MPE propõe acordos com prefeituras sobre captação de água
1. http://portal.tododia.uol.com.br/?TodoDia=cidades&Materia=819452&dia=17&mes=03&ano=
2014 17/3/14
MPE propõe acordo com prefeituras sobre captação
Órgão elabora TACs que prevêem multa diária para os municípios
THIAGO ROVÊDO - CAMPINAS
O promotor Ivan Carneiro Castanheiro, do
Gaema (Grupo de Atuação Especial do Meio
Ambiente) de Piracicaba, afirmou que o órgão,
ligado ao MPE (Ministério Público Estadual), já
está trabalhando com as 42 cidades da bacia do
PCJ (Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) a
elaboração de TACs (Termos de Ajustamento de
Conduta) em que as prefeituras se
comprometam a planejar a captação e
manutenção dos recursos hídricos . A previsão é
que a documentação seja finalizada até o final
do ano.
“Mandamos questionamentos, perguntando
sobre a questão da água e o que tem e não tem
sido feito. Conforme vamos recebendo
respostas, junto com o Gaema de Campinas,
temos de trabalhar para elaborar termos que
ajudem a resolver essa questão”, afirmou o promotor. Atualmente, a região vive a pior crise hídrica da
história, e o Sistema Cantareira, que a abastece tinha o nível de 15,2% ontem, o mais baixo de todos os
tempos.
Segundo Castanheiro, os TACs não dizem respeito apenas à água e podem envolver também limpeza
urbana e resíduos sólidos, entre outros focos.
Nos documentos, constará multa diária de R$ 5 mil para a cidade que descumprir o acordo, além de
responsabilização do prefeito.
“O nosso objetivo é ter água com qualidade e disponibilidade. Tem de, em primeiro lugar, fazer um
planejamento do uso e ocupação do solo. Se tem condições de tratar esse esgoto, tudo bem, senão, tem
de puxar o freio”, disse.
Para Castanheiro, o município terá de monitorar a qualidade do tratamento de esgoto, antes e depois da
captação. Se isso não ocorrer, o órgão pode pedir, por exemplo, a proibição para a construção de novos
empreendimentos.
Reinaldo Nogueira (PMDB), presidente do Consórcio PCJ e prefeito de Indaiatuba, afirmou que as
cidades da região não investiram em recursos hídricos, e, hoje, pagam pela estiagem ocorrida em pleno
verão.
RELATÓRIO
O Consórcio PCJ trabalha atualmente na elaboração de um relatório com as principais demandas dos
municípios para definir em quais áreas os investimentos deverão ser aplicados no futuro, além de um
plano diretor.
O documento conta com dados das 42 cidades do PCJ, que informam quais são seus problemas e os
pontos críticos.
A partir disso, o estudo será finalizado e indicará, para cada município, o melhor ponto de atuação para
resolver essas questões. O documento deve ficar pronto em cerca de um mês.
Arquivo | TodoDia Imagem
Represa São Luiz, em Santa Bárbara d’Oeste, com
nível baixo em fevereiro: cidades sofrem com estiagem
em pleno verão
2. O consórcio também prepara um plano diretor, que será baseado nos estudos feitos atualmente e
pretende orientar os municípios no sentido de captação, distribuição e até mesmo tratamento de esgoto.
A previsão é que ele fique pronto até o começo do ano que vem.
http://portal.tododia.uol.com.br/?TodoDia=cidades&Materia=819453&dia=17&mes=03&ano=
2014
Estado reduziu vazão de água
O Estado anunciou, na semana retrasada, a redução da vazão do Sistema Cantareira de 4m³/s (metros
cúbicos por segundo) para 3m³/s para a região de Campinas, o que representa uma redução de 25%. Na
Capital e Região Metropolitana, a vazão foi de 30m³/s para 27,9m³/s. Os reservatórios do Cantareira
abastecem 47% da Grande São Paulo, uma população de 8,8 milhões de pessoas. No interior, são cerca
de 5,5 milhões de atendidos.
A distribuição de água também abriu uma “guerra” entre o Consórcio PCJ e a Sabesp (Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo). O órgão acusou a empresa de atentar contra a vida útil do
Cantareira. A Sabesp respondeu que segue as determinações dos órgãos reguladores do sistema - ANA
(Agência Nacional de Águas) e Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica). “Essa disputa já vem
bem antes dessa seca e foca o aumento do volume da água. Enquanto tem água, tem que discutir o
aumento do volume. Quando não tem, volta-se para o uso racional”, afirmou Nogueira, presidente do
Consórcio PCJ. | TR
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http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,os-caminhos-das-aguas-sem-tantos-
atropelos,1132720,0.htm
Os caminhos das águas, sem tantos
atropelos21 de fevereiro de 2014 | 3h 20
Notícia
Washington Novaes* - O Estado de S.Paulo
O noticiário da primeira quinzena de fevereiro foi dominado pelas notícias de
apagões e suas ameaças, racionamentos e desabastecimentos de água, crises da
matriz energética, etc. O racionamento já estava em quase 150 cidades, onde
vivem mais de 6 milhões de pessoas. O uso médio de água ficava de 15% a 20%
acima da média habitual de 150 litros diários por pessoa. O nível dos
reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste, abaixo da média do ano do
racionamento, 2001. A questão da matriz energética já foi tratada em artigos
anteriores - não é caso de retornar. Melhor tentar ver com que caminhos
poderão ser enfrentadas de imediato as ameaças na área do fornecimento de
água à população.
