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Capítulo 5 – Virtude da Fé
1. Estrutura Antropológica do Ato de Crer
2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé
3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé
4. Doutrina da Igreja
5. Fé e Responsabilidade Moral
José Román Flecha Andrés, Vida Cristã, Vida Teologal - Para uma Moral da
Virtude
By Rogério Viana
Professor: Padre Dr. Wagner Ferreira
A Virtude da Fé
“A virtude da fé nos remete à
experiência da crença, à aventura de
crer!” (ANDRÉS, p.73)
“A fé é uma adesão pessoal do homem a
Deus” (CEC 150)
A Virtude da Fé
Fenomenologia da Crença
Crença
Afetividade
Vontade
Inteligência
Psiquismo
Humano
Crer = é afirmar a realidade! (não evadir-se)
“Laín Entralgo”
(ANDRÉS, p. 73)
1. Estrutura Antropológica do ato de Crer
1. Estrutura Antropológica do ato de Crer
Virtude da Fé
1) Admissão do Real
2) Admissão = modo de entrega
3) Entrega = “ir de nós até outra pessoa, dar-
nos a ela” (Zubiri)
CRER
(ANDRÉS, p. 74)
VirtudedaFé
1. Estrutura Antropológica do ato de Crer
1.1 A Fé como Entrega
1. Estrutura Antropológica do ato de Crer
1.1. A fé como entrega
Entrega do “eu pessoal”
1) Autoconfiança;
2) Autodomínio;
3) Autoconfiança;
Crer – diz do “eu real” (forma concreta), mas também o
“eu ideal”.
Crer é projetar-se para o futuro; autotranscender-se no
tempo.
Não é crer em “algo”, mas “alguém” e fazer da nossa
vida uma entrega; à sua verdade, bondade e beleza.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 74)
1. Estrutura Antropológica do ato de Crer
1.1. A fé como entrega
“Fé é uma adesão pessoal, firme, opcional e
incondicional a outra pessoa.”
Cremos em Deus, por isso manifestamos nossa entrega.
Resumo: A fé como entrega à realidade pessoal de Deus
como verdadeira é a essencia da entrega do homem a
Deus, do acesso do homem a Deus. (Zubiri)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 75)
VirtudedaFé
1. Estrutura Antropológica do ato de Crer
1.2 Crença e diálogo
1. Estrutura Antropológica do ato de Crer
1.2. Crença e diálogo
Ao crer, não limitamos crer “algo” ou “em algo”, mas em
“alguém” = confiança, verdade, apoio dos nosso projeto
vital.
G. Marciel afirma que quando cremos, assumimos um
compromisso fundamental de crer, mas NÃO É referente
“ao que eu tenho”, mas “ao que sou”.
Confiança = 1) descança nela, é o fundamento
2) oferece homenagem; Devoção (atenção,
dedicação e entrega)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 75-76)
1. Estrutura Antropológica do ato de Crer
1.2. Crença e diálogo
A crença humana – conteúdo intelectual = vontade.
Fé teologal – não está isenta deste componente de
confiança no apoio de “alguém pessoal”.
Crer implica “Crer algo” e sobretudo significa “crer em
alguém”.
“Confiar em alguém e confiar-se a alguém.” (F. Sebastian)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 76)
VirtudedaFé
1. Estrutura Antropológica do ato de Crer
1.3 Crer em Comunidade
1. Estrutura Antropológica do ato de Crer
1.3. Crer em Comunidade
Relações interpessoais – relação entre o indivíduo e a
sociedade.
Crer num “grupo social” = prestar-lhe filiação e fidelidade.
Atitudes importantes:
1) Confessa dependência (+ ou -) em relação ao grupo.
2) Professa uma pertença (+ ou -) sentida e consentida.
3) Promete uma colaboração em favor dos ideais, valores,
fronteiras, longa vivência e até proselitismo, que
configuram a identidade e o dinamismo do grupo.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 76-77)
1. Estrutura Antropológica do ato de Crer
1.3. Crer em Comunidade
Crer é se identificar com um grupo = comunidade.
Crer no ser humano, na sociedade humana, no mundo,
humanizado ou humanizável, é dar assentimento, mas
também colaboração (CEC 171-185)
Em forma analógica este modelo é válido pois o ato de fé
em Deus revela a estrutura de que “ninguém crê sozinho
em Deus.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 77)
1. Estrutura Antropológica do ato de Crer
2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé
Virtude da Fé
Ideia de Fé
raíz ‘mn
1) ‘aman (substantivos ‘emet e ‘emûnah
1.1 consciência objetiva = resistir
1.2 consciência subjetiva = se apoiar (sólido e
seguro)
Aplica-se: Dinastia estável (2 Sm 7,16), ao coração fiel (Ne 9,8) e ao
Deus que mantém sua aliança (Dt 7,9)
Substantivo = designa verdade (mentira) = Fidelidade
(ANDRÉS, p. 77)
VirtudedaFé
2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé
2.1 A Fé no Deus da aliança
2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé
2.1. Fé no Deus da Aliança
A primeira aliança; pai do povo, seus guias, seus profetas e
seus fieis.
“A fé orienta suas decisões e marca o tom de sua oração”
A) O ensinamento nos relatos históricos (Abraaão, Gn 15,6).
Abraão teve fé no Deus das promessas; terra e filho
(realidades aparentes impossíveis) (Gn 12, 1-4; Hb 11,8), fiava
num Deus invisível. Abraão é modelo para seu povo.
Moisés (figura paradigmática), pois Deus prometeu um
projeto de libertação para seu povo.
História de Israel = tentações de infidelidade (Nm 20,12)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 78)
2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé
2.1. Fé no Deus da Aliança
B) Experiência de fé = mensagem dos profetas. Deus
estimula o profeta Isaías para ir ao encontro do rei Acaz.
“Sem firme confiança, não vos firmareis” (Is 7,9).
“Não é firmeza social e política que gera a fé. É a fé que
produzirá como fruto a estabilidade.”
Palabra de Deus = ponto de apoio da história da salvação
= a fé é o centro de gravidade.
Fé = fundamenta a existência do povo, que pela fé vive.
(Alonso Schokel)
Relato político-militar = Deus não se mostra na força, mas
na debilidade.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 79-80)
2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé
2.1. Fé no Deus da Aliança
C) Oração do povo israelita;
Os salmos nos lembram-nos que o “pecado do povo”
consistiu:
1) Não terem fé em seu Deus nem confiar em seu auxílio (Sl 78,22);
2) Em não se fiar nos planos de Deus (Sl 106, 13);
3) Em não crer na palabra de Deus (Sl 106,24) ;
Fiar-se em Deus, em suas palavras e mandamentos é
fundamental para a experiência religiosa. (Sl 119,66)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 81)
VirtudedaFé
2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé
2.2 Tua fé te salvou
2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé
2.2. Tua fé te salvou
“A fé é a noção mais complexa do NT (mais densa), pois
engloba normalmente a esperança e a caridade, implica
todas as facudades do justo e orienta sua vida moral; mas é
a atitude, a reação mai fundamental e a mais simples do
homem em relação a Deus”. (C. Spiq)
O NT revela-se como fundamental a experiência de crer e a
vivência da fé. A primeira bem aventurança da fé: a que
proclama bem aventurada Maria por ter crido.
