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SafeMed – O Blog de Segurança e Saúde no Trabalho 1
Saúde Ocupacional aplicada aos auxiliares, enfermeiros
e médicos veterinários
INTRODUÇÃO
Os Médicos Veterinários (MVs) e os profissionais que com eles colaboram (enfermeiros e
auxiliares) estão sujeitos a inúmeros riscos ocupacionais; contudo, a bibliografia explícita nesta
área é escassa e não foram encontradas quaisquer guidelines orientadoras.
Num estudo Australiano de 2005, menciona-se que 66% dos acidentes nestes profissionais
envolve trauma direto com os animais; a situação onde tal mais frequentemente acontece é na
imobilização dos mesmos para a realização de exame físico e exames auxiliares de diagnóstico,
sobretudo nos de grande porte (situação dez vezes mais frequente). Devem ainda ser
consideradas as mordeduras e arranhadelas, graves em alguns casos e os acidentes com agulhas
e outros instrumentos ponteagudos e/ ou cortantes. Uma pequena parte dos acidentes são de
viação, sobretudo quando o veterinário se desloca à empresa cliente, para consultar animais de
grande porte.
Tal como para os acidentes de trabalho, não abundam estatísticas relativas a doenças
profissionais neste setor. Contudo, curiosamente, estima-se que as doenças profissionais são
vinte vezes mais frequentes que os acidentes de trabalho. Neste contexto destacam-se o
eczema de contato alérgico (ao pelo, penas e/ ou secreções dos animais), ao látex- sendo que
o uso de luvas sem pó atenua a situação e a fármacos (como antibióticos e anestésicos); bem
como asma ocupacional e, obviamente, as zoonoses. Estudos sobre mutagenicidade e
teratogenicidade são, geralmente, controversos ou inconclusivos, existindo particular destaque
neste contexto para os anestésicos, citostáticos e as radiações ionizantes.
SafeMed – O Blog de Segurança e Saúde no Trabalho 2
1.1.Riscos ergonómicos
Os MVs, enfermeiros e auxiliares, devido às cargas/ esforços inerente à manipulação dos
animais (por exemplo, no levantamento e acomodação em transportadoras, jaulas, mesas
de exame físico ou cirúrgicas) apresentam risco acrescido de desenvolverem lesões
músculo-esqueléticas. Para além disso, não é raro o animal ter dispositivos colocados que,
para se garantir o seu correto funcionamento, implicam uma postura ainda mais lesiva da
parte dos profissionais. Por vezes, as transportadoras e/ou mesas de trabalho estão
colocadas numa altura desadequada à estatura do profissional, o que torna a situação ainda
mais perigosa. Em alguns locais existem plataformas elevatórias que proporcionam algum
auxílio mecânico mas, obviamente, nem sempre estão disponíveis. Quando o tamanho da
transportadora é desadequado e/ou não tem superfícies de elevação ou suporte
ergonómicas, o esforço é também superior.
As técnicas de imobilização do animal no chão ou nas mesas de exame originam com
frequência posições incorretas e prolongadas, sobretudo no pescoço, dorso, pulsos e
membros inferiores. A existência de compartimentos (nas jaulas e mesas), que diminuam a
mobilidade do animal, atenua esta situação.
Por sua vez, no ato da cirurgia, frequentemente os profissionais fletem o tronco e pescoço,
dependendo da posição do animal e área a intervir, para ter maior proximidade com o
campo cirúrgico. Nestas circunstâncias também não é raro que, a manipular os diversos
instrumentos cirúrgicos, os pulsos sejam mantidos em posições incorretas e lesivas. Estes
riscos seriam amenizados com o uso de mesas de altura ajustável e de instrumentos melhor
desenhados ergonomicamente.
Acredita-se que cerca de metade dos MVs apresenta ou apresentou ao longo da sua carreira
episódios de lombalgia associados ao trabalho ou queixas álgicas nas mãos e dedos. Quase
1/6 destes também refere dorsalgia e/ou cervicalgia; globalmente, 82% apresentam alguma
queixa músculo-esquelética. De realçar que alguns investigadores verificaram existir uma
correlação positiva entre estas lesões e o stress ocupacional.
