O documento apresenta três habilidades avaliadas pelo ENEM: 1) dominar linguagens e compreender fenômenos; 2) enfrentar situações-problema; 3) identificar elementos que organizam textos de diferentes gêneros. A compreensão dessas habilidades é essencial para responder adequadamente às questões do exame.
2. O ENEM quer avaliar se você é
capaz de:
Dominar linguagens,
Compreender fenômenos,
Enfrentar situações-
problema,
3. Para isso você tem que ter
Habilidades
Qualidade de quem é hábil; capacidade
de fazer alguma coisa bem:
Competências:
Capacidade de realizar algo de modo
satisfatório
O conhecimento que leva um indivíduo a
falar e compreender a sua língua
4. Habilidade 1 – Identificar as diferentes linguagens e seus recursos
expressivos como elementos de
caracterização dos sistemas de comunicação.
Concordo plenamente com o artigo "Revolucione a sala de aula". É preciso que valorizemos o ser
humano, seja ele estudante, seja professor. Acredito na importância de aprender a respeitar
nossos limites e superá-los, quando possível, o que será mais fácil se pudermos desenvolver a
capacidade de relacionamento em sala de aula. Como arquiteta, concordo com a postura de
valorização do indivíduo, em qualquer situação: se procurarmos uma relação de respeito e
colaboração, seguramente estaremos criando a base sólida de uma vida melhor.
Tania Bertoluci de Souza Porto Alegre, RS
Disponível em: <:http://www.kanitz.com.br/veja/cartas.htm>.
Acesso em: 2 maio 2009 (com adaptações).
Em uma sociedade letrada como a nossa, são construídos textos diversos para dar conta das
necessidades cotidianas de comunicação. Assim, para utilizar-se de algum gênero textual, é
preciso que conheçamos os seus elementos. A carta de leitor é um gênero textual que
(A) apresenta sua estrutura por parágrafos, organizado pela tipologia da ordem da injunção
(comando) e estilo de linguagem com alto grau de formalidade.
(B) se inscreve em uma categoria cujo objetivo é o de descrever os assuntos e temas que
circularam nos jornais e revistas do país semanalmente.
(C) se organiza por uma estrutura de elementos bastante flexível em que o locutor encaminha a
ampliação dos temas tratados para o veículo de comunicação.
(D) se constitui por um estilo caracterizado pelo uso da variedade não-padrão da língua e tema
construído por fatos políticos.
(E) se organiza em torno de um tema, de um estilo e em forma de paragrafação, representando,
em conjunto, as ideias e opiniões de locutores que interagem diretamente com o veículo de
comunicação.
6. Compreender fenômenos
A Ema
O surgimento da figura da Ema no céu, ao leste, no
anoitecer, na segunda quinzena de junho, indica o
início do inverno para os índios do sul do Brasil e o
começo da estação seca para os do norte. É limitada
pelas constelações de Escorpião e do Cruzeiro do Sul,
ou Cut'uxu. Segundo o mito guarani, o Cut’uxu
segura a cabeça da ave para garantir a vida na
Terra, porque, se ela se soltar, beberá toda a água
do nosso planeta. Os tupisguaranis utilizam o Cut'uxu
para se orientar e determinar a duração das noites e
as estações do ano. A ilustração a seguir é uma
representação dos corpos celestes que constituem a
constelação da Ema, na percepção indígena.
7.
8. A próxima figura mostra, em campo de
visão ampliado, como povos de culturas
não indígenas percebem o espaço
estelar em que a Ema é vista
9.
10. Considerando a diversidade cultural focalizada no
texto e nas figuras acima, avalie as seguintes
afirmativas.
I A mitologia guarani relaciona a presença da Ema no
firmamento às mudanças das estações do ano.
II Em culturas indígenas e não-indígenas, o Cruzeiro do
Sul, ou Cut'uxu, funciona como parâmetro de
orientação espacial.
III Na mitologia guarani, o Cut'uxu tem a importante
função de segurar a Ema para que seja preservada a
água da Terra.
IV As três Marias, estrelas da constelação de Órion,
compõem a figura da Ema.
11. A I.
B II e III.
C III e IV.
D I, II e III.
E I, II e IV.
13. Enfrentar situações-
problema
José Dias precisa sair de sua casa e chegar até o trabalho, conforme mostra o Quadro 1. Ele vai
de ônibus e pega três linhas: 1) de sua casa até o terminal de integração entre a zona norte e a
zona central; 2) deste terminal até outro entre as zonas central e sul; 3) deste último terminal
até
onde trabalha. Sabe-se que há uma correspondência numérica, nominal e cromática das linhas
que José toma, conforme o Quadro 2.