Fé vinha unida a conversão: “O Reino de Deus aproximou-
se; convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15) Crer no
Evangelho é como crer em Jesus. Os discípulos creram nele
(cf. Jo2,22)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 81)
2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé
2.2. Tua fé te salvou
Tentação = pensar que a fé se adquire de uma vez por
todas. Jesus perguntou várias vezes para os discípulos onde
estava a fé deles. (cf. Mc 4,40; Mt 8,26; Lc 8,25)
A fé nasce na confiança de um “estrangeiro” e na ousadia
de uma “mulher pagã” com mais vigor que o povo de israel
(Mt 8,10; 15,28)
A fé é itinerante. Jesus desce do monte (transfigrução) e
encontra um rapaz epilético e seu pai; “Eu creio, mas vem
em auxílio da minha falta de fé” (Mc 9,24).
Crer é aceitar a Deus (Pai de Jesus).
A fé é sempre um descobrimento pascal = “Bem
aventurados os que não viram e contudo creram. (Jo 20,29)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 82)
VirtudedaFé
2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé
2.3 Ficai firmes na fé
2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé
2.3. Ficai firmes na fé
A fé é dinâmica como o vento. A vida de Paulo é um
testemunho; Nessa fé se fundamenta sua intrepidez para
falar de Jesus Cristo e anuniá-lo.
Paulo diz que a “salvação vem pela fé em Jesus e não pelas
leis ditadas por Moises.
Tentação = achar que a salvação está garantida por um
sentimento de fé.
São Tiago afirma que a fé sem as obras de caridade é
morta (Tg 2,20)
“As obras da fé e seus frutos são visíveis no amor e na
hospitalidade, o anúncio do evangelho e na firmeza ante a
perseguição.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 82)
2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé
2.3. Ficai firmes na fé
A fé equivale à certeza de que Cristo habita no crente (Ef
3,17)
Comporta uma exigência comunitária; comunidade que
confessa: um só Senhor; uma só fé, um só bautismo.
Fé é a certeza do que não se vê! (cf. Hb 11,1)
A visão do triunfo escaltológico do Cordeiro; daqueles que
guardam fielmente os mandamentos de Deus e a fé de
Jesus. (choro, sangue, da perseguição e do martírio)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 83)
1. Estrutura Antropológica do ato de Crer
3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé
Virtude da Fé
Cristianismo
(História da fé cristã)
1) Dimensão sociológica
2) Vivência da vocação a crer no Deus de
Jesus Cristo
Teologia – reflexão sobre a fé nesse Deus e em seu Messias Jesus.
(ANDRÉS, p. 83)
VirtudedaFé
3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé
3.1 Pensamento dos Padres
3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé
3.1. Pensamento dos Padres
Padres Apostólicos – grandeza e necessidade da fé.
Análise do “ato” e o “hábito da fé” – aceitação firme e livre
dos mistérios de Deus (Pastor Hermas) pela autoridade do
Deus (da misericórdia) que o revela.
A) A sabedoria do Oriente (São Teófilo de Antioquia); a fé
precede toda a atividade humana. Não se pode viver sem
crer nas coisas (fiar-se nelas) e nas pessoas, portanto,
igualmente razoável será confiar e crer em Deus.”
“… a fé como conhecimento complexo das coisas que são
necessárias.” (São Clemente de Alexandria)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 83)
3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé
3.1. Pensamento dos Padres
Duas acepções:
1) Assentimento prestado a alguma coisa;
2) Uma graça outorgada por Cristo; transcende os limites
da dogmática e também as realidades humanas
(São Cirilo de Jerusalém)
Nos salvamos pela fé, não pela fé em si (conhecer a Deus),
mas porque Deus revela que existe e recompensa quem o
busca. (São Basílio)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 83)
3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé
3.1. Pensamento dos Padres
B) Cristandade Ocidental (Santo Agostinho)
“Se não entende, crê. A inteligência é o prêmio da fé.” Essa
é a fé que Deus exige de nós.
À contraposição entre fé e razão, Agostinho colocou outra,
entre mistérios (perceptível) e a fé.
Outra contraposição: afirmar a superiodade de do credere
Deum (Deus é o objeto da fé) sobre o credere Deo (Deus é
fiador dessa fé e o destinatário da confiança do crente). O
primeiro movimento leva ao segundo, mas o contrário,
nem sempre, pois o diabo acredita na existência de Deus,
embora não cressem “nEle”.
Por fim o milagre – consequência da fé.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 84-85)
VirtudedaFé
3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé
3.2 Santo Tomás de Aquino
3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé
3.1. Santo Tomás de Aquino
A) “a fé a certeza do ânimo sobre coisas não presentes,
acima da opinião e abaixo da ciência.” (São Vitor de São Hugo)
No início do século XIII, Guilherme de Auxere (1230foi o
primeiro a elaborar uma “Síntese Teológica Sobre o Ato de
Fé”
B) “A fé nos encaminha, crendo e assentindo, ao
sumamente verdadeiro (função da graça em relação às
coisas que hão de crer)
A fé abre os horizontes:
1) Do amor;
2) Do compromisso moral;
3) Da prece cristã
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 85-86)
3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé
3.1. Santo Tomás de Aquino
C) Para ele (Tomás de Aquino) o objeto da fé = verdade
primeira, uma vez que a fé não admite como certa verdade
alguma, mas porque foi revelado por Deus; pois apoia-se
na própria verdade divina como em seu meio. O objeto
material da fé não é somente Deus, mas muitas outras
coisas, que não se enquadram no assentimento da fé se
não dizem a respeito de Deus.
“Nada se enquadra na fé se não está ordenado por Deus.”
Neste objeto estão; o mistério da salvação que se reúnem
no credo.
Ao estudar o ato de fé – o entendimento admite como
certa; a verdade divina
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 86-87)
3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé
3.1. Santo Tomás de Aquino
C) Partindo de Aristoteles, Tomás aponta a necessidade de
crer para aprender. É preciso escutar o Pai para chegar a
Cristo; (Jo 6,45)) Para chegar a perfeita bem aventurança é
preciso crer em Deus como o discípulo no seu mestre (2-
2,2,3)
Para ele, a virtude da fé ordena a vontade infalivelmente
para um fim bom. É a primeira das virtudes porque chega-
se o último fim por meio da esperança e caridade.
A virtude da fé é um dom divino.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 86-87)
3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé
3.1. Santo Tomás de Aquino
C) “Na teologia da fé, o Doutor Angélico destaca dois
pontos:
1) Caráter sobrenatural e transcendente (qualquer
realidade meramente humana – virtudes infusas)
2) Sua inteção de situar o ato de fé (epistemológico
humano = justificar)
Entre estes dois pontos encontra-se a definição de fé
segundo o livro dos Hb 11,1: “A fé é um modo de possuir
desde agora o que se espera, um meio de conhecer
realidades que não se veem.” (B. Sesboué)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 86-87)
3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé
3.1. Santo Tomás de Aquino
Tomás ajuda a situar a virtude da fé no terreno da atividade
racional própria do ser humano, mas dá ênfase excessiva
ao aspecto intelectual e cognitivo da fé, pois dá espaço
para uma compreensão da fé como “confiança afetuosa”
num tu que oferece apoio, firmeza, um sentido à vida do ser
humano.