Saúde Ocupacional aplicada aos auxiliares, enfermeiros
e médicos veterinários
SafeMed – O Blog de Segurança e Saúde no Trabalho 3
MVs que trabalham só ou frequentemente com animais de grande porte, em zonas menos
urbanas, poderão passar uma parte importante do seu horário de trabalho a conduzir, o que
implica os riscos associados a postura sentada mantida, vibrações do veículo e ruído do
tráfego rodoviário.
Globalmente, alguns estudos estimam que estes profissionais tenham 9,2 vezes maior
probabilidade de sofrer um acidente de trabalho grave, comparativamente aos seus
homólogos na medicina humana.
1.2.Risco físico- radiações ionizantes e não-ionizantes
Durante a prática clínica é frequentemente necessário realizar exames auxiliares de
diagnóstico que envolvem o uso de radiações; as situações mais frequentes são a ecografia
para o caso das radiações não-ionizantes e os Rxs para as ionizantes (de realçar que estas
últimas também constituem um risco considerável na administração de fármacos
citostáticos). Estes profissionais de saúde podem ter que imobilizar o animal, ficando com
ele (ou na proximidade) no momento de execução do exame, o que implica ainda maior
exposição. Existem EPIs- equipamentos de proteção individual (como o avental de chumbo)
mas nem sempre estão disponíveis ou são utilizados. Apesar do escasso cumprimento das
regras de proteção individual e coletiva (comparativamente com a medicina humana) e de
existirem dosímetros disponíveis em alguns casos, estes raramente são utilizados.
1.3.Risco químico
Genericamente considera-se que as vias de contato mais importantes em relação aos
agentes químicos são a oral, através da contaminação das mãos (a comer, fumar, beber),
bem como a cutânea e a via inalatória.
Uma das classes farmacológicas mais utilizadas por MVs e seus auxiliares é a dos anestésicos,
quer locais, quer sistémicos. Quanto aos anestésicos inalatórios utilizados durante as
cirurgias, existe a possibilidade de ter no compartimento um dispositivo que facilita a sua
captação mas, sobretudo nos países menos desenvolvidos, tal não é frequente. Mesmo
quando este está disponível, nem sempre é utilizado, porque os profissionais banalizam o
Saúde Ocupacional aplicada aos auxiliares, enfermeiros
e médicos veterinários
SafeMed – O Blog de Segurança e Saúde no Trabalho
Charros e Saúde Ocupacional?!
4
risco, dado as salas serem menos isoladas que as usadas na cirurgia humana e pela menor
percentagem de tempo dedicado à cirúrgica. Contudo, mesmo no recobro, os animais
libertam quantidades apreciáveis dos anestésicos utilizados. Enquanto alguns autores
defendem ser controversa a associação destes agentes com teratogenicidade, outros
consideram como provada a sua existência.
1.4.Agentes biológicos com potencial zoonótico
Várias infeções estão a surgir ou a serem descobertas devido à maior facilidade de
deslocamento no planeta, importações/ exportações de animais, alterações ecológicas e
climáticas, bem como adaptação/ evolução dos microrganismos e alterações das técnicas
de agricultura e pecuária.
Os MVs e profissionais associados estão sujeitos a escoriações (por exemplo, durante a
imobilização, exame físico, realização de exames auxiliares de diagnóstico e/ou
administração de terapêuticas) que, se entrarem em contato com alguns agentes
biológicos, poderão originar infeções que oscilarão entre assintomáticas a muito graves ou
até fatais.
A incidência da generalidade das infeções diminuirá se estes profissionais usarem EPI
adequados (como roupa, máscara, luvas, óculos e/ou viseira), além de praticarem uma
correta higiene de mãos. Outros autores destacam ainda o uso de aventais, galochas ou
cobertura de calçado, bem como touca; por vezes é também necessário um fato
adequado. Os óculos ou viseira diminuem não só o contato direto com os produtos
infetados, mas também com as próprias mãos e dedos contaminados. Em algumas
circunstâncias está também recomendado o uso de máscara com filtro.
