O documento discute as principais ferramentas da geologia que foram cruciais para o desenvolvimento do conhecimento, como o telescópio, a metalurgia, o microscópio e o sismógrafo. Apesar de terem ampliado o entendimento humano sobre diversos fenômenos, também geraram grandes gastos e suas aplicações nem sempre trouxeram respostas úteis. Projetos espaciais caros como exploração de Marte são questionados por não resolverem problemas reais na Terra.
2. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa
Ferramentas da Geologia – Um Estudo
Algumas das invenções se tornaram cruciais para o estado atual do conhecimento. Veremos
apenas as cinco principais que chamaremos de invenções cruciais, ou Ferramentas da Geologia. A
primeira foi o telescópio, surgido no início do século XVII; a segunda foi a metalurgia, inventada em
1709, e que deu possibilidade para a construção da máquina a vapor aparecida em 1712; a terceira
foi o microscópio, seguida do sismógrafo, que apareceu em 1880, ou seja, 270 anos depois do teles-
cópio. Finalmente, os foguetes, satélites e imagens.
Vejamos, a vôo de pássaro, uma de cada vez.
O Telescópio
Quem o inventou? O holandês Hans Lippershey em 1608 ou foi Galileu, o italiano, em 1609?
Hoje é um problema histórico, mas a despeito de quem o fez, ele abriu a possibilidade de estudar
o céu, e ampliar o conhecimento humano olhando mais de perto a Lua, o Sol, planetas, estrelas, e
fazerem-se teorias novas sobre suas formas e movimentos, as quais abalaram fortemente os alicerces
da religião. A partir daquela data, o aparelho passou por melhoramentos técnicos cada vez mais re-
quintados, e cada um fez sucesso à sua época, mas um a um foram ultrapassados por novos modelos.
Depois de famosos telescópios como, Monte Palomar, com um espelho de mais de 5m de diâmetro,
e, atualmente, o observatório Keck, com espelhos de quase 10m de diâmetro, situado em Mauna Kea,
no Hawai, o instrumento nada mais tem a ver com o primitivo telescópio de Galileu, construído por
ele mesmo, que ampliava apenas três vezes.
Seguindo de perto essas pesquisas, vem o HST ou Hubble Space Telescope, projeto da
NASA, que tomou doze anos na construção e é o projeto mais caro de todos até agora (US$ 1,5
1
bilhão). Entre suas conquistas, através das fotos que obteve, corrigiu-se a “idade” do universo. Este
teria 18 bilhões de anos (1992) ou três bilhões a mais do que se pensava anteriormente (15 bilhões),
para em seguida ser corrigido de novo (1994) pelos astrônomos do telescópio situado no alto do
Mauna Kea, no Hawai , que depois de muitas observações, calcularam que o universo é mais novinho
e tem apenas 12 bilhões de anos...2 O custo dessas informações, em dólares, supera o número em anos
inferido para a idade do universo...
O HST foi colocado em órbita em 1990, a uma distância de 570 km da Terra, equipado com
cinco dos principais instrumentos de observatório, mas com um defeito de fabricação no espelho pri-
mário que afetou sua capacidade de focalizar, fornecendo fotografias sem nitidez, além de problemas
no giroscópio. Os defeitos foram corrigidos em 1993 e o telescópio voltou a funcionar. E a novela
continua: a cada fotografia que o HST manda para a Terra, os astrônomos se divertem observando
“colisões” de galáxias, “nascimento” de estrelas, além de “buracos negros” e informações , em mi-
lhões e bilhões de anos, que nada acrescentam para melhorar nossos índices de subdesenvolvimento.
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3. Ferramentas da Geologia
Fora das especulações passíveis de serem feitas com a ajuda desses aparelhos (Big Bang, bu-
racos negros, brancos e de “minhoca”, simetrias, etc.), o nosso conhecimento sobre os outros astros
é pouco diferente do que se conhecia antes da invenção dos mesmos.
