Pauta de Reivindicações dos Servidores do Judiciário de São Paulo 2013
Jornal Unidade nº 363 - Outubro/2013 - SJSP
1. André Freire
Mino Carta conta tudo à Comissão da Verdade
Págs 6 e 7
JORNAL DOS JORNALISTAS OUTUBRO 2013 número 363
VIOLÊNCIA
Não!
Sindicato combate o aumento de agressões
a jornalistas em pleno exercício profissional
Pág 9
Campanha Salarial
de Jornais e Revistas
entra na reta final
Pág 3
SJSP na luta contra
as demissões em
várias redações
Págs 4 e 5
Relações perigosas
entre os meios de
comunicação e a ditadura
Pág 8
2. Editorial
Violência contra jornalistas,
atentado à democracia
UNIDADE OUTUBRO 2013
V
2
ítimas do regime militar que tomou conta do Brasil após o golpe de
1964, jornalistas foram assassinados, torturados, perseguidos, ameaçados, presos ou banidos do país. As
redações em que trabalhavam foram
ocupadas por agentes da repressão
encarregados da censura prévia que
manipulava informação e não admitia diferenças de opinião. A verdadeira história da violência contra
jornalistas, que arriscaram a vida e
encararam a morte na luta pela redemocratização no país vem sendo passada a limpo por várias Comissões da
Verdade, especialmente a do SJSP.
Passados quase 50 anos do golpe
militar, com o Brasil em plena redemocratização, uma cena está virando rotina nas manifestações de rua:
profissionais de imprensa são alvo
intencional de spray de pimenta, gás
lacrimogêneo e balas de borracha,
sofrem agressões verbais e físicas,
recebem voz de prisão de policiais
truculentos que agem com o aval de
governos despreparados para o convívio democrático. Em São Paulo,
essa é a política adotada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que
não consegue conter a onda de violência crescente e os altos índices de
criminalidade, mas tem uma polícia
agressiva contra jornalistas.
Infelizmente, esses fatos não são
isolados e a prática truculenta não
está restrita às manifestações de
rua. Quem se incomoda com o clique de uma máquina fotográfica ou
com informações de um texto, não
hesita em agir com violência. Repórteres fotográficos sofrem com o despreparo dos seguranças em eventos
públicos, atos políticos e shows artísticos. Até alguns manifestantes e
jovens estudantes agridem profissionais de imprensa e querem impor
censura ao exercício profissional,
confundindo os trabalhadores com
a linha editorial dos donos dos veículos de comunicação.
Enfim, vivemos tempos de bana-
lização e cultivo da violência exatamente por quem deveria garantir a
segurança de profissionais e cidadãos. O forte aparato militar que
ainda existe no estado de deveria
ser urgentemente desmontado e
desmilitarizado. Caso contrário, o
jornalista, que sempre esteve no
olho do furacão na busca de notícias, continuará se transformando
em alvo fácil.
A Fenaj, em sua Comissão Nacional de Direitos Humanos e Liberdade de Imprensa, acompanha a situação da violência contra os jornalistas
desde 1998, através de relatórios
anuais, fazendo uma radiografia da
situação brasileira. O próprio SJSP
se incumbiu, durante os protestos
de junho, em fazer um relatório dos
jornalistas feridos e detidos pela
PM e agredidos pelos manifestantes. Também a Associação Brasileira
de Jornalismo Investigativo (Abraji)
apontou em levantamento que, de
vinte agressões registradas contra
jornalistas, 85% foram cometidas
pela PM. Em 2012, estudo do Comitê para a Proteção dos Jornalistas
(CPJ) já apontava que o Brasil ocupava o terceiro lugar nas Américas e
o 11º no mundo no ranking de impunidade de crimes praticados contra os profissionais de imprensa.
A situação é tão preocupante que,
recentemente, a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República reconheceu
que os ataques recentes da PM a
jornalistas são "resquícios da ditadura militar".
Mesmo diante de tanta adversidade,
os jornalistas de SP têm dado demonstração de força e unidade. É chegada a
hora da reação e da discussão necessária para dar um basta aos aparelhos
de repressão do Estado que assumem
o papel de violadores da liberdade de
imprensa e dos direitos humanos. Verdadeiro atentado à democracia.
A Direção
Órgão Oficial do Sindicato dos Jornalistas
Profissionais no Estado de São Paulo
Rua Rêgo Freitas, 530 - sobreloja CEP
01220-010 - São Paulo - SP * Tel: (11)
3217-6299 - Fax: (11) 3256-7191
E-mail: unidade@sjsp.org.br
site: www.jornalistasp.org.br
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou do Sindicato.
Diretoria Executiva
Presidente
José Augusto de Oliveira Camargo
Secretário Geral
André Luiz Cardoso Freire
Secretária de Finanças
Cândida Maria Rodrigues Vieira
Secretário do Interior e Litoral
Edvaldo Antonio de Almeida
Secretária de Cultura e Comunicação
Lílian Mary Parise
Secretária de Relações Sindicais
e Sociais
Evany Conceição Francheschi Sessa
Secretária de Sindicalização
Márcia Regina Quintanilha
Secretário Jurídico e de Assistência
Paulo Leite Moraes Zocchi
Secretária de Ação e
Formação Sindical
Clélia Cardim
Conselho de Diretores
Kepler Fidalgo Polamarçuk (adjunto de
Sindicalização), Alan Felisberto Rodrigues (secretário adjunto de Cultura e
Comunicação), Luis Lucindo de Azevedo, Wladimir Francisco de Miranda Filho,
Alessandro Giannini, Claudio Luis Oliveira Soares, Rosemary Nogueira, Fabiana Caramez (secretária adjunta de Interior e Litoral) e José Eduardo de Souza
(secretário adjunto de Interior e Litoral)
Diretores Regionais
ABCD
Peter Suzano Silva
Bauru
Ângelo Sottovia
Campinas
Agildo Nogueira Júnior
Piracicaba
Martim Vieira Ferreira
Ribeirão Preto
Aureni Faustino de Menezes
(secretária adjunta do Interior e Litoral)
Santos
Carlos Alberto Ratton Ferreira
São José do Rio Preto
Andréia Fuzinelli
Sorocaba
José Antonio Silveira Rosa
Vale do Paraíba, Litoral Norte
e Mantiqueira
Fernanda Soares
Oeste Paulista
Tânia Brandão
Conselho Fiscal
Titulares
Sylvio Miceli Jr., James Membribes Rubio, Raul Varassin
Suplentes, Manuel Alves dos Santos e
Karina Fernandes Praça
Comissão de Registro e Fiscalização-,
Titulares
Douglas Amparo Mansur, José Fernandes da Silva, Vitor Celso Ribeiro da Silva
Suplentes José Aparecido dos Santos
e Luigi Bongiovani
Diretores de Base
ABCD
Carlos Eduardo Bazilevski Aragão, Vilma Amaro e Sandra Regina Pereira de
Moraes.
Bauru
Luis Victorelli, Ieda Cristina Borges, Luiz
Augusto Teixeira Ribeiro e Rita Cornélio
Campinas
Kátia Maria Fonseca Dias Pinto, Hugo
Arnaldo Gallo Mantellato, Edna Madolozzo, Marcos Rodrigues Alves, Djalma
dos Santos e Fernanda de Freitas
Oeste Paulista
Priscila Guidio Bachiega, Geraldo Fernandes Gomes e Altino Oliveira Correa
Piracicaba
Luciana Montenegro Carnevale, Fabrice Desmonts da Silva, Paulo Roberto
Botão, Poliana Salla Ribeiro, Ubirajara
de Toledo, Vanderlei Antonio Zampaulo
e Carlos Castro
Ribeirão Preto
Antonio Claret Gouvea, David Batista
Radesca, José Francisco Pimenta, Ronaldo Augusto Maguetas, Fabio Lopes,
Marco Rogério Duarte e Maria Odila
Theodoro Netto
Santos
Edson Domingos Costa Baraçal, Eraldo
José dos Santos, Glauco Ramos Braga,
Emerson Pereira Chaves, Dirceu Fernandes Lopez, Ademir Henrique e Reynaldo Salgado
São José do Rio Preto
Harley Pacola, José Luis Lançoni, Sérgio
Ricardo do Amaral Sampaio, Cecília Dionísio e Marcelo Dias dos Santos
Sorocaba
Adriane Mendes, Fernando Carlos Silva
Guimarães, Aldo Valério da Silva, Emídio
Marques e Marcelo Antunes Cau,
Vale do Paraíba
Jorge Silva, Fernanda Soares Andrade
e Vanessa Gomes de Paula.
Comissão de Ética
Denise Fon, Roland Marinho Sierra,
Alcides Rocha, Flávio Tiné, Fernando
Jorge, Dr. Lúcio França, Sandra Rehder,
Antonio Funari Filho e Padre Antonio
Aparecido Pereira
EXPEDIENTE
Diretora responsável: Lílian Parise (MTb
13.522/SP) Editor: Simão Zygband (MTb
12.474/SP) Diagramação: Rubens M.
