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Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à	Ciência	Ortodoxa




                        Evidências do Erro Geofísico

	        Vimos que, bem antes do início da aplicação dos métodos geofísicos em pesquisa geológica
no Brasil, as formações geológicas da Bacia do Recôncavo já tinham sido nomeadas. São nomes an-
tigos colocados pelos pioneiros do estudo daquela região, ainda no século XIX. Quando começaram
as aplicações dos métodos geofísicos e paleontológicos, a tendência natural foi achar as formações já
anteriormente estabelecidas por aqueles pioneiros. Devido às condições de trabalho daquele tempo
(fim do século XIX) não foi possível fazer um trabalho geológico correto. Foi feito o melhor que se
podia fazer, mas, infelizmente, foi feito de modo errado. O motivo central da dificuldade era o des-
conhecimento de que havia movimentos tangenciais na crosta terrestre. Os continentes, juntos, que
foram no passado geológico, agora estão separados como decorrência daqueles mesmos movimen-
tos.
Dessa maneira, e pelo mesmo motivo, nem a paleontologia pode determinar e datar os sedimentos
estudando fósseis, nem a geofísica pode determinar as estruturas em subsuperfície. No primeiro caso
porque os fósseis estão misturados e no segundo porque as estruturas postuladas não existem na sub-
superfície da Bacia. Os instrumentos registram apenas anomalias de velocidade das ondas sísmicas,
devido à textura singular dos clásticos da Bacia.
A principal função da sísmica no Departamento de Exploração era determinar a estratigrafia vi-
gente (contato entre as formações), a profundidade do embasamento onde se assentam as rochas
armazenadoras de petróleo, os blocos onde deveria estar armazenado o petróleo, os falhamentos, os
dobramentos e demais estruturas. A teoria sismológica foi criada na suposição de que o instrumento
poderia examinar a subsuperfície.
	        Vamos apreciar os prospectos, as previsões sísmicas e a constatação da realidade das perfu-
rações feitas em diversas áreas do Recôncavo.
	        Naquele tempo, e ainda hoje, os principais objetivos eram a “formação Sergi” e a “Zona A”,
uma anomalia interpretada dos perfis elétricos as quais eram tidas como refletoras dos sinais sísmi-
cos. Usando o método comparativo entre o prospecto do poço e a constatação depois da construção
do mesmo, vamos ver os erros e os acertos dos diversos métodos de pesquisa.
	        Vejamos exemplos notáveis existentes nos arquivos técnicos da Estatal Brasileira.

                                      Área de Capianga
	       1-CG-1-BA (Fig.10.1)
	       Este poço ficaria situado sobre uma plataforma rasa segundo os geofísicos. O Sergi seria
encontrado a 1.117m e o embasamento a 1.617 de profundidade segundo o prospecto. A sonda que
furou o poço tinha capacidade para furar 1.800 m.
	       Na figura 10.1A vê-se o prognóstico estratigráfico a partir do mapa sísmico, e na 10.1 B o
resultado encontrado depois da perfuração.
	       A sonda furou até 1517m, onde, erradamente, influenciado pela previsão sísmica para a
profundidade do embasamento (que o tinha previsto a 1617m), o geólogo encontrou um falso em-

                                                  308
Evidências do Erro Geofísi

basamento (um conglomerado cujos seixos incluem fragmentos de rochas ígneas, fato comum neste
tipo de bacia). O embasamento, de fato, é muito mais profundo naquela locação, como se verá mais
adiante em um poço-teste, o Cabeceiras-1.
	        A estratigrafia ficou indefinida. Os estratos que foram chamados de Sergi e Aliança são sedi-
mentos infestados com fósseis do tempo Ilhas, mais jovens do que o tempo de sedimentação dessas
camadas que formam a Bacia, não podendo por isso ser chamados de Sergi e Aliança. A datação dos
sedimentos estava errada. A previsão da profundidade também.
	        Para acomodar a estratigrafia achada foi necessário o auxílio de uma falha inventada pelo
geólogo, (desde que a sísmica não atinha previsto) que colocou os sedimentos Ilhas contra o Sergi
(figura 10.1B). A embaraçosa situação fora criada pela informação do laboratório de Paleontologia
que tinha determinado a ocorrência de fósseis do tempo Ilhas aos 1100m de profundidade, onde a
sonda já deveria estar penetrando o Sergi que é uma areia estéril em fósseis.
	        De fato, o laboratório da paleontologia continuou a determinar fósseis do Ilhas até o fundo
do poço, inclusive no Aliança, o que já não era somente um erro, mas um erro absurdo. Esses absur-
dos vão culminar no poço de Riachão, quando foi perfurado o embasamento com fósseis do Candeias
médio e Aliança, que será visto adiante.
	        O geólogo foi censurado pela “falha” e refez a interpretação que se vê na figura 10.1C. A
pendenga só foi dirimida no Rio de Janeiro, com o auxílio do perfil elétrico corrido no poço, como
se vê na figura 10.1D, quando foi totalmente abandonada a informação do laboratório paleontológi-
co. Não foi uma solução correta. Foi uma solução de chefia, tão errada como as anteriores, servindo
apenas para terminar a quizila.
	        O estudo do poço mostra que nada do que foi previsto aconteceu:
         •	 A falha não existe;
         •	 A plataforma rasa da sísmica, não é rasa, nem é plataforma;
         •	 Não é o embasamento que está no fundo do poço, mas um conglomerado cujos seixos
            incluem rochas ígneas verificados em testemunho;
         •	 A estratigrafia na região ficou e continua indefinida e
         •	 O poço foi tamponado e abandonado.

                                       Área de Subauma
	        1-SU-1-BA (Fig.10.3)
  	      Nesta área existe apenas um poço construído logo após o pioneiro de Capianga em 1959,
ainda um trabalho resultante do mesmo mapeamento sísmico. O poço foi furado sobre a mesma pla-
taforma rasa 7 km SW do Capianga. Ver o mapa de situação dos poços (Fig. 10).
	        Segundo as previsões da sísmica, o Sergi deveria ser encontrado a 1610m, e a profundidade
total do poço seria de 1630m .
	        O poço, influenciado pela previsão da sísmica, foi furado por uma sonda com capacidade
para alcançar 1800m, e alcançou 1896m depois de ter a coluna de perfuração trocada por uma mais
leve. Mesmo assim houve uma prisão da ferramenta e quase o poço foi perdido. Foi tamponado e
abandonado como seco sem ter alcançado qualquer dos objetivos para que foi programado pois a
estratigrafia e todas as previsões sísmicas estavam erradas.
	        Acentuemos o fato de que todos os erros cometidos na construção do poço decorreram do
erro do mapeamento sísmico que previu a estratigrafia e a profundidade final do poço, supondo er-
radamente, que havia uma plataforma rasa na locação, o que não era verdade. No poço de Capianga
(Fig.10.1B) a profundidade alcançada foi de 1517m e não foi encontrada a “plataforma”. Em Subau-
ma a plataforma contendo o Sergi foi prevista bem mais profunda, a 1630m e o poço foi a 1896m e

                                               309
Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à	Ciência	Ortodoxa

ainda continuou “pendurado” em sedimentos desconhecidos. Constata-se então que:
        •	 Os estratos que foram chamados de Sergi e Aliança, como em Capianga, estavam infesta-
           dos com fósseis mais jovens (fósseis do tempo Ilhas!) que a idade daquelas formações, o
           que impossibilita de serem chamadas de Sergi e Aliança desmentindo a previsão sísmica
           feita no prospecto.
        •	 À superfície estava o Barreiras em vez do S.Sebastião.
        •	 O Itaparica que não fora previsto apareceu, com espessura anormal.
        •	 A sonda ficou pendurada em sedimentos desconhecidos limitada pela sua capacidade de
           perfuração (conseqüência da previsão equivocada feita pela sísmica), e finalmente
        •	 A plataforma rasa da previsão sísmica, outra vez, não tinha qualquer validade física!

	        As reuniões técnicas para apreciação dos resultados do poço, aparentemente só serviam para
verificar a ocorrência ou não de petróleo. Não havia quem se importasse se os resultados geológicos
tinham ou não sido confirmados. Aparentemente as discrepâncias entre o previsto e o encontrado,
não eram importantes e os erros se acumulavam.

                                        Área de Caboclo
	       1-CLO-1-BA (Fig. 10.4)
	       Nesta área existem dois poços. O primeiro foi furado em 1962 para testar uma “...anomalia
do embasamento em forma de nariz estrutural...” prevista na interpretação sísmica.
	       Os objetivos principais seriam como sempre, a Zona A e o Sergi que estariam a 502m e 527m
respectivamente como se pode ver na figura.
	       Na mesma figura compare-se o que foi previsto, com o que foi encontrado pela perfuração.
	       A Zona “A” foi encontrada a 426m e o Sergi a 468m e, diz o geólogo, o poço fora cortado por
uma falha neste ponto. O Aliança que não fora previsto, apareceu, e o poço que deveria ter ido até os
550m de profundidade total, furou até 756m, (200m mais baixo!) e ficou pendurado em sedimentos
desconhecidos.
	       Nenhum destes parâmetros existe na locação e a sísmica não pôde determinar, sequer, a exis-
tência da falha que tinha cortado o Sergi e ainda, tanto o “nariz estrutural” (sic) como a plataforma
rasa prevista, desapareceram de novo.
	       Vejamos o 2º poço.