Atualmente está em fase de experimentação o mais extraordinário dos telescópios já cons-
truídos pelo homem, e ele é de fato uma maravilha de técnica e arrojo. Estamos falando de Paranal,
o projeto da ESO (European Southern Observatory) e o seu VLTI (Very Large Telescope Interfero-
meter) com quatro espelhos de 8,2m de diâmetro. Dois deles foram ligados pela primeira vez em
29/10/01 com sucesso total. Foi captada pelos dois espelhos a luz de Archemar (Alpha Eridani) e
mandada para o Laboratório de Interferometria do Observatório, onde foram juntadas em um foco só
revelando imagens extraordinárias, de grande nitidez. O próximo passo é combinar os quatro espe-
lhos formando o mais poderoso sistema de telescópios do mundo. Vão ser revelados detalhes quinze
vezes maiores do que os atualmente vistos por qualquer aparelho existente na Terra. De novo deverá
ser alterada a idade da Terra, do Sol etc., mas de fato, nada alterará no sistema e na Via Láctea, nem
na economia das nações com os novos detalhes.
Depois de Paranal e o VLTI deveremos construir outro (ver Projeto Origens) quem sabe
aonde, com quantos espelhos etc, para resolver... absolutamente nada.
Em agosto de 2006 reuniu-se em Praga, República Checa, uma plêiade de 2.500 astrônomos
com a finalidade de alterar a configuração do sistema solar retirando de Plutão o status de planeta,
rebaixando-o para o nível de asteróide, uma classe proletária dos astros do céu...
Discute-se a sério entre famosos cientistas da NASA sobre a existência de vida em Marte,
porque em determinada foto apareceu uma formação rochosa semelhante a um rosto humano e há
até um projeto de visitar aquele planeta em uma viagem, cuja duração seria de 1100 dias, ao custo de
US$ 400 bilhões, aparentemente para divertir pela TV os famintos e atônitos contribuintes na Terra,
e mais nada. Alguns cientistas andam “ouvindo” o restinho do estampido do big bang causado pela
explosão aterradora do idealístico pontinho que continha toda a matéria do universo!
É impossível enumerar todos os projetos “idealizados” por americanos, russos, japoneses, e
agora até o Brasil já tenta se aventurar nesses programas mirabolantes.
Tais projetos milionários têm raízes comuns:
• A primeira é saber se estamos sós no universo, e o que acontece depois da morte;
• A segunda tem a ver com o conceito de tempo, a idade do mundo e a sua evolução;
• A terceira diz respeito ao combustível usado pelas estrelas, inclusive o Sol, para queimar
durante tanto tempo, sem que se acabe o combustível ou o próprio astro, e finalmente,
• O que acontece com o núcleo de astros maiores que o Sol.
São temas geológicos estudados separadamente por curiosos de áreas específicas (físicos,
químicos e matemáticos), com resultados também solitários.
Máquinas a Vapor
As máquinas, construídas para multiplicar a força humana, constituem outra das invenções
que determinaram uma nova faceta para a humanidade. Deixemos para a história as alavancas, a
roda, os eixos, e passemos diretamente para a chamada Revolução Industrial. Iniciava-se o século
XVIII, e os homens daquele tempo conseguiram transformar os metais, através da metalurgia, pas-
sando para uma fase de fabricação de ferramentas mais sofisticadas, ao trocar o carvão de madeira
pelo carvão de pedra, de maior poder calorífico. O autor desta façanha foi Abraham Darby, em 1709,
seguindo-se a invenção da máquina a vapor de T. Newcomen , em 1712.
As máquinas a vapor, as primeiras máquinas de combustão externa posteriormente patente-
adas por Watt , em 1769, seriam seguidas pelas teorias da Termodinâmica de J.Black e Fourier. Só
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4. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa
em 1876, Nikolau August Otto (1832-1891) fez funcionar o primeiro motor de combustão interna
re-inaugurando a “Civilização do Petróleo”, na qual vivemos até o presente. Em 1897 apareceriam
os motores a Diesel, nome do inventor desse tipo de máquina, bem mais robusta do que os motores
de ciclo Otto, dando ensejo ao aparecimento de trabalhos mais exigentes em potência e força, como
a agricultura mecanizada e a perfuração de poços muito mais profundos para extração de petróleo.
O Microscópio
Muita coisa não teria acontecido se a curiosidade humana não tivesse se desviado para outra
área interessante. Pelo meio do século XV iniciaram-se as pesquisas com um aparelho que facilitava
a visão de coisas diminutas e difíceis de serem observadas pelo olho humano. Passou-se então a cons-
truir lentes de aumento ou simplesmente lentes. Todos os estudos que dependessem de observações
apuradas não passariam de pura filosofia, não fosse o aparecimento da indústria do vidro para várias
finalidades, inclusive para fabricação de lentes. Realmente as lentes foram construídas para melhorar
a simples visão das pessoas que enxergavam mal. Aumentou-se o seu poder de ampliação para faci-
litar a visão de detalhes ou aumentar algumas vezes o tamanho natural dos objetos da curiosidade,
como partes diminutas dos órgãos de insetos, aparelhos de reprodução dos vegetais, a identificação
dos estômatos por onde ocorrem as trocas gasosas pelos vegetais, etc.
