares e próprios de cada indivíduo, são expressões de JUÍZO DE VALOR.
  • 3. Juízo de Realidade: O JUÍZO DE REALIDADE está vinculado à experiência. Ele surge da elaboração ideal das experiências diretas. Com o juízo da realidade, por meio da avaliação, o homem atribui significado à realidade, como ele a percebe
  • 4. CASO DE MIGUEL  Miguel é um artista, solteiro, de boa aparência, 33 anos de idade. Eis, a seguir, como foi percebido por diversas pessoas no dia X.
  • 5. RELATO DA MÃE  “Miguel levantou correndo, não quis tomar café, não ligou para o bolo que eu havia feito especialmente para ele. Só apanhou cigarros e fósforos. Não quis botar o cachecol que eu dei. Disse que estava com pressa e reagiu com impaciência a meus pedidos para se alimentar e se abrigar. Ele continua sendo uma criança que precisa de atentimento, pois não reconhece o que é bom para si próprio”.  RELATO DO CHOFER DE TÁXI  “Hoje de manhã apanhei um sujetio que eu não fui muito com a cara dele. Estava de cara amarrada, seco, não queria saber de conversa. Tentei falar sobre futebol, sobre política, sobre o tráfego e sempre me mandou calar a boca, dizendo que tinha de se concentrar. Desconfio que ele é um cara subversivo, desses que a polícia anda procurando ou desses sujeitos que assaltam chofer de táxi para roubar. Aposto como andava armado. Fiquei louco para me livrar dele”.
  • 6. RELATO DO GARÇON DA BOATE  “Ontem à noite ele chegou aqui acompanhado de uma morena, bem bonita por sinal, mas não deu a mínima bola para ela. Passou o tempo todo olhando para toda mulher que chegava. Quando entrou uma loira de vestido colante, me chamou e queria saber quem ela era. Como eu não conhecia, nãoteve dúvidas: fui na mesa dela falar com ela. Eu não disfarcei e passei por perto e só pude ouvir que ele marcava um encontro às 9 horas da manhã, bem nas barbas do acompanhante dela. Sujeito peitudo! Eu também dou minhas voltinhas, mas essa foi demais...”.  RELATO DO ZELADOR DO EDIFÍCIO  “Ele não é muito certo da bola, não. Às vezes cumprimenta, ãs vezes finge que não vê ninguém. As conversas dele a gente não entende. É parecido com um parente meu que enlouqueceu. No dia X de manhã chegou até falando sozinho. Eu dei um bom dia e ele me olhou com um olhar estranho e disse que tudo no mundo era relativo, que as palavras não eram iguais pra todos e nem as pessoas. Me deu um puxão na gola e apontou pra uma senhora que passava e disse que cada um olhava para ela e via uma coisa diferente. Disse também que, quando ele pintava um quadro, aquilo é que era a realidade. Dava risadas. Está na cara que ele é lunático.”
  • 7. RELATO DA FAXINEIRA  “Ele anda sempre com um ar misterioso. Os quadros que ele pinta a gente não entende. Quando ele chegou, na manhã do dia X, ele me olhou meio enviesado e eu tive um pressentimento de que ia acontecer alguma coisa ruim. Pouco depois chegou uma moça loira. Ela me perguntou onde ele se encontrava e eu disse. Daí a pouco eu ouvi ela gritar e eu acudi correndo. Abri a porta de supetão e el estava com uma cara furiosa olhando para ela, cheio de ódio. Ela estava jogada no divã e no chão tinha uma faca. Eu saí gritando: Assassino! Assassino!”
  • 8. CASO MIGUEL – 2ª PARTE.  Eis a seguir, como Miguel relata o que ocorreu no dia X.  “Eu me dedico à pintura de corpo e alma. O resto não tem importância. Há meses que quero pinta uma Madona do século XX, mas não encontro uma modelo adequada que encarne a beleza, a pureza e o sofrimento, que eu quero retratar”.
  • 9. “Na véspera do dia X, uma amiga me telefonou dizendo que tinha encontrado a modelo que eu procurava e propôs que nos encontrássemos na boate que ela freqüentava. Eu estava ansioso para vê-la. Quando ela chegou, fiquei fascinado: era exatamente o que eu queria! Não tive dúvidas: fui até a mesa dela, me apresentei e pedi para ela posar para mim. Ela aceitou e marcamos um encontro no atelier às 9 horas da manhã. Eu nem dormi direito aquela noit. Me levantei ansioso, louco para começar o trabalho, nem podia tomar café de tão agitado”.
  • 10. “No táxi, comecei a fazer um esboço, pensando nos ângulos da figura, no jogo de luz e sombra, na textura, nos matizes”.  “Quando entrei no edifício, eu estava cantando baixinho. O zelador falou comigo e eu nem tinha prestado atenção. Aí eu perguntei: ‘O que foi?’. E ele disse: ‘Bom dia. Nada mais do que bom dia”. Ele não sabia o que aquele dia significava para mim! Sonhos, fantasias, aspiração. Tudo iria se tornar realidade, enfim, com a execução daquele quadro. Eu tentei explicar para ele. Eu disse que a verdade era relativa, que cada pessoa vê a mesma coisa de forma diferente.”
  • 11. “Quando eu pinto um quadro, aquilo é a minha realidade. Ele me chamou de lunático. Eu dei uma risada e disse: ‘Está aí a prova do que eudisse: o lunático que você vê, não existe’”.  “Quando eu subia a escada, a faxineira veio me espiar. Não gosto daquela velha mexeriqueira”.  “Entrei no atelier e comecei a preparar a tela e as tintas. Quando eu estava limpando a paleta com uma faca, tocou a campainha. Abri a porta e a moça entrou. Ela estava com o mesmo vestido da véspera e explicou que passara a noite em claro, numa festa”.  “Eu pedi que sentasse no lugar indicado e que olhasse para o alto, que imaginasse inocentes sofrendo, que...”.
  • 12. “Aí ela me enlaçou o pescoço com os braços e disse que eu era simpático. Eu afastei seus braços e perguntei se ela tinha bebido. Ela disse que sim, que a festa estava ótima, que foi uma pena eu não ter estado lá, que ela sentiu minha falta, que gostava de mim. Quando ela me enlaçou de novo eu a empurrei e ela caiu no divã e gritou”.  “Nesse instante a faxineira entrou e saiu berrando: Assassino! Assassino!”.  “A loira levantou-se e foi embora me chamando de idiota”.  “A minha madona!...”.