Ferrari (MTb 27.183/SP) Redação: Ana
Paula Carrion (MTb 8842/ RS) e Bárbara Barbosa (MTb 60.296/SP) - Foto da
capa: Vanessa Carvalho
Impressão: Forma Certa Fone (11) 36722727 Tiragem: 8.000 exemplares
Conselho Editorial: Jaqueline Lemos, Luiz Carlos
Ramos, Laurindo Leal Filho (Lalo), Assis Ângelo,
Renato Yakabe e Adunias Bispo da Luz.
3. Campanha Salarial
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
(SJSP) discutiu, no final de setembro, o plano de Participação nos
Lucros e Resultados da empresa,
chamado "Superação" com representantes da Editora Abril.
O secretário Jurídico do SJSP,
Paulo Zocchi, que participou da reunião, apresentou uma proposta de
garantia de pagamento mínimo de
R$ 1.000,00, caso não fosse atingida
a meta de PLR da empresa.
"O Sindicato quer que a cláusula
seja estendida aos jornalistas. Os
profissionais gráficos da empresa já
têm esta garantia no Acordo Coletivo. A ideia é que todos trabalhadores
tenham um tratamento igualitário
por parte da empresa", disse Zocchi.
No final de setembro, o Departamento Jurídico do Sindicato enviou
ofício à empresa para solicitar a incorporação da cláusula ao Acordo
Coletivo dos jornalistas, propondo a
seguinte redação: "Em caso do não
atingimento das metas previstas no
Superação, a Empresa garantirá ao
Empregado o pagamento mínimo
de R$ 1.000,00, (hum mil reais) ou
o valor estabelecido na Convenção
Coletiva a título de multa indenizatória pela não efetuação de programa próprio de PLR, caso esse seja
maior.” O SJSP ainda aguarda resposta da empresa
Jornais e Revistas da Capital
aprovam índices de reajuste
com 82% dos votos
O
s jornalistas de Jornais e
Revistas da Capital aprovaram no segundo plebiscito
realizado pelo SJSP, a proposta de reajuste de 6,95% para salários
até R$11.863,54.
Para os vencimentos entre R$
11.863,55 e R$ 13.740,00, haverá um
valor fixo de R$ 824,51. Para os salários
acima de R$ 13.740,00, o reajuste será
de 6%.
Com a aprovação da proposta, o piso
salarial para 5 horas de trabalho passará a
ser de R$ 2.342,40. O reajuste é retroativo
à data base da categoria que é 1º de junho.
Na mesa de negociação, as empresas se
comprometeram a reajustar o acumulado
junto com os salários do mês de outubro
(ou seja, até o 5º dia útil de novembro).
Nessa data, os jornalistas devem receber
o salário de outubro reajustado, a diferença de salário dos quatro meses anteriores
(junho, julho, agosto e setembro), além
da diferença de férias, se foram gozadas
neste período.
“A criação da faixa salarial fixa de R$
824,51 foi uma forma de impedir injustiças,
ou seja, que um trabalhador com o salário
reajustado em 6,95% passe a ganhar mais
do que aquele seu colega que receberá 6%,
causando assim distorções no quadro salarial. Acima do valor de R$ 13.740,00, o reajuste de 6% não ocasiona esse problema”,
disse o presidente do SJSP, José Augusto
Camargo (Guto).
“Defendemos até o final a reposição da
inflação para todos, mas o índice mínimo
de 6% acabou sendo a forma de impedir
o reajuste fixo como única forma de correção acima da faixa, o que provocaria
um forte achatamento salarial, que as
empresas queriam impor”, acrescentou.
A Campanha Salarial iniciada em julho foi
marcada pela intransigência patronal que,
alegando “baixos lucros”, insistiu na proposta de índices abaixo da inflação, ou seja,
6,5%. Só na quarta rodada, eles se renderam
aos argumentos do Sindicato e à rejeição da
categoria no primeiro plebiscito e concordaram com o reajuste com base no INPC de
6,95% para mais de 80% dos salários.
No segundo plebiscito, realizado entre
10 e 14 de outubro, votaram 613 trabalhadores, dos quais 503 pela aprovação (82%)
- defendida pela direção do SJSP - e 110
pela rejeição (18%).
Votações expressivas
Foram cerca de quatro meses de negociação de uma Campanha Salarial na qual
os patrões se mostraram irredutíveis em
suas propostas, a maioria delas sempre
abaixo da inflação. No primeiro plebiscito,
realizado no mês passado, os jornalistas
rejeitaram os índices que os empresários
apresentaram até então, sempre abaixo de
UNIDADE OUTUBRO 2013
SJSP discute os
critérios da PLR
na editora Abril
6,95% para todas as faixas salariais.
No último plebiscito da Campanha Salarial há de se destacar a participação expressiva dos jornalistas. Na Editora Abril, 207
trabalhadores votaram a favor e 19 contra,
no jornal Valor Econômico, o sim obteve 60
contra 29 para o não. Também houve bom
comparecimento às urnas no Estado de S.
Paulo, nas editoras Três e Globo, no Valor
Econômico e na Globo CondeNast.
Maioria aprova e SJSP assina nova Convenção
O SJSP já assinou a Convenção Coletiva dos jornalistas de Jornais e Revistas do Interior e Litoral, que aceitaram
a proposta negociada na Campanha Salarial de 2013.
Por maioria esmagadora os trabalhadores responderam sim ao plebiscito
realizado em 12 cidades do Estado. No
total, votaram 495 trabalhadores, dos
quais 456 optaram em aceitar a proposta (92,12%) e apenas 39 foram contrários (7,88%).
Os jornalistas que recebem o piso salarial terão reajuste de 7,01% em seus
vencimentos. O menor salário para os
profissionais do Interior e Litoral pas-
sa a ser de R$ 1.937,00 (jornada de 5
horas) e R$ 3.099,30 (7 horas).
Já os salários maiores que o piso e que
não ultrapassam R$ 6.200,00 foram corrigidos pelo INPC (6,95%) e para ganhos
acima disso, aumento de 6%.
Aumentos mais expressivos, entretanto, foram destinados à PLR, no
valor de R$ 860,00 (ou 7,5%), vale refeição de R$ 8,00 (o SJSP queria que
fossem pagos sobre 26 dias e os patrões
só aceitam pagá-lo nos dias efetivamente trabalhados), cesta básica de R$
180,00 (o que representa um aumento
de 9,09%) e as demais cláusulas econômicas como Auxílio Creche, Convênio
Médico, Auxílio Funeral, entre outras,
reajuste de 6,95%.
A direção do SJSP defendeu a aprovação por entender que não havia margem
para mais avanços e, que esta beneficia
90% da categoria nas cidades do Interior,
Litoral e Grande São Paulo.
O presidente do SJSP, José Augusto
Camargo, disse que a proposta não foi a
ideal, mas a possível. “Foi uma exaustiva
negociação, onde as empresas insistiam
em apresentar um quadro negativo, apesar dos avanços econômicos dos últimos
anos, garantimos a justiça financeira
para a grande maioria dos jornalistas do
setor”, declarou.
3
4. Ação Sindical
Novo proprietário do Diário de SP e
Bom Dia tenta precarizar trabalho
assegurou a contratação de todos via
CLT. A empresa tinha proposto contratação como PJ. Porém, a empresa está
resistindo em sentar novamente com o
Sindicato para discutir os termos dessa
nova contratação.
No dia 7 de outubro, os diretores do
SJSP entraram novamente em contato
com a direção da Cereja que, desrespeitosamente, afirmou ainda não ter
definido quem será o interlocutor da
empresa para assuntos sindicais. A entidade recorreu, então, ao Ministério
do Trabalho e Emprego (MTE).
O SJSP está em contato permanente
Foto: Rede Brasil Atual
UNIDADE OUTUBRO 2013
A
direção do SJSP está acompanhando a transição de
administração que acontece
nos jornais Diário de S. Paulo
e Bom Dia, antes pertencentes ao grupo
Traffic e vendidos recentemente para a Cereja Comunicação Digital.
Todos os jornalistas da Rede Bom Dia
foram demitidos e cumpriram aviso prévio, encerrado no dia 9 de outubro.. Até
o fechamento do Unidade, a Cereja não
tinha apresentado uma proposta formal
de recontratação dos jornalistas.
Numa primeira reunião de negociação com o novo proprietário, o SJSP
Assembleia dos trabalhadores na porta da TV Brasil em São Paulo
Trabalhadores da TV Brasil iniciam
campanha salarial unificada
4
Teve início no dia 2 de outubro, em
Brasília, a Campanha Salarial Unificada da Empresa Brasil de Comunicação
(EBC), que contou com a participação do
presidente do Sindicato dos Jornalistas
Profissionais no Estado de São Paulo
(SJSP), José Augusto Camargo (Guto)
na mesa de negociação. A data base é 1º
de novembro. A reivindicação econômica
é de reposição da inflação, mais ganho
real de R$ 400 para todos trabalhadores
da empresa.
Além das cláusulas sociais de melhores condições de trabalho e de segurança
eles pedem uma atuação específica na organização de trabalho, já que se trata de
empresa pública.
