ÓLEO E GÁS:-PLANO DE NEGÓCIOS 2014-2020-SETOR NAVAL
Revista Perfil Náutico ed 32
1. MUNDO NÁUTICO: Linha IPS da Volvo Penta. Potência e tecnologia para seu barco
R$ 14,00 · Ano 07 · nº 32 · 2012 · www.perfilnautico.com.br
Da praticidade ao luxo
VELEJAR
Mais que um
estilo de vida
6 veleiros
de 30 a 55 pés
Perfil
Estaleiro
Phoenix Boats.
Por que
vende tanto?
Volvo Ocean Race
Itajaí STOPOVER 2012
E MAIS! Escolha a embarcação que tem o seu perfil:
Intermarine 65
Beneteau Flyer Gran Turismo 49
Triton 295
Pirelli Pzero 1100
2. Nova Intermarine 53.
A nova dimensão do espaço e design.
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6. Uma incrível
aventura
Todos a bordo do barco Perfil Náutico
N
os últimos dois meses enfrentei uma desafiadora e gratificante
missão, assumir o comando do barco Perfil Náutico enquanto seu
capitão estava em merecidas férias. Apesar de já ser uma tripulante
desde o primeiro ano da revista, estar no timão de uma grande
embarcação é de extrema responsabilidade. Como não se navega um barco
desses sozinha, não chegaria ao destino sem a ajuda de uma competente
tripulação. Agradeço quem esteve ao meu lado nos dias de mar agitado e
que também agora aprecia a calmaria: a edição 32 da Perfil Náutico!
Abordando a arte de velejar, produzimos duas matérias especiais
sobre vela, escritas pelo jornalista Antonio Alonso Junior que divide sua
experiência de tantos anos cobrindo. Em “Seis Veleiros e um Planeta”,
entramos no agitado mundo da Volvo Ocean Race, a maior competição
de volta ao mundo, que aporta em Itajaí em abril. Na matéria de capa,
“Ao Sabor do Vento”, falamos dos diferentes tipos de velejadores e
apresentamos seis veleiros: do mais luxuoso ao mais prático.
Amanda Kasecker e Thaís Zago trazem o Perfil das novidades do mercado.
Conheça a Intermarine 65, a Beneteau Flyer Gran Turismo 49, a Triton 295
e o bote Pirelli PZero 1100. Na seção Perfil Estaleiro fomos descobrir por
que a Phoenix Boats é líder de vendas no país. Angelo Sfair nos mostra um
empreendimento em Balneário Camboriú que une duas paixões: iate e golfe.
Ainda em Santa Catarina fomos conhecer a região chamada Costa Verde
& Mar que vai de Itajaí a Porto Belo, trazendo dicas para quem vai curtir a
Itajaí Stopover da Volvo Ocean Race. Mergulhamos com Carol Schrappe
e Kadu Pinheiro nas ilhas do sul da Colômbia e embarcamos no stand up
paddle de Roberta Borsari em Galápagos para redescobrir as maravilhas
desse arquipélago que encantou Darwin.
Vela, motor, natureza, esporte e muito estilo você encontra nas
próximas páginas da sua Perfil Náutico. Divirta-se! S
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Editorial
Conselho Diretor
Aldo Alfredo Malucelli aldo@grupocanal.com.br
Carlos Alberto Gomes carlos@grupocanal.com.br
José “Juca” Kolling jose.juca@grupocanal.com.br
Luiz Alfredo Malucelli luiz@grupocanal.com.br
Depto. de Jornalismo
Editora e Jornalista Responsável
Rafaella Malucelli rafaella.malucelli@grupocanal.com.br
DRT-PR 7146
Revisão
João Batista Ribeiro
Colaboram nesta Edição Amanda Kasecker,
Angelo Sfair, Antonio Alonso Junior,
Carolina Schrappe, Jorge Nasseh,
Kadu Pinheiro, Luiz Alfredo Malucelli,
Roberta Borsari e Thaís Zago
Edição de Arte e Projeto Gráfico
Eduardo Zuchowski
É TEMPO DE VIVER
Impressão e Acabamento
Gráfica Capital
Distribuição Exclusiva
FC Comercial Distribuidora Ltda.
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Comercial (41) 3331-8300
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82.110-040, Curitiba – PR.
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Revista Perfil Náutico
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Artigos assinados não representam
necessariamente a opinião da revista.
