O documento discute as perspectivas das políticas públicas para a educação, abordando conceitos como Estado, governo e políticas educacionais. Também analisa temas como globalização, neoliberalismo, políticas neoliberais e suas consequências, além de relações de trabalho no contexto das mudanças do fordismo para o toyotismo.
4. ESTADO
É o desencadeador das políticas educacionais,
tem a sua base na vida material, o que significa
afirmar que ele não existe como obra da classe
dominante;
Assume a forma da vontade dominante, ao
constituir-se como o resultado do modo
material de vida dos indivíduos.
5. múltiplas concepções de Estado
conjunto de instituições permanentes
criadas por documentos legais
chamados constituições (órgãos
legislativos, tribunais, exército e outras
que não formam um bloco monolítico
necessariamente).
6. Estado neoliberal
forma histórica
Estado de classe
Estado máximo para o capital
internacional já que no processo ele se
retira, transferindo para o mercado o
controle das políticas sociais
Estado mínimo para as políticas de
bem-estar social
7. GOVERNO
refere-se ao grupo ou associação de grupos de
indivíduos (políticos, técnicos, organismos da
sociedade civil e outros) que, quando eleitos,
democraticamente ou não, assumem os
poderes executivo e legislativo, propondo
programas e projetos.
assume e desempenha as funções de Estado
por um período temporário, fixo e curto,
normalmente de quatro anos, podendo ou não
ser reconduzido.
8. POLÍTICAS PÚBLICAS
Representam o Estado em ação, o Estado
implantando um projeto de governo, através de
programas, de ações voltadas para setores
específicos da sociedade.
Políticas de responsabilidade do Estado (quanto à
implementação e manutenção) a partir de um
processo de tomada de decisões que envolvem
órgãos públicos e diferentes organismos e
agentes da sociedade relacionados à política
implementada.
9. POLÍTICAS SOCIAIS
Ações que determinam o padrão de proteção
social implementado pelo Estado, voltadas, em
princípio para a redistribuição dos benefícios
sociais visando a diminuição das desigualdades
estruturais produzidas pela sociedade.
Abrangem ações nas áreas da saúde, previdência
e assistência social, cultura, comunicações e
educação.
Qualificadoras da democracia e do projeto de
inclusão social
11. Globalização
No seu "Dicionário da Globalização" Pierre Size
acredita que: " A globalização é um termo utilizado
há vários anos pelos economistas da moda para
descrever um processo apresentado como recente,
mas de fato, existente desde o início do século, e que
foi descrito por Lenin, em " Imperialismo, Estágio
Supremo do Capitalismo": crescimento e primazia
das exportações de capital, desenvolvimento da
divisão internacional do trabalho, dos trustes
multinacionais, interconexão das economias dos
diferentes países, etc.
12. Este nome surge pelo fato de que este processo
tomou uma amplitude particular desde os anos 80,
em que a desregulamentação generalizada acelera as
condições da concorrência no plano mundial e o
desenvolvimento dos meios de transporte e
telecomunicações suprimiram um a um os obstáculos
à deslocalização de centros de produção. Ao mesmo
tempo, as crises financeiras , que no passado
levavam meses ou anos para se propagar, agora
tocam todas as praças financeiras em alguns
instantes" (p.55-56.)
13. Neoliberalismo
a ideologia do capitalismo na era em que há a
emergência de um regime de acumulação
predominantemente financeiro (MORAES, 2001)
Objetivo de recolocar o poder e a riqueza tão
plenamente quanto possível nas mãos da fração
superior das classes capitalistas e das instituições
onde se concentra sua capacidade de ação =
concentração riqueza (CHESNAIS, 2005).
14. A ideologia neoliberal contemporânea é,
essencialmente, um liberalismo econômico, que
exalta o mercado, a concorrência e a liberdade de
iniciativa empresarial, rejeitando de modo agressivo,
porém genérico e vago, a intervenção do Estado na
economia (BOITO JR, 1999, p. 23)
Concorrência, sistema de preços e soberania do
consumidor seriam aspectos indissociáveis de um
mecanismo único, o mercado, que estaria na base da
riqueza, da liberdade e do desenvolvimento humano
(p. 26).
15. Princípios da ideologia neoliberal não
correspondem, de maneira coerente, às
propostas e à prática política que eles
inspiram;
Defesa do mercado circunscreve-se apenas e
tão somente àquilo que convém aos grandes
monopólios e ao imperialismo, na era do
capitalismo monopolista e da especulação
financeira (BOITO JR, 1999, p. 27).