SafeMed – O Blog de Segurança e Saúde no Trabalho 5
Em explorações pecuárias de grandes dimensões, frequentemente são introduzidos
animais novos que estarão em contato com os mais antigos, potenciando o risco de
contágio infecioso. Estas quintas são o local ideal para existir mistura génica entre os
vírus da gripe humana, aviária e suína; pelos motivos óbvios o contágio aos humanos será
superior se a infeção não tiver grande mortalidade entre os animais. Para complicar um
pouco mais a situação, enquanto que no passado estas grandes explorações só existiam
em países desenvolvidos, cada vez mais elas surgem noutras zonas do planeta onde as
infraestruturas sanitárias de saúde pública e apoio veterinário são rudimentares ou
inexistentes. Adicionalmente, a maioria dos países, ou não tem legislação reguladora do
setor, ou esta é bastante simplista. Nos casos mais difíceis não existem sequer EPIs,
instalações sanitárias para a higiene dos trabalhadores e estes levam para casa a roupa
contaminada no trabalho. Para além disso, um avultuado número de animais confinado
exige um sistema se ventilação sofisticado, controlo da humidade, remoção dos dejetos,
bem como separação entre animais sãos e infetados; é ainda necessário o controlo de
pragas (como insetos e roedores) que podem servir como veículos de transmissão de
doenças.
-Risco imunoalergénico
Alguns autores consideram que as alergias são muito prevalentes nestes profissionais (35).
A semiologia mais frequente carateriza-se por dispneia, obstrução nasal/ rinorreia,
espirros e lacrimejo. Para além disso, a lavagem repetida das mãos, a oclusão das luvas
de látex e o contato com diversos fluidos orgânicos (por exemplo, durante o parto)
potenciam ainda mais as dermatoses, cuja prevalência é superior à da população geral,
sendo que alguns autores a quantificam em quase 20%.
Existem também casos descritos de rinoconjuntivite e urticária após contato com leite de
cadela ou vaca, sem EPIs (como luvas), saliva de cão, fluido seminal de cão ou
excrementos de cabra; por vezes, até em familiares próximos do veterinário, sem contato
direto com o alérgeno. As principais alergias descritas na veterinária são assim inerentes
aos próprios animais, ao látex e aos seus aditivos, desinfetantes e fármacos.
Saúde Ocupacional aplicada aos auxiliares, enfermeiros
e médicos veterinários
SafeMed – O Blog de Segurança e Saúde no Trabalho
Charros e Saúde Ocupacional?!
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1.5.Risco psicossocial
Encontram-se inúmeros artigos onde se regista maior incidência e prevalência
de stress laboral em MVs (quando comparada com a da população geral), justificadas
através das elevadas cargas de trabalho, dificuldade de conciliar a vida pessoal e
profissional, pouco tempo para cada agendamento, dificuldades sociais para lidar com os
clientes, baixa auto-estima, insatisfação e desmoralização, depressão, ansiedade,
rudimentares progressão na carreira e apoio entre pares, remuneração baixa e pouco
reconhecimento social, clientes devedores, serviço de urgência ou à chamada, serviço em
feriados e fins de semana, competição entre clínicas e colegas e pressão económica pelo
avultado valor dos animais de grande porte.
Alguns estudos encontraram maior consumo de substâncias psicoativas nos MVs (em relação
à população em geral), tendo os respetivos autores associado tal condição ao stress laboral;
o mesmo não se verificou em MVs sem prática clínica direta, ou seja, apenas com tarefas
académicas, por exemplo. Dentro deste contexto, deve-se realçar que os MVs podem ter
acesso facilitado a alguns fármacos. A classe medicamentosa mais consumida neste âmbito é
a dos analgésicos. Outros também acreditam que esta condição é mais prevalente entre
profissionais que executam a eutanásia, sobretudo quando o funcionário estabelece laços
afetivos com os animais em geral; aliás, muitas vezes estes indivíduos escolhem profissões
onde têm de lidar com animais porque gostam bastante deste contato. Se o trabalhador
considerar que não existe uma justificação moral válida (como aliviar o sofrimento do
animal portador de doença grave e incurável), o dano emocional é maior- pois existem casos
onde a eutanásia é executada porque o dono já não quer o animal ou porque a experiência
laboratorial terminou; existem inclusive relatos de stress pós-traumático associado, bem
como maior prevalência de síndroma depressiva, ansiedade e irritabilidade. Aliás, existe
uma sub-entidade clínica desta condição, designada por stress pós-traumático perpetuado,
ou seja, quando o evento desencadeador se repete várias vezes. A reação destes também
está pois dependente do número de vezes que tal aconteceu, do apoio social que detêm, da
sua capacidade de coping, personalidade e experiências prévias.
