Case Study de Transmedia Storytelling: Guerra dos Tronos (Game of Thrones). Inclui diferença entre Transmedia e Crossmedia e definição de Jornada do Herói.
2. Transmedia e Crossmedia são estratégias de marketing diferentes para alcançar os seus públicos-alvo.
CROSSMEDIA é um termo dos anos 90 usado no marketing e significa o cruzamento de medias. É uma
estratégia de marketing que consiste em divulgar a mesma narrativa, distribuir o mesmo conteúdo, por
diferentes canais ou plataformas respeitando as características próprias de cada meio de comunicação.
Por exemplo, divulgar um vídeo no YouTube ou post de Blog em uma fanpage do Facebook. O objetivo é
atingir o maior número de pessoas através de canais diferentes. Uma história é contada em diversos canais, só
que essa história é contada da mesma forma no rádio, na TV, na web, no jornal. A única coisa que muda é que
ela é produzida em canais diferentes.
As agências digitais de notícias, são outro exemplo de Crossmedia, uma vez que publicam a mesma noticia,
em texto, em áudio e em vídeo mas em plataformas diferentes.
Um exemplo de campanha de crossmedia atual foi realizada pela marca Ferrero para divulgar um dos seus
produtos mais famosos, o Nutella. A campanha oferecia ao consumidor a opção de comprar uma embalagem
de Nutella com o seu nome no rótulo. A divulgação foi realizada em vários meios de comunicação: TV, rádio e
plataformas digitais. O consumidor precisava “Gostar” a página da marca no Facebook e depois aceder a uma
aplicação criada exclusivamente para essa campanha. Ao fornecer alguns dados para marca, era possível
escolher o nome e compartilhar no feed. A marca tinha a intenção de disponibilizar 1.000 rótulos por semana,
mas com o sucesso da campanha a empresa passou a imprimir 1.000 rótulos por dia.
TRANSMEDIA VS CROSSMEDIA
3. Atualmente estamos a viver a Era da Convergência (termo desenvolvido por Henry Jenkins, em 2009), onde se verifica a
confluência dos meios de comunicação, cultura participativa e inteligência coletiva. Assistimos a uma reapropriação de
conteúdos e produção mediática cooperativa, onde os media, marcas e consumidores são agentes participativos.
Diversos aparelhos como o computador, televisão e telemóvel, por mais que sejam dispositivos distintos, estão-se a
transformar num único aparelho que contempla as principais características desses mecanismos. Hoje é possível, por
exemplo, assistir a uma série no próprio telemóvel através de uma aplicação de streaming ou até mesmo jogar na TV.
Devido a isso, novas tendências surgem para atrair a atenção dos consumidores já que o meio digital é hoje um espaço
diverso e repleto de possibilidades e informações.
A TRANSMEDIA é um método mais complexo e surge da convergência dos media, em que a estratégia consiste em criar
conteúdos diferentes para cada canal ou plataforma sobre o mesmo tema. Assim, cada media complementa a informação da
outra. Neste caso temos várias histórias contadas de diversas formas em diversos canais ou plataformas digitais.
O objetivo é ampliar o alcance do público-alvo, atraindo-o com mensagens diferentes. Os conceitos também são aplicados
em medias offline e impressas (livros, jornais, banners, etc). Uma revista pode indicar um canal no YouTube, enviando assim o
público-alvo para um meio de comunicação diferente. Os programas de TV possuem perfis nas redes sociais e usam
transmedia através de hashtags no Twitter e Instagram, pedindo a participação do público.
Por exemplo, uma marca como a Celeiro (para divulgar os seus produtos saudáveis) pode solicitar a um influenciador do
universo fitness para postar a foto de um prato no Instagram, escrever um artigo sobre os benefícios daquele tipo de comida
no seu blog, fazer um vídeo ensinando a receita e publicar no Facebook na sua página e finalmente reencaminhar o
consumidor para a sua loja on line ou website, onde divulga as caraterísticas dos produtos e pontos de venda.