3. É preciso começar pela questão das perdas de água por vazamentos e furos nas
nossas redes públicas, que estão próximas de 40% do total que passa pelos
condutos (Estado, 20/3/2013) - o que é uma calamidade difícil de compreender,
quanto mais de aceitar, no momento em que 7% da população nacional (mais de
15 milhões de pessoas) nem sequer recebe água tratada em casa. E 44% (mais de
80 milhões) não têm suas residências ligadas a redes de esgotos - uma das
causas principais da degradação de ambientes urbanos e das águas onde caem
esses esgotos, junto com os que, coletados, não são tratados e têm o mesmo
destino. Para universalizar as redes de esgotos e de água em todo o País, dizem
os diagnósticos, precisaremos de mais de R$ 300 bilhões em 20 anos. Mas
estamos aplicando uma ninharia, diante da necessidade. Mesmo sendo possível
caminhar com tecnologias muito mais baratas, como a do sistema de coleta de
esgotos por ramais condominiais, mais de uma vez comentada neste espaço
(hoje atende a 15 milhões de pessoas e levou Brasília a ser uma cidade com
praticamente todos os seus esgotos coletados).
Mas é difícil até imaginar que quase 40% da água levada a mais de 180 milhões
de brasileiros (uso médio de 150 litros diários por pessoa, repita-se) se perde
nas redes, antes de chegar a seu destino (o Japão perde menos 5%). E as causas
são vazamentos e furos em redes antigas e/ou sem manutenção. Custaria
algumas vezes menos reparar essas redes, mas em geral as administrações
optam por obras novas (reservatórios, adutoras, estações de tratamento), mais
visíveis, mais rentáveis eleitoralmente e preferidas pelas grandes empreiteiras,
as maiores financiadoras das campanhas. A cidade de São Paulo, que, segundo a
Sabesp, reduziu suas perdas para 25,6% da água distribuída, baixou seu prejuízo
em R$ 275,8 milhões por ano (há números menos favoráveis, publicados na
edição de 18/2). Esse deveria ser um dos temas centrais das campanhas
eleitorais, pois os eleitores é que pagam. E eles precisam saber que já existem
equipamentos eletrônicos que detectam com precisão onde há furos e
vazamentos e facilitam e apressam os reparos. Também precisam pressionar
para que a rede de financiamentos, principalmente federal, que praticamente
não atua nesse segmento das reparações, passe a fazê-lo. Hoje, como os reparos
nas redes não são prioritários, é preciso buscar água cada vez mais longe em
todos os lugares, a altíssimos custos e tendo de enfrentar a disputa entre
municípios.
Da mesma forma, é preciso enfrentar a questão do uso das águas subterrâneas,
inclusive no Município de São Paulo. Boa parte do uso é feito sem licença e sem
fiscalização - ameaçando os aquíferos. Já há cidades, como Ribeirão Preto -
mais de 500 mil habitantes -, que não usam um só litro de água superficial, por
causa da poluição. Ou Manaus, cercada por dois dos maiores rios do País - o
Negro e o Solimões.
E que se pode dizer de uma megalópole como São Paulo, com tais problemas de
abastecimento, ter de conviver com a impossibilidade de usar a água de rios
como o Tietê e o Pinheiros, assoreados e poluídos? Na infância, o autor destas
linhas chegou a assistir a uma "Travessia de São Paulo a nado no Rio Tietê";
hoje os competidores correriam riscos altíssimos com a poluição.
4. Como aceitar também o assoreamento impedindo o uso desses rios como via de
transporte? Ou o fato de centenas de milhares de pessoas viverem em áreas de
preservação, à beira de reservatórios de abastecimento, em casas sem estrutura
sanitária? Ou, ainda, que não se cumpra a legislação que obriga, em muitos
municípios, a manter, em cada imóvel, principalmente industriais e comerciais,
espaços para a infiltração de água de chuva (impedindo inundações) e
manutenção de depósitos que permitam o reúso dessa água, como lembra o
projetista Jack Sickermann - acentuando a responsabilidade de arquitetos e
engenheiros e lembrando que o retorno dos investimentos é cada vez mais
rápido, assim como o custo é gradativamente menor?
Da mesma forma, como entender que não se dê prioridade a projetos para a
adequação do sistema de drenagem urbana nas cidades, onde, insuficientes e
desgastados, contribuem para inundações - em vez de serem integrados em
grandes sistemas de reúso da água para fins compatíveis?
Também é preciso dar prioridade à questão do uso de água em pivôs centrais na
zona rural, com grande parte deles perdendo (com a aspersão a grandes alturas)
boa quantidade do que capta. Essa perda não repõe todo o líquido no subsolo
por causa da evaporação e da compactação da superfície do solo. E ainda
contribui para levar altos volumes de nitrogênio para os rios e o mar, onde
contribuem para a multiplicação de algas.
Enfim, há muitos caminhos a serem trilhados, que podem evitar tanto o
desabastecimento como o racionamento, sem ter de recorrer necessariamente a
obras caríssimas. E cabe à comunicação debater tudo isso com as comunidades.
A estas cabe optar pelos caminhos mais adequados e menos caros que lhes
apontem. Não é possível seguir por uma trilha em que as soluções pareçam
impossíveis ou somente viáveis a custos estratosféricos. Pode haver custos
adequados.
*Washington Novaes é jornalista. E-mail: wlrnovaes@uol.com.br.
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http://portal.tododia.uol.com.br/?TodoDia=cidades&Materia=817024 2/3/174
Represa vive iminência de colapso
Crise hídrica de verão seco antecipa sinais de mudança, anunciada há cinco anos, na biologia
da Salto Grande
PAULO SAN MARTIN - AMERICANA
Fotos: Cláudio Mariano | TodoDia Imagem
5. A crise hídrica deste verão sem chuvas
antecipou os sinais de que a Represa do Salto
Grande, que banha as praias Azul e dos
Namorados, em Americana, e o Mini Pantanal,
em Paulínia, corre o risco de entrar em colapso
de proporções ainda não dimensionadas, com
graves efeitos para o abastecimento de água de
Americana.
A causa do colapso anunciado é a mudança
biológica que está em curso na represa, desde
que as águas começaram a ficar mais cristalinas,
nos últimos quatro anos, com a grande redução
do lançamento de esgoto no Rio Atibaia,
principalmente por Campinas e Paulínia.