	        1-CLO-2-BA (Fig.10.5)
	        O segundo poço da área foi uma conseqüência do primeiro e é ainda um prospecto da sísmi-
ca. A falha, (não prevista pela sísmica) que tinha cortado o Sergi no primeiro poço, e que o deixara
apenas com a sua parte inferior (sem petróleo), determinava um bloco elevado, onde o Sergi deveria
estar com toda a sua espessura e por isso com todo o petróleo da estrutura.
	        Veja a figura 10.5 B, onde está representada a idéia dos interpretes (prospecto CLO-2).
	        No novo prospecto, (parte central da figura), como o bloco a ser furado estava estruturalmen-
te mais alto, a sísmica previu o Sergi aos 450m e a profundidade total do poço seria de 520m. Dessa
maneira o segundo poço, encontraria o Sergi bem mais alto, com toda a sua espessura e conseqüen-
temente em posição mais favorável para abrigar hidrocarbonetos, segundo as crenças da gerência,
como mostrado no esquema.
	        O prospecto do segundo poço, considerando o deslocamento da falha do CLO-1, da ordem
de 130m (segundo o relatório), previu o Sergi a 450m na segunda locação, quando no primeiro ele
foi encontrado a 468m. Essa situação faz o Sergi inferior ficar com 90m de espessura, enquanto o

                                                  310
Evidências do Erro Geofísi

superior ficaria com 18m apenas. Furado o poço, (perfuração do CLO-2) o Sergi foi encontrado aos
637m, 187m mais baixo que a previsão, e o poço furou até 780m, parando em sedimentos desconhe-
cidos.
	       Resultados:
        •	 A coluna estratigráfica mostra fósseis jovens em sedimentos tidos como antigos anulando
            a nomenclatura e a previsão sísmica.
        •	 O alto estrutural, prognosticado pela sísmica, a sonda mostrou ser um baixo.
        •	 A espessura do Sergi era a mesma encontrada no primeiro poço, demonstrando que a “fa-
            lha” do primeiro poço, também fora inventada e simplesmente não existia.
        •	 O Sergi que deveria ser encontrado mais alto que no primeiro poço, foi encontrado muito
            mais baixo, evidenciando que não havia a estrutura preconizada pelos interpretes da sís-
            mica.
        •	 O poço é seco, tamponado e abandonado.

	       Confrontemos os principais parâmetros previstos/obtidos e as suas conseqüências para o
raciocínio geológico:
	       O poço que furaria 70m dentro do Sergi, até os 520m, furou realmente até 780m, ou seja,
260m além do previsto dentro do foi chamado de formação Aliança que não fora prevista demons-
trando a impossibilidade dos instrumentos sísmicos preverem contatos de formações, que nesse caso,
tem de ser inventados.
	       O Sergi da locação continuava com 90m de espessura, que era a mesma medida do primeiro
poço, o que mostra que ele não fora cortado por falhamento de qualquer espécie demonstrando a
impossibilidade dos instrumentos sísmicos preverem qualquer tipo de estrutura, as quais, nesse caso,
têm de ser inventadas.
	       Em vez de alto, aos 450m (-250m) o Sergi foi encontrado quase 200m mais baixo, aos 637m
(-434m), o que mostra que a estrutura e o topo do Sergi, mapeado pela sísmica, também eram uma
abstração.
	       A situação estrutural muda para o oposto. A “falha” se existisse, não mergulharia para norte,
mas para o sul e o bloco seria baixo e não alto como prognosticou o interprete das informações sís-
micas e o poço não deveria ter sido locado naquele ponto.
	       Apesar de todas as irregularidades técnicas contra os mais comezinhos princípios geológi-
cos, não há qualquer documento que evidencie um questionamento dos resultados do poço ou uma
explicação dos interpretes da sísmica para os fatos.
	       Se, por acaso, houvesse sido furado somente um poço, ou se o mesmo tivesse descoberto
petróleo novo, qualquer teoria seria aceita como verdade, e a sísmica tomada como uma boa alter-
nativa exploratória, como aconteceu no Iran no início do século XX. Se cotejado com o outro poço,
desmonta-se a teoria de ambos os poços.
	       O poço foi tamponado e abandonado como seco devido aos erros de interpretação das pes-
quisas sísmicas.

                                    Área de Fazenda Sori
	      1-FS-1-BA (Fig.10.22)
	      Esta área fica situada imediatamente ao norte dos poços de Lamarão e Rio Joanes, na parte
mediana da Bacia. O pioneiro da área é mais um prospecto da sísmica.
	      “O poço vai testar uma estrutura de bloco elevado por falhas, com boas possibilidades de
fechamento etc...”, diz o prospecto. Sua profundidade final será aos 2.600m, mas pede-se uma sonda

                                               311
Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à	Ciência	Ortodoxa

para perfurar 3.000m de maneira garantir as incertezas dos intérpretes quanto a profundidade.
	       Vai para o poço uma sonda adequada para atingir a profundidade estipulada pela sísmica.
O poço furou até 3.120m ficando pendurada em sedimentos desconhecidos e sem definição, 520m
(mais de meio km!) além da previsão sísmica.
	       O poço no 2, 1-FS-2-BA dista do pioneiro, 2.800m e seu prospecto afirma que

      	 “...Baseado no mapa estrutural sísmico do topo do Ilhas inferior, a locação está no
      mesmo bloco do 1-LM-1-BA e em bloco alto relativo ao 1-FS-1-BA”.

	       O poço que inicialmente era para alcançar 3.000m foi, durante a perfuração, antecipado para
terminar aos 2.000m porque àquela profundidade já se estava perfurando sedimentos mais antigos
do que os que tinham produzido algum gás no primeiro poço contradizendo o prognóstico feito pelo
método sísmico. O poço foi tamponado e abandonado como seco, e um dos rádios da pasta do poço
diz:
      	 “Após a perfilagem constatou-se que o FS-2 situa-se 150m mais baixo que o LM-1 e
      70m mais baixo que o FS-1, incoerente com posição estrutural preconizado pela sísmi-
      ca.”

	       Vale a pena constatar dois pontos:
        •	 A sísmica estava a mapear o topo de uma zona paleontológica um absurdo geológico e
        •	 Apesar dos resultados continuava-se a recomendar mais estudos sismológicos.

                                       Área de D.João
	       1-DJX-6-BA (Fig. 10.9)
	       Este poço é uma locação oriunda do serviço de gravimetria, outro método físico de detalhe.
	       Este método geofísico previu, na locação, o Sergi a 400m de profundidade.
	       Não havia apoio por parte da sísmica, pois segundo suas informações aquela profundidade
(da gravimetria) deveria ser pelo menos dobrada (contradição entre os métodos!). De acordo com a
sísmica aquela formação estaria, pelo menos, a 800m. Veja a ilustração para compreender melhor a
primeira contradição aparecida antes de perfurar o poço.
	       A sonda furou até 1125m, ou 325m além da previsão sísmica e 725m além da de gravimetria,
ficando, mais uma vez, pendurada em sedimentos desconhecidos. A areia que foi chamada de Sergi
foi encontrada a 1044m. O poço foi tamponado e abandonado como seco. A figura deixa clara a dis-
paridade entre a realidade e as interpretações,

                                      Área de Malombê
	       1-ML-1-BA
	       Área situada no nordeste da Bacia. O pioneiro do campo iria testar uma estrutura delinea-
da pela sísmica situada em área favorável. O poço furaria até o embasamento para fornecer dados
estruturais. Os objetivos seriam a Zona A e o Sergi. A Zona A deveria ser encontrada a 1200m de
profundidade, o Sergi a 1300m e o embasamento a 1800m. Furado o poço a areia que foi chamada
de Zona A foi encontrada a 1.028m; a que foi chamada de Sergi a 1.114 e o embasamento a 1.564m,
com uma defasagem para menos de 172, 186 e 236m respectivamente para cada um dos parâmetros
da subsuperfície.
	       O embasamento está erradamente previsto em todas as locações da área.

                                                 312
Evidências do Erro Geofísi


                          Área de Fazenda Campinho de Cima
	       1-FCC-1-BA (Fig. 10.23)
	       O poço verificou um prospecto delineado pela sísmica no topo da formação Estância, cujos
objetivos seriam o Sergi e os arenitos da formação Candeias. Pelo prospecto, a Série Estância estaria
a 2.547m de profundidade, conforme a interpretação dos geofísicos.
	       A perfuração foi encerrada a 3.384m por ter se esgotada a capacidade de perfuração da
sonda, diz o relatório final do poço. De fato, a sonda que furou o poço tinha capacidade para furar
3.000m e furou quase 400m além do seu limite e 837m além da previsão sísmica. Ao final do poço
verificou-se que na locação:
        •	 Não ocorria o Sergi,
        •	 Não havia nenhuma estrutura alta;
        •	 O Estância desaparecera da locação.

	       Apesar dos erros grosseiros, na gerência da exploração nada foi feito para esclarecer o grave
erro, nenhum comentário foi feito sobre o assunto.

                                      Área de Curralinho
	       1-CRO-1-BA (Fig. 10.24)
	       Em Curralinho, diz o prospecto do poço:

      	 “A previsão da profundidade total desse poço depende da exatidão dos diagnósticos
      estabelecidos pelas interpretações dos dados sísmicos e geológicos que colocam o em-
      basamento a 1500m e 2110m. Segundo uma e outra interpretação, a profundidade final
      será de 1280m ou de 1820m após penetrar 50m na formação Sergi.”

	       Foi designada para perfurar o poço a sonda 27, com capacidade para 2.200m.
	       A perfuração alcançou a profundidade final a 2.174m, quase o limite da capacidade de per-
furação da sonda e parou dentro de sedimentos que foram chamados de Sergi, e o embasamento não
apareceu nem mesmo para a previsão mais profunda!
	       Ambas as previsões - geológica e geofísica - estavam completamente equivocadas e, pior de
tudo, confundia-se sedimentos com embasamento, isto é, os intérpretes não distinguiam clásticos dos
granitos da base. Uma e outra previsão colocava o embasamento onde só havia sedimentos.