Santo Tomás pregunta se a fé é maior numa pessoa que
em outra. Sim
1) Referente ao entendimento: uma pessoa pode crer mais
verdades explícitas que outra
2) No âmbito da vontade (subjetiva): a fé pode ser maior à
medida em que determine maior prontidão, entrega e
confiança (2-2-,5,4)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 88)
1. Estrutura Antropológica do ato de Crer
4. Doutrina da Igreja
Virtude da Fé
VirtudedaFé
4. Doutrina da Igreja
4.1 De Trento ao Vaticano I
4. Doutrina da Igreja
4.1. De Trento ao Vaticano I
Trento: A confiança como pedra de toque. Lutero
interpretou o conceito agostiniano de fé como confiança
em Deus (A liberdade do cristão, Lutero).
Assim, o Concílio ressaltou a aceitação da revelação divina:
“dispõem-se para a justiça mesma quando, movidos e
ajudados pela graça divina, tendo concebido a fé pelo
ouvido (Rm 10,17), por meio da graça, justifica o ímpio, por
meio da redenção que está Jesus Cristo (Rm 3,24).
O texto faz referência; ao temor filial; ao arrependimento,
ao propósito de receber o batismo e obsevar os
mandamentos divinos. No itinerário da justificação a fé é:
1) confiante; 2) esperançosa; 3) amorosa.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 88-89)
4. Doutrina da Igreja
4.1. De Trento ao Vaticano I
O Vaticano I: dificuldade antopológica, pois o romantismo
ressaltava exageradamente o papel do sentimento como
“caminho de acesso à verdade humana” e também “à
verdade revelada”, por isso a Igreja teve que afirmar o valor
racional da fé.
Na Constituição Dei Filius, concebia a fé como ato, mas
também como virtude, quer era definida como “uma
virtude sobrenatural, que com a inspiração e ajuda da graça
de Deus, cremos ser verdadeiro o que por ele foi revelado,
não pela verdade das coisas percebidas pela lei natural da
razão, mas pela autoridade do mesmo Deus que revela, o
que não pode nem se enganar nem nos enganar. (DS 3008)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 89)
VirtudedaFé
4. Doutrina da Igreja
4.2 A fé do Vaticano II
4. Doutrina da Igreja
4.2. A fé do Vaticano II
O Concílio Vaticano II – “pela fé o homem se entrega total
e livremente a Deus, oferece-lhe a homenagem total de seu
entendimento e vontade, aceitando livremente como
verdade o que Deus revela. Mas para responder é
necessário a graça de Deus.
Pelo sentido da fé, excitado e sustentado pelo Espírito da
verdade, o Povo de Deus, apega-se indefectivelmente ‘à fé
uma vez para sempre transmitida aos santos’.
O Concílio elaborou uma ampla reflexão teológica sobre a
fé. Nela encontram; sua origem, sua formação, sua eficácia,
a celebração da fé e sobre a liberdade que exige.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 90)
4. Doutrina da Igreja
4.2. A fé do Vaticano II
O Concílio Vaticano II – “pela fé o homem se entrega total
e livremente a Deus, oferece-lhe a homenagem total de seu
entendimento e vontade, aceitando livremente como
verdade o que Deus revela. Mas para responder é
necessária a graça de Deus.
Pelo sentido da fé, excitado e sustentado pelo Espírito da
verdade, o Povo de Deus, apega-se indefectivelmente ‘à fé
uma vez para sempre transmitida aos santos’.
O Concílio elaborou uma ampla reflexão teológica sobre a
fé. Nela encontram; sua origem, sua formação, sua eficácia,
a celebração da fé e sobre a liberdade que exige.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 89-90)
4. Doutrina da Igreja
4.2. A fé do Vaticano II
C) Vivência da Fé:
Celebração Litúrgica como vida diária, que posteriormente
acarreta uma “Profissão de Fé” (LG 35). O chamado a
difundir a fé exige (obrigação) uma profunda vivência da
vida cristã (AG 36b).
“o divórcio entre a fé e a vida diária de muitos deve ser
considerado um dos mais graves erros da nossa época.
(AG 43a).
D) A liberdade:
Necessária para compreensão da vocação completa do ser
humano (GS 11a); na dimensão temporal e também no seu
destino eterno. (GS 18b).
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 91)
4. Doutrina da Igreja
4.2. A fé do Vaticano II
O ser humano é convidado a professar a fé (DH 14d), por
isso a Igreja proíbe severamente que se obrigue alguém –
ou que seja atraído por meios indiscretos – a abraçar a fé, d
mesmo modo como defende com energia o direito de que
ninguém seja afastado da fé com humilhações e ameaças”
(AG 13c).
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 91)
VirtudedaFé
4. Doutrina da Igreja
4.3 A Catequese da Igreja
4. Doutrina da Igreja
4.3. A Catequse da Igreja
A fé, concedida por Deus ao homem, é um caminho de vida e
traz ao ser humano uma nova visão do mundo, da vida e do
sentido da existência.
A) A fé surge com a escuta da pregação, por issso, Cristo veio a
este mundo ensinar a fé. No Catecismo Romana, o significado de
fé – assentimento ao que nos foi revelado por Deus, manifestado
externamente por meio:
1) Profissão de fé;
2) Do testemunho;
3) Da pregação;
Fé “fiducial” – para se preparar para a oração, o crente deve ter
fé na onipotência e misericórdia de Deus, da qual nasce a
confiança do orante. Se a fé leva à oração, a oração torna a fé
firme e estável.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 92-93)
4. Doutrina da Igreja
4.3. A Catequse da Igreja
B) Valores antropológios; pois a fé é um caminho, uma mudança
radical (conduta habituais). O crente coloca sua confiança em
Deus e em sua Palavra.
O catecismo Romano apresenta fé como “um projeto de vida
que abarca tudo e uma atitude real da existência [..] o homem se
entrega inteira e livremente a Deus, oferece-lhe homenagem
total de seu entendimento e vontade, assentindo livremente no
que Deus revela (DV 5).
No Catecismo alemão conclue-se quatro afirmações:
1) A fé é a resposta do homem à revelação que Deus fez de si mesmo;
2) A fé é, portanto, um dom gratuito da graça iluminadora de Deus;
3) A fé é também um ato livre e responsável do homem;
4) Assim, a fé é encontro, comunicação e amizade com Deus,
plenitude de sentido e salvação do homem todo.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 93-94)
4. Doutrina da Igreja
4.3. A Catequse da Igreja
C) A fé como ato intelectual é mencionada seja como atitude de
vida e como virtude.