As imagens sem créditos foram
fornecidas para divulgação.
Revista Perfil Náutico, ano 7, n° 32, é uma publicação da
Editora Canal/mid, divisão de mídia
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10 PERFILNÁUTICO
LINHA YACHT C68 - C54 - FLY54 - C48 - FLY45 - C44 |
LINHA CRUISER C40 - C36 | LINHA KEY LARGO KL36 - KL30 - KL28 Sole - KL27
PERFILNÁUTICO
11
7. Índice
Canal
Leitor
News
Construtor
Náutico
Decor
Estilo
Esporte
Planeta Água
Gourmet
Cultura
Click
14
16
116
118
124
126
152
156
158
160
162
22 A arte de velejar e mais seis opções
de veleiros de 30 a 55 pés
Tudo sobre a maior regata de
volta ao mundo que faz sua
parada brasileira em Itajaí (SC)
Itajaí StopOver
Os detalhes sobre a
construção da Race Village
Costa Verde & Mar
Dicas de turismo sobre a
região que vai abrigar a
Volvo Ocean Race
Capa
Ao sabor do vento
Especial
Volvo
Ocean Race
44
34
38
M
Y
CM
Perfil
Estaleiro
Phoenix
Boats
MY
CY
CMY
K
O maior do país em
unidades fabricadas
e vendidas
Nesta Edição
C
100
Intermarine 65
68
Perfil Marina
Os 20 anos da Marlin Azul
110
Design e sofisticação da terceira
maior embarcação do estaleiro
Mundo Náutico
Volvo IPS — a revolução
dos sistemas de propulsão
112
Flyer Grand Turismo 49
76
Triton 295
84
92
Do luxo à tecnologia. A nova 49 da
Beneteau inspirada nos carros italianos
Expedição Galápagos
De stand up paddle
com Roberta Borsari
128
Mergulho
Gorgona e Malpelo,
as ilhas sul-colombianas
136
A novidade já é a mais
vendida da Triton
Residencial Marine
Um empreendimento
que une iate e golfe
150
Pirelli PZero 1100
12 PERFILNÁUTICO
O incrível bote inflável
cabinado da Pirelli
Imagem de capa: veleiro Jenneau 57. Divulgação
PERFILNÁUTICO
13
8. Canal Esporte
Canal do Leitor
Consórcio
O início do mercado dos consórcios
náuticos é mais uma prova do bom
momento do país. Vivemos em
um tempo promissor e temos que
aproveitar.
| 38o | 4oo | 421 | 45o | 5oo | 56o | 62o |
Cést La Vie!
Linha Lagoon 2012
Lagoon: O número 1 no mundo em catamarãs,
oferece 7 modelos com interior minuciosamente
projetado pela Nauta Yachts Design (Itália).
Projeto de casco por Van Peteghem e
Lauriot Prévost. Conforto, performance
e muita qualidade de vida no mar você
encontra na Linha Lagoon no Brasil e em
mais de 70 distribuidores ao redor do mundo.
Rene Vicente Brito
Capa
Jangadeiros
Muito bom ver o Clube dos
Jangadeiros estampado na Perfil
Náutico. Realmente lá é a casa
da vela no Rio Grande do Sul.
Medalhistas olímpicos saíram de lá
e a geração que está por vir é ótima!
Decidi comprar a
última edição por
causa da capa que
me chamou muito
a atenção. Show de
bola! Parabéns, a
Perfil está cada vez
melhor!
Marlon Kaminski
Proa aberta
Patagônia
A matéria de capa está muito
variada e com conteúdo muito
abrangente. Sou proprietário de
um desses modelos e fã de proa
aberta. Tenho aproveitado muito o
verão com a minha esposa.
Josué de Almeida
Lagoon 560
Renier Alfredo Welk
Linda a viagem à fantástica região
da Patagônia. Gostei muito das
duas matérias e fiquei louco para
fazer um cruzeiro e conhecer de
perto as riquezas de lá.
Amadeu Junior
Mergulho
Novo layout
Mariana Ferreira dos Santos
Joana Fagundes de Paiva
As páginas da Perfil dedicadas ao
mergulho são sempre deliciosas,
mas nesta última edição vocês se
superaram. Conheci Curaçau na
minha lua de mel e posso afirmar
que aquela ilha é mágica!
