SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 8
Downloaden Sie, um offline zu lesen
ADMINISTRAR E HUMANIZAR NO HOSPITAL
Shênia Soraya Soares Louzada13
Francynne Stang14
Maristela Calabrez15
Resumo:
Este artigo é resultado de um Trabalho de Conclusão do Curso de Administração e aborda a
importância da humanização hospitalar na melhoria, recuperação e satisfação do paciente internado
numa instituição hospitalar. Enfoca os direitos constitucionais dos pacientes e o aperfeiçoamento dos
serviços hospitalares prestados, bem como a necessidade de aperfeiçoamento dos profissionais que
neles trabalham. O objetivo principal é analisar a humanização como um referencial de qualidade em
pacientes internados. Conceitua a instituição hospitalar e a humanização ligada ao respeito, à
competência profissional, à cordialidade dentre outras necessidades apresentadas por quem necessita
de hospitalização. Faz referência a atitudes e ações que demonstram tratamento humanizado e discute
a relação entre profissionais e pacientes, bem como gestores e funcionários. Enfoca o tratamento
humanizado para os pacientes, mas também para quem trabalha na instituição. Reconhece a
humanização como um aspecto da qualidade, bem como discute a possibilidade de administrar e
humanizar dentro de uma instituição de saúde.
Palavras-chave: Hospital; humanização; respeito; administração; qualidade.
Por muito tempo, o hospital foi somente um depósito onde se amontoavam os enfermos que não
possuíam recursos financeiros. Sua finalidade era mais social do que terapêutica. Não se falava em
humanização hospitalar. Nos tempos atuais, esta expressão está entrando cada vez mais no
vocabulário e na preocupação das pessoas.
Para iniciar este trabalho foi feito um levantamento bibliográfico e uma pesquisa de opinião entre
pessoas que voluntariamente aceitaram responder sobre o que esperavam de um atendimento
hospitalar. Por ordem de preferência, as pessoas responderam que quando vão ao hospital elas
querem respeito, competência, cordialidade, boa formação profissional, carinho, rapidez e preço baixo.
Ou seja, as respostas mostraram uma preferência pelo aspecto das relações humanas, apesar de não
esquecerem da competência e da formação profissional. É importante ressaltar que a rapidez e o preço
baixo são os últimos itens que as pessoas se preocupam. A saúde e o bem-estar são preocupações
que estão muito na frente daquelas que normalmente se tem quando o corpo está bem.
13
Doutoranda em Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo, professora dos cursos de Administração e
Pedagogia da Faculdade Cenecista de Vila Velha, ES. Contato: s3louzada@terra.com.br
14
Bacharel em Administração pela Faculdade Cenecista de Vila Velha, ES.
15
Bacharel em Administração pela Faculdade Cenecista de Vila Velha, ES.
Revista FACEVV - 2º Semestre de 2008 - Número 1
68
O resultado da pesquisa de opinião coincide com o que está expresso no Programa Nacional de
Humanização da Assistência Hospitalar - PNHAH (BRASIL, 2000) que engloba ações integradas para a
melhoria na qualidade dos serviços prestados e para o aprimoramento das relações interpessoais no
interior dos hospitais. As ações humanizadoras, neste sentido, visam à integração da eficiência técnica
– científica, a ética, o respeito e as necessidades do usuário (BRASIL, 2000) que corresponde quase
totalmente ao que foi indicado pelas pessoas entrevistadas.
Hospital
O próprio histórico do hospital serve de justificativa para a importância que a humanização tem hoje.
Com o desenvolvimento da medicina, o Hospital foi assumindo novas características, superando aos
poucos, a distinção que existia entre o atendimento curativo e o preventivo. Atualmente, entende-se
que ele deve atuar em todos os serviços de saúde, desde a prevenção até a reabilitação. Esta idéia foi
expressa por Campos (1956) quando se referiu ao conceito de hospital definido pelo Ministério da
Saúde:
[...] parte integrante de uma organização médica e social, cuja função básica consiste em
proporcionar à população assistência médico-sanitária completa, tanto curativa como
preventiva, sob quaisquer regimes de atendimento, inclusive o domiciliar, e cujos serviços
externos irradiam até o âmbito familiar, constituindo-se também em centro de educação,
capacitação de recursos humanos e de pesquisas em saúde, bem como de
encaminhamentos de pacientes, cabendo-lhe supervisionar e orientar os estabelecimentos
de saúde a ele vinculados tecnicamente. (p. 20)
Neste conceito está presente a preocupação com a prevenção e a cura, mas Lima Gonçalves (1983)
vai além, afirmando que o hospital não pode se isolar da comunidade que pretende servir. A sociedade
integra e interfere em sua própria origem, em sua política e em sua atuação, manutenção e
desenvolvimento. E o hospital é um prestador de serviços no campo assistencial, na prevenção e
restauração da saúde, devendo proporcionar meios para pesquisas e ensino em todas as atividades
relacionadas com a saúde. Já no terceiro milênio Mezzono (2003) cita o que a Organização Mundial de
Saúde (OMS) declara sobre o tema:
[...] o hospital é parte integrante de um sistema coordenado de saúde cuja função é
dispensar à comunidade completa assistência médica, preventiva e curativa, incluindo
serviços extensivos à família em seu domicílio e ainda um centro de formação dos que
trabalham no campo da saúde e para as pesquisas biossociais. (p. 20)
Além da assistência, da prevenção, da cura e da pesquisa, está presente neste texto a idéia de
formação profissional. Reconhece-se que o hospital deve ser um centro de formação médica e de
investigação biossocial. Ou seja, o hospital é um todo que busca proporcionar a manutenção do bem-
estar físico, social e mental do ser humano.
Por tudo o que acontece em um hospital, pode se dizer que ele é um retrato da fragilidade física do
indivíduo, sendo ao mesmo tempo um espaço de busca e luta contra os seus males e problemas. É no
hospital que se vê mais claramente a fraqueza e a força do ser humano na luta para vencer a morte. É
no hospital que a humanização não pode faltar.
Revista FACEVV - 2º Semestre de 2008 - Número 1
69
Humanização
Se na antiga Grécia e Roma, os valores de beleza, força, harmonia e heroísmo eram realçados, no
mundo cristão, o ser humano passou a ter destaque como pessoa, aberto à plenitude do que poderia
ser. Nessa perspectiva, a instituição de saúde tem passado por uma reavaliação e normatização das
atitudes e condutas em prol da ética, organização, qualidade e sensibilização (SCHRAMM; KOTTOW,
2001). Sua abordagem interdisciplinar interage com as ciências humanas e biológicas,
contextualizando e focalizando a integralidade, dignidade e cidadania dos indivíduos (CHIATTONE,
1998).
Com as características adquiridas no processo de evolução, humanizar no hospital significa muito mais
que tornar humano. Passa a ser uma ação solidária que promove o cuidar, colocando o serviço em
função de gente com a intenção de garantir um atendimento de qualidade superior.
Conseqüentemente, o “cuidar humanizado” amplia a concepção de qualidade porque o cuidador se
apresenta como alguém dinâmico, disposto a acolher e a prestar assistência com sensibilidade, com
solidariedade, com ética e competência profissional.
Junto com a tecnologia, a humanização se torna uma aliada para melhorar a recuperação e a