SafeMed – O Blog de Segurança e Saúde no Trabalho
Mónica Santos
Licenciada em Medicina; Especialista em Medicina do Trabalho; Especialista em
Medicina Geral e Familiar e Mestre em Ciências do Desporto.
Diretora Clínica da empresa Quércia (Viana do Castelo).
A exercer Medicina do Trabalho também nas empresas Cliwork (Maia), Clinae (Braga),
Medicisforma (Porto), Sim Saúde (Porto), Servinecra (Porto) e Radelfe (Paços de
Ferreira).
http://blog.safemed.pt/saude-ocupacional-aplicada-aos-auxiliares-
enfermeiros-e-medicos-veterinarios/
7
Enquanto que alguns autores estimaram o stress laboral nesta classe em cerca de 80%, a
incidência de burnout entre MVs é também considerável (quase 1/5). Existem também alguns
artigos que mencionam existir maior risco de suicídio, sobretudo após a ocorrência de um erro
clínico grave. As consequências negativas do stress laboral podem ficar atenuadas com uma maior
satisfação profissional, tal como em qualquer outra profissão. De qualquer forma, seria
importante incluir no currículo académico destes profissionais estratégias de coping para a
generalidade das situações causadores de stress laboral, ansiedade e síndroma depressivo.
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
Os principais riscos que OS PROFISSIONAIS EM SAÚDE VETERINÁRIA estão sujeitos são as agressões
ergonómicas, agentes biológicos, químicos, físicos e os condicionamentos psicosociais. Em função
dos resultados da revisão bibliográfica e da experiência clínica dos autores, poderá supor-se que
se estes profissionais usufruíssem de uma equipa de Saúde Ocupacional assertiva, os acidentes de
trabalho e doenças profissionais diminuiriam, aumentando também a satisfação e produtividade.
BIBLIOGRAFIA
Saúde Ocupacional na Prática Clínica de Animais de Companhia. Santos, M; Gregório, H.
Veterinary Care, edição de maio/ junho de 2014.
Artigo elaborado em parceria com:
Armando Almeida
Docente no Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa
Mestre em Enfermagem Avançada
Especialista em Enfermagem Comunitária
Saúde Ocupacional aplicada aos auxiliares, enfermeiros
e médicos veterinários

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  • 1. SafeMed – O Blog de Segurança e Saúde no Trabalho 1 Saúde Ocupacional aplicada aos auxiliares, enfermeiros e médicos veterinários INTRODUÇÃO Os Médicos Veterinários (MVs) e os profissionais que com eles colaboram (enfermeiros e auxiliares) estão sujeitos a inúmeros riscos ocupacionais; contudo, a bibliografia explícita nesta área é escassa e não foram encontradas quaisquer guidelines orientadoras. Num estudo Australiano de 2005, menciona-se que 66% dos acidentes nestes profissionais envolve trauma direto com os animais; a situação onde tal mais frequentemente acontece é na imobilização dos mesmos para a realização de exame físico e exames auxiliares de diagnóstico, sobretudo nos de grande porte (situação dez vezes mais frequente). Devem ainda ser consideradas as mordeduras e arranhadelas, graves em alguns casos e os acidentes com agulhas e outros instrumentos ponteagudos e/ ou cortantes. Uma pequena parte dos acidentes são de viação, sobretudo quando o veterinário se desloca à empresa cliente, para consultar animais de grande porte. Tal como para os acidentes de trabalho, não abundam estatísticas relativas a doenças profissionais neste setor. Contudo, curiosamente, estima-se que as doenças profissionais são vinte vezes mais frequentes que os acidentes de trabalho. Neste contexto destacam-se o eczema de contato alérgico (ao pelo, penas e/ ou secreções dos animais), ao látex- sendo que o uso de luvas sem pó atenua a situação e a fármacos (como antibióticos e anestésicos); bem como asma ocupacional e, obviamente, as zoonoses. Estudos sobre mutagenicidade e teratogenicidade são, geralmente, controversos ou inconclusivos, existindo particular destaque neste contexto para os anestésicos, citostáticos e as radiações ionizantes.
