O documento descreve a astronomia no Império Romano e Idade Média, com foco em Cláudio Ptolomeu e seu modelo geocêntrico do sistema solar, que permaneceu dominante por 1300 anos. O documento também discute pensadores pré-Copernicanos que começaram a questionar o modelo ptolomaico e a posição central da Terra, como Nicolau de Cusa no século 15.
3. O Império Romano
Situação de contorno:
A Astronomia grega teve continuação no
Egito helenístico;
Foi na Alexandria que foram formuladas as
mais importantes teorias astronômicas da
Antiguidade;
Em paralelo, os romanos começaram sua
ascensão, dominando grande parte do
mundo conhecido;
IMPÉRIO ROMANO
4. Os romanos não criaram grandes teorias
astronômicas sendo essas incorporadas em
partes dos gregos.
Dentro dos romanos destacam-se:
IMPÉRIO ROMANO
5. Marcus Manilius (século I a.e.c.) – sua obra
Astronomica apresenta uma boa descrição
dos aspectos mais gerais da Astronomia,
porém com foco claro para a Astrologia.
Vitruvius (48 a.e.c. livro IX) – sua obra Os
dez livros de Arquitetura apresenta no nono
livro, a visão da Astronomia romana da
época tendo, tendo como objetivo a
construção de relógio solares
(analema de Vitruvius).
IMPÉRIO ROMANO
6. Plínio, o Velho (c. 23 – 79 d.e.c.) – inclui um
livro na sua enciclopédia História Natural,
mas não fornece nenhum detalhe sobre
Astronomia quantitativa.
IMPÉRIO ROMANO
7. Temos então Κλαύδιος Πτολεμαiος
(c. 100 – c. 170 d.e.c.)
Desenvolveu um modelo
do Sistema Solar que
durou cerca de 1.300
anos.
IMPÉRIO ROMANO
8. Cláudio Ptolomeu – modelo simplificado
IMPÉRIO ROMANO
Essa figura não é do Almagesto
12. Entre Ptolomeu e o século III, em Alexandria,
parece não ter surgido nenhum trabalho
astronômico significativo.
Os estudos agora se voltam do mundo
natural para o mundo do espírito, com o
desenvolvimento do neo-platonismo.
O que resta são apenas comentadores das
obras clássicas como Proclos, Philoponos e
Simplício com algumas ideias originais sem
uma Astronomia sistemática.
IMPÉRIO ROMANO
13. Cenário dessa época (conforme Kuhn):
Primeira fase do declínio ocidental
da ciência antiga:
Segunda fase do declínio ocidental
da ciência antiga:
Um lento declínio da qualidade e da
quantidade de atividades científicas.
Um desaparecimento lento e
constante do saber tradicional
IMPÉRIO ROMANO
14. Final do século IV:
- invasão dos hunos na Europa;
- Os cristãos são reconhecidos oficialmente
pelo Império Romano;
- O estudo sobre a natureza começam a ser
criticados e (muitas vezes) desprezados;
IMPÉRIO ROMANO
15. - Santo Agostinho (354 – 430) nasce na
África romana:
Neoplatonista, maniqueísta e cristão exerce
uma grande influência no pensamento
religioso e popular cristão com a união de
seus pensamentos platônico e das Epístolas
de São Paulo.
Sua preocupação maior seria com a vida que
se levava e as possíveis penas que se
deveria pagar após a morte.
IMPÉRIO ROMANO
16. - As consequências desses pensamentos
geram conflitos entre pagãos e cristão.
Consequências:
Ano 390: parte da biblioteca de Alexandria foi
queimada por ordem do Bispo Teófilo;
Ano 415: o matemático Hipácio foi
assassinado por uma multidão instigado
(provavelmente) pelo Patriarca Cirilo que
governou a Alexandria por 23 anos;
IMPÉRIO ROMANO
17. Por fim...
- 476: o último imperador romano, Rômulo
Augusto, foi deposto pelos “bárbaros” sob o
comando de Odoacro.
IMPÉRIO ROMANO
18. - Em 529, a academia de Platão é fechada e o
pensamento antigo foi esquecido ou
criticado;
- Kosmas Indicopleustes, em 550, defendeu a
ideia de que a Terra era plana negando a
proposta que estivesse suspensa no meio do
Universo.
Essa visão permaneceu até o Renascimento
no meio popular.
IMPÉRIO ROMANO
19. Seria o fim dos pensamentos
e obras gregas???
IMPÉRIO BIZANTINO
idioma grego ainda se mantinha
vivo e os autores antigos eram lidos.
ÍNDIA
possuíam uma astronomia própria
associada à religião e à astrologia,
com fortes influências mesopotâmicas.
21. A Astronomia no tempo da Idade Média
O motivo de grandes debates:
ordem dos planetas e suas distâncias em
relação à Terra*.
Discussões que não foram abordadas por
Ptolomeu:
- Brilho dos planetas*;
- Trânsitos*;
- Estudo de cometas.
*Ambos para estudar as distâncias dos
planetas em relação à Terra.
IDADE MÉDIA
Trânsito de
Vênus
06 junho 2012
01:29
24. Pensadores B
Mercúrio e Vênus estavam algumas vezes
acima do Sol e outras abaixo dele.
IDADE MÉDIA
Sistema de
Empédocles
(495/490 - 435/430 a.e.c.)
25. Pensamentos divididos
Século IX – Bede Venerável (Pensador B)
citou Carolus que teria observado Mercúrio
como uma mancha visível no disco do Sol
durante 9 dias.