Primeira Parte - Conteúdo do Credo cristão – natureza do ato de
crer (§142-194)
Volta a aparecer na 3ª Parte – “considera a fé como objeto da
moralidade e o primeiro dos deveres do comportamento moral
cristão. (CEC 2087; 2088)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 95)
1. Estrutura Antropológica do ato de Crer
5. Fé e Responsabilidade Moral
Virtude da Fé
Vinculação entre fé e o compromisso concreto dos crentes.
Relação “fé-obras” ou a implicação “verdade-amor” –
questões inevitáveis na história do cristianismo.
Teólogos salamanquinos no século XVI discutiram questões
sociais, políticas e eclesiásticas – dimensões reais do
planeta. Isso para validar a objeção de consciência diante
de leis que atentam contra a dignidade humana.
VirtudedaFé
5. Fé e Responsabilidade Moral
5.1 Implicação fé-compromisso no
Novo Testamento
5. Fé e Responsabilidade Moral
5.1. Implicação fé-compromisso no NT
Evangelhos: Marcos sugere o imperativo “Convertei-vos,
arrependei-vos, fazei penitência” foi algo ampliado “crer no
Evangelho” e “acolher a salvação”.
Jovem Rico – seguimento do mestre (Mt 19,21); “vende tudo o
que possuis, dá-o aos pobres e terás um tesouro nos céus.
Depois, vem e segue-me”
São Paulo: insiste na novidade da vida do cristão; “se
revestiram de Cristo” (Gl 3,27), ou, “revesti-vos do Senhor
Jesus Cristo”” (Rm 13,14), além de trazer conceitos de
justificação e libertação, vida em Cristo, vida ressuscitada
(teologia paulina).
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 96)
5. Fé e Responsabilidade Moral
5.1. Implicação fé-compromisso no NT
Teologia Joanina: a fé e apresentada como aceitação
(graça de Deus) da pessoa de Jesus e dos títulos
messiânicos que Jesus reinvidica para si. (Jo 6,29; 12,47)
A relação entre fé e o amor é um tema fundamental e
recorrente (1Jo 3,14; 4,16; 3Jo 5)
Livro do Apocalipse: o ato de fé implica nas comunidades
cristãs uma postura de fidelidade a seu Senhor. Essa
fidelidade a Jesus Cristo e à sua mensagem é exemplificada
em várias atitudes concretas. Nelas, as obras do cristão
representam o sinal da verificação de sua fé (Ap 2,2-19)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 96)
VirtudedaFé
5. Fé e Responsabiliade Moral
5.2 Deveres da virtude e
pecados contra a fé
5. Fé e Responsabilidade Moral
5.2. Deveres da virtude e pecados contra fé
A fé está chamada a produzir frutos:
“Da fé gera a continência, da continência a simplicidade, da
simplicidade, a inocência, da inocência a modéstia, da
modéstia a ciência, da ciência, a Caridade. (Pastor de
Hermas)
A) Teologia Moral: a fé está integrada por três atitudes
fundamentais:
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 98)
5. Fé e Responsabilidade Moral
5.2. Deveres da virtude e pecados contra fé
1) Virtude da fé – fruto de uma eleição gratuita (chamado,
vocação). “Cremos em Deus porque ele quis crer em
nós.”
2) Viver a fé significa também uma abertura à capacidade
de dialogar. Crer em Deus é manter-nos dispo´níveis
para o encontro com o tu.
3) A fé em Deus, além da vocação e da capaciade de
dialogar, inclui sempre o amor. Crer em Deus é saber-
nos amados e portadores de um amor que nos
ultrapassa (nova antropologia = nova ética)
“O homem é o ser que se sabe amado por Deus e
transmite seu amor aos irmãos.”
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 98-99)
5. Fé e Responsabilidade Moral
5.2. Deveres da virtude e pecados contra fé
B) Nos tratados de teologia moral costumavam expor
detalhadamente os pecados que se opõem à fé. Por excesso;
a credulidade excessiva e a supertiação. E, outos, por falta;
a infidelidade, a apostasia, a heresia, a dúvida, a ignorância
e a omissão dos atos da fé quando há obrigação de os
realizar.
A fé é um dom de Deus, por isso a dúvida voluntária e a
dúvida involuntária, são pecados contra essa virtude
teologal e pode levar à cegueira do espírito. (CEC 2088)
E ainda, a “incredulidade” gera a heresia, a apostasia e o
cisma (CEC 2089)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 99)
5. Fé e Responsabilidade Moral
5.2. Deveres da virtude e pecados contra fé
C) Nos manuais de teologia incluia os perigos contra a fé:
a) O trato com não-católicos (religioso, perversão e
escândalo);
b) A assistência a escolas não-católicas (perversão);
c) A leitura de livros heréticos;
d) O matrimônio com hereges ou incrédulos;
Mas a própria Igreja reconhecem valores positivos nos não-
crentes (LG 16; GS 12a; 21f), mas propõe a evangelização e a oferta
da mensagem da salvação entre eles (LG 28d; SC 8b; PO 4a; AA 6c) –
solicitude pastoral pelos não-crentes (CD 13a; PO 9c; OT 19a)
O maior perigo não está no encontro com os não-crentes, mas
na apatia, na preguiça. Privatização da Fé (p. 100)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 100)
5. Fé e Responsabilidade Moral
5.2. Deveres da virtude e pecados contra fé
CONCLUINDO: É preciso abrir o coração para voltar a
imaginar e propor-se os esplêndidos desafios que nos
propõe nossa fé num DEUS PAI TODO PODEROSO:
1) Saber que coisas são formosas, que a rosa e a tormenta
têm um sentido e que a dor nunca é inútil.
2) Negar-se a aceitar que a beleza seja apenas uma
nostalgia e que a justiça seja apenas uma palabra que
brilha nos discursos.
3) É aceitar e proclamar que as coisas foram feitas para o
homem e não o homem para as coisas, porque o projeto
de Deus criador é um plano de amor para seus filhos.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 101)
5. Fé e Responsabilidade Moral
5.2. Deveres da virtude e pecados contra fé
4) É saber que a história tem sentido apenas em Deus e
nunca em outras metas, e que podemos e devemos ser livres
diante de tantos ídolos que reclamam nossa adoração.
5) É aceitar com alegria nossa tarefa de colaboradores nesta
criação e de sonhadores ativos na nova e definitiva criação.
6) É proclamar nossa esperançanum céu novo e numa nova
terra, nos quais habitem a justiça, a paz e a ternura.
7) É aceitar que sua paternidade nos une na fraternidade,
que não haverá irmãos enquanto não reconhecermos o
rosto de um Pai comum e reconciliador.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 101)
5. Fé e Responsabilidade Moral
5.2. Deveres da virtude e pecados contra fé
8) É protestar que ninguém pode ser esquecido proscrito,
utilizado e vendido diante do rosto de um Deus e Pai que
derruba do trono os poderosos.
