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OS JOGOS E BRINCADEIRAS COMO FERRAMENTAS DE ESTIMULAÇÃO DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
Patícia 
Orientadora: 
Wany Sousa 
Pós – Graduação: 
Supervisão Escolar, Orientação Educacional e Inspeção Escolar 
Avenida Getúlio Vargas nº329, Centro - Leoplodina Mg 
CEP: 36700-000 
Tel: (32) 3441 - 5676( 32) 8867 – 5676 
secretaria@cursorazao.com
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RESUMO 
O presente artigo descreve sobre a importância dos jogos e brincadeiras no processo de ensino – aprendizagem. Através da brincadeira a criança exercita todas as suas potencialidades, desenvolvendo seu lado social, motor e cognitivo. Investigaremos as influências positivas que os jogos e as brincadeiras exercem na aprendizagem da criança, sinalizando as concepções de um dos grandes teóricos sobre a aprendizagem infantil: Lev Semenovich Vygotsky, que entre outros grandes estudiosos, destaca a necessidade de as atividades lúdicas estarem presentes nas fases do desenvolvimento e da aprendizagem. Neste sentido, esta investigação tem por objetivo analisar e discutir o papel das brincadeiras, dos jogos e dos brinquedos como instrumento na construção da aprendizagem da criança. Para tanto, a fundamentação teórica busca a contribuição de diversos autores que tratam do assunto. 
Os jogos e brincadeiras podem ser utilizados como ferramentas estimuladoras, facilitadoras e enriquecedoras que através do lazer e com prazer estimulam satisfatoriamente todo o processo de aprendizagem do indivíduo. Cabe ao professor propiciar através dos recursos adequados às necessidades de sua escola jogos e brincadeiras com intuito de garantir aos alunos um aprendizado eficaz. 
Palavras – Chave: jogos, brincadeiras, lúdico ABSTRACT This article discusses about the importance of games and play in the teaching - learning process. Through play a child exercises its full potential by developing its social side, motor and cognitive development. Investigate the positive influences that play games and play in a child's learning, signaling the conceptions of one of the great theorists on child learning: Lev Semenovich Vygotsky, who among other great scholars, highlights the need for play activities are present in phases development and learning. In this sense, this research aims to analyze and discuss the role of play, games and toys as a tool in building the child's learning. For both, the theoretical foundation seeks input from various authors dealing with the subject. The games and activities can be used as tools in stimulating, facilitating and enriching it through leisure and pleasure stimulate satisfactorily throughout the learning process of the individual. The teacher has to provide with adequate resources to the needs of your school plays and games with a view to ensuring effective learning for students. Keywords - Keywords: games, games, play
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INTRODUÇÃO 
Esse artigo apresenta um estudo relacionado a utilização dos jogos e brincadeiras na estimulação da aprendizagem na educação infantil, através dos jogos e brincadeiras a aprendizagem acontece de maneira lúdica e significativa proporcionando ao educando o prazer em aprender. 
O educador infantil tem como tarefas: dirigir a relação entre o ensino e aprendizagem; orientar para o saber e gerenciar o conhecimento, deve estar atento para o desenvolvimento educacional de cada aluno com excelência e dispor de recursos apropriados para o aprendizado eficaz, buscar rotinas pedagógicas de acordo com os desejos e as necessidades de todos. 
A elaboração e a execução de uma proposta pedagógica são as primeiras e as principais atribuições da escola. A partir desta proposta é definido o caminho e os rumos que uma determinada comunidade escolar busca para si e para aqueles que se agregam em seu ambiente. 
Sendo assim, neste artigo aponta para importância da inserção dos jogos e brincadeiras ligadas ao campo da aprendizagem sejam utilizadas como uma ferramenta estimuladora, facilitadora e enriquecedora que auxilia de maneira prazerosa todo o processo de aprendizagem do indivíduo. 
Assim, os jogos e as brincadeiras não são apenas meios de distração para o aluno, mas torna-se um agente facilitador de apoio a aquisição de novas aprendizagens que possibilita ao aluno o gostar de aprender de modo prazeroso. 
Tendo em vista o processo pedagógico tais aprendizagens só acontecem eficazmente a partir do momento que se determine objetivos precisos para que o ganho realmente aconteça e que as aprendizagens se concretizem, respeitando o desenvolvimento em suas especificidades. 
1. A APRENDIZAGEM 
A aprendizagem é um sistema complexo. Não engloba somente o processo de aquisição de conhecimentos, conteúdos ou informações, mas também a assimilação e a apreensão
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desses conhecimentos, conteúdos e informações. A fim de tornar o aluno em seres capazes de criticar. 
Pode-se descrever a aprendizagem como sendo “um processo de aquisição e assimilação mais conscientes de novos saberes e novas formas de perceber, ser , pensar e agir”. (Schmitz, E. F. Opcit p. 53 ). 
A educação formal é, primeiramente, um processo de direção e orientação da aprendizagem, mas nem todas as aprendizagens pertencem a este tipo. Aprendizagens são todas as modificações, relativamente permanentes, de nossas tendências a reagir, que resultam da experiência. O comportamento apreendido não é instável, pois o ser humano modifica-se durante toda a sua vida. 
1.1 TIPOS DE APRENDIZAGEM 
A teoria de Ausubel sustenta três tipos gerais de aprendizagem (Moreira 1982, p.89 e 90) 
1.1.1 Aprendizagem Psicomotora 
Envolve habilidades motoras simples até as mais complexas através de treino e prática. 
1.1.2 Aprendizagem cognitiva 
Aprendizagem realizada através da aquisição de conhecimentos e informações e suas interpretações tendo como base seus conceitos. É resultante do que o individuo armazena no seu aprendizado. 
1.1.3 Aprendizagem afetiva – emocional 
Resulta dos sinais internos do indivíduo. Dependem do ambiente escolar, respeito e a valorização do aluno. Para se obter o aprendizado é de suma importância que o aluno tenha vontade em aprender. Tenha motivação para o aprendizado e esta motivação pode ser estimulada pelo professor através de recursos atrativos, utilizando a linguagem do aluno com intuito de enriquecer seus conhecimentos. Uma forma de tornar o saber prazeroso é inserindo jogos e brincadeiras no planejamento de curso em cada disciplina.
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1.2 Características do Processo de Aprendizagem 
1.2.1 Processo dinâmico - A aprendizagem não é um processo passivo. 
Sua característica mais importante é a atividade daquele que aprende. Portanto a aprendizagem só se faz através da participação do aprendiz. 
1.2.2 Processo continuo – A aprendizagem está presente desde o inicio da vida (talvez desde a idade pré natal) até a morte. 
1.2.3 Processo Global – Qualquer comportamento humano é global incluindo sempre aspectos motores e emocionais. 
1.2.4 Processo Pessoal – A aprendizagem é intransferível. Ninguém pode aprender pelo outro. A maneira de aprender e o próprio ritmo da aprendizagem variam de indivíduo para indivíduo. 
1.2.5 Processo Gradativo – A aprendizagem é um processo que se desenvolve em complexidade crescente. Em cada nova situação sem um maior numero de elementos se torne presente. 
1.2.6 Processo cumulativo – A aprendizagem é um processo de progressiva adaptação e ajustamento social, em que a experiência atual, aproveita-se das experiências anteriores. 
2 - PRINCIPAIS TEÓRICOS E SUAS CONTRIBUIÇÕES EM RELAÇÃO A APRENDIZAGEM 
Ivone Castilho Benedetti, Paulo Freire , Martins Fontes, Cortez , Pioneira são alguns autores que descrevem sobre os principais teóricos e suas contribuições para o desenvolvimento do ensino – aprendizagem. A seguir as colocações realizadas por estes autores. 
2.1 Skinner 
Inicialmente, abordou as ideias de Skinner relacionadas ao desenvolvimento e a aprendizagem do sujeito. 
Skinner nasceu em 1994, no Estados da Pensilvânia, EUA, falecendo no ano de 1980. Graduou-se em Harvard, em Psicologia, Skinner estudou comportamento operante
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focando no estudo da psicologia da aprendizagem. Desta forma buscou recursos para serem utilizados através de ensino programado sem ter a necessidade da presença do mediador para execução das tarefas. Ensino sendo efetuado com uso de livros, apostilas e máquinas de ensinar , meio mais apropriado , segundo skinner, para realizar o aprendizado escolar. 
Skinner criou primeiro tipo de aprendizagem chamada condicionamento respondente, cuja qual são respostas através de reflexos ou involuntárias e segundo tipo de aprendizagem chamado comportamento operante, são condutas voluntárias, estímulos que se seguem de respostas. 
2.2 Carl Rogers 
Carl Rogers nasceu em Lindonois, Eua, em 1902, falecendo no ano de 1987. Representante da psicologia humanística é responsável na educação pela antipedagogia e ou pedagogia não diretiva, com uma premissa basicamente fenomenologica, pois enfatiza as experiências das pessoas, seus valores e sentimentos,ou seja,visualiza o aluno como pessoa. Carl Rogers foi o primeiro a realizar o desenvolvimento da Psicologia Humanista. 
O Teórico acreditava que uma pessoa possui capacidade para alcançar seu crescimento e desenvolvimento. Esta evolução não acontece somente por influências do grupo social ao qual o indivíduo está inserido , seja familiar ou não , mas por causa de sua própria capacidade. A facilitação da aprendizagem é o maior objetivo da educação para Rogers. Os seres humanos têm uma potencialidade natural para aprender, ou seja, nascemos com uma tendência natural para aprender, em contato com problemas da existência, todos querem estudar, deseja crescer, procuram descobrir, esperam dominar almejam criar. 
Concluindo, segundo Rogers, o indivíduo tem que aprender a aprender e é capaz de realizar seus ideais , pois nascemos com uma tendência natural para o aprender. 
2.3 Piaget 
Biólogo por formação, Piaget tornou-se um estudioso das questões epistemológicas ao realizar algumas indagações como: o que é conhecimento? Como aprendemos? Qual a relação entre conhecimento e ação sobre o objeto?
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Jean Piaget foi pioneiro no estudo da inteligência infantil. Acreditava que o comportamento dos humanos não acontece de forma inata, nem resulta de condicionamentos. Mas, sim da interação entre indivíduo e meio. 
Segundo Piaget a adaptação é importante para estimular o intelecto da criança, assim como o funcionamento biológico. O processo de adaptação é realizado através da assimilação e acomodação. 
Assimilação – Integra a criança em um novo. Desenvolvendo a parte motora, perceptiva e de conceituação. A criança tenta se adaptar ao meio sempre que recebe novos estímulos. 
A acomodação ocorre quando a criança não consegue identificar as diferenças. A criança não consegue assimilar um novo estímulo. 
Piaget acreditava que a teoria de equilibração estava baseada na integração da criança com o meio. A teoria da equilibração está entre a assimilação e a acomodação agindo como auto - regulador. 
