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A CÂMARA CLARA
Roland Barthes

Rodrigo Volponi
O LIVRO


Editora Saraiva | 2012



Escrito em 1979



Formato de diário



Redigido em 48 dias



Cada pequeno capítulo é
referente a um dia



Formato de ensaio pessoal
ROLAND BARTHES


Nasceu em Cherbourg, na França,
em 1915



Semiólogo, escritor, filósofo e
crítico literário francês



Formado em Letras Clássicas,
Gramática e Filosofia pela
Universidade de Paris



Escolas: Estruturalismo, Pós
Estruturalismo e Semiótica
AVENTURA NA FOTO
 Atração exercida por uma foto
 Estalo
 Ela me anima, ela produz o que toda aventura produz


“Compreendi logo que a “aventura” dessa foto tinha a ver com
a presença de dois elementos”



O soldados no primeiro plano e as freiras ao fundo.



Dois elementos heterogênos, de mundos distintos



Paz e guerra



Dois exércitos

Koen Wessing:
Nicarágua, O exército em patrulha
nas ruas, 1979.


“…o lençol levado pela mãe a chorar (por que esse lençol?)…”



Dualidade



Lençol branco X morte



Mãe indo cobrir seu filho



Um pé descalço

Koen Wessing:
Nicarágua, Pais descobrem o
cadáver do filho, 1979.ç
STUDIUM & PUNCTUM
 Uma forma de avaliação criada por ele próprio
 Uma nomeclatura para definir porque certas fotos chamavam mais

atenção dele do que outras
 Um ensaio sobre estrutura da imagem e representação
 Sobre o diálogo entre Operador, Spectador, Alvo
STUDIUM
 Latin, aplicação a uma coisa, o gosto por alguém , uma espécie de

investimento geral, ardoroso
 Interesse humano
 Afeto médio, Amestramento
 Relação cultural com o objeto ou pessoa fotografada
 Interesse geral
 Uma espécie de educação
 Gosto / Não Gosto
 Reconhecimento da intenção do fotógrafo.
PUNCTUM
 Do Latin: Picada, pequeno buraco,

pequeno corte
 Ele parte da cena
 Um acaso, um detalhe
 Uma flecha que transpassa

o espectador
 Marca feita por

um instrumento pontudo
 “ O punctum , para mim, são

para mim os braços cruzados
do segundo grumete”

Nadar: Savorgnan de Brazza, 1882
UMA FOTO | OBJETO DE 3 PRÁTICAS
 Fazer > Suportar > Olhar
 Operador | Fotógrafo
 Spectador | Todos nós
 Alvo | Objeto ou pessoa
 Spectrum | Referente | Pequeno Simulacro | Espetáculo
DIANTE DA OBJETIVA SOMOS APENAS
IMITAÇÕES DE NÓS MESMOS.
 …a partir do momento que me sinto olhado pela objetiva, tudo

muda: ponho-me a posar, fabrico-me instantaneamente um outro
corpo, metamorfososeio-me antecipadamente em imagem. Essa
transformação é ativa: sinto que a fotografia cria meu corpo ou o
mortifica… (2012 p. 18-19)
 ...diante da objetiva, sou ao mesmo tempo: aquele que eu me julgo,

aquele que eu gostaria que me julgassem, aquele que o o fotógrafo me
julga e aquele de que ele se serve para exibir sua arte. (2012 p. 18-19)
 Todo mundo é sempre apenas a cópia de uma cópia, real ou mental
A RELAÇÃO DE BARTHES COM A MÃE
 Ora, numa noite de novembro, pouco tempo depois da morte de

minha mãe, organizei as fotos. Eu não contava reencontrá-la, não
esperava nada dessas fotografias de um ser, diante das quais nos
lembramos menos bem dele do que se nos contentamos em pensar
nele (Proust). Eu sabia que por essa fatalidade que é um dos traços
mais atrozes do luto, eu consultaria imagens em vão, não poderia
nunca mais lembrar-me de seus traços.… (2012 p. 18-19)
A RELAÇÃO DE BARTHES COM A MÃE
 Observei a menina e enfim reencontrei minha mãe. A claridade se

sua face, a pose ingênua de sua mão, o lugar que docilmente ela havia
ocupado, sem se mostrar nem se esconder, sua expressão enfim, que
a a dinstinguia como o Bem do Mal, da menina histérica, da boneca
carreteira que imita os adultos, tudo isso formava a figura de uma
inocência soberana.…Nessa imagem de menina eu via a bondade que
de imediato e para sempre havia foram seu ser, sem que ela a
recebesse de ninguém...(2012 p. 65)
 Busca por uma representação
 Tentativa do reconhecimento da essência em uma imagem
 Memória X Imagem
 No final da vida de sua mãe ele cuidava dela como se fosse uma filha,

igual a menina na fotografia
SOBRE CORES
 “A Cor, para mim, é um ornato,

postiço, uma maquiagem (tal como
a que é usada em cadáveres). Pois
o que me importa não é a vida da
foto, mas a certeza de que o corpo
fotografado vem me tocar com
seus próprios raios, e não com
uma luz acrescentada depois.”
 Alegoria
 Superficial