9) É confessar que fomos chamados a viver e a conviver, a
orar e a trabalhar, a contemplar e a aceitar, a receber e a
entregar, ou seja, a nos entregar.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 101)
Virtude da Fé
Catecismo da Igreja Católica, § 176 - 184

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A virtude da fé - josé román flechas

  • 1. Capítulo 5 – Virtude da Fé 1. Estrutura Antropológica do Ato de Crer 2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé 3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé 4. Doutrina da Igreja 5. Fé e Responsabilidade Moral José Román Flecha Andrés, Vida Cristã, Vida Teologal - Para uma Moral da Virtude By Rogério Viana Professor: Padre Dr. Wagner Ferreira
  • 2. A Virtude da Fé “A virtude da fé nos remete à experiência da crença, à aventura de crer!” (ANDRÉS, p.73) “A fé é uma adesão pessoal do homem a Deus” (CEC 150)
  • 3. A Virtude da Fé Fenomenologia da Crença Crença Afetividade Vontade Inteligência Psiquismo Humano Crer = é afirmar a realidade! (não evadir-se) “Laín Entralgo” (ANDRÉS, p. 73)
  • 4. 1. Estrutura Antropológica do ato de Crer 1. Estrutura Antropológica do ato de Crer Virtude da Fé 1) Admissão do Real 2) Admissão = modo de entrega 3) Entrega = “ir de nós até outra pessoa, dar- nos a ela” (Zubiri) CRER (ANDRÉS, p. 74)
  • 5. VirtudedaFé 1. Estrutura Antropológica do ato de Crer 1.1 A Fé como Entrega
  • 6. 1. Estrutura Antropológica do ato de Crer 1.1. A fé como entrega Entrega do “eu pessoal” 1) Autoconfiança; 2) Autodomínio; 3) Autoconfiança; Crer – diz do “eu real” (forma concreta), mas também o “eu ideal”. Crer é projetar-se para o futuro; autotranscender-se no tempo. Não é crer em “algo”, mas “alguém” e fazer da nossa vida uma entrega; à sua verdade, bondade e beleza. Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 74)
  • 7. 1. Estrutura Antropológica do ato de Crer 1.1. A fé como entrega “Fé é uma adesão pessoal, firme, opcional e incondicional a outra pessoa.” Cremos em Deus, por isso manifestamos nossa entrega. Resumo: A fé como entrega à realidade pessoal de Deus como verdadeira é a essencia da entrega do homem a Deus, do acesso do homem a Deus. (Zubiri) Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 75)
  • 8. VirtudedaFé 1. Estrutura Antropológica do ato de Crer 1.2 Crença e diálogo
  • 9. 1. Estrutura Antropológica do ato de Crer 1.2. Crença e diálogo Ao crer, não limitamos crer “algo” ou “em algo”, mas em “alguém” = confiança, verdade, apoio dos nosso projeto vital. G. Marciel afirma que quando cremos, assumimos um compromisso fundamental de crer, mas NÃO É referente “ao que eu tenho”, mas “ao que sou”. Confiança = 1) descança nela, é o fundamento 2) oferece homenagem; Devoção (atenção, dedicação e entrega) Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 75-76)
  • 10. 1. Estrutura Antropológica do ato de Crer 1.2. Crença e diálogo A crença humana – conteúdo intelectual = vontade. Fé teologal – não está isenta deste componente de confiança no apoio de “alguém pessoal”. Crer implica “Crer algo” e sobretudo significa “crer em alguém”. “Confiar em alguém e confiar-se a alguém.” (F. Sebastian) Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 76)
  • 11. VirtudedaFé 1. Estrutura Antropológica do ato de Crer 1.3 Crer em Comunidade
  • 12. 1. Estrutura Antropológica do ato de Crer 1.3. Crer em Comunidade Relações interpessoais – relação entre o indivíduo e a sociedade. Crer num “grupo social” = prestar-lhe filiação e fidelidade. Atitudes importantes: 1) Confessa dependência (+ ou -) em relação ao grupo. 2) Professa uma pertença (+ ou -) sentida e consentida. 3) Promete uma colaboração em favor dos ideais, valores, fronteiras, longa vivência e até proselitismo, que configuram a identidade e o dinamismo do grupo. Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 76-77)
  • 13. 1. Estrutura Antropológica do ato de Crer 1.3. Crer em Comunidade Crer é se identificar com um grupo = comunidade. Crer no ser humano, na sociedade humana, no mundo, humanizado ou humanizável, é dar assentimento, mas também colaboração (CEC 171-185) Em forma analógica este modelo é válido pois o ato de fé em Deus revela a estrutura de que “ninguém crê sozinho em Deus. Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 77)
  • 14. 1. Estrutura Antropológica do ato de Crer 2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé Virtude da Fé Ideia de Fé raíz ‘mn 1) ‘aman (substantivos ‘emet e ‘emûnah 1.1 consciência objetiva = resistir 1.2 consciência subjetiva = se apoiar (sólido e seguro) Aplica-se: Dinastia estável (2 Sm 7,16), ao coração fiel (Ne 9,8) e ao Deus que mantém sua aliança (Dt 7,9) Substantivo = designa verdade (mentira) = Fidelidade (ANDRÉS, p. 77)
  • 15. VirtudedaFé 2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé 2.1 A Fé no Deus da aliança
  • 16. 2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé 2.1. Fé no Deus da Aliança A primeira aliança; pai do povo, seus guias, seus profetas e seus fieis. “A fé orienta suas decisões e marca o tom de sua oração” A) O ensinamento nos relatos históricos (Abraaão, Gn 15,6). Abraão teve fé no Deus das promessas; terra e filho (realidades aparentes impossíveis) (Gn 12, 1-4; Hb 11,8), fiava num Deus invisível. Abraão é modelo para seu povo. Moisés (figura paradigmática), pois Deus prometeu um projeto de libertação para seu povo. História de Israel = tentações de infidelidade (Nm 20,12) Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 78)
  • 17. 2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé 2.1. Fé no Deus da Aliança B) Experiência de fé = mensagem dos profetas. Deus estimula o profeta Isaías para ir ao encontro do rei Acaz. “Sem firme confiança, não vos firmareis” (Is 7,9). “Não é firmeza social e política que gera a fé. É a fé que produzirá como fruto a estabilidade.” Palabra de Deus = ponto de apoio da história da salvação = a fé é o centro de gravidade. Fé = fundamenta a existência do povo, que pela fé vive. (Alonso Schokel) Relato político-militar = Deus não se mostra na força, mas na debilidade. Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 79-80)
  • 18. 2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé 2.1. Fé no Deus da Aliança C) Oração do povo israelita; Os salmos nos lembram-nos que o “pecado do povo” consistiu: 1) Não terem fé em seu Deus nem confiar em seu auxílio (Sl 78,22); 2) Em não se fiar nos planos de Deus (Sl 106, 13); 3) Em não crer na palabra de Deus (Sl 106,24) ; Fiar-se em Deus, em suas palavras e mandamentos é fundamental para a experiência religiosa. (Sl 119,66) Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 81)
  • 19. VirtudedaFé 2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé 2.2 Tua fé te salvou
  • 20. 2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé 2.2. Tua fé te salvou “A fé é a noção mais complexa do NT (mais densa), pois engloba normalmente a esperança e a caridade, implica todas as facudades do justo e orienta sua vida moral; mas é a atitude, a reação mai fundamental e a mais simples do homem em relação a Deus”. (C. Spiq) O NT revela-se como fundamental a experiência de crer e a vivência da fé. A primeira bem aventurança da fé: a que proclama bem aventurada Maria por ter crido. Fé vinha unida a conversão: “O Reino de Deus aproximou- se; convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15) Crer no Evangelho é como crer em Jesus. Os discípulos creram nele (cf. Jo2,22) Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 81)