satisfação do paciente, quando toda a equipe prioriza “estar com” o indivíduo nos momentos de
infortúnio. A assistência humanizada é aquela que transmite alegria e segurança por parte de quem
presta o atendimento. Não uma alegria superficial, mas um sentimento de esperança a cada pequeno
sinal de progresso. Quanto à segurança, ela se apresenta nas respostas firmes em cada dúvida do
paciente, no cumprimento de horários e na competência profissional demonstrada.
Quando a melhora da saúde não aparece, ainda assim, o profissional pode minimizar o sofrimento da
pessoa, ouvindo suas queixas, administrando a medicação mostrando esperança e cuidado. Em todos
os casos, pela carência e fragilidade da pessoa doente, a humanização tende a reduzir o tempo de
hospitalização da pessoa.
Até aqui se falou na humanização do atendimento ao doente. Entretanto, a humanização tem também
o lado do profissional. Ele também precisa ser tratado com respeito, precisa estar saudável física,
emocional, profissional e financeiramente. Seu ambiente de trabalho deve ser acolhedor, higienizado,
alegre e calmo. As informações e o material têm que estar a seu alcance no momento certo. Ou seja, a
humanização é importante em todos os setores. Sendo uma rede de construção permanente de laços
de cidadania, a humanização torna-se ainda uma estratégia de construção orgânica do sistema clínico
de saúde. Ela deve operar nas relações entre profissionais e doentes internados, entre profissionais e
profissionais e entre os vários serviços de saúde. Humanizar passa a ser sinônimo de resgate do
respeito à vida humana nos diversos contextos (BRASIL, 2000) exigindo todo esforço individual e
coletivo para que a saúde seja um elemento de paz dentro e fora do hospital.
Humanização como direito
A constituição brasileira de 1988, termina oficialmente com a ditadura militar que havia tirado dos
brasileiros muitos dos seus direitos e consolida a obrigatoriedade do estado em oferecer saúde para
todos. O art. 196 (BRASIL, 1988) afirma que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo
Revista FACEVV - 2º Semestre de 2008 - Número 1
70
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ou
acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. A partir
de então, a política de humanização hospitalar começou a se estabelecer com mais intensidade tendo
como base os preceitos constitucionais.
Segundo Mezzomo (2003), o Código Internacional de Ética Moderna, estabelecido em Londres
recomenda que o médico há de ter sempre presente o cuidado de conservar a vida humana; que ele
deve a seu paciente completa lealdade e empregar em seu favor todos os recursos da ciência; que
quando um exame ou tratamento estiver além de sua capacidade deverá ele convidar outro médico
que tenha a necessária habilidade para realizá-lo; que o médico deverá manter segredo absoluto sobre
tudo que sabe de um paciente, dada a confiança que nele depositou e, que o médico deve prestar
cuidados de emergência como um dever humanitário, a menos que esteja certo de que haja pessoas
capacitadas a prestarem tais cuidados.
Humanização e aperfeiçoamento
Quando um paciente sabe que no hospital estão profissionais competentes, ele se sente mais
confiante. Entretanto, os pacientes, em sua maioria, não sabem avaliar, se os procedimentos estão
sendo aplicadas de forma correta. Todavia, qualquer pessoa pode perceber a maneira humana ou não
com que está sendo cuidada.
A humanização não pode prescindir da competência, bem como da cortesia e do carinho. Afetividade e
competência precisam estar em estreita relação quando se busca qualidade. Para cuidar do outro, é
necessário também que o profissional cuide de si, do seu aprimoramento cultural e humano e de sua
saúde. Receber cuidados e cuidar-se é direito e dever. Para cuidar de si mesmo, o profissional deve
atentar para seu modo de ser, suas emoções, seu físico e sua mente.
Os trabalhadores tendem a ser saudáveis fisicamente, mas necessitam sê-lo também interiormente.
Quem não está bem consigo mesmo terá dificuldade de estar bem com os outros. Ou conforme
Mezzomo (2003), aquele que traz dentro de si uma luz ilumina a quem o cerca e pode fazer a oração
de São Francisco de Assis: “É amando que se é amado e Fazei que eu procure mais compreender e
ser compreendido”
Para a tarefa de humanizar e cuidar é prioritário um treinamento a todo o pessoal, desde o funcionário
que recebe o paciente até aquele que lhe dá alta. Além disso, é preciso que os funcionários em suas
relações interpessoais com seu colega de trabalho, também ajam de forma humanizada. Uma das
maneiras de se colocar em prática esta necessidade é oferecendo formação continuada em forma de
reuniões periódicas, encontros, simpósios, palestras e tantos outros que sirvam para o intercâmbio de
experiências relativas à vida profissional e ao trato com o paciente. Fundamental se torna que ele,
como pessoa seja acolhido na empresa, seja reconhecido como o ativo mais importante da instituição,
seja considerado como ser humano.
Não se pode esquecer que o avanço tecnológico e cientifico exige para qualquer empresa a aquisição
de máquinas e produtos avançados. Porém, o aproveitamento desse material depende de pessoas que
se envolvam no processo, que estejam aptas para acompanhar o desenvolvimento e que o utilizem
Revista FACEVV - 2º Semestre de 2008 - Número 1
71
para melhorar o atendimento às pessoas de forma humanizada e, que sejam tratadas de forma
humanizada.
Administração e humanização
A prática administrativa contemporânea já se volta para uma administração participativa como uma
inovação nas relações humanas, confiando que o individuo é capaz de atuar como agente de
mudança. Nesta forma de administrar, os profissionais são vistos como atores principais das
organizações e estas, quando deixam de administrar pessoas e passam a administrar com as pessoas,
demonstram reconhecer a criatividade e as habilidades mentais dos indivíduos. Esta mudança
acontece porque a sociedade já não aceita imposições e deseja tomar parte das decisões por meio do
indivíduo que está inserido na organização e conseqüentemente, na sociedade, cujas demandas são
as mesmas do ambiente das instituições.
Entre as demandas estão o avanço tecnológico, as novas exigências de mercado e os anseios dos
consumidores, o que torna o processo decisório o ponto mais importante de uma gestão. Drucker
(1977) confirma tal afirmação quando escreve que o produto final do trabalho do gerente é decisões e
ações. Assim, o papel do gestor impõe-lhe a responsabilidade pelo fracasso ou pelo sucesso da
organização, exigindo-lhe várias habilidades interpessoais, as quais interferem diretamente no aspecto
da humanização. Para Santos (2002), o administrador eficaz precisa penetrar na realidade das coisas,
ter equilíbrio e habilidades pessoais, adquirir técnicas para decidir sabiamente, interpretando os sinais,
as informações e as situações.
De forma especifica o gestor hospitalar, seja ele médico ou outro profissional, seu desafio é envolver-
se com o trabalho de todo a equipe, seja ela de um contexto micro ou macro. Além disso, precisa
empenhar-se em conhecer as patologias para as quais o hospital é especializado, as necessidades dos
das pessoas que ali se internam, bem como as alternativas de tratamento. Quanto mais o gestor