"Esta é a primeira campanha nacional
unificada envolvendo os estados de SP,
DF, RJ e MA, onde há sedes da EBC. Esta
unidade dará um caráter diferenciado e
favorável a negociação, que até então,
era feita separadamente por setor de Rádio e TV de cada região", disse o presidente do SJSP.
A negociação unificada é composta
pelos sindicatos dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo e do
Distrito Federal, dos Radialistas de São
Paulo, do Distrito Federal e do Rio de
Janeiro, além Confederação Nacional
dos Trabalhadores em Comunicação e
Publicidade e da Comissão de Trabalhadores da EBC.
com os trabalhadores e está tomando as
medidas cabíveis para proteger os empregos e os direitos dos jornalistas. “Nós exigimos que todos sejam recontratados dentro
da lei trabalhista e não como PJ, com carga
horária, salário e condições de trabalho
adequados. Utilizaremos todos os recursos
necessários para garantir o cumprimento
da lei”, afirma o secretário de Interior e Litoral do SJSP, Edvaldo Almeida (Ed).
Indenização de 2,5 salários
O SJSP assegurou o pagamento de 2,5
salários a todos os jornalistas demitidos
do Bom Dia a título de indenização pelo
acordo assinado pela Traffic de estabilidade até dezembro. As homologações
aconteceram no dia 16 e 17 de outubro
na capital para os jornalistas do Bom
Dia ABC e Jundiaí e nas respectivas Regionais para os jornalistas de Bauru, São
José do Rio Preto e Sorocaba. Quanto a
“franquia” de Itatiba, o jornal foi fechado
e todos os jornalistas demitidos. O proprietário queria parcelar as verbas rescisórias, o que não foi aceito pelo SJSP. As
homologações aconteceram no dia 21.
Os sete jornalistas demitidos antes
das negociações com o Sindicato terão
seis meses de convênio médico.
Na TVCOM de Sorocaba, jornada de
trabalho e direitos são regularizados
A direção do SJSP, através da Regional
de Sorocaba, realizou negociações com o
presidente da TV Comunitária da cidade
(TVCOM) e obteve importante vitória
para sanar problemas na emissora referentes ao não cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho e da legislação
trabalhista, como acúmulo de função,
indefinição na escala de trabalho, problemas com férias vencidas, assédio moral,
utilização de estagiário em desacordo
com a lei, entre outros.
Nas negociações, a emissora se comprometeu a regularizar situações como
apresentar escala de trabalho do mês
seguinte na última semana do mês corrente, pagar o adiantamento salarial no
dia 20 de cada mês, entregar holerites no
prazo e formato determinados pela legis-
lação, acabar com o acúmulo de funções,
regularizar a situação do estagiário (que
foi contratado de maneira irregular) e
implantar o adicional por tempo de serviço, como é previsto em lei. O Sindicato
também garantiu o pagamento do abono
salarial no 5° dia útil de novembro e melhorias nas condições de trabalho.
Segundo a diretora adjunta de Interior e Litoral do SJSP, Fabiana Caramez,
as conquistas se deveram, sobretudo, à
participação dos jornalistas. “Depois de
receber as denúncias, efetuamos reuniões com os trabalhadores, onde foram
apontados os principais problemas. São
vitórias que podemos atribuir, não somente à ação do SJSP, mas também à
determinação e unidade da categoria”,
disse.
Liminar impede demissões na IMESP
O SJSP, em conjunto com as outras
entidades sindicais que representam os
trabalhadores da Imprensa Oficial conseguiram restabelecer os efeitos da liminar que impede a demissão de funcionários, admitidos pelo concurso público de
1995, cuja contratação é contestada pelo
Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Num processo administrativo que durou de 1997 a 2010, no qual nenhum trabalhador foi ouvido, o TCE considerou irregular a atribuição de pontos por títulos
do concurso. Os trabalhadores admitidos
apenas seguiram as normas do edital.
Os advogados dos sindicatos, incluindo os do Departamento Jurídico do
SJSP, recorreram para manter a ação na
Justiça do Trabalho e ao mesmo tempo
ingressaram com cautelar solicitando o
restabelecimento dos efeitos da liminar,
que foi conquistado em 24 de setembro.
Em agosto, o presidente da Imprensa
Oficial comunicou que, caso prevalecesse a posição do TCE, 19 trabalhadores
entre os quais duas jornalistas, estariam
sob a ameaça de demissão.
5. Ação Sindical
Em estado de greve, jornalistas da TV
Alesp garantem a opção ao PDV
Assembleia dos trabalhadores da TV Alesp
Profissionais no Estado de São Paulo cretária de Relações Sindicais e Sociais,
(SJSP) insistirá para que quatro traba- Evany Sessa. Eles acreditam que diante
lhadores que foram demitidos antes do das dificuldades ocorridas durante o desinício das negociações sejam também gastante processo de negociação, a adoincorporados ao PDV.
ção do PDV foi a única saída encontrada
As negociações com a Fundac foram para atenuar as dispensas. “É primeira
realizadas pelo presidente da entidade, vez que um programa desta natureza é
José Augusto Camargo (Guto) e pela se- implantado como instrumento de res-
sarcimento aos trabalhadores demitidos
em uma empresa de comunicação, sem
que tenha sido necessário recorrer à Justiça do Trabalho”, destacaram os dirigentes do SJSP.
Contrato emergencial
Há meses os trabalhadores da TV
Alesp enfrentavam uma situação angustiante, fruto do descompasso da
presidência da Assembleia Legislativa, que conduziu de maneira descoordenada a licitação para a escolha
da produtora que sucederia a Fundac,
que em um primeiro momento, foi
desqualificada para participar do processo licitatório. A empresa recorreu à
Justiça e, por possuir o menor preço,
foi convidada a realizar um contrato
emergencial, mas com valores inferiores aos anteriores. Este foi o principal
motivo alegado pela empresa para demitir os trabalhadores, quando parte deles, optou em sair no PDV. Mas
o Programa somente foi implantado
após os jornalistas decretarem o estado de greve.
SJSP negocia e conquista a escala 3x1
para os jornalistas do Portal R7
Comissão da TVT e ABCD Maior
conquista mais benefícios a demitidos
A direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
(SJSP) conquistou importante vitória
para os jornalistas que produzem o Portal R7, vinculado à Rede Record. É que
eles voltarão a trabalhar na escala 3x1,
ou seja, folgam três finais de semana e
trabalham um. Anteriormente, cumpriam a 2x1 (folgam dois dias e trabalham um).
Esta conquista ocorre em um momento importante em que os redatores
e repórteres que trabalham em portais,
pois, muitas vezes, não são considerados jornalistas pelas empresas (o que
não é o caso do R7). E são vinculados
erroneamente ao Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas e Cursos de Informática (Sindiesp).
“É por isso que lutamos pela sindicalização dos jornalistas que trabalham
em portais”, diz a secretária de Ação e
Formação Sindical, Telê Cardim. A dirigente, que trabalha na Rede Record,
A Comissão de jornalistas da TVT e do
jornal ABCD Maior, com a intermediação do SJSP, conquistou mais benefícios
aos 19 trabalhadores demitidos. Os representantes dos dois veículos aceitaram
pagar mais cinco meses de vale - refeição
e vale- alimentação, além dos três meses
de plano de saúde já acertados anteriormente em negociação.
Dos 19 demitidos, 11 eram da TV e 8
do impresso. Em nota oficial, Valter Sanches, presidente da Fundação Comunicação, Cultura e Trabalho, responsável pelos veículos, declarou que as demissões
só ocorreram “após diversas tentativas
de encontrar uma alternativa financeira que viabilizasse a manutenção da
estrutura inicial”. Diante disso, o SJSP
em reunião de negociação, reivindicou o
pagamento de cinco meses de plano de
saúde, vale-refeição e vale-alimentação
pelo mesmo período aos jornalistas desligados, para minimizar os efeitos das
demissões.
UNIDADE OUTUBRO 2013
Andressa Segale
A
crise na TV Alesp, que já
perdurava por mais de seis
meses, acabou tendo uma
definição, que se não é a
definitiva, teve a intenção de atenuar o
impacto das demissões, previstas desde
o final do contrato entre a Assembleia
Legislativa de São Paulo e a Fundação
para o Desenvolvimento das Artes e da
Comunicação (Fundac). Todos os trabalhadores, em um total de 22, estavam
em aviso prévio e iriam para a rua com
nenhum benefício. Após várias assembleias de trabalhadores (que incluiu os
radialistas) e diversas negociações, a
Fundac, após a decretação de estado de
greve pelos trabalhadores, aceitou abrir
um Programa de Demissão Voluntária
(PDV), que garante o pagamento de dois
pisos salariais para os demitidos.
O prazo para adesão ao PDV foi encerrado no último dia 16 de outubro,
quando onze jornalistas optaram por
aderir ao Programa, que prevê ainda
11 meses de manutenção do plano de
saúde nas mesmas condições atuais.
A direção do Sindicato dos Jornalistas
representou o Sindicato na negociação
com o R7 que garantiu a escala 3x1. “É
importante que estes profissionais se
sindicalizem ao SJSP, pois somente desta maneira se fortalece a luta e se obtém
conquistas, não somente dentro da Record, como na categoria como um todo”,
avalia a dirigente.
