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A Arte Grega
  A Arquitectura
Arquitectura
• A arte grega clássica foi uma arte racional,

      – Conciliou dualidades e oposições:
         aliou estética e ética;
         politica e religião;
         técnica e ciência;
         realismo e idealismo,
         Beleza e funcionalidade.

• Esteve ao serviço da vida pública.
• Os edifícios gregos estabeleceram uma harmoniosa
  ligação entre o Homem e os deuses, entre o mundo
  concreto e o mundo espiritual.

• Estão perfeitamente enquadrados na Natureza

• A génese da sua arquitectura encontra-se entre os
  povos que habitaram a bacia do Mediterrâneo
  (Mesopotâmios, Egípcios, Cretenses, Cicládicos) e os
  povos indo-europeus que invadiram o território
  (Aqueus, Micénicos e Dórios)
Evolução da Arte Grega
• 3 períodos claramente definidos, quer pelas
  características estéticas quer pelas tecnológicas:

  – Período arcaico: século VIII a V a.C., caracterizado pela
    procura do inteligível da ordem, do monumental, da
    sobriedade e da maturidade;

  – Período clássico: 2ª metade do século V e o século IV a.C.,
    um tempo em que a arte atingiu a plenitude, o equilíbrio,
    o realismo e o idealismo,
– Período helenístico: marcado pela miscigenação de
    culturas, pelo gosto do particular, do concreto e individual
    e, simultaneamente, tempo de declíneo da cultura grega.


• Arquitectura grega: inicialmente executada em
  madeira (nomeadamente o cedro importado do
  Líbano), sendo substituída pelo mármore a partir de
  finais do século VII a. C.

• Tal como os materiais, também as estruturas e as
  proporções evoluíram (ligação entre a geometria e
  arquitectura, na qual a matemática estabeleceu o
  ritmo e a harmonia)
• Criação de normas e de regras construtivas e
  artísticas (cânones);

• Definição de modelos e valores estéticos → todos os
  detalhes e/ou pormenores estavam sujeitos à
  harmonia do conjunto.

• Elaboração de projectos em que constava:
   – o estudo topográfico do terreno;
   – a adaptação do edifício ao relevo;
   – Escolha criteriosa da ordem, de acordo com o tipo
     de edifício.
• Os arquitectos elaboravam planos nos quais as
  medidas e proporções eram rigorosamente
  estabelecidas.

• Produção de maquetas em madeira ou terracota
  posteriormente submetidas a aprovação oficial.

• A arte grega esteve ao serviço da vida pública e da
  vida religiosa, conjugando-os de forma harmoniosa.
A cidade grega
• Aberta à vida ao ar livre, enquadrada na Natureza,
  era concebida com 3 áreas distintas:

   – Área sagrada – religiosa, localizada na acrópole,
     na qual se construíam templos, santuários,
     oráculos, e tesouros.

   – Área pública – na zona baixa, onde se instalava a
     ágora, que era o centro da vida da pólis, local de
     reunião, em torno dela existiam assembleias,
     teatros, estádios, mercados, stoas, etc.
• Estrutura tradicional de cidade grega:
  – Cidade formada por avenidas longitudinais que se
    cruzavam ortogonalmente com ruas transversais,
    formando quarteirões regulares com áreas
    diferenciadas, segundo as suas funções.

  – Os quarteirões constituíam o módulo a partir do
    qual a cidade se desenvolvia e que era formado
    por duas filas de casas de configuração e área
    semelhantes..
– casas espaçosas e organizadas em volta de um
  pátio central, utilizando o plano centrípeto que os
  Romanos também desenvolveram.
• o templo foi o exemplo máximo da arquitectura grega
  e tinha, no século V, no Pártenon e em Atena Niké, o
  encontro exemplar entre o racionalismo, o
  antropocentrismo e o idealismo do pensamento grego.
• a sua forma e estruturas básicas evoluíram a partir do
  mégaron micénico (sala de trono, no palácio), que era
  formado por uma sala quadrangular, com um vestíbulo
  ou pórtico suportado por duas colunas e com telhado
  de duas águas.
• Esta estrutura básica tornou-se, gradualmente, mais
  complexa, com maiores dimensões e rodeada por
  colunas
• O templo era a morada e abrigo do deus, local onde
  se colocava a sua imagem, a qual os fieis não tinham
  acesso, pois os rituais eram realizados ao ar livre, em
  redor do templo.

• Os Gregos usaram, o sistema de construção designado
  por trilítico, definido por pilares verticais unidos por
  lintéis horizontais, não utilizando linhas curvas.