Os sinais foram tecnicamente detectados por
duas organizações ambientalistas ligadas à
represa, a Associação Barco Escola da Natureza
– que tem sua sede em uma embarcação ancorada na Praia dos Namorados – e o Grude (Grupo de
Defesa Ecológica da Bacia do Piracicaba), e confirmados na Estação de Tratamento de Água do DAE
(Departamento de Água e Esgoto) de Americana.
“Estamos verificando uma multiplicação exagerada, uma repetição de booms de crescimento de algas,
cianobactérias e protozoários, microrganismos que podem comprometer todo o equilíbrio ecológico da
represa”, afirma o presidente do Barco Escola da Natureza e chefe da Divisão de Segurança, Meio
Ambiente, Saúde e Qualidade do DAE, o biólogo Carlos Cezar Zappia.
A explosão de microrganismos compromete diretamente a qualidade da água que é captada no Rio
Piracicaba, pouco mais de um quilômetro abaixo das comportas da represa, para o abastecimento de
Americana. Zappia afirma que, por enquanto, o atual sistema de tratamento consegue eliminar os
microrganismos. Mas a multiplicação sem controle, da forma como vem ocorrendo hoje, com um eventual
colapso da represa, teriam efeitos imprevisíveis - que iriam desde um grande aumento no custo do
tratamento da água até uma crise no fornecimento.
RISCO IMINENTE
Zappia lembra que a gravidade dos alertas aumentou repentinamente agora, com a crise hídrica deste
verão sem chuvas. “Com a redução das águas, há um acúmulo de nutrientes, uma multiplicação
elevadíssima de microrganismos e um aumento no risco do colapso”, diz.
E as previsões da meteorologia não são promissoras. A seca, em plena temporada das águas, afetou
profundamente os mananciais, que deverão sofrer um stress ainda maior quando vier o inverno. “As
previsões são de que teremos um inverno seco e, portanto, os riscos de colapso da represa do Salto
Grande não devem ser considerados como uma projeção para o futuro. Um grande problema pode
acontecer imediatamente, caso se confirmem as previsões de um inverno ainda mais seco”, alerta ele.
Além disso, a multiplicação dos microrganismos lança um banho de água – não necessariamente fria – na
euforia que tem tomado conta dos pescadores e da população que vive ao redor da represa, depois que
as águas começaram a se tornar cada vez mais limpas ao longo dos últimos cinco anos.
Pois é exatamente o aumento da transparência das águas que anuncia o risco do colapso.
DOIS GUMES
O risco da multiplicação sem controle de microrganismos na Salto Grande começou a ser debatido,
timidamente, há quatro anos, mas nunca foi levado a sério pelos organismos responsáveis pela gestão da
represa. Em 2010, o alerta foi lançado pelos dois grupos ambientalistas no Condema (Conselho de
Defesa do Meio Ambiente) de Americana, mas nenhuma ação foi tomada desde então.
E, hoje, é quase impossível uma ação imediata para reverter a crise anunciada, uma vez que o início da
solução terá que partir de medidas que envolvem diversos municípios e órgãos gestores, antecipa Zappia.
Represa do Salto Grande em Americana: mudança
biológica que está em curso na represa começou a
ocorrer desde que as águas começaram a ficar mais
cristalinas, com a grande redução do lançamento de
esgoto no Rio Atibaia
6. O aumento de microrganismos começou a ser verificada há poucos anos, depois que Campinas e
Paulínia, que jogavam seus esgotos quase in natura nas águas do rio que forma a represa, ativaram suas
estações de tratamento de esgoto.
Hoje, a carga de esgoto despejada é mais de 60% menor do que aquela que chegava na Salto Grande há
oito ou dez anos. “Este clareamento das águas causa uma euforia nos pescadores e na população do
entorno, que vê aí os sinais de recuperação da represa. Mas ela é uma faca de dois gumes, pois é
exatamente ele que está causando a proliferação dos microrganismos”, alerta Zappia.
CRISE ANUNCIADA
As estações de tratamento de esgoto fazem hoje apenas os chamados tratamentos primário e
secundário, ou seja, removem os sólidos em suspensão – que são responsáveis pelo escurecimento da
água – e também a carga orgânica. Mas não realizam o tratamento terciário, que seria a remoção de
nutrientes da água que é despejada nos rios. Estes nutrientes, o fósforo e o nitrogênio, estão na base da
composição dos adubos para plantas, e são essenciais para a multiplicação dos microrganismos da
represa.
E a grande quantidade destes nutrientes em águas mais cristalinas provoca um efeito biológico
irreversível. “A luz penetra mais fundo nas águas e cria condições para a realização da fotossíntese a
uma profundidade bem maior. Ou seja, ampliamos o ambiente ideal para a reprodução de algas e
cianobactérias”, relata Zappia.
Medições feitas pelo Barco Escola da Natureza e pelo Grude nos últimos três anos mostram que o
alcance da luz na superfície da represa aumentou em mais de 100%, após a entrada em funcionamento
das estações de tratamento de esgoto à montante do Atibaia. “Antes, a luz mal atingia os 50 centímetros
abaixo do espelho d’água. Hoje, ela chega a um metro de profundidade, portanto mais do que dobrando o
ambiente ideal para a multiplicação destes microrganismos”, afirma Zappia.
E os números já detectados pelo DAE não deixam dúvidas. “Já registramos aumento de mais 100% no
número de protozoários e de até 500% no das algas e cianobactérias, com relação ao que verificávamos
há quatro anos”, relata o biólogo.
http://portal.tododia.uol.com.br/?TodoDia=cidades&Materia=817025
Proliferação de espécies exóticas se tornou marca da
região
A proliferação de espécies exóticas na região da Represa do Salto Grande, assim como a degradação do
entorno, já foi alvo da preocupação de especialistas mais de uma vez. Em 2006, a partir de um estudo
sobre a fauna da região do chamado Pós-represa, o geógrafo Roberto Marques Neto, da Unesp
(Universidade Estadual de São Paulo) de Rio Claro, alertava para o desequilíbrio que a introdução de
espécies exóticas poderia provocar na fauna local.