2.3.1 Estágios Cognitivos de Piaget 
Piaget destaca que o desenvolvimento cognitivo no sujeito é uma sessão de estágios e sub estágios, nos quais os esquemas se organizam entre si formando as estruturas. Nasciam assim os estágios ou períodos do desenvolvimento: sensório- motor, pré operacional, operatório concreto, e operatório formal. 
Estágio sensório – motor (0 a 2 anos ) - A criança conhece o mundo através da manipulação . Experiências vivenciadas. 
Estágio pré- operatório ou pré operacional (2 a 7 anos )- Surge a linguagem , desenvolvimento cognitivo , afetivo e social. Destaca-se nesta fase o egocentrismo. Estágio operatório – Início da construção lógica. 
Estágio operatório forma (12 anos) – Pensamento formal, excluindo o concreto. . 
A teoria de Piaget coloca que a construção do conhecimento ocorre quando ações físicas ou mentais tem como feedback assimilação dessas ações e automaticamente um equilíbrio educacional é alcançado. 
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2.4 Lev Vygotsky 
Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934) nasceu na Rússia czarista. E junto com seus colaboradores desenvolveu uma teoria original e fecunda. Apesar de ter morrido muito jovem, produziu volumosa obra escrita além de ter aplicado suas teorias em múltiplas
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Vygostysky pressupõe que o aprendizado é um processo profundamente social, e o desenvolvimento um processo dialético, cuja característica é baseada de no desenvolvimento das diferentes funções. Para autor a aprendizagem e desenvolvimento são interrelacionados desde o nascimento do sujeito, sendo os atos intelectuais decorrentes de práticas sociais. A interação social e o processo de intervenção social são fundamentais para o desenvolvimento do sujeito. 
Vygotsky valoriza a transmissão de experiência histórica – social reconstrução interna através da transformação de um processo interpessoal num processo intrapessoal. Introduziu os conceitos de zona de desenvolvimento proximal e zona de desenvolvimento real, que tem relação direta com o processo de aprendizagem. 
Incentivar, estimular, proporcionar e valorizar os conhecimentos linguísticos de crianças,familiar e e comunidade são conceitos importantíssimos para Vygotsky, pois, dessa forma, o desenvolvimento e aprendizagem ocorre a a partir de mediações sociais . 
3 - JOGOS E BRINCADEIRAS NO CONTEXTO HISTÓRICO 
Ao analisamos a trajetória do brincar dentro do contexto histórico verificamos a introdução da brincadeira através de Fröebel educador alemão (1782-1852) como primeiro recurso para a aprendizagem. Comenius (1592-1670) - fundador da didática moderna da pedagogia diz que a criança aprende muito cedo e o aprendizado é como uma semente que precisa ser plantada cultiva para depois vermos seus frutos, ou seja, o ensino deve ser feito com a ação e deve estar voltado para a ação. 
De acordo com Rousseau - filósofo (1712-1778) – a aprendizagem é adquirida através das experiências, devemos deixar que a criança viva cada fazer no seu devido tempo. Montessori - médica italiana Maria Montessori (1870-1952) - valorizava o ambiente, adequando-o de acordo com o tamanho da criança. E, além disso, o material didático deveria estar voltado para a estimulação sensório-motora, pois acreditava que estimulando a parte sensório motora, estaria, também estimulando a mente, como forma de alimentação, pois, corpo e mente, caminham juntos. 
O filósofo John Dewey (1859-1952) defende o conhecimento como uma atividade dirigida que não tem um fim em si mesmo, mas está voltado para a experiência. Assim ele acredita que a atividade lúdica torna-se um fator decisivo para o desenvolvimento da criança. Para Vygotsky: (1896-1934) - a brincadeira, o jogo são atividades específicas da
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infância, na quais a criança recria a realidade usando sistemas simbólicos. É uma atividade social, com contexto cultural e social. Acredita ainda que é enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento da criança. É no brinquedo e no jogo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva. 
Piaget: (1896-1980) - tanto a brincadeira como o jogo é essencial para contribuir no processo de aprendizagem. Ao lançar uma atividade desconhecida seja um jogo ou uma brincadeira, o aluno entrará em conflito. No entanto, logo ao tomar conhecimento e compreender melhor as idéias, este estará assimilando e acomodando o novo conhecimento. Wallon - médico neurologista e psicólogo francês (1879-1962) – em sua concepção o termo infantil significa lúdico. As brincadeiras e jogos assumem um grande valor educacional no qual a criança concebe o grupo em função das tarefas que o grupo pode realizar, dos jogos a que pode entregar-se com suas camadas de grupo, e também das contestações, dos conflitos que podem surgir nos jogos onde existem duas equipes antagônicas. 
Huizinga (2001) nos coloca que a atividade relacionada ao jogo pertence a uma classe bem primitiva, por isso é fundamental quando o pensamento (homo sapiens) e a fabricação de objetos (homo faber), então, “homo ludens”, no remete a algo lúdico, o qual surge dentro do processo do desenvolvimento da humanidade, ou seja, do momento que o indivíduo pensa, ela passa a concretizar seu pensamento, através do seu fazer, e ao realizar tal tarefa, inicia seu processo de construção, que vem, de forma implícita, fazer brincando, ou jogando. 
Huizinga (2001) também define o jogo como: Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias. (HUIZINGA, 2001, p. 5). 
Jogos e brincadeiras são indispensáveis para a saúde intelectual, psíquica e física do indivíduo, em especial crianças em fase de desenvolvimento global. Através de atividades lúdicas, os alunos desenvolvem o cognitivo, a socialização, linguagem, raciocínio lógico, criatividade, análise, síntese, capacidade de interpretação entre outras funções.
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Atualmente, com o crescimento dos meios de comunicação como televisão e a internet, as crianças estão deixando de lado as brincadeiras, buscando o aspecto lúdico apenas nos jogos de computador, vídeos-games, dentre outros brinquedos eletrônicos que limitam as crianças, ocasionando a perca da sua própria identidade, e ao mesmo tempo, apontando para elas o que é correto, direciona-as em meio a situações com regras prontas, o que as priva de novas experiências que as façam crescer. 
Numa sociedade, onde ambos os pais trabalham as crianças têm que viver em função de particularidades culturais, e a partir dos novos ritmos desta sociedade é perceptível a forma empobrecedora das experiências lúdicas que a criança tem vivido, quando fica à margem de vídeo games, televisores e outros meios eletrônicos. Ou seja, sufocada em exigências de seu cotidiano e em virtude disso, os meios eletrônicos deixam marcas subjetivas na vida das crianças, o que se torna desprovido de recursos sua experiência diárias e da mesma forma a imaginação. Neste contexto, verifica-se no discurso parental e social a grande preocupação com segurança, limpeza e saúde, que leva a subtrair das crianças a possibilidade de brincar, para tanto, atendem dos adultos a uma série de regras de controle. 
Portanto, os meios eletrônicos interferem na atitude e na formação de personalidade das crianças, principalmente quando comparado aos aspectos motores. A inatividade destes jogos, a influência alimentar, a hiperatividade, a liberação de violência, entre outras ações inadequadas adquiridas em conseqüências do mau uso dos aparelhos eletrônicos constituem exemplos de suas influencias na vida humana. 
4 - PRINCIPAIS TEÓRICOS E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA AS ATIVIDADES LÚDICAS 
Apresentamos de uma forma mais sucinta, o olhar dos teóricos que foram considerados mais significativos, cujas contribuições direcionam as atividades lúdicas na educação. 
Optamos por apresentar as ideias desses teóricos uma vez que os mesmos tem como premissa principal a criança como um individuo que precisa de atenção no seu processo de formação. 
Enfatizo o trabalho Rousseau, como grande contribuidor para a educação infantil, na visão de Aranha (2002) e Pileti e Pileti(1995). Além de Rosseau, abordaremos Comenius, Froebel, Montessori, Dewey, Vygotsky, Piaget e Wallon, sempre citados no discorrer do trabalho.
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4.1 Comenius 
Comenius (1999) destaca que a aprendizagem acontece por meio da prática, valorizava o uso de atividades lúdicas, acreditava que brincadeiras e jogos ofereciam resultado positivo no processo de ensino – aprendizagem.Também buscou tornar a aprendizagem mais eficaz e atraente. Pois é nesta etapa que deve se aproveitar a forma lúdica para melhor formar a criança. 
As crianças na primeira fase escolar são seres com maior capacidade para a aprendizagem. As crianças estão em período de crescimento, de vivenciar o novo, é uma fase ideal para explorar e projetar seu interesse pela descoberta, usando temas que sejam interessantes de acordo com a faixa etária a ser trabalhada. 
4.2 Rousseau 
Seguindo o caminho aberto por Comenius, os pedagogos do século das luzes, refletem sobre a infância, a educação destinada às crianças pequenas e o papel do lúdico no desenvolvimento da criança, anunciando o começo da psicologia infantil. Essa nova compreensão acerca da educação imprime uma preocupação em relação às diferenças entre adulto e criança. Portanto, a educação torna-se fator de grande importância. 
Rousseau coloca que o contato da criança com a natureza desenvolverá a curiosidade para buscar o conhecimento. A criança, segundo Rousseau deve ser livre para realizar suas atividades, logo na primeira etapa da educação infantil, valorizando a criança dentro da primeira infância. Para ele, a educação deve ser baseada na atividade, a aquisição da aprendizagem é realizada através das experiências. 
Para que a criança obtenha um desenvolvimento global eficaz, nos aspectos cognitivos, sensoriais, psicomotores deve-se deixar que ela viva cada fase de sua vida, no seu devido tempo. Rousseau não aceitava determinadas restrições direcionadas às crianças nos primeiros anos de vida. 
Concluímos que, de acordo com Rousseau, a falta de liberdade prejudicava a criança, e a que a vida educacional das crianças, em especial , na primeira fase escolar,deveriam seguir um caminho agradável , livre e natural assim como a natureza. 
4.3 Froebel
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Froebel foi o pioneiro a compreender a importância dos jogos e brincadeiras como fonte do desenvolvimento da criança de maneira adequada. Criador e fundador do jardim de infância. Froebel comparava a criança como uma planta, pois a mesma sendo um ser vivo precisaria de elementos fundamentais para o seu desenvolvimento como carinho e cuidados especiais desde a mais simples para que possa crescer forte , sadio e tornar-se um adulto equilibrado. 
Através do lúdico, a criança teria mais condições de viver melhor sempre acrescentando os brinquedos e jogos direcionados, livres ou espontâneos. 
Assim, o autor, e acordo com Aranha (2002), consegue perceber o significado e a importância das atividades lúdicas para o desenvolvimento sensório-motor, criando meios de para aprimorar a capacidade intelectual da criança através da relação com brinquedos estimulando a criatividade, imaginação e experiências vivenciadas. 