• 0 exterior do edifício era majestosamente decorado
  com esculturas e pintado com azuis, vermelhos e
  dourados, Virado para o exterior, o templo grego tem
  um forte sentido escultórico.
• Na sua estrutura planimétrica final, o templo era
  formado por três espaços: uma cella ou naos,
  onde se encontrava a estatua da divindade,
  antecedida por um espaço designado por
  pronaos, espécie de pórtico, e um outro espaço
  do lado posterior da cella designado por
  opistódomos, que tinha como função ser a
  câmara do tesouro, onde se guardavam as
  oferendas aos deuses e os bens preciosos da
  cidade.
• Esta estrutura tripartida era rodeada por um
  peristilo, espécie de corredor coberto e
  circundante, aberto lateralmente através de uma
  ou mais fiadas de colunas.
• Em alçado, o templo era constituído por:
  – uma base ou envasamento, que era uma
    plataforma elevada e tinha como função nivelar o
    terreno;
  – as colunas, que constituíam o sistema de elevação
    e suporte do tecto;
  – e o entablamento, elemento superior e de remate
    que era formado pela arquitrave, pelo friso e pela
    cornija, encimada pelo frontão triangular. O tecto
    de duas águas era coberto por telhas de barro
• O templo grego, possui uma simetria axial, criando
  fachadas simétricas, duas a duas.


• Marcado por esta mesma estrutura desde a sua
  origem no século IX a. C., o templo grego sofreu, uma
  sensível evolução estilística.

• No século VII a. C., os Gregos já tinham definido os
  dois principais estilos arquitectónicos ou ordens: a
  ordem dórica e a ordem jónica.
• O conceito de ordem esta ligado a um sistema de
  proporções que harmonizava as partes do edifício em
  relação ao todo.

• aplicado ao traçado das colunas determinava as
  proporções das suas partes constituintes: base, fuste e
  capitel, e a relação entre a sua espessura e a sua altura
  totais.

•     A coluna é o elemento que melhor define as
    características de cada ordem, de tal forma que o
    diâmetro médio do seu fuste determina o módulo métrico
    segundo o qual se construía todo o sistema proporcional
    do edifício.
•     A coluna teve também um valor icónico
    extremamente forte, além da sua função estrutural.