  • 21. 2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé 2.2. Tua fé te salvou Tentação = pensar que a fé se adquire de uma vez por todas. Jesus perguntou várias vezes para os discípulos onde estava a fé deles. (cf. Mc 4,40; Mt 8,26; Lc 8,25) A fé nasce na confiança de um “estrangeiro” e na ousadia de uma “mulher pagã” com mais vigor que o povo de israel (Mt 8,10; 15,28) A fé é itinerante. Jesus desce do monte (transfigrução) e encontra um rapaz epilético e seu pai; “Eu creio, mas vem em auxílio da minha falta de fé” (Mc 9,24). Crer é aceitar a Deus (Pai de Jesus). A fé é sempre um descobrimento pascal = “Bem aventurados os que não viram e contudo creram. (Jo 20,29) Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 82)
  • 22. VirtudedaFé 2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé 2.3 Ficai firmes na fé
  • 23. 2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé 2.3. Ficai firmes na fé A fé é dinâmica como o vento. A vida de Paulo é um testemunho; Nessa fé se fundamenta sua intrepidez para falar de Jesus Cristo e anuniá-lo. Paulo diz que a “salvação vem pela fé em Jesus e não pelas leis ditadas por Moises. Tentação = achar que a salvação está garantida por um sentimento de fé. São Tiago afirma que a fé sem as obras de caridade é morta (Tg 2,20) “As obras da fé e seus frutos são visíveis no amor e na hospitalidade, o anúncio do evangelho e na firmeza ante a perseguição. Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 82)
  • 24. 2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé 2.3. Ficai firmes na fé A fé equivale à certeza de que Cristo habita no crente (Ef 3,17) Comporta uma exigência comunitária; comunidade que confessa: um só Senhor; uma só fé, um só bautismo. Fé é a certeza do que não se vê! (cf. Hb 11,1) A visão do triunfo escaltológico do Cordeiro; daqueles que guardam fielmente os mandamentos de Deus e a fé de Jesus. (choro, sangue, da perseguição e do martírio) Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 83)
  • 25. 1. Estrutura Antropológica do ato de Crer 3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé Virtude da Fé Cristianismo (História da fé cristã) 1) Dimensão sociológica 2) Vivência da vocação a crer no Deus de Jesus Cristo Teologia – reflexão sobre a fé nesse Deus e em seu Messias Jesus. (ANDRÉS, p. 83)
  • 26. VirtudedaFé 3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé 3.1 Pensamento dos Padres
  • 27. 3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé 3.1. Pensamento dos Padres Padres Apostólicos – grandeza e necessidade da fé. Análise do “ato” e o “hábito da fé” – aceitação firme e livre dos mistérios de Deus (Pastor Hermas) pela autoridade do Deus (da misericórdia) que o revela. A) A sabedoria do Oriente (São Teófilo de Antioquia); a fé precede toda a atividade humana. Não se pode viver sem crer nas coisas (fiar-se nelas) e nas pessoas, portanto, igualmente razoável será confiar e crer em Deus.” “… a fé como conhecimento complexo das coisas que são necessárias.” (São Clemente de Alexandria) Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 83)
  • 28. 3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé 3.1. Pensamento dos Padres Duas acepções: 1) Assentimento prestado a alguma coisa; 2) Uma graça outorgada por Cristo; transcende os limites da dogmática e também as realidades humanas (São Cirilo de Jerusalém) Nos salvamos pela fé, não pela fé em si (conhecer a Deus), mas porque Deus revela que existe e recompensa quem o busca. (São Basílio) Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 83)
  • 29. 3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé 3.1. Pensamento dos Padres B) Cristandade Ocidental (Santo Agostinho) “Se não entende, crê. A inteligência é o prêmio da fé.” Essa é a fé que Deus exige de nós. À contraposição entre fé e razão, Agostinho colocou outra, entre mistérios (perceptível) e a fé. Outra contraposição: afirmar a superiodade de do credere Deum (Deus é o objeto da fé) sobre o credere Deo (Deus é fiador dessa fé e o destinatário da confiança do crente). O primeiro movimento leva ao segundo, mas o contrário, nem sempre, pois o diabo acredita na existência de Deus, embora não cressem “nEle”. Por fim o milagre – consequência da fé. Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 84-85)
  • 30. VirtudedaFé 3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé 3.2 Santo Tomás de Aquino
  • 31. 3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé 3.1. Santo Tomás de Aquino A) “a fé a certeza do ânimo sobre coisas não presentes, acima da opinião e abaixo da ciência.” (São Vitor de São Hugo) No início do século XIII, Guilherme de Auxere (1230foi o primeiro a elaborar uma “Síntese Teológica Sobre o Ato de Fé” B) “A fé nos encaminha, crendo e assentindo, ao sumamente verdadeiro (função da graça em relação às coisas que hão de crer) A fé abre os horizontes: 1) Do amor; 2) Do compromisso moral; 3) Da prece cristã Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 85-86)
  • 32. 3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé 3.1. Santo Tomás de Aquino C) Para ele (Tomás de Aquino) o objeto da fé = verdade primeira, uma vez que a fé não admite como certa verdade alguma, mas porque foi revelado por Deus; pois apoia-se na própria verdade divina como em seu meio. O objeto material da fé não é somente Deus, mas muitas outras coisas, que não se enquadram no assentimento da fé se não dizem a respeito de Deus. “Nada se enquadra na fé se não está ordenado por Deus.” Neste objeto estão; o mistério da salvação que se reúnem no credo. Ao estudar o ato de fé – o entendimento admite como certa; a verdade divina Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 86-87)
  • 33. 3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé 3.1. Santo Tomás de Aquino C) Partindo de Aristoteles, Tomás aponta a necessidade de crer para aprender. É preciso escutar o Pai para chegar a Cristo; (Jo 6,45)) Para chegar a perfeita bem aventurança é preciso crer em Deus como o discípulo no seu mestre (2- 2,2,3) Para ele, a virtude da fé ordena a vontade infalivelmente para um fim bom. É a primeira das virtudes porque chega- se o último fim por meio da esperança e caridade. A virtude da fé é um dom divino. Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 86-87)
  • 34. 3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé 3.1. Santo Tomás de Aquino C) “Na teologia da fé, o Doutor Angélico destaca dois pontos: 1) Caráter sobrenatural e transcendente (qualquer realidade meramente humana – virtudes infusas) 2) Sua inteção de situar o ato de fé (epistemológico humano = justificar) Entre estes dois pontos encontra-se a definição de fé segundo o livro dos Hb 11,1: “A fé é um modo de possuir desde agora o que se espera, um meio de conhecer realidades que não se veem.” (B. Sesboué) Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 86-87)