hospitalar se envolver com estes aspectos, mais chance de humanização terá o ambiente hospitalar
que dirige.
Para a implementação desta nova abordagem de tratamento dos pacientes internados é necessário
que as instituições hospitalares tenham à frente uma administração dinâmica, ousada, moderna, com
uma mescla de formação administrativa e humanitária. Que implemente uma rotina de cursos e
treinamentos, sempre buscando a atualização e observância dos meios modernos de proporcionar
qualificação e bem estar aos seus profissionais.
Qualidade e humanização
A história da qualidade origina-se na revolução industrial do século XVIII, com as profundas mudanças
econômicas e sociais da sociedade. O inicio da automação trouxe o consumo em massa e fez surgir
milhares de empresas aumentando a concorrência e desencadeando um processo de competitividade
que fez melhorar os produtos e serviços.
Revista FACEVV - 2º Semestre de 2008 - Número 1
72
Com a era industrial, as atividades de muitos especialistas tiveram que ser agregadas para se ter um
produto final completo. As organizações enfrentaram o desafio de integrar as pessoas que trabalhavam
juntas para que, com o auxílio de máquinas e ferramentas obtivessem maiores resultados. Uma das
maneiras de fazer a integração foi aplicar uma padronização sobre os produtos e sobre o trabalho das
pessoas. As técnicas de integração começaram a produzir uma Revolução Gerencial e a 2ª Guerra
Mundial contribuiu com o processo de aprimoramento da qualidade pelo aprimoramento das técnicas
manufatureiras necessárias à indústria bélica.
A qualidade exigida apenas nos produtos passou a ser insuficiente, cabendo à “ empresa [...] implantar
um programa permanente de educação para a qualidade” (GIL, 1994, p. 159) que traga outros olhares
sobre o tema, cujo conceito se ampliou e se estendeu para outras áreas e serviços, inclusive nos
espaços de saúde. Sendo assim, a qualidade que se presta a esses casos é aquela cujo conceito é de
dar “[..] atendimento às necessidades definidas pelo cliente; estar de acordo com as especificações e à
totalidade de aspectos que atendam uma necessidade específica [...]” (HUTCHINS, 1992, p. 3). Ora,
alguém que está hospitalizado tem necessidades específicas que se apresentam em vários aspectos e
nesse caso, é possível falar em qualidade na saúde. Não é uma qualidade que pode ser medida em
quantidade, mas pode ser avaliada pelo grau de satisfação de quem utiliza o hospital, pela seriedade,
pela competência e humanidade do serviço prestado ou do atendimento feito. Então, a qualidade se
reflete não só no que é material, mas também no que é humano. Principalmente, no setor de saúde,
ela envolve todo gênero de instalações, ambiente físico, climatização, decorações e boas relações
humanas. As relações interpessoais e a mudança de atitude demonstrada pelo respeito, pela
competência profissional, pela cordialidade e pelo carinho fazem com que qualidade e humanização
andem juntas.
Para garantir a qualidade existe uma ferramenta surgida por volta de 1980 na Xerox Corporation, dos
Estados Unidos, a qual se denominou de benchmarking competitivo (ARAUJO JR, 2001). Nos
hospitais, ele se aplica à experiência de aprendizado e descobertas que identifica e avalia os melhores
processos e desempenho com objetivo de integrá-los ao processo atual, aumentar sua eficácia, sua
eficiência e sua adaptabilidade.
Este processo que permite ao hospital a entender a si e à concorrência, obter informações dos
concorrentes, estabelecer metas, aperfeiçoar-se, prever tendências, melhorar seus serviços, seus
produtos, a qualidade do serviço e a satisfação do cliente é uma grande ferramenta para que o
administrador perceba se a humanização está acontecendo nos vários setores da instituição e como
melhorá-la cada vez mais.
A possibilidade de administrar e humanizar
Quando o administrador percebe que a qualidade de seus serviços está ligada ao atendimento às
necessidades do paciente, que os cuidados com a competência, com a atenção e com as relações
pessoais entre profissionais e profissionais, entre profissionais e doentes e, entre hospital e sociedade,
ele consegue administrar sua instituição mantendo a humanização como padrão de qualidade.
Revista FACEVV - 2º Semestre de 2008 - Número 1
73
A humanização no meio hospitalar atua como método de suavizar a dor e o sofrimento dos pacientes
internados. Como conseqüência, a humanização também resulta em redução de custos, pois há
diminuição da permanência dos pacientes nas instituições hospitalares.
Faz-se então necessário que a instituição hospitalar esteja comprometida com o processo de
humanização, buscando sempre meios de proporcionar bem-estar a toda equipe integrada no processo
de saúde, mantendo atualizado todos os profissionais envolvidos nos avanços tecnológicos e
acadêmicos, criando condições materiais, físicas e psíquicas para cuidar do paciente, proporcionando-
lhe segurança e confiança a fim de reduzir o tempo do tratamento e permanência do paciente
internado.
É mister que o administrador faça uso do benchmarking como ferramenta de qualidade no atendimento
hospitalar. Que os profissionais qualificados possam transmitir ao paciente toda a alegria, calma e
segurança, dando-lhes qualidade no atendimento a fim de que tenham uma recuperação rápida e no
tempo em que estiverem hospitalizados tenham um atendimento que lhes proporcione meios de
minimizar seu sofrimento. O que leva a concluir que é preciso construir a humanização no intuito de
reforçar uma relação onde as pessoas possam ter seus direitos respeitados, implicando, portanto, na
valorização humana tanto do servidor, como do paciente internado. Ou seja, humanização hospitalar
está relacionada diretamente à qualidade no atendimento e também no serviço que se presta.
Referências:
ARAÚJO JR, Rogério. Benchmarking. Brasília: Ed. UNB, 2001.
BRASIL. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Brasília: Senado Federal,
1988.
______. Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar: projeto piloto. Brasília:
Secretária de Assistência à Saúde, 2000.
CAMPOS, Terezinha Calil Padis. Psicologia hospitalar. São Paulo: EPU, 1995.
CHIATTONE, H. B. C. Unidade e diversidades: a significação da psicologia no contexto hospitalar.
São Paulo: Objetiva, 1998.
DRUCKER, Peter. Introdução à administração. São Paulo: Pioneira, 1977.
GIL, Antonio Carlos. Administração de recursos humanos: um enfoque profissional. São Paulo:
Atlas, 1994.
HUTCHINS, David. Sucesso através da qualidade total. Rio de Janeiro: Imagens, 1992.
LIMA GONÇALVES, Ernesto. O hospital e a visão administrativa contemporânea. São Paulo:
Pioneira, 1983.
Revista FACEVV - 2º Semestre de 2008 - Número 1
74
MEZZOMO, Augusto Antonio et al. Fundamentos da Humanização Hospitalar: uma versão
multiprofissional. São Paulo: Loyola, 2003 .
SANTOS, Naírio Augusto dos. O administrador hospitalar e a decisão racional. São Paulo:
InfoSaúde, n. 35, fev. 2002.
SCHRAMM, F. R; KOTTOW, M. Princípios bioéticos em saúde pública. In: Cadernos de saúde
pública. Rio de Janeiro, n. 17, v. 4, 2001.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO. Biblioteca central. Guia para normalização de
referências. Vitória: UFES, 2006.
______. ______. Normalização e apresentação de trabalhos científicos e acadêmicos. Vitória:
UFES, 2006.
Revista FACEVV - 2º Semestre de 2008 - Número 1
75