De acordo com Marques, a fauna da região do Pós-represa empobreceu muito nas últimas décadas por
causa do desmatamento, da expansão da lavoura de cana-de-açúcar e da destruição sistemática dos
habitats naturais de diversas espécies de aves e mamíferos.
Assim empobrecida, a fauna fica muito mais vulnerável à introdução de espécies exóticas, que acabam
proliferando sem predadores. Marques Neto alertava, de forma especial, para a proliferação do caramujo-
africano que hoje é muito encontrado em áreas de ocupação urbana às margens da represa.
O caramujo-africano não tem predadores naturais no Brasil, é extremamente prejudicial para as espécies
nativas de caramujos e hospedeiro de vermes que podem causar doenças graves ao ser humano.
A espécie, que serve de alimento em alguns países, foi trazida para o Brasil na década de 1990, como
uma possível opção ao caríssimo escargot, caramujo considerado uma iguaria na sofisticada culinária
francesa. Mas a sua criação e consumo não deu certo no Brasil. “E, com certeza, alguns dos criadores
que o trouxeram para cá, principalmente na região da Praia dos Namorados, acabaram soltando eles na
natureza, onde se proliferaram sem controle e onde estão até hoje”, diz o pesquisador.
7. AVES
Além do caramujo-africana, Marques também encontrou aves exóticas habitando o Pós-represa, entre
elas algumas espécies de periquitos e bicos-de-lacre que, segundo ele, devem ter sido libertadas por
alguns criadores das redondezas. “As espécies exóticas competem com as espécies locais e muitas
vezes acabam eliminando aquelas mais especialistas, ou seja, que têm adaptação bastante restrita em
seus nichos”, alerta.
Tanto Marques como a direção do Barco Escola da Natureza e do Grude (Grupo de Defesa Ecológica da
Bacia do Piracicaba) afirmam que existem medidas que podem ser tomadas imediatamente para
recuperar a fauna da região. Além da recuperação da mata ciliar, dizem eles, é indispensável reconstituir
o habitat natural das espécies que ali viviam, ou que ainda vivem, mas estão restritas a espaços muito
pequenos. “Por isso, a continuidade da mata ciliar é indispensável para que as espécies mantenham seu
fluxo ao longo de todo o sistema, mas o que vemos é que estas matas encontram-se degradadas em
várias extensões da represa e também em afluentes dos rios Jaguari e Atibaia”, avalia Marques.
O presidente do Barco Escola da Natureza, biólogo Carlos Cezar Zappia, lembra que um esforço que
vinha sendo realizado há mais de cinco anos por várias associações e grupos de ambientalistas, com o
plantio de mudas para a recuperação da mata ciliar do Pós-represa, foi praticamente dizimado por um
grande incêndio no ano passado. “Agora é preciso não só retomar, como redobrar estes esforços”, diz
ele. | PSM
http://portal.tododia.uol.com.br/?TodoDia=cidades&Materia=817026
Ciclos econômicos marcam ascensão e queda da Salto
Grande
O nascimento e o início da crise da Represa do
Salto Grande são frutos de dois momentos e
dois modelos da história do crescimento
econômico do Brasil
Suas comportas, que represam as águas do Rio
Atibaia, começaram a ser fechadas em 1947. A
2ª Guerra Mundial acabara, havia menos de três
anos, e o mundo vivia aquela euforia de construir
a civilização industrial.
Em terras paulistas, isso significava eletrificar
cidades e dar vida aos polos industriais
nascentes, como era no caso da indústria têxtil
na região de Americana. Portanto, o destino do
lago que começou a ser formar ali, em 1947,
estava bem definido. Ele surgia para colocar em
funcionamento as turbinas da então chamada Usina Americana, um empreendimento gigantesco para os
padrões da época. Eletrificar era construir a indústria brasileira.
O fechamento das comportas e o início da formação da Represa do Salto Grande foi um acontecimento
quase mágico. As águas do Atibaia, muito limpas na época, subiam sobre um capim ralo e formavam um
lago quase transparente. “As pessoas vinham aqui como podiam, a pé, de bicicleta, de carroça ou de
charrete, só para ver aquela água limpa tomando conta de tudo. Ninguém nunca tinha visto aquilo antes e
as pessoas chegavam na beira da água e ficavam alegres, eufóricas. Não sei o que dava nelas”, conta o
agricultor Antônio Leite de Camargo.
Na época, Camargo tinha 27 anos, acabara de comprar um sítio de 15 alqueires e se mudara, com seus
nove irmãos, para esta região que mais tarde seria conhecida como Praia Azul. Ali, aos 92 anos, ele vive
até hoje ao lado de quatro de seus irmãos ainda vivos. Os Leite de Camargo, com um número que ele
nem sabe mais contar de netos, bisnetos, sobrinhos, sobrinhos-netos e assim por diante, são hoje a maior
família que habita os diversos bairros da Praia Azul. “Com certeza somos mais de 90. Mas o número certo
eu perdi a conta”, diz.
A ASCENSÃO
Agricultor Antônio Leite de Camargo, que comprou um
sítio de 15 alqueires na região da Praia Azul, quando
tinha 27 anos
8. Camargo lembra que a represa ainda estava em plena formação – ela só ficaria completamente cheia
mais de dois anos depois – e já se transformara em uma dos grandes pontos turísticos de toda a região.
E foi da mesma varanda de onde até hoje ele contempla o pôr do sol, numa parte alta e privilegiada da
Praia Azul, que Camargo viu o rápido crescimento da região. Viu multiplicarem-se os condomínios, as
áreas de lazer, as chácaras e os hotéis de luxo, que transformaram a Praia Azul em um dos principais
pontos turísticos do interior de São Paulo. “Aos finais de semana e feriados vinham caravanas de ônibus
de todas as cidades, da Capital e até de Santos e de outras cidades do litoral. E tomavam conta de tudo”,
relata.