Avicenna – Descreve a passagem de Vênus
sob a forma de uma pequena mancha no
disco solar
(trânsito de Vênus de 24 maio 1032 – 19:28)
IDADE MÉDIA
27. Pensamento medieval:
H1- Se Vênus recebe luz do Sol;
H2- Se Vênus se move entre o Sol e a Terra;
C1- Logo Vênus deveria apresentar fases,
como as da Lua.
A- Por analogia o mesmo ocorre com
Mercúrio.
IDADE MÉDIA
28. E ELES ACERTARAM???
Como as fases de Vênus e de Mercúrio
– DE FATO –
nunca havia sido observado
a solução foi simples...
OS PLANETAS POSSUEM LUZ PRÓPRIA
Al-Biruji (século XII)
IDADE MÉDIA
30. RENASCIMENTO DA ASTRONOMIA
NA EUROPA
Com o declínio da cultura islâmica ocorre o
processo de reforço da ciência europeia.
Século XII – marcado pela quantidade
excessiva de traduções de obras científicas
do árabe para o latim.
Renasce nesse momento o retorno à ciência
grega, porém...
31. RENASCIMENTO DA ASTRONOMIA
NA EUROPA
COM LEVES RETOQUES ÁRABES
ARISTÓTELES EUCLIDES
ARQUIMEDESPTOLOMEU
OUTROS
ÁRABES
O elo perdido entre a
filosofia helênica e a Idade Média
32. Consequências:
termos árabes “latinizados” no vocabulário
astronômico, como:
ZÊNITE
NADIR
ALTAIR
ALMANAQUE
(anuários)
ALDEBARANBETELGEUSE
EL NATH MIZAR
RENASCIMENTO DA ASTRONOMIA
NA EUROPA
33. E A OBRA DE PTOLOMEU???
ENTROU EM DESUSO NESSE PERÍODO???
RENASCIMENTO DA ASTRONOMIA
NA EUROPA
34. Século XIII
Entre Tómas de Aquino, Alberto Magno e
tantos outros destaca-se Johannes de
Sacrobosco.
Escreveu uma pequena obra Tratado da
esfera que baseava-se nas obras traduzidas
para o latim referindo-se as ideias de
Ptolomeu e Alfragano descrevendo os
mecanismos celestes.
RENASCIMENTO DA ASTRONOMIA
NA EUROPA
35. Essa obra foi significativa e utilizada
amplamente nas mais importantes
universidades europeias até o século XVII.
Pensamentos dominante da época:
FÍSICA ARISTOTÉLICA COM PRINCÍPIOS
DA ASTRONOMIA PTOLOMAICA
RENASCIMENTO DA ASTRONOMIA
NA EUROPA
36. Segunda metade do século XIII
O Rei Afonso X de Castela (1252-1284) reúne
os astrônomos da corte e ordena a tradução
de vários textos científicos para o
castelhano, além da elaboração de tabelas
astronômicas atualizadas. Essas foram
consideradas as melhores da época
permanecendo até 1483.
RENASCIMENTO DA ASTRONOMIA
NA EUROPA
37. Mas... sempre existem os que não
concordam!!!
Esses, não questionavam os ensinamentos
da Igreja, mas os da ciência aristotélica.
Essa atitude “rebelde” toma maior força a
partir do século XIV e continua até o
Renascimento.
RENASCIMENTO DA ASTRONOMIA
NA EUROPA
38. Nicolas de Cusa (1401-1464)
De Docta Ignorantia
- Existência de um cosmo perfeito, esférico e
infinito;
- Universo ilimitado sem centro;
- As estrelas estariam distantes uma das
outras e não numa única esfera;
- Todos os corpos seriam formados pelos
mesmos elementos;
RENASCIMENTO DA ASTRONOMIA
NA EUROPA
39. - A Terra não poderia estar numa posição
central;
- A Terra e os demais astros possuíam
movimento natural;
- A Terra possui um movimento de rotação
em torno do seu eixo (à estudar ainda
pelos especialistas).
RENASCIMENTO DA ASTRONOMIA
NA EUROPA
40. ANTES DE COPÉRNICO
Final do século XV – Astronomia europeia se
encontra em forte desenvolvimento. Os
primeiros livros de Astronomia começam a
surgir na década de 1470. Destaque para:
- Corpus Hermeticum – final do sec. XV e
início do sec. XVI. Veneração pela alquimia,
astrologia, magia natural e entre o macro e
microcosmo;
41. ANTES DE COPÉRNICO
- Tratado da Esfera de Sacrobosco – editado
e reeditado dezenas de vezes com ou sem
comentários;
- Teoria dos Planetas de Georg Peurbach
(1423-1461) – uma análise técnica do modelo
de Ptolomeu.
42. Do século XV para o século XVI
Surge o “boato” de que a Terra
pudesse estar em movimento
Discussão do
argumento,
contrapondo-lhe
contra-argumentos
Questionamento de
argumentos de novas
ideias
EFEITOS COLATERAIS APRESENTADOS
PELOS CULTOS DA ÉPOCA
ANTES DE COPÉRNICO
43. OS CULTOS DA ÉPOCA ERAM TREINADOS
PARA “DERRUBAR” NOVAS IDEIAS!!!
ANTES DE COPÉRNICO
44. Celio Calcagnini (1479-1541)
Um exemplo pré copernicano
A terra se movimenta
Girolamo Fracastoro (1483-1553)
Giovanni Battista Amici (1512-1538)
Tentaram ressuscitar as esferas homocêntricas
Fracastoro = 77 esferas
A DISCUSSÃO ESTÁ ESQUENTANDO!!!
ANTES DE COPÉRNICO