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida
Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuidaHumanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida
Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuidaIranildo Ribeiro
 
Humanização Intensiva: Eu humanizo, Tu humanizas... Ele melhora!
Humanização Intensiva: Eu humanizo, Tu humanizas... Ele melhora!Humanização Intensiva: Eu humanizo, Tu humanizas... Ele melhora!
Humanização Intensiva: Eu humanizo, Tu humanizas... Ele melhora!Associação Viva e Deixe Viver
 
Aula de humanização plt
Aula de humanização pltAula de humanização plt
Aula de humanização pltenfanhanguera
 
Palestra de Humanização no Atendimento
Palestra de Humanização no AtendimentoPalestra de Humanização no Atendimento
Palestra de Humanização no AtendimentoFabiano Ladislau
 
Humanização da assistência de enfermagem na Emergência
Humanização da assistência de enfermagem na EmergênciaHumanização da assistência de enfermagem na Emergência
Humanização da assistência de enfermagem na EmergênciaNayaneQuirino
 
Capelania e humaniza+ç+âo hospitalar
Capelania e humaniza+ç+âo hospitalarCapelania e humaniza+ç+âo hospitalar
Capelania e humaniza+ç+âo hospitalarPrLinaldo Junior
 
4ª aula 1º slid humaniza sus
4ª aula 1º slid humaniza sus4ª aula 1º slid humaniza sus
4ª aula 1º slid humaniza susFrancisco Fialho
 
Humanização na Saúde
Humanização na SaúdeHumanização na Saúde
Humanização na SaúdeYlla Cohim
 
A humanização do ambiente hospitalar
A humanização do ambiente hospitalarA humanização do ambiente hospitalar
A humanização do ambiente hospitalarEugenio Rocha
 
Trabalho de humanização slides
Trabalho de humanização slidesTrabalho de humanização slides
Trabalho de humanização slidesenfanhanguera
 
Acolhimentoehumanizao 111011082936-phpapp01
Acolhimentoehumanizao 111011082936-phpapp01Acolhimentoehumanizao 111011082936-phpapp01
Acolhimentoehumanizao 111011082936-phpapp01rosiclermalta
 
Panfleto humanização e acolhimento no atendimento em saude
Panfleto humanização e acolhimento no atendimento em saudePanfleto humanização e acolhimento no atendimento em saude
Panfleto humanização e acolhimento no atendimento em saudeRenata Silva
 
Humanização na Unidade de terapia intensiva (UTI)
Humanização na Unidade de terapia intensiva (UTI)Humanização na Unidade de terapia intensiva (UTI)
Humanização na Unidade de terapia intensiva (UTI)Tezin Maciel
 
Humanização em Unidade de Terapia Intensiva UTI Slides
Humanização em Unidade de Terapia Intensiva UTI SlidesHumanização em Unidade de Terapia Intensiva UTI Slides
Humanização em Unidade de Terapia Intensiva UTI SlidesCleiton Ribeiro Alves
 

Was ist angesagt? (20)

Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida
Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuidaHumanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida
Humanização na assistência em enfermagem: é preciso cuidar de quem cuida
 
Humanização Intensiva: Eu humanizo, Tu humanizas... Ele melhora!
Humanização Intensiva: Eu humanizo, Tu humanizas... Ele melhora!Humanização Intensiva: Eu humanizo, Tu humanizas... Ele melhora!
Humanização Intensiva: Eu humanizo, Tu humanizas... Ele melhora!
 
Aula de humanização plt
Aula de humanização pltAula de humanização plt
Aula de humanização plt
 
(Re)Humanização na Saúde
(Re)Humanização na Saúde(Re)Humanização na Saúde
(Re)Humanização na Saúde
 
Você faz a diferença!
Você faz a diferença!Você faz a diferença!
Você faz a diferença!
 
Humanização na assistência de enfermagem
Humanização na assistência de enfermagemHumanização na assistência de enfermagem
Humanização na assistência de enfermagem
 
Palestra de Humanização no Atendimento
Palestra de Humanização no AtendimentoPalestra de Humanização no Atendimento
Palestra de Humanização no Atendimento
 
Humanização da assistência de enfermagem na Emergência
Humanização da assistência de enfermagem na EmergênciaHumanização da assistência de enfermagem na Emergência
Humanização da assistência de enfermagem na Emergência
 
Capelania e humaniza+ç+âo hospitalar
Capelania e humaniza+ç+âo hospitalarCapelania e humaniza+ç+âo hospitalar
Capelania e humaniza+ç+âo hospitalar
 
Aula humanizacao botucatu_2009
Aula humanizacao botucatu_2009Aula humanizacao botucatu_2009
Aula humanizacao botucatu_2009
 
4ª aula 1º slid humaniza sus
4ª aula 1º slid humaniza sus4ª aula 1º slid humaniza sus
4ª aula 1º slid humaniza sus
 
Humanização na saude
Humanização na saudeHumanização na saude
Humanização na saude
 
Humanização na Saúde
Humanização na SaúdeHumanização na Saúde
Humanização na Saúde
 
A humanização do ambiente hospitalar
A humanização do ambiente hospitalarA humanização do ambiente hospitalar
A humanização do ambiente hospitalar
 
Trabalho de humanização slides
Trabalho de humanização slidesTrabalho de humanização slides
Trabalho de humanização slides
 
Acolhimentoehumanizao 111011082936-phpapp01
Acolhimentoehumanizao 111011082936-phpapp01Acolhimentoehumanizao 111011082936-phpapp01
Acolhimentoehumanizao 111011082936-phpapp01
 
Panfleto humanização e acolhimento no atendimento em saude
Panfleto humanização e acolhimento no atendimento em saudePanfleto humanização e acolhimento no atendimento em saude
Panfleto humanização e acolhimento no atendimento em saude
 