Ele, outros antigos moradores e até os seus filhos se lembram dos tempos de ouro da Praia Azul. Por
mais de três décadas do século passado, nos anos 60, 70 e 80, os moradores da praia viviam
exclusivamente – e muito bem – do turismo. A população tinha cerca de cinco mil habitantes, mas em
alguns finais de semanas recebiam até 30 mil turistas. “As filas de ônibus começavam na orla e iam até a
beira de onde hoje é a Rodovia Anhanguera. Às vezes eram quase cem ônibus, além dos carros e outros
veículos”, conta Camargo.
Camargo lembra que até tarde da noite, nestes bons tempos, dezenas de pescadores avançavam pela
madrugada adentro pescando nas águas da Praia Azul e da Praia dos Namorados. “Era bonito de ver.
Isso aqui era mesmo um paraíso”, lembra.
EA QUEDA
Foi lá pelo meio da década de 1970 que Camargo começou a ver os primeiros indícios do que chama
“decadência da represa”, e que só se confirmariam mais de 20 anos depois. Na época, ao lado de seus
irmãos, ele trabalhava como pescador. “Chegávamos a pescar 100 quilos de peixes por dia”, lembra.
Então, primeiro aos poucos e depois rapidamente, a quantidade de peixes começou a declinar. “Diminuía
a quantidade e também o tamanho. Só conseguíamos pescar peixes pequenos e fomos obrigados a
mudar de ramo”, relata.
O Brasil vivia o início do chamado Milagre Econômico da ditadura militar, hoje chamada ditadura civil-
militar, e as cidades da região cresciam em ritmo acelerado, sem planejamento ou controle. Mais do que
isso, sem saneamento básico nenhum. Os esgotos industrial e doméstico de uma dezena de cidades,
mas principalmente de Campinas e Paulínia, eram jogados diretamente nas águas do Rio Atibaia e
vinham se sedimentar na represa do Salto Grande, que anos depois chegaria a ser chamada de “cloaca”
da região.
Durante os anos 80 as águas já estavam comprometidas. “O aguapé começou a tomar conta da represa,
os turistas foram embora, a região entrou em decadência total”, conta. Quando entrou a década de 90, a
represa não era mais a mesma. Camargo conta que “até os peixes fediam”. “Os turistas foram embora, a
prostituição tomou conta da parte baixa do bairro, os hotéis viraram motéis, o preço dos terrenos
despencou”, conta ele.
Camargo lembra que só agora, nos últimos cinco anos, as águas da represa começaram a melhorar.
“Mas acho que isso ainda vai demorar muito, não acredito que vou viver para ver a represa como era
antes”, conforma-se. | PSM
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http://correio.rac.com.br/_conteudo/2014/03/capa/campinas_e_rmc/161149-volume-util-do-
cantareira-terminara-antes-do-previsto.html 18/3/14
Volume útil do Cantareira terminará antes
do previsto
9. É o que diz cálculos d comitê anticrise, afetando o abastecimento de
14,5 milhões de pessoas
O comitê anticrise refez os cálculos e antecipou para julho a previsão do fim do volume útil
do Sistema Cantareira, mês em que o abastecimento de 14,5 milhões de habitantes da
Grande São Paulo e da região de Campinas só terá condições de ocorrer com a
exploração do chamado volume morto dos reservatórios (água do fundo dos reservatórios
que só consegue ser captada por bombas). Isso significa que, no mês da Copa do Mundo,
duas regiões das mais desenvolvidas do País estarão vivendo a sua pior crise hídrica da
história. Na estimativa anterior, o comitê previa para agosto a necessidade de uso do
volume morto....
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https://www.youtube.com/watch?v=GR1wtrcX5XU&feature=share
PCJ lança 'Carta de Campinas' e pede racionamento já
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http://campinas.sp.gov.br/arquivos/meio-ambiente/plano-saneamento/p1-diagnostico.pdf
pag 133
11. http://correio.rac.com.br/_conteudo/2014/02/capa/campinas_e_rmc/156561-regiao-vai-
mapear-recursos-superficiais-e-subterraneos.html 26/2/14
Região vai mapear recursos superficiais e
subterrâneos
Levantamento é para ajudar as cidades a montar um planejamento
de uso desses recursos
O Consórcio das Bacias Piracicaba-Capivari-Jundiaí (PCJ), entidade que reúne usuários
de água, vai iniciar o mapeamento dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos dos
municípios e seu potencial de aproveitamento, para ajudar as cidades a montar um
planejamento de uso desses recursos. O presidente do consórcio e prefeito de Indaiatuba,
Reinaldo Nogueira (PMDB), disse nesta terça-feira (24) que o levantamento será essencial
para ver o tipo de ação que cada cidade pode desencadear para garantir seu
abastecimento futuro e ter reserva de água independente do regime de chuvas......
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http://www.portalcbncampinas.com.br/?p=77247
Redução desproporcional da vazão do Cantareira vai prejudicar PCJ
Flavio
Flavio Botelho, sexta-feira, 7 mar 2014 12:51
Escute a Notícia
Rio Piracicaba sofre com a falta de chuvas (Foto: Valéria Hein)
Para tentar recompor os volumes dos reservatórios do Sistema Cantareira a
Região de Campinas e a Grande São Paulo estão sendo obrigadas a retirar
menos água dos reservatórios como forma emergencial. Na última
quinta-feira o Sistema chegou a operar com apenas 15,67% da sua capacidade
normal. A redução no volume vem caindo desde o final do ano passado. A
vazão para a região de Campinas, que estava em 4 m3/s, foi reduzida para 3
m3/s. Em São Paulo a redução começa a partir desta segunda-feira.A
capitação de 30 m3/s cai para 27,9 m3/s. A emissão de autorizações de
novas captações de águas superficiais e subterrâneas nas bacias dos rios
Jaguari , Atibaia e Juqueri, que faz parte da bacia do Rio Tietê, também
foi suspensa temporariamente.