O microscópio foi um dos saltos mais importantes da técnica e da indústria ótica, o qual per-
mitiu que os cientistas penetrassem e solucionassem problemas de importância crucial para o conhe-
cimento humano. Por exemplo, o conhecimento atual de todo o processo fotossintético, entre outros,
deu a resposta sobre as transformações da energia do Sol em matéria tridimensional e a origem da
vida.
O Sismógrafo
A outra invenção crucial foi o sismógrafo. Se o telescópio dava possibilidade de olhar para
fora da Terra, pensava-se que o sismógrafo daria possibilidade de conhecer o interior do globo.
A história do sismógrafo é uma história longa já tratada em outra parte deste trabalho. Inven-
tado por John Milne, em 1880 (270 anos após o telescópio) com o objetivo primário de estudar os
terremotos, o aparelho (exatamente como o telescópio), rústico que era, passou por melhoramentos,
até atingir o estado em que se encontra hoje, mas, desviado para finalidades inteiramente diferentes
do objetivo original: descobrir a origem dos terremotos.
Ao tempo de Milne, armava-se o aparelho, esperava-se o terremoto acontecer e estudavam-
se os resultados. Atualmente, provoca-se o terremoto com explosões e outros tipos de vibrações,
colhem-se o resultado e analisa-se o fenômeno. O problema dos terremotos, que deveriam ser es-
tudados com os sismógrafos, continua sem solução: não se sabe o que eles representam, e nem sua
origem. O principal prejuízo entretanto é supor que o aparelho pode ser empregado para dar solução
a outro tipo de problema, para o qual ele não foi construído e não tem qualquer chance de funcionar.
Estamos nos referindo à pesquisa geológica, especialmente à pesquisa de petróleo. A suposição de
que petróleo ocorre em estruturas, uma crença do século XIX, faz com que os geofísicos (intérpretes
dos dados colhidos pelo aparelho), procurem e (pior de tudo) encontrem as referidas estruturas na
subsuperfície.
Não há relação de causa e efeito. As duas coisas não têm qualquer relação. Isso torna a pes-
quisa do petróleo extraordinariamente cara e impede o progresso de toda a humanidade, que depen-
de, cada dia, de mais petróleo, o seu combustível natural.
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5. Ferramentas da Geologia
Vale a pena observar que, com o telescópio, os astrofísicos se divertem procurando o início
e o fim do mundo, os buracos negros e o início do tempo. Como prejuízos para a humanidade ficam
as altas somas de dinheiro investidas neste tipo de pesquisa, que poderiam estar sendo usadas por ou-
tros cientistas mais comprometidos com os inúmeros problemas da vida, neste planeta. A prometida
colonização de Marte e de outros planetas do sistema não passam de promessas demagógicas feitas
para impressionar o público, que paga tais aventuras. Finalmente é possível dizer: fora do uso trivial
dos telescópios, isto é, ver a distância nas vizinhanças da Terra, estudos aparentemente esgotados por
Copérnico, Kepler e Galileu, o instrumento cada vez mais sofisticado é uma excelente maneira de
divertir quem os compra, em modelos caseiros.
Com o uso do sismógrafo os prejuízos para a humanidade são maiores. Sem que se conheça
a sua relação com a Geologia, o aparelho impede o sucesso da pesquisa na busca das novas minas de
petróleo.
Foguetes, Satélites e Imagens
Os foguetes desenvolvidos durante e posteriormente a II Guerra Mundial, de maneira tornar
mais efetiva a retaliação do inimigo, hoje desempenham papel importantíssimo para a humanidade
ao facilitar as comunicações e localizações da qual nos beneficiamos todos. Mas, junto com os satéli-
tes de comunicação, os construtores de foguetes colocam outros apetrechos, enviando-os mais longe
ainda a pesquisar os outros planetas. Vejamos alguns exemplos.