QUADRO 1 QUADRO 2
ZONA NORTE (CASA) Linha 100 circular zona sul Linha Amarela
ZONA CENTRAL Linha 101 circular zona central Linha
Vermelha
ZONA SUL (TRABALHO) Linha 102 circular zona norte Linha Azul
José Dias deverá, então, tomar a seguinte sequência de linhas de ônibus, para ir de casa ao
trabalho:
(A) L. 102 – Circular zona central – L. Vermelha.
(B) L. Azul – L. 101 – Circular zona norte.
(C) Circular zona norte – L. Vermelha – L. 100.
(D) L. 100 – Circular zona central – L. Azul.
(E) L. Amarela – L. 102 – Circular zona sul.
15. Habilidade 13 – Analisar as diversas produções artísticas como
meio de explicar diferentes culturas,
padrões de beleza e preconceitos.
16.
17. Comparando as figuras, que apresentam mobiliários de épocas diferentes, ou seja, a figura 1
corresponde a um projeto elaborado por Fernando e Humberto Campana e a figura 2, a um
mobiliário do reinado de D. João VI, pode-se afirmar que
(A) os materiais e as ferramentas usados na confecção do mobiliário de Fernando e Humberto
Campana, assim como os materiais e as ferramentas utilizados na confecção do mobiliário
do reinado de D. João VI, determinaram a estética das cadeiras.
(B) as formas predominantes no mobiliário de Fernando e Humberto Campana são complexas,
enquanto que as formas do mobiliário do reinado de D. João VI são simples, geométricas e
elásticas.
(C) o artesanato é o atual processo de criação de mobiliários empregado por Fernando e
Humberto Campana, enquanto que o mobiliário do reinado de D. João VI foi industrial.
(D) ao longo do tempo, desde o reinado de D. João VI, o mobiliário foi se adaptando
consoante
as necessidades humanas, a capacidade técnica e a sensibilidade estética de uma
sociedade.
(E) o mobiliário de Fernando e Humberto Campana, ao contrário daquele do reinado de D.
João
VI, considera primordialmente o conforto que a cadeira pode proporcionar, ou seja, a função
em detrimento da forma.
19. O poema de Manoel de Barros será utilizado para
resolver as questões 4 e 5.
O apanhador de desperdícios
Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
20. Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato
de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.
BARROS, Manoel de. O apanhador de desperdícios. In. PINTO, Manuel da Costa.
Antologia comentada da poesia brasileira do século 21. São Paulo: Publifolha, 2006. p.
73-74.
21. Habilidade 15 – Estabelecer relações entre o texto literário e o
momento de sua produção, situando
aspectos do contexto histórico, social e político.
É próprio da poesia de Manoel de Barros valorizar seres e coisas
considerados, em geral, de menor importância no mundo
moderno. No poema de Manoel de Barros, essa valorização é
expressa por meio da linguagem
(A) denotativa, para evidenciar a oposição entre elementos da
natureza e da modernidade.
(B) rebuscada de neologismos que depreciam elementos próprios
do mundo moderno.
(C) hiperbólica, para elevar o mundo dos seres insignificantes.
(D) simples, porém expressiva no uso de metáforas para definir o
fazer poético do eu-lírico poeta.
(E) referencial, para criticar o instrumentalismo técnico e o
pragmatismo da era da informação digital.
23. Habilidade 17 – Reconhecer a presença de valores sociais e
humanos atualizáveis e permanentes no
patrimônio literário nacional.
Considerando o papel da arte poética e a leitura do poema de
Manoel de Barros, afirma-se que
(A) informática e invencionática são ações que, para o poeta,
correlacionam-se: ambas têm o mesmo valor na sua poesia.
(B) arte é criação e, como tal, consegue dar voz às diversas
maneiras que o homem encontra para dar sentido à própria
vida.
(C) a capacidade do ser humano de criar está condicionada aos
processos de modernização tecnológicos.
(D) a invenção poética, para dar sentido ao desperdício, precisou
se render às inovações da informática.
(E) as palavras no cotidiano estão desgastadas, por isso à poesia
resta o silêncio da não comunicabilidade.
25. Habilidade 18 – Identificar os elementos que concorrem para a
progressão temática e para a organização e
estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos.
Aumento do efeito estufa ameaça plantas, diz estudo.
O aumento de dióxido de carbono na atmosfera, resultante do uso de combustíveis fósseis e
das queimadas, pode ter consequências calamitosas para o clima mundial, mas também
pode afetar diretamente o crescimento das plantas. Cientistas da Universidade de Basel, na
Suíça, mostraram que, embora o dióxido de carbono seja essencial para o crescimento dos
vegetais, quantidades excessivas desse gás prejudicam a saúde das plantas e têm efeitos
incalculáveis na agricultura de vários países.