Para o Promotor Ivan Carneiro, do Grupo de Atuação Especial do Meio
Ambiente do Ministério Público Estadual, do ponto de visto do PCJ a
situação é preocupante , pois, a diminuição não acontece na mesma
proporção da outorga de 2004. A previsão, de acordo com ele , era a de que
12. sendo reconhecida a disponibilidade hídrica reduzida deveria haver um
compartilhamento proporcional, o que não acontece. Ele lembra também que
na outorga de 2004 havia uma condicionante para a redução de dependência
do Sistema Cantareira até 2014 o que não ocorreu . Ou seja a Sabesp não
buscou outras fontes alternativas.......
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http://revistaforum.com.br/blog/2014/02/o-abastecimento-de-agua-e-o-vale-tudo-de-
alckmin/
18/02/2014 6:36 pm
O abastecimento de água e o
vale tudo de Alckmin
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Se as quantidades colossais que estão sendo retiradas do Sistema
Cantareira para abastecer a Grande São Paulo persistirem, toda a água se
esgotará em menos de dois meses, alertam engenheiros do Consórcio das
Bacias Piracicaba, Capivari e Jundiaí, o PCJ
Por Cibele Buoro
Entre atender as recomendações do Ministério Público Estadual e Federal, que há
um mês alertam o governador sobre a severa crise no abastecimento de água nas
cidades do interior e também na Grande São Paulo ou pôr em risco sua reeleição,
Geraldo Alckmin não tem dúvidas: opta por extrair até a última gota dos rios do
estado e submeter toda a população à escassez de água sem precedentes. A
explicação para isso encontra lastro no pleito de 2014.....
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http://www.campinas.sp.leg.br/noticias/camara-discute-crise-hidrica-com-sanasa-e-
defesa-civil
Câmara discute crise hídrica com Sanasa
e Defesa Civil na segunda-feira
A Comissão de Meio Ambiente da Câmara de Campinas retorna aos trabalhos na
próxima segunda-feira (17/02) para discutir a crise hídrica no município. A reunião
aberta contará com a presença do presidente da Sanasa (Sociedade de Abastecimento de
13. Água e Saneamento SA), Arly de Lara Rômeo, e do diretor da Defesa Civil, Sidnei
Furtado Furtado. Eles apresentarão aos vereadores as ações de enfrentamento da
situação de estiagem atípica que vem derrubando a vazão dos rios que cortam a região,
principalmente, em relação ao Rio Atibaia.......
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http://portal.tododia.uol.com.br/?TodoDia=cidades&Materia=818259
8/3/14
MPE contesta a redução na vazão
AGÊNCIA ESTADO E - FRANCISCO LIMA NETO - REGIÃO
O MPE (Ministério Público Estadual) e o MPF
(Ministério Público Federal) investigam o
descumprimento das regras da outorga de
exploração do Sistema Cantareira, que abastece
a RMC (Região Metropolitana de Campinas), e a
desproporcionalidade das medidas adotadas
pelos governos federal e estadual para evitar o
racionamento.
Ontem, as represas do sistema bateram novo
recorde negativo, atingindo 15,8% da
capacidade. “Para evitar o racionamento,
continuam tirando mais água do Cantareira do
que prevê a outorga do sistema”, afirmou o
promotor do Gaema (Grupo de Atuação Especial
de Defesa do Meio Ambiente), Ivan Carneiro
Castanheiro.
Ele se refere à decisão conjunta do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), do Estado, e da
ANA (Agência Nacional de Águas), do dia 27, de reduzir o volume de água liberado pelo Cantareira para
a Grande São Paulo e para a região de Campinas, abastecida pela bacia do PCJ (formada pelos rios
Piracicaba, Capivari e Jundiaí).
A partir de segunda-feira, a Região Metropolitana de São Paulo terá direito a 27,9 mil litros por segundo, e
não mais 31 mil litros. As cidades do interior baixarão de 4 mil para 3 mil litros por segundo. “Essa
redução é desproporcional. Enquanto a Grande São Paulo reduz em 10% seu direito à água, a bacia do
PCJ, que é quem fornece água para suprir a falta na bacia do Alto Tietê, tem de reduzir em 25%”, afirmou
o promotor.
Pelos termos da outorga dada à Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo)
em 2004, a vazão primária (que desconsidera o uso industrial e agrícola) é de 3 mil litros por segundo
para as cidades da bacia do PCJ, como Campinas e Piracicaba, e de 24,8 mil litros para a Região
Metropolitana de São Paulo.
“A Sabesp, com autorização do Estado, tem retirado 3,1 mil litros a mais. Estamos investigando e
estudamos quais medidas legais vamos tomar”, afirma o promotor, que trabalha em parceria com o
Gaema de Campinas e o MPF.
GRUPO TÉCNICO
O Comitê PCJ instituiu ontem um novo GT (Grupo Técnico), para tratar do período de estiagem que
começa em abril e deve durar até o final de setembro. O GT-Estiagem foi criado durante reunião da
Câmara Técnica de Planejamento dos Comitê PCJ, nas dependências do DAE (Departamento de Água e
Esgoto) de Santa Bárbara d’Oeste.
Divulgação
Comitê PCJ instituiu ontem um novo Grupo Técnico
14. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------
http://portal.tododia.uol.com.br/?TodoDia=cidades&Materia=816864 1/3/14
SISTEMA CANTAREIRA
Necessidade de racionar água será avaliada este mês
Segundo Alckmin, governo estadual vai avaliar situação diariamente
THIAGO ROVÊDO - E AGÊNCIA ESTADO - CAMPINAS
Em visita a Campinas, ontem, o governador Geraldo
Alckmin (PSDB) afirmou que o Estado vai avaliar durante
o mês se há necessidade de racionamento de água no
Sistema Cantareira, que abastece a RMC (Região
Metropolitana de Campinas) e a Grande São Paulo.
“A recomendação da ANA e do DAEE (Departamento de
Água e Esgoto do Estado), que foi um debate, diz o
seguinte: ao longo do mês de março deve ser avaliado, e
vamos fazer exatamente isso, essa avaliação. Houve boa
colaboração da população e vamos monitorando
diariamente o volume”, disse.
