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1 von 14
Ação Cultural
em bibliotecas públicas
       e escolares

         Maria Helena T.C. de Barros
         Livre-docente em Disseminação da Informação
                          (UNESP)



            2010
Distinção entre termos afins

Conceituação:

-   atividade cultural: “qualquer ação ou trabalho específico” na
    área cultural;

-   programação cultural: ligada ao “ato de programar, de
    estabelecer um programa; seqüência de etapas” na área
    cultural;

-   ação cultural: processo pedagógico informacional-cultural que
    envolve um projeto, constituído por três ações articuladas:
    informar, debater e criar conhecimento.
Dimensão da Ação Cultural


“ Para o propósito de uma ação cultural, as duas posições
diante da cultura – acervo e contexto – devem ser
constantemente consideradas, pois ação cultural é basicamente
mediação e criação de acervo, inseridas em contexto cultural
bem definido” (Flusser)
Possibilidades da Ação Cultural

“ (...) acervos passivos ante o público pouco significam. É
   necessário ultrapassar essa passividade e buscar formas
   alternativas para criar na gramática social mais pontos de
   interrogação e menos ponto final”. (MILANESI, L. Centro de
   cultura: forma e função,p.88)

“ A direção do centro de cultura, captando interesses, percebendo
   os movimentos da história, faz através das atividades dele uma
   forma de interferir no cotidiano da cidade. Não há discursos
   definitivos e nem estados permanentes na vida social. A
   mutabilidade é intensa e o centro de cultura deve ter um papel
   fundamental na ação de reescrever a história. Sem repeti-la.”
   (MILANESI, L. Centro de cultura: forma e função, p.81-82)

“ A busca necessária dos conflitos inerentes ao próprio campo
   cultural passaria a ocorrer de forma clara a partir das relações
   interpessoais, sem as quais não é possível existir ação
   cultural. Um espaço que seja a simbiose, o amálgama torturado
   das relações humanas, parece ser próprio à cultura e desejável
   como proposta,” (MILANESI, L. Centro de cultura: forma e função,
   p. 73).
O âmbito da Ação Cultural


“ (...) a ação cultural espera ativar três esferas da vida do
indivíduo e do grupo (...):

1- a imaginação, onde a consciência reflete sobre si mesma,
inventa a si mesma, se abre para as possibilidades, libertando-se
do ser e do dever ser para aceitar o desafio do poder ser (...);

2- a ação, quando o sujeito, ativamente pronto, sem tensão ou
distração, penetra no tempo presente e viabiliza aquilo que sua
imaginação pré-sentiu, pré-dispôs – ligando-se assim ao processo
cultural concreto;

3- a reflexão, que lhe permite fazer a si mesmo uma proposta de
continuidade de si próprio, de sua consciência e de sua ação, numa
integração com o passado capaz de permitir-lhe o exercício
teórico, isto é, a previsão do futuro, a predeterminação do
possível. Neste instante o círculo se fecha e a imaginação é de
novo ativada.” (TEIXEIRA COELHO, J. O que é ação cultural, p.93-
94).
Diagrama da Ação cultural



               informar




                   AC


criar                           debater
A Intervenção sócio-cultural no ambiente dos
              centros de informação
Primórdios, circunstâncias e processo:


1.   A biblioteca, ao se transmutar em centro de informação (um dos),
     teve o seu ambiente bastante mudado. Foi grande a mudança
     observada no status do usuário e nas necessidades e demandas de
     informação apresentadas por ele, que passou historicamente de
     leitor a consulente e eventualmente a cliente.

2.   Passou-se a um estoque multimídia, ainda comportando textos
     impressos, mas já em convívio com os audiovisuais. O acervo
     informacional deixou de ser apenas real, presente, tangível in
     loco para assumir uma forma virtual ( na tensão entre ausente-
     presente). A tecnologia foi o grande diferencial, em que pese
     ser o mundo dinâmico.