Kishimoto (2002) comenta que Froebel defendia o valor do lúdico na infância e a expressão de liberdade como um meio para o ensino. E a proposta de Froebel se caracterizava no caráter lúdico, pois esse era o fator determinante da aprendizagem das crianças. 
4.4 Montessori 
Montessori, criou um método próprio de ensino pesquisando e observando crianças com problemas mentais. Maria Montessori ocupa papel de destaque pelas novas técnicas introduzidas nos jardins de infância e nas primeiras séries do ensino formal. Seus jogos são atraentes e instrutivos destinados a proporcionar uma educação sensorial, estimulando a observação, entre esses materiais didáticos encontram-se objetos relacionados à coordenação motora e à visualização do tempo e do espaço, todos com formas muito diversificadas e coloridas. 
Todo o trabalho de Montessori se apóia sobre uma série de materiais didáticos, organizados em grupos: material de exercícios para a vida cotidiana, material sensorial, de linguagem, de matemática e de ciências. Os materiais compreendem quebra-cabeças, letras em madeira ou lixa, diferentes alfabeto para compor palavras, formas variadas, barra de contagem, algarismos em lixa e madeira, conjuntos de contas coloridas etc... O material é de livre escolha do aluno e seu uso ocorre a partir do ritmo de cada um. Cada tipo de material é auto-corretivo o que permite que a própria criança avalie seu
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progresso. Trabalhando em ritmo individual, cada criança passa de forma própria pelos materiais necessários. 
A pedagogia montessoriana levava em consideração a importância do tamanho do ambiente escolar o mesmo deveria ser condizente com o tamanho da criança e todo material didático pertinente à estimulação psicomotora e sensorial. O espírito da criança, para a educadora italiana, se formaria mediante os estímulos externos que precisam ser determinados. Referindo-se aos fundamentos da didática montessoriana, a criança é livre, mas livre apenas na escolha dos objetos sobre que possa agir. Esses objetos são sempre os mesmos e típicos para cada gênero de atividade. Daí, o conjunto de jogos ou material que criou para os jardins de infância e suas lições materializadas para o ensino primário. Para ela, as atividades manuais e físicas com objetos definidos ajudavam à organização interna das crianças. 
4.5 Dewey Autor foi um dos primeiros a chamar a atenção para a capacidade de pensar dos alunos. Dewey acreditava que, para o sucesso do processo educativo, bastava um grupo de pessoas se comunicando e trocando idéias, sentimentos e experiências sobre as situações práticas do dia a dia. A experiência educativa é, para Dewey, reflexiva, resultando em novos conhecimentos, reflexão e ação, devem estar ligadas, são parte de um todo indivisível. Dewey acreditava que só a inteligência dá ao homem a capacidade de modificar o ambiente a seu redor. O desenvolvimento, tanto da vida infantil quanto a vida adulta consideradas em suas condições específicas, é a orientação das energias e das forças latentes para formação de hábitos de observação e reflexão que tornam a experiência inteligente. Por isso a educação da criança jamais deve prescindir das aptidões da criança: “A criança é possuidora, por certo, de aptidões especiais: desprezar esta circunstância é mutilar ou deformar os órgãos de que depende seu desenvolvimento.” (Dewey, 1979, p. 53). Por um lado, a educação da criança busca desenvolver suas aptidões para lidar com os problemas do mundo adulto. A educação do adulto é um reencontro com a infância: “E com referência à curiosidade simpatizante, às reações francas e à receptividade mental poderemos dizer que o adulto se desenvolve à medida que se reaproxima da infância.”
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(Dewey, 1979, p. 54). Assim para o teórico, a educação que atua sobre a expansão da experiência presente a torna uma mola propulsora para as experiências seguintes, cujas condições históricas, sociais, pessoais são imprevisíveis: “Sendo grande a necessidade de preparação para uma vida em contínua evolução, urge empregarem-se todas as energias para tornar- se a experiência presente a mais rica e significativa possível. E como o presente insensivelmente se transforma em futuro, segue que, assim procedendo, também temos tomado em conta o futuro.” (Dewey, 1979, p. 60) Assim, justifica-se aos olhos de Dewey, o prolongamento do chamado período da infância, favorecendo a aquisição dos “variados e novos modos de controle”, através da inteligência, que contribuem para o progresso social. Como vemos, para Dewey, o desenvolvimento infantil tem sua base na vida social da criança. Desta forma, ele visualiza a escola e podemos estender a todos os espaços educativos – como um ambiente que deve oportunizar a livre expressão da vida em comunidade. 4.6 – Vygotsky 
Para Vygotsky, segundo Aranha (2002), a brincadeira, o jogo são atividades específicas, a criança cria novamente a realidade simbolicamente. É uma atividade social, dentro do meio cultural e social. 
Em Vygotski (1998) observamos que o brinquedo cria uma Zona de Desenvolvimento Proximal na criança. Sabendo que a aquisição do conhecimento se dá através das zonas de desenvolvimento: a real e a proximal. A zona de desenvolvimento real é a do conhecimento já adquirido, é o que a pessoa traz consigo, já a proximal, só é atingida, de início com o auxílio de outras pessoas mais capazes, que já tenham adquirido esse conhecimento. As maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação. 
Vygotsky (1991) classifica o brincar em três fases da seguinte forma: a primeira fase a criança começa a se distanciar de seu primeiro meio social, representado pela mãe, começa a falar, a andar e a movimentar-se em volta das coisas. Nesta fase, o ambiente a alcança por meio do adulto e pode-se dizer que a fase estende-se até em torno dos sete anos. A segunda fase é caracterizada pela imitação, a criança copia os modelos dos adultos. A Terceira fase é marcada pelas convenções que surgem de regras e convenções a elas associadas.
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Segundo ele, a criança usa as interações sociais como formas privilegiadas de acesso a informações: aprendem a regra do jogo, por exemplo, através dos outros e não como o resultado de um engajamento individual na solução de problemas. Desta maneira, aprende a regular seu comportamento pelas reações, quer elas pareçam agradáveis ou não. 
4.7 Piaget 
Jean Piaget (1896-1980) nascido na Suíça, embora não fosse pedagogo, muito influenciou a pedagogia do século XX. Suas primeiras obras aparecem na década de vinte e logo provoca viva repercussão, sobretudo a psicologia genética, que investiga o desenvolvimento cognitivo da criança desde o nascimento até a adolescência. 
Para Piaget o jogo é essencial para a criança, diferentemente de Vygotsky, ele divide o jogo por faixa etária, Piaget elaborou uma “classificação genética baseada na evolução das estruturas”. (PIAGET apud RIZZI, 1997) e classificou os jogos em três grandes categorias que correspondem às três fases do desenvolvimento infantil: 
 Fase sensório-motora (do nascimento até os 2 anos aproximadamente): a criança brinca sozinha, sem utilização da noção de regras. 
 Fase pré-operatória (dos 2 aos 5 ou 6 anos aproximadamente): as crianças adquirem a noção da existência de regras e começam a jogar com outras crianças jogos de faz-de-conta. 
 Fase das operações concretas (dos 7 aos 11 anos aproximadamente): as crianças aprendem as regras dos jogos e jogam em grupos. Esta é a fase dos jogos de regras como futebol, damas, etc. 
Assim Piaget (1975), classificou os jogos correspondendo a um tipo de estrutura mental, percebendo o jogo como uma atividade natural no ser humano. Inicialmente a atividade lúdica surge como uma série de exercícios motores simples. Sua finalidade é o próprio prazer do funcionamento, Estes exercícios consistem em repetição de gestos e movimentos simples como agitar os braços, sacudir objetos, emitir sons, caminhar, pular, correr, etc. Embora estes jogos comecem na fase maternal e durem predominantemente até os 2 anos, eles se mantém durante toda a infância e até na fase adulta. Por exemplo, andar de bicicleta, moto ou carro. Posteriormente o jogo simbólico
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aparece predominantemente entre os 2 e 6 anos. A função desse tipo de atividade lúdica, de acordo com Piaget, “consiste em satisfazer o eu por meio de uma transformação do real em função dos desejos, ou seja, tem como função assimilar a realidade”. (PIAGET apud RIZZI, 1997). 
A criança tende a reproduzir nesses jogos as relações predominantes no seu meio ambiente e assimilar dessa maneira a realidade e uma maneira de se auto-expressar. Esse jogo-de-faz-de-conta possibilita à criança a realização de sonhos e fantasias, revela conflitos, medos e angústias, aliviando tensões e frustrações. 
Na fase adiante os 7 e 11-12 anos, começam a aparecer com mais freqüência desenhos, trabalhos manuais, construções com materiais didáticos, representações. Piaget não considera este tipo de jogo como sendo um segundo estágio e sim como estando entre os jogos simbólicos e de regras. 
O teórico apresenta ainda o jogo de regras, entretanto este começa a se manifestar por volta dos cinco anos, desenvolve-se principalmente na fase dos 7 aos 12 anos. Este tipo de jogo continua durante toda a vida do indivíduo (esportes, trabalho, jogos de xadrez, baralho, RPG, etc.). 
Os jogos de regras são classificados em jogos sensório-motores (exemplo futebol), e intelectuais (exemplo xadrez). 
O que caracteriza o jogo de regras é a existência de um conjunto de leis imposto pelo grupo, sendo que seu descumprimento é normalmente penalizado, e uma forte competição entre os indivíduos. O jogo de regra pressupõe a existência de parceiros e um conjunto de obrigações (as regras), o que lhe confere um caráter eminentemente social. 
Este jogo aparece quando a criança abandona a fase egocêntrica possibilitando desenvolver os relacionamentos afetivo-sociais. 
4.8 Wallon 
Wallon foi um estudioso que se dedicou ao psiquismo humano na perspectiva genética, ele defendeu a gênese da pessoa, na qual justifica o seu interesse pela evolução psicológica da criança. 
Para Wallon, o fator mais importante para a formação da personalidade não é o meio físico, mas sim o social. O autor chama a atenção para o aspecto emocional, afetivo e
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sensível do ser humano e elege a afetividade, intimamente fundida com a motricidade, como desencadeadora da ação e do desenvolvimento da ação e do desenvolvimento psicológico da criança. 
Wallon enfoca a motricidade no desenvolvimento da criança, ressaltando o papel que as aquisições motoras desempenham progressivamente para o desenvolvimento individual. Segundo ele, é pelo corpo e pela sua projeção motora que a criança estabelece a primeira comunicação com o meio, apoio fundamental do desenvolvimento da linguagem. É a incessante ligação da motricidade com as emoções, que prepara a gênese das representações que, simultaneamente, precede a construção da ação, na medida em que significa um investimento, em relação ao mundo exterior. 