Humanização na Unidade de terapia intensiva (UTI)
Humanização na Unidade de terapia intensiva (UTI)Humanização na Unidade de terapia intensiva (UTI)
Humanização na Unidade de terapia intensiva (UTI)
 
Humanização em Unidade de Terapia Intensiva UTI Slides
Humanização em Unidade de Terapia Intensiva UTI SlidesHumanização em Unidade de Terapia Intensiva UTI Slides
Humanização em Unidade de Terapia Intensiva UTI Slides
 
Humanização na saúde
Humanização na saúdeHumanização na saúde
Humanização na saúde
 

Ähnlich wie Administrar e humanizar no hospital

Texto 5 psicologia e humanização
Texto 5   psicologia e humanizaçãoTexto 5   psicologia e humanização
Texto 5 psicologia e humanizaçãoPsicologia_2015
 
HUMANIZAÇÃO.pptx
HUMANIZAÇÃO.pptxHUMANIZAÇÃO.pptx
HUMANIZAÇÃO.pptxtuttitutti1
 
Organização, estrutura e funcionamento hospitalar
Organização, estrutura e funcionamento hospitalarOrganização, estrutura e funcionamento hospitalar
Organização, estrutura e funcionamento hospitalarNEELLITON SANTOS
 
Humanização Na Radiologia
Humanização Na RadiologiaHumanização Na Radiologia
Humanização Na RadiologiaUiliam Santos
 
Acolhimento com avaliação de risco
Acolhimento com avaliação de riscoAcolhimento com avaliação de risco
Acolhimento com avaliação de riscoIsabel Amaral
 
Diálogos da Psicologia com a Enfermagem.pdf
Diálogos da Psicologia com a Enfermagem.pdfDiálogos da Psicologia com a Enfermagem.pdf
Diálogos da Psicologia com a Enfermagem.pdfssuser1a1e9c
 
Humaniza sus atencao_basica
Humaniza sus atencao_basicaHumaniza sus atencao_basica
Humaniza sus atencao_basicaCinthia13Lima
 
Livro caminhos da-humanizacao_na_saude
Livro   caminhos da-humanizacao_na_saudeLivro   caminhos da-humanizacao_na_saude
Livro caminhos da-humanizacao_na_saudemarcosdiego
 
Acolhimento classificaao risco_servico_urgencia
Acolhimento classificaao risco_servico_urgenciaAcolhimento classificaao risco_servico_urgencia
Acolhimento classificaao risco_servico_urgenciaAlice Costa
 
Equipe multiprofissional de saúde
Equipe multiprofissional de saúdeEquipe multiprofissional de saúde
Equipe multiprofissional de saúdenaiellyrodrigues
 
Especialização em Saúde da Família UNA - SUS
Especialização em Saúde da Família UNA - SUSEspecialização em Saúde da Família UNA - SUS
Especialização em Saúde da Família UNA - SUSSebástian Freire
 
Gestão-Hospitalar.pdf
Gestão-Hospitalar.pdfGestão-Hospitalar.pdf
Gestão-Hospitalar.pdfSemsaPortoAcre
 

Ähnlich wie Administrar e humanizar no hospital (20)

Texto 5 psicologia e humanização
Texto 5   psicologia e humanizaçãoTexto 5   psicologia e humanização
Texto 5 psicologia e humanização
 
HUMANIZAÇÃO.pptx
HUMANIZAÇÃO.pptxHUMANIZAÇÃO.pptx
HUMANIZAÇÃO.pptx
 
Cola
ColaCola
Cola
 
humanisticos da SAE.pptx
humanisticos da SAE.pptxhumanisticos da SAE.pptx
humanisticos da SAE.pptx
 
humanizaonaassistenc.pptx
humanizaonaassistenc.pptxhumanizaonaassistenc.pptx
humanizaonaassistenc.pptx
 
Organização, estrutura e funcionamento hospitalar
Organização, estrutura e funcionamento hospitalarOrganização, estrutura e funcionamento hospitalar
Organização, estrutura e funcionamento hospitalar
 
Humanização em saúde
Humanização em saúdeHumanização em saúde
Humanização em saúde
 
Humanização Na Radiologia
Humanização Na RadiologiaHumanização Na Radiologia
Humanização Na Radiologia
 
Acolhimento com avaliação de risco
Acolhimento com avaliação de riscoAcolhimento com avaliação de risco
Acolhimento com avaliação de risco
 
Diálogos da Psicologia com a Enfermagem.pdf
Diálogos da Psicologia com a Enfermagem.pdfDiálogos da Psicologia com a Enfermagem.pdf
Diálogos da Psicologia com a Enfermagem.pdf
 
Aula educacao permanente_em_saude
Aula educacao permanente_em_saudeAula educacao permanente_em_saude
Aula educacao permanente_em_saude
 
Acolhim
AcolhimAcolhim
Acolhim
 
Humaniza sus atencao_basica
Humaniza sus atencao_basicaHumaniza sus atencao_basica
Humaniza sus atencao_basica
 
Livro caminhos da-humanizacao_na_saude
Livro   caminhos da-humanizacao_na_saudeLivro   caminhos da-humanizacao_na_saude
Livro caminhos da-humanizacao_na_saude
 
Prontuario
ProntuarioProntuario
Prontuario
 
Acolhimento classificaao risco_servico_urgencia
Acolhimento classificaao risco_servico_urgenciaAcolhimento classificaao risco_servico_urgencia
Acolhimento classificaao risco_servico_urgencia
 
Etica e Bioética
Etica e BioéticaEtica e Bioética
Etica e Bioética
 
Equipe multiprofissional de saúde
Equipe multiprofissional de saúdeEquipe multiprofissional de saúde
Equipe multiprofissional de saúde
 
Especialização em Saúde da Família UNA - SUS
Especialização em Saúde da Família UNA - SUSEspecialização em Saúde da Família UNA - SUS
Especialização em Saúde da Família UNA - SUS
 
Gestão-Hospitalar.pdf
Gestão-Hospitalar.pdfGestão-Hospitalar.pdf
Gestão-Hospitalar.pdf
 

Kürzlich hochgeladen

02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdfJorge Andrade
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.keislayyovera123
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxRonys4
 
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERDeiciane Chaves
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasRecurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasCasa Ciências
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?Rosalina Simão Nunes
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 

Kürzlich hochgeladen (20)

02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
 
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasRecurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 