                                     Área de Cabeceiras
	        1-CAB-1-BA (Fig. 10.25)
	        Cabeceiras é o poço-teste para verificação do acerto das críticas sobre o método geofísico.
Não havendo uma prova como esta, poderiam pairar dúvidas sobre as conclusões feitas nos poços
anteriormente vistos. Cabeceiras vai provar que havia erro no raciocínio exploratório.
	        É um prospecto de origem sísmica, com apoio dos estudos de superfície e da gravimetria, e
testaria uma estrutura de “...forma dômica secionada por falhas de pequeno rejeito com reflexão no
embasamento”.
	        O poço foi locado sobre uma estrutura conhecida entre os geólogos como Plataforma Qui-
ricó/Limoeiro ou Quiricó/Laranjeiras, onde a Bacia, pelo que indicavam os mapeamentos sísmicos,
seria rasa.
                                              313
Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à	Ciência	Ortodoxa

	        Lembremos mais uma vez, esta locação situava-se entre outros poços problemáticos comen-
tados anteriormente, todos “pendurados” em sedimentos desconhecidos devido aos erros de pro-
fundidade cometidos pelos interpretes dos sinais sísmicos: 1-SU-1-BA, 1-CAL-1-BA, 1-CLO-1 e
CLO-2, 1-CG-1 e 2, cujas profundidades e estratigrafias estavam indefinidas.
	        Este poço vai demonstrar que todos aqueles prospectos estavam errados, pois o embasamen-
to naquela parte da Bacia não é raso. O que ocorre àquela profundidade é um conglomerado formado
também com fragmentos de rocha do embasamento, fato comum em toda a Bacia.
	        As interpretações realizadas pelos técnicos da sísmica, sem a informação paleontológica
indicavam pouca profundidade para a locação. Mas como os poços ao redor tinham problemas de
estratigrafia e profundidade (mencionados anteriormente), esta deveria ser bem maior, segundo o
pesquisador da estratigrafia da Bacia.
	        A sonda designada para o poço foi a no 64 com capacidade de perfurar 3.000m.
	        Pelo prospecto do poço, o Sergi deveria ser encontrado aos 2.160m e a profundidade final
seria a 2210m depois de penetrar 50m no Sergi.
	        Posteriormente, já em plena perfuração, o poço foi aprofundado para solucionar problemas
estratigráficos da região, pois havia polêmica sobre a existência ou não da plataforma rasa.
	        A sonda furou até 3.164m ultrapassando a profundidade estabelecida no prospecto e a ca-
pacidade de perfuração da mesma, sem encontrar os objetivos prognosticados inclusive o embasa-
mento. A broca ficou “pendurada” em sedimentos desconhecidos por incapacidade de penetração da
mesma, demonstrando:
         •	 A inexistência da plataforma
         •	 O completo desajuste da estratigrafia, tanto nos poços anteriormente perfurados como no
            poço teste.
         •	 A confusão dos interpretes até para distinguir nos sismogramas o que era embasamento e
            o que eram sedimentos.
         •	 O poço foi tamponado e abandonado como seco.

	      Nas atas das reuniões e no relatório final do poço, reconheceu-se que o mesmo não tinha
cumprido o seu programa. A perfuração alcançou 3164m de profundidade e

      	 “... decidiu-se paralisar a perfuração em conseqüência de haver sido esgotada a capa-
      cidade da sonda.” (Relatório no 11 da pasta do poço).

	        Foram 165m além da capacidade da sonda e 1.000m(!) além da previsão sísmica para o
Sergi, ficando a sonda “pendurada” em sedimentos desconhecidos. Não havia nenhuma plataforma,
especialmente rasa e confirmava-se a total prostituição da estratigrafia usada na exploração da Bacia.
A sísmica dessa vez tentou explicar-se:
       	 “A linha sísmica de refração 12-R-46 mostra no SP 12-1465, próximo a locação uma
       profundidade máxima do embasamento de -3000m, usando-se no cálculo a função ve-
       locidade normal do Recôncavo. O levantamento acústico do poço indica no entanto ve-
       locidade sísmica maior do que o normalmente empregado. Na interpretação de reflexão,
       o intérprete deu maior peso aos dados de reflexão em detrimento aos de refração, razão
       pela qual a previsão de profundidade foi muito menor daquela que se obteria se usasse
       os outros dados sísmicos disponíveis.” (Documento da pasta do poço).

	       A tentativa de explicação justificou apenas o poço de Cabeceiras, pois não foram menciona-
dos os outros poços furados na mesma região: Capianga, Caboclo, Subauma etc. Esses poços foram

                                                  314
Evidências do Erro Geofísi

furados até pouco mais de 1.000m pela suposição de que havia uma plataforma rasa naquela região.
Observar que a profundidade alcançada pelo poço de Cabeceiras poderia ter duplicado a profundi-
dade dos outros poços, se não fosse a impossibilidade mecânica de fazê-lo, sem que se encontrasse
nada do que foi prognosticado. É evidente a inexistência da “plataforma rasa” na Bacia, que qualquer
geofísico que tenha trabalhado nela jura que tem.
	        É que eles não sabem que os sinais sísmicos não funcionam.
	        Entretanto, se o poço tinha sido construído para comprovar-se se havia ou não havia erro,
era tempo da chefia dar uma parada técnica para reavaliar o prosseguimento da exploração da bacia
com apoio sísmico. Mas, a chefia do antigo SETEX era exercida por outro geofísico. Ele aceitou a
justificativa dada pelo serviço da geofísica e nada fez para sanar a deficiência e o erro prosseguiu
com todas as conseqüências advindas do mesmo.
	        Não havia qualquer explicação razoável para o comprometedor resultado verificado em Ca-
beceiras e pagaríamos caro por tal comportamento.

                                        Área de Riachão
	        1-RIA-1-BA (Fig. 10.6)
	        No pioneiro de Riachão o embasamento fora previsto pela sísmica a 3.425m de profundida-
de, recomendando-se no prospecto uma sonda com capacidade de perfurar 4.000m.
	        O embasamento foi encontrado a 2.846m, 581m ou mais de meio quilômetro acima do pre-
visto sendo este mais um exemplo da impossibilidade dos intérpretes geofísicos da sísmica distingui-
rem, pelo menos, o embasamento de rochas clásticas.
	        Observar: em Cabeceiras, Capianga e Caboclo, o embasamento fora previsto raso, e a sonda
provou que naquela região o embasamento continua desconhecido, pois nenhuma sondagem chegou
até ele. No presente caso, o embasamento fora previsto fundo e apareceu raso. Veremos adiante
vários desses casos, evidenciando o que queremos provar: a sísmica não funciona na previsão de
estruturas na subsuperfície.

                                  Área de Cardeal da Silva
	        1-CDS-1-BA (Fig. 10.26)
	        É o pioneiro da área.. É um prospecto da sísmica que testaria uma feição dômica no bloco
alto da falha de Patioba próximo ao topo do Sergi.
	        A profundidade final do poço foi prevista para 3.025m (-2.890m), cerca de 30m dentro do
embasamento.
	        A profundidade alcançada foi de 3.540m (-3.405m) dentro do que foi chamado de Aliança.
Foram 515m, ou seja, mais de meio km de diferença, sem alcançar quaisquer dos parâmetros previs-
tos.
	        Causa admiração o relatório do grupo técnico que se reúne para apreciar os resultados do
poço. Diz o relatório do grupo (documento da pasta do poço):
       “A interpretação sísmica foi prejudicada devido ao espessamento dos conglomerados
       provenientes da borda leste, culminando com erro na previsão das unidades estratigrá-
       ficas, as quais foram constatadas abaixo do previsto.“

	        Para simplificar pode-se resumir: os conglomerados não passam de subterfúgio tentando
explicar o inexplicável.
	        Os conglomerados prejudicaram a interpretação? Ora, os conglomerados são a característica
textural mais importante, expressiva e óbvia da Bacia e estão lá desde que ela se formou. Se isso pre-

                                               315
Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à	Ciência	Ortodoxa

judica ou atrapalha as interpretações, há que se mudar o método de investigação, pois é impossível
retirar de lá os conglomerados.
                                   Área de Fazenda Imbé
	        1-FI-1-BA (Fig. 10.12)
	        O pioneiro da área é um prospecto de 1963, oriundo da sísmica que previra o Sergi a 2.200m
de profundidade onde o poço deveria parar. Após a perfuração verificou-se que o Sergi fora omitido
por uma falha (achada no perfil elétrico!) de 950m de rejeito, não detectada pela sísmica, passando
o poço do Candeias para o Aliança fenômeno que já víramos acontecer em Capianga e Caboclo. O
prospecto de Imbé tinha sido baseado na existência de um fantasma, pois o Sergi não estava lá para
responder aos sinais da sísmica, mas, mesmo assim, foi achado. Segundo o geólogo do poço, o que
estava presente no mesmo, era uma “falha”, a qual não fora detectada pelo interprete dos sinais sís-
micos. Atira-se no que se vê e mata-se o que se não vê.
	        O embasamento que não fora previsto, mas que deveria ser fundo (ao redor de 2.500m) foi
encontrado a 1768m, ou 432m mais alto que a própria previsão do Sergi, mostrando a confusão in-
terpretativa existente entre clásticos e embasamento. Quem poderá saber a que profundidade estará o
embasamento?
	        Em um dos relatórios, o geólogo que acompanhou o poço sugere que:

      	 “...é preciso uma revisão dos dados sísmicos e gravimétricos. Os sísmicos pela não de-
      tecção das falhas e os gravimétricos posto que tinham condenado a locação colocando-a
      em um baixo.”

	      Era um poço com petróleo novo e isso era o que contava. Se ele tinha sido construído em
completo desacordo com regras geológicas, pouco importava.

	       3-FI-8-BA (Fig. 10.27)
	       Nesta locação o embasamento fora previsto pela sísmica aos 2.100m esperando-se um baixo
onde estariam o Sergi, o Itaparica e a Zona A.
	       A sonda perfurou até 2.484m, quase 400m fora da previsão, onde o “embasamento” foi en-
contrado, mas não houve sinal da Zona A nem do Itaparica e muito menos do Sergi.
	       Outra vez não havia definição entre embasamento e sedimentos, e sem a presença dos con-
glomerados, ficou difícil explicar o resultado tão desajustado. Para o pesquisador a conclusão é ou-
tra: com ou sem a presença dos conglomerados a sísmica não funciona.

	       3-FI-5-BA e 3-FI-10 –BA (Fig. 10.28)
	       Ainda no mesmo campo de Imbé, já se havia furado o poço de número FI-5, o qual havia
alcançado o “embasamento” aos 2.225m de profundidade. Em seguida foi furado o FI-10, segundo
a sísmica, situado no mesmo bloco do FI-5. De fato, os dois poços são separados por uma distância
de 1.000m no terreno e os parâmetros deveriam ser os mesmos, inclusive a profundidade do embasa-
mento.
	       O FI-10 alcançou o embasamento a 2.978m, com uma diferença de 753m entre os dois pa-
râmetros de subsuperfície nos dois poços, evidenciando que eles não estavam situados no mesmo
bloco, ou seja, o bloco postulado também não existia. Ele foi inventado pelos técnicos da sísmica
para justificar uma locação.