Deste modo, Wallon o define o jogo como uma atividade voluntária da criança. Se imposta, deixa de ser jogo; é trabalho ou ensino. Ao classificar os jogos infantis, apresenta quatro categorias: 
 Jogos funcionais; 
 Jogos de ficção 
 Jogos de aquisição 
 Jogos de fabricação. 
a) Jogos funcionais 
Caracterizam-se por movimentos simples de exploração do corpo, através dos sentidos. A criança descobre o prazer de executar as funções que a evolução da motricidade lhe possibilita e sente necessidade de pôr em ação as novas aquisições, tais como: os sons, quando ela grita, a exploração dos objetos, o movimento do seu corpo. Esta atividade lúdica identifica-se com a “lei do efeito”. Quando a criança percebe os efeitos agradáveis e interessantes obtidos nas suas ações gestuais, sua tendência é procurar o prazer repetindo suas ações. 
b) Jogos de ficção 
Atividades lúdicas caracterizadas pela ênfase no faz-de-conta, na presença da situação imaginária. Ela surge com o aparecimento da representação e a criança assume papéis presentes no seu contexto social, brincando de “imitar adultos”, “casinha”, “escolinha”, etc. 
c) Jogos de aquisição
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Desde que o bebê, “todo olhos, todo ouvidos”, como descreve Wallon, se empenha para compreender, conhecer, imitar canções, gestos, sons, imagens e histórias, começam os jogos de aquisição. 
d) Jogos de fabricação 
São jogos onde a criança se entretém com atividades manuais de criar, combinar, juntar e transformar objetos. Os jogos de fabricação são quase sempre as causas ou conseqüências do jogo de ficção, ou se confundem num só. Quando a criança cria e improvisa o seu brinquedo: a boneca, os animais que podem ser modelados, isto é, transforma matéria real em objetos dotados de vida fictícia. 
Wallon destaca que os jogos influenciam o caráter emocional, fazendo com que a criança demonstre seu interesse pelas relações sociais nos momentos do jogo e seus aspectos relativos à socialização. Percebe-se que sua concepção diz que, o lúdico e infância não podem ser dissociados, toda atividade da criança deve ser espontânea, livre de qualquer repressão, antes de tornar-se subordinada a projetos de ações mais extensas e transformadas. Portanto, o jogo é uma ação voluntária, caso contrário, não é jogo, mas sim trabalho ou ensino. 
5 - A CONTRIBUIÇÃO DOS JOGOS E BRINCADEIRAS NO DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM DA CRIANÇA 
De acordo com (Oliveira 2002), o ato de brincar proporciona uma mudança “significativa” na “consciência infantil” pelo motivo de determinar das crianças um jeito mais “complexo” de conviver com o mundo. 
Oliveira diz que jogos, brinquedos e brincadeiras estimulam o desenvolvimento cognitivo. A partir do brincar, a criança tem uma experiência vivenciada, descobre assim um mundo mágico , inventa , cria , estimula habilidades, a curiosidade e em especial a sua independência. 
Ao construir suas hipóteses a criança constrói suas próprias ideias sobre o mundo que a cerca, refletindo com isso seu desenvolvimento psicológico e cognitivo em que se encontra. Quando o professor de Educação infantil compreende a importância de se avaliar os mecanismos e raciocínio empregados em cada brincadeira deixa de existir o certo e o errado. Toda ideia elaborada pela criança passa, então, a ser valorizada,
19 
competindo ao professor apena conduzir o aluno a refletir, para que a própria criança faça suas reformulações e atinja de maneira significativa o seu aprendizado. 
O uso de jogos e brincadeiras, em uma visão pedagógica estimula o desenvolvimento psicomotor, emocional, afetivo, cognitivo entre outras áreas de aprendizagem, mas é preciso que se identifiquem as necessidades individuais de cada aluno para que possa estabelecer uma estratégia que supra essas carências. Deve-se entender melhor as necessidades e dificuldades mais imediatas do sujeito e utilizar as atividades lúdicas justamente na busca de possibilidades de aprendizagem e compreensão não só de conteúdos mas de valores também. De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 23, v.01): Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidado, brincadeiras e aprendizagem orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Por isso o educador é a peça fundamental nesse processo, devendo ser um elemento essencial. Educar não se limita em repassar informações ou mostrar apenas um caminho, mas ajudar a criança a tomar consciência de si mesmo, e da sociedade. É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher caminhos, aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um irá encontrar. Nessa perspectiva, segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 30, v.01): A criança necessita de estabilidade emocional para se envolver com a aprendizagem. O afeto pode ser uma maneira eficaz de aproximar o sujeito e a ludicidade em parceria com professor-aluno, ajuda a enriquecer o processo de ensino-aprendizagem. E quando o educador dá ênfase às metodologias que alicerçam as atividades lúdicas, percebe-se um maior encantamento do aluno, pois se aprende brincando.
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5.1 - ASPECTOS AFETIVOS DO JOGO 
O emocional, afetivo é constantemente descrito e comentado no mundo educacional e fora dele também. No meio escolar, há uma opinião entre educadores sobre a importância do qualitativo nas relações afetivas da criança. A afetividade esta ligada diretamente na socialização, nas interações humanas e, sobretudo, na aprendizagem. 
A afetividade tem um sentido pleno: está relacionada às experiências vivenciadas por adultos e crianças, a motivação de professores e alunos é um fator determinante para a prática educativa. 
Durante o brincar a criança se empenha da mesma maneira com que aprende a andar, falar, comer e etc. Esse esforço é intenso e demanda concentração. E só por essa mobilização que aparece nas atividades lúdicas os jogos e brincadeiras deveriam ter reconhecida a sua real importância no desenvolvimento global das crianças. 
Certas brincadeiras parecem vencer o tempo, e são transmitidas de geração a geração através da cultura. Dentre as brincadeiras que podem ser observadas há o faz de contas: brincar de casinha, consertar e montar carrinhos, montar garagens, ir ao médico. Nestes momentos de imaginação, a criança atribui significados distintos dos que eles têm qualquer coisa pode representar outra coisa, e através do olhar cuidadoso de quem os cercam podemos ter diante de nossos olhos vários indicativos dos sentimentos desta criança e compreender melhor a sua realidade. Portanto é essencial que se saiba interpretar tais brincadeiras, colocando-se no lugar da criança. 
A conduta de propiciar momentos lúdicos expressando situações do cotidiano amplia as oportunidades de compreender as suas próprias experiências como também de progressos de pensamentos. A criança se apóia imaginação para expressar seus sentimentos e os reproduz através das brincadeiras permitindo que seus sentimentos sejam assim extravasados. 
Assim vale mais uma vez frisar que os jogos e as brincadeiras sendo livres dirigida permitem a evolução dos afetos, a interação e a socialização, além de auxiliarem na construção do pensamento.
21 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Após um extenso estudo bibliográfico, constatamos que a aprendizagem acontece de maneira significativa enquanto a criança brinca, a aprendizagem é um processo interligado que faz com que ocorra uma transformação em nível de qualidade na estrutura mental daquele que aprende. Essa transformação se dá através da modificação do comportamento de um indivíduo. 
Tendemos a conceituar a aprendizagem apenas como aquisições escolares formais. A educação formal é um processo de orientação da aprendizagem, mas nem todas as aprendizagens pertencem a este estilo, aprendizagens são todas as modificações, relativamente permanentes, de nossas tendências a reagir, que resultam da experiência de cada um. O comportamento apreendido não é estático, pois o ser humano modifica- se durante toda a sua vida 
Para se adquirir o aprendizado é muito importante que o aluno tenha desejo em aprender. Tenha motivação, estímulo para o aprendizado e esta motivação pode ser incentivada pelo professor através de recursos atrativos, utilizando a linguagem do aluno com intuito de enriquecer seus conhecimentos. Uma forma de tornar o saber prazeroso é inserindo jogos e brincadeiras no planejamento diário. 
A motivação é condição necessária para o processo de aprendizagem, essa motivação é peça chave da aprendizagem, pois desenvolvida pelo educador nas atividades propostas, possibilita impulsionar o educando a alcançar os objetivos propostos por ele de maneira significativa. 
Segundo o dicionário Silveira Bueno (1999), motivação quer dizer exposição de motivos ou causas; animação; entusiasmo. Através dessas definições, pode-se constatar que estar motivado é estar animado, entusiasmado. Para isso, é necessário ter motivos. 
Portanto, o educador precisa buscar recursos didáticos que possibilitem motivar suas aulas, pois entendemos que a motivação parte do educador já que necessita de estratégias em sua prática pedagógica. Motivação é agregar as atividades propostas estímulo, alegria, ânimo e entusiasmo. A motivação é energia para a aprendizagem, ou seja, um convite ao educando a participar e interagir nesta construção de sua aprendizagem.
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Do ponto de vista pedagógico, percebemos que as brincadeiras auxiliam aos educandos a formar conceitos, relacionar idéias, estabelecer relações lógicas, desenvolver a expressão oral, reforçar as habilidades sociais e construir seu próprio conhecimento, confirmando ser esse o papel dos jogos como instrumento facilitador do desenvolvimento da aprendizagem da criança. É brincando e jogando que a criança desenvolve sua atenção e afetividade. 
Desta forma percebemos que a ludicidade é uma necessidade do ser humano.em qualquer idade mas, principalmente na infância, na qual ela deve ser vivenciada de maneira a desenvolver suas potencilidades.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil: conhecimento de mundo. Secretaria da Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. 
ARANHA, Maria Lúcia Arruda.História da Educação 2 ed. São Paulo: Moderna, 2002. 
BRENELLI, R.P. O jogo como Espaço para jogar, Campinas: Papirus, 1996. 
CELSO, A. Jogos para estimulação das mútiplas inteligências. 9.ed Petrópolis : Vozes,2001 
COMENIUS, João Amós. Didática Magna Trad. Ivone Castilho Benedetti. 2ªed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. 
FERNÁNDEZ, A. A inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica clínica da criança e sua família. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 1990. 
DEWEY, JONH. Democracia e educação. Tradução: Godofredo Rangel e Anísio Teixeira. São Paulo: Nacional, 1979b. Atualidades pedagógicas; vol. 21. 416p. ______. Experience and nature. New York: Dover Publications, Inc., 1958. 443p. 
HUIZINGA, J. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 1993. 
OLIVEIRA, M. K. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento, um processo sócio- histórico. 4.ed. São Paulo: Scipione, 1999. 
RONCA, P. A. C.; TERZI, C. A. A aula operatória e a construção do conhecimento. 9.ed. São Paulo: Edesplan, 1995. 
MACHADO, A. M. Avaliação e fracasso: a produção coletiva da queixa escolar. In: AQUINO, J. G. Erro e fracasso na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus Editorial, 1996. 
MEIRA, M. E. M. Desenvolvimento e aprendizagem: reflexões sobre as relações e implicações para a prática pedagógica. Revista Ciência e Educação, volume 5, n.2. Bauru: UNESP, 1998. 
OLIVEIRA, Zilma Rams de Oliveira. Educação Infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2005. 