3.   Assim, mudaram o lay out e o ambiente, os acervos e os estoques
     informacionais, o usuário da informação e a demanda, os meios e
     a mediação informacional. O conhecimento se ampliou e, com ele,
     a capacidade e a competência para aprender e compreender.
4.   Entretanto, ainda hoje, convivem diferentes condições sócio-
     econômicas-culturais, na vida cotidiana em que estamos
     inseridos profissionalmente.

5.   A informação bem direcionada pode ser o instrumento de uma
     intervenção sócio-cultural abrangente, com atuação interna e
     externa, de importantes reflexos na realidade.

6.   Entretanto, essa intervenção para a mudança deve ser,
     prudentemente, conseqüência de um diagnóstico formal.

7.   Com a segurança e o respaldo de um diagnóstico bem feito, é
     possível o planejamento de uma intervenção sócio-cultural a
     partir do ambiente do(s) centro(s) de informação ao(s)
     qual(is), como pressuposto, estivermos ligados.

8.   Em termos de disseminação da informação, procedimento em que
     estaremos apoiados como estratégia pré-definida, preferimos
     optar pela prática da Ação Cultural, por ser de fácil
     aceitação e retorno.
9.   Entretanto, é preciso ponderar que qualquer tipo de
     intervenção, em qualquer circunstância, demanda sensibilidade
     e planejamento, a partir das fragilidades e dos problemas
     postos à luz pelo diagnóstico.

10. Será preciso entender que o profissional (eu, você, nós) não é
    um super-herói e não pode agir sozinho, como se fosse o único
    agente. Para isso, pode ser formada uma equipe, proporcionando
    mais cabeças pensantes e uma distribuição de energia e de
    tarefas mais equilibrada.

11. Na outra ponta, temos a comunidade que passará pelo processo
    de intervenção. Ela deverá estar acompanhando todos os
    movimentos, para que possa entendê-los e aderir a eles,
    criando-se uma parceria harmoniosa, até mesmo por meio de suas
    entidades representativas e/ou formadores de opinião.
12. Em termos de forma, esse processo dependeria de cada
    comunidade, de suas características; em termos de conteúdos,
    também especiais e específicos, estaria direcionada sempre
    para atingir a meta de um patamar mais elevado de
    conhecimento, voltado para o bem-estar social. De qualquer
    maneira, é um procedimento de fora para dentro, intencional,
    para afetar a condição cultural e, em decorrência, a social
    do grupo em questão.

13. Assim, entende-se que a informação organizada e disseminada
    liga-se ao conhecimento, ao desenvolvimento e ao bem-estar
    social; mas, que também há uma inércia em meio a tudo isso e
    que são precisos uma ação e um agente para que se deflagre o
    processo dinâmico em busca dos resultados almejados.

14. Portanto, o tempo das bibliotecas estáticas não mais existe e
    os profissionais da informação – os bibliotecários – têm hoje
    mais um importante papel a desempenhar. Mais do que nunca!
Ação Cultural - possibilidades

Variações:
Informar – filmes            Debater/discutir – foruns
             palestras                          debates
             livros                             mesasredondas
             artigos                            blogs
             clips                              desafios
             painéis, etc.                      avaliações, etc.


                         Criar – oficinas
                                 ateliês
                                 concursos
                                 certames
                                 competições, etc.
Oportunidades:

1- biblioteca pública
        - público variado
        - interesses variados
        (exemplos)

2 – biblioteca escolar (pós Lei nº 1244, de 24/05/2010)
        - público – estudantes
                     professores
                    corpo técnico-administrativo
                     familiares
                     comunidade próxima

        - interesses – apoio e complementação pedagógica
                       atualização do conhecimento
                       lazer educativo (memória, raciocínio e vocabulário)
                       participação em projetos e certames
Referências


FLUSSER, V. A biblioteca como instrumento de ação cultural. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO
II, João Pessoa, 1982. Anais... João Pessoa, APBB, 1982. v.2.

MILANESI, L. Centro de cultura: forma e função. São Paulo:
Brasiliense, 2000.