Em 04 de maio de1989 foi enviada a Vênus a sonda U.S. Magellan2, que chegou lá em 10 de
agosto de 1990, de onde foram obtidas imagens de radar. Qual a utilidade dessas imagens? De ime-
diato, servem apenas para apreciar a paisagem e a superfície topográfica do planeta. As imagens de
radar não têm resolução para revelar qualquer coisa, além disso. A prática obtida aqui na Terra (Pro-
jeto Radambrasil), mostra que a tentativa de fazer mapas usando este tipo de sensor foi um malogro
e um fracasso. Aquelas imagens, produtos de alta técnica, precisam de homens habilitados, de muita
experiência em mapeamentos, para manuseá-las, sem o que, não passam de papéis impressos com
simples paisagens topográficas. Elas mostram somente grandes estruturas rochosas, sem quaisquer
esclarecimentos sobre sua textura, estrutura e origem. Impossível distinguir rochas umas das outras,
sejam elas clásticas ou não. Seus intérpretes, além de se aventurarem em conclusões sem nexo,
chegam a cometer erros primários, cientes de que poucas pessoas podem contradizê-los. Dissertar
sobre uma imagem de radar sem a verificação do campo é apenas uma irresponsabilidade. Será que
imagens da paisagem topográfica dos planetas, sejam da Terra ou de Vênus, justificam os resultados
e os custos do projeto?
Há ainda o Cosmic Background Explorer (COBE) da NASA3 que procura a “estrutura” do
universo fotografando o céu em ondas curtas e infravermelhas, sem que essa informação sirva para
qualquer coisa aproveitável.
Há o projeto alemão/britânico/americano Rontgensatellit (ROSAT)2 que faz a mesma coisa
do COBE, apenas que em Raios X e Ultravioleta. São inumeráveis os projetos do mesmo tipo e fi-
nalidade como o Gamma Ray Observatory (GRO)2 em órbita da Terra desde abril de 1991; o U.S.
Voyager II3 mandado aos planetas exteriores, que após viajar 11.000.000.000 (onze bilhões!) de km
(velocidade de 1,6 milhão de km/dia), gastando 12 anos terrestres de viagem (lançado a 20 de agosto
de 1977, chegou a Netuno em agosto de 1989), envolvendo 200 pesquisadores, que após tanto tempo
e trabalho chegaram à conclusão de que os planetas fotografados de longe são muito parecidos uns
com os outros, mas ao mesmo tempo, bastante diferentes...! A Voyageur, também mandou para a Ter-
ra fotos de paisagens planetárias a grandes distâncias, sem nenhum valor. Todas as “interpretações”
feitas a partir dessas informações são precárias, aventureiras, naturalmente erradas e especialmente
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6. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa
sem nenhum interesse para a humanidade. Finalmente, há os biossatélites aonde vão aprisionados ra-
tos, macacos, papagaios, insetos e outros animais para serem estudados na imponderabilidade, quem
sabe com que finalidade e com que conclusões.
Distâncias: um Obstáculo
Os fatores condicionantes do fenômeno que chamamos Vida, só e somente só, existem na
Terra. Como corolário segue-se: no Sistema Solar, estamos absolutamente solitários. Fora do pla-
neta Terra, ou seja, em qualquer outro planeta do sistema, é impossível a vida como a conhecemos
aqui. Essa afirmativa é comprovada pelas aventuras iniciadas no século passado que prosseguem
atualmente. Dezenas e centenas de missões, tentativas de comunicação, telescópios volantes e/ou
estacionários, apenas comprovam nossa conclusão. A alternativa é continuar construindo mais e mais
aparelhos, cada vez mais caros, sem obter qualquer resultado.
Não só as distâncias nos separam, mas também usos, costumes, cultura e ambientes dos
habitantes da Terra são restritos a este planeta e naturalmente diferentes dos supostos habitantes do
universo, por isso, sem qualquer interesse para nós.
A tentativa de achar outros habitantes no universo não tem realidade diante do conhecimento
atual e por isso deve ser descartada como projeto.
As distâncias, por exemplo, constituem um fator limitante para os humanos. Vejamos alguns
exemplos tendo em conta que os números são aproximados.
A Lua, 384.000 km distante de nós, toma entre 10-12 dias de viagem, não nos interessa em
nada fora das românticas noites de lua cheia para serem apreciadas aqui da Terra, segura e conforta-
velmente, fato que ficou demonstrado após as viagens dos americanos ao nosso satélite. A aventura
foi uma demonstração de superioridade técnica, politicamente interessante, mas sem qualquer resul-
tado prático.