KISHIMOTO, T. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e Educação. São Paulo: Cortez, 1994.

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  • 1. 1 OS JOGOS E BRINCADEIRAS COMO FERRAMENTAS DE ESTIMULAÇÃO DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL Patícia Orientadora: Wany Sousa Pós – Graduação: Supervisão Escolar, Orientação Educacional e Inspeção Escolar Avenida Getúlio Vargas nº329, Centro - Leoplodina Mg CEP: 36700-000 Tel: (32) 3441 - 5676( 32) 8867 – 5676 secretaria@cursorazao.com
  • 2. 2 RESUMO O presente artigo descreve sobre a importância dos jogos e brincadeiras no processo de ensino – aprendizagem. Através da brincadeira a criança exercita todas as suas potencialidades, desenvolvendo seu lado social, motor e cognitivo. Investigaremos as influências positivas que os jogos e as brincadeiras exercem na aprendizagem da criança, sinalizando as concepções de um dos grandes teóricos sobre a aprendizagem infantil: Lev Semenovich Vygotsky, que entre outros grandes estudiosos, destaca a necessidade de as atividades lúdicas estarem presentes nas fases do desenvolvimento e da aprendizagem. Neste sentido, esta investigação tem por objetivo analisar e discutir o papel das brincadeiras, dos jogos e dos brinquedos como instrumento na construção da aprendizagem da criança. Para tanto, a fundamentação teórica busca a contribuição de diversos autores que tratam do assunto. Os jogos e brincadeiras podem ser utilizados como ferramentas estimuladoras, facilitadoras e enriquecedoras que através do lazer e com prazer estimulam satisfatoriamente todo o processo de aprendizagem do indivíduo. Cabe ao professor propiciar através dos recursos adequados às necessidades de sua escola jogos e brincadeiras com intuito de garantir aos alunos um aprendizado eficaz. Palavras – Chave: jogos, brincadeiras, lúdico ABSTRACT This article discusses about the importance of games and play in the teaching - learning process. Through play a child exercises its full potential by developing its social side, motor and cognitive development. Investigate the positive influences that play games and play in a child's learning, signaling the conceptions of one of the great theorists on child learning: Lev Semenovich Vygotsky, who among other great scholars, highlights the need for play activities are present in phases development and learning. In this sense, this research aims to analyze and discuss the role of play, games and toys as a tool in building the child's learning. For both, the theoretical foundation seeks input from various authors dealing with the subject. The games and activities can be used as tools in stimulating, facilitating and enriching it through leisure and pleasure stimulate satisfactorily throughout the learning process of the individual. The teacher has to provide with adequate resources to the needs of your school plays and games with a view to ensuring effective learning for students. Keywords - Keywords: games, games, play
  • 3. 3 INTRODUÇÃO Esse artigo apresenta um estudo relacionado a utilização dos jogos e brincadeiras na estimulação da aprendizagem na educação infantil, através dos jogos e brincadeiras a aprendizagem acontece de maneira lúdica e significativa proporcionando ao educando o prazer em aprender. O educador infantil tem como tarefas: dirigir a relação entre o ensino e aprendizagem; orientar para o saber e gerenciar o conhecimento, deve estar atento para o desenvolvimento educacional de cada aluno com excelência e dispor de recursos apropriados para o aprendizado eficaz, buscar rotinas pedagógicas de acordo com os desejos e as necessidades de todos. A elaboração e a execução de uma proposta pedagógica são as primeiras e as principais atribuições da escola. A partir desta proposta é definido o caminho e os rumos que uma determinada comunidade escolar busca para si e para aqueles que se agregam em seu ambiente. Sendo assim, neste artigo aponta para importância da inserção dos jogos e brincadeiras ligadas ao campo da aprendizagem sejam utilizadas como uma ferramenta estimuladora, facilitadora e enriquecedora que auxilia de maneira prazerosa todo o processo de aprendizagem do indivíduo. Assim, os jogos e as brincadeiras não são apenas meios de distração para o aluno, mas torna-se um agente facilitador de apoio a aquisição de novas aprendizagens que possibilita ao aluno o gostar de aprender de modo prazeroso. Tendo em vista o processo pedagógico tais aprendizagens só acontecem eficazmente a partir do momento que se determine objetivos precisos para que o ganho realmente aconteça e que as aprendizagens se concretizem, respeitando o desenvolvimento em suas especificidades. 1. A APRENDIZAGEM A aprendizagem é um sistema complexo. Não engloba somente o processo de aquisição de conhecimentos, conteúdos ou informações, mas também a assimilação e a apreensão
  • 4. 4 desses conhecimentos, conteúdos e informações. A fim de tornar o aluno em seres capazes de criticar. Pode-se descrever a aprendizagem como sendo “um processo de aquisição e assimilação mais conscientes de novos saberes e novas formas de perceber, ser , pensar e agir”. (Schmitz, E. F. Opcit p. 53 ). A educação formal é, primeiramente, um processo de direção e orientação da aprendizagem, mas nem todas as aprendizagens pertencem a este tipo. Aprendizagens são todas as modificações, relativamente permanentes, de nossas tendências a reagir, que resultam da experiência. O comportamento apreendido não é instável, pois o ser humano modifica-se durante toda a sua vida. 1.1 TIPOS DE APRENDIZAGEM A teoria de Ausubel sustenta três tipos gerais de aprendizagem (Moreira 1982, p.89 e 90) 1.1.1 Aprendizagem Psicomotora Envolve habilidades motoras simples até as mais complexas através de treino e prática. 1.1.2 Aprendizagem cognitiva Aprendizagem realizada através da aquisição de conhecimentos e informações e suas interpretações tendo como base seus conceitos. É resultante do que o individuo armazena no seu aprendizado. 1.1.3 Aprendizagem afetiva – emocional Resulta dos sinais internos do indivíduo. Dependem do ambiente escolar, respeito e a valorização do aluno. Para se obter o aprendizado é de suma importância que o aluno tenha vontade em aprender. Tenha motivação para o aprendizado e esta motivação pode ser estimulada pelo professor através de recursos atrativos, utilizando a linguagem do aluno com intuito de enriquecer seus conhecimentos. Uma forma de tornar o saber prazeroso é inserindo jogos e brincadeiras no planejamento de curso em cada disciplina.
  • 5. 5 1.2 Características do Processo de Aprendizagem 1.2.1 Processo dinâmico - A aprendizagem não é um processo passivo. Sua característica mais importante é a atividade daquele que aprende. Portanto a aprendizagem só se faz através da participação do aprendiz. 1.2.2 Processo continuo – A aprendizagem está presente desde o inicio da vida (talvez desde a idade pré natal) até a morte. 1.2.3 Processo Global – Qualquer comportamento humano é global incluindo sempre aspectos motores e emocionais. 1.2.4 Processo Pessoal – A aprendizagem é intransferível. Ninguém pode aprender pelo outro. A maneira de aprender e o próprio ritmo da aprendizagem variam de indivíduo para indivíduo. 1.2.5 Processo Gradativo – A aprendizagem é um processo que se desenvolve em complexidade crescente. Em cada nova situação sem um maior numero de elementos se torne presente. 1.2.6 Processo cumulativo – A aprendizagem é um processo de progressiva adaptação e ajustamento social, em que a experiência atual, aproveita-se das experiências anteriores. 2 - PRINCIPAIS TEÓRICOS E SUAS CONTRIBUIÇÕES EM RELAÇÃO A APRENDIZAGEM Ivone Castilho Benedetti, Paulo Freire , Martins Fontes, Cortez , Pioneira são alguns autores que descrevem sobre os principais teóricos e suas contribuições para o desenvolvimento do ensino – aprendizagem. A seguir as colocações realizadas por estes autores. 2.1 Skinner Inicialmente, abordou as ideias de Skinner relacionadas ao desenvolvimento e a aprendizagem do sujeito. Skinner nasceu em 1994, no Estados da Pensilvânia, EUA, falecendo no ano de 1980. Graduou-se em Harvard, em Psicologia, Skinner estudou comportamento operante
  • 6. 6 focando no estudo da psicologia da aprendizagem. Desta forma buscou recursos para serem utilizados através de ensino programado sem ter a necessidade da presença do mediador para execução das tarefas. Ensino sendo efetuado com uso de livros, apostilas e máquinas de ensinar , meio mais apropriado , segundo skinner, para realizar o aprendizado escolar. Skinner criou primeiro tipo de aprendizagem chamada condicionamento respondente, cuja qual são respostas através de reflexos ou involuntárias e segundo tipo de aprendizagem chamado comportamento operante, são condutas voluntárias, estímulos que se seguem de respostas. 2.2 Carl Rogers Carl Rogers nasceu em Lindonois, Eua, em 1902, falecendo no ano de 1987. Representante da psicologia humanística é responsável na educação pela antipedagogia e ou pedagogia não diretiva, com uma premissa basicamente fenomenologica, pois enfatiza as experiências das pessoas, seus valores e sentimentos,ou seja,visualiza o aluno como pessoa. Carl Rogers foi o primeiro a realizar o desenvolvimento da Psicologia Humanista. O Teórico acreditava que uma pessoa possui capacidade para alcançar seu crescimento e desenvolvimento. Esta evolução não acontece somente por influências do grupo social ao qual o indivíduo está inserido , seja familiar ou não , mas por causa de sua própria capacidade. A facilitação da aprendizagem é o maior objetivo da educação para Rogers. Os seres humanos têm uma potencialidade natural para aprender, ou seja, nascemos com uma tendência natural para aprender, em contato com problemas da existência, todos querem estudar, deseja crescer, procuram descobrir, esperam dominar almejam criar. Concluindo, segundo Rogers, o indivíduo tem que aprender a aprender e é capaz de realizar seus ideais , pois nascemos com uma tendência natural para o aprender. 2.3 Piaget Biólogo por formação, Piaget tornou-se um estudioso das questões epistemológicas ao realizar algumas indagações como: o que é conhecimento? Como aprendemos? Qual a relação entre conhecimento e ação sobre o objeto?