Administrar e humanizar no hospital

  • 1. ADMINISTRAR E HUMANIZAR NO HOSPITAL Shênia Soraya Soares Louzada13 Francynne Stang14 Maristela Calabrez15 Resumo: Este artigo é resultado de um Trabalho de Conclusão do Curso de Administração e aborda a importância da humanização hospitalar na melhoria, recuperação e satisfação do paciente internado numa instituição hospitalar. Enfoca os direitos constitucionais dos pacientes e o aperfeiçoamento dos serviços hospitalares prestados, bem como a necessidade de aperfeiçoamento dos profissionais que neles trabalham. O objetivo principal é analisar a humanização como um referencial de qualidade em pacientes internados. Conceitua a instituição hospitalar e a humanização ligada ao respeito, à competência profissional, à cordialidade dentre outras necessidades apresentadas por quem necessita de hospitalização. Faz referência a atitudes e ações que demonstram tratamento humanizado e discute a relação entre profissionais e pacientes, bem como gestores e funcionários. Enfoca o tratamento humanizado para os pacientes, mas também para quem trabalha na instituição. Reconhece a humanização como um aspecto da qualidade, bem como discute a possibilidade de administrar e humanizar dentro de uma instituição de saúde. Palavras-chave: Hospital; humanização; respeito; administração; qualidade. Por muito tempo, o hospital foi somente um depósito onde se amontoavam os enfermos que não possuíam recursos financeiros. Sua finalidade era mais social do que terapêutica. Não se falava em humanização hospitalar. Nos tempos atuais, esta expressão está entrando cada vez mais no vocabulário e na preocupação das pessoas. Para iniciar este trabalho foi feito um levantamento bibliográfico e uma pesquisa de opinião entre pessoas que voluntariamente aceitaram responder sobre o que esperavam de um atendimento hospitalar. Por ordem de preferência, as pessoas responderam que quando vão ao hospital elas querem respeito, competência, cordialidade, boa formação profissional, carinho, rapidez e preço baixo. Ou seja, as respostas mostraram uma preferência pelo aspecto das relações humanas, apesar de não esquecerem da competência e da formação profissional. É importante ressaltar que a rapidez e o preço baixo são os últimos itens que as pessoas se preocupam. A saúde e o bem-estar são preocupações que estão muito na frente daquelas que normalmente se tem quando o corpo está bem. 13 Doutoranda em Psicologia pela Universidade Federal do Espírito Santo, professora dos cursos de Administração e Pedagogia da Faculdade Cenecista de Vila Velha, ES. Contato: s3louzada@terra.com.br 14 Bacharel em Administração pela Faculdade Cenecista de Vila Velha, ES. 15 Bacharel em Administração pela Faculdade Cenecista de Vila Velha, ES. Revista FACEVV - 2º Semestre de 2008 - Número 1 68
  • 2. O resultado da pesquisa de opinião coincide com o que está expresso no Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar - PNHAH (BRASIL, 2000) que engloba ações integradas para a melhoria na qualidade dos serviços prestados e para o aprimoramento das relações interpessoais no interior dos hospitais. As ações humanizadoras, neste sentido, visam à integração da eficiência técnica – científica, a ética, o respeito e as necessidades do usuário (BRASIL, 2000) que corresponde quase totalmente ao que foi indicado pelas pessoas entrevistadas. Hospital O próprio histórico do hospital serve de justificativa para a importância que a humanização tem hoje. Com o desenvolvimento da medicina, o Hospital foi assumindo novas características, superando aos poucos, a distinção que existia entre o atendimento curativo e o preventivo. Atualmente, entende-se que ele deve atuar em todos os serviços de saúde, desde a prevenção até a reabilitação. Esta idéia foi expressa por Campos (1956) quando se referiu ao conceito de hospital definido pelo Ministério da Saúde: [...] parte integrante de uma organização médica e social, cuja função básica consiste em proporcionar à população assistência médico-sanitária completa, tanto curativa como preventiva, sob quaisquer regimes de atendimento, inclusive o domiciliar, e cujos serviços externos irradiam até o âmbito familiar, constituindo-se também em centro de educação, capacitação de recursos humanos e de pesquisas em saúde, bem como de encaminhamentos de pacientes, cabendo-lhe supervisionar e orientar os estabelecimentos de saúde a ele vinculados tecnicamente. (p. 20) Neste conceito está presente a preocupação com a prevenção e a cura, mas Lima Gonçalves (1983) vai além, afirmando que o hospital não pode se isolar da comunidade que pretende servir. A sociedade integra e interfere em sua própria origem, em sua política e em sua atuação, manutenção e desenvolvimento. E o hospital é um prestador de serviços no campo assistencial, na prevenção e restauração da saúde, devendo proporcionar meios para pesquisas e ensino em todas as atividades relacionadas com a saúde. Já no terceiro milênio Mezzono (2003) cita o que a Organização Mundial de Saúde (OMS) declara sobre o tema: [...] o hospital é parte integrante de um sistema coordenado de saúde cuja função é dispensar à comunidade completa assistência médica, preventiva e curativa, incluindo serviços extensivos à família em seu domicílio e ainda um centro de formação dos que trabalham no campo da saúde e para as pesquisas biossociais. (p. 20) Além da assistência, da prevenção, da cura e da pesquisa, está presente neste texto a idéia de formação profissional. Reconhece-se que o hospital deve ser um centro de formação médica e de investigação biossocial. Ou seja, o hospital é um todo que busca proporcionar a manutenção do bem- estar físico, social e mental do ser humano. Por tudo o que acontece em um hospital, pode se dizer que ele é um retrato da fragilidade física do indivíduo, sendo ao mesmo tempo um espaço de busca e luta contra os seus males e problemas. É no hospital que se vê mais claramente a fraqueza e a força do ser humano na luta para vencer a morte. É no hospital que a humanização não pode faltar. Revista FACEVV - 2º Semestre de 2008 - Número 1 69
  • 3. Humanização Se na antiga Grécia e Roma, os valores de beleza, força, harmonia e heroísmo eram realçados, no mundo cristão, o ser humano passou a ter destaque como pessoa, aberto à plenitude do que poderia ser. Nessa perspectiva, a instituição de saúde tem passado por uma reavaliação e normatização das atitudes e condutas em prol da ética, organização, qualidade e sensibilização (SCHRAMM; KOTTOW, 2001). Sua abordagem interdisciplinar interage com as ciências humanas e biológicas, contextualizando e focalizando a integralidade, dignidade e cidadania dos indivíduos (CHIATTONE, 1998). Com as características adquiridas no processo de evolução, humanizar no hospital significa muito mais que tornar humano. Passa a ser uma ação solidária que promove o cuidar, colocando o serviço em função de gente com a intenção de garantir um atendimento de qualidade superior. Conseqüentemente, o “cuidar humanizado” amplia a concepção de qualidade porque o cuidador se apresenta como alguém dinâmico, disposto a acolher e a prestar assistência com sensibilidade, com solidariedade, com ética e competência profissional. Junto com a tecnologia, a humanização se torna uma aliada para melhorar a recuperação e a satisfação do paciente, quando