TRANSMEDIA VS CROSSMEDIA
4. No caso da TRANSMEDIA STORYTELLING, é uma estratégia de transmedia que tem por
base uma narrativa. O objetivo é, através da transmissão de uma história, adequada e
contada de forma diferente e em diversos tipo de media, envolver o público para que
os utilizadores/consumidores assumam um papel ativo nesse processo de expansão da
mensagem.
A Jornada do Herói, conceito criado por Joseph Campbell em 1949, é uma ferramenta
do Storytelling para contar uma história e assim conquistar o público, criar emoções e
um elo entre a empresa/marca e o utilizador por meio de uma narrativa que durará em
sua memória de longo prazo e por forma a que a marca receba feedback dos clientes.
A Transmedia Storytelling pretende desenvolver uma experiência de entretenimento e
consumo de conteúdos no utilizador/consumidor, permitindo-lhes interagir com o
conteúdo e obter uma experiência diferenciadora da história.
Cada meio, cada plataforma dará o seu contributo para a divulgação da história (que poder ser de uma pessoa ou de
uma marca), ou seja, as histórias são contadas com linguagens diferentes mas no final de todo o processo, se a pessoa
leu o livro, assistiu o filme, jogou o jogo, elas se complementam. Não é exatamente a mesma história com a mesma
linguagem. É o mesmo contexto, a mesma estrutura, mas com linguagens diferentes.
TRANSMEDIA VS CROSSMEDIA
5. Canal de televisão por assinatura norte-americano, sendo uma das maiores redes premium de canais
na América do Norte. Além dos EUA, a HBO é transmitida para pelo menos 50 paíse, cuja
programação se baseia essencialmente na exibição de filmes e séries originais, em conjunto
com documentários, musicais e programas de stand-up comedy.
GAME OF THRONES
Narrativa/
Storytelling
Case Study
Nome da Marca
Descrição do
Negócio
Produto
A série televisiva produzida e exibida pela HBO, com 8 temporadas, baseia-se
num conjunto de livros de ficção As Crónicas de Gelo e Fogo (no original em
inglês A Song of Ice and Fire) escritos por George R. R. Martin.
O enredo narra os acontecimentos dos Sete Reinos, onde é travada uma
guerra pela posse do Trono de Ferro. O 1º livro intitula-se Guerra dos Tronos
e acabou por dar o nome à série completa, tal foi o seu sucesso e
identificação com o público-alvo (adulto).
O sucesso da série esteve sempre ligado ao elemento surpresa, ao matar as
personagens que julgávamos serem principais. Além disso, reflete o
comportamento humano perante as adversidades e como as nossas escolhas
no presente influenciam futuro.
6. Três personagens vivem a Jornada do Herói até ao último episódio,
mas só um cumprirá todos os passos do monomito (Jon Snow).
É apresentado no início da 1ª temporada como filho bastardo de Ned
Stark, Lorde de Winterfell (Reino do Norte) com uma imagem
socialmente inferiorizada. Viva no seu mundo conhecido sendo chamado
à aventura quando se junta à Patrulha da Noite. Passa o limiar do mundo
conhecido para o desconhecido quando é confrontado com os White
Walkers e o Night King. Encontra-se com um mentor (Aemon Targaryan)
e vai à procura aliados para enfrentar o Night King. Durante a sua
jornada, enfrenta inimigos e cai no abismo (morre e ressuscita). Na
última temporada há um confronto com o Night King, mas só se revela
Herói no último episódio da última temporada, ao matar Daenerys
Targaryan e regressar ao seu mundo conhecido, à Patrulha da Noite e à
Muralha com os Selvagens (povo que vivia para além da muralha e que
se refugiou em Winterfell para fugir aos White Walkers). Terminou como
começou na primeira temporada.