TV Record
Telé Cardim disse ainda que a direção
do SJSP está empenhada também em
negociar a escala 3x1 para os trabalhadores da TV Record, que ainda efetuam
a 2x1.
A direção do SJSP tem negociado com
a Rede Record a contratação dos jornalistas em carteira assinada, acabando a
modalidade de trabalhadores contratados como Pessoa Jurídica (PJ).
A Record firmou o compromisso com o
SJSP de que, a partir de janeiro, todos os
PJs serão contratados com vínculo empregatício. Vamos cobrar!
E entidade reivindicou ainda a realização de reuniões mensais com as Comissões de Jornalistas dos dois veículos,
junto com o SJSP, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a Fundação. O objetivo
é garantir uma negociação permanente e
a manutenção da relação de transparência
entre as partes. Além disso, a Fundação
assumiu o compromisso de priorizar os
jornalistas desligados para recontratações
e de não promover mais demissões.
"É preciso que os veículos alternativos
de comunicação tenham o mesmo tratamento na destinação das verbas publicitárias que os órgãos de governos destinam
a grande mídia. Desta forma, estariam
garantidas a isonomia na distribuição
das verbas e a sobrevivência dos veículos
de comunicação popular e sindical, que
abordam os temas de interesse da classe
trabalhadora", disse o secretário geral da
entidade, André Freire, que acompanhou
as negociações com a Fundação que mantém os dois veículos.
5
6. Direitos Humanos
UNIDADE OUTUBRO 2013
A Comissão da Verdade do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP)
colheu no dia 30 de setembro de 2013 o depoimento do jornalista Mino Carta, que no período da
ditadura militar e da “distensão” foi o responsável
pela criação da revista Veja e do Jornal da Tarde.
D
etentor de muitas informações que permearam a
imprensa naquele período, Mino foi ouvido pelos
membros da Comissão da Verdade dos
Jornalistas, Audálio Dantas (coordenador), José Augusto Camargo (presidente
do SJSP), André Freire (secretário geral
da entidade), Vilma Amaro (diretora de
base do ABCD), Silvério Rocha, Miguel
Varene (Tortura Nunca Mais/SP) e Priscila Chandretti. Rose Nogueira, que também compõe a Comissão, enviou suas
perguntas por e-mail.
Além de Veja e JT, Mino foi também
criador da revista Quatro Rodas, Jornal
da República e editor da Istoé. Atualmente dirige Carta Capital.
Veja os principais trechos de seu depoimento:
6
Mino Carta fala
na Comissão d
Sobre a censura – Ajudei a criar o Jornal da Tarde, que sofreu uma censura indireta antes da decretação do AI-5. Dentro do grupo Estado passei quase quatro
anos. No JT fomos submetidos a uma
espécie de censura. Não sei de que misteriosíssima caverna chegava pelo telefone
uma voz que dizia: não falem disso, não
falem daquilo. Era uma falsa e hipócrita
censura. Quem recebia as orientações
era o chefe de reportagem, Ulisses Alves
de Souza. A certa altura surgiu em cena
um senhor chamado Liz Monteiro, que
era homem da polícia. Sentava no meio
da redação e ficava olhando a rapaziada
trabalhar. Deitava olhares especiais sobre o Luiz Merlino, que trabalhava lá e
teve a vida impiedosamente ceifada. Já
era início dos anos 70.
A censura por telex - Já estávamos
na época do telex. Aquela voz acabou
se transformando em telex, que chegava dizendo o que poderia ou não ser
noticiado. E, tempo depois, essa prática criou situações grotescas, por que
eu descobri que havia uma guerrilha no
Araguaia por que eles diziam “não falem da Guerrilha do Araguaia”.
Na Veja - Deixei o Estadão no início de
68 e fui fazer estágios fora do Brasil para
analisar as revistas semanais. A Abril me
chamou, disseram se queria trabalhar lá
e eu disse que poderia ser, desde que eles
não interferissem na pauta, que não impusessem nenhum tipo de censura. A revista poderia ser discutida após a sua saída.
Nada que precedesse a feitura da revista.
olhares para o Merlino, mas para outros
também. Ele deveria estar desconfiado de muita gente, o que era um tanto
precipitado, por que no caso do Merlino,
ainda se justificava. Mas em relação aos
outros, eram bons meninos que tinham
sonhos, ideiais, mas não creio que representassem um perigo. Aliás, nem mesmo
o Merlino representava.
A voz - Nunca fiquei sabendo de onde
vinha aquela voz. Era uma ditadura que se
pretendia fingir de democracia. Manteve
o Congresso aberto para poder fechá-lo
quando bem entendesse. Havia o bipartidarismo. O MDB nasceu com a Arena
para fazer uma oposição de mentirinha e
subitamente começou a fazer oposição de
verdade. Isso com o Ulysses Guimarães,
que teve seus méritos. Então aconteceram cassações, rapas brutais, mandaram
embora do país um monte de gente.
Suscetibilidades - A Veja foi lançada
finalmente após um longo processo de
gestação, em 8 de setembro de 68. A editora Abril tinha um diretor responsável,
Edgar de Silvio Farias, que tinha acesso
às matérias para cuidar que elas não ferissem suscetibilidades, fardadas ou não.
Eu não aceitei este tipo de fiscalização.
Eu não aceitei que eles interferissem
a priori, mas a posteriori, sim. Mas, na
quinta edição, Veja foi apreendida em
banca. Ela tinha a cobertura do Congresso da UNE, com a manchete: Todos Presos. A apreensão em banca era o hábito
na época. Uma operação capilar, infer-
Ideiais - No JT, tinha o Liz Monteiro,
que se sentava no meio da redação, com
7. -
nal, por que englobava o país todo.
Trato - A Abril não tomou nenhuma
medida (contra a apreensão). Por um
longo período, eles respeitaram o trato
comigo, que me dava uma autonomia
grande, uma liberdade de vôo que eu não
tivera no Estadão. Mas eu também não
reivindicava isso, por que quando se trabalha com os Mesquitas você sabe com
quem está lidando. Muito embora, no
JT, eles me dessem liberdade de fazer um
jornal diferente do Estado mas, do ponto de vista político, ele foi monitorado
constantemente pelo Ruy Mesquita, que
ditava as regras políticas.
Torturas fatais - No dia 13 de dezembro de 68 desaba sobre o país o AI-5.
Vieram ainda duas edições de Veja apreendidas em bancas. Entramos em um ano
terrível, o de 69, ano em que adoece Costa
e Silva e entra a Trempa, o terceto fardado. Há os sequestros dos embaixadores,
a situação está muito tensa. O divisor de
águas foi uma edição especial, no final de
69, sobre tortura. O Raimundo Pereira
comandou uma equipe de sete repórteres, que partiram para um longo levantamento que durou meses, muito sólido em
informações, que contavam três casos de
tortura fatais e arrolavam mais 150 casos
de tortura. Então, surge em cena o Médici. Queríamos inventar um ardil sutilíssimo. Fizemos uma capa em que a Estátua
da Justiça, em pose estranhíssima e a
chamada era: Médici não admite tortura.
E a proibição já veio na terça-feira. Não se
podia falar de tortura. Na noite de sexta, a
revista fechava no fim da tarde de sábado,
veio aquele telefonema proibindo falar de
tortura. Eu fingi que não tinha recebido o
telefonema, mandei desligar os telefones
e saímos com a capa de tortura. Foi um
Deus nos acuda.
Censores civis e militares - Eu só
posso dizer que se eu tivesse que escolher entre os censores militares e os civis, que depois eu tive a oportunidade de
conhecer, eu preferiria os militares que,
por incríveis que pareça, eram mais seguros. Eles não se metiam em nada que
não fosse política e economia. Eles não
interferiam na pauta. Eles interferiam
no texto. Podiam vetar uma foto ou
cortar parte dos textos. Várias vezes os
censores sugeriam apenas uma mudança
de palavra. No governo Médici, os censores militares foram substituídos pelos
censores da Polícia Federal. E esses eram
muito piores: eles liam tudo, rasuravam
fotos, metiam a tesoura pra valer. Nunca nenhum deles chegou e disse: troca
esta palavra que está tudo
bem. Eu sentia neles muita insegurança. Eram apenas bagrinhos que executavam tarefa.
se: vai sair do Estadão e da Veja. Então,
em março de 74, o Geisel empossado,
Armando Falcão me chama em Brasília e
diz: vocês estão livres de censura. Acabada a censura, extrai da gaveta uma matéria sobre os exilados. Tinha uma foto
do Brizola no Uruguai. Esta edição foi
recebida muito mal. A segunda edição
foi sobre o aniversário da Redentora.
Esta matéria caiu pior ainda. Na terceira
edição, já nas bancas, o Vitor Civita me
chama na sala e diz: a censura voltou. A
revista foi apreendida novamente nas
bancas. Isso foi um divisor de águas. Os
militares odiaram uma charge do Millôr
Fernandes. Da sala do Civita, eu liguei
para o Golbery. Ele me disse tínhamos
exagerado. Na noite seguinte, liguei para o Golbery e ele me convidou
para conversar. Estranhamente, o Civita estava na
ante-sala do Golbery. Ele
queria entrar comigo. Eu
aceitei, desde que ele não
fizesse nenhuma intervenção.