R. Avedon
William Casby, nascido escravo, 1963
RETRATO DA SOCIEDADE / STUDIUM
 A fotografia tem a função de informar.
 Traz e gera conhecimento
 Retrata uma época, um estilo
 “ Isso a fotografia pode me dizer,

muito melhor que os retratos pintados”
 “ O fotógrafo me ensina como

se vestem os russos: noto o
grosso boné de um garoto,
a gravata de outro, o pano na
cabeça da velha, o corte de
cabelo de um adolescente...”
William Klein
1º de Maio em Moscou, 1959
CÂMARA CLARA
 Câmara escura
 Técnica que deu origem a fotografia
 Ela consiste numa caixa (ou também sala)

com um buraco no canto, a luz de um
lugar externo passa pelo buraco
e atinge uma superfície interna,
onde é reproduzida a imagem invertida.
 Acredito que o título tenha relação com o

efeito que uma boa fotografia pode causar
ao seu spectador.
Ela revela ao invés de esconder
SOBRE LER FOTOS
 ..devem ser olhadas quando se está só. Suporto mal a projeção

priavad de um filme, mas tenho necessidade de estar sozinho dainte
das fotos que olho.
 Mesmo no meio de público quando se vê uma foto não deixa de ser

uma leitura ou uma experiência privada.

William Klein
Nova York, 1954: o bairro italiano
RECONTEXTUALIZAÇÃO DA OBRA
 É importante ressaltar que o autor passou por uma virada em sua

teoria.
 Em um trecho de um livro editado em 1994 (Oeuveres Completes)

ele comenta sobre a tarefa exaustiva dos estruturalistas em
homogeneizar e categorizar as coisas, fazendo isso, inclusive, com um
dos seus objetos de estudo, que era o texto.
 Por isso, Barthes é considerado um estudioso que re-contextualizou

sua teoria, aderindo aos estudos que podem ser considerados como
pós-estruturalistas, os quais levam em consideração o sujeito e a
história.
"No fundo a fotografia é subversiva, não
quando aterroriza, perturba ou mesmo
estigmatiza, mas quando é pensativa."
Roland Barthes
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Rodrigo Volponi

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A Câmara Clara - Roland Barthes