Case Study
Jornada do
Herói
JON SNOW
7. Case Study
Herdeira legitima do Trono de Ferro e por isso perseguida, nasce e cresce
como exilada, órfã de pai e mãe e conhecendo por amigo e familiar
apenas o seu cruel irmão, Viserys. Foi vendida pelo irmão em troca de um
exército prometido e foi neste mundo desconhecido que necessitou de
provar diariamente que era uma mulher forte e cujo destino era libertar
os oprimidos, com a ajuda de um mentor (Sir Jorah Mormont). Fez aliados
e enfrentou inimigos, tendo quase morrido e perdido os seus dragões. Foi
companheira e aliada de Jon Snow quando enfrentaram juntos o Night
King e os White Walkers. Depois da derrota do Night King, conquistou
King’s Landing à Casa Lannister, reclamando o Trono de Ferro. Contudo, o
fato de perder a sua melhor amiga e o seu mentor fê-la querer vingar-se
no povo inocente de King’s Landing ao devastar a cidade com a ajuda do
seu dragão. E este fato levou-a a querer conquistar mais territórios e a
querer perpetuar a guerra, achando que desta forma libertava todos os
oprimidos. Acaba por ser impedida de realizar os seus planos por Jon
Snow, que antes de a matar compreendeu as palavras do seu mentor: “o
amor é a morte do dever” quando conversou com Tyrion Lannister que
replicou com a frase “o dever mata o amor”. Ou seja, também Daenerys
acabou por subverter os últimos passos ao tornar-se numa rainha
“assassina”, conforme a Arya Stark previu.
DAENERYS
TARGARYEN
8. Case Study
Filha legítima de Ned Stark foge aos arquétipos da Lady prendada e
casada com um Lorde. Também ela cumpre os passos da Jornada do
Herói ao aprender esgrima, procurar novos mundos, tendo sido a
morte do pai o gatilho para a sua liberdade. Também ela entrou num
mundo desconhecido onde teve treinos para ser um assassino
profissional, teve uma experiência à beira da morte que a transformou,
tornando-a mais forte, acabando por regressar a Winterfell a tempo do
confronto com o Night King derrotando-o, surpreendendo o público.
No último episódio, ao invés de regressar ao seu mundo conhecido, o
último passo é subvertido e ela vai à procura de mais aventuras, vai em
direção do mundo desconhecido.
ARYA
STARK
9. Case Study
Meios Digitais
usados
❖Website da empresa HBO, onde o produto/série é divulgada e como aceder/visualizar
❖Micro-site próprio com o domínio https://www.forthethrone.com/, onde a série tem
o seu manifesto social com a possibilidade do publico poder doar sangue e conhecer o
trabalho de artistas plásticos relacionados com a série (com botão CTA no fim da Home
page a direcionar para o website da empresa)
❖Redes sociais:
✓ YouTube (com videos)
✓ Facebook (com videos)
✓ Instagram (com imagens, fotografias da série e personagens e botão CTA
para o website da empresa e uso de hashtags)
✓ Twitter, com conteúdos variados, desde imagens a videos, onde igualmente se
dá a possibilidade aos utilizadores de enviarem conteúdo, gags, memes (onde
partilham as suas emoções sobre a série)
❖Jogo on line
10. Case Study
Meios Digitais
usados
❖Website da empresa HBO, onde o produto/série é divulgada e como aceder/visualizar
❖Micro-site próprio com o domínio https://www.forthethrone.com/, onde a série tem
o seu manifesto social com a possibilidade do publico poder doar sangue e conhecer o
trabalho de artistas plásticos relacionados com a série (com botão CTA no fim da Home
page a direcionar para o website da empresa)
❖Redes sociais:
✓ YouTube (com videos)
✓ Facebook (com videos)
✓ Instagram (com imagens, fotografias da série e personagens e botão CTA
para o website da empresa e uso de hashtags)
✓ Twitter, com conteúdos variados, desde imagens a videos, onde igualmente se
dá a possibilidade aos utilizadores de enviarem conteúdo, gags, memes (onde
partilham as suas emoções sobre a série)
❖Jogo on line
19. Case Study
Meios off line
usados
❖Outdoors
❖Taxi/Uber com simulações de tronos
❖Jogo RISK
❖Outras ações/campanhas a apelar a participação dos utilizadores/consumidores
23. “É um mundo grande e maravilhoso. A maioria de nós vive e morre na mesma esquina
onde nascemos e que nunca conseguimos conhecer. Não quero ser como a maioria de
todos nós.”
OBERYN MARTELL
Case Study