Eu e meu marido gostamos muito
da Perfil Náutico e confesso que
levei um susto quando me deparei
com esse novo layout. Muito bem
pensado e caprichado. Está cada
vez mais gostoso ler a revista.
Fale Conosco
Para falar com a Perfil Náutico, mande e-mail para: redação@perfilnautico.com.br ou canaltecnico@perfilnautico.com.br.
As mensagens devem ser enviadas à redação e à equipe técnica com identificação do autor, endereço e telefone. Em virtude do espaço
disponível, os textos podem ser resumidos ou editados. A revista reserva-se o direito de publicar ou não as colaborações.
14 PERFILNÁUTICO
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Lagoon 560
Lançamento no Brasil durante o Rio Boat Show.
12-18 - Abril - 2012
Distribuidor exclusivo no Brasil
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PERFILNÁUTICO
15
10. Canal News
Canal News
Canal Esporte
Beneteau leva o prêmio
Yacht Trawler 2012
Novo 46 pés disponível em duas versões
Bavaria Yachts
lança o Vision 46
O 44 da Beneteau herdou o título de seus antecessores 52 e 34
O Swift Trawler 44, mostrado pela primeira vez no Festival de Cannes em
2010, foi premiado no Motor Boat of the Year Awards 2012 na categoria
“Yacht Trawler”. A cerimônia foi realizada no dia 9 de janeiro, no Hotel
Savoy, em Londres. O título é concedido por jornalistas das revistas Motor
Boat & Yachting e Motor Boats Monthly e leva em conta o design e a
qualidade. Vale ressaltar que os dois antecessores do Swift Trawler 44 (os
Swift Trawler 52 e 34) também foram eleitos os barcos do ano (em 2009 e
2010) na mesma categoria.
A Bavaria Yachts lançou, no Boat
Show de Düsseldorf, na Alemanha,
o veleiro Vision 46, disponível em
versões com duas ou três cabines
(ambas com a opção entre um
ou dois banheiros). O barco foi
projetado e desenvolvido com o
foco em três aspectos: elegância,
conforto e fácil navegação. As
generosas janelas permitiram a
criação de um grande salão que
flui do interior para a área externa,
formando uma única área de lazer
e entretenimento. Desenhado pelo
designer Mark Tucker, o Vision
46 aposta em linhas limpas e
modernas, que proporcionam uma
atmosfera elegante e dão um ar
acolhedor para as áreas internas. j
A Volta ao mundo mais rápida da história
O capitão francês Loick Peyron e sua tripulação de 13 homens bateram o recorde
mundial de circum-navegação a vela. A bordo do trimarã Banque Populaire,
realizaram o percurso em 45 dias, 13 horas, 42 minutos e 53 segundos. A marca
anterior, estabelecida em março de 2010, foi diminuída em 2 dias, 18 horas, 1
minuto e 59 segundos. Durante o percurso, o trimarã manteve uma velocidade
média superior a 26 nós (48 km/h). O novo recorde foi estabelecido durante o
Troféu Júlio Verne.
18 PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
19
11. Canal News
Canal Esporte
Endurance
recebe prêmio
na Europa
O barco Endurance 30, do estaleiro Cranchi, recebeu o
Prêmio Power Boat of the Year 2012 na categoria de 25 a 35
pés. O anúncio foi feito durante o Salão de Düsseldorf, na
Alemanha, e o júri foi formado por representantes da Boote
e de outras importantes revistas europeias do segmento
náutico. No Brasil, a Endurance será lançada pela Cruiser
Marine no segundo semestre de 2012 e promete ditar a
moda no que se trata de power boats.
SEU LUGAR AO MAR.
Modelo da Cranchi ganhou de outras cinco fortes concorrentes
Nautimax
inaugura nova
loja em Curitiba
Atuante no mercado náutico de
Curitiba e região desde 2008, a
Nautimax mudou-se para uma
nova sede. O novo espaço está em
20 PERFILNÁUTICO
uma localização nobre da capital
paranaense e tem uma área de
900 m² que permite oferecer
aos clientes oficina de motores
e montagem de embarcações,
grande showroom com 500 m² e
estacionamento. A Nautimax é uma
loja autorizada da Volvo Penta na
venda de peças, serviços e motores,
além de ser revendedora dos
eletrônicos Garmin e dos estaleiros
Princess Yachts, Ventura Boats,
Crunchi e Malibu. Dispondo dessa
grande variedade de serviços,
a loja pode fazer com facilidade
a montagem de casco, motor e
acessórios com um preço muito
competitivo, além de oferecer um
excelente atendimento pós-venda. S
Cimitarra lança
modelo 380HT
Desde 1999 o estaleiro Cimitarra
lança uma nova embarcação por
ano e agora em 2012 a história não
é diferente. A Cimitarra 380HT tem
um design moderno, pé-direito de
2,30 metros, duas suítes e abriga
até cinco pessoas para pernoite.