16. Neoliberalismo/neoliberais
Crítica ao modelo estatal calcado sobre uma
concentração e centralização rígida das suas
funções e que seria incapaz de responder ao
volume das demandas sociais.
Discurso da satanização do Estado e exaltação
do Estado orientado para o mercado e na
apologia à eficiência do setor privado.
ação reformista afirmativa de desmonte da
política estatal anterior.
17. Pilares da Política Neoliberal
1. Abertura comercial e
desregulamentação financeira;
2. Política de privatização;
3. Política de desregulamentação do
mercado de trabalho e supressão dos
direitos sociais (Armando Boito Jr).
18. Retrocesso histórico com as políticas
neoliberais:
noção de que o bem-estar-social
deixa de ser responsabilidade
coletiva para se tornar
responsabilidade individual.
bem-estar-social sai do terreno
coletivo e passa para o âmbito
privado.
19. os indivíduos, as famílias e as
comunidades é que devem
responsabilizar-se pelos “seus”
problemas sociais, tanto pelas
causas como pelas soluções.
soluções que passam pela
filantropia, caridade, solidariedade,
parcerias, terceirização.
21. Políticas públicas:
EDUCAÇÃO:
Pode ser pensada como uma política pública
social, uma política pública de corte social, de
responsabilidade do Estado, mas não
planejada somente por seus organismos.
22. Educação como política pública
“A política educacional definida
como policy – programa de ação
– é um fenômeno que se produz
no contexto das relações de poder
expressas na politics – política no
sentido da dominação [...]”
(AZEVEDO, 2001, p.viii).
23. É constituída em “[...] relações
sociais que plasmam as assimetrias,
a exclusão e as desigualdades que se
configuram na sociedade e no nosso
objeto” (AZEVEDO, 2001, p.viii).
24. POLÍTICAS EDUCACIONAIS
componentes do conjunto das políticas públicas
de corte social, entendidas como a expressão da
ação (ou não ação) social do Estado
têm como principal referente a máquina
governamental, no movimento de regulação do
setor educação
processo em que interagem distintos atores ou
sujeitos coletivos que assumem papéis
diferenciados
25. Toda política educacional
É expressa por mecanismos
legais, que formalmente são
identificados por leis e decretos.
LDB é a lei maior da educação
no país.
26. Relações de Trabalho
Do Fordismo ao Toyotismo:
Qualidade Total
Programa de Ajustes Estruturais
27. Relações de trabalho
Do Fordismo ao Toyotismo:
a passagem da segunda Revolução industrial
para a terceira, processo que ora vivemos.
Mudanças => relacionadas ao surgimento do
sistema fabril, a mudanças na agricultura, no
comércio, nos bancos e meios de transporte.
28. Antes 1ª Revolução Industrial
Sistema de produção – manufatura.
Transição do Capitalismo.
Comercial para o Industrial –
caracterizado pela produção fabril.
Essa Revolução compreendeu o séc.
XVIII até o final do séc. XIX =
revolução caracterizada por mudanças
sociais.
29. 2ª Revolução Industrial
Final séc. XIX – tecnologia a vapor
substituída pela eletricidade como
força motriz. Nessa o modelo de
produção foi o fordismo e o
taylorismo.
30. 3ª Revolução Industrial
Agora o grande avanço tecnológico
(informática), novas formas de
gestão e de produção. Globalização
do processo de produção, do sistema
financeiro e à formação de grandes
blocos econômicos. Década de 1980
= transformação no mundo do
trabalho.
31. “Qualidade Total”:
• Receberam influência de outros
processos produtivos estes são
substituídos pela flexibilização da
produção, etc...
• O toyotismo é o mais novo modelo de
produção. Com a ocidentalização houve a
retração dos governos da social-
democracia européia e a subordinação a
vários pontos da agenda neoliberal.
32. Fordismo:
É a forma pela qual a indústria e o processo
de trabalho consolidaram-se ao longo do
século e cujos elementos constitutivos básicos
eram dados pela: produção em massa através
da linha de montagem e de produtos mais
homogêneos; controle dos tempos e
movimentos pelo cronômetro fordista e
produção em série taylorista; existência do
trabalho parcelar e fragmentação das funções;
33. separação entre elaboração e execução no
processo de trabalho; existência de unidades
fabris concentradas e verticalizadas;
constituição/consolidação do operário-massa,
do trabalhador coletivo fabril, entre outras
dimensões. É um processo de trabalho que
junto com o taylorismo, predominou na
grande indústria capitalista ao longo deste
século (Antunes, 1995, p. 17).
