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CAMÕES, O POETA DO AMOR                 PRINCIPEZINHO, O MENSAGEIRO DO AMOR
                                        Foi então que apareceu a raposa.
                                        - Olá, bom dia! - disse a raposa.
Amor é fogo que arde sem se ver         - Olá, bom dia! - respondeu delicadamente o principezinho que se voltou mas não viu ninguém.
                                        - Estou aqui - disse a voz - debaixo da macieira.
                                        - Quem és tu? - perguntou o principezinho. - És bem bonita...
                                        - Sou uma raposa - disse a raposa. (...)
                                        - Anda brincar comigo - pediu-lhe o principezinho. - Estou triste...
                                        - Não posso ir brincar contigo - disse a raposa. - Não estou presa... (...)
Amor é fogo que arde sem se ver;        - O que é que "estar preso" quer dizer - disse o principezinho?
É ferida que dói e não se sente;        - É a única coisa que toda a gente se esqueceu - disse a raposa. - Quer dizer que se está ligado a alguém, que se criaram laços com alguém.
É um contentamento descontente;         - Laços?
É dor que desatina sem doer;            - Sim, laços - disse a raposa. - Ora vê: por enquanto, para mim, tu não és senão um rapazinho perfeitamente igual a outros cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E
                                        tu também não precisas de mim. Por enquanto, para ti, eu não sou senão uma raposa igual a outras cem mil raposas. Mas, se tu me prenderes a ti, passamos a precisar
É um não querer mais que bem            um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E, para ti, eu também passo a ser única no mundo...(...)
querer;                                 - Mas a raposa voltou a insistir na sua ideia:
É solitário andar por entre a gente;    - Tenho uma vida terrivelmente monótona. Eu, caço galinhas e os homens, caçam-me a mim. As galinhas são todas iguais umas às outras e os homens são todos iguais
É nunca contentar-se de contente;       uns aos outros. Por isso, às vezes, aborreço-me um bocado. Mas, se tu me prenderes a ti, a minha vida fica cheia de sol. Fico a conhecer uns passos diferentes de todos
É cuidar que se ganha em se perder;     os outros passos. Os outros passos fazem-me fugir para debaixo da terra. Os teus hão-de chamar-me para fora da toca, como uma música. E depois, olha! Estás a ver, ali
                                        adiante, aqueles campos de trigo? Eu não como pão e, por isso, o trigo não me serve de nada. Os campos de trigo não me fazem lembrar de nada. E é uma triste coisa!
É querer estar preso por vontade;       Mas os teus cabelos são da cor do ouro. Então, quando eu estiver presa a ti, vai ser maravilhoso! Como o trigo é dourado, há-de fazer-me lembrar de ti. E hei-de gostar
É servir a quem vence, o vencedor;      do barulho do vento a bater no trigo...
É ter com quem nos mata lealdade.       A raposa calou-se e ficou a olhar durante muito tempo para o principezinho.
                                        - Por favor...Prende-me a ti! - acabou finalmente por dizer. (...)
Mas como causar pode seu favor          - E o que é que é preciso fazer? - perguntou o principezinho.
Nos corações humanos amizade,           - É preciso ter muita paciência. Primeiro, sentas-te um bocadinho afastado de mim, assim, em cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não me dizes nada.
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?   A linguagem é uma fonte de mal entendidos. Mas todos os dias te podes sentar um bocadinho mais perto...
                                        O principezinho voltou no dia seguinte. (...)
                                        Foi assim que o principezinho prendeu a raposa. E quando chegou a hora da despedida:
                                        - Ai! - exclamou a raposa - ai que me vou pôr a chorar...
                                        - A culpa é tua - disse o principezinho.- Eu bem não queria que te acontecesse mal nenhum, mas tu quiseste que eu te prendesse a mim...
                                        - Pois quis - disse a raposa.
                                        - Mas agora vais-te pôr a chorar! - disse o principezinho.
                                        - Pois vou - disse a raposa.
                                        - Então não ganhaste nada com isso!
                                        - Ai isso é que ganhei! - disse a raposa. - Por causa da cor do trigo...(...)
                                        E então voltou para o pé da raposa e disse:
                                        - Adeus...
                                        - Adeus - disse a raposa. Vou-te contar o tal segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos...
                                        - O essencial é invisível para os olhos - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer.
                                        - Foi o tempo que tu perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante.
                                        - Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer.
                                        - Os homens já se esqueceram desta verdade - disse a raposa. - Mas tu não te deves esquecer dela. Ficas responsável para todo o sempre por aquilo que está preso a ti.
                                        Tu és responsável pela tua rosa...
                                         in O Principezinho, Antoine de Saint-Exupéry
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Definição poética de Luís de Camões                                                                    Mensagem sobre as exigências do amor e do afeto