                                                 316
Evidências do Erro Geofísi

	       3-FI-13-BA (Fig. 10.29)
	       Ainda em Imbé o poço FI-13 foi furado por que 3-FI-12 e 3-FI-8 eram portadores de óleo e

      “...reinterpretações sísmicas recentes suportadas (sic) por dados de subsuperfície situam
      os subseqüentes FI-8, FI-12 e FI-13, no mesmo bloco estrutural de forma triangular com
      mergulho NW estando o FI-13 numa posição intermediária entre o mais alto da estrutura
      (FI-8) e o mais baixo (FI-12).”

	       O esboço do prospécto dá idéia do raciocínio do intérprete.
	       Foi designada para furar o poço uma sonda com capacidade de 3.000m. O poço tem 3.088m
de profundidade final. Esgotou e ultrapassou a sua capacidade de perfurar e ficou pendurada em se-
dimentos desconhecidos. O petróleo esperado também desaparecera.
	       Evidentemente não havia qualquer indício de realidade nos prognósticos da sísmica. As in-
terpretações eram todas equivocadas.
	       O esboço da perfuração mostra o desastre que aconteceu naquele campo, devido à inadequa-
ção do método sísmico na pesquisa geológica.

                                        Área de Jacuípe
	       1-JAN-2-BA (Fig. 10.30)
	       Situada a leste da Bacia do Recôncavo. Entre outros poços foi furado o JAN-2 proposto pela
sísmica que deveria ter a sua profundidade final aos 2.600m no Ilhas inferior.
	       O poço foi furado até 3.041m, 441m além do previsto, e ficou “pendurado” em sedimentos
desconhecidos e indefinidos, por incapacidade mecânica de continuar perfurando.
	       Quando o furo alcançou 3.018m, os comandos foram trocados por tubos de perfuração para
a coluna ficar mais leve de maneira poder continuar-se o poço.
	       Vinte e três metros mais profundo, aos 3041m deu-se o poço por terminado sem qualquer
resultado, sendo tamponado e abandonado como seco.

	       1-JAN-1-BA
	       Neste outro poço se lê no prospecto que

      “... as excelentes condições de trapeamento apresentadas na estrutura mapeada pela
      sísmica levaram à locação do JAN-1.”

	      O Relatório final evidencia os mesmos problemas, e um parágrafo sobre os resultados sísmi-
cos onde se lê:

      	 “2) Interpretações sísmicas postulavam para o JAN-1 um bloco baixo conforme ilus-
      trado no mapa estrutural sísmico do topo do Ilhas inferior. Na realidade os resultados
      obtidos com a perfuração deste pioneiro revelaram um bloco alto contrariando aquelas
      interpretações.”

	      O poço foi revestido e testado, mas é seco e abandonado. As excelentes condições de trape-
amento tinham sido inventadas. Não eram reais e a sonda provou isso.



                                              317
Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à	Ciência	Ortodoxa


                                 Área de Fazenda Azevedo
	       1-FA-1-BA (Fig. 10.13)
	       É o primeiro poço do campo. A sísmica tinha indicado um alto anômalo do embasamento,
coincidente com um alto gravimétrico. A profundidade final do poço seria de 1.892m, com 50m
furados no embasamento, previsto para ser alcançado aos 1.842m. Os objetivos primários seriam as
areias do Ilhas e Candeias.
	       A sonda furou até 2.335m - 493m além da previsão para o topo do embasamento e 135m
além da capacidade de perfuração da sonda e ficou pendurado em sedimentos desconhecidos.
	       A sonda escalada para fazer a perfuração tinha a capacidade para alcançar 2.200m e foi bem
escolhida desde que o embasamento, segundo a previsão estaria a 1842m. O Sergi, que não fora
previsto, apareceu. O embasamento que fora previsto desapareceu demonstrando que a Bacia do
Recôncavo, continuava a ser um mistério total para os seus exploradores! Achar petróleo era fruto do
acaso e de muita sorte.

	      4-FAX-2-BA
	      Ainda em Fazenda Azevedo há o poço FAX-2 que furaria uma estrutura mapeada pela sís-
mica 2800m nordeste de FA-1. Tal estrutura seria 60m mais elevada que o topo do Sergi no FA-3
(2.313m). A profundidade final seria a 2.370m, com 80m dentro da formação Sergi. Diz o prospecto:

      	 “ Esta locação, deverá substituir a locação sugerida pela DIVEX (Divisão de Explora-
      ção) no SP 9.7291 da 9-RL-324 em vista de que esta última cairia no lado baixo da falha
      de Fazenda Azevedo, e em situação desfavorável para o Sergi.”

	       A previsão do embasamento é da ordem de 2.640m.
	       Furado o poço verificou-se que o Sergi estava a 2.657m onde era esperado o embasamento.
O fundo do poço está a 2.737m pendurado em sedimentos desconhecidos e nem sinal do embasamen-
to. O geólogo diz em seu relatório:

“ Não se confirmou a previsão sísmica de ter topado a formação Sergi mais elevada que no FA-3.”

	       O Sergi do poço foi encontrado 314m mais baixo que no poço da correlação e o embasamen-
to sequer alcançado.

                               Área de Fazenda Mangueira
	       1-FM-1-BA (Fig. 10.11)
	       Em Fazenda Mangueira, as previsões sísmicas para o embasamento eram da ordem de
3.600m. O poço furou até 4.702, 1.104m além da previsão sísmica, sem ter encontrado qualquer dos
objetivos para que foi feito. O embasamento ficou fora da capacidade de perfuração da sonda nº 14
(5.000m), ficando o poço pendurado em seção estratigráfica desconhecida. Fazenda Mangueira foi
furado em 1964, quando os progressos da técnica sismológica - excelentes para a época - eram aca-
nhados em relação aos atuais.
	       Vejamos um poço onde as técnicas modernas de obtenção de informações da subsuperfície
já são da era da eletrônica, da informática, dos semicondutores e dos computadores.



                                                 318
Evidências do Erro Geofísi


                                       Área de Barauna
	       1-BRN-1-BA (Fig. 10.31)
	       É um prospecto de 1982 e fica na Bacia de Tucano. O mapa de referência é o mapa estrutural
sísmico ao nível do arenito com gás do 1-LB-1-BA. Diz o prospecto:
      	 “ Justificativas Estruturais: A locação situa-se ao nível do arenito com gás do 1-LB-1-
      BA, em uma estrutura dômica no primeiro degrau da falha de Inhambupe em um bloco
      alto em relação ao da estrutura do 1-IN-1-BA e cerca de 900m mais elevada. As seções
      sísmicas da área são de boa qualidade e asseguram o fechamento por mergulho em todas
      as direções. Apenas na direção ESE o controle é precário e o fechamento se daria, em
      parte, contra o embasamento do bloco alto da Falha de Inhambupe.”

	        Os objetivos principais seriam Arenitos da Fm. Candeias, Arenito Sergi e Arenito Boipeba,
enquanto os secundários seriam os arenitos do Grupo Ilhas. A profundidade final prevista é de -5.100
(30m dentro do Pré-cambriano Fm..Estância). A sonda encarregada do trabalho foi a BO-2-Brasoil
com capacidade de perfurar 6.000m, e o estado final do poço é: tamponado e abandonado como seco.
A profundidade atingida foi 4.995m ou praticamente 5.000m. A estratigrafia prevista mencionava as
formações tradicionais (Candeias, Sergi, Aliança etc). Depois da perfuração a estratigrafia resumiu-
se à formação Marizal sobre o grupo Massacará que por sua vez fica sobre a formação Salvador, um
surrealismo geológico dos mais extraordinários.
	        Ao final da perfuração, como a estratigrafia prognosticada não tivesse sido constatada, a
sísmica, para justificar-se tomou uma das mais inusitadas atitudes técnicas para estabelecer seus pa-
râmetros: apoiou-se no problemático zoneamento fossilífero cujos resultados eram e são tão errados
e irreais como os da própria sísmica.

      	 “ Devido a ausência de marcos litológicos típicos, utilizou-se o zoneamento fossilí-
      fero constatado para estabelecer o posicionamento estrutural deste poço em relação ao
      1-IN-1-BA. Devido a melhor resolução da seção sísmica 65-RL-031 que está a 1 km e
      paralelamente a seção 65-RL-069 que passa pelo poço, foram plotadas as constatações
      paleontológicas, em profundidade, com base no TTI etc...”

	        Os fósseis se comportam aqui, exatamente como no restante da Bacia: totalmente mistura-
dos e a ajuda que podia oferecer, atrapalha mais ainda. Nesta locação especificamente, o relatório da
Paleontologia na pasta do poço, diz:

      	 “ A perfuração atingiu sedimentos provavelmente pertencentes ao Andar Jiquiá a
      2310m, Andar Buracica a 2490m e ao Andar Aratu a 3390m.”

	        Observa-se ainda que o Sumário Biocronoestratigráfico do poço exibe mais pontos de inter-
rogação do que dados definitivos. O primeiro parágrafo informa que algumas biozonas estão ausen-
tes. O segundo diz que “vários e grandes intervalos sem fósseis, com fósseis indeterminados... devido
talvez aos conglomerados”. No terceiro parágrafo afirma-se:

      	 “ Os limites dos andares presentes no poço são muito problemáticos, devido ao fato
      acima mencionado (os conglomerados).”

	       Mesmo assim, os interpretes da sísmica aproveitaram as precárias informações paleontoló-

                                              319
Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à	Ciência	Ortodoxa

gicas para...Impossível imaginar para que!
	        Antes da perfuração do poço afirma-se que, “as seções sísmicas são de boa qualidade”... No
relatório final do poço, entre outras contradições, lê-se:

       	 “As seções sísmicas não possuem a mesma resolução devido aos conglomerados que
       devem ter sido responsáveis pela não continuidade lateral dos refletores.”