  • 2. SafeMed – O Blog de Segurança e Saúde no Trabalho 2 1.1.Riscos ergonómicos Os MVs, enfermeiros e auxiliares, devido às cargas/ esforços inerente à manipulação dos animais (por exemplo, no levantamento e acomodação em transportadoras, jaulas, mesas de exame físico ou cirúrgicas) apresentam risco acrescido de desenvolverem lesões músculo-esqueléticas. Para além disso, não é raro o animal ter dispositivos colocados que, para se garantir o seu correto funcionamento, implicam uma postura ainda mais lesiva da parte dos profissionais. Por vezes, as transportadoras e/ou mesas de trabalho estão colocadas numa altura desadequada à estatura do profissional, o que torna a situação ainda mais perigosa. Em alguns locais existem plataformas elevatórias que proporcionam algum auxílio mecânico mas, obviamente, nem sempre estão disponíveis. Quando o tamanho da transportadora é desadequado e/ou não tem superfícies de elevação ou suporte ergonómicas, o esforço é também superior. As técnicas de imobilização do animal no chão ou nas mesas de exame originam com frequência posições incorretas e prolongadas, sobretudo no pescoço, dorso, pulsos e membros inferiores. A existência de compartimentos (nas jaulas e mesas), que diminuam a mobilidade do animal, atenua esta situação. Por sua vez, no ato da cirurgia, frequentemente os profissionais fletem o tronco e pescoço, dependendo da posição do animal e área a intervir, para ter maior proximidade com o campo cirúrgico. Nestas circunstâncias também não é raro que, a manipular os diversos instrumentos cirúrgicos, os pulsos sejam mantidos em posições incorretas e lesivas. Estes riscos seriam amenizados com o uso de mesas de altura ajustável e de instrumentos melhor desenhados ergonomicamente. Acredita-se que cerca de metade dos MVs apresenta ou apresentou ao longo da sua carreira episódios de lombalgia associados ao trabalho ou queixas álgicas nas mãos e dedos. Quase 1/6 destes também refere dorsalgia e/ou cervicalgia; globalmente, 82% apresentam alguma queixa músculo-esquelética. De realçar que alguns investigadores verificaram existir uma correlação positiva entre estas lesões e o stress ocupacional. Saúde Ocupacional aplicada aos auxiliares, enfermeiros e médicos veterinários
  • 3. SafeMed – O Blog de Segurança e Saúde no Trabalho 3 MVs que trabalham só ou frequentemente com animais de grande porte, em zonas menos urbanas, poderão passar uma parte importante do seu horário de trabalho a conduzir, o que implica os riscos associados a postura sentada mantida, vibrações do veículo e ruído do tráfego rodoviário. Globalmente, alguns estudos estimam que estes profissionais tenham 9,2 vezes maior probabilidade de sofrer um acidente de trabalho grave, comparativamente aos seus homólogos na medicina humana. 1.2.Risco físico- radiações ionizantes e não-ionizantes Durante a prática clínica é frequentemente necessário realizar exames auxiliares de diagnóstico que envolvem o uso de radiações; as situações mais frequentes são a ecografia para o caso das radiações não-ionizantes e os Rxs para as ionizantes (de realçar que estas últimas também constituem um risco considerável na administração de fármacos citostáticos). Estes profissionais de saúde podem ter que imobilizar o animal, ficando com ele (ou na proximidade) no momento de execução do exame, o que implica ainda maior exposição. Existem EPIs- equipamentos de proteção individual (como o avental de chumbo) mas nem sempre estão disponíveis ou são utilizados. Apesar do escasso cumprimento das regras de proteção individual e coletiva (comparativamente com a medicina humana) e de existirem dosímetros disponíveis em alguns casos, estes raramente são utilizados. 1.3.Risco químico Genericamente considera-se que as vias de contato mais importantes em relação aos agentes químicos são a oral, através da contaminação das mãos (a comer, fumar, beber), bem como a cutânea e a via inalatória. Uma das classes farmacológicas mais utilizadas por MVs e seus auxiliares é a dos anestésicos, quer locais, quer sistémicos. Quanto aos anestésicos inalatórios utilizados durante as cirurgias, existe a possibilidade de ter no compartimento um dispositivo que facilita a sua captação mas, sobretudo nos países menos desenvolvidos, tal não é frequente. Mesmo quando este está disponível, nem sempre é utilizado, porque os profissionais banalizam o Saúde Ocupacional aplicada aos auxiliares, enfermeiros e médicos veterinários