  • 7. 7 Jean Piaget foi pioneiro no estudo da inteligência infantil. Acreditava que o comportamento dos humanos não acontece de forma inata, nem resulta de condicionamentos. Mas, sim da interação entre indivíduo e meio. Segundo Piaget a adaptação é importante para estimular o intelecto da criança, assim como o funcionamento biológico. O processo de adaptação é realizado através da assimilação e acomodação. Assimilação – Integra a criança em um novo. Desenvolvendo a parte motora, perceptiva e de conceituação. A criança tenta se adaptar ao meio sempre que recebe novos estímulos. A acomodação ocorre quando a criança não consegue identificar as diferenças. A criança não consegue assimilar um novo estímulo. Piaget acreditava que a teoria de equilibração estava baseada na integração da criança com o meio. A teoria da equilibração está entre a assimilação e a acomodação agindo como auto - regulador. 2.3.1 Estágios Cognitivos de Piaget Piaget destaca que o desenvolvimento cognitivo no sujeito é uma sessão de estágios e sub estágios, nos quais os esquemas se organizam entre si formando as estruturas. Nasciam assim os estágios ou períodos do desenvolvimento: sensório- motor, pré operacional, operatório concreto, e operatório formal. Estágio sensório – motor (0 a 2 anos ) - A criança conhece o mundo através da manipulação . Experiências vivenciadas. Estágio pré- operatório ou pré operacional (2 a 7 anos )- Surge a linguagem , desenvolvimento cognitivo , afetivo e social. Destaca-se nesta fase o egocentrismo. Estágio operatório – Início da construção lógica. Estágio operatório forma (12 anos) – Pensamento formal, excluindo o concreto. . A teoria de Piaget coloca que a construção do conhecimento ocorre quando ações físicas ou mentais tem como feedback assimilação dessas ações e automaticamente um equilíbrio educacional é alcançado. . 2.4 Lev Vygotsky Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934) nasceu na Rússia czarista. E junto com seus colaboradores desenvolveu uma teoria original e fecunda. Apesar de ter morrido muito jovem, produziu volumosa obra escrita além de ter aplicado suas teorias em múltiplas
  • 8. 8 Vygostysky pressupõe que o aprendizado é um processo profundamente social, e o desenvolvimento um processo dialético, cuja característica é baseada de no desenvolvimento das diferentes funções. Para autor a aprendizagem e desenvolvimento são interrelacionados desde o nascimento do sujeito, sendo os atos intelectuais decorrentes de práticas sociais. A interação social e o processo de intervenção social são fundamentais para o desenvolvimento do sujeito. Vygotsky valoriza a transmissão de experiência histórica – social reconstrução interna através da transformação de um processo interpessoal num processo intrapessoal. Introduziu os conceitos de zona de desenvolvimento proximal e zona de desenvolvimento real, que tem relação direta com o processo de aprendizagem. Incentivar, estimular, proporcionar e valorizar os conhecimentos linguísticos de crianças,familiar e e comunidade são conceitos importantíssimos para Vygotsky, pois, dessa forma, o desenvolvimento e aprendizagem ocorre a a partir de mediações sociais . 3 - JOGOS E BRINCADEIRAS NO CONTEXTO HISTÓRICO Ao analisamos a trajetória do brincar dentro do contexto histórico verificamos a introdução da brincadeira através de Fröebel educador alemão (1782-1852) como primeiro recurso para a aprendizagem. Comenius (1592-1670) - fundador da didática moderna da pedagogia diz que a criança aprende muito cedo e o aprendizado é como uma semente que precisa ser plantada cultiva para depois vermos seus frutos, ou seja, o ensino deve ser feito com a ação e deve estar voltado para a ação. De acordo com Rousseau - filósofo (1712-1778) – a aprendizagem é adquirida através das experiências, devemos deixar que a criança viva cada fazer no seu devido tempo. Montessori - médica italiana Maria Montessori (1870-1952) - valorizava o ambiente, adequando-o de acordo com o tamanho da criança. E, além disso, o material didático deveria estar voltado para a estimulação sensório-motora, pois acreditava que estimulando a parte sensório motora, estaria, também estimulando a mente, como forma de alimentação, pois, corpo e mente, caminham juntos. O filósofo John Dewey (1859-1952) defende o conhecimento como uma atividade dirigida que não tem um fim em si mesmo, mas está voltado para a experiência. Assim ele acredita que a atividade lúdica torna-se um fator decisivo para o desenvolvimento da criança. Para Vygotsky: (1896-1934) - a brincadeira, o jogo são atividades específicas da
  • 9. 9 infância, na quais a criança recria a realidade usando sistemas simbólicos. É uma atividade social, com contexto cultural e social. Acredita ainda que é enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento da criança. É no brinquedo e no jogo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva. Piaget: (1896-1980) - tanto a brincadeira como o jogo é essencial para contribuir no processo de aprendizagem. Ao lançar uma atividade desconhecida seja um jogo ou uma brincadeira, o aluno entrará em conflito. No entanto, logo ao tomar conhecimento e compreender melhor as idéias, este estará assimilando e acomodando o novo conhecimento. Wallon - médico neurologista e psicólogo francês (1879-1962) – em sua concepção o termo infantil significa lúdico. As brincadeiras e jogos assumem um grande valor educacional no qual a criança concebe o grupo em função das tarefas que o grupo pode realizar, dos jogos a que pode entregar-se com suas camadas de grupo, e também das contestações, dos conflitos que podem surgir nos jogos onde existem duas equipes antagônicas. Huizinga (2001) nos coloca que a atividade relacionada ao jogo pertence a uma classe bem primitiva, por isso é fundamental quando o pensamento (homo sapiens) e a fabricação de objetos (homo faber), então, “homo ludens”, no remete a algo lúdico, o qual surge dentro do processo do desenvolvimento da humanidade, ou seja, do momento que o indivíduo pensa, ela passa a concretizar seu pensamento, através do seu fazer, e ao realizar tal tarefa, inicia seu processo de construção, que vem, de forma implícita, fazer brincando, ou jogando. Huizinga (2001) também define o jogo como: Uma atividade voluntária exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias. (HUIZINGA, 2001, p. 5). Jogos e brincadeiras são indispensáveis para a saúde intelectual, psíquica e física do indivíduo, em especial crianças em fase de desenvolvimento global. Através de atividades lúdicas, os alunos desenvolvem o cognitivo, a socialização, linguagem, raciocínio lógico, criatividade, análise, síntese, capacidade de interpretação entre outras funções.
  • 10. 10 Atualmente, com o crescimento dos meios de comunicação como televisão e a internet, as crianças estão deixando de lado as brincadeiras, buscando o aspecto lúdico apenas nos jogos de computador, vídeos-games, dentre outros brinquedos eletrônicos que limitam as crianças, ocasionando a perca da sua própria identidade, e ao mesmo tempo, apontando para elas o que é correto, direciona-as em meio a situações com regras prontas, o que as priva de novas experiências que as façam crescer. Numa sociedade, onde ambos os pais trabalham as crianças têm que viver em função de particularidades culturais, e a partir dos novos ritmos desta sociedade é perceptível a forma empobrecedora das experiências lúdicas que a criança tem vivido, quando fica à margem de vídeo games, televisores e outros meios eletrônicos. Ou seja, sufocada em exigências de seu cotidiano e em virtude disso, os meios eletrônicos deixam marcas subjetivas na vida das crianças, o que se torna desprovido de recursos sua experiência diárias e da mesma forma a imaginação. Neste contexto, verifica-se no discurso parental e social a grande preocupação com segurança, limpeza e saúde, que leva a subtrair das crianças a possibilidade de brincar, para tanto, atendem dos adultos a uma série de regras de controle. Portanto, os meios eletrônicos interferem na atitude e na formação de personalidade das crianças, principalmente quando comparado aos aspectos motores. A inatividade destes jogos, a influência alimentar, a hiperatividade, a liberação de violência, entre outras ações inadequadas adquiridas em conseqüências do mau uso dos aparelhos eletrônicos constituem exemplos de suas influencias na vida humana. 4 - PRINCIPAIS TEÓRICOS E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA AS ATIVIDADES LÚDICAS Apresentamos de uma forma mais sucinta, o olhar dos teóricos que foram considerados mais significativos, cujas contribuições direcionam as atividades lúdicas na educação. Optamos por apresentar as ideias desses teóricos uma vez que os mesmos tem como premissa principal a criança como um individuo que precisa de atenção no seu processo de formação. Enfatizo o trabalho Rousseau, como grande contribuidor para a educação infantil, na visão de Aranha (2002) e Pileti e Pileti(1995). Além de Rosseau, abordaremos Comenius, Froebel, Montessori, Dewey, Vygotsky, Piaget e Wallon, sempre citados no discorrer do trabalho.