	        Outra vez os conglomerados seriam os culpados e os responsáveis (sic), pela indefinição
estratigráfica.
	        Para não tornar enfadonha a leitura deste documento, não citaremos mais exemplos. Eles
podem ser examinados aos milhares nos arquivos técnicos da Estatal. O que se pode observar é que
a obtenção, interpretação e resultados dos trabalhos sísmicos são precários, tanto antigamente como
modernamente, tanto ao norte como no sul, a leste como no oeste da Bacia. Vez por outra, por golpes
de sorte, consegue-se até achar petróleo novo.
	        Vale frisar que os exemplos acima citados não foram escolhidos para figurarem aqui. O fe-
nômeno acontece em todos, absolutamente todos os poços da Bacia.

	        Conclusão:

    Os instrumentos geofísicos, sofisticados que sejam, são inadequados à pesquisa geológica.

	       Com eles encontra-se o que se quiser: formações inexistentes, contatos inexistentes, falhas
inexistentes e outras estruturas também inexistentes, até que a prática das perfurações demonstre essa
inexistência.
	       Ainda hoje se continua a trabalhar da mesma maneira.




                                                  320

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  • 1. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa Evidências do Erro Geofísico Vimos que, bem antes do início da aplicação dos métodos geofísicos em pesquisa geológica no Brasil, as formações geológicas da Bacia do Recôncavo já tinham sido nomeadas. São nomes an- tigos colocados pelos pioneiros do estudo daquela região, ainda no século XIX. Quando começaram as aplicações dos métodos geofísicos e paleontológicos, a tendência natural foi achar as formações já anteriormente estabelecidas por aqueles pioneiros. Devido às condições de trabalho daquele tempo (fim do século XIX) não foi possível fazer um trabalho geológico correto. Foi feito o melhor que se podia fazer, mas, infelizmente, foi feito de modo errado. O motivo central da dificuldade era o des- conhecimento de que havia movimentos tangenciais na crosta terrestre. Os continentes, juntos, que foram no passado geológico, agora estão separados como decorrência daqueles mesmos movimen- tos. Dessa maneira, e pelo mesmo motivo, nem a paleontologia pode determinar e datar os sedimentos estudando fósseis, nem a geofísica pode determinar as estruturas em subsuperfície. No primeiro caso porque os fósseis estão misturados e no segundo porque as estruturas postuladas não existem na sub- superfície da Bacia. Os instrumentos registram apenas anomalias de velocidade das ondas sísmicas, devido à textura singular dos clásticos da Bacia. A principal função da sísmica no Departamento de Exploração era determinar a estratigrafia vi- gente (contato entre as formações), a profundidade do embasamento onde se assentam as rochas armazenadoras de petróleo, os blocos onde deveria estar armazenado o petróleo, os falhamentos, os dobramentos e demais estruturas. A teoria sismológica foi criada na suposição de que o instrumento poderia examinar a subsuperfície. Vamos apreciar os prospectos, as previsões sísmicas e a constatação da realidade das perfu- rações feitas em diversas áreas do Recôncavo. Naquele tempo, e ainda hoje, os principais objetivos eram a “formação Sergi” e a “Zona A”, uma anomalia interpretada dos perfis elétricos as quais eram tidas como refletoras dos sinais sísmi- cos. Usando o método comparativo entre o prospecto do poço e a constatação depois da construção do mesmo, vamos ver os erros e os acertos dos diversos métodos de pesquisa. Vejamos exemplos notáveis existentes nos arquivos técnicos da Estatal Brasileira. Área de Capianga 1-CG-1-BA (Fig.10.1) Este poço ficaria situado sobre uma plataforma rasa segundo os geofísicos. O Sergi seria encontrado a 1.117m e o embasamento a 1.617 de profundidade segundo o prospecto. A sonda que furou o poço tinha capacidade para furar 1.800 m. Na figura 10.1A vê-se o prognóstico estratigráfico a partir do mapa sísmico, e na 10.1 B o resultado encontrado depois da perfuração. A sonda furou até 1517m, onde, erradamente, influenciado pela previsão sísmica para a profundidade do embasamento (que o tinha previsto a 1617m), o geólogo encontrou um falso em- 308
  • 2. Evidências do Erro Geofísi basamento (um conglomerado cujos seixos incluem fragmentos de rochas ígneas, fato comum neste tipo de bacia). O embasamento, de fato, é muito mais profundo naquela locação, como se verá mais adiante em um poço-teste, o Cabeceiras-1. A estratigrafia ficou indefinida. Os estratos que foram chamados de Sergi e Aliança são sedi- mentos infestados com fósseis do tempo Ilhas, mais jovens do que o tempo de sedimentação dessas camadas que formam a Bacia, não podendo por isso ser chamados de Sergi e Aliança. A datação dos sedimentos estava errada. A previsão da profundidade também. Para acomodar a estratigrafia achada foi necessário o auxílio de uma falha inventada pelo geólogo, (desde que a sísmica não atinha previsto) que colocou os sedimentos Ilhas contra o Sergi (figura 10.1B). A embaraçosa situação fora criada pela informação do laboratório de Paleontologia que tinha determinado a ocorrência de fósseis do tempo Ilhas aos 1100m de profundidade, onde a sonda já deveria estar penetrando o Sergi que é uma areia estéril em fósseis. De fato, o laboratório da paleontologia continuou a determinar fósseis do Ilhas até o fundo do poço, inclusive no Aliança, o que já não era somente um erro, mas um erro absurdo. Esses absur- dos vão culminar no poço de Riachão, quando foi perfurado o embasamento com fósseis do Candeias médio e Aliança, que será visto adiante. O geólogo foi censurado pela “falha” e refez a interpretação que se vê na figura 10.1C. A pendenga só foi dirimida no Rio de Janeiro, com o auxílio do perfil elétrico corrido no poço, como se vê na figura 10.1D, quando foi totalmente abandonada a informação do laboratório paleontológi- co. Não foi uma solução correta. Foi uma solução de chefia, tão errada como as anteriores, servindo apenas para terminar a quizila. O estudo do poço mostra que nada do que foi previsto aconteceu: • A falha não existe; • A plataforma rasa da sísmica, não é rasa, nem é plataforma; • Não é o embasamento que está no fundo do poço, mas um conglomerado cujos seixos incluem rochas ígneas verificados em testemunho; • A estratigrafia na região ficou e continua indefinida e • O poço foi tamponado e abandonado. Área de Subauma 1-SU-1-BA (Fig.10.3) Nesta área existe apenas um poço construído logo após o pioneiro de Capianga em 1959, ainda um trabalho resultante do mesmo mapeamento sísmico. O poço foi furado sobre a mesma pla- taforma rasa 7 km SW do Capianga. Ver o mapa de situação dos poços (Fig. 10). Segundo as previsões da sísmica, o Sergi deveria ser encontrado a 1610m, e a profundidade total do poço seria de 1630m . O poço, influenciado pela previsão da sísmica, foi furado por uma sonda com capacidade para alcançar 1800m, e alcançou 1896m depois de ter a coluna de perfuração trocada por uma mais leve. Mesmo assim houve uma prisão da ferramenta e quase o poço foi perdido. Foi tamponado e abandonado como seco sem ter alcançado qualquer dos objetivos para que foi programado pois a estratigrafia e todas as previsões sísmicas estavam erradas. Acentuemos o fato de que todos os erros cometidos na construção do poço decorreram do erro do mapeamento sísmico que previu a estratigrafia e a profundidade final do poço, supondo er- radamente, que havia uma plataforma rasa na locação, o que não era verdade. No poço de Capianga (Fig.10.1B) a profundidade alcançada foi de 1517m e não foi encontrada a “plataforma”. Em Subau- ma a plataforma contendo o Sergi foi prevista bem mais profunda, a 1630m e o poço foi a 1896m e 309
  • 3. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa ainda continuou “pendurado” em sedimentos desconhecidos. Constata-se então que: • Os estratos que foram chamados de Sergi e Aliança, como em Capianga, estavam infesta- dos com fósseis mais jovens (fósseis do tempo Ilhas!) que a idade daquelas formações, o que impossibilita de serem chamadas de Sergi e Aliança desmentindo a previsão sísmica feita no prospecto. • À superfície estava o Barreiras em vez do S.Sebastião. • O Itaparica que não fora previsto apareceu, com espessura anormal. • A sonda ficou pendurada em sedimentos desconhecidos limitada pela sua capacidade de perfuração (conseqüência da previsão equivocada feita pela sísmica), e finalmente • A plataforma rasa da previsão sísmica, outra vez, não tinha qualquer validade física! As reuniões técnicas para apreciação dos resultados do poço, aparentemente só serviam para verificar a ocorrência ou não de petróleo. Não havia quem se importasse se os resultados geológicos tinham ou não sido confirmados. Aparentemente as discrepâncias entre o previsto e o encontrado, não eram importantes e os erros se acumulavam. Área de Caboclo 1-CLO-1-BA (Fig. 10.4) Nesta área existem dois poços. O primeiro foi furado em 1962 para testar uma “...anomalia do embasamento em forma de nariz estrutural...” prevista na interpretação sísmica. Os objetivos principais seriam como sempre, a Zona A e o Sergi que estariam a 502m e 527m respectivamente como se pode ver na figura. Na mesma figura compare-se o que foi previsto, com o que foi encontrado pela perfuração. A Zona “A” foi encontrada a 426m e o Sergi a 468m e, diz o geólogo, o poço fora cortado por uma falha neste ponto. O Aliança que não fora previsto, apareceu, e o poço que deveria ter ido até os 550m de profundidade total, furou até 756m, (200m mais baixo!) e ficou pendurado em sedimentos desconhecidos. Nenhum destes parâmetros existe na locação e a sísmica não pôde determinar, sequer, a exis- tência da falha que tinha cortado o Sergi e ainda, tanto o “nariz estrutural” (sic) como a plataforma rasa prevista, desapareceram de novo. Vejamos o 2º poço. 1-CLO-2-BA (Fig.10.5) O segundo poço da área foi uma conseqüência do primeiro e é ainda um prospecto da sísmi- ca. A falha, (não prevista pela sísmica) que tinha cortado o Sergi no primeiro poço, e que o deixara apenas com a sua parte inferior (sem petróleo), determinava um bloco elevado, onde o Sergi deveria estar com toda a sua espessura e por isso com todo o petróleo da estrutura. Veja a figura 10.5 B, onde está representada a idéia dos interpretes (prospecto CLO-2). No novo prospecto, (parte central da figura), como o bloco a ser furado estava estruturalmen- te mais alto, a sísmica previu o Sergi aos 450m e a profundidade total do poço seria de 520m. Dessa maneira o segundo poço, encontraria o Sergi bem mais alto, com toda a sua espessura e conseqüen- temente em posição mais favorável para abrigar hidrocarbonetos, segundo as crenças da gerência, como mostrado no esquema. O prospecto do segundo poço, considerando o deslocamento da falha do CLO-1, da ordem de 130m (segundo o relatório), previu o Sergi a 450m na segunda locação, quando no primeiro ele foi encontrado a 468m. Essa situação faz o Sergi inferior ficar com 90m de espessura, enquanto o 310