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http://correio.rac.com.br/_conteudo/2014/02/capa/campinas_e_rmc/155680-fuga-de-agua-
impede-melhoria-de-vazao-do-atibaia.html 22/2/14
Fuga de água impede melhoria de vazão do Atibaia
Cidades antes de Campinas aumentaram o consumo e há queda acentuada do nível
durante a noite
O aumento de vazão do Sistema Cantareira para as Bacias PCJ, anunciado no sábado passado (15) pelo
governador Geraldo Alckmin (PSDB), chegou na região, mas não alterou a exigência de atenção no
abastecimento de Campinas. Segundo o consultor da Sociedade de Abastecimento de Água e
Saneamento (Sanasa), Paulo Tinel, o aumento de 1 m3/s amenizou a situação, mas o nível de atenção
continua......
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Arquivo | TodoDia Imagem
Baixo nível do Rio Piracicaba, que integra o Cantareira, em
fevereiro
15. http://www.cliptvnews.com.br/mma/amplia.php?id_noticia=44349
Veiculo: O ESTADO DE SÃO PAULO
Secao: METRÓPOLE
Data: 2014-03-11
Localidade: SÃO PAULO
Hora: 08:01:51
Tema: AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS
Autor: Ricardo Brandt / CAMPINAS
Avaliação:
Falta planejamento no Cantareira, diz consórcio
Órgão que representa 73 cidades afirma que governo e Sabesp dão ‘falsa impressão’ de
controle; empresa alega que investiu 9,2 bilhões desde 2004
As medidas anunciadas pelo Estado para evitar o racionamento de água na Região
Metropolitana de São Paulo colocaram governo estadual e municípios do interior, que
dependem do Sistema Cantareira, em conflito. O consórcio, que representa cidades e
usuários de 73 cidades da região de Campinas, onde estão os rios e represas do
Cantareira, divulgou ontem nota em que acusa o governo do Estado e a Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) de transmitirem“a falsa impressão”
de que o problema está controlado. A entidade aponta a falta de investimentos, de
fiscalização e de planejamento por parte do Estado como responsáveis pela crise do
Cantareira. Os reservatórios do sistema, que abastece 47% da Grande São Paulo (8,8
milhões de pessoas), vivem sua pior situação desde que foram criados, em 1974. Estavam
ontem com 15,9% da capacidade. A “nota de esclarecimento” é uma resposta às medidas
anunciadas de redução de uso da água do Cantareira, com a transferência de água de
outros sistemas (Alto Tietê e Guarapiranga) para suprir a demanda de 2 milhões de
pessoas na Grande São Paulo. As medidas passaram a valer ontem. “O fato (...) levou à
falsa impressão de que a Região Metropolitana de São Paulo está totalmente protegida e
que tem um sistema interligado, de vários reservatórios, que garante seu abastecimento
em qualquer situação.” ....
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EUA dizem adeus às suas represas: ‘São caras e nocivas ao
ambiente’
Publicado em setembro 26, 2011 por Redação
Tags: barragens
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Símbolo obsoleto do século XX: só resistirão as eficientes. Foram destruídas 925 represas, muitas nos últimos
anos. Ressuscita o negócio da pesca e do turismo.
A reportagem é de Federico Rampini, publicada no jornal La Repubblica, 18-09-2011. A tradução é
de Moisés Sbardelotto.
A tribo Klallam está em festa há uma semana por causa da “vingança do salmão selvagem, animal sagrado”. O
ponto culminante das celebrações foi a grande explosão de dinamite que pulverizou ontem, em uma nuvem de
detritos, a barragem de Lower Elwha, um rio no Estado de Washington. “A retomada do curso natural –
declarou o ministro do Interior, Ken Salazar– assinala o início de uma nova era nas relações entre os nossos
rios e as comunidades que vivem em suas margens”.
A barragem de Lower Elwha, uma muralha de 35 metros de altura, é apenas a última a cair sob os golpes de
uma nova tendência, que está apagando da paisagem norte-americana uma das marcas distintivas do século
XX.
A demolição das barragens tem sido invocada há muito tempo pelos ambientalistas, que as consideram um
estupro da paisagem. O aliado natural nessa campanha são os índios dosEUA, descendentes de tribos
indígenas que preservaram tradições ancestrais de respeito pela natureza. Mais recentemente, os cientistas
especialistas em climatologia, geografia e geologia se uniram a uma tese “revisionista”: longe de regular os
rios, as barragens, muitas vezes acentuam as enchentes e as inundações, enquanto um retorno ao fluxo
natural permite que se reduzam as calamidades. Até mesmo a direita acabou inclinando, por uma razão
prosaica: manter as represas custa caro, em uma fase de altos déficits públicos, enquanto destruí-las significa
ressuscitar o negócio da pesca e do turismo.
Resultado: os EUA demoliram 925 barragens, a maior parte delas nos últimos quatro anos. Um número já
enorme, mas que tende a aumentar rapidamente, porque o total das barragens dos EUA gira em torno das 80
mil. A maioria delas foi construída há mais de meio século e estão se aproximando da sua “data de validade” de
acordo com as normas de segurança.
A inversão de tendência é impressionante, porque as barragens eram um símbolo da “conquista do território”
por parte dos colonos brancos, e, no século XX, um motor de modernização: das fábricas têxteis às fábricas de
papel no início do século XX, muitas áreas da Costa Leste e do Centro-Oeste viram florescer o seu primeiro
boom industrial justamente ao longo dos rios e perto das represas que geravam a eletricidade. Até a Segunda
GuerraMundial, as centrais hidrelétricas alimentadas por barragens forneceram 40% de toda a energia
dos EUA.
O impulso mais vigoroso à construção das represas ocorreu na Grande Depressão, precisamente aquele
período histórico que hoje os norte-americanos “redescobrem” para o seu próprio prejuízo, por causa das
analogias com a crise atual. Para arrastar a economia dosEUA para fora da Depressão, nos anos 1930, o
presidente Franklin Delano Roosevelt lançou com o New Deal um imponente programa de obras públicas.
As barragens estavam em primeiro lugar entre as infraestruturas construídas nesse período e algumas delas
entraram para a história.