34. Toyotismo:
É o mais novo modelo de produção. Foi
criado no Japão e introduzido na indústria
automobilística japonesa, porque o
trabalhador necessitava operar com várias
máquinas simultaneamente (em média, cinco),
rompendo-se com a relação de um homem
para uma máquina, característica do fordismo.
A seguir, com a crise financeira, as empresas
sentiram a necessidade de responder ao
aumento da produção sem aumentar o número
de trabalhadores.
35. Dessa forma as empresas necessitam
produzir somente o “método Kanban”,
ou seja, a capacidade de atender o
mercado interno que solicita produtos
diferenciados e faz pedidos pequenos
(ohnismo) (Antunes, 1995, p. 23-24).
36. Fordismo/Taylorismo => Acumulação
Flexível Desemprego Estrutural ou
Tecnológico
Mudanças produtivas: automação flexível e
integrada, gestão e sistemas de comunicação
informatizados; flexibilização de recursos
humanos e equipamentos etc .
Trabalhadores do conhecimento X Trabalho
precarizado/desregulamentado
Trabalho intelectualizado? Reunificação de
tarefas: concepção-execução?
37. PROGRAMA DE
AJUSTES ESTRUTURAIS
PAE: vinculações com a conjuntura mais
geral de reestruturação capitalista e de
ajustes macroeconômicos implementados
sob “orientação” de instituições financeiras
internacionais.
FASES:
1ª) Estabilização econômica
2ª) Ajuste estrutural propriamente dito
38. 1ª Fase: Estabilização econômica
1. Desvalorização e unificação da taxa de
câmbio
2. Austeridade fiscal: gastos públicos
3. Liberalização dos preços: eliminação de
subsídios e do controle de preços
4. Fixação dos preços dos produtos
petrolíferos e dos serviços públicos
39. 2ª Fase: Ajuste estrutural
6. Liberalização do comércio: eliminação de
barreiras protetoras
7. Liberalização do sistema bancário:
privatização de bancos públicos de
desenvolvimento e desregulação do sistema
bancário comercial.
8. Privatização das empresas públicas: estatais
mais lucrativas
40. 9. Reforma tributária = mudança na tributação
direta
10. Privatização da terra = concentração de
propriedades fundiárias
11. Mercado de trabalho = desregulamentação
12. Sindicatos = desestruturação
41. 13. Sistema de aposentadorias e pensões =
reforma dos sitemas
14. Pobreza e redes de seguridade social =
gerir a pobreza : focalização e
privatização = ONGs
15. Boa governança
43. Produção flexibilizada
Conseqüências para o mundo do
trabalho:
Redução do proletariado fabril estável
mediante reestruturação,
flexibilização e desconcentração do
espaço produtivo
Incremento dos assalariados médios e
de serviços
44. Incremento do novo proletariado, do
subproletariado fabril e de serviços
(terceirizados/subcontratados)
Aumento significativo do trabalho
feminino
Exclusão dos jovens e dos idosos do
mercado de trabalho dos países centrais
45. Inclusão precoce e criminosa de crianças no mercado
de trabalho
Expansão de trabalho social combinado
(trabalhadores de diversas partes do mundo
participam: do processo de produção e de serviços)
Degradação crescente do meio ambiente
Precarização da força humana de trabalho
46. Fragmentação e heterogeneização da classe
trabalhadora
Trabalhador "polivalente multifuncional" X
massa de trabalhadores precarizados, sem
qualificação
Aumento dos níveis de exploração do trabalho
Mudanças permanentes nos perfis
profissionais=> Qualificação dos
trabalhadores?