  • 4. Evidências do Erro Geofísi superior ficaria com 18m apenas. Furado o poço, (perfuração do CLO-2) o Sergi foi encontrado aos 637m, 187m mais baixo que a previsão, e o poço furou até 780m, parando em sedimentos desconhe- cidos. Resultados: • A coluna estratigráfica mostra fósseis jovens em sedimentos tidos como antigos anulando a nomenclatura e a previsão sísmica. • O alto estrutural, prognosticado pela sísmica, a sonda mostrou ser um baixo. • A espessura do Sergi era a mesma encontrada no primeiro poço, demonstrando que a “fa- lha” do primeiro poço, também fora inventada e simplesmente não existia. • O Sergi que deveria ser encontrado mais alto que no primeiro poço, foi encontrado muito mais baixo, evidenciando que não havia a estrutura preconizada pelos interpretes da sís- mica. • O poço é seco, tamponado e abandonado. Confrontemos os principais parâmetros previstos/obtidos e as suas conseqüências para o raciocínio geológico: O poço que furaria 70m dentro do Sergi, até os 520m, furou realmente até 780m, ou seja, 260m além do previsto dentro do foi chamado de formação Aliança que não fora prevista demons- trando a impossibilidade dos instrumentos sísmicos preverem contatos de formações, que nesse caso, tem de ser inventados. O Sergi da locação continuava com 90m de espessura, que era a mesma medida do primeiro poço, o que mostra que ele não fora cortado por falhamento de qualquer espécie demonstrando a impossibilidade dos instrumentos sísmicos preverem qualquer tipo de estrutura, as quais, nesse caso, têm de ser inventadas. Em vez de alto, aos 450m (-250m) o Sergi foi encontrado quase 200m mais baixo, aos 637m (-434m), o que mostra que a estrutura e o topo do Sergi, mapeado pela sísmica, também eram uma abstração. A situação estrutural muda para o oposto. A “falha” se existisse, não mergulharia para norte, mas para o sul e o bloco seria baixo e não alto como prognosticou o interprete das informações sís- micas e o poço não deveria ter sido locado naquele ponto. Apesar de todas as irregularidades técnicas contra os mais comezinhos princípios geológi- cos, não há qualquer documento que evidencie um questionamento dos resultados do poço ou uma explicação dos interpretes da sísmica para os fatos. Se, por acaso, houvesse sido furado somente um poço, ou se o mesmo tivesse descoberto petróleo novo, qualquer teoria seria aceita como verdade, e a sísmica tomada como uma boa alter- nativa exploratória, como aconteceu no Iran no início do século XX. Se cotejado com o outro poço, desmonta-se a teoria de ambos os poços. O poço foi tamponado e abandonado como seco devido aos erros de interpretação das pes- quisas sísmicas. Área de Fazenda Sori 1-FS-1-BA (Fig.10.22) Esta área fica situada imediatamente ao norte dos poços de Lamarão e Rio Joanes, na parte mediana da Bacia. O pioneiro da área é mais um prospecto da sísmica. “O poço vai testar uma estrutura de bloco elevado por falhas, com boas possibilidades de fechamento etc...”, diz o prospecto. Sua profundidade final será aos 2.600m, mas pede-se uma sonda 311
  • 5. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa para perfurar 3.000m de maneira garantir as incertezas dos intérpretes quanto a profundidade. Vai para o poço uma sonda adequada para atingir a profundidade estipulada pela sísmica. O poço furou até 3.120m ficando pendurada em sedimentos desconhecidos e sem definição, 520m (mais de meio km!) além da previsão sísmica. O poço no 2, 1-FS-2-BA dista do pioneiro, 2.800m e seu prospecto afirma que “...Baseado no mapa estrutural sísmico do topo do Ilhas inferior, a locação está no mesmo bloco do 1-LM-1-BA e em bloco alto relativo ao 1-FS-1-BA”. O poço que inicialmente era para alcançar 3.000m foi, durante a perfuração, antecipado para terminar aos 2.000m porque àquela profundidade já se estava perfurando sedimentos mais antigos do que os que tinham produzido algum gás no primeiro poço contradizendo o prognóstico feito pelo método sísmico. O poço foi tamponado e abandonado como seco, e um dos rádios da pasta do poço diz: “Após a perfilagem constatou-se que o FS-2 situa-se 150m mais baixo que o LM-1 e 70m mais baixo que o FS-1, incoerente com posição estrutural preconizado pela sísmi- ca.” Vale a pena constatar dois pontos: • A sísmica estava a mapear o topo de uma zona paleontológica um absurdo geológico e • Apesar dos resultados continuava-se a recomendar mais estudos sismológicos. Área de D.João 1-DJX-6-BA (Fig. 10.9) Este poço é uma locação oriunda do serviço de gravimetria, outro método físico de detalhe. Este método geofísico previu, na locação, o Sergi a 400m de profundidade. Não havia apoio por parte da sísmica, pois segundo suas informações aquela profundidade (da gravimetria) deveria ser pelo menos dobrada (contradição entre os métodos!). De acordo com a sísmica aquela formação estaria, pelo menos, a 800m. Veja a ilustração para compreender melhor a primeira contradição aparecida antes de perfurar o poço. A sonda furou até 1125m, ou 325m além da previsão sísmica e 725m além da de gravimetria, ficando, mais uma vez, pendurada em sedimentos desconhecidos. A areia que foi chamada de Sergi foi encontrada a 1044m. O poço foi tamponado e abandonado como seco. A figura deixa clara a dis- paridade entre a realidade e as interpretações, Área de Malombê 1-ML-1-BA Área situada no nordeste da Bacia. O pioneiro do campo iria testar uma estrutura delinea- da pela sísmica situada em área favorável. O poço furaria até o embasamento para fornecer dados estruturais. Os objetivos seriam a Zona A e o Sergi. A Zona A deveria ser encontrada a 1200m de profundidade, o Sergi a 1300m e o embasamento a 1800m. Furado o poço a areia que foi chamada de Zona A foi encontrada a 1.028m; a que foi chamada de Sergi a 1.114 e o embasamento a 1.564m, com uma defasagem para menos de 172, 186 e 236m respectivamente para cada um dos parâmetros da subsuperfície. O embasamento está erradamente previsto em todas as locações da área. 312
  • 6. Evidências do Erro Geofísi Área de Fazenda Campinho de Cima 1-FCC-1-BA (Fig. 10.23) O poço verificou um prospecto delineado pela sísmica no topo da formação Estância, cujos objetivos seriam o Sergi e os arenitos da formação Candeias. Pelo prospecto, a Série Estância estaria a 2.547m de profundidade, conforme a interpretação dos geofísicos. A perfuração foi encerrada a 3.384m por ter se esgotada a capacidade de perfuração da sonda, diz o relatório final do poço. De fato, a sonda que furou o poço tinha capacidade para furar 3.000m e furou quase 400m além do seu limite e 837m além da previsão sísmica. Ao final do poço verificou-se que na locação: • Não ocorria o Sergi, • Não havia nenhuma estrutura alta; • O Estância desaparecera da locação. Apesar dos erros grosseiros, na gerência da exploração nada foi feito para esclarecer o grave erro, nenhum comentário foi feito sobre o assunto. Área de Curralinho 1-CRO-1-BA (Fig. 10.24) Em Curralinho, diz o prospecto do poço: “A previsão da profundidade total desse poço depende da exatidão dos diagnósticos estabelecidos pelas interpretações dos dados sísmicos e geológicos que colocam o em- basamento a 1500m e 2110m. Segundo uma e outra interpretação, a profundidade final será de 1280m ou de 1820m após penetrar 50m na formação Sergi.” Foi designada para perfurar o poço a sonda 27, com capacidade para 2.200m. A perfuração alcançou a profundidade final a 2.174m, quase o limite da capacidade de per- furação da sonda e parou dentro de sedimentos que foram chamados de Sergi, e o embasamento não apareceu nem mesmo para a previsão mais profunda! Ambas as previsões - geológica e geofísica - estavam completamente equivocadas e, pior de tudo, confundia-se sedimentos com embasamento, isto é, os intérpretes não distinguiam clásticos dos granitos da base. Uma e outra previsão colocava o embasamento onde só havia sedimentos. Área de Cabeceiras 1-CAB-1-BA (Fig. 10.25) Cabeceiras é o poço-teste para verificação do acerto das críticas sobre o método geofísico. Não havendo uma prova como esta, poderiam pairar dúvidas sobre as conclusões feitas nos poços anteriormente vistos. Cabeceiras vai provar que havia erro no raciocínio exploratório. É um prospecto de origem sísmica, com apoio dos estudos de superfície e da gravimetria, e testaria uma estrutura de “...forma dômica secionada por falhas de pequeno rejeito com reflexão no embasamento”. O poço foi locado sobre uma estrutura conhecida entre os geólogos como Plataforma Qui- ricó/Limoeiro ou Quiricó/Laranjeiras, onde a Bacia, pelo que indicavam os mapeamentos sísmicos, seria rasa. 313