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                                                                                                       que, com amor e carinho, regava e cuidava todos os dias. Ela tornou-se exigente, muitas vezes
                                                                                                       presunçosa e voluntariosa. Sendo única, defendia-se com os seus espinhos, seduzia o pequeno
      O sujeito poético procura compreender e definir o processo amoroso que aparece contraditório    com a sua beleza e a delícia do seu perfume. Assim, para fugir dos caprichos da rosa, o
                                                                                                       pequeno e sonhador, parte do seu planeta, levado por uma revoada de pássaros, perseguindo
       (antíteses)                                                                                     as aventuras do seu ser, numa ardente vontade de voar pelos mistérios do universo.
      "tão contrário a si é o mesmo amor" = total impossibilidade de se compreender o próprio amor.

      Conclusão, expressada pela interrogação no último terceto
                                                                                                       Rosa = beleza/sedução das paixões
                                                                                                             = exigências do amor e do afeto essenciais aos sentimentos
                                                                                                             =caprichos
                                                                                                             = espinhos (decepção/incompreensão dos labirintos dea pessoa que se ama)




                                                                                                       Raposa = interlocutora do diálogo entre sentimentos e genuidade das palavras
                                                                                                             = reveladora de que só passamos a ser diferenciados para alguém, quando somos
                                                                                                                por ele conquistado. Revela-lhe que a sua rosa era única, porque ela o cativara,
                                                                                                                tornando-se fundamental em sua vida.
                                                                                                                = ensinamento : Responsabilidade e cuidado por aqueles que cativamos.