  • 35. 3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé 3.1. Santo Tomás de Aquino Tomás ajuda a situar a virtude da fé no terreno da atividade racional própria do ser humano, mas dá ênfase excessiva ao aspecto intelectual e cognitivo da fé, pois dá espaço para uma compreensão da fé como “confiança afetuosa” num tu que oferece apoio, firmeza, um sentido à vida do ser humano. Santo Tomás pregunta se a fé é maior numa pessoa que em outra. Sim 1) Referente ao entendimento: uma pessoa pode crer mais verdades explícitas que outra 2) No âmbito da vontade (subjetiva): a fé pode ser maior à medida em que determine maior prontidão, entrega e confiança (2-2-,5,4) Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 88)
  • 36. 1. Estrutura Antropológica do ato de Crer 4. Doutrina da Igreja Virtude da Fé
  • 37. VirtudedaFé 4. Doutrina da Igreja 4.1 De Trento ao Vaticano I
  • 38. 4. Doutrina da Igreja 4.1. De Trento ao Vaticano I Trento: A confiança como pedra de toque. Lutero interpretou o conceito agostiniano de fé como confiança em Deus (A liberdade do cristão, Lutero). Assim, o Concílio ressaltou a aceitação da revelação divina: “dispõem-se para a justiça mesma quando, movidos e ajudados pela graça divina, tendo concebido a fé pelo ouvido (Rm 10,17), por meio da graça, justifica o ímpio, por meio da redenção que está Jesus Cristo (Rm 3,24). O texto faz referência; ao temor filial; ao arrependimento, ao propósito de receber o batismo e obsevar os mandamentos divinos. No itinerário da justificação a fé é: 1) confiante; 2) esperançosa; 3) amorosa. Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 88-89)
  • 39. 4. Doutrina da Igreja 4.1. De Trento ao Vaticano I O Vaticano I: dificuldade antopológica, pois o romantismo ressaltava exageradamente o papel do sentimento como “caminho de acesso à verdade humana” e também “à verdade revelada”, por isso a Igreja teve que afirmar o valor racional da fé. Na Constituição Dei Filius, concebia a fé como ato, mas também como virtude, quer era definida como “uma virtude sobrenatural, que com a inspiração e ajuda da graça de Deus, cremos ser verdadeiro o que por ele foi revelado, não pela verdade das coisas percebidas pela lei natural da razão, mas pela autoridade do mesmo Deus que revela, o que não pode nem se enganar nem nos enganar. (DS 3008) Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 89)
  • 40. VirtudedaFé 4. Doutrina da Igreja 4.2 A fé do Vaticano II
  • 41. 4. Doutrina da Igreja 4.2. A fé do Vaticano II O Concílio Vaticano II – “pela fé o homem se entrega total e livremente a Deus, oferece-lhe a homenagem total de seu entendimento e vontade, aceitando livremente como verdade o que Deus revela. Mas para responder é necessário a graça de Deus. Pelo sentido da fé, excitado e sustentado pelo Espírito da verdade, o Povo de Deus, apega-se indefectivelmente ‘à fé uma vez para sempre transmitida aos santos’. O Concílio elaborou uma ampla reflexão teológica sobre a fé. Nela encontram; sua origem, sua formação, sua eficácia, a celebração da fé e sobre a liberdade que exige. Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 90)
  • 42. 4. Doutrina da Igreja 4.2. A fé do Vaticano II O Concílio Vaticano II – “pela fé o homem se entrega total e livremente a Deus, oferece-lhe a homenagem total de seu entendimento e vontade, aceitando livremente como verdade o que Deus revela. Mas para responder é necessária a graça de Deus. Pelo sentido da fé, excitado e sustentado pelo Espírito da verdade, o Povo de Deus, apega-se indefectivelmente ‘à fé uma vez para sempre transmitida aos santos’. O Concílio elaborou uma ampla reflexão teológica sobre a fé. Nela encontram; sua origem, sua formação, sua eficácia, a celebração da fé e sobre a liberdade que exige. Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 89-90)
  • 43. 4. Doutrina da Igreja 4.2. A fé do Vaticano II C) Vivência da Fé: Celebração Litúrgica como vida diária, que posteriormente acarreta uma “Profissão de Fé” (LG 35). O chamado a difundir a fé exige (obrigação) uma profunda vivência da vida cristã (AG 36b). “o divórcio entre a fé e a vida diária de muitos deve ser considerado um dos mais graves erros da nossa época. (AG 43a). D) A liberdade: Necessária para compreensão da vocação completa do ser humano (GS 11a); na dimensão temporal e também no seu destino eterno. (GS 18b). Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 91)
  • 44. 4. Doutrina da Igreja 4.2. A fé do Vaticano II O ser humano é convidado a professar a fé (DH 14d), por isso a Igreja proíbe severamente que se obrigue alguém – ou que seja atraído por meios indiscretos – a abraçar a fé, d mesmo modo como defende com energia o direito de que ninguém seja afastado da fé com humilhações e ameaças” (AG 13c). Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 91)
  • 45. VirtudedaFé 4. Doutrina da Igreja 4.3 A Catequese da Igreja
  • 46. 4. Doutrina da Igreja 4.3. A Catequse da Igreja A fé, concedida por Deus ao homem, é um caminho de vida e traz ao ser humano uma nova visão do mundo, da vida e do sentido da existência. A) A fé surge com a escuta da pregação, por issso, Cristo veio a este mundo ensinar a fé. No Catecismo Romana, o significado de fé – assentimento ao que nos foi revelado por Deus, manifestado externamente por meio: 1) Profissão de fé; 2) Do testemunho; 3) Da pregação; Fé “fiducial” – para se preparar para a oração, o crente deve ter fé na onipotência e misericórdia de Deus, da qual nasce a confiança do orante. Se a fé leva à oração, a oração torna a fé firme e estável. Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 92-93)
  • 47. 4. Doutrina da Igreja 4.3. A Catequse da Igreja B) Valores antropológios; pois a fé é um caminho, uma mudança radical (conduta habituais). O crente coloca sua confiança em Deus e em sua Palavra. O catecismo Romano apresenta fé como “um projeto de vida que abarca tudo e uma atitude real da existência [..] o homem se entrega inteira e livremente a Deus, oferece-lhe homenagem total de seu entendimento e vontade, assentindo livremente no que Deus revela (DV 5). No Catecismo alemão conclue-se quatro afirmações: 1) A fé é a resposta do homem à revelação que Deus fez de si mesmo; 2) A fé é, portanto, um dom gratuito da graça iluminadora de Deus; 3) A fé é também um ato livre e responsável do homem; 4) Assim, a fé é encontro, comunicação e amizade com Deus, plenitude de sentido e salvação do homem todo. Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 93-94)
  • 48. 4. Doutrina da Igreja 4.3. A Catequse da Igreja C) A fé como ato intelectual é mencionada seja como atitude de vida e como virtude. Primeira Parte - Conteúdo do Credo cristão – natureza do ato de crer (§142-194) Volta a aparecer na 3ª Parte – “considera a fé como objeto da moralidade e o primeiro dos deveres do comportamento moral cristão. (CEC 2087; 2088) Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 95)
  • 49. 1. Estrutura Antropológica do ato de Crer 5. Fé e Responsabilidade Moral Virtude da Fé Vinculação entre fé e o compromisso concreto dos crentes. Relação “fé-obras” ou a implicação “verdade-amor” – questões inevitáveis na história do cristianismo. Teólogos salamanquinos no século XVI discutiram questões sociais, políticas e eclesiásticas – dimensões reais do planeta. Isso para validar a objeção de consciência diante de leis que atentam contra a dignidade humana.