TEIXEIRA COELHO, J. O que é ação cultural. São Paulo:
Brasiliense, 2001.
Agradecimentos




                 Maria Helena T.C. de Barros
                 m_helenabarros@hotmail.com

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Ação Cultural em bibliotecas públicas e escolares - Prof. Maria Helena T.C. de Barros

  • 1. Ação Cultural em bibliotecas públicas e escolares Maria Helena T.C. de Barros Livre-docente em Disseminação da Informação (UNESP) 2010
  • 2. Distinção entre termos afins Conceituação: - atividade cultural: “qualquer ação ou trabalho específico” na área cultural; - programação cultural: ligada ao “ato de programar, de estabelecer um programa; seqüência de etapas” na área cultural; - ação cultural: processo pedagógico informacional-cultural que envolve um projeto, constituído por três ações articuladas: informar, debater e criar conhecimento.
  • 3. Dimensão da Ação Cultural “ Para o propósito de uma ação cultural, as duas posições diante da cultura – acervo e contexto – devem ser constantemente consideradas, pois ação cultural é basicamente mediação e criação de acervo, inseridas em contexto cultural bem definido” (Flusser)
  • 4. Possibilidades da Ação Cultural “ (...) acervos passivos ante o público pouco significam. É necessário ultrapassar essa passividade e buscar formas alternativas para criar na gramática social mais pontos de interrogação e menos ponto final”. (MILANESI, L. Centro de cultura: forma e função,p.88) “ A direção do centro de cultura, captando interesses, percebendo os movimentos da história, faz através das atividades dele uma forma de interferir no cotidiano da cidade. Não há discursos definitivos e nem estados permanentes na vida social. A mutabilidade é intensa e o centro de cultura deve ter um papel fundamental na ação de reescrever a história. Sem repeti-la.” (MILANESI, L. Centro de cultura: forma e função, p.81-82) “ A busca necessária dos conflitos inerentes ao próprio campo cultural passaria a ocorrer de forma clara a partir das relações interpessoais, sem as quais não é possível existir ação cultural. Um espaço que seja a simbiose, o amálgama torturado das relações humanas, parece ser próprio à cultura e desejável como proposta,” (MILANESI, L. Centro de cultura: forma e função, p. 73).
  • 5. O âmbito da Ação Cultural “ (...) a ação cultural espera ativar três esferas da vida do indivíduo e do grupo (...): 1- a imaginação, onde a consciência reflete sobre si mesma, inventa a si mesma, se abre para as possibilidades, libertando-se do ser e do dever ser para aceitar o desafio do poder ser (...); 2- a ação, quando o sujeito, ativamente pronto, sem tensão ou distração, penetra no tempo presente e viabiliza aquilo que sua imaginação pré-sentiu, pré-dispôs – ligando-se assim ao processo cultural concreto; 3- a reflexão, que lhe permite fazer a si mesmo uma proposta de continuidade de si próprio, de sua consciência e de sua ação, numa integração com o passado capaz de permitir-lhe o exercício teórico, isto é, a previsão do futuro, a predeterminação do possível. Neste instante o círculo se fecha e a imaginação é de novo ativada.” (TEIXEIRA COELHO, J. O que é ação cultural, p.93- 94).
  • 6. Diagrama da Ação cultural informar AC criar debater
  • 7. A Intervenção sócio-cultural no ambiente dos centros de informação Primórdios, circunstâncias e processo: 1. A biblioteca, ao se transmutar em centro de informação (um dos), teve o seu ambiente bastante mudado. Foi grande a mudança observada no status do usuário e nas necessidades e demandas de informação apresentadas por ele, que passou historicamente de leitor a consulente e eventualmente a cliente. 2. Passou-se a um estoque multimídia, ainda comportando textos impressos, mas já em convívio com os audiovisuais. O acervo informacional deixou de ser apenas real, presente, tangível in loco para assumir uma forma virtual ( na tensão entre ausente- presente). A tecnologia foi o grande diferencial, em que pese ser o mundo dinâmico. 3. Assim, mudaram o lay out e o ambiente, os acervos e os estoques informacionais, o usuário da informação e a demanda, os meios e a mediação informacional. O conhecimento se ampliou e, com ele, a capacidade e a competência para aprender e compreender.