O Estado de São Paulo, 20 set. 1992, p.32.
O texto acima possui elementos coesivos que promovem sua manutenção temática. A partir
dessa
perspectiva, conclui-se que
(A) a palavra “mas”, na linha 3, contradiz a afirmação inicial do texto: linhas 1 e 2.
(B) a palavra “embora”, na linha 4, introduz uma explicação que não encontra complemento no
restante do texto.
(C) as expressões: “consequências calamitosas”, na linha 2, e “efeitos incalculáveis”, na linha 6,
reforçam a ideia que perpassa o texto sobre o perigo do efeito estufa.
(D) o uso da palavra “cientistas”, na linha 3, é desnecessário para dar credibilidade ao texto,
uma vez que se fala em “estudo” no título do texto.
(E) a palavra “gás”, na linha 5, refere-se a “combustíveis fósseis” e “queimadas”, nas linhas 1 e
2, reforçando a ideia de catástrofe.
27. Habilidade 25 – Identificar, em textos de diferentes gêneros, as
marcas linguísticas que singularizam as
variedades linguísticas sociais, regionais e de registro.
28. O personagem Chico Bento pode ser considerado um típico
habitante da zona rural, comumente chamado de “roceiro” ou
“caipira”. Considerando a sua fala, essa tipicidade é confirmada
primordialmente pela
(A) transcrição da fala característica de áreas
rurais.
(B) redução do nome “José” para “Zé”, comum
nas comunidades rurais.
(C) emprego de elementos que caracterizam
sua linguagem como coloquial.
(D) escolha de palavras ligadas ao meio rural,
incomuns nos meios urbanos.
(E) utilização da palavra “coisa”, pouco
frequente nas zonas mais urbanizadas.
29. Ao contrário do
“decoreba”, a prova do
Enem faz com quem o
aluno pense, raciocine e
formule respostas de
acordo com o que
aprendeu (leu ) e
vivenciou.
30. A Língua Portuguesa no
ENEM
O Enem quer saber até onde vai
a sua capacidade para
entender as várias formas de
linguagem, seja um texto em
português, um gráfico, uma
tira de história em quadrinhos
ou fórmulas científicas.
31. Você tem de
demonstrar que
conhece e entende
os códigos verbais e
não-verbais.
32. Aproveite ao máximo cada
aula, faça bem feito tudo o
que os professores lhe
propuserem, e leia, leia muito
e de tudo:
Interpretar textos é o
coração do ENEM.
34. No trecho “ A era digital trouxe para o homem inovações e facilidades
que superou de longe o que a ficção previa até pouco tempo atrás”, há
desvio em relação à concordância verbal. Para que não apresente
problema de concordância ( e não tenha seu sentido alterado) ele pode
ser escrito da seguinte maneira.
A) A era digital trouxeram para o homem inovações e facilidades que
superou de longe o que a ficção previa até pouco tempo atrás.
B) A eras digital trouxe para o homem inovação e facilidade que
superou de longe o que a ficção previa até pouco tempo atrás.
C) A era digital trouxe para o homem inovações e facilidades que
superou de longe o que a ficção preveria ate pouco tempo atrás.
D) A era digital trouxe para o homem inovações e facilidades que
superaram de longe o que a ficção previa até pouco tempo atrás.
E) A era digital trouxe para o homem inovações e facilidades que
superou de longe o que a ficção previam até pouco tempo atrás.
35. CONCORDÂNCIA VERBAL
A vida não é feita de rosas.
Atualmente, os médicos já operam utilizando
tubos de fibras óticas.
O v e r b o c o n c o r d a e m n ú me r o e
p e s s o a c o m o s u j e it o s imp l e s .
36. 2- A maioria dos trabalhadores recebe /
recebem o salário no quinto dia útil de cada
mês.
Grande parte dos desenhos não serve /
servem mais.
A maior parte de / O menor número de / A
maioria de + nome no plural, o verbo fica no
singular / plural
37. 3- Cerca de vinte homens foram à festa.
Mais de um já me avisou do acidente ocorrido
na estrada.
Mais de / menos de / perto de / cerca de +
numeral, o verbo concorda com o numeral.
38. Obs 1: Mais de um carro se chocaram.
“Mais de um” indicando reciprocidade, o
verbo vai para o plural.
Obs 2: Mais de um aluno, mais de um
professor visitaram o teatro.
“Mais de um”: expressão repetida, o verbo
vai para o plural.
