O documento lista os nomes de funcionárias de uma Central de Material Esterilizado e descreve os principais processos e procedimentos realizados nesta unidade, como limpeza, desinfecção e embalagem de materiais, visando a esterilização dos mesmos. A legislação aplicável também é citada.
3. Central de Material Esterilizado
CME
Unidade de apoio a todos os serviços assistenciais e de
diagnóstico que necessitem de artigos odonto-médico-
hospitalares para a prestação da assistência a seus clientes.
Centralização: equipamentos de esterilização em área comum (
gastos com manutenção e compra), padronização de
procedimentos.
4. Legislação:
RDC nº 307 de 14/11/02 – ANVISA – Dispõe sobre regulamento
técnico, planejamento, programação, elaboração e avaliação de
projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.
RDC nº 50 de 21/02/02 – ANVISA Dispõe sobre regulamento técnico,
planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos
físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.
RDC nº 306 de 07/12/04 – ANVISA Gerenciamento de Resíduos de
serviços de saúde.
Portaria nº 482 de 16/04/99 – Dispõe sobre uso e instalação de ETO.
RDC nº 30 de 15/02/06 – registro, rotulagem e re- processamento de
produtos médicos, e dá outras providências.
5. Portaria nº 15 de 23/08/88 – Dispõe de regulamento para
registro de produtos saneantes domissanitarios e afins, com
ação antimicrobiana.
Resolução SS – nº 374 de 15/12/95 – Dispõe sobre
procedimentos em CME.
Resolução SS – nº 392 de 29/06/94 - Dispõe sobre
procedimentos em CME.
Lei nº 6514 de 22/12/77 – Dispõe sobre segurança no trabalho.
Portaria nº 3214 de 08/06/78 - Dispõe sobre segurança no
trabalho.
Portaria nº 2616 de 12/05/98 – Dispõe sobre Diretrizes e
Normas para prevenção e controle das infecções hospitalares.
RDC nº 48 de 02/06/00 – Roteiro de Inspeção do PCIH –
ANVISA
Roteiro de Inspeção – INAISS - ANVISA
6. Classificação dos materiais
Material crítico
entra em contato com
vasos sanguíneos ou tecidos Esterilização
livres de microorganismos
Ex: instrumental
Material semi-crítico
entra em contato com
mucosa ou pele não Desinfecção
íntegra. Ex: inaladores
Material não crítico
entra em contato com Limpeza
pele íntegra. Ex: comadre
7. Processo de remoção mecânica das sujidades, realizado com água,
sabão ou detergente, de forma manual ou automatizada .O principal
fator que reduz até 4 log de organismos contaminantes. Quanto mais
limpo estiver o artigo, menores as chances de falhas na esterilização.
Finalidade:
Remoção da sujidade
Remoção ou redução de microorganismos
Remoção ou redução de substâncias pirogênicas
8. Uso de EPIs :
- é imprescindível o uso correto dos EPIs para o desenvolvimento das
técnicas de limpeza e desinfecção. São eles: aventais impermeáveis,
luvas anti-derrapantes de cano longo, óculos de proteção, máscaras.
FACE
CORPO
MÃOS
9. O que precisa?
Pia exclusiva com cuba funda (preferencialmente).
Bancada para apoio, deve ser lavável.
Cuba plástica para colocar a solução de limpeza(água e sabão ou solução
enzimática).
Escovas e/ou esponjas para a limpeza dos artigos.
Falso tecido descartável ou tecido(deve ser lavado após o uso, e ser
exclusivo) para enxugar os artigos.
A limpeza e secagem do artigo é obrigatória antes da desinfecção ou
esterilização.
Após o procedimento os utensílios devem ser limpos (cuba, escovas, etc),
pode fazer a desinfecção com Hipoclorito de sódio 0,5 – 1%.
Definir qual procedimento o artigo vai se submetido: desinfecção ou
esterilização.
(Resol SS374/95 manual MS /94)
10. Tipos de Limpeza
MANUAL
É realizada manualmente por meio de ação física, sendo utilizado
água, detergente, escovas de cerdas macias.
AUTOMÁTICA
É realizada por máquinas automatizadas, que removem a sujidade por meio
de ação física e química .
LAVADORA ULTRA-SÔNICA - ação combinada da energia mecânica
(vibração sonora), térmica (temperatura entre 50º e 55ºC) e química
(detergentes).
LAVADORA DESCONTAMINADORA – jatos de água associadas a
detergentes, com ação de braços rotativos e bicos direcionados sob pressão.
LAVADORA TERMO-DESINFECTADORA - jatos de água e
turbilhonamento, associados a ação de detergentes. A desinfecção se dá por
meio de ação térmica ou termoquímica.
LAVADORA ESTERILIZADORA – realiza ciclos de pré-limpeza, limpeza
com detergente, enxágüe e esterilização.
11. Manual
detergente
(enzimático)
escovas
jatos de água
água quente
E.P.I. – luvas grossas, avental impermeável, óculos e máscara
15. Desinfecção:
É um processo que destrói microrganismos, patogênicos ou não,
dos artigos, com exceção de esporos bacterianos, por meios
físicos ou químicos.
Níveis de desinfecção:
Alto nível: destrói todos os microrganismos com exceção a alto
número de esporos => Glutaraldeído 2% - 20 – 30 minutos.
Indicação: área hospitalar preferencialmente.
Médio nível: elimina bactérias vegetativas, a maioria dos vírus,
fungos e micobactérias =>Hipoclorito de sódio 1% - 30 minutos.