  • 50. VirtudedaFé 5. Fé e Responsabilidade Moral 5.1 Implicação fé-compromisso no Novo Testamento
  • 51. 5. Fé e Responsabilidade Moral 5.1. Implicação fé-compromisso no NT Evangelhos: Marcos sugere o imperativo “Convertei-vos, arrependei-vos, fazei penitência” foi algo ampliado “crer no Evangelho” e “acolher a salvação”. Jovem Rico – seguimento do mestre (Mt 19,21); “vende tudo o que possuis, dá-o aos pobres e terás um tesouro nos céus. Depois, vem e segue-me” São Paulo: insiste na novidade da vida do cristão; “se revestiram de Cristo” (Gl 3,27), ou, “revesti-vos do Senhor Jesus Cristo”” (Rm 13,14), além de trazer conceitos de justificação e libertação, vida em Cristo, vida ressuscitada (teologia paulina). Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 96)
  • 52. 5. Fé e Responsabilidade Moral 5.1. Implicação fé-compromisso no NT Teologia Joanina: a fé e apresentada como aceitação (graça de Deus) da pessoa de Jesus e dos títulos messiânicos que Jesus reinvidica para si. (Jo 6,29; 12,47) A relação entre fé e o amor é um tema fundamental e recorrente (1Jo 3,14; 4,16; 3Jo 5) Livro do Apocalipse: o ato de fé implica nas comunidades cristãs uma postura de fidelidade a seu Senhor. Essa fidelidade a Jesus Cristo e à sua mensagem é exemplificada em várias atitudes concretas. Nelas, as obras do cristão representam o sinal da verificação de sua fé (Ap 2,2-19) Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 96)
  • 53. VirtudedaFé 5. Fé e Responsabiliade Moral 5.2 Deveres da virtude e pecados contra a fé
  • 54. 5. Fé e Responsabilidade Moral 5.2. Deveres da virtude e pecados contra fé A fé está chamada a produzir frutos: “Da fé gera a continência, da continência a simplicidade, da simplicidade, a inocência, da inocência a modéstia, da modéstia a ciência, da ciência, a Caridade. (Pastor de Hermas) A) Teologia Moral: a fé está integrada por três atitudes fundamentais: Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 98)
  • 55. 5. Fé e Responsabilidade Moral 5.2. Deveres da virtude e pecados contra fé 1) Virtude da fé – fruto de uma eleição gratuita (chamado, vocação). “Cremos em Deus porque ele quis crer em nós.” 2) Viver a fé significa também uma abertura à capacidade de dialogar. Crer em Deus é manter-nos dispo´níveis para o encontro com o tu. 3) A fé em Deus, além da vocação e da capaciade de dialogar, inclui sempre o amor. Crer em Deus é saber- nos amados e portadores de um amor que nos ultrapassa (nova antropologia = nova ética) “O homem é o ser que se sabe amado por Deus e transmite seu amor aos irmãos.” Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 98-99)
  • 56. 5. Fé e Responsabilidade Moral 5.2. Deveres da virtude e pecados contra fé B) Nos tratados de teologia moral costumavam expor detalhadamente os pecados que se opõem à fé. Por excesso; a credulidade excessiva e a supertiação. E, outos, por falta; a infidelidade, a apostasia, a heresia, a dúvida, a ignorância e a omissão dos atos da fé quando há obrigação de os realizar. A fé é um dom de Deus, por isso a dúvida voluntária e a dúvida involuntária, são pecados contra essa virtude teologal e pode levar à cegueira do espírito. (CEC 2088) E ainda, a “incredulidade” gera a heresia, a apostasia e o cisma (CEC 2089) Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 99)
  • 57. 5. Fé e Responsabilidade Moral 5.2. Deveres da virtude e pecados contra fé C) Nos manuais de teologia incluia os perigos contra a fé: a) O trato com não-católicos (religioso, perversão e escândalo); b) A assistência a escolas não-católicas (perversão); c) A leitura de livros heréticos; d) O matrimônio com hereges ou incrédulos; Mas a própria Igreja reconhecem valores positivos nos não- crentes (LG 16; GS 12a; 21f), mas propõe a evangelização e a oferta da mensagem da salvação entre eles (LG 28d; SC 8b; PO 4a; AA 6c) – solicitude pastoral pelos não-crentes (CD 13a; PO 9c; OT 19a) O maior perigo não está no encontro com os não-crentes, mas na apatia, na preguiça. Privatização da Fé (p. 100) Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 100)
  • 58. 5. Fé e Responsabilidade Moral 5.2. Deveres da virtude e pecados contra fé CONCLUINDO: É preciso abrir o coração para voltar a imaginar e propor-se os esplêndidos desafios que nos propõe nossa fé num DEUS PAI TODO PODEROSO: 1) Saber que coisas são formosas, que a rosa e a tormenta têm um sentido e que a dor nunca é inútil. 2) Negar-se a aceitar que a beleza seja apenas uma nostalgia e que a justiça seja apenas uma palabra que brilha nos discursos. 3) É aceitar e proclamar que as coisas foram feitas para o homem e não o homem para as coisas, porque o projeto de Deus criador é um plano de amor para seus filhos. Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 101)
  • 59. 5. Fé e Responsabilidade Moral 5.2. Deveres da virtude e pecados contra fé 4) É saber que a história tem sentido apenas em Deus e nunca em outras metas, e que podemos e devemos ser livres diante de tantos ídolos que reclamam nossa adoração. 5) É aceitar com alegria nossa tarefa de colaboradores nesta criação e de sonhadores ativos na nova e definitiva criação. 6) É proclamar nossa esperançanum céu novo e numa nova terra, nos quais habitem a justiça, a paz e a ternura. 7) É aceitar que sua paternidade nos une na fraternidade, que não haverá irmãos enquanto não reconhecermos o rosto de um Pai comum e reconciliador. Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 101)
  • 60. 5. Fé e Responsabilidade Moral 5.2. Deveres da virtude e pecados contra fé 8) É protestar que ninguém pode ser esquecido proscrito, utilizado e vendido diante do rosto de um Deus e Pai que derruba do trono os poderosos. 9) É confessar que fomos chamados a viver e a conviver, a orar e a trabalhar, a contemplar e a aceitar, a receber e a entregar, ou seja, a nos entregar. Virtude da Fé (ANDRÉS, p. 101)
  • 61. Virtude da Fé Catecismo da Igreja Católica, § 176 - 184