Também não temos nada para fazer em Marte, mas se tivéssemos de ir até lá teríamos de
vencer mais ou menos 75.000.000 km de distância que nos separam do planeta (os números são
aproximados) e gastaríamos para isso meses de viagem. A Mars Global Surveior saiu da Terra a 7 de
novembro de 1996 e chegou a Marte em setembro de 1997, levando mais ou menos 300 dias só na
ida. A Mars Pathfinder saiu a 4 de dezembro de 1996, chegando a Marte em julho de 1997 em mais
de 200 dias de viagem. Para viajar a Vênus, um pouco mais próximo da Terra, 41 milhões, 834 mil
km, praticamente 42 milhões de km, gastaríamos 43,6 dias, e para Júpiter, cuja distância é de apro-
ximadamente 630 milhões de km, nos tomariam 651 dias ou 1,8 ano de viagem (a Voyageur levou
um ano e 11 meses) em um foguete com a velocidade de 11,3 km/s ou 968.000 km/dia, somente para
ida. Ida e volta sem parada, seriam 86 dias para Vênus, 116 dias para Marte e 3,6 anos para Júpiter,
que torna ridículo qualquer pensamento sobre o assunto, além do mesmo não ter qualquer sentido,
inclusive o turístico. É possível diminuir o tempo das viagens, mas não o necessário para colocá-la
no período útil de vida humana. Há que se levar em conta também o tempo de espera da tripulação
no planeta para que houvesse uma segunda aproximação crítica da Terra para a volta (mais dois anos
ou 730 dias para Marte, fora o custo de US$ 400 bilhões!). Sem tripulação, somente com aparelhos,
o melhor que obtivemos de volta foram fotografias e imagens de radar como as obtidas na Terra, as
quais dependem de interpretações, sempre desastradas, erradas e mal feitas, pois inadequadamente
usadas.
Ora, se habitando a Terra há tanto tempo não a conhecemos, que dizer de uma viagem onde
a demora por lá não passaria de momentos? Ainda mais, como são completamente diferentes as
condições físicas desses planetas, seu ambiente é hostil, e mesmo para uma ou duas pessoas seria
difícil permanecer lá, mesmo por poucos momentos. Se for para esperar novas aproximações entre
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7. Ferramentas da Geologia
os planetas, os astronautas correm o risco de ficar por lá.
Entretanto existem cientistas que pensam povoar outros mundos que não pertencem ao me-
nos ao nosso sistema planetário.4,5 Esses astros e nebulosas ficam a distâncias ainda mais sonhado-
ras. Alpha Centauri está há quatro anos, quatro meses e 7 dias-luz da Terra (um ano-luz é igual a 9,5
trilhões de km), com a velocidade da luz perto dos 300.000 km/s. Computando-se só a ida, haveriam
de ser percorridos 41 trilhões, 135 bilhões e 40 milhões de km, que a velocidade de escape da Terra
(11,2 km/seg) tomariam 116,5 anos de viagem. Embora mencionadas, evidente que tais conjecturas
não podem ser levadas a sério, e abandonâmo-las aqui.
Também não podem ser argüidos expedientes de congelamento, mumificações de corpos,
para serem posteriormente ressuscitados, como imaginam os diretores de cinema ficcionista, pois
isto implica na morte da cobaia, e expectativa de vida de 300 anos para o experimentador, o que estra-
ga ou impede a experiência. A maneira possível de encurtar o tempo de viagem, como o aumento da
velocidade, tem barreiras para os tripulantes, que não agüentam aceleração além de pequenos limites.
Diante do exposto, concluímos que temos de usar esses recursos de alta técnica em benefício
de toda a humanidade, iniciando pela construção de perfeitos mapas, com finalidade de estudar a
Terra, para melhorar a vida aqui.
Nós somos produtos da condensação e sedimentação da atmosfera da Terra, e condenados a
permanecer dentro dela ou em ambiente semelhante, até que desapareça um dos seus fatores condi-
cionantes (sobre os quais não temos o mínimo controle) e desaparecer com ele também.
Para que fique bem claro: as espécies orgânicas dependem das condições normais de tem-
peratura e pressão, CNTP, alcançadas na superfície do globo, característica que não pode ser trans-
portada para qualquer outro planeta do sistema. Mais ênfase: a atmosfera não pode ser levada para
outra parte, pois é uma das capas esféricas constituintes da estrutura da Terra, função da gravidade
do planeta.
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