  • 11. 11 4.1 Comenius Comenius (1999) destaca que a aprendizagem acontece por meio da prática, valorizava o uso de atividades lúdicas, acreditava que brincadeiras e jogos ofereciam resultado positivo no processo de ensino – aprendizagem.Também buscou tornar a aprendizagem mais eficaz e atraente. Pois é nesta etapa que deve se aproveitar a forma lúdica para melhor formar a criança. As crianças na primeira fase escolar são seres com maior capacidade para a aprendizagem. As crianças estão em período de crescimento, de vivenciar o novo, é uma fase ideal para explorar e projetar seu interesse pela descoberta, usando temas que sejam interessantes de acordo com a faixa etária a ser trabalhada. 4.2 Rousseau Seguindo o caminho aberto por Comenius, os pedagogos do século das luzes, refletem sobre a infância, a educação destinada às crianças pequenas e o papel do lúdico no desenvolvimento da criança, anunciando o começo da psicologia infantil. Essa nova compreensão acerca da educação imprime uma preocupação em relação às diferenças entre adulto e criança. Portanto, a educação torna-se fator de grande importância. Rousseau coloca que o contato da criança com a natureza desenvolverá a curiosidade para buscar o conhecimento. A criança, segundo Rousseau deve ser livre para realizar suas atividades, logo na primeira etapa da educação infantil, valorizando a criança dentro da primeira infância. Para ele, a educação deve ser baseada na atividade, a aquisição da aprendizagem é realizada através das experiências. Para que a criança obtenha um desenvolvimento global eficaz, nos aspectos cognitivos, sensoriais, psicomotores deve-se deixar que ela viva cada fase de sua vida, no seu devido tempo. Rousseau não aceitava determinadas restrições direcionadas às crianças nos primeiros anos de vida. Concluímos que, de acordo com Rousseau, a falta de liberdade prejudicava a criança, e a que a vida educacional das crianças, em especial , na primeira fase escolar,deveriam seguir um caminho agradável , livre e natural assim como a natureza. 4.3 Froebel
  • 12. 12 Froebel foi o pioneiro a compreender a importância dos jogos e brincadeiras como fonte do desenvolvimento da criança de maneira adequada. Criador e fundador do jardim de infância. Froebel comparava a criança como uma planta, pois a mesma sendo um ser vivo precisaria de elementos fundamentais para o seu desenvolvimento como carinho e cuidados especiais desde a mais simples para que possa crescer forte , sadio e tornar-se um adulto equilibrado. Através do lúdico, a criança teria mais condições de viver melhor sempre acrescentando os brinquedos e jogos direcionados, livres ou espontâneos. Assim, o autor, e acordo com Aranha (2002), consegue perceber o significado e a importância das atividades lúdicas para o desenvolvimento sensório-motor, criando meios de para aprimorar a capacidade intelectual da criança através da relação com brinquedos estimulando a criatividade, imaginação e experiências vivenciadas. Kishimoto (2002) comenta que Froebel defendia o valor do lúdico na infância e a expressão de liberdade como um meio para o ensino. E a proposta de Froebel se caracterizava no caráter lúdico, pois esse era o fator determinante da aprendizagem das crianças. 4.4 Montessori Montessori, criou um método próprio de ensino pesquisando e observando crianças com problemas mentais. Maria Montessori ocupa papel de destaque pelas novas técnicas introduzidas nos jardins de infância e nas primeiras séries do ensino formal. Seus jogos são atraentes e instrutivos destinados a proporcionar uma educação sensorial, estimulando a observação, entre esses materiais didáticos encontram-se objetos relacionados à coordenação motora e à visualização do tempo e do espaço, todos com formas muito diversificadas e coloridas. Todo o trabalho de Montessori se apóia sobre uma série de materiais didáticos, organizados em grupos: material de exercícios para a vida cotidiana, material sensorial, de linguagem, de matemática e de ciências. Os materiais compreendem quebra-cabeças, letras em madeira ou lixa, diferentes alfabeto para compor palavras, formas variadas, barra de contagem, algarismos em lixa e madeira, conjuntos de contas coloridas etc... O material é de livre escolha do aluno e seu uso ocorre a partir do ritmo de cada um. Cada tipo de material é auto-corretivo o que permite que a própria criança avalie seu
  • 13. 13 progresso. Trabalhando em ritmo individual, cada criança passa de forma própria pelos materiais necessários. A pedagogia montessoriana levava em consideração a importância do tamanho do ambiente escolar o mesmo deveria ser condizente com o tamanho da criança e todo material didático pertinente à estimulação psicomotora e sensorial. O espírito da criança, para a educadora italiana, se formaria mediante os estímulos externos que precisam ser determinados. Referindo-se aos fundamentos da didática montessoriana, a criança é livre, mas livre apenas na escolha dos objetos sobre que possa agir. Esses objetos são sempre os mesmos e típicos para cada gênero de atividade. Daí, o conjunto de jogos ou material que criou para os jardins de infância e suas lições materializadas para o ensino primário. Para ela, as atividades manuais e físicas com objetos definidos ajudavam à organização interna das crianças. 4.5 Dewey Autor foi um dos primeiros a chamar a atenção para a capacidade de pensar dos alunos. Dewey acreditava que, para o sucesso do processo educativo, bastava um grupo de pessoas se comunicando e trocando idéias, sentimentos e experiências sobre as situações práticas do dia a dia. A experiência educativa é, para Dewey, reflexiva, resultando em novos conhecimentos, reflexão e ação, devem estar ligadas, são parte de um todo indivisível. Dewey acreditava que só a inteligência dá ao homem a capacidade de modificar o ambiente a seu redor. O desenvolvimento, tanto da vida infantil quanto a vida adulta consideradas em suas condições específicas, é a orientação das energias e das forças latentes para formação de hábitos de observação e reflexão que tornam a experiência inteligente. Por isso a educação da criança jamais deve prescindir das aptidões da criança: “A criança é possuidora, por certo, de aptidões especiais: desprezar esta circunstância é mutilar ou deformar os órgãos de que depende seu desenvolvimento.” (Dewey, 1979, p. 53). Por um lado, a educação da criança busca desenvolver suas aptidões para lidar com os problemas do mundo adulto. A educação do adulto é um reencontro com a infância: “E com referência à curiosidade simpatizante, às reações francas e à receptividade mental poderemos dizer que o adulto se desenvolve à medida que se reaproxima da infância.”
  • 14. 14 (Dewey, 1979, p. 54). Assim para o teórico, a educação que atua sobre a expansão da experiência presente a torna uma mola propulsora para as experiências seguintes, cujas condições históricas, sociais, pessoais são imprevisíveis: “Sendo grande a necessidade de preparação para uma vida em contínua evolução, urge empregarem-se todas as energias para tornar- se a experiência presente a mais rica e significativa possível. E como o presente insensivelmente se transforma em futuro, segue que, assim procedendo, também temos tomado em conta o futuro.” (Dewey, 1979, p. 60) Assim, justifica-se aos olhos de Dewey, o prolongamento do chamado período da infância, favorecendo a aquisição dos “variados e novos modos de controle”, através da inteligência, que contribuem para o progresso social. Como vemos, para Dewey, o desenvolvimento infantil tem sua base na vida social da criança. Desta forma, ele visualiza a escola e podemos estender a todos os espaços educativos – como um ambiente que deve oportunizar a livre expressão da vida em comunidade. 4.6 – Vygotsky Para Vygotsky, segundo Aranha (2002), a brincadeira, o jogo são atividades específicas, a criança cria novamente a realidade simbolicamente. É uma atividade social, dentro do meio cultural e social. Em Vygotski (1998) observamos que o brinquedo cria uma Zona de Desenvolvimento Proximal na criança. Sabendo que a aquisição do conhecimento se dá através das zonas de desenvolvimento: a real e a proximal. A zona de desenvolvimento real é a do conhecimento já adquirido, é o que a pessoa traz consigo, já a proximal, só é atingida, de início com o auxílio de outras pessoas mais capazes, que já tenham adquirido esse conhecimento. As maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação. Vygotsky (1991) classifica o brincar em três fases da seguinte forma: a primeira fase a criança começa a se distanciar de seu primeiro meio social, representado pela mãe, começa a falar, a andar e a movimentar-se em volta das coisas. Nesta fase, o ambiente a alcança por meio do adulto e pode-se dizer que a fase estende-se até em torno dos sete anos. A segunda fase é caracterizada pela imitação, a criança copia os modelos dos adultos. A Terceira fase é marcada pelas convenções que surgem de regras e convenções a elas associadas.
  • 15. 15 Segundo ele, a criança usa as interações sociais como formas privilegiadas de acesso a informações: aprendem a regra do jogo, por exemplo, através dos outros e não como o resultado de um engajamento individual na solução de problemas. Desta maneira, aprende a regular seu comportamento pelas reações, quer elas pareçam agradáveis ou não. 4.7 Piaget Jean Piaget (1896-1980) nascido na Suíça, embora não fosse pedagogo, muito influenciou a pedagogia do século XX. Suas primeiras obras aparecem na década de vinte e logo provoca viva repercussão, sobretudo a psicologia genética, que investiga o desenvolvimento cognitivo da criança desde o nascimento até a adolescência. Para Piaget o jogo é essencial para a criança, diferentemente de Vygotsky, ele divide o jogo por faixa etária, Piaget elaborou uma “classificação genética baseada na evolução das estruturas”. (PIAGET apud RIZZI, 1997) e classificou os jogos em três grandes categorias que correspondem às três fases do desenvolvimento infantil:  Fase sensório-motora (do nascimento até os 2 anos aproximadamente): a criança brinca sozinha, sem utilização da noção de regras.  Fase pré-operatória (dos 2 aos 5 ou 6 anos aproximadamente): as crianças adquirem a noção da existência de regras e começam a jogar com outras crianças jogos de faz-de-conta.  Fase das operações concretas (dos 7 aos 11 anos aproximadamente): as crianças aprendem as regras dos jogos e jogam em grupos. Esta é a fase dos jogos de regras como futebol, damas, etc. Assim Piaget (1975), classificou os jogos correspondendo a um tipo de estrutura mental, percebendo o jogo como uma atividade natural no ser humano. Inicialmente a atividade lúdica surge como uma série de exercícios motores simples. Sua finalidade é o próprio prazer do funcionamento, Estes exercícios consistem em repetição de gestos e movimentos simples como agitar os braços, sacudir objetos, emitir sons, caminhar, pular, correr, etc. Embora estes jogos comecem na fase maternal e durem predominantemente até os 2 anos, eles se mantém durante toda a infância e até na fase adulta. Por exemplo, andar de bicicleta, moto ou carro. Posteriormente o jogo simbólico
  • 16. 16 aparece predominantemente entre os 2 e 6 anos. A função desse tipo de atividade lúdica, de acordo com Piaget, “consiste em satisfazer o eu por meio de uma transformação do real em função dos desejos, ou seja, tem como função assimilar a realidade”. (PIAGET apud RIZZI, 1997). A criança tende a reproduzir nesses jogos as relações predominantes no seu meio ambiente e assimilar dessa maneira a realidade e uma maneira de se auto-expressar. Esse jogo-de-faz-de-conta possibilita à criança a realização de sonhos e fantasias, revela conflitos, medos e angústias, aliviando tensões e frustrações. Na fase adiante os 7 e 11-12 anos, começam a aparecer com mais freqüência desenhos, trabalhos manuais, construções com materiais didáticos, representações. Piaget não considera este tipo de jogo como sendo um segundo estágio e sim como estando entre os jogos simbólicos e de regras. O teórico apresenta ainda o jogo de regras, entretanto este começa a se manifestar por volta dos cinco anos, desenvolve-se principalmente na fase dos 7 aos 12 anos. Este tipo de jogo continua durante toda a vida do indivíduo (esportes, trabalho, jogos de xadrez, baralho, RPG, etc.). Os jogos de regras são classificados em jogos sensório-motores (exemplo futebol), e intelectuais (exemplo xadrez). O que caracteriza o jogo de regras é a existência de um conjunto de leis imposto pelo grupo, sendo que seu descumprimento é normalmente penalizado, e uma forte competição entre os indivíduos. O jogo de regra pressupõe a existência de parceiros e um conjunto de obrigações (as regras), o que lhe confere um caráter eminentemente social. Este jogo aparece quando a criança abandona a fase egocêntrica possibilitando desenvolver os relacionamentos afetivo-sociais. 4.8 Wallon Wallon foi um estudioso que se dedicou ao psiquismo humano na perspectiva genética, ele defendeu a gênese da pessoa, na qual justifica o seu interesse pela evolução psicológica da criança. Para Wallon, o fator mais importante para a formação da personalidade não é o meio físico, mas sim o social. O autor chama a atenção para o aspecto emocional, afetivo e