47. Reestruturação Produtiva
Novo Paradigma Produtivo
Características:
Novas formas de produção e de organização da
produção (automação flexível e integrada, gestão de
sistemas de comunicação informatizados)
Flexibilização de recursos humanos e de
equipamentos
Reunificação das tarefas/Inovações permanentes
48. Novo perfil de qualificação do
trabalhador (trabalho
intelectual/qualificado)
Novas competências/habilidades
cognitivas e sociais/inteligência como
matéria-prima da força de trabalho
(aprender a aprender)
Resultado
Qualidade, eficiência, produtividade,
competitividade
51. Setor Público
Conjunto de órgãos e empresas industriais ou de
serviços pertencentes ao Estado. Amplamente
dominante nos países socialistas e em alguns países
capitalistas europeus, esse setor tem se desenvolvido
também no mundo capitalista, sobretudo o
subdesenvolvido. No processo produtivo, a ação do
setor público ocorre principalmente na construção de
obras de infra-estrutura (nos setores de transportes,
energia, educação, saúde) ou quando o investimento
necessário, muito elevado, faz com que o retorno
seja demorado e não compensatório para a iniciativa
privada (SANDRONI, 2001, p.768).
52. Setor Privado
Conjunto das empresas particulares e propriedades
urbanas e rurais pertencentes a pessoas físicas ou
jurídicas cujo controle não é de responsabilidade do
Estado. Nos países de economia capitalista, é o
principal setor da vida econômica nacional; mas na
medida em que a intervenção do Estado na economia
se tem intensificado consideravelmente desde 1930,
o setor privado tende a tornar-se tributário ou mesmo
dependente do setor público, sobretudo nos países
em desenvolvimento.
53. O pensamento econômico liberal, no entanto,
se insurge constantemente contra essa
tendência, advogando o pleno e ilimitado
desenvolvimento do setor privado
(SANDRONI, 2001, p.768).
54. Terceiro Setor
Estratégias do capitalismo para superação da crise:
• Reestruturação produtiva
• Globalização
• Neoliberalismo
• Terceira Via
Redefinem o papel do Estado
(PERONI - PPGEDU/UFRGS)
55. • Analisaremos a relação entre o diagnóstico
neoliberal, incorporado pela Terceira Via, de
que o “culpado” pela crise é o Estado,
• e as estratégias que fundamentam o Plano de
Reforma do Estado no Brasil (1995) e
propõem o deslocamento da execução das
políticas sociais do Estado para a sociedade.
56. • Terceira Via se apresenta como
uma alternativa ao
Neoliberalismo e também à
antiga social-democracia.
57. - O Terceiro Setor é a estratégia
proposta pela Terceira Via em
substituição à proposta de
privatização do Neoliberalismo.
Enfim, os dois concordam que a
crise esteja no Estado, que gastou
demais e deve se retirar da execução
das políticas sociais.
58. - Para a Terceira Via, o Estado
deve repassá-las para a
sociedade, através do Terceiro
Setor; para o Neoliberalismo,
devem ser transferidas para o
mercado, através das
privatizações.
59. Montaño (2002) destaca que, entre os diversos autores
que estudam o Terceiro Setor, alguns se referem a ele
como:
atividades públicas desenvolvidas por particulares,
outros como função social em resposta às necessidades
sociais,
e há ainda os que o apresentam como conjunto de
valores de solidariedade local, auto-ajuda e ajuda
mútua.
60. Montaño desenvolve a tese de que, com o
Terceiro Setor, ocorre a configuração de uma
nova modalidade de trato à questão social:
1. com a transferência da responsabilidade da
questão social do Estado para o indivíduo, que
a resolverá através da auto-ajuda, ajuda mútua
ou, ainda, adquirindo serviços como
mercadorias.
61. 2. as políticas sociais passam a ser focalizadas,
perdendo, assim, seu princípio universalista.
3. com a descentralização administrativa, as
políticas tornam-se ainda mais precarizadas,
entre outros problemas, porque são transferidas
as competências sem os recursos
correspondentes e necessários para executá-las.
62. O Terceiro Setor multiplicou-se em
um contexto de crise do Estado-
Providência, período em que o
Neoliberalismo tem como objetivo
fundamental a desregulamentação da
economia, tentando retirar o poder
do Estado para esvaziar o poder do
voto.
63. Nesse período particular do capitalismo,
o alto grau de desemprego intensificou a
exclusão social provocada,
principalmente, pela reestruturação
produtiva e pela globalização financeira.
Esse fato teve seus efeitos agravados pela
reforma do Estado, que tem ocasionado
uma diminuição nas políticas sociais.
64. • Nesse contexto, a solução apontada é
“aliviar os níveis de pobreza” para se
evitar o caos – e o Terceiro Setor é
chamado a desempenhar essa tarefa.