  • 4. SafeMed – O Blog de Segurança e Saúde no Trabalho Charros e Saúde Ocupacional?! 4 risco, dado as salas serem menos isoladas que as usadas na cirurgia humana e pela menor percentagem de tempo dedicado à cirúrgica. Contudo, mesmo no recobro, os animais libertam quantidades apreciáveis dos anestésicos utilizados. Enquanto alguns autores defendem ser controversa a associação destes agentes com teratogenicidade, outros consideram como provada a sua existência. 1.4.Agentes biológicos com potencial zoonótico Várias infeções estão a surgir ou a serem descobertas devido à maior facilidade de deslocamento no planeta, importações/ exportações de animais, alterações ecológicas e climáticas, bem como adaptação/ evolução dos microrganismos e alterações das técnicas de agricultura e pecuária. Os MVs e profissionais associados estão sujeitos a escoriações (por exemplo, durante a imobilização, exame físico, realização de exames auxiliares de diagnóstico e/ou administração de terapêuticas) que, se entrarem em contato com alguns agentes biológicos, poderão originar infeções que oscilarão entre assintomáticas a muito graves ou até fatais. A incidência da generalidade das infeções diminuirá se estes profissionais usarem EPI adequados (como roupa, máscara, luvas, óculos e/ou viseira), além de praticarem uma correta higiene de mãos. Outros autores destacam ainda o uso de aventais, galochas ou cobertura de calçado, bem como touca; por vezes é também necessário um fato adequado. Os óculos ou viseira diminuem não só o contato direto com os produtos infetados, mas também com as próprias mãos e dedos contaminados. Em algumas circunstâncias está também recomendado o uso de máscara com filtro.
  • 5. SafeMed – O Blog de Segurança e Saúde no Trabalho 5 Em explorações pecuárias de grandes dimensões, frequentemente são introduzidos animais novos que estarão em contato com os mais antigos, potenciando o risco de contágio infecioso. Estas quintas são o local ideal para existir mistura génica entre os vírus da gripe humana, aviária e suína; pelos motivos óbvios o contágio aos humanos será superior se a infeção não tiver grande mortalidade entre os animais. Para complicar um pouco mais a situação, enquanto que no passado estas grandes explorações só existiam em países desenvolvidos, cada vez mais elas surgem noutras zonas do planeta onde as infraestruturas sanitárias de saúde pública e apoio veterinário são rudimentares ou inexistentes. Adicionalmente, a maioria dos países, ou não tem legislação reguladora do setor, ou esta é bastante simplista. Nos casos mais difíceis não existem sequer EPIs, instalações sanitárias para a higiene dos trabalhadores e estes levam para casa a roupa contaminada no trabalho. Para além disso, um avultuado número de animais confinado exige um sistema se ventilação sofisticado, controlo da humidade, remoção dos dejetos, bem como separação entre animais sãos e infetados; é ainda necessário o controlo de pragas (como insetos e roedores) que podem servir como veículos de transmissão de doenças. -Risco imunoalergénico Alguns autores consideram que as alergias são muito prevalentes nestes profissionais (35). A semiologia mais frequente carateriza-se por dispneia, obstrução nasal/ rinorreia, espirros e lacrimejo. Para além disso, a lavagem repetida das mãos, a oclusão das luvas de látex e o contato com diversos fluidos orgânicos (por exemplo, durante o parto) potenciam ainda mais as dermatoses, cuja prevalência é superior à da população geral, sendo que alguns autores a quantificam em quase 20%. Existem também casos descritos de rinoconjuntivite e urticária após contato com leite de cadela ou vaca, sem EPIs (como luvas), saliva de cão, fluido seminal de cão ou excrementos de cabra; por vezes, até em familiares próximos do veterinário, sem contato direto com o alérgeno. As principais alergias descritas na veterinária são assim inerentes aos próprios animais, ao látex e aos seus aditivos, desinfetantes e fármacos. Saúde Ocupacional aplicada aos auxiliares, enfermeiros e médicos veterinários