39. 4- Fui eu que vi o Cruzeiro erguer-se no mar.
Acaso somos nós que temos a
responsabilidade de ficar aqui?
Sujeito sendo o pronome QUE, o verbo
concorda com o antecedente desse pronome.
40. 4- Sou eu quem falo / fala agora.
Serão eles quem enviarão / enviará o
programa.
Sujeito sendo o pronome QUEM, o verbo
pode ficar na 3ª pessoa do singular ou
concordar com o antecedente desse
pronome.
41. 5- Os Carvalhos chegarão a Bauru por volta
de 1910.
Os Estados Unidos nunca viram algo assim.
Sujeito representado por nomes próprios no
plural, precedidos de artigo o verbo fica no
plural.
42. Campinas é uma grande cidade.
Atenas exala história.
Sujeito representado por nomes próprios no plural, não
precedidos de artigo, o verbo fica no singular.
Campinas e Caracas são cidades da América Latina.
Sujeito composto: o verbo fica no plural.
Os Lusíadas são / é um grande poema em que Camões fala da
história de Portugal.
Quando se trata de títulos de obras, admite-se o plural ou o
singular.
43. Nunca nenhum de nós esqueceu seu nome.
Qual de nós contará a verdade a ela?
Pronome interrogativo singular ou indefinido
singular + de nós ou de vós: verbo fica na 3ª
pessoa do singular.
44. 6- Quais de nós contaremos / contarão a
verdade a ela?
Muitos dentre vós teriam / teríeis agido
assim.
Pronome interrogativo plural ou indefinido
plural + de nós ou de vós: verbo fica na 3ª
pessoa do plural ou concorda com o pronome.
45. 7- Multidão aplaudiu de pé o maestro.
Um bando de pássaros sobrevoava /
sobrevoavam a cidade.
Sujeito representado por substantivo
coletivo: verbo no singular.
Quando o substantivo estiver especificado:
verbo poderá ficar no singular / plural
46. Concordância do Verbo SER
1-Essas dores são o meu sofrimento.
A compra são uns retalhos coloridos.
Sujeito e predicativo representados por
nomes de coisas e, um deles estiver no plural,
o verbo concordará com o que estiver no
plural.
47. 2- Minha vaidade são os meus filhos.
Minhas alegrias é esta criança.
Um dos elementos referir-se a pessoa, o verbo
concordará com ela.
48. 3- As crianças e os trabalhadores não somos
nós.
Se um dos elementos for pronome pessoal,
com este concordará o verbo.
4- Eu não sou ele.
Sendo ambos os termos representados por
pronomes pessoais, o verbo concorda com o
pronome sujeito.
49. 5- Naquela loja, tudo eram quinquilharias.
No amor nem tudo são alegrias.
Sujeito representado por pronomes neutros e
o predicativo no plural, o verbo concordará,
de preferência, com o substantivo.
50. 6- É uma hora.
São oito horas.
Eram 03 de setembro quando partimos.
Da praia até nossa casa são cinco quadras.
51. 7- Cinco quilos de arroz é pouco.
Trezentos reais pela passagem é muito.
Seis litros de leite é menos do que
precisamos.
Sujeito indicando peso, medida, quantidade e
for seguido de pouco, muito, menos de, mais
de, o verbo SER fica no singular.
52. Concordância dos Verbos
Impessoais
Verbo Haver:
1- No sentido de EXISTIR é impessoal e
conjuga-se somente na 3ª pessoa do
singular.
Havia(existiam) histórias estranhas sobre a
mulher do sobrado.
Há(existem) pessoas bastante crédulas neste
mundo!
53. 2 -Com o sentido de EXISTIR , formando locução
verbal, transmite sua impessoalidade ao outro verbo,
ficando ambos na 3ª pessoa do singular.
Pode haver propostas mais interessantes.
Deve haver melhores condições este mês.
Penso que vai haver eleições para a direção do clube.
54. 3- O verbo HAVER também é
impessoal quando indica tempo
decorrido.
Há vários meses viajou para o exterior.
55. Verbo FAZER:
1- É impessoal quando expressa tempo
decorrido
Faz alguns meses que o nosso casamento
acabou.
Fazia horas que o congestionamento se
iniciara na avenida.
56. Verbos que exprimem fenômenos da natureza:
Conjugados na 3ª pessoa do singular
Choveu dias e dias na fazenda.
Verbos em sentido figurado:
Tornam-se pessoais e concordam com o seu sujeito.
As lojas amanheceram enfeitadas para o Natal.