66. Mensagem do Secretário-Geral da
Organização das Nações Unidas
Desde seu início, a Organização das Nações Unidas
busca a construção de um mundo melhor, mais
seguro, mais pacífico para as crianças em todas as
partes do planeta e pressiona os governos para que
cumpram suas responsabilidades com relação à
liberdade e ao bem-estar de seus jovens cidadãos. Ao
celebrarmos o 60º aniversário da ONU, reafirmando
nosso compromisso com a Declaração do Milênio e
com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio,
reafirmamos também o lugar central que as crianças
ocupam como alvo de nossos esforços. Mais do que
para a nossa geração, é para atender as gerações
futuras que a ONU existe.
67. A publicação do relatório Situação Mundial
da Infância deste ano coincide com o início
do 60º ano de atividades do UNICEF. Este
relatório projeta luz sobre vidas em um
mundo freqüentemente oculto ou
negligenciado – um mundo de vulnerabilidade
e exclusão. E nos convoca a todos para que
nos manifestemos pelos direitos da criança, e
para que atuemos em favor daquelas que
precisam de proteção.
68. Após cinco anos de trabalho visando aos Objetivos
de Desenvolvimento do Milênio, podemos ver as
inúmeras maneiras pelas quais os objetivos atendem
às crianças. Se fizermos um bom trabalho em favor
das crianças – se pudermos cumprir nossos
compromissos e permitir que cada criança exerça seu
direito à infância, à saúde, à educação, à igualdade e
à proteção –, poderemos fazer um bom trabalho para
todas as pessoas, de qualquer idade.
Eu acredito que podemos.
Kofi A. Annan (UNICEF, 2005).
69. É preciso salientar as estratégias
neoliberais de (des)estruturação dos
serviços públicos sociais: a
descentralização dos serviços sociais. Esta
tem sido caracterizada pela transferência
da responsabilidade sobre os serviços que
não podem mais cumprir seu papel, tendo
em vista não possuir financiamento para
os níveis locais de governo.
70. A preocupação com a focalização como
perspectiva de políticas sociais tem sido o
seu conteúdo discriminatório, conhecido a
qualquer conceito de cidadania,
mostrando-se ineficaz na América Latina,
já que os pobres constituem a grande
maioria e focaliza serviços que, de
antemão, devem ser dirigidos aos mais
carentes.
71. Faz-se necessário admitir que não se pretende
apenas criticar a sociedade capitalista, mas
compreender como construir direitos
mediante a tentativa de eliminar a
desigualdade e de propor a redemocratização
da estrutura social, procurando entender como
o cidadão brasileiro pode competir frente a
esta nova ordem mundial estabelecida em
tempos de globalização.
72. O que se procura tratar é em que medida essa
preocupação se efetiva, ou mesmo se ela existe no
ambiente das políticas públicas (sociais). Segundo
Rodrigues e Lara (2006), nos documentos dos
organismos multilaterais, a eqüidade aparece em todos
eles. As nossas críticas a essas orientações, é que elas
não promovem a eqüidade social de gênero e raça
como prometem seus defensores, mas que resultam, na
maioria das vezes, em atendimento incompleto e de
baixa qualidade, provocando processos de exclusão, já
que se destina a classe mais pobre, prevalecendo a
desigualdade social brasileira.
73. A perspectiva desta discussão não é
compreender os programas informais, pelo seu
baixo custo, mas pelo fato de que são
programas incompletos, implantados como
soluções de emergência, porém extensivas,
resultando em atendimento de baixa qualidade.
Essa “população vulnerável” necessita, sim, e
têm o direito a programas completos e estáveis
como medidas de correção das injustiças que
vêm sofrendo histórica e sistematicamente.
74. Na perspectiva dos direitos faz-se
necessário acrescentar que as políticas de
proteção social que poderiam garantir
proteção integral e prioridade absoluta,
continuam apresentando-se como uma
forma de luta das associações de classe e,
outras, que mostram as ações
fragmentadas, estratégias de governo que
são consideradas pelos dirigentes como
políticas públicas.
75. O processo que influenciou a educação
passou pela (trans)formação do Estado
prestador de serviços em Estado
regulador. Esta questão firma-se nos
ajustes das contas fiscais que tinham e
tem a intencionalidade de impulsionar os
modelos de gestão democráticos e
participativos (NOMA; LARA, 2007).