“Golbery me
disse que
Golbery - Quando co- havíamos
meçaram as negociações
para levar Ernesto Geisel
à presidência da Repúbli- exagerado”
ca, eu tive muito acesso a
informações. O Golbery do Couto e Silva havia virado uma fonte minha e ele
estava brigado com os militares em geral e, mesmo sendo militar, tinha uma
aversão pelo Médici. Ele era um homem
de direita, mas uma figura extraordinária. Ele teve um papel determinante no
golpe e depois, ao desfazer o golpe. Ele
fez um plano que previa eleições diretas
em 85, que deveria ter como adversários Paulo Maluf e o Tancredo Neves.
Estava previsto. Ele havia traçado todas
as etapas.
Armando Falcão - Eu almocei duas
vezes com o Ministro da Justiça, Armando Falcão, no Rio de Janeiro, para tratar
da retirada dos censores da Veja. Ele dis-
Prisões - Eu devo ter prestado mais
de 40 depoimentos. Fui preso duas vezes. Uma vez no período Médici, quando
Veja publicou as cartas do (Carlos) Lamarca. Fui levado ao quartel general do
2º Exército, mas logo fui liberado por um
coronel. Na segunda vez, fui preso pelo
Fleury em pessoa. O Fleury que matou
o Toledo. No “aparelho” do Toledo eles
encontraram material que eram dos arquivos de Veja. Eles me prenderam para
saber como aquilo tinha chegado no aparelho do Toledo. No Dops, fiquei numa
sala junto com alguns torturados. Fleury
entrou e me disse que, se ele quisesse, fecharia a Veja. Reconheci que o material
possivelmente seria do arquivo de Veja e
ele me liberou.
Sacrifício - Eu fui sacrificado pela
editora Abril para o pagamento de uma
dívida de U$ 50 milhões. Havia um empréstimo que seria realizado pela Caixa
Econômica Federal para sanar a dívida.
Armando Falcão dizia que não poderia
liberar um empréstimo para a Abril que
tinha uma revista inimiga do governo.
Roberto Civita foi negociar com Falcão,
que pediu a minha cabeça e de outros colaboradores como o Plínio Marcos. Eles
me informaram sobre esta condição e,
então, eu me demiti.
UNIDADE OUTUBRO 2013
fala sobre a censura
o da Verdade
Vladimir Herzog - Dom Paulo Evaristo Arns me mandou para Santos à
procura do coronel Erasmo Dias. Ele tinha conseguido falar com o governador
Paulo Egydio, na manhã de sábado, 25 de
outubro de 75, no dia da prisão do Vlado.
Ele me ligou e disse: ele pede que você
vá a Santos, à Vila Belmiro, que lá está
o coronel Erasmo Dias. É para ele voltar
imediatamente a São Paulo e assumir o
controle da situação. Eu disse: Dom Paulo, desculpe, se eu for a Santos é capaz
que ele me prenda. Não. Você vai sim por
que este foi o recado que recebi. Fui, então, com o Paulo Totti e com minha mulher. Erasmo Dias não estava. O pessoal
da Vila Belmiro me disse que ele vinha
de vez em quando, mas possivelmente
estava na casa do Carlos Caldeira (um
dos sócios da Folha de S. Paulo). Aí liguei
para a casa do Caldeira e eles me enchotaram. Então, voltei a São Paulo e estava
comendo uma pizza com o Totti, quando fui comunicado pelo Juca de Oliveira
(que era casado com a filha do Fernando
Faro) da morte do Vlado.
FHC e Lula - Carta Capital foi perseguida pelo governo Fernando Henrique.
Nunca investiu um único centavo em
publicidade na revista. Nem no atual governo. O Caetano Veloso disse que Carta
Capital é a Veja do Lula. Mas, não é verdade. Pergunte para a dona Helena Chagas, que é uma empregada da TV Globo
e instalada para tomar decisões da publicidade governista. Ou o Paulo Bernardo,
que também é funcionário da Globo.
Folha de S. Paulo - A Folha teve uma
série de contribuições especiais em certos momentos. O Cláudio Abramo foi decisivo para botar a Folha como um jornal
importante em São Paulo. Ela viveu alguns momentos aparentemente difíceis.
Por exemplo, no episódio do Lourenço
Diaféria. Golbery me disse que os problemas na Folha aconteceram principalmente por conta da disputa interna no
comando do Exército.
7
8. Direitos Humanos
UNIDADE OUTUBRO 2013
Deputado petista que preside a Comissão da Verdade de São
Paulo denuncia: “a maior derrota que sofremos com a ditadura
foi a criação dos grandes impérios de comunicação, que continuam ditando a agenda política do país”
8
Unidade: A Comissão da Verdade de São
Paulo "Rubens Paiva" apurou o envolvimento dos meios de comunicação com os interesses do regime militar?
Adriano Diogo: O Globo até divulgou
um editorial fazendo auto crítica por ter
participado e apoiado o golpe. Embora
ele tenha sido militar, teve apoio fantástico das empresas jornalísticas. Para
se ter uma ideia, no 31 de março e 1 de
abril, todas as rádios criadas pelo regime
entraram em rede nacional. A rádio Eldorado não precisou entrar por que era
do Estadão. Como ela apregoou o golpe
praticamente um mês antes, ficou isenta de entrar na cadeia de rádio, que chamavam de cadeia da legalidade. Tal era o
grau de envolvimento, de adesão pela delação, pela prisão de pessoas. Os jornais
na época foram unânimes.
U: Eles respondem algum processo pela
participação?
AD: Ninguém no Brasil que apoiou a
ditadura, que torturou, que matou sofreu alguma consequência. Ao contrário, enriqueceram. Há indícios de que a
mudança do Grupo TimeLife no Brasil
foi uma ação organizada para intervir
no país. Acho que nem se colocássemos
todos economistas do mundo poderíamos mensurar a quantia envolvida. Isso
sem falar que o dinheiro não foi o maior
problema porque mesmo com o "fim"
da ditadura nada mudou. Tudo que eles
avançaram no tempo da ditadura permanece intacto até hoje.
U: Como era articulação a ação entre militares e os meios de comunicação?
AD: Existem estudos acadêmicos sobre a forma de atuação deles, mas o que
sabemos de fato foi quem resistiu, que
foi a chamada imprensa alternativa.
Agora essa história do monopólio nacional das principais famílias brasileiras do
ramo de comunicação, Marinho, Frias,
Mesquita, Saad e Silvio Santos construíram impérios de comunicação e todas
as concessões, que são políticas, foram
para aqueles que apoiaram o golpe e até
hoje é assim. O Sarney, Antonio Carlos
Magalhães, os Bornhausen foram beneficiados. Hoje, com a internet, está se
tentando mudar.
U: Algum jornal de grande circulação na
época conseguiu resistir e não aderiu ao golpe?
AD: Sim. Teve o Última Hora, que era
o jornal mais à esquerda de grande circulação na época.
U: E os chamados informativos clandestinos foram eficazes dentro do quadro de
censura que se vivia?
AD: Sim, as gráficas dos partidos eram
as mais visadas, mais que o comitê central. Qualquer publicação clandestina
ou alternativa tinha um efeito multiplicador impressionante. Inclusive, contra
os jornais dos sindicatos a repressão foi
brutal. Os Diários Associados de Chateaubriand parou o centro de São Paulo, a
rua 7 de abril, para fazer uma campanha
intitulada "Dê ouro para o bem do Brasil".
As pessoas iam diante das câmeras
de televisão da TV Tupi para doar seus
pertences como correntes, anel, aliança de ouro para ter fundos financeiros
para combater o comunismo. Isso em
rede nacional durante uma semana com
participação dos atores e artistas que
também faziam contribuições e pronunciamentos. Havia uma histeria contra o
comunismo. Era um clima de guilhotina,
de morte aos comunistas. E foi o Assis
Chateaubriand quem fez essa campanha.
U: Como presidente da Comissão da Verdade de São Paulo, Rubens Paiva, o que
chamou mais chamou a sua atenção nos depoimentos?
AD: É que ainda existe gente interessada neste assunto. Ainda tem gente com
os olhos bem abertos.
Ela gerou uma reação muita interessante e como a política que veio depois
do golpe, foi a política do esquecimento,
da conciliação e gerou estruturas partidárias nojentas como essas que temos
Assessoria Adriano Diogo
Para Adriano Diogo, empresários de
comunicação se beneficiaram da ditadura
AD:
Gerou
uma enorme reação popular. Eles
não esperavam
por isso. Eles
não esperavam
a manifestação
dos núcleos de
consciência política,
criado
pelos familiares
dos presos desaparecidos e por
outras pessoas
que não deixaram morrer, não
deixaram apagar
esta história. Lógico que isso traz
um incomodo na
agenda política,
Adriano Diogo: “ainda tem gente interessada no assunto”
porque ela é do
hoje, tem muito gente interessada em esquecimento, da conciliação, do perdão.
saber a história da ditadura para saber É muito difícil fazer uma Comissão da
quem foram os caras que deram o golpe Verdade num pais da mentira. Você fala
e qual a representação políticas e o poder de escravidão e ninguém sabe o que foi o
que esses caras têm até hoje.
