1. Doença do Trato
Gastrointestinal:
Gastrite e Úlcera Péptica
Disciplina de Biologia Molecular
Daniel Damiani
2003
2. Considerações Iniciais: Fisiologia Gástricas
• Órgão sacular com volume de 1200-1500mL.
• Inervação Vagal.
• 5 regiões anatômicas importantes: Cárdia,
Fundo, Corpo, Antro e Piloro.
3. Histologia da Parede Gástrica
Apresentam pregas (rugas)
• Mucosa irregulares.
Mucosa possui inúmeras glândulas
• Submucosa = Criptas Gástricas – secretoras de
Mucina.
• Muscular
• Serosa
4. Glândulas Gástricas
• Glândulas da Cárdia: células secretoras de mucina.
Cárdia
• Glândulas Gástricas ou Oxínticas: encontradas no
Oxínticas
fundo e no corpo, contém células parietais,
principais e endócrinas.
• Glândulas do Antro ou do Piloro: secretoras de
Piloro
mucina e hormônios.
5. Tipos Celulares
• Células Mucosas: ocupam glândulas da cárdia e do antro
Mucosas
secretando muco e pepsinogênio II. As células mucosas
presentes no fundo e no corpo secretam pepsinogênio I e
II.
• Células Parietais: ½ superior das glândulas gástricas, no
Parietais
fundo e no corpo. Contém vesículas com bombas de H+-
K+ ATPase.
• Células Principais: estão nas bases das glândulas
Principais
secretam pró-enzimas proteolíticas como pepsinogênio I
e II.
• Células Endócrinas: presente no fundo, corpo e antro.
Endócrinas
Atuam de modo endócrino e parácrino: gastrina.
7. Fisiologia da Mucosa Gástrica
• Secreção Ácida: HCl (3 fases)
– Fase Cefálica – Cerebral.
– Fase Gástrica – Ação mecânica (distensões). Nervo Vago
– Fase Intestinal – CCK, GIP, Secretina.
• Proteção da Mucosa:
– Secreção do Muco
– Secreção de Bicarbonato
– Barreira Epitelial
– Fluxo Sangüíneo Mucoso
8. Patologia: Gastrite
• Gastrite é a inflamação da mucosa gástrica
podendo ser crônica ou aguda.
• Morfologia da gastrite aguda: Neutrofílica
aguda
– Lâmina própria exibe um edema moderado e pouca
congestão vascular. Neutrófilos presentes.
– Formas mais graves mostram erosões (exsudatos
purulentos com infiltrado inflamatório abundante) e
hemorragias.
9. Gastrite: Etiologia
• Etiologia: idiopática possivelmente há defeitos nos mecanismos
protetores gástricos.
• Muito pouco compreendida.
• Associada:
– AINES
– Álcool
– Tabagismo
– Quimioterápicos
– Isquemia e Choque
– Trauma Nasogástrico (sondas)
– Estresse intenso
10. Gastrite: Aspectos Clínicos
• Associada às doenças do trato gastrointestinal com
correlação a úlceras pépticas.
• Clínica: muitas vezes assintomática podendo variar
para dores epigástricas de intensidades variáveis;
hemorragias evidentes (hematêmese maciça) e
melena.
11. Gastrite Crônica
• Muito associada a presença do Helicobacter pylori
• Há inflamação na mucosa que resultam na atrofia da
mesma incluindo metaplasia epitelial, displasia,
anaplasia com a formação de carcinomas in situ.
• Etiologia:
– H. pylori
– Imunológica (auto-imune)
– Tóxicas (álcool)
– Tabagismo e Irradiações
– Amiloidoses
– Pós-cirurgias: refluxos das secreções duodenais biliares.
13. Formas Especiais de Gastrites
• Gastrite Eosinofílica: idiopática acometendo mulheres
Eosinofílica
de meia-idade com freqüentes dores abdominais. Há
infiltrados eosinofílicos na mucosa gástrica.
• Gastroenteropatias Alérgicas: típica em crianças
Alérgicas
causando diarréia, vômito e distúrbios do crescimento.
• Gastrite Linfocítica: mucosa é colonizada por linfócitos
Linfocítica
do tipo T CD8+ Há dores abdominais, náuseas, vômitos.
Idiopática.
• Gastrite Granulomatosa: mucosa é infiltrada por
Granulomatosa
granulomas epitelióides associado a doença de Crohn,
sarcoidoses, infecções, vasculites e reações a materiais
estranhos.
14. Úlceras Pépticas e Gastrites
• São lesões crônicas que ocorrem em qualquer
local do trato gastrointestinal, inclusive estômago,
quando exposto à ação agressiva dos sucos
pépticos ácidos.
• Epidemiologia: 350000 novos casos/ano.
Epidemiologia
Recidivantes, predominantes na meia-idade e
associado ao Helicobacter pylori.
15. Mecanismos de Formação das Úlceras
Pépticas
• Demora no esvaziamento gástrico.
• Diminuição no fluxo sangüíneo gástrico.
• Diminuição dos mecanismos de defesa da mucosa
(reepitelização).
• Presença do H. pylori e suas secreções.
• Síndrome de Zollinger-Ellison: múltiplas ulcerações
pépticas devido a humores tumorais.
• AINES e Tabagismo (diminui fluxo sangüíneo).
• Hipercalcemia estimulando a gastrina.
17. Aspectos Clínicos da Úlcera Péptica
• Desconforto epigástrico,
queimação ou dor contínua.
• Anemia, hemorragia franca
ou perfuração.
• Dor piora durante à noite.
• Náuseas, vômitos e perda de
peso.
• Dor referencial para o
pericárdio.
18. Úlcera Gástrica Aguda
• “Úlcera do Estresse”.
• Lesão da mucosa gástrica.
• Variam em profundidade: desprendimento do
epitélio (erosão); lesão envolvendo toda a
mucosa (ulceração).
• Comuns em pacientes queimados (Úlceras de
Curling), choque, sepse e traumas graves.
• Hipertensão intracraniana: aumento vagal,
redução do oxigênio = Úlceras de Cushing.
20. Distúrbios Associados
• Dilatação Gástrica: a partir de uma obstrução gástrica ou
Gástrica
íleo paralítico (atonia funcional) associada a peritonites
generalizadas. Aumento do volume gástrico: 10-15
litros!!
• Gastropatias Hipertróficas: aumento das pregas da
Hipertróficas
mucosa gástrica (cerebriformes gigantes).
– Doença de Ménétrier
– Gastropatias Hipertrófico-Secretora
– Hiperplasias das Glândulas Gástricas Secundárias à Secreção Excessiva de
Gastrina (gastrinomas).
22. Tratamento
• Antagonistas H2
– Cimetidina, Nizatidina
– Ranitidina, Famotidina
• Inibidores da Bomba de Prótons (H+)
– Omeprazol, Pantoprazol, Lansoprazol
• Antiácidos
– Hidróxido de Magnésio
– Gel de Hidróxido de Alumínio
– Bicarbonato de Sódio
• Fármacos que protegem a mucosa
– Quelato de Bismuto
– Sucralfato, Misoprostol
• Fármacos para o tratamento da Infecção por Helicobacter pylori
– Omeprazol + Amoxicilina (Tetraciclina) + Metronidazol