  • 8. 4. Entretanto, ainda hoje, convivem diferentes condições sócio- econômicas-culturais, na vida cotidiana em que estamos inseridos profissionalmente. 5. A informação bem direcionada pode ser o instrumento de uma intervenção sócio-cultural abrangente, com atuação interna e externa, de importantes reflexos na realidade. 6. Entretanto, essa intervenção para a mudança deve ser, prudentemente, conseqüência de um diagnóstico formal. 7. Com a segurança e o respaldo de um diagnóstico bem feito, é possível o planejamento de uma intervenção sócio-cultural a partir do ambiente do(s) centro(s) de informação ao(s) qual(is), como pressuposto, estivermos ligados. 8. Em termos de disseminação da informação, procedimento em que estaremos apoiados como estratégia pré-definida, preferimos optar pela prática da Ação Cultural, por ser de fácil aceitação e retorno.
  • 9. 9. Entretanto, é preciso ponderar que qualquer tipo de intervenção, em qualquer circunstância, demanda sensibilidade e planejamento, a partir das fragilidades e dos problemas postos à luz pelo diagnóstico. 10. Será preciso entender que o profissional (eu, você, nós) não é um super-herói e não pode agir sozinho, como se fosse o único agente. Para isso, pode ser formada uma equipe, proporcionando mais cabeças pensantes e uma distribuição de energia e de tarefas mais equilibrada. 11. Na outra ponta, temos a comunidade que passará pelo processo de intervenção. Ela deverá estar acompanhando todos os movimentos, para que possa entendê-los e aderir a eles, criando-se uma parceria harmoniosa, até mesmo por meio de suas entidades representativas e/ou formadores de opinião.
  • 10. 12. Em termos de forma, esse processo dependeria de cada comunidade, de suas características; em termos de conteúdos, também especiais e específicos, estaria direcionada sempre para atingir a meta de um patamar mais elevado de conhecimento, voltado para o bem-estar social. De qualquer maneira, é um procedimento de fora para dentro, intencional, para afetar a condição cultural e, em decorrência, a social do grupo em questão. 13. Assim, entende-se que a informação organizada e disseminada liga-se ao conhecimento, ao desenvolvimento e ao bem-estar social; mas, que também há uma inércia em meio a tudo isso e que são precisos uma ação e um agente para que se deflagre o processo dinâmico em busca dos resultados almejados. 14. Portanto, o tempo das bibliotecas estáticas não mais existe e os profissionais da informação – os bibliotecários – têm hoje mais um importante papel a desempenhar. Mais do que nunca!
  • 11. Ação Cultural - possibilidades Variações: Informar – filmes Debater/discutir – foruns palestras debates livros mesasredondas artigos blogs clips desafios painéis, etc. avaliações, etc. Criar – oficinas ateliês concursos certames competições, etc.
  • 12. Oportunidades: 1- biblioteca pública - público variado - interesses variados (exemplos) 2 – biblioteca escolar (pós Lei nº 1244, de 24/05/2010) - público – estudantes professores corpo técnico-administrativo familiares comunidade próxima - interesses – apoio e complementação pedagógica atualização do conhecimento lazer educativo (memória, raciocínio e vocabulário) participação em projetos e certames
  • 13. Referências FLUSSER, V. A biblioteca como instrumento de ação cultural. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO II, João Pessoa, 1982. Anais... João Pessoa, APBB, 1982. v.2. MILANESI, L. Centro de cultura: forma e função. São Paulo: Brasiliense, 2000. TEIXEIRA COELHO, J. O que é ação cultural. São Paulo: Brasiliense, 2001.
  • 14. Agradecimentos Maria Helena T.C. de Barros m_helenabarros@hotmail.com