17. Esse é o caso da Hoover Dam (foto), no Black Canyon do rio Colorado, 40 quilômetros ao sul de Las
Vegas: foi inaugurada no dia 30 de setembro de 1935 por Roosevelt, que teve a elegância de dedicá-la ao
seu infeliz antecessor (porque os fundos haviam sido alocados quando o presidente era Herbert Hoover, o do
crack da bolsa de 1929). Na paisagem espetacular ao longo da estrada US-93, a Hoover Dam havia sido uma
atração turística até hoje.
Ainda mais importante foi a experiência da Tennessee Valley Authority, instituída em 1933 para ajudar uma
das áreas mais atingidas pela Depressão: essa entidade pública construiu 50 barragens e 12 centrais
hidrelétricas, tornou-se um modelo de planejamento estatal do território, copiado depois da Segunda Guerra
Mundial em muitos países emergentes.
Pode surpreender a marcha a ré de hoje justamente quando a energia hidrelétrica permite reduzir as emissões
de dióxido de carbono. Na verdade, a National Hyrdopower Associationaumentará em 66% a produção de
energia nos próximos 15 anos, concentrando-a nas grandes barragens mais novas e mais eficientes. Já agora,
grande parte da hidroenergia vem de 3% das barragens. Quanto às outras, elas podem seguir o destino
de Elhwa Dam e restituir a água aos seus proprietários. “Antigamente, nos chamavam de povo salmão”,
dizRobert Elofson, da tribo Klallam, “porque para nós o peixe tinha uma mesma dignidade que a espécie
humana. Neste rio, os salmões caíram de 400 mil para 3 mil. Agora, eles podem reconquistá-lo”.
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http://correio.rac.com.br/_conteudo/2014/02/capa/campinas_e_rmc/152152-regiao-precisa-
de-diluvio-para-recuperar-vazao-do-rios.html
Região precisa de 'dilúvio' para recuperar vazão do
rios
18. Estudo técnico do Consórcio PCJ aponta a necessidade de chuvas de 17 mm em média
diária durante 60 dias ou 1 mil mm no acumulado
07/02/2014 - 18h58 | Da Agência Anhanguera de Notícias
igpaulista@rac.com.br
É preciso que ocorra um "dilúvio" para que o Sistema Cantareira volte a ter 50% de sua capacidade de
armazenamento e aumente a vazão dos rios Piracicaba, Capivari e Jaguari, que cortam a região de
Campinas. Estudo técnico divulgado nesta sexta-feira (7) pelo Consórcio PCJ revela serão necessárias
chuvas de 17 mm em média diária durante 60 dias ou 1 mil mm no acumulado para que os reservatórios
do Sistema Cantareira atinjam esse nível.......
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Prefeito e presidente da Sanasa se reúnem com presidente da ANA
05/02/2014 - 18:24
A preocupação com a estiagem e o baixo nível dos rios da região foram fatores
determinantes para a ida do prefeito de Campinas, Jonas Donizette, e do presidente
da Sanasa, Arly de Lara Romêo, na manhã desta quarta-feira, 5 de fevereiro, à
Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília. No encontro, o prefeito solicitou um
posicionamento do presidente da agência, Vicente Andreu Guillo, no sentido de
defender a região de Campinas na vazão do sistema Cantareira nesse período de
escassez.
“O que existe agora é que, por causa dessa escassez, começam as preocupações. A
Sabesp, por exemplo, está querendo diminuir a vazão de água do PCJ. Isso é
inadmissível. É por isso que estamos aqui, para mostrar para a Agência Nacional de
Águas que não existe a mínima possibilidade em diminuir essa vazão de 3 metros
cúbicos, que é uma vazão primária, ou seja, uma vazão para consumo humano”
disse o prefeito.
Para o presidente da Sanasa, Arly de Lara Romêo, o encontro foi muito importante
para este momento de estiagem. “A reunião foi produtiva, o prefeito foi pontual em
defender os interesses do nosso município em manter a vazão atual. O presidente
Vicente Andreu também foi muito receptivo. Estamos vivendo um momento crítico
em nosso sistema hídrico. O nosso principal rio, que abastece 95% da cidade de
Campinas, está com níveis críticos, e a preocupação é coletiva, muitas cidades
dependem do Rio Atibaia, e temos que defender essa vazão primária de 3 metros
cúbicos” ressaltou Arly de Lara.
A outorga é um instrumento de gestão que está previsto na Política Nacional de
Recursos Hídricos, estabelecida pela Lei nº 9.433/97, cujo objetivo é assegurar o
controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos
direitos de acesso aos recursos hídricos, e que a competência para emissão da
outorga é da Agência Nacional de Águas. Em São Paulo, a ANA delegou as outorgas
ao DAEE, que vencem em agosto deste ano. Duas audiências públicas serão
realizadas este mês para discutir a proposta da ANA: a primeira acontecerá no dia
13, das 13h às 18h, no auditório do Instituto Agronômico de Campinas (IAC),
localizado na Av. Barão de Itapura, nº 1.481. A segunda está marcada para o dia
19. 14 na capital paulista, também das 13h às 18h, no auditório do Edifício Cidade I,
localizado na Rua Boa Vista, nº 170, Mezzanino, Centro.
Sistema Cantareira
O Sistema Cantareira está entre os maiores sistemas produtores de água do
mundo. Responsável pelo abastecimento de aproximadamente 55% da Região
Metropolitana de São Paulo, o Cantareira é composto por seis barragens
interligadas por um complexo sistema de 48 quilômetros formado por túneis, canais
e uma estação de bombeamento para que a água ultrapasse a barreira física da
Serra da Cantareira. Sua área de drenagem se estende até o sul de Minas Gerais.
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http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2014/01/com-pouca-chuva-consorcio-preve-
racionamento-na-regiao-de-campinas.html
http://correio.rac.com.br/_conteudo/2014/01/capa/campinas_e_rmc/146422-pcj-ve-risco-de-
faltar-agua-durante-a-copa-na-regiao.html