• ela é o símbolo do Homem

• tomou     assumidamente       a     forma humana
  (antropomórfica) no pórtico das cariátides do
  Erectéion, na acrópole de Atenas, e de atlantes,
  como no caso do templo de Zeus Olímpico, em
  Agrigento, datado do século IV a. C.
A ordem dórica
• A ordem dórica surge nas costas do Peloponeso, ao
  sul e apresenta-se no auge no século V a.C..
• É principalmente empregue no exterior de templos
  dedicados a divindades masculinas e é a mais simples
  das três ordens gregas definindo um edifício em geral
  baixo e de carácter sólido.
• A coluna não tem base, tem entre quatro a oito
  módulos de altura, o fuste é raramente monolítico e
  apresenta vinte estrias ou sulcos verticais
  denominados de caneluras.
• O capitel é formado pelo équino, ou coxim, que se
  assemelha a uma almofada e por um elemento
  quadrangular, o ábaco.
• O friso é intercalado por módulos compostos de três
  estrias verticais, os tríglifos, com dois painéis
  consecutivos lisos ou decorados, as métopas.
• A cornija apresenta-se horizontal nas alas, quebrando-
  se em ângulo nas fachadas de acordo com o telhado
  de duas águas. A versão romana transmite, em geral,
  maior leveza através das suas dimensões mais
  reduzidas.
A ordem jónica
• A ordem jónica surge a leste, na Grécia oriental e
  seria, por volta de 450 a.C., adoptada também por
  Atenas.
• Desenvolvendo-se      paralelamente    ao   dórico
  apresenta, no entanto, formas mais fluidas e uma
  leveza geral, sendo mais utilizado em templos
  dedicados a divindades femininas.
• A coluna possui uma base larga, tem geralmente
  nove módulos de altura, o fuste é mais elegante e
  apresenta vinte e quatro caneluras.
• O capitel acentua a analogia vegetal da coluna pela
  criação de um elemento novo entre o coxim e o ábaco
  de carácter fitomórfico.
• Este     elemento     dispõe     de   dois    “rolos”
  consideravelmente projectados para os lados, as
  volutas. O friso passa a ter elemento único decorado
  em continuidade.
Ordem coríntia
• Também denominado como capitel coríntio é
  característico do final do século V a.C. e, utilizado
  inicialmente só no interior, é um estilo notoriamente
  mais decorativo e trabalhado.
• A coluna possui geralmente dez módulos de altura e
  o fuste é composto por vinte e quatro caneluras
  afiadas.
• capitel apresenta uma profusão decorativa de
  rebentos e folhas de acanto tendo-se tornado o
  capitel de uso generalizado na época romana. O
  tecto passa a ser horizontal.
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  • 1. A Arte Grega A Arquitectura
  • 2. Arquitectura • A arte grega clássica foi uma arte racional, – Conciliou dualidades e oposições:  aliou estética e ética;  politica e religião;  técnica e ciência;  realismo e idealismo,  Beleza e funcionalidade. • Esteve ao serviço da vida pública.
  • 3. • Os edifícios gregos estabeleceram uma harmoniosa ligação entre o Homem e os deuses, entre o mundo concreto e o mundo espiritual. • Estão perfeitamente enquadrados na Natureza • A génese da sua arquitectura encontra-se entre os povos que habitaram a bacia do Mediterrâneo (Mesopotâmios, Egípcios, Cretenses, Cicládicos) e os povos indo-europeus que invadiram o território (Aqueus, Micénicos e Dórios)
  • 4. Evolução da Arte Grega • 3 períodos claramente definidos, quer pelas características estéticas quer pelas tecnológicas: – Período arcaico: século VIII a V a.C., caracterizado pela procura do inteligível da ordem, do monumental, da sobriedade e da maturidade; – Período clássico: 2ª metade do século V e o século IV a.C., um tempo em que a arte atingiu a plenitude, o equilíbrio, o realismo e o idealismo,
  • 5. – Período helenístico: marcado pela miscigenação de culturas, pelo gosto do particular, do concreto e individual e, simultaneamente, tempo de declíneo da cultura grega. • Arquitectura grega: inicialmente executada em madeira (nomeadamente o cedro importado do Líbano), sendo substituída pelo mármore a partir de finais do século VII a. C. • Tal como os materiais, também as estruturas e as proporções evoluíram (ligação entre a geometria e arquitectura, na qual a matemática estabeleceu o ritmo e a harmonia)
  • 6. • Criação de normas e de regras construtivas e artísticas (cânones); • Definição de modelos e valores estéticos → todos os detalhes e/ou pormenores estavam sujeitos à harmonia do conjunto. • Elaboração de projectos em que constava: – o estudo topográfico do terreno; – a adaptação do edifício ao relevo; – Escolha criteriosa da ordem, de acordo com o tipo de edifício.
  • 7. • Os arquitectos elaboravam planos nos quais as medidas e proporções eram rigorosamente estabelecidas. • Produção de maquetas em madeira ou terracota posteriormente submetidas a aprovação oficial. • A arte grega esteve ao serviço da vida pública e da vida religiosa, conjugando-os de forma harmoniosa.
  • 8. A cidade grega • Aberta à vida ao ar livre, enquadrada na Natureza, era concebida com 3 áreas distintas: – Área sagrada – religiosa, localizada na acrópole, na qual se construíam templos, santuários, oráculos, e tesouros. – Área pública – na zona baixa, onde se instalava a ágora, que era o centro da vida da pólis, local de reunião, em torno dela existiam assembleias, teatros, estádios, mercados, stoas, etc.
  • 9. • Estrutura tradicional de cidade grega: – Cidade formada por avenidas longitudinais que se cruzavam ortogonalmente com ruas transversais, formando quarteirões regulares com áreas diferenciadas, segundo as suas funções. – Os quarteirões constituíam o módulo a partir do qual a cidade se desenvolvia e que era formado por duas filas de casas de configuração e área semelhantes..