  • 17. 17 sensível do ser humano e elege a afetividade, intimamente fundida com a motricidade, como desencadeadora da ação e do desenvolvimento da ação e do desenvolvimento psicológico da criança. Wallon enfoca a motricidade no desenvolvimento da criança, ressaltando o papel que as aquisições motoras desempenham progressivamente para o desenvolvimento individual. Segundo ele, é pelo corpo e pela sua projeção motora que a criança estabelece a primeira comunicação com o meio, apoio fundamental do desenvolvimento da linguagem. É a incessante ligação da motricidade com as emoções, que prepara a gênese das representações que, simultaneamente, precede a construção da ação, na medida em que significa um investimento, em relação ao mundo exterior. Deste modo, Wallon o define o jogo como uma atividade voluntária da criança. Se imposta, deixa de ser jogo; é trabalho ou ensino. Ao classificar os jogos infantis, apresenta quatro categorias:  Jogos funcionais;  Jogos de ficção  Jogos de aquisição  Jogos de fabricação. a) Jogos funcionais Caracterizam-se por movimentos simples de exploração do corpo, através dos sentidos. A criança descobre o prazer de executar as funções que a evolução da motricidade lhe possibilita e sente necessidade de pôr em ação as novas aquisições, tais como: os sons, quando ela grita, a exploração dos objetos, o movimento do seu corpo. Esta atividade lúdica identifica-se com a “lei do efeito”. Quando a criança percebe os efeitos agradáveis e interessantes obtidos nas suas ações gestuais, sua tendência é procurar o prazer repetindo suas ações. b) Jogos de ficção Atividades lúdicas caracterizadas pela ênfase no faz-de-conta, na presença da situação imaginária. Ela surge com o aparecimento da representação e a criança assume papéis presentes no seu contexto social, brincando de “imitar adultos”, “casinha”, “escolinha”, etc. c) Jogos de aquisição
  • 18. 18 Desde que o bebê, “todo olhos, todo ouvidos”, como descreve Wallon, se empenha para compreender, conhecer, imitar canções, gestos, sons, imagens e histórias, começam os jogos de aquisição. d) Jogos de fabricação São jogos onde a criança se entretém com atividades manuais de criar, combinar, juntar e transformar objetos. Os jogos de fabricação são quase sempre as causas ou conseqüências do jogo de ficção, ou se confundem num só. Quando a criança cria e improvisa o seu brinquedo: a boneca, os animais que podem ser modelados, isto é, transforma matéria real em objetos dotados de vida fictícia. Wallon destaca que os jogos influenciam o caráter emocional, fazendo com que a criança demonstre seu interesse pelas relações sociais nos momentos do jogo e seus aspectos relativos à socialização. Percebe-se que sua concepção diz que, o lúdico e infância não podem ser dissociados, toda atividade da criança deve ser espontânea, livre de qualquer repressão, antes de tornar-se subordinada a projetos de ações mais extensas e transformadas. Portanto, o jogo é uma ação voluntária, caso contrário, não é jogo, mas sim trabalho ou ensino. 5 - A CONTRIBUIÇÃO DOS JOGOS E BRINCADEIRAS NO DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM DA CRIANÇA De acordo com (Oliveira 2002), o ato de brincar proporciona uma mudança “significativa” na “consciência infantil” pelo motivo de determinar das crianças um jeito mais “complexo” de conviver com o mundo. Oliveira diz que jogos, brinquedos e brincadeiras estimulam o desenvolvimento cognitivo. A partir do brincar, a criança tem uma experiência vivenciada, descobre assim um mundo mágico , inventa , cria , estimula habilidades, a curiosidade e em especial a sua independência. Ao construir suas hipóteses a criança constrói suas próprias ideias sobre o mundo que a cerca, refletindo com isso seu desenvolvimento psicológico e cognitivo em que se encontra. Quando o professor de Educação infantil compreende a importância de se avaliar os mecanismos e raciocínio empregados em cada brincadeira deixa de existir o certo e o errado. Toda ideia elaborada pela criança passa, então, a ser valorizada,
  • 19. 19 competindo ao professor apena conduzir o aluno a refletir, para que a própria criança faça suas reformulações e atinja de maneira significativa o seu aprendizado. O uso de jogos e brincadeiras, em uma visão pedagógica estimula o desenvolvimento psicomotor, emocional, afetivo, cognitivo entre outras áreas de aprendizagem, mas é preciso que se identifiquem as necessidades individuais de cada aluno para que possa estabelecer uma estratégia que supra essas carências. Deve-se entender melhor as necessidades e dificuldades mais imediatas do sujeito e utilizar as atividades lúdicas justamente na busca de possibilidades de aprendizagem e compreensão não só de conteúdos mas de valores também. De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 23, v.01): Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidado, brincadeiras e aprendizagem orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Por isso o educador é a peça fundamental nesse processo, devendo ser um elemento essencial. Educar não se limita em repassar informações ou mostrar apenas um caminho, mas ajudar a criança a tomar consciência de si mesmo, e da sociedade. É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher caminhos, aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um irá encontrar. Nessa perspectiva, segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 30, v.01): A criança necessita de estabilidade emocional para se envolver com a aprendizagem. O afeto pode ser uma maneira eficaz de aproximar o sujeito e a ludicidade em parceria com professor-aluno, ajuda a enriquecer o processo de ensino-aprendizagem. E quando o educador dá ênfase às metodologias que alicerçam as atividades lúdicas, percebe-se um maior encantamento do aluno, pois se aprende brincando.
  • 20. 20 5.1 - ASPECTOS AFETIVOS DO JOGO O emocional, afetivo é constantemente descrito e comentado no mundo educacional e fora dele também. No meio escolar, há uma opinião entre educadores sobre a importância do qualitativo nas relações afetivas da criança. A afetividade esta ligada diretamente na socialização, nas interações humanas e, sobretudo, na aprendizagem. A afetividade tem um sentido pleno: está relacionada às experiências vivenciadas por adultos e crianças, a motivação de professores e alunos é um fator determinante para a prática educativa. Durante o brincar a criança se empenha da mesma maneira com que aprende a andar, falar, comer e etc. Esse esforço é intenso e demanda concentração. E só por essa mobilização que aparece nas atividades lúdicas os jogos e brincadeiras deveriam ter reconhecida a sua real importância no desenvolvimento global das crianças. Certas brincadeiras parecem vencer o tempo, e são transmitidas de geração a geração através da cultura. Dentre as brincadeiras que podem ser observadas há o faz de contas: brincar de casinha, consertar e montar carrinhos, montar garagens, ir ao médico. Nestes momentos de imaginação, a criança atribui significados distintos dos que eles têm qualquer coisa pode representar outra coisa, e através do olhar cuidadoso de quem os cercam podemos ter diante de nossos olhos vários indicativos dos sentimentos desta criança e compreender melhor a sua realidade. Portanto é essencial que se saiba interpretar tais brincadeiras, colocando-se no lugar da criança. A conduta de propiciar momentos lúdicos expressando situações do cotidiano amplia as oportunidades de compreender as suas próprias experiências como também de progressos de pensamentos. A criança se apóia imaginação para expressar seus sentimentos e os reproduz através das brincadeiras permitindo que seus sentimentos sejam assim extravasados. Assim vale mais uma vez frisar que os jogos e as brincadeiras sendo livres dirigida permitem a evolução dos afetos, a interação e a socialização, além de auxiliarem na construção do pensamento.
  • 21. 21 CONSIDERAÇÕES FINAIS Após um extenso estudo bibliográfico, constatamos que a aprendizagem acontece de maneira significativa enquanto a criança brinca, a aprendizagem é um processo interligado que faz com que ocorra uma transformação em nível de qualidade na estrutura mental daquele que aprende. Essa transformação se dá através da modificação do comportamento de um indivíduo. Tendemos a conceituar a aprendizagem apenas como aquisições escolares formais. A educação formal é um processo de orientação da aprendizagem, mas nem todas as aprendizagens pertencem a este estilo, aprendizagens são todas as modificações, relativamente permanentes, de nossas tendências a reagir, que resultam da experiência de cada um. O comportamento apreendido não é estático, pois o ser humano modifica- se durante toda a sua vida Para se adquirir o aprendizado é muito importante que o aluno tenha desejo em aprender. Tenha motivação, estímulo para o aprendizado e esta motivação pode ser incentivada pelo professor através de recursos atrativos, utilizando a linguagem do aluno com intuito de enriquecer seus conhecimentos. Uma forma de tornar o saber prazeroso é inserindo jogos e brincadeiras no planejamento diário. A motivação é condição necessária para o processo de aprendizagem, essa motivação é peça chave da aprendizagem, pois desenvolvida pelo educador nas atividades propostas, possibilita impulsionar o educando a alcançar os objetivos propostos por ele de maneira significativa. Segundo o dicionário Silveira Bueno (1999), motivação quer dizer exposição de motivos ou causas; animação; entusiasmo. Através dessas definições, pode-se constatar que estar motivado é estar animado, entusiasmado. Para isso, é necessário ter motivos. Portanto, o educador precisa buscar recursos didáticos que possibilitem motivar suas aulas, pois entendemos que a motivação parte do educador já que necessita de estratégias em sua prática pedagógica. Motivação é agregar as atividades propostas estímulo, alegria, ânimo e entusiasmo. A motivação é energia para a aprendizagem, ou seja, um convite ao educando a participar e interagir nesta construção de sua aprendizagem.
  • 22. 22 Do ponto de vista pedagógico, percebemos que as brincadeiras auxiliam aos educandos a formar conceitos, relacionar idéias, estabelecer relações lógicas, desenvolver a expressão oral, reforçar as habilidades sociais e construir seu próprio conhecimento, confirmando ser esse o papel dos jogos como instrumento facilitador do desenvolvimento da aprendizagem da criança. É brincando e jogando que a criança desenvolve sua atenção e afetividade. Desta forma percebemos que a ludicidade é uma necessidade do ser humano.em qualquer idade mas, principalmente na infância, na qual ela deve ser vivenciada de maneira a desenvolver suas potencilidades.
  • 23. 23 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil: conhecimento de mundo. Secretaria da Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. ARANHA, Maria Lúcia Arruda.História da Educação 2 ed. São Paulo: Moderna, 2002. BRENELLI, R.P. O jogo como Espaço para jogar, Campinas: Papirus, 1996. CELSO, A. Jogos para estimulação das mútiplas inteligências. 9.ed Petrópolis : Vozes,2001 COMENIUS, João Amós. Didática Magna Trad. Ivone Castilho Benedetti. 2ªed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. FERNÁNDEZ, A. A inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica clínica da criança e sua família. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 1990. DEWEY, JONH. Democracia e educação. Tradução: Godofredo Rangel e Anísio Teixeira. São Paulo: Nacional, 1979b. Atualidades pedagógicas; vol. 21. 416p. ______. Experience and nature. New York: Dover Publications, Inc., 1958. 443p. HUIZINGA, J. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 1993. OLIVEIRA, M. K. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento, um processo sócio- histórico. 4.ed. São Paulo: Scipione, 1999. RONCA, P. A. C.; TERZI, C. A. A aula operatória e a construção do conhecimento. 9.ed. São Paulo: Edesplan, 1995. MACHADO, A. M. Avaliação e fracasso: a produção coletiva da queixa escolar. In: AQUINO, J. G. Erro e fracasso na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus Editorial, 1996. MEIRA, M. E. M. Desenvolvimento e aprendizagem: reflexões sobre as relações e implicações para a prática pedagógica. Revista Ciência e Educação, volume 5, n.2. Bauru: UNESP, 1998. OLIVEIRA, Zilma Rams de Oliveira. Educação Infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2005. KISHIMOTO, T. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e Educação. São Paulo: Cortez, 1994.