57. Concordância Nominal
Regra Geral
O artigo, o pronome, o numeral e o adjetivo devem concordar em gênero e
número com o substantivo ao qual se referem.
Ex.: Os nossos dois brinquedos preferidos estão quebrados.
pronome substantivo
artigo (masc.pl.)
(masc.pl.) numeral (masc.pl.) adjetivo
(masc.pl.) (masc.pl.)
Observe que o artigo os, o pronome nossos, o numeral dois e o adjetivo
preferidos referem-se ao substantivo (masculino/plural) brinquedos. Por isso é
que eles estão todos no masculino plural.
58. Casos especiais de Concordância
Nominal
I. Adjetivo referente a vários substantivos:
1. Quando o adjetivo vier depois de dois ou mais substantivos do mesmo
gênero, há duas possibilidades de concordância:
O adjetivo assume o gênero do substantivo e vai para o plural, ou concorda
em gênero e número com o mais próximo.
Ex.: O governador recebeu ministro e secretário espanhol.
concordou apenas com o
mais próximo
Ex.: O governador recebeu ministro e secretário espanhóis.
masculino/plural
59. 2. Quando o adjetivo vier posposto a dois ou mais substantivos de gêneros
diferentes, também há duas possibilidades de concordância:
O adjetivo vai para o masculino plural ou concorda em gênero e número com o
substantivo mais próximo.
Ex.: Ele apresentou argumento e razão justos.
masculino/plural
Ex.: Ele apresentou argumento e razão justa.
concordou com o substantivo
mais próximo
Ex.: Ele apresentou razão e argumento justo.
concordou com o substantivo
mais próximo.
60. 3. Quando o adjetivo vier anteposto a dois ou mais substantivos, concordará
com o mais próximo, se funcionar como adjunto adnominal; entretanto se
funcionar como predicativo, haverá duas possibilidades: poderá ir para o
plural ou concordar com o mais próximo.
adjetivo substantivo substantivo
Ex.: Nunca vi tamanho desrespeito e ingratidão.
adjunto adnominal
Ex.: Permaneceu fechada a porta e o portão.
predicativo do sujeito (concorda com o mais próximo)
Ex.: Permaneceram fechados a porta e o portão.
predicativo do sujeito (masculino plural)
61. II. Dois ou mais adjetivos referentes a um substantivo determinado por artigo:
Admitem duas possibilidades:
a) O substantivo fica no singular e põe-se o artigo também antes do segundo
adjetivo.
Ex.: Meu professor ensina a língua inglesa e a francesa.
b) O substantivo fica no plural e omite-se o artigo antes do segundo adjetivo:
Ex.: Meu professor ensina as línguas inglesa e francesa.
62. Casos particulares de Concordância
Nominal
1. As palavras menos, alerta e pseudo são advérbios e ficam invariáveis.
Ex.: Os soldados estavam alerta.
Há menos pessoas do que prevíamos.
2. As expressões é proibido, é necessário, é bom, é preciso quando se referem
a palavras desacompanhadas de determinantes, tomadas, portanto, em sua
generalidade, ficam invariáveis.
Ex.: É proibido entrada.
Cerveja é bom.
Coragem é necessário.
Porém, se a palavra estiver acompanhada de determinante, com ela devem
concordar.
Ex.: É proibida a entrada.
A cerveja é boa.
A coragem é necessária.
63. 3. As palavras bastante, meio, pouco, muito, caro, barato
a) Quando têm valor de adjetivo, concordam com o substantivo.
Ex.: Serviu-nos meia porção de arroz.
Conversamos bastantes vezes a esse respeito.
Os automóveis estão caros.
As frutas estão baratas.
Já é meio-dia e meia.
b) Quando têm valor de advérbio ficam invariáveis.
Ex.: Maria está meio aborrecida.
Os alunos são bastante estudiosos.
Esses automóveis custam caro.
As laranjas custam barato.
Estamos muito cansadas.
64. 4. Os adjetivos anexo, obrigado, incluso, mesmo, próprio, só, leso, quite
concordam com o substantivo a que se referem.
Ex.: Seguem anexos os documentos da partilha de bens.
A carta segue anexa.
Os documentos estão inclusos.
Ela mesma redigiu a carta.
Eles estão sós.
Estou quite com você.
Muito obrigada – disse ela.
Observação:
Os advérbios só (equivalente a somente), menos e alerta e as expressões em
anexo e a sós são invariáveis.
Ex.: Elas só esperam uma nova oportunidade.
Leia a carta e veja as fotografias em anexo.
As meninas ficaram a sós no quarto.
65. Dicas:
1. Quando a palavra só equivaler a sozinho ela será adjetivo e, portanto,
concordará com o substantivo.