  • 6. SafeMed – O Blog de Segurança e Saúde no Trabalho Charros e Saúde Ocupacional?! 6 1.5.Risco psicossocial Encontram-se inúmeros artigos onde se regista maior incidência e prevalência de stress laboral em MVs (quando comparada com a da população geral), justificadas através das elevadas cargas de trabalho, dificuldade de conciliar a vida pessoal e profissional, pouco tempo para cada agendamento, dificuldades sociais para lidar com os clientes, baixa auto-estima, insatisfação e desmoralização, depressão, ansiedade, rudimentares progressão na carreira e apoio entre pares, remuneração baixa e pouco reconhecimento social, clientes devedores, serviço de urgência ou à chamada, serviço em feriados e fins de semana, competição entre clínicas e colegas e pressão económica pelo avultado valor dos animais de grande porte. Alguns estudos encontraram maior consumo de substâncias psicoativas nos MVs (em relação à população em geral), tendo os respetivos autores associado tal condição ao stress laboral; o mesmo não se verificou em MVs sem prática clínica direta, ou seja, apenas com tarefas académicas, por exemplo. Dentro deste contexto, deve-se realçar que os MVs podem ter acesso facilitado a alguns fármacos. A classe medicamentosa mais consumida neste âmbito é a dos analgésicos. Outros também acreditam que esta condição é mais prevalente entre profissionais que executam a eutanásia, sobretudo quando o funcionário estabelece laços afetivos com os animais em geral; aliás, muitas vezes estes indivíduos escolhem profissões onde têm de lidar com animais porque gostam bastante deste contato. Se o trabalhador considerar que não existe uma justificação moral válida (como aliviar o sofrimento do animal portador de doença grave e incurável), o dano emocional é maior- pois existem casos onde a eutanásia é executada porque o dono já não quer o animal ou porque a experiência laboratorial terminou; existem inclusive relatos de stress pós-traumático associado, bem como maior prevalência de síndroma depressiva, ansiedade e irritabilidade. Aliás, existe uma sub-entidade clínica desta condição, designada por stress pós-traumático perpetuado, ou seja, quando o evento desencadeador se repete várias vezes. A reação destes também está pois dependente do número de vezes que tal aconteceu, do apoio social que detêm, da sua capacidade de coping, personalidade e experiências prévias.
  • 7. SafeMed – O Blog de Segurança e Saúde no Trabalho Mónica Santos Licenciada em Medicina; Especialista em Medicina do Trabalho; Especialista em Medicina Geral e Familiar e Mestre em Ciências do Desporto. Diretora Clínica da empresa Quércia (Viana do Castelo). A exercer Medicina do Trabalho também nas empresas Cliwork (Maia), Clinae (Braga), Medicisforma (Porto), Sim Saúde (Porto), Servinecra (Porto) e Radelfe (Paços de Ferreira). http://blog.safemed.pt/saude-ocupacional-aplicada-aos-auxiliares- enfermeiros-e-medicos-veterinarios/ 7 Enquanto que alguns autores estimaram o stress laboral nesta classe em cerca de 80%, a incidência de burnout entre MVs é também considerável (quase 1/5). Existem também alguns artigos que mencionam existir maior risco de suicídio, sobretudo após a ocorrência de um erro clínico grave. As consequências negativas do stress laboral podem ficar atenuadas com uma maior satisfação profissional, tal como em qualquer outra profissão. De qualquer forma, seria importante incluir no currículo académico destes profissionais estratégias de coping para a generalidade das situações causadores de stress laboral, ansiedade e síndroma depressivo. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES Os principais riscos que OS PROFISSIONAIS EM SAÚDE VETERINÁRIA estão sujeitos são as agressões ergonómicas, agentes biológicos, químicos, físicos e os condicionamentos psicosociais. Em função dos resultados da revisão bibliográfica e da experiência clínica dos autores, poderá supor-se que se estes profissionais usufruíssem de uma equipa de Saúde Ocupacional assertiva, os acidentes de trabalho e doenças profissionais diminuiriam, aumentando também a satisfação e produtividade. BIBLIOGRAFIA Saúde Ocupacional na Prática Clínica de Animais de Companhia. Santos, M; Gregório, H. Veterinary Care, edição de maio/ junho de 2014. Artigo elaborado em parceria com: Armando Almeida Docente no Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa Mestre em Enfermagem Avançada Especialista em Enfermagem Comunitária Saúde Ocupacional aplicada aos auxiliares, enfermeiros e médicos veterinários