  • 10. – casas espaçosas e organizadas em volta de um pátio central, utilizando o plano centrípeto que os Romanos também desenvolveram.
  • 11. • o templo foi o exemplo máximo da arquitectura grega e tinha, no século V, no Pártenon e em Atena Niké, o encontro exemplar entre o racionalismo, o antropocentrismo e o idealismo do pensamento grego. • a sua forma e estruturas básicas evoluíram a partir do mégaron micénico (sala de trono, no palácio), que era formado por uma sala quadrangular, com um vestíbulo ou pórtico suportado por duas colunas e com telhado de duas águas. • Esta estrutura básica tornou-se, gradualmente, mais complexa, com maiores dimensões e rodeada por colunas
  • 12. • O templo era a morada e abrigo do deus, local onde se colocava a sua imagem, a qual os fieis não tinham acesso, pois os rituais eram realizados ao ar livre, em redor do templo. • Os Gregos usaram, o sistema de construção designado por trilítico, definido por pilares verticais unidos por lintéis horizontais, não utilizando linhas curvas. • 0 exterior do edifício era majestosamente decorado com esculturas e pintado com azuis, vermelhos e dourados, Virado para o exterior, o templo grego tem um forte sentido escultórico.
  • 13. • Na sua estrutura planimétrica final, o templo era formado por três espaços: uma cella ou naos, onde se encontrava a estatua da divindade, antecedida por um espaço designado por pronaos, espécie de pórtico, e um outro espaço do lado posterior da cella designado por opistódomos, que tinha como função ser a câmara do tesouro, onde se guardavam as oferendas aos deuses e os bens preciosos da cidade. • Esta estrutura tripartida era rodeada por um peristilo, espécie de corredor coberto e circundante, aberto lateralmente através de uma ou mais fiadas de colunas.
  • 14.
  • 15. • Em alçado, o templo era constituído por: – uma base ou envasamento, que era uma plataforma elevada e tinha como função nivelar o terreno; – as colunas, que constituíam o sistema de elevação e suporte do tecto; – e o entablamento, elemento superior e de remate que era formado pela arquitrave, pelo friso e pela cornija, encimada pelo frontão triangular. O tecto de duas águas era coberto por telhas de barro
  • 16. • O templo grego, possui uma simetria axial, criando fachadas simétricas, duas a duas. • Marcado por esta mesma estrutura desde a sua origem no século IX a. C., o templo grego sofreu, uma sensível evolução estilística. • No século VII a. C., os Gregos já tinham definido os dois principais estilos arquitectónicos ou ordens: a ordem dórica e a ordem jónica.
  • 17.
  • 18. • O conceito de ordem esta ligado a um sistema de proporções que harmonizava as partes do edifício em relação ao todo. • aplicado ao traçado das colunas determinava as proporções das suas partes constituintes: base, fuste e capitel, e a relação entre a sua espessura e a sua altura totais. • A coluna é o elemento que melhor define as características de cada ordem, de tal forma que o diâmetro médio do seu fuste determina o módulo métrico segundo o qual se construía todo o sistema proporcional do edifício.
  • 19. A coluna teve também um valor icónico extremamente forte, além da sua função estrutural. • ela é o símbolo do Homem • tomou assumidamente a forma humana (antropomórfica) no pórtico das cariátides do Erectéion, na acrópole de Atenas, e de atlantes, como no caso do templo de Zeus Olímpico, em Agrigento, datado do século IV a. C.
  • 20.
  • 21.
  • 22.
  • 23.
  • 24.
  • 25.
  • 26. A ordem dórica • A ordem dórica surge nas costas do Peloponeso, ao sul e apresenta-se no auge no século V a.C.. • É principalmente empregue no exterior de templos dedicados a divindades masculinas e é a mais simples das três ordens gregas definindo um edifício em geral baixo e de carácter sólido. • A coluna não tem base, tem entre quatro a oito módulos de altura, o fuste é raramente monolítico e apresenta vinte estrias ou sulcos verticais denominados de caneluras.
  • 27. • O capitel é formado pelo équino, ou coxim, que se assemelha a uma almofada e por um elemento quadrangular, o ábaco. • O friso é intercalado por módulos compostos de três estrias verticais, os tríglifos, com dois painéis consecutivos lisos ou decorados, as métopas. • A cornija apresenta-se horizontal nas alas, quebrando- se em ângulo nas fachadas de acordo com o telhado de duas águas. A versão romana transmite, em geral, maior leveza através das suas dimensões mais reduzidas.
  • 28.
  • 29. A ordem jónica • A ordem jónica surge a leste, na Grécia oriental e seria, por volta de 450 a.C., adoptada também por Atenas. • Desenvolvendo-se paralelamente ao dórico apresenta, no entanto, formas mais fluidas e uma leveza geral, sendo mais utilizado em templos dedicados a divindades femininas. • A coluna possui uma base larga, tem geralmente nove módulos de altura, o fuste é mais elegante e apresenta vinte e quatro caneluras.
  • 30. • O capitel acentua a analogia vegetal da coluna pela criação de um elemento novo entre o coxim e o ábaco de carácter fitomórfico. • Este elemento dispõe de dois “rolos” consideravelmente projectados para os lados, as volutas. O friso passa a ter elemento único decorado em continuidade.
  • 31.
  • 32. Ordem coríntia • Também denominado como capitel coríntio é característico do final do século V a.C. e, utilizado inicialmente só no interior, é um estilo notoriamente mais decorativo e trabalhado. • A coluna possui geralmente dez módulos de altura e o fuste é composto por vinte e quatro caneluras afiadas. • capitel apresenta uma profusão decorativa de rebentos e folhas de acanto tendo-se tornado o capitel de uso generalizado na época romana. O tecto passa a ser horizontal.