Quilombo dos Palmares e, tem como verE, porque os partidos com estruturas dade que foi a princesa Isabel que acabou
progressistas que resistiram ao golpe se com ela.
aliaram a estes golpistas? Aqui no Brasil
U: Como você definiria hoje a ditadura
tem um problema ao contrário da Argen- militar?
tina e da África do Sul. Aqui a ditadura
AD: A revelação da ditadura só é defennão perdeu militarmente. Ela perdeu po- dida hoje por quem usufruiu, por quem
liticamente, ou seja, ela não foi derrota- ganhou poder e dinheiro com ela e, neste
da no campo dela. O que houve foi uma contexto, podemos citar principalmente,
vitória democrática que os derrotou. os grandes meios de comunicação.
Mas tudo que eles tinham permaneceu.
Para mim a maior derrota que sofreÉ como se a gente tivesse derrotado os mos com a ditadura foi a criação destes
nazistas na segunda guerra mundial mas grandes impérios, que continuam fazennenhum julgamento pudesse ter sido do a agenda política do país. Ainda são
feito e nenhuma estrutura pudesse ser eles que elegem e tiram presidentes.
mexida.
Eles têm um poder absurdo e ninguém
Aqui a ditadura não foi derrotada poli- mexe com eles. No meu entender, faltou
ticamente e nem militarmente. Foi feito a visão de que não se negocia, não se faz
um acordo de transição expresso em do- acordo com torturadores. Tinha que ter
cumentos como a Lei da Anistia e a pró- havido um período de transição jurídica
pria Constituição de 88, que é um acordo e não uma conciliação.
com os ditadores e com os golpistas. E
São Paulo tem 154 casos dos 540 mordepois, sucessivas vezes, principalmente tos e desaparecidos no Brasil e a nossa
na interpretação da Lei de Anistia que o missão é saber quem os matou.
Supremo deu que os torturadores não
podem ser incomodados, nem processados. Então, a ditadura aqui foi perdoada.
Adriano Diogo é deputado estadual
U: Que avaliação você faz da reação da
(PT/SP), líder da Minoria na Assembleia
população com a instalação da Comissão da Legislativa paulista e presidente da ComisVerdade?
são Estadual da Verdade "Rubens Paiva"
9. Violência contra trabalhadores
A
Gabriela Batista
violência contra jornalistas
tem sido alvo de preocupação por parte da direção do
Sindicato dos Jornalistas
Profissionais no Estado de São Paulo
(SJSP) e da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).
Os episódios se sucedem e se transformaram em epidemia de violência contra
profissionais de imprensa, o que fez com
que o tema justificasse a realização de um
Seminário Internacional dentro da programação do 35º Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, que
contou com a participação dos diretores
do SJSP.
Agredido por PMs
O repórter fotográfico Yan Boechat,
que presta serviços para várias publicações, foi espancado covardemente nos
protestos ocorridos no dia 15 de outubro, em São Paulo.
Yan, que é jornalista profissional há
Yan Boechat foi atacado por PMs que queriam impedir a cobertura
Segurança quase mata repórter
fotográfico por estrangulamento
Punição aos agressores
"Serão tomadas medidas judiciais
ao caso do William, para que tamanho
desrespeito contra os profissionais de
Truculência virou rotina nas coberturas
de imprensa no estado de SP
imagem não se perpetue. No mesmo
mês foram registradas outras ocorrências de agressão a repórteres fotográficos em outros locais", disse o presidente da ARFOC/SP, Inácio Teixeira.
O repórter fotográfico chegou a
procurar a empresa de segurança,
que se recusou a divulgar o nome do
funcionário agressor, em uma clara
e inaceitável atitude de conivência
com o desrespeito ao profissional.
O SJSP e ARFOC/SP realizam no
dia 11 de novembro, às 19 horas, no
auditório Vladimir Herzog do Sindicato, a primeira do Ciclo de Palestras
“Papo de Repórter”, com a participação dos jornalistas Jorge Araujo e
Douglas Pina.
A direção do SJSP tem se pronunciado contra as agressões sofridas pelos
profissionais de imprensa em todo o
estado. Um deles, Adílson Oliveira foi
agredido por estudantes durante cobertura fotográfica que realizava em escola
estadual, no Taboão da Serra, na Grande São Paulo.
Eles tirava fotos para jornais locais,
quando ocorreu um acidente durante um
número de malabarismo com tochas de
fogo realizado por uma aluna. Por registrar
o fato, ele foi cercado e ameaçado por cerca
de 10 alunos que exigiam que ele inutilizasse o material. Diante da recusa, foi espancado por eles com chutes e socos.
Vanessa Carvalho
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP)
e a Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Estado de
São Paulo (ARFOC/SP) repudiaram a
agressão sofrida pelo repórter fotográfico, William Volcov, da Brasil Foto Press,
durante cobertura do Festival das Cores
(Holi), ocorrido no final de agosto, no
Parque Villa Lobos, na capital.
"Fui impedido de fazer meu trabalho
mesmo com identificação”, relata Volcov.
Questionei com quem eu poderia falar
para fazer a liberação. Ele falou: "não interessa". Imediatamente, eu pedi a identificação dele, que disse não ser obrigado a
apresentar. Como tinha número na camisa, continuei fotografando o evento. Ele
pediu para parar e ameaçou me agredir.
Tentei fotografar a identificação dele e ele
me deu uma gravata (golpe de estrangulamento). Perdi o fôlego e quase desfaleci.
Por sorte, algumas pessoas presenciaram
a cena e o fizeram parar".
William imobilizado com uso de força
15 anos, foi agredido com chutes, socos
e golpes de cassetetes por um grupo de
13 policiais militares por que tentava
registrar a violência realizada pelos PMs
contra os manifestantes.
Ele costuma utilizar capacetes para
impedir que se machuque, já que as
agressões por parte da polícia têm sido
constantes nos protestos. “Fui agredido
pela única razão de estar com uma câmera na mão registrando o abuso de poder
dos PMs. Minha carteira da Federação
Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que
ampliei e colei em uma antiga credencial para evidenciar minha condição de
jornalista não foi suficiente para inibir a
agressão”, conta.
A direção do SJSP está à disposição
de qualquer jornalista que tenha sua integridade física ou moral ameaçada por
atos que violem o pleno exercício da profissão, sejam eles ocasionados por por
agentes do estado ou mesmo pelas empresas de comunicação.
UNIDADE OUTUBRO 2013
Cada vez mais, jornalistas são alvo de
agressão durante exercício profissional
rência sobre a violência policial.
Metrô News
Nas manifestações do dia 15 de outubro, o repórter fotográfico Guilherme Kastner, do jornal Metrô News, foi
agredido por policiais militares com
golpes de cassetetes nas costas. O jornalista procurou o comando da PM em
São Paulo com o intuito de localizar o
agressor e lavrou um Boletim de Ocor-
Rio Preto
A Regional Rio Preto do SJSP repudiou
a agressão contra o jornalista e repórter fotográfico Thiago Passos, do jornal
DHoje Interior.
A violência ocorreu durante evento da
52ª Expô Rio Preto, no Recinto de Exposições “Alberto Bertelli Lucatto” e foi
provocada por seguranças.
Ação contra Alckmin
O repórter fotográfico Sérgio Andrade
da Silva, que perdeu a visão no olho esquerdo após ter sido atingido por um tiro
de bala de borracha disparado por PMs
durante uma manifestação em São Paulo,
ingressou com ação indenizatória contra o
governo de Geraldo Alckmin.
A ação pede R$ 800 mil por dano moral, R$ 400 mil por dano estético e pensão
mensal de R$ 2.034,00, além do reembolso dos cuidados médicos já pagos. No
total, o pedido de tutela antecipada ficou
em R$ 3.894,67.00.
9
10. S
Moagem
ão destaques desta edição do Moagem, entre outros, José Occhiuso, David Friedlanger, Decio Trujilo, Ediana Balleroni, Flávia Vigio e Costábile Nicoletta. A edição
também destaca novidades no Fantástico, que ganhou uma nova dupla de apresentadores, e na Cultura FM, que tem de volta à grade de programação o Diário da
Manhã, com Salomão Schwartzman, e a transferência de Alexandre Machado para
o De volta pra casa, no período da tarde. Boa leitura!
UNIDADE OUTUBRO 2013
Televisão
O FANTÁSTICO, da Rede
Globo, tem nova dupla de
apresentadores: Tadeu Schmidt, que já participava do
programa, assumiu o posto
principal, tendo ao seu lado
Renata Vasconcellos, que deixou a bancada do Bom Dia,
Brasil e ali foi substituída por
Ana Paula Araújo. Zeca Camargo e Renata Ceribelli, que
pilotavam o dominical, têm
novas incumbências. Camargo foi vai para o Vídeo Show a
partir de novembro e Ceribelli
segue para Nova York, como
repórter exclusiva do mesmo
Fantástico.