Indicação: para UBS, creche, asilos,casa de repouso.
Baixo nível: elimina a maioria das bactérias, alguns vírus e
fungos, mas não elimina micobactérias =>Hipoclorito de sódio
0,025%
Indicação:nutrição.
17. Desinfecção química
ESPOROS BACTERIANOS
MAIOR Bacillus subtillis
RESISTÊNCIA Alto Nível
MICOBACTÉRIAS aldeídos e ácido peracético
VÍRUS PEQUENOS OU NÃO Nível Intermediário
LIPÍDICOS
poliovírus álcool, hipoclorito de sódio a 1%,
cloro orgânico, fenol sintético
FUNGOS
Candida spp
BACTÉRIAS VEGETATIVAS Baixo Nível
Pseudomonas aeruginosa
quaternário de amônio
MENOR VÍRUS MÉDIOS OU e hipoclorito de sódio 0,2%
RESISTÊNCIA LIPÍDICOS
vírus HBV, HIV
18. Desinfetantes
Glutaraldeído
Desinfetante de alto nível - concentração 2%
Período de exposição – 20 a 30 minutos
Enxágüe abundante após imersão do material
Utilização de EPI
Vantagem: não produz corrosão de instrumentais,
não altera componentes de borracha ou plástico
Desvantagem: impregna matéria orgânica e pode ser
retido por materiais porosos. Irritante de vias
aéreas, ocular e cutânea.
19. Desinfetantes
Ácido peracético
Desinfetante de alto nível - concentração de 0,2%
Período de exposição – 5 a 10 minutos (seguir
orientação do fabricante)
Utilização de EPI
Vantagem: pouco tóxico (água, ácido acético e
oxigênio). É efetivo na presença de matéria
orgânica
Desvantagem: é instável quando diluído, corrosivo
para metais (aço, bronze, latão, ferro galvanizado)
20. Desinfetantes
Compostos fenólicos
Desinfetante de nível médio ou intermediário -
concentração de 2 a 5%
Período de exposição – 20 a 30 minutos
Utilização de EPI
Vantagem: pouco afetados por matéria orgânica
Desvantagem: impregnam materiais porosos não
sendo indicados para artigos que entrem em
contato com o trato respiratório (borracha, látex).
Contra indicados para uso em berços e
incubadoras.
21. Desinfetantes
Compostos clorados
Variadas concentrações
Forma líquida (hipoclorito de sódio)
Forma sólida (hipoclorito de cálcio)
Utilização de EPI
Vantagem: baixo custo, ação rápida, baixa
toxicidade
Desvantagem: difícil de ser validado, corrosivo para
metais, inativado na presença de matéria orgânica,
odor forte, irritante de mucosa.
22. Desinfetantes
Álcool
Desinfetante de nível intermediário – álcool etílico
a 70%
Utilizado para artigos e superfícies por meio de
fricção (repetir a operação 3 vezes)
Vantagem: ação rápida, fácil uso, baixo custo,
compatível com metais.
Desvantagem: dilata e enrijece borracha e plástico,
opacifica acrílico, danifica lentes e materiais com
verniz, inflamável
23. Desinfetantes
Quaternário de amônio
Desinfetante de baixo nível
Concentração da fórmula – depende do fabricante
Utilizados em superfícies, paredes e mobiliários
Vantagem: baixa toxicidade
Desvantagem: podem causar irritação na pele.
Podem danificar borrachas sintéticas, cimento e
alumínio.
24. Desinfetantes
Seleção dos desinfetantes
Amplo espectro de ação antimicrobiana
Não ser corrosivo para metais
Não danificar artigos ou acessórios de borracha,
plástico ou equipamentos óticos
Sofrer pouca interferência de matéria orgânica
Possuir baixa toxicidade
Ser inodoro ou ter odor agradável
Ser compatível com sabões e detergentes
Ser estável quando concentrado ou diluído
25. Desinfecção química
Toxicidade
(EPI) Concentração
Odor
Desinfetantes
Corrosão
Tempo de
exposição
Custo x Benefício
26. Processos físicos
Pasteurização
Desinfecção de alto nível – água 75ºC por 30 minutos
Utilizada para artigos de terapia respiratória.
Necessita secagem, pode causar queimaduras
Lavadora termodesinfetadora
• Lavam e fazem desinfecção de alto nível – 60 a 95ºC
• Utilizada para artigos de terapia respiratória, acessórios de
respiradores, comadres, papagaios, cubas.
28. Embalagem
Deve permitir a esterilização do artigo, mantendo a sua esterilidade
até a utilização.
Requisitos:
Ser permeável ao ar para permitir sua
saída e entrada do agente esterilizante
Ser permeável ao agente esterilizante,
mesmo em cobertura dupla
Permitir sua secagem, bem como a do
seu conteúdo
Ser uma barreira efetiva à passagem de
microorganismos
29. Embalagem
Ideal
• visibilidade do conteúdo
• indicador químico
• selagem segura
• indicação para abertura
• lote de fabricação
• tamanhos variados
• registro MS
30. Esterilização de artigos em unidades de saúde – 2ª ed.rev.e
ampl. – São Paulo: Associação paulista de Estudos e Controle
de Infecção Hospitalar, 2003
Graziano KU. Processos de limpeza e desinfecção de artigos
odonto-médico-hospitalares e cuidados com o ambiente
cirúrgico. In: Rubia Aparecida Lacerda. Controle de infecção
em centro cirúrgico: fatos, mitos e controvérsias. São Paulo:
Atheneu, 2003.
Aula Prof. REUTONE FERNANDES PRAZERES