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CRIANÇA A ALMA DO NEGÓCIO
Simone Helen Drumond Ischkanian
Compreendo que o documentário é uma reflexão de como a sociedade de consumo e as
mídias de massa impactam na formação de crianças e adolescentes. E mostra ainda uma realidade
difícil de acreditar: crianças que preferem ir ao shopping a brincar, conhecem marcas pelo
logotipo, e apesar de terem uma vasta coleção de brinquedos e jogos se encantam mesmo por
roupas e adereços.
O extraordinário vídeo nos revela a contraversão de valores que as crianças e adultos
cultivaram em seu âmbito educacional familiar. Essa inversão de valores apoia-se nas diversas
propagandas ao público infantil. Tais propagandas focam-se nas crianças por saberem que seus
desejos são facilmente realizados por seus pais. A propaganda brasileira age como uma lavagem
cerebral, uma alienação do pensamento em relação ao mundo, tornando crianças, seres
consumidores, extremamente consumidores, atuando até mesmo na alteração financeira dos pais,
já que pesquisas realizadas apontam que elas são responsáveis pelo alto consumo dentro do lar.
“Este mercado consumidor nunca esteve mais preocupado em vender para crianças como antes,
propagandas dirigidas ao mundo pueril movimentam milhões, certamente com a certeza de um
retorno extremamente viável. Nesse jogo onde vale de tudo, existe até mesmo a manipulação da
mente infantil, trazendo para a sociedade pessoas que sem mesmo ter a certeza do que é a
adolescência e a maturidade acreditam já estar nessa fase da vida, afetando também o convívio
familiar.”
A mídia nacional busca constantemente uma forma de inventar produtos para destinarem
às crianças, sendo que este estabelece um meio de serem aceitas em seu meio social, serem aceita
por outras crianças justamente por terem aqueles produtos mostrados na propaganda e por serem
possuidores de uma determinada marca.
Os valores que estão sendo retorcidos são os que mais tiram a inocência da criança. Em
certo momento do documentário há um relato de uma senhora onde fala que uma criança de 8 anos
ao comprar uma peça de roupa, queria que esta valoriza-se seu corpo. Ficamos realmente
estagnados com este relato que nos foi passado, pois uma criança de 8 anos, é apenas uma criança
de 8 anos e justo essa publicidade que às afeta está mudando a visão desta criança, fazendo-a
parecer uma modelo, querendo valorizar seu corpo.
A legislação brasileira não se preocupa com a alienação infantil em relação as propagandas
a elas dirigidas, outros países como E.U.A, Noruega, França, Bélgica, Holanda, Portugal, Espanha
e principalmente a Dinamarca que possui uma legislação mais rígida impõe limites não permitindo
o uso no meio dos programas infantis, às vezes nem antes e nem depois. Realizando uma
comparação com esses países temos a percepção de nações mais desenvolvidas, talvez porque não
crie um mercado consumidor já na mais tenra idade. É o caso de se pensar nisso em nosso país,
pois estas crianças estão perdendo a fase de serem de fato crianças.
Cada vez mais vemos crianças que deveriam estar brincando, se transformando em
verdadeiros “adultos em miniatura”: trocando de celular até mais de uma vez por ano, meninas
com menos de 10 anos maquiadas e calçando salto alto…
E o pior de tudo, é que muitos pais se percebem em uma situação terrível. Não querem
fazer todas as vontades dos filhos – para não deixá-los mal-acostumados – mas ao mesmo tempo
não têm muito tempo para conviverem com as crianças, devido aos muitos compromissos
profissionais. Resultado: a “babá eletrônica” (televisão) acaba tendo mais influência sobre as
crianças do que os próprios pais.
Então, elas querem sempre um brinquedo, uma roupa, um tênis novo (um dos meninos
mostrados no filme tem em seu armário mais tênis do que eu tive nos últimos 20 anos). E logo que
ganhem, querem outro. Por um motivo simples: se não tiverem nada de novo para mostrar por
muito tempo, acabam se sentindo excluídas da turminha de amigos. E os pais acabam cedendo ao
desejo das crianças.
Chega a parecer “coisa de velho”, mas “no meu tempo” (ou seja, quando eu era criança, e
isso nem faz tanto tempo – menos de 20 anos), meu pai e minha mãe não davam tudo o que eu
pedia. E quando eu ganhava algum presente, sempre devia dividi-lo com o meu irmão – e de nada
adiantava eu protestar. Egoísmo não fez parte da minha educação.
Por que meu filho sempre me pede um brinquedo novo? Por que minha filha quer mais
uma boneca se ela já tem uma caixa cheia de bonecas? Por que meu filho acha que precisa de mais
um tênis? Por que eu comprei maquiagem para minha filha se ela só tem cinco anos? Por que meu
filho sofre tanto se ele não tem o último modelo de um celular? Por que eu não consigo dizer não?
Ele pede, eu compro e mesmo assim meu filho sempre quer mais. De onde vem este desejo
constante de consumo?
Contundente, ousado e real este documentário escancara a perplexidade deste cenário,
convidando você a refletir sobre seu papel dentro dele e sobre o futuro da infância.

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  • 2. e principalmente a Dinamarca que possui uma legislação mais rígida impõe limites não permitindo o uso no meio dos programas infantis, às vezes nem antes e nem depois. Realizando uma comparação com esses países temos a percepção de nações mais desenvolvidas, talvez porque não crie um mercado consumidor já na mais tenra idade. É o caso de se pensar nisso em nosso país, pois estas crianças estão perdendo a fase de serem de fato crianças. Cada vez mais vemos crianças que deveriam estar brincando, se transformando em verdadeiros “adultos em miniatura”: trocando de celular até mais de uma vez por ano, meninas com menos de 10 anos maquiadas e calçando salto alto… E o pior de tudo, é que muitos pais se percebem em uma situação terrível. Não querem fazer todas as vontades dos filhos – para não deixá-los mal-acostumados – mas ao mesmo tempo não têm muito tempo para conviverem com as crianças, devido aos muitos compromissos profissionais. Resultado: a “babá eletrônica” (televisão) acaba tendo mais influência sobre as crianças do que os próprios pais. Então, elas querem sempre um brinquedo, uma roupa, um tênis novo (um dos meninos mostrados no filme tem em seu armário mais tênis do que eu tive nos últimos 20 anos). E logo que ganhem, querem outro. Por um motivo simples: se não tiverem nada de novo para mostrar por muito tempo, acabam se sentindo excluídas da turminha de amigos. E os pais acabam cedendo ao desejo das crianças. Chega a parecer “coisa de velho”, mas “no meu tempo” (ou seja, quando eu era criança, e isso nem faz tanto tempo – menos de 20 anos), meu pai e minha mãe não davam tudo o que eu pedia. E quando eu ganhava algum presente, sempre devia dividi-lo com o meu irmão – e de nada adiantava eu protestar. Egoísmo não fez parte da minha educação. Por que meu filho sempre me pede um brinquedo novo? Por que minha filha quer mais uma boneca se ela já tem uma caixa cheia de bonecas? Por que meu filho acha que precisa de mais um tênis? Por que eu comprei maquiagem para minha filha se ela só tem cinco anos? Por que meu filho sofre tanto se ele não tem o último modelo de um celular? Por que eu não consigo dizer não? Ele pede, eu compro e mesmo assim meu filho sempre quer mais. De onde vem este desejo constante de consumo? Contundente, ousado e real este documentário escancara a perplexidade deste cenário, convidando você a refletir sobre seu papel dentro dele e sobre o futuro da infância.