JOSÉ OCCHIUSO trocou
São Paulo por Brasília, e ali assumiu a Chefia de Redação da
sucursal do SBT. Entrou no lugar de Cecília Maia, que saiu.
JOSÉ DONIZETE, que estava desde abril na reportagem da
TV Gazeta, concluiu seu período contratual e deixou o canal.
Ainda por lá, Karina Zasnicoff
começou como repórter.
ANAPAULA ZIGLIO começou na CNT como repórter e produtora dos telejornais da casa.
Rádio
10
Eduardo Ribeiro
MUDANÇAS na Cultura FM:
no horário matinal, de 8h às
9h, sai o Começando o dia,
com Alexandre Machado, e
volta o Diário da Manhã, com
Salomão Schwartzman; e no
horário vespertino, de 18h às
19h, acaba o Estúdio Cultura,
que era apresentado por Gilson Monteiro, e entra o De
volta pra casa, com Alexandre
Machado, tendo ao seu lado o
próprio Gilson Monteiro.
A RÁDIO ESTADÃO estreou, exclusivamente na web
e como opção à Voz do Brasil,
o programa Estadão Online
(www.estadao.radio.com.br),
que traz diariamente, das 19h
às 20h, os assuntos mais comentados na rede. A apresentação é de Roxane Ré e Cley
Scholz.
MIRIAM RAMOS estreou na
Rádio 9 de Julho (AM 1.600) no
programa Falando com você, produzido por Wellington Trindade.
Jornal
DAVID FRIEDLANDER deixou o Estadão e regressou à Folha de S.Paulo, como repórter da
Secretaria de Redação.
GUILHERME
WALTENBERG deixou o Grupo Estado,
onde ultimamente estava na cobertura de Macroeconomia.
Revista
ARMANDO ANTENORE e
Marcelo Zorzanelli passaram a
integrar o time de colunistas da
VIP, na Abril.
NATÁLIA FLACH e Ana
Paula Machado começaram
na IstoÉ Dinheiro, respectivamente como editora-assistente
de Finanças e Investimentos e
repórter de Negócios. Entraram nas vagas der Patrícia Alves e Rafael Freire, que saíram.
Outra novidade por lá foi a
promoção de Ralphe Manzoni
Jr. a diretor de Conteúdo Digital na vaga antes ocupada por
Clayton Melo.
MARIO CICCONE foi contratado como redator-chefe e
publisher da The President, da
Custom Editora.
FILIPE SERRANO começou
como editor da revista Info
(Abril).
Assessoria
FLÁVIA VIGIO, que era vice-presidente de Comunicação
Corporativa da Arcos Dourados
(McDonald’s América Latina)
foi contratada como diretora
executiva da multinacional de
RP GolinHarris, para atuar nos
Estados Unidos, onde passa a
morar.
EDIANA BALLERONI assumiu a Diretoria de Comunicação Corporativa da Telefônica
Latinoamérica.
JULIA SALCE é a nova coordenadora de Comunicação no
Brasil da Poöyry, empresa finlandesa de consultoria e serviços de engenharia.
DIANA FERREIRA NETO e
Alan de Faria são os novos assessores de imprensa da Rede
Record. Substituem a Milena
Murno, que passa à função de
assessora de Gestão Artística,
e Mauricio Storelli, agora como
gerente de Relacionamento da
agência Spokesman.
ANNINHA GUERRA começou na Assessoria de Comunicação da Discovery.
CASSIO NEVES chega à Textual para assumir o cargo de
gerente de Novos Negócios no
escritório da agência em São
Paulo.
JULIANA ROCHA e Carla Gullo fundaram a Primeira
Palavra Comunicação (www.
primeirapalavra.com.br), para
atuar na produção de conteúdo,
inovação e RP. Os novos contatos são 11-3807-8466 / 8451 e
e-mails formados por nome@
primeirapalavra.com.
QUEM também partiu para
novos projetos pessoais foi
Marcello Pimentel (ex-Nextel),
com a Rapporto, consultoria
com foco na construção da reputação de empresas e profis-
sionais liberais. O novo contato
dele é marcello.pimentel@rapporto.com.br.
TAMBÉM Janaína Freitas e
Surama Chaul decidiram empreender e fundaram a Mix
(www.mixcomunica.com.br),
para atuar na área de comunicação empresarial e geração de
conteúdo. Os contatos são 113644-3717 e atendimento@mixcomunica.com.br.
Midias Digitais
A EDITORA ABRIL fechou
parceria com o Huffington Post
para lançar a edição brasileira
do já consagrado portal de notícias, que tem sede nos EUA.
No Brasil, terá o nome de Brasil
Post e sua estreia está prevista
para o começo de novembro.
Ricardo Anderaos será o diretor
de Redação.
ESTREOU na rede a revista
eletrônica Dedução (www.deducao.com.br), focada nos cerca
de 500 mil contadores registrados nos conselhos da categoria
no País. Seu objetivo é mostrar
como a contabilidade pode
contribuir para a melhoria do
ambiente de negócios no Brasil. A publicação é editada pela
De León Comunicações e nasce
com periodicidade mensal, com
a perspectiva de se transformar
em quinzenal. Além da revista
eletrônica, o projeto contará,
no mesmo endereço, com um
portal com atualização diária
de conteúdos úteis ao dia a dia
dos profissionais que atuam no
mundo contábil e aos empresários que se utilizam dos seus
serviços. Costábile Nicoletta é
o diretor de Redação. Integram
a equipe a publisher Lenilde Plá
De León, o editor colaborador
Luciano Feltrin e os repórteres
Danielle Ruas, Débora Luz, Ka-
Interior
DECIO TRUJILO, que deixou o Estadão de abril, assumiu a recém-criada Diretoria
de Redação do Diário da Região, de São José do Rio Preto. A editora executiva Rita
Magalhães deixou o jornal e o
cargo foi extinto.
myla Cardoso, Paloma Minke
e Paulo Prendes, com projeto
gráfico e diagramação de Dênia
Oliveira. E-mails formados por
nome@deducao.com.br.
ALBERTO VILLAS estreou
o Villanews, blog em que aborda música, política, literatura,
curiosidades, modernidades,
jornalismo, fotografia e “coisas
do fundo do baú”. O endereço é
http://albertovillas.com.br.
A EDITORA Letras& Lucros,
de Mara Luquet, está de site
novo no endereço www.letraselucros.com. É dedicado a finanças pessoais.
FERNANDO OLIVEIRA despediu-se do iG e foi para o R7, ali
assumindo a coluna Mundo da TV.
Daniel Castro, que era do R7, saiu
para montar o site Notícias da TV
(www.noticiasdatv.com.br).
BETH CALÓ começou como
editora da Gold, empresa que
produz conteúdo impresso (livros) e digital (plataformas
como smartphone e e-book).
ELIANE BRUM despediu-se
de Época online, onde manteve
por quatro anos um dos mais
concorridos blogs do País.
O JORNAL DO CARRO, que
migrou para o Estadão desde o
fechamento do Jornal da Tarde,
ganhou um site próprio no endereço www.jornaldocarro.com.
BRUNA LENCIONI é a nova
editora de Conteúdo da Elemidia.
11. Moagem
AUDALIO DANTAS, expresidente de nosso Sindicato,
foi eleito Intelectual do Ano
pela UBE – União Brasileira de
Escritores, pelo lançamento
em 2012 de As duas guerras de
Vlado Herzog. O título valeu
também o Troféu Juca Pato e o
Prêmio Jabuti.
GAUDÊNCIO TORQUATO
é o mais novo integrante da
Academia Paulista de História,
ocupando a cadeira nº 7 cujo patrono é Alexandre de Gusmão e
que foi ocupada anteriormente
por Samuel Pfromm Netto.
PEDRO LUIZ RONCO completou em setembro 40 anos de
Grupo Bandeirantes.
O INSTITUTO Internacional
de Ciências Sociais (IICS) está
com inscrições abertas para o
Programa de Jornalismo de Dados e Visualização, que será promovido nos dias 4 e 5/11 e 16
e 17/12. Inscrições pelo http://
migre.me/g23J5.
O FOTÓGRAFO Sebastião
Salgado apresenta até 1º/12,
no Sesc Belenzinho (rua Padre
Adelino, 1.000), a exposição
Gênesis, focada em questões
sociais e ambientais e fruto de
viagens que fez para várias partes do mundo. São 245 fotografias, divididas em cinco seções
geográficas, feitas entre 2004 e
2011. A curadoria é de sua mulher, Lélia Wanick Salgado. De
4ª a sábado, das 10h às 21h, e
domingos das 10h às 19h30.
APÓS quatro anos, o MEC
homologou recentemente as
novas Diretrizes Curriculares
para os Cursos de Jornalismo.