2. Quando a palavra só equivaler a somente ela será advérbio e ficará invariável.
3. Quando a palavra bastante equivaler a muitos/ muitas ela será adjetivo e,
portanto, concordará com o substantivo.
4. A palavra meio equivalente a metade é adjetivo e concorda com o substantivo.
5. A palavra meio equivalendo a um pouco é advérbio e não varia.
66. Referências bibliográficas
FERREIRA, Mauro. Aprender e praticar gramática : teoria, sínteses das unidades,
atividades práticas, exercícios de vestibulares: 2º Grau. São Paulo: FTD, 1992. p.
343-352.
SARMENTO, Leila L. Gramática em texto. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2000.
p.470-475.
CEREJA, William Roberto & MAGALHÃES, Tereza C. Gramática Reflexiva. São
Paulo: Atual, 1999. p. 334-336.
MAIA, João D. Português: Série Novo Ensino Médio. São Paulo: Editora Ática,
2003.
CIPRO NETO, Pasquale & INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa.
São Paulo: Scipione, 1997.
GIACOMOZZI, Gilio & VALÉRIO, Gildete & FENGA, Cláudia R. Estudos de
Gramática. São Paulo: FTD, 1999.
67. Regência
É a relação sintática que se estabelece entre
um termo regente ou subordinante (que exige
outro) e o termo regido ou subordinado (termo
regido pelo primeiro)
A regência pode ser: verbal ou nominal.
Quando o termo regente é um verbo a regência é
verbal, quando é um nome, a regência é nominal.
68. Regência nominal
A regência nominal estuda os casos em que
nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) exi-
gem uma outra palavra para completar-lhes o
sentido. Em geral a relação entre um nome e o
seu complemento é estabelecida por uma preposi-
ção.
69. Alguns nomes e as preposições
que mais comumente eles
exigem
adepto a indiferente a
alheio a inofensivo a, para
ansioso para, por, de junto a, de, com
apto a, para próximo a, de
aversão a, por referente a
feliz de, por, em, simpatia a, por
com tendência a, para
favorável a paralelo a
imune a, de relativo a
contente com, por,
de
70. Mais nomes e as preposições
que comumente eles exigem
acessível, adequado, desfavorável, equivalente,
insensível, obediente - a
capaz, incapaz, digno, indigno, passível, contemporâneo - de
amoroso, compatível, cruel, cuidadoso, descontente - com
entendido, indeciso, lento, morador, hábil - em
inútil, incapaz, bom - para
responsável - por
71. Regência verbal
A regência verbal estuda a relação que se estabelece
entre o verbo (termo regente) e seu complemento (termo re-
gido).
Ex.: Isto pertence a todos.
termo regido
termo regente
72. Agradar
• No sentido de fazer carinho, é transitivo direto.
Ex.: A mulher agradava o filhinho.
V.T.D objeto direto
b) No sentido de contentar, satisfazer, é transitivo indireto
(exige objeto indireto com a preposição a).
Ex.: O desempenho do time agradou ao técnico.
V.T.I objeto indireto
73. Aspirar
• No sentido de respirar, sorver (perfume, ar), é transitivo direto.
Ex.: Ele aspirou um gás venenoso.
V.T.D objeto direto
b) No sentido de pretender/ desejar, é transitivo indireto (exige
objeto indireto com a preposição a).
Ex.: Os jovens aspiram ao sucesso profissional.
V.T.I objeto indireto
Observação:
O verbo aspirar não aceita os pronomes lhe, lhes como
objeto indireto, por isso você deve substituí-los por a ele, a
ela, a eles, a elas.
74. Assistir
• No sentido de ver, é transitivo indireto (exige objeto
indireto com a preposição a).
Ex.: Todos assistiram ao jogo da seleção.
V.T.I objeto indireto
Observação:
Usado nesse sentido, assistir não aceita lhe, lhes,
como objeto indireto; por isso, quando necessário, você
deverá trocá-lo por a ele, a ela, a eles, a elas.
Ex.: Você assistiu ao jogo? Sim, eu assisti a ele.
75. b) No sentido de prestar assistência/ajudar, é transitivo
direto. Ex.: A enfermeira assistia os acidentados.
V.T.D objeto direto
c) No sentido de pertencer/caber, é transitivo indireto
(exige objeto indireto com a preposição a).
Ex.: O direito de criticar assiste aos cidadãos.
V.T.I objeto indireto
Observação:
Nesse sentido, assistir admite lhe, lhes como objeto indireto.
Ex.: Esse direito lhes assiste sempre.