  • 7. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa Lembremos mais uma vez, esta locação situava-se entre outros poços problemáticos comen- tados anteriormente, todos “pendurados” em sedimentos desconhecidos devido aos erros de pro- fundidade cometidos pelos interpretes dos sinais sísmicos: 1-SU-1-BA, 1-CAL-1-BA, 1-CLO-1 e CLO-2, 1-CG-1 e 2, cujas profundidades e estratigrafias estavam indefinidas. Este poço vai demonstrar que todos aqueles prospectos estavam errados, pois o embasamen- to naquela parte da Bacia não é raso. O que ocorre àquela profundidade é um conglomerado formado também com fragmentos de rocha do embasamento, fato comum em toda a Bacia. As interpretações realizadas pelos técnicos da sísmica, sem a informação paleontológica indicavam pouca profundidade para a locação. Mas como os poços ao redor tinham problemas de estratigrafia e profundidade (mencionados anteriormente), esta deveria ser bem maior, segundo o pesquisador da estratigrafia da Bacia. A sonda designada para o poço foi a no 64 com capacidade de perfurar 3.000m. Pelo prospecto do poço, o Sergi deveria ser encontrado aos 2.160m e a profundidade final seria a 2210m depois de penetrar 50m no Sergi. Posteriormente, já em plena perfuração, o poço foi aprofundado para solucionar problemas estratigráficos da região, pois havia polêmica sobre a existência ou não da plataforma rasa. A sonda furou até 3.164m ultrapassando a profundidade estabelecida no prospecto e a ca- pacidade de perfuração da mesma, sem encontrar os objetivos prognosticados inclusive o embasa- mento. A broca ficou “pendurada” em sedimentos desconhecidos por incapacidade de penetração da mesma, demonstrando: • A inexistência da plataforma • O completo desajuste da estratigrafia, tanto nos poços anteriormente perfurados como no poço teste. • A confusão dos interpretes até para distinguir nos sismogramas o que era embasamento e o que eram sedimentos. • O poço foi tamponado e abandonado como seco. Nas atas das reuniões e no relatório final do poço, reconheceu-se que o mesmo não tinha cumprido o seu programa. A perfuração alcançou 3164m de profundidade e “... decidiu-se paralisar a perfuração em conseqüência de haver sido esgotada a capa- cidade da sonda.” (Relatório no 11 da pasta do poço). Foram 165m além da capacidade da sonda e 1.000m(!) além da previsão sísmica para o Sergi, ficando a sonda “pendurada” em sedimentos desconhecidos. Não havia nenhuma plataforma, especialmente rasa e confirmava-se a total prostituição da estratigrafia usada na exploração da Bacia. A sísmica dessa vez tentou explicar-se: “A linha sísmica de refração 12-R-46 mostra no SP 12-1465, próximo a locação uma profundidade máxima do embasamento de -3000m, usando-se no cálculo a função ve- locidade normal do Recôncavo. O levantamento acústico do poço indica no entanto ve- locidade sísmica maior do que o normalmente empregado. Na interpretação de reflexão, o intérprete deu maior peso aos dados de reflexão em detrimento aos de refração, razão pela qual a previsão de profundidade foi muito menor daquela que se obteria se usasse os outros dados sísmicos disponíveis.” (Documento da pasta do poço). A tentativa de explicação justificou apenas o poço de Cabeceiras, pois não foram menciona- dos os outros poços furados na mesma região: Capianga, Caboclo, Subauma etc. Esses poços foram 314
  • 8. Evidências do Erro Geofísi furados até pouco mais de 1.000m pela suposição de que havia uma plataforma rasa naquela região. Observar que a profundidade alcançada pelo poço de Cabeceiras poderia ter duplicado a profundi- dade dos outros poços, se não fosse a impossibilidade mecânica de fazê-lo, sem que se encontrasse nada do que foi prognosticado. É evidente a inexistência da “plataforma rasa” na Bacia, que qualquer geofísico que tenha trabalhado nela jura que tem. É que eles não sabem que os sinais sísmicos não funcionam. Entretanto, se o poço tinha sido construído para comprovar-se se havia ou não havia erro, era tempo da chefia dar uma parada técnica para reavaliar o prosseguimento da exploração da bacia com apoio sísmico. Mas, a chefia do antigo SETEX era exercida por outro geofísico. Ele aceitou a justificativa dada pelo serviço da geofísica e nada fez para sanar a deficiência e o erro prosseguiu com todas as conseqüências advindas do mesmo. Não havia qualquer explicação razoável para o comprometedor resultado verificado em Ca- beceiras e pagaríamos caro por tal comportamento. Área de Riachão 1-RIA-1-BA (Fig. 10.6) No pioneiro de Riachão o embasamento fora previsto pela sísmica a 3.425m de profundida- de, recomendando-se no prospecto uma sonda com capacidade de perfurar 4.000m. O embasamento foi encontrado a 2.846m, 581m ou mais de meio quilômetro acima do pre- visto sendo este mais um exemplo da impossibilidade dos intérpretes geofísicos da sísmica distingui- rem, pelo menos, o embasamento de rochas clásticas. Observar: em Cabeceiras, Capianga e Caboclo, o embasamento fora previsto raso, e a sonda provou que naquela região o embasamento continua desconhecido, pois nenhuma sondagem chegou até ele. No presente caso, o embasamento fora previsto fundo e apareceu raso. Veremos adiante vários desses casos, evidenciando o que queremos provar: a sísmica não funciona na previsão de estruturas na subsuperfície. Área de Cardeal da Silva 1-CDS-1-BA (Fig. 10.26) É o pioneiro da área.. É um prospecto da sísmica que testaria uma feição dômica no bloco alto da falha de Patioba próximo ao topo do Sergi. A profundidade final do poço foi prevista para 3.025m (-2.890m), cerca de 30m dentro do embasamento. A profundidade alcançada foi de 3.540m (-3.405m) dentro do que foi chamado de Aliança. Foram 515m, ou seja, mais de meio km de diferença, sem alcançar quaisquer dos parâmetros previs- tos. Causa admiração o relatório do grupo técnico que se reúne para apreciar os resultados do poço. Diz o relatório do grupo (documento da pasta do poço): “A interpretação sísmica foi prejudicada devido ao espessamento dos conglomerados provenientes da borda leste, culminando com erro na previsão das unidades estratigrá- ficas, as quais foram constatadas abaixo do previsto.“ Para simplificar pode-se resumir: os conglomerados não passam de subterfúgio tentando explicar o inexplicável. Os conglomerados prejudicaram a interpretação? Ora, os conglomerados são a característica textural mais importante, expressiva e óbvia da Bacia e estão lá desde que ela se formou. Se isso pre- 315
  • 9. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa judica ou atrapalha as interpretações, há que se mudar o método de investigação, pois é impossível retirar de lá os conglomerados. Área de Fazenda Imbé 1-FI-1-BA (Fig. 10.12) O pioneiro da área é um prospecto de 1963, oriundo da sísmica que previra o Sergi a 2.200m de profundidade onde o poço deveria parar. Após a perfuração verificou-se que o Sergi fora omitido por uma falha (achada no perfil elétrico!) de 950m de rejeito, não detectada pela sísmica, passando o poço do Candeias para o Aliança fenômeno que já víramos acontecer em Capianga e Caboclo. O prospecto de Imbé tinha sido baseado na existência de um fantasma, pois o Sergi não estava lá para responder aos sinais da sísmica, mas, mesmo assim, foi achado. Segundo o geólogo do poço, o que estava presente no mesmo, era uma “falha”, a qual não fora detectada pelo interprete dos sinais sís- micos. Atira-se no que se vê e mata-se o que se não vê. O embasamento que não fora previsto, mas que deveria ser fundo (ao redor de 2.500m) foi encontrado a 1768m, ou 432m mais alto que a própria previsão do Sergi, mostrando a confusão in- terpretativa existente entre clásticos e embasamento. Quem poderá saber a que profundidade estará o embasamento? Em um dos relatórios, o geólogo que acompanhou o poço sugere que: “...é preciso uma revisão dos dados sísmicos e gravimétricos. Os sísmicos pela não de- tecção das falhas e os gravimétricos posto que tinham condenado a locação colocando-a em um baixo.” Era um poço com petróleo novo e isso era o que contava. Se ele tinha sido construído em completo desacordo com regras geológicas, pouco importava. 3-FI-8-BA (Fig. 10.27) Nesta locação o embasamento fora previsto pela sísmica aos 2.100m esperando-se um baixo onde estariam o Sergi, o Itaparica e a Zona A. A sonda perfurou até 2.484m, quase 400m fora da previsão, onde o “embasamento” foi en- contrado, mas não houve sinal da Zona A nem do Itaparica e muito menos do Sergi. Outra vez não havia definição entre embasamento e sedimentos, e sem a presença dos con- glomerados, ficou difícil explicar o resultado tão desajustado. Para o pesquisador a conclusão é ou- tra: com ou sem a presença dos conglomerados a sísmica não funciona. 3-FI-5-BA e 3-FI-10 –BA (Fig. 10.28) Ainda no mesmo campo de Imbé, já se havia furado o poço de número FI-5, o qual havia alcançado o “embasamento” aos 2.225m de profundidade. Em seguida foi furado o FI-10, segundo a sísmica, situado no mesmo bloco do FI-5. De fato, os dois poços são separados por uma distância de 1.000m no terreno e os parâmetros deveriam ser os mesmos, inclusive a profundidade do embasa- mento. O FI-10 alcançou o embasamento a 2.978m, com uma diferença de 753m entre os dois pa- râmetros de subsuperfície nos dois poços, evidenciando que eles não estavam situados no mesmo bloco, ou seja, o bloco postulado também não existia. Ele foi inventado pelos técnicos da sísmica para justificar uma locação. 316