O próximo passo será solucionar dúvidas dos professores da
área e acompanhar o processo
de transição das novas medidas. Elaborada em 2009 por
uma comissão de especialistas
composta por José Marques de
Melo (que a presidiu), Alfredo
Vizeu, Carlos Chaparro, Luiz
Gonzaga Motta, Lucia Araújo,
Sergio Mattos, Sônia Virgínia
Moreira e Eduardo Meditsch, a
proposta foi formulada a partir de consulta pela internet e
de três audiências públicas que
contaram com a participação
da comunidade acadêmica, profissionais, empresas do setor e
representantes de entidades da
sociedade civil.
A FUNDAÇÃO Padre Anchieta e a Associação Brasileira de
Produtoras Independentes de
Televisão assinaram um termo
de cooperação inédito no Brasil.
Inspirado no Canadian Broadcasting Co., o acordo estabelece
algumas formas de coprodução
entre a emissora e produtores
independentes.
A REVISTA Brasileiros lançou o caderno Literatura, editado por Daniel Benevides.
Livros
ARLETE SALVADOR com
Como escrever para o EnemRoteiro para uma redação nota
1.000 (Contexto), destinado a
jovens que se preparam para
o Exame Nacional do Ensino
Médio.
BERNARDO
CARVALHO
com Reprodução (Companhia
das Letras) romance que tem
como protagonista um estudante de chinês.
CARLOS MOTTA com o ebook O riso frouxo do home insignificante. A obra está disponível para download em pdf no
blog do autor (contosdomotta.
blogspot.com.br).
CLÁUDIO FRAGATA e Raquel Matsushita com Alfabeto
Escalafobético – Um abecedário
poético, obra infantil em que
as letras são representadas por
poemas.
DIRCEU FERREIRA com
Máximas de Dirceu (Gutenberg), coletânea de frases ácidas
sobre a sociedade atual.
EDSON ARAN com O amor é
outra coisa (Jardim dos Livros),
em que reúne pensamentos sobre a dor da existência, os descaminhos da humanidade e a
busca da felicidade.
EDUARDO NEIVA com o Dicionário Houaiss de Comunicação e Multimídia (Publifolha),
que traz 7.435 verbetes com
informações sobre publicidade,
internet, fotografia, artes gráficas, sociolinguística, entre outros temas.
HENRIQUE FREITAS com o
e-book O gato da vizinha lança
(Amazon), com contos.
LIGIA TEREZINHA com
Serviço de Escuta – O que é e
como implantá-lo? (Editora
Ave-Maria), que busca fornecer
instruções para incentivar a implantação dessa atividade solidária em igrejas, organizações e
público em geral.
MARCOS LINHARES com
Cartas ao poeta dormindo –
João Cabral de Melo Neto (Thesaurus), obra que reúne textos
de Arnaldo Niskier, Heródoto
Barbeiro, Miriam Leitão, Cristovam Buarque, José Pacheco,
Miguel Sousa Tavares e outras
personalidades brasileiras e lusitanas.
Orlando Duarte com Paixão
– O Brasil de todos os mundiais
(aBooks), obra em que conta a
trajetória do Brasil nos campeonatos mundiais, dados estatísticos e outras curiosidades.
Registros
PAULO FREITAS O repórter
fotográfico, residente em Santos, foi assassinado em Itanhaém, litoral paulista, onde havia
ido para vender um imóvel. Ele
ficou desaparecido por quatro
dias até seu corpo ser localizado
na noite do dia 3 de outubro, em
uma vala, às margens da Rodovia Padre Manuel da Nóbrega.
Freitas trabalhou em A Tribuna por 27 anos. A Regional de
Santos do SJSP cobrou da polícia uma rápida definição sobre o
desaparecimento de Paulo.
O corpo foi velado e sepultado no dia 4, no Memorial Necrópole Ecumênica de Santos.
MARCO ANTONIO SOUTO
MAIOR, em 29/9, aos 66 anos,
em São Paulo, em decorrência
de complicações pulmonares.
Conhecido pelo texto marcante, foi um dos primeiros profissionais a atuar na mídia especializada sobre caminhões no
Brasil, quando, no começo dos
anos 1970, editou a revista O
Carreteiro, na época ainda pela
Editora Abril. Pelo vasto conhecimento do setor, foi escolhido
para ser um dos consultores da
TV Globo para a primeira temporada da série Carga Pesada.
Conheça os premiados
do Vladimir Herzog
O SJSP e a FENAJ fizeram
parte da escolha dos ganhadores do Prêmio Vladimir
Herzog . O presidente do Sindicato, José Augusto Camargo
(Guto), representou a entidade e a diretora do Departamento de Relações Institucionais, Márcia Quintanilha, a
FENAJ.
A cerimônia de premiação
ocorreu no dia 22 de outubro,
no Auditório Simón Bolívar do
Memorial da América Latina.
Confira quais foram os premiados em 2013:
Artes
(ilustrações, charges, cartuns, caricaturas e quadrinhos)
Vencedor: Comissão da Verdade – Angeli (Jornal Folha de
S.Paulo)
Menção Honrosa: A vulnerabilidade e a força das
mulheres negras
- Kleber Soares de
Sales (Jornal Correio Braziliense)
Fotografia
Vencedor: Depósito Humano –
Jefferson Botega
(Jornal Zero Hora)
Menção Honrosa: Nota
0 – Allan Douglas Costa Pinto
(Jornal Tribuna do Paraná)
Reportagem de TV
Vencedor: Adoção irregular
– José Raimundo e equipe (TV
Globo)
Menção Honrosa:: SOS
Criança – Marcelo Canellas e
equipe (TV Globo)
Documentário de TV
Vencedor: Carne osso: o trabalho em frigoríficos - Carlos
Juliano Barros e equipe Repórter Brasil (GloboNews)
Menção Honrosa: Carandiru, a marca da intolerância
– Bianca Vasconcellos e equipe
(TV Brasil / EBC)
Rádio
Vencedor:
Voz
Guarani-
Kaiowá – Marilu Cabanãs e
equipe (Rádio Brasil Atual)
Menção Honrosa: Dores do
parto – Anelize Moreira e equipe (Rádio Brasil Atual)
Jornal
Vencedor: Os Suruí e a
Guerrilha do Araguaia – Ismael
Soares Machado e equipe (Jornal Diário do Pará)
Menção Honrosa:: Os arquivos ocultos da ditadura –
Rubens Valente Soares e equipe
(Jornal Folha de S.Paulo/DF)
Revista
Vencedor: O primeiro vôo
do condor – Wagner Willian
Knoeller (Revista Brasileiros)
Menção Honrosa:
Caderno Especial: Subsídios
para uma Comissão da Verdade
da USP – Pedro
Pomar e equipe
(Revista
Adusp
– Associação dos
Docentes da USP)
Em busca da verdade – Fausto Salvadori Filho (Apartes – Revista da
Câmara Municipal
de São Paulo )
Internet
Vencedor: Pelo menos um
– Julliana de Melo Correia de
Sá e Ciara Núbia de Carvalho
Alves (Portal NE10)
Menção Honrosa: Infâncias devolvidas – Edcris Ribeiro
da Silva Wanderley (Site Diário
de Pernambuco)
Categoria Especial
“Violências e agressões físicas e morais contra jornalistas
e contra o direito à informação
”Vencedores:
- Jornalistas assassinados no
Vale do Aço – Mateus Parreiras
de Freitas e equipe (Jornal Estado de Minas)
- Existe terror em SP: o dia
em que PMs atiraram ante
aplausos e pedidos de não violência – Janaina de Oliveira
Garcia (Portal UOL)
UNIDADE OUTUBRO 2013
Telegráficas
12. Imagem
UNIDADE OUTUBRO 2013
Antonio Bertazzo
Djalma Maranhão
David Capistrano
Edmur Péricles Camargo
Gilberto Olimpio Maria
Ieda dos Santos Delgado
12
Hiran de Lima Preira
Jane Vanini
Jayme Amorim Miranda
Joaquim Câmara Ferreira
“Vítimas
da
Ditadura
ou
Heróis
da
Resistência”
O SJSP, que após o assassinato do jornalista Vladimir Herzog ganhou relevante papel na
defesa dos Direitos Humanos,
homenageia nesta edição os
jornalistas assassinados durante o regime militar.
Diante de tantas vítimas fatais e de tantas outras torturadas e perseguidas pelo regime
de exceção, os jornalistas formaram a sua própria Comissão
da Verdade para apurar torturas e mortes de profissionais de
imprensa, exigir punição aos algozes da repressão e da censura e contribuir para reescrever
verdadeira história do Brasil.
Dos 25 jornalistas assassinados não foram encontrados
registros fotográficos de Thomaz Antônio da Silva Meirelles Neto, Wanio José de
Mattos, Lincoln Cordeiro
Oest, Nestor Vera e Sidney
Fix Marques dos Santos. Os
outros 20 estão com seus rostos estampados nesta página,
não como fizeram os ditadores
em cartazes, chamando-os de
terroristas, mas como heróis
combatentes da ditadura.
Que a verdade prevaleça!
José Roberto Spiegner
Luís Eduardo Merlindo
Luiz Guilhardini
Luiz Ignácio Maranhão
Mario Alves
Maurício Grabois
Orlando Bonfim Jr.
Pedro Pomar
Rui Osvaldo
Vladimir Herzog