O.I V.T.I
76. Esquecer e
lembrar
Esses dois verbos não mudam de sentido, mas podem
ser transitivos diretos ou indiretos.
• São transitivos diretos quando não são pronominais, isto
é,
quando não estão acompanhados de pronome oblíquo
(me, te, se, nos, etc.).
Ex.: Eu lembrei seu aniversário.
V.T.D objeto direto
Jamais esqueceremos esse dia.
V.T.D objeto direto
Esses são fatos que ela já esqueceu.
OD V.T.D
77. b) São transitivos indiretos (exigem preposição de) quando
usados como verbos pronominais, isto é, acompanhados de
pronome oblíquo (me, te, se, nos, vos).
Ex.: Eu me lembrei de seu aniversário.
V.T.I objeto indireto
Jamais nos esqueceremos desse dia.
V.T.I objeto indireto
Esses são fatos de que ela já se esqueceu.
objeto indireto V.T.I
78. Obedecer e desobedecer
São sempre transitivos indiretos (exigem objeto indireto com
a preposição a.
Ex.: Você obedeceu ao regulamento.
V.T.I objeto indireto
Os operários desobedecerão às suas ordens.
V.T.I objeto indireto
79. Pagar e perdoar
Não mudam de sentido, mas podem ser transitivos diretos ou
indiretos, dependendo do tipo de objeto que apresentam.
• São verbos transitivos indiretos (exigem a preposição a) quando o
objeto refere-se a gente, pessoa.
Ex.: Nós pagamos ao vendedor.
Deus perdoa aos pecadores.
b) São verbos transitivos diretos quando o objeto é coisa.
Ex.: Nós pagamos o material.
Eu jamais perdoaria seu erro.
Observação: Esses dois verbos (pagar e perdoar) podem apresentar,
ao mesmo tempo, objeto direto e indireto.
Ex.: Nós pagamos o material ao vendedor.
80. Preferir
Exige dois objetos: um direto e um indireto (iniciado pela
preposição a). Esse verbo é, portanto, transitivo direto e indireto.
Preferir alguma coisa a outra coisa.
Ex.: Ele sempre preferiu o trabalho ao estudo.
VTDI OD OI
81. Chegar - Ir
Há certos verbos que, no uso popular,
ocorrem com uma regência e, no uso culto, com
outra. Nesse caso, a Gramática propõe como
correto chegar eo uso culto. intransitivos e exigem a
O verbo apenas o verbo ir são
preposição a quando indicam lugar.
Uso popular: Eu cheguei em casa cedo.
Uso culto: Eu cheguei a casa cedo.
Uso popular: O menino foi no jogo com o pai.
Uso culto: O menino foi ao jogo com o pai.
82. Namorar
O verbo namorar é transitivo direto. Quem
namora, namora alguém.
Ex.: Paulo namora a Jennifer.
VTD objeto direto
83. Visar
a) No sentido de “mirar” e “pôr visto” é
transitivo direto.
Ex.: O atirador visou o
alvo.
O gerente visou o cheque do cliente.
b) Quando significa “ter como objetivo, pretender” é
transitivo indireto.
Ex.: Ele visa a uma promoção no emprego.
VTI objeto indireto
84. Simpatizar/antipatizar
Os verbos simpatizar e antipatizar são
transitivos indiretos e exigem a preposição
com. Atenção! Esses verbos não são pronominais.
Ex.: Não simpatizo com a idéia.
VTI objeto indireto
Antipatizamos com o diretor no primeiro dia.
VTI objeto indireto
85. “Preocupe-se mais com a sua consciência
do que com sua reputação. Porque sua
consciência é o que você é, e a sua reputação é o
que os outros pensam de você. E o que os outros
pensam, é problema deles.” (Autor desconhecido)
Bom estudo!
86. Crase
É a fusão (junção) da preposição a exigida pela regência do
verbo ou do nome mais o artigo definido a, os pronomes demonstrativos
aquele(s), aquela(s), aquilo e o pronome demonstrativo a.
A crase é indicada pelo acento grave (`).
Condições para ocorrência de crase
1. O termo regente deve exigir a preposição a.
2. O termo regido tem que ser uma palavra feminina que admita artigo
a(s).
Ex.: Ele foi a a fazenda ontem depois do almoço.
à
87. Regra prática
Para você saber se há crase antes de uma palavra feminina,
troque essa palavra por uma masculina correspondente e observe:
1. Se antes da palavra masculina aparecer ao(s), use crase
antes da feminina.
Ex.: Ela foi à feira ontem.
Ela foi ao mercado ontem.
2. Se antes da palavra masculina aparecer apenas a(s) ou o(s)
não use crase.