  • 1. A CÂMARA CLARA Roland Barthes Rodrigo Volponi
  • 2. O LIVRO  Editora Saraiva | 2012  Escrito em 1979  Formato de diário  Redigido em 48 dias  Cada pequeno capítulo é referente a um dia  Formato de ensaio pessoal
  • 3. ROLAND BARTHES  Nasceu em Cherbourg, na França, em 1915  Semiólogo, escritor, filósofo e crítico literário francês  Formado em Letras Clássicas, Gramática e Filosofia pela Universidade de Paris  Escolas: Estruturalismo, Pós Estruturalismo e Semiótica
  • 4. AVENTURA NA FOTO  Atração exercida por uma foto  Estalo  Ela me anima, ela produz o que toda aventura produz
  • 5.  “Compreendi logo que a “aventura” dessa foto tinha a ver com a presença de dois elementos”  O soldados no primeiro plano e as freiras ao fundo.  Dois elementos heterogênos, de mundos distintos  Paz e guerra  Dois exércitos Koen Wessing: Nicarágua, O exército em patrulha nas ruas, 1979.
  • 6.  “…o lençol levado pela mãe a chorar (por que esse lençol?)…”  Dualidade  Lençol branco X morte  Mãe indo cobrir seu filho  Um pé descalço Koen Wessing: Nicarágua, Pais descobrem o cadáver do filho, 1979.ç
  • 7. STUDIUM & PUNCTUM  Uma forma de avaliação criada por ele próprio  Uma nomeclatura para definir porque certas fotos chamavam mais atenção dele do que outras  Um ensaio sobre estrutura da imagem e representação  Sobre o diálogo entre Operador, Spectador, Alvo
  • 8. STUDIUM  Latin, aplicação a uma coisa, o gosto por alguém , uma espécie de investimento geral, ardoroso  Interesse humano  Afeto médio, Amestramento  Relação cultural com o objeto ou pessoa fotografada  Interesse geral  Uma espécie de educação  Gosto / Não Gosto  Reconhecimento da intenção do fotógrafo.
  • 9. PUNCTUM  Do Latin: Picada, pequeno buraco, pequeno corte  Ele parte da cena  Um acaso, um detalhe  Uma flecha que transpassa o espectador  Marca feita por um instrumento pontudo  “ O punctum , para mim, são para mim os braços cruzados do segundo grumete” Nadar: Savorgnan de Brazza, 1882
  • 10. UMA FOTO | OBJETO DE 3 PRÁTICAS  Fazer > Suportar > Olhar  Operador | Fotógrafo  Spectador | Todos nós  Alvo | Objeto ou pessoa  Spectrum | Referente | Pequeno Simulacro | Espetáculo
  • 11. DIANTE DA OBJETIVA SOMOS APENAS IMITAÇÕES DE NÓS MESMOS.  …a partir do momento que me sinto olhado pela objetiva, tudo muda: ponho-me a posar, fabrico-me instantaneamente um outro corpo, metamorfososeio-me antecipadamente em imagem. Essa transformação é ativa: sinto que a fotografia cria meu corpo ou o mortifica… (2012 p. 18-19)  ...diante da objetiva, sou ao mesmo tempo: aquele que eu me julgo, aquele que eu gostaria que me julgassem, aquele que o o fotógrafo me julga e aquele de que ele se serve para exibir sua arte. (2012 p. 18-19)  Todo mundo é sempre apenas a cópia de uma cópia, real ou mental
  • 12. A RELAÇÃO DE BARTHES COM A MÃE  Ora, numa noite de novembro, pouco tempo depois da morte de minha mãe, organizei as fotos. Eu não contava reencontrá-la, não esperava nada dessas fotografias de um ser, diante das quais nos lembramos menos bem dele do que se nos contentamos em pensar nele (Proust). Eu sabia que por essa fatalidade que é um dos traços mais atrozes do luto, eu consultaria imagens em vão, não poderia nunca mais lembrar-me de seus traços.… (2012 p. 18-19)
  • 13. A RELAÇÃO DE BARTHES COM A MÃE  Observei a menina e enfim reencontrei minha mãe. A claridade se sua face, a pose ingênua de sua mão, o lugar que docilmente ela havia ocupado, sem se mostrar nem se esconder, sua expressão enfim, que a a dinstinguia como o Bem do Mal, da menina histérica, da boneca carreteira que imita os adultos, tudo isso formava a figura de uma inocência soberana.…Nessa imagem de menina eu via a bondade que de imediato e para sempre havia foram seu ser, sem que ela a recebesse de ninguém...(2012 p. 65)  Busca por uma representação  Tentativa do reconhecimento da essência em uma imagem  Memória X Imagem  No final da vida de sua mãe ele cuidava dela como se fosse uma filha, igual a menina na fotografia
  • 14. SOBRE CORES  “A Cor, para mim, é um ornato, postiço, uma maquiagem (tal como a que é usada em cadáveres). Pois o que me importa não é a vida da foto, mas a certeza de que o corpo fotografado vem me tocar com seus próprios raios, e não com uma luz acrescentada depois.”  Alegoria  Superficial R. Avedon William Casby, nascido escravo, 1963
  • 15. RETRATO DA SOCIEDADE / STUDIUM  A fotografia tem a função de informar.  Traz e gera conhecimento  Retrata uma época, um estilo  “ Isso a fotografia pode me dizer, muito melhor que os retratos pintados”  “ O fotógrafo me ensina como se vestem os russos: noto o grosso boné de um garoto, a gravata de outro, o pano na cabeça da velha, o corte de cabelo de um adolescente...” William Klein 1º de Maio em Moscou, 1959
  • 16. CÂMARA CLARA  Câmara escura  Técnica que deu origem a fotografia  Ela consiste numa caixa (ou também sala) com um buraco no canto, a luz de um lugar externo passa pelo buraco e atinge uma superfície interna, onde é reproduzida a imagem invertida.  Acredito que o título tenha relação com o efeito que uma boa fotografia pode causar ao seu spectador. Ela revela ao invés de esconder
  • 17. SOBRE LER FOTOS  ..devem ser olhadas quando se está só. Suporto mal a projeção priavad de um filme, mas tenho necessidade de estar sozinho dainte das fotos que olho.  Mesmo no meio de público quando se vê uma foto não deixa de ser uma leitura ou uma experiência privada. William Klein Nova York, 1954: o bairro italiano
  • 18. RECONTEXTUALIZAÇÃO DA OBRA  É importante ressaltar que o autor passou por uma virada em sua teoria.  Em um trecho de um livro editado em 1994 (Oeuveres Completes) ele comenta sobre a tarefa exaustiva dos estruturalistas em homogeneizar e categorizar as coisas, fazendo isso, inclusive, com um dos seus objetos de estudo, que era o texto.  Por isso, Barthes é considerado um estudioso que re-contextualizou sua teoria, aderindo aos estudos que podem ser considerados como pós-estruturalistas, os quais levam em consideração o sujeito e a história.
  • 19. "No fundo a fotografia é subversiva, não quando aterroriza, perturba ou mesmo estigmatiza, mas quando é pensativa." Roland Barthes OBRIGADO! Rodrigo Volponi