toda a equipe prioriza “estar com” o indivíduo nos momentos de infortúnio. A assistência humanizada é aquela que transmite alegria e segurança por parte de quem presta o atendimento. Não uma alegria superficial, mas um sentimento de esperança a cada pequeno sinal de progresso. Quanto à segurança, ela se apresenta nas respostas firmes em cada dúvida do paciente, no cumprimento de horários e na competência profissional demonstrada. Quando a melhora da saúde não aparece, ainda assim, o profissional pode minimizar o sofrimento da pessoa, ouvindo suas queixas, administrando a medicação mostrando esperança e cuidado. Em todos os casos, pela carência e fragilidade da pessoa doente, a humanização tende a reduzir o tempo de hospitalização da pessoa. Até aqui se falou na humanização do atendimento ao doente. Entretanto, a humanização tem também o lado do profissional. Ele também precisa ser tratado com respeito, precisa estar saudável física, emocional, profissional e financeiramente. Seu ambiente de trabalho deve ser acolhedor, higienizado, alegre e calmo. As informações e o material têm que estar a seu alcance no momento certo. Ou seja, a humanização é importante em todos os setores. Sendo uma rede de construção permanente de laços de cidadania, a humanização torna-se ainda uma estratégia de construção orgânica do sistema clínico de saúde. Ela deve operar nas relações entre profissionais e doentes internados, entre profissionais e profissionais e entre os vários serviços de saúde. Humanizar passa a ser sinônimo de resgate do respeito à vida humana nos diversos contextos (BRASIL, 2000) exigindo todo esforço individual e coletivo para que a saúde seja um elemento de paz dentro e fora do hospital. Humanização como direito A constituição brasileira de 1988, termina oficialmente com a ditadura militar que havia tirado dos brasileiros muitos dos seus direitos e consolida a obrigatoriedade do estado em oferecer saúde para todos. O art. 196 (BRASIL, 1988) afirma que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo Revista FACEVV - 2º Semestre de 2008 - Número 1 70
  • 4. políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ou acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. A partir de então, a política de humanização hospitalar começou a se estabelecer com mais intensidade tendo como base os preceitos constitucionais. Segundo Mezzomo (2003), o Código Internacional de Ética Moderna, estabelecido em Londres recomenda que o médico há de ter sempre presente o cuidado de conservar a vida humana; que ele deve a seu paciente completa lealdade e empregar em seu favor todos os recursos da ciência; que quando um exame ou tratamento estiver além de sua capacidade deverá ele convidar outro médico que tenha a necessária habilidade para realizá-lo; que o médico deverá manter segredo absoluto sobre tudo que sabe de um paciente, dada a confiança que nele depositou e, que o médico deve prestar cuidados de emergência como um dever humanitário, a menos que esteja certo de que haja pessoas capacitadas a prestarem tais cuidados. Humanização e aperfeiçoamento Quando um paciente sabe que no hospital estão profissionais competentes, ele se sente mais confiante. Entretanto, os pacientes, em sua maioria, não sabem avaliar, se os procedimentos estão sendo aplicadas de forma correta. Todavia, qualquer pessoa pode perceber a maneira humana ou não com que está sendo cuidada. A humanização não pode prescindir da competência, bem como da cortesia e do carinho. Afetividade e competência precisam estar em estreita relação quando se busca qualidade. Para cuidar do outro, é necessário também que o profissional cuide de si, do seu aprimoramento cultural e humano e de sua saúde. Receber cuidados e cuidar-se é direito e dever. Para cuidar de si mesmo, o profissional deve atentar para seu modo de ser, suas emoções, seu físico e sua mente. Os trabalhadores tendem a ser saudáveis fisicamente, mas necessitam sê-lo também interiormente. Quem não está bem consigo mesmo terá dificuldade de estar bem com os outros. Ou conforme Mezzomo (2003), aquele que traz dentro de si uma luz ilumina a quem o cerca e pode fazer a oração de São Francisco de Assis: “É amando que se é amado e Fazei que eu procure mais compreender e ser compreendido” Para a tarefa de humanizar e cuidar é prioritário um treinamento a todo o pessoal, desde o funcionário que recebe o paciente até aquele que lhe dá alta. Além disso, é preciso que os funcionários em suas relações interpessoais com seu colega de trabalho, também ajam de forma humanizada. Uma das maneiras de se colocar em prática esta necessidade é oferecendo formação continuada em forma de reuniões periódicas, encontros, simpósios, palestras e tantos outros que sirvam para o intercâmbio de experiências relativas à vida profissional e ao trato com o paciente. Fundamental se torna que ele, como pessoa seja acolhido na empresa, seja reconhecido como o ativo mais importante da instituição, seja considerado como ser humano. Não se pode esquecer que o avanço tecnológico e cientifico exige para qualquer empresa a aquisição de máquinas e produtos avançados. Porém, o aproveitamento desse material depende de pessoas que se envolvam no processo, que estejam aptas para acompanhar o desenvolvimento e que o utilizem Revista FACEVV - 2º Semestre de 2008 - Número 1 71
  • 5. para melhorar o atendimento às pessoas de forma humanizada e, que sejam tratadas de forma humanizada. Administração e humanização A prática administrativa contemporânea já se volta para uma administração participativa como uma inovação nas relações humanas, confiando que o individuo é capaz de atuar como agente de mudança. Nesta forma de administrar, os profissionais são vistos como atores principais das organizações e estas, quando deixam de administrar pessoas e passam a administrar com as pessoas, demonstram reconhecer a criatividade e as habilidades mentais dos indivíduos. Esta mudança acontece porque a sociedade já não aceita imposições e deseja tomar parte das decisões por meio do indivíduo que está inserido na organização e conseqüentemente, na sociedade, cujas demandas são as mesmas do ambiente das instituições. Entre as demandas estão o avanço tecnológico, as novas exigências de mercado e os anseios dos consumidores, o que torna o processo decisório o ponto mais importante de uma gestão. Drucker (1977) confirma tal afirmação quando escreve que o produto final do trabalho do gerente é decisões e ações. Assim, o papel do gestor impõe-lhe a responsabilidade pelo fracasso ou pelo sucesso da organização, exigindo-lhe várias habilidades interpessoais, as quais interferem diretamente no aspecto da humanização. Para Santos (2002), o administrador eficaz precisa penetrar na realidade das coisas, ter equilíbrio e habilidades pessoais, adquirir técnicas para decidir sabiamente, interpretando os sinais, as informações e as situações. De forma especifica o gestor hospitalar, seja ele médico ou outro profissional, seu desafio é envolver- se com o trabalho de todo a equipe, seja ela de um contexto micro ou macro. Além disso, precisa empenhar-se em conhecer as patologias para as quais o hospital é especializado, as necessidades dos das pessoas que ali se internam, bem como as alternativas de tratamento. Quanto mais o gestor hospitalar se envolver com estes aspectos, mais chance de humanização terá o ambiente hospitalar que dirige. Para a implementação desta nova abordagem de tratamento dos pacientes internados é necessário que as instituições hospitalares tenham à frente uma administração dinâmica, ousada, moderna, com uma mescla de formação administrativa e humanitária. Que implemente uma rotina de cursos e treinamentos, sempre buscando a atualização e observância dos meios modernos de proporcionar qualificação e bem estar aos seus profissionais. Qualidade e humanização A história da qualidade origina-se na revolução industrial do século XVIII, com as profundas mudanças econômicas e sociais da sociedade. O inicio da automação trouxe o consumo em massa e fez surgir milhares de empresas aumentando a concorrência e desencadeando um processo de competitividade que fez melhorar os produtos e serviços. Revista FACEVV - 2º Semestre de 2008 - Número 1 72