O ponto forte da embarcação é a
navegabilidade, sustentada por
dois motores V6 de 225 HP que
proporcionam um cruzeiro de 26
nós, velocidade máxima de 40 nós
e consumo total de 40 L/hora. A
Cimitarra será apresentada no Rio
Boat Show, previsto para abril.
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PERFILNÁUTICO
21
12. ESPECIAL
Volvo Ocean Race
Seis
veleiros e
um planeta
A Volvo Ocean Race é a mais badalada
regata de volta ao mundo. Em abril
deste ano, a cidade catarinense de Itajaí
receberá, pela primeira vez, seis dos veleiros
mais rápidos do planeta. Ou pelo menos
aqueles que resitirem até o fim
Por Antonio Alonso Jr. • Fotos Volvo Ocean Race
22 PERFILNÁUTICO
22 PERFILNÁUTICO
N
o início de abril, a cidade catarinense de
Itajaí vai assistir à chegada dos veleiros
da lendária Volvo Ocean Race, a regata
de volta ao mundo mais famosa deste
planeta. Nesta edição 2011-2012, seis
barcos de 70 pés com 11 tripulantes vão
passar quase nove meses competindo
apenas pela honra de levantar um dos
troféus mais difíceis em disputa pelo homem. Não há
prêmio em dinheiro, mas todas as equipes investem
dezenas de milhões de dólares em projetos que não são
apenas esportivos, mas também eficientes ferramentas
de marketing de alcance global.
A regata passa por dez cidades, entre elas Itajaí, em
Santa Catarina. O percurso de 37 mil milhas náuticas
começou em outubro em Alicante, na Espanha, e
termina em Galway, na Irlanda, em julho. Na última
edição 2008-2009, o Ericsson 4, barco comandado
pelo brasileiro Torben Grael, ficou com o título.
Neste ano, apenas um brasileiro está velejando,
Joca Signorini, um dos timoneiros a bordo do barco
espanhol Telefónica. Em terra, Horácio Carabelli é
outro brasileiro fundamental na equipe espanhola.
Como diretor técnico, ele foi o grande responsável pelo
desenvolvimento do projeto que levou o Telefónica a
começar a regata de forma arrasadora.
Os seis veleiros participantes largaram de Alicante
no dia 30 de outubro do ano passado para a volta ao
mundo. Mas a ação mesmo começou um dia antes, j
PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
23
23
13. ESPECIAL
Volvo Ocean Race
Veleiros riscam o mar rumo a nove meses de regata
com uma regata curta, disputada perto do porto da
cidade espanhola. Para aproximar a regata do público,
a organização incluiu dez dessas regatas curtas no
calendário, uma em cada parada. Elas valem apenas
um quinto dos pontos de uma perna longa, mas são
transmitidas ao vivo por TVs do mundo inteiro e são
a menina dos olhos dos patrocinadores de uma regata
que — assumidamente — trocou a antiga postura de
aventureira apaixonada, para se transformar em um
evento de marketing mundial movido pelos mais
radicais monocascos de oceano do planeta.
Ironicamente, os espanhóis assistiram ao vivo pela
TV ao maior fracasso do veleiro Telefónica. Logo na
regata costeira de estreia, em casa, eles terminaram
em último. Um balde de água fria para um time que era
considerado favorito. Mas a sorte muda de lado muito
rápido nesta regata. No dia seguinte, menos de cinco
horas depois da largada, o barco Abu Dhabi, vencedor
da regata costeira, tinha um mastro quebrado e voltava
para a terra. No mesmo dia, o Team Sanya bateu em
um objeto flutuante não identificado e, com um rombo
no casco, também abandonou a etapa entre Alicante
e a Cidade do Cabo, na África do Sul. Num trecho que
deveria durar um mês, dois competidores já estavam
fora logo no primeiro dia.