  • 10. Evidências do Erro Geofísi 3-FI-13-BA (Fig. 10.29) Ainda em Imbé o poço FI-13 foi furado por que 3-FI-12 e 3-FI-8 eram portadores de óleo e “...reinterpretações sísmicas recentes suportadas (sic) por dados de subsuperfície situam os subseqüentes FI-8, FI-12 e FI-13, no mesmo bloco estrutural de forma triangular com mergulho NW estando o FI-13 numa posição intermediária entre o mais alto da estrutura (FI-8) e o mais baixo (FI-12).” O esboço do prospécto dá idéia do raciocínio do intérprete. Foi designada para furar o poço uma sonda com capacidade de 3.000m. O poço tem 3.088m de profundidade final. Esgotou e ultrapassou a sua capacidade de perfurar e ficou pendurada em se- dimentos desconhecidos. O petróleo esperado também desaparecera. Evidentemente não havia qualquer indício de realidade nos prognósticos da sísmica. As in- terpretações eram todas equivocadas. O esboço da perfuração mostra o desastre que aconteceu naquele campo, devido à inadequa- ção do método sísmico na pesquisa geológica. Área de Jacuípe 1-JAN-2-BA (Fig. 10.30) Situada a leste da Bacia do Recôncavo. Entre outros poços foi furado o JAN-2 proposto pela sísmica que deveria ter a sua profundidade final aos 2.600m no Ilhas inferior. O poço foi furado até 3.041m, 441m além do previsto, e ficou “pendurado” em sedimentos desconhecidos e indefinidos, por incapacidade mecânica de continuar perfurando. Quando o furo alcançou 3.018m, os comandos foram trocados por tubos de perfuração para a coluna ficar mais leve de maneira poder continuar-se o poço. Vinte e três metros mais profundo, aos 3041m deu-se o poço por terminado sem qualquer resultado, sendo tamponado e abandonado como seco. 1-JAN-1-BA Neste outro poço se lê no prospecto que “... as excelentes condições de trapeamento apresentadas na estrutura mapeada pela sísmica levaram à locação do JAN-1.” O Relatório final evidencia os mesmos problemas, e um parágrafo sobre os resultados sísmi- cos onde se lê: “2) Interpretações sísmicas postulavam para o JAN-1 um bloco baixo conforme ilus- trado no mapa estrutural sísmico do topo do Ilhas inferior. Na realidade os resultados obtidos com a perfuração deste pioneiro revelaram um bloco alto contrariando aquelas interpretações.” O poço foi revestido e testado, mas é seco e abandonado. As excelentes condições de trape- amento tinham sido inventadas. Não eram reais e a sonda provou isso. 317
  • 11. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa Área de Fazenda Azevedo 1-FA-1-BA (Fig. 10.13) É o primeiro poço do campo. A sísmica tinha indicado um alto anômalo do embasamento, coincidente com um alto gravimétrico. A profundidade final do poço seria de 1.892m, com 50m furados no embasamento, previsto para ser alcançado aos 1.842m. Os objetivos primários seriam as areias do Ilhas e Candeias. A sonda furou até 2.335m - 493m além da previsão para o topo do embasamento e 135m além da capacidade de perfuração da sonda e ficou pendurado em sedimentos desconhecidos. A sonda escalada para fazer a perfuração tinha a capacidade para alcançar 2.200m e foi bem escolhida desde que o embasamento, segundo a previsão estaria a 1842m. O Sergi, que não fora previsto, apareceu. O embasamento que fora previsto desapareceu demonstrando que a Bacia do Recôncavo, continuava a ser um mistério total para os seus exploradores! Achar petróleo era fruto do acaso e de muita sorte. 4-FAX-2-BA Ainda em Fazenda Azevedo há o poço FAX-2 que furaria uma estrutura mapeada pela sís- mica 2800m nordeste de FA-1. Tal estrutura seria 60m mais elevada que o topo do Sergi no FA-3 (2.313m). A profundidade final seria a 2.370m, com 80m dentro da formação Sergi. Diz o prospecto: “ Esta locação, deverá substituir a locação sugerida pela DIVEX (Divisão de Explora- ção) no SP 9.7291 da 9-RL-324 em vista de que esta última cairia no lado baixo da falha de Fazenda Azevedo, e em situação desfavorável para o Sergi.” A previsão do embasamento é da ordem de 2.640m. Furado o poço verificou-se que o Sergi estava a 2.657m onde era esperado o embasamento. O fundo do poço está a 2.737m pendurado em sedimentos desconhecidos e nem sinal do embasamen- to. O geólogo diz em seu relatório: “ Não se confirmou a previsão sísmica de ter topado a formação Sergi mais elevada que no FA-3.” O Sergi do poço foi encontrado 314m mais baixo que no poço da correlação e o embasamen- to sequer alcançado. Área de Fazenda Mangueira 1-FM-1-BA (Fig. 10.11) Em Fazenda Mangueira, as previsões sísmicas para o embasamento eram da ordem de 3.600m. O poço furou até 4.702, 1.104m além da previsão sísmica, sem ter encontrado qualquer dos objetivos para que foi feito. O embasamento ficou fora da capacidade de perfuração da sonda nº 14 (5.000m), ficando o poço pendurado em seção estratigráfica desconhecida. Fazenda Mangueira foi furado em 1964, quando os progressos da técnica sismológica - excelentes para a época - eram aca- nhados em relação aos atuais. Vejamos um poço onde as técnicas modernas de obtenção de informações da subsuperfície já são da era da eletrônica, da informática, dos semicondutores e dos computadores. 318
  • 12. Evidências do Erro Geofísi Área de Barauna 1-BRN-1-BA (Fig. 10.31) É um prospecto de 1982 e fica na Bacia de Tucano. O mapa de referência é o mapa estrutural sísmico ao nível do arenito com gás do 1-LB-1-BA. Diz o prospecto: “ Justificativas Estruturais: A locação situa-se ao nível do arenito com gás do 1-LB-1- BA, em uma estrutura dômica no primeiro degrau da falha de Inhambupe em um bloco alto em relação ao da estrutura do 1-IN-1-BA e cerca de 900m mais elevada. As seções sísmicas da área são de boa qualidade e asseguram o fechamento por mergulho em todas as direções. Apenas na direção ESE o controle é precário e o fechamento se daria, em parte, contra o embasamento do bloco alto da Falha de Inhambupe.” Os objetivos principais seriam Arenitos da Fm. Candeias, Arenito Sergi e Arenito Boipeba, enquanto os secundários seriam os arenitos do Grupo Ilhas. A profundidade final prevista é de -5.100 (30m dentro do Pré-cambriano Fm..Estância). A sonda encarregada do trabalho foi a BO-2-Brasoil com capacidade de perfurar 6.000m, e o estado final do poço é: tamponado e abandonado como seco. A profundidade atingida foi 4.995m ou praticamente 5.000m. A estratigrafia prevista mencionava as formações tradicionais (Candeias, Sergi, Aliança etc). Depois da perfuração a estratigrafia resumiu- se à formação Marizal sobre o grupo Massacará que por sua vez fica sobre a formação Salvador, um surrealismo geológico dos mais extraordinários. Ao final da perfuração, como a estratigrafia prognosticada não tivesse sido constatada, a sísmica, para justificar-se tomou uma das mais inusitadas atitudes técnicas para estabelecer seus pa- râmetros: apoiou-se no problemático zoneamento fossilífero cujos resultados eram e são tão errados e irreais como os da própria sísmica. “ Devido a ausência de marcos litológicos típicos, utilizou-se o zoneamento fossilí- fero constatado para estabelecer o posicionamento estrutural deste poço em relação ao 1-IN-1-BA. Devido a melhor resolução da seção sísmica 65-RL-031 que está a 1 km e paralelamente a seção 65-RL-069 que passa pelo poço, foram plotadas as constatações paleontológicas, em profundidade, com base no TTI etc...” Os fósseis se comportam aqui, exatamente como no restante da Bacia: totalmente mistura- dos e a ajuda que podia oferecer, atrapalha mais ainda. Nesta locação especificamente, o relatório da Paleontologia na pasta do poço, diz: “ A perfuração atingiu sedimentos provavelmente pertencentes ao Andar Jiquiá a 2310m, Andar Buracica a 2490m e ao Andar Aratu a 3390m.” Observa-se ainda que o Sumário Biocronoestratigráfico do poço exibe mais pontos de inter- rogação do que dados definitivos. O primeiro parágrafo informa que algumas biozonas estão ausen- tes. O segundo diz que “vários e grandes intervalos sem fósseis, com fósseis indeterminados... devido talvez aos conglomerados”. No terceiro parágrafo afirma-se: “ Os limites dos andares presentes no poço são muito problemáticos, devido ao fato acima mencionado (os conglomerados).” Mesmo assim, os interpretes da sísmica aproveitaram as precárias informações paleontoló- 319
  • 13. Petróleo e Ecologia: Uma Contestação à Ciência Ortodoxa gicas para...Impossível imaginar para que! Antes da perfuração do poço afirma-se que, “as seções sísmicas são de boa qualidade”... No relatório final do poço, entre outras contradições, lê-se: “As seções sísmicas não possuem a mesma resolução devido aos conglomerados que devem ter sido responsáveis pela não continuidade lateral dos refletores.” Outra vez os conglomerados seriam os culpados e os responsáveis (sic), pela indefinição estratigráfica. Para não tornar enfadonha a leitura deste documento, não citaremos mais exemplos. Eles podem ser examinados aos milhares nos arquivos técnicos da Estatal. O que se pode observar é que a obtenção, interpretação e resultados dos trabalhos sísmicos são precários, tanto antigamente como modernamente, tanto ao norte como no sul, a leste como no oeste da Bacia. Vez por outra, por golpes de sorte, consegue-se até achar petróleo novo. Vale frisar que os exemplos acima citados não foram escolhidos para figurarem aqui. O fe- nômeno acontece em todos, absolutamente todos os poços da Bacia. Conclusão: Os instrumentos geofísicos, sofisticados que sejam, são inadequados à pesquisa geológica. Com eles encontra-se o que se quiser: formações inexistentes, contatos inexistentes, falhas inexistentes e outras estruturas também inexistentes, até que a prática das perfurações demonstre essa inexistência. Ainda hoje se continua a trabalhar da mesma maneira. 320