Ex.: Os jogadores visitaram a cidade.
Os jogadores visitaram o museu.
88. Casos em que ocorre crase
Nas locuções adverbiais femininas.
Ex.: O rapaz saiu à tarde e chegou à noite. (locução adverbial de tempo)
Ex.: Ele foi à feira e depois à lavanderia. (locução adverbial de lugar)
Ex.: O governador viajou às pressas. (locução adverbial de modo)
Observação:
Com as locuções adverbiais femininas de instrumento a crase é
facultativa.
Ex.: O pai saiu sem fechar a porta à chave.
O pai saiu sem fechar a porta a chave.
Ex.: O soldado foi ferido à baioneta.
O soldado foi ferido a baioneta.
89. Nas locuções prepositivas (formadas por a + palavra feminina + de)
Ex.: Meu amigo conseguiu ser aprovado à custa de muito esforço.
Ele saiu à procura de ajuda.
Nas locuções conjuntivas (formada por a + palavra feminina + que).
Ex.: A cidade se acalma, à medida que escurece.
À proporção que chovia, aumentavam os buracos na rua.
Observação:
Nas expressões à moda de, à maneira de, a palavra principal pode
ficar oculta. Então o à poderá ficar diante de palavra masculina, como no
exemplo:
Ex: Usava cabelos à Luís XV. (à moda de Luís XV)
90. Casos em que a crase é
facultativa
Antes de pronomes possessivos femininos (porque antes desse tipo de
pronome o artigo é facultativo).
Ex.: Ele se refere à minha mãe.
Ele se refere a minha mãe.
Antes de nomes de mulheres
Ex.: Eu me referi à Maria.
Eu me referi a Maria.
Depois da palavra até.
Ex.: Todos os alunos foram até à escola.
Todos os alunos foram até a escola.
91. Casos em que não ocorre
crase
Antes de nomes masculinos (porque essas palavras não admitem o artigo a.
Ex.: Ele adora andar a cavalo, ela prefere andar a pé.
Antes de verbos (porque antes de verbos não aparece artigo)
Ex.: Assim que saíram, começaram a correr.
Antes de pronomes que não admitem artigo.
• Pronomes pessoais (porque antes deles não se usa artigo)
Ex.: Todos se dirigiram a ela.
b) Pronomes de tratamento (porque antes deles não se usa artigo)
Ex.: Dirigi-me a Vossa Excelência para despedir-me.
Observação:
Os pronomes de tratamento dona, senhora e senhorita, pelo fato de
admitirem o artigo, admitem também a crase.
Ex.: Nada disse à senhora.
92. c) Pronomes demonstrativos, indefinidos e relativos
Ex.: É hora de dar um basta a essa barbárie.
Não demonstrava sua tristeza a ninguém.
Aquela é a senhora a quem dirigi meus votos de felicidade.
Observação:
Pode ocorrer a crase entre a preposição a e os pronomes relativos a
qual e as quais.
Ex.: Estas são as finalidades às quais se destina o projeto.
Seria aquela a jovem à qual você se referia?
Quando o a (sem s) aparece antes de uma palavra no plural.
Ex.: Ele se dirigia a pessoas estranhas.
93. Em expressões com palavras repetidas
Ex.: O tanque se encheu gota a gota.
Antes de nomes de cidades (que não admitem o artigo feminino a), sem
especificativos
Ex.: Eles pretendem ir a Paris.
Observação:
Quando o nome da cidade apresenta um especificativo, ele passa a
admitir artigo e, nesse caso, pode ocorrer a crase, desde que o termo regente
exija a preposição a.
Ex.: Eles pretendem ir à fascinante Paris.
Antes da palavra casa, no sentido de lar, residência própria da pessoa,
se não vier determinada. Se vier determinada aceita a crase.
Ex.: Voltei a casa cedo.
Voltei à casa de meus pais cedo.
94. Antes da palavra terra, no sentido de chão firme, tomada em oposição
a mar ou ar, se não vier determinada, não aceita o artigo e não ocorre a
crase. Se vier determinada, aceita o artigo e ocorre a crase.
Ex.: Os marinheiros já voltaram a terra.
Os marinheiros voltaram à terra de seus sonhos.
Observação:
Quando a palavra terra for usada no sentido de terra natal ou
planeta, a palavra terra admite artigo, por isso, ocorrerá crase, se o termo
regente exigir preposição.
Ex.: A espaçonave voltara à Terra, no ano 3000.
95. “É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar
triunfos e glórias, mesmo expondo-se à derrota, do que
formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito
nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta
que não conhece vitória nem derrota.”
(Theodore Roosevelt)