Mas azar mesmo teve a tripulação do Puma, que
sofreu uma quebra de mastro depois de 15 desgastantes
dias de trabalho duro e comida sem gosto. “Neste
barco velejam os 11 homens mais tristes do planeta”,
escreveu o comandante americano Ken Read depois
da quebra. Eles estavam literalmente no meio do
nada, sem combustível para chegar à Ilha de Tristão
da Cunha, o vilarejo mais remoto do planeta, que
fica no meio do caminho entre o Brasil e a África do
Regata In-Port acirrada. Groupama trabalha duro enquanto Telefónica confirma liderança
Sul. A operação de resgate foi gigantesca. Depois de
receber combustível de um navio pesqueiro, o Puma
demorou seis dias para chegar a Tristão da Cunha e
duas semanas e meia para chegar à Cidade do Cabo,
onde ainda precisava trocar o mastro por um novo.
Com três competidores fora da etapa, os três veleiros
remanescentes dispararam na tabela.
Piratas no caminho
O time Abu Dhabi quebrou na primeira perna, porém se recuperou em seguida, vencendo o trecho entre Abu Dabi e Sharjah
24 PERFILNÁUTICO
A segunda etapa da Volvo Ocean Race, entre a Cidade
do Cabo e Abu Dabi, no Oriente Médio, também teve
quebras, mas foi marcada pela ameaça dos piratas.
Só no ano passado, mais de 1.100 embarcações foram
sequestradas na costa da Somália, desde veleiros de
cruzeiristas a navios cargueiros gigantescos. A ameaça é
tão séria que a ONU criou uma força internacional para
patrulhar a região, mas nem assim conseguiram eliminar
o problema. Por isso a organização da Volvo Ocean Race
tomou uma medida inédita e radical: dividiu a etapa em
duas. Na primeira, os veleiros saíram da Cidade do Cabo
e foram até as Maldivas. Ali, foram embarcados em um
navio com segurança armada e desembarcados no Porto j
PERFILNÁUTICO
25
14. ESPECIAL
Volvo Ocean Race
de Sharjah, na costa leste dos Emirados Árabes. Dali, os
veleiros disputaram a segunda parte da etapa, um sprint
de apenas 150 quilômetros, valendo 20% dos pontos
totais da perna. O Telefónica venceu a primeira parte e
o Groupama venceu a segunda. Na soma, os espanhóis
levaram a melhor.
Na saída para a terceira perna, entre Abu Dabi e
Sanya, uma ilha chinesa com clima tropical, a operação
antipirataria se repetiu. No trecho curto entre Abu Dabi
e Sharjah, o Abu Dhabi venceu. No trecho longo, entre
as Maldivas e Sanya, o Telefónica chegou a ficar em
último, depois que a code zero — uma vela importante
— rasgou e levou quatro dias para ser consertada. Mas os
espanhóis retomaram a liderança e depois sobreviveram
aos perigos do Estreito de Malaca, região de tráfego
intenso de barcos pesqueiros, embarcações comerciais e
com muito lixo na água. Na soma das duas partes desta
etapa, o Telefónica venceu de novo e ampliou ainda
mais sua liderança.
Uma volta ao mundo diferente
A primeira edição da Regata Volta ao Mundo
aconteceu em 1973, ainda com o nome de Withbread
Race. Só em 2001, a Volvo assumiu o patrocínio e
o nome. Desde então, o trajeto era basicamente o
mesmo: Europa, África do Sul, Oceania, América do
Sul, EUA e Europa de novo. Mas, na edição passada,
o dinheiro injetado por Índia, Singapura e China fez a
regata mudar de percurso. O fim da longa perna entre a
África e a Oceania, numa região de ventos muito fortes
e favoráveis à quebra de recordes, foi criticado por
amantes da aventura. Nesta edição, os árabes entraram
no jogo, pela primeira vez, e levaram o percurso para
Abu Dabi. Até o fechamento dessa edição, os veleiros
haviam chegado à China e já seguiam para a Nova
Zelândia e então vem a maior de todas as pernas, 6.700
milhas (12.400 km) até Itajaí, no litoral catarinense.
Depois os veleiros ainda passam por Miami, Lisboa,
Lorient e a regata termina em Galway, na Irlanda.