  • 6. Com a era industrial, as atividades de muitos especialistas tiveram que ser agregadas para se ter um produto final completo. As organizações enfrentaram o desafio de integrar as pessoas que trabalhavam juntas para que, com o auxílio de máquinas e ferramentas obtivessem maiores resultados. Uma das maneiras de fazer a integração foi aplicar uma padronização sobre os produtos e sobre o trabalho das pessoas. As técnicas de integração começaram a produzir uma Revolução Gerencial e a 2ª Guerra Mundial contribuiu com o processo de aprimoramento da qualidade pelo aprimoramento das técnicas manufatureiras necessárias à indústria bélica. A qualidade exigida apenas nos produtos passou a ser insuficiente, cabendo à “ empresa [...] implantar um programa permanente de educação para a qualidade” (GIL, 1994, p. 159) que traga outros olhares sobre o tema, cujo conceito se ampliou e se estendeu para outras áreas e serviços, inclusive nos espaços de saúde. Sendo assim, a qualidade que se presta a esses casos é aquela cujo conceito é de dar “[..] atendimento às necessidades definidas pelo cliente; estar de acordo com as especificações e à totalidade de aspectos que atendam uma necessidade específica [...]” (HUTCHINS, 1992, p. 3). Ora, alguém que está hospitalizado tem necessidades específicas que se apresentam em vários aspectos e nesse caso, é possível falar em qualidade na saúde. Não é uma qualidade que pode ser medida em quantidade, mas pode ser avaliada pelo grau de satisfação de quem utiliza o hospital, pela seriedade, pela competência e humanidade do serviço prestado ou do atendimento feito. Então, a qualidade se reflete não só no que é material, mas também no que é humano. Principalmente, no setor de saúde, ela envolve todo gênero de instalações, ambiente físico, climatização, decorações e boas relações humanas. As relações interpessoais e a mudança de atitude demonstrada pelo respeito, pela competência profissional, pela cordialidade e pelo carinho fazem com que qualidade e humanização andem juntas. Para garantir a qualidade existe uma ferramenta surgida por volta de 1980 na Xerox Corporation, dos Estados Unidos, a qual se denominou de benchmarking competitivo (ARAUJO JR, 2001). Nos hospitais, ele se aplica à experiência de aprendizado e descobertas que identifica e avalia os melhores processos e desempenho com objetivo de integrá-los ao processo atual, aumentar sua eficácia, sua eficiência e sua adaptabilidade. Este processo que permite ao hospital a entender a si e à concorrência, obter informações dos concorrentes, estabelecer metas, aperfeiçoar-se, prever tendências, melhorar seus serviços, seus produtos, a qualidade do serviço e a satisfação do cliente é uma grande ferramenta para que o administrador perceba se a humanização está acontecendo nos vários setores da instituição e como melhorá-la cada vez mais. A possibilidade de administrar e humanizar Quando o administrador percebe que a qualidade de seus serviços está ligada ao atendimento às necessidades do paciente, que os cuidados com a competência, com a atenção e com as relações pessoais entre profissionais e profissionais, entre profissionais e doentes e, entre hospital e sociedade, ele consegue administrar sua instituição mantendo a humanização como padrão de qualidade. Revista FACEVV - 2º Semestre de 2008 - Número 1 73
  • 7. A humanização no meio hospitalar atua como método de suavizar a dor e o sofrimento dos pacientes internados. Como conseqüência, a humanização também resulta em redução de custos, pois há diminuição da permanência dos pacientes nas instituições hospitalares. Faz-se então necessário que a instituição hospitalar esteja comprometida com o processo de humanização, buscando sempre meios de proporcionar bem-estar a toda equipe integrada no processo de saúde, mantendo atualizado todos os profissionais envolvidos nos avanços tecnológicos e acadêmicos, criando condições materiais, físicas e psíquicas para cuidar do paciente, proporcionando- lhe segurança e confiança a fim de reduzir o tempo do tratamento e permanência do paciente internado. É mister que o administrador faça uso do benchmarking como ferramenta de qualidade no atendimento hospitalar. Que os profissionais qualificados possam transmitir ao paciente toda a alegria, calma e segurança, dando-lhes qualidade no atendimento a fim de que tenham uma recuperação rápida e no tempo em que estiverem hospitalizados tenham um atendimento que lhes proporcione meios de minimizar seu sofrimento. O que leva a concluir que é preciso construir a humanização no intuito de reforçar uma relação onde as pessoas possam ter seus direitos respeitados, implicando, portanto, na valorização humana tanto do servidor, como do paciente internado. Ou seja, humanização hospitalar está relacionada diretamente à qualidade no atendimento e também no serviço que se presta. Referências: ARAÚJO JR, Rogério. Benchmarking. Brasília: Ed. UNB, 2001. BRASIL. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Brasília: Senado Federal, 1988. ______. Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar: projeto piloto. Brasília: Secretária de Assistência à Saúde, 2000. CAMPOS, Terezinha Calil Padis. Psicologia hospitalar. São Paulo: EPU, 1995. CHIATTONE, H. B. C. Unidade e diversidades: a significação da psicologia no contexto hospitalar. São Paulo: Objetiva, 1998. DRUCKER, Peter. Introdução à administração. São Paulo: Pioneira, 1977. GIL, Antonio Carlos. Administração de recursos humanos: um enfoque profissional. São Paulo: Atlas, 1994. HUTCHINS, David. Sucesso através da qualidade total. Rio de Janeiro: Imagens, 1992. LIMA GONÇALVES, Ernesto. O hospital e a visão administrativa contemporânea. São Paulo: Pioneira, 1983. Revista FACEVV - 2º Semestre de 2008 - Número 1 74
  • 8. MEZZOMO, Augusto Antonio et al. Fundamentos da Humanização Hospitalar: uma versão multiprofissional. São Paulo: Loyola, 2003 . SANTOS, Naírio Augusto dos. O administrador hospitalar e a decisão racional. São Paulo: InfoSaúde, n. 35, fev. 2002. SCHRAMM, F. R; KOTTOW, M. Princípios bioéticos em saúde pública. In: Cadernos de saúde pública. Rio de Janeiro, n. 17, v. 4, 2001. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO. Biblioteca central. Guia para normalização de referências. Vitória: UFES, 2006. ______. ______. Normalização e apresentação de trabalhos científicos e acadêmicos. Vitória: UFES, 2006. Revista FACEVV - 2º Semestre de 2008 - Número 1 75