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Camões e o principezinho

  • 1. CAMÕES, O POETA DO AMOR PRINCIPEZINHO, O MENSAGEIRO DO AMOR Foi então que apareceu a raposa. - Olá, bom dia! - disse a raposa. Amor é fogo que arde sem se ver - Olá, bom dia! - respondeu delicadamente o principezinho que se voltou mas não viu ninguém. - Estou aqui - disse a voz - debaixo da macieira. - Quem és tu? - perguntou o principezinho. - És bem bonita... - Sou uma raposa - disse a raposa. (...) - Anda brincar comigo - pediu-lhe o principezinho. - Estou triste... - Não posso ir brincar contigo - disse a raposa. - Não estou presa... (...) Amor é fogo que arde sem se ver; - O que é que "estar preso" quer dizer - disse o principezinho? É ferida que dói e não se sente; - É a única coisa que toda a gente se esqueceu - disse a raposa. - Quer dizer que se está ligado a alguém, que se criaram laços com alguém. É um contentamento descontente; - Laços? É dor que desatina sem doer; - Sim, laços - disse a raposa. - Ora vê: por enquanto, para mim, tu não és senão um rapazinho perfeitamente igual a outros cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Por enquanto, para ti, eu não sou senão uma raposa igual a outras cem mil raposas. Mas, se tu me prenderes a ti, passamos a precisar É um não querer mais que bem um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E, para ti, eu também passo a ser única no mundo...(...) querer; - Mas a raposa voltou a insistir na sua ideia: É solitário andar por entre a gente; - Tenho uma vida terrivelmente monótona. Eu, caço galinhas e os homens, caçam-me a mim. As galinhas são todas iguais umas às outras e os homens são todos iguais É nunca contentar-se de contente; uns aos outros. Por isso, às vezes, aborreço-me um bocado. Mas, se tu me prenderes a ti, a minha vida fica cheia de sol. Fico a conhecer uns passos diferentes de todos É cuidar que se ganha em se perder; os outros passos. Os outros passos fazem-me fugir para debaixo da terra. Os teus hão-de chamar-me para fora da toca, como uma música. E depois, olha! Estás a ver, ali adiante, aqueles campos de trigo? Eu não como pão e, por isso, o trigo não me serve de nada. Os campos de trigo não me fazem lembrar de nada. E é uma triste coisa! É querer estar preso por vontade; Mas os teus cabelos são da cor do ouro. Então, quando eu estiver presa a ti, vai ser maravilhoso! Como o trigo é dourado, há-de fazer-me lembrar de ti. E hei-de gostar É servir a quem vence, o vencedor; do barulho do vento a bater no trigo... É ter com quem nos mata lealdade. A raposa calou-se e ficou a olhar durante muito tempo para o principezinho. - Por favor...Prende-me a ti! - acabou finalmente por dizer. (...) Mas como causar pode seu favor - E o que é que é preciso fazer? - perguntou o principezinho. Nos corações humanos amizade, - É preciso ter muita paciência. Primeiro, sentas-te um bocadinho afastado de mim, assim, em cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não me dizes nada. Se tão contrário a si é o mesmo Amor? A linguagem é uma fonte de mal entendidos. Mas todos os dias te podes sentar um bocadinho mais perto... O principezinho voltou no dia seguinte. (...) Foi assim que o principezinho prendeu a raposa. E quando chegou a hora da despedida: - Ai! - exclamou a raposa - ai que me vou pôr a chorar... - A culpa é tua - disse o principezinho.- Eu bem não queria que te acontecesse mal nenhum, mas tu quiseste que eu te prendesse a mim... - Pois quis - disse a raposa. - Mas agora vais-te pôr a chorar! - disse o principezinho. - Pois vou - disse a raposa. - Então não ganhaste nada com isso! - Ai isso é que ganhei! - disse a raposa. - Por causa da cor do trigo...(...) E então voltou para o pé da raposa e disse: - Adeus... - Adeus - disse a raposa. Vou-te contar o tal segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos... - O essencial é invisível para os olhos - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer. - Foi o tempo que tu perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante. - Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer. - Os homens já se esqueceram desta verdade - disse a raposa. - Mas tu não te deves esquecer dela. Ficas responsável para todo o sempre por aquilo que está preso a ti. Tu és responsável pela tua rosa... in O Principezinho, Antoine de Saint-Exupéry
  • 2. Amor é…. Definição poética de Luís de Camões Mensagem sobre as exigências do amor e do afeto Soneto = 2 quadras + 2 tercetos Viera de um pequeno planeta, o Asteróide B612, tão distante que não se podia ver no horizonte. Tão pequeno, que tinha apenas dois vulcões ativos e um extinto, e uma rosa que, com amor e carinho, regava e cuidava todos os dias. Ela tornou-se exigente, muitas vezes presunçosa e voluntariosa. Sendo única, defendia-se com os seus espinhos, seduzia o pequeno  O sujeito poético procura compreender e definir o processo amoroso que aparece contraditório com a sua beleza e a delícia do seu perfume. Assim, para fugir dos caprichos da rosa, o pequeno e sonhador, parte do seu planeta, levado por uma revoada de pássaros, perseguindo (antíteses) as aventuras do seu ser, numa ardente vontade de voar pelos mistérios do universo.  "tão contrário a si é o mesmo amor" = total impossibilidade de se compreender o próprio amor.  Conclusão, expressada pela interrogação no último terceto Rosa = beleza/sedução das paixões = exigências do amor e do afeto essenciais aos sentimentos =caprichos = espinhos (decepção/incompreensão dos labirintos dea pessoa que se ama) Raposa = interlocutora do diálogo entre sentimentos e genuidade das palavras = reveladora de que só passamos a ser diferenciados para alguém, quando somos por ele conquistado. Revela-lhe que a sua rosa era única, porque ela o cativara, tornando-se fundamental em sua vida. = ensinamento : Responsabilidade e cuidado por aqueles que cativamos.