SUPERBARCOS
j
Mar agitado e tempo oscilante são desafios constantes das tripulações
Os veleiros sofreram mudanças da edição anterior para a atual
Os veleiros usados na Volvo Ocean Race são as máquinas
de regata mais velozes do planeta entre os monocascos.
No mar aberto, até hoje apenas os supertrimarãs e
catamarãs foram mais velozes que os Volvo 70. Na
edição passada, o Ericsson 4, comandado por Torben
Grael, estabeleceu um novo recorde de singradura para
monocascos, percorrendo 596,6 milhas náuticas em
24 horas. Os seis veleiros são bastante parecidos, mas
estão longe de serem iguais. Nesta regata, os projetistas
precisam obedecer a uma fórmula geral. Ela determina,
26 PERFILNÁUTICO
por exemplo, o peso máximo do bulbo de chumbo da
quilha, mas não determina o formato desse bulbo, nem
a distribuição do peso no casco e convés. Os projetistas
também podem optar por cascos mais arredondados,
ou com “chines” (quinas). Tudo isso tem uma diferença
enorme no desempenho. Nas duas últimas edições,
os barcos do projetista argentino Juan Kouyoumdjian
dominaram a regata. Desta vez, ele assina três projetos:
Telefónica, Puma e Groupama. A julgar pelos resultados
até aqui, ele tem boas chances de repetir a dose.
Essa edição mais equilibrada da Volvo Ocean Race. A maioria
das equipes têm chances reais de vitória
A mais equilibrada
Esta é a Volvo Ocean Race mais equilibrada já
disputada. Com exceção do Sanya, que corre com
barco usado e orçamento reduzido, todas as outras
equipes têm chances reais de vitória. Nas últimas
duas edições, as equipes campeãs eram claramente
superiores desde a primeira etapa. Desta vez, a única
certeza é que muita água vai rolar sob os cascos
desses seis barcos. Conheça cada uma das equipes nas
próximas páginas. j
PERFILNÁUTICO
27
15. ESPECIAL
Volvo Ocean Race Equipes
À moda brasileira
Em busca do tempo perdido
Sob o comando de Horácio Carabelli, os espanhóis finalmente
encontraram o caminho da vitória
Os americanos começaram como favoritos, mas uma quebra no meio
do oceano deixou a situação muito complicada para o Puma
Team Telefónica
Puma Ocean Racing
Ponto forte: Horácio Carabelli
Favoritos, seguem na liderança
E
m sua terceira participação, o Team Telefónica é o veterano da
Volvo Ocean Race. Eles sempre começaram como favoritos, mas
não é exagero dizer que a sorte nunca andou ao lado deles. Em 2006,
com nome Movistar, afundou na travessia entre EUA e Europa e os
velejadores tiveram de ser socorridos por outro concorrente. Em 2009, o
Telefónica Azul bateu a quilha duas vezes em etapas decisivas (chegou a
ficar horas encalhado na última delas). Agora, o cenário é bem diferente.
Sob a batuta do diretor técnico brasileiro Horácio Carabelli foram três
vitórias nas três primeiras etapas. O time tem ainda o único velejador
brasileiro nesta regata, o carioca Joca Signorini, que é timoneiro e chefe de
turno. Graças a um projeto bem montado, os espanhóis nunca estiveram
tão bem no rumo da vitória
28 PERFILNÁUTICO
Ponto forte: Experiência
Nascido no Uruguai e naturalizado
brasileiro há mais de 20 anos,
Horácio Carabelli faz parte de uma
família de velejadores e projetistas.
Em 2004 foi chamado para fazer
parte da equipe de apoio do Brasil 1,
mas seu conhecimento do barco era
tão grande, que ele acabou escalado
para velejar. Na edição passada, mais
uma vez foi tripulante de Torben
Grael, dessa vez no Ericsson 4. Agora,
ele é o diretor técnico de todo o
projeto do Telefónica e está dando
aos espanhóis sua melhor chance de
vitória na Volvo Ocean Race.
A equipe Puma estreou na edição
passada, já cheia de moral.
Chegaram a vir ao Brasil para treinar
e quebraram um recorde de duas
décadas da Regata Buenos Aires–Rio.
Com uma preparação afiada e um
barco bom, terminaram em segundo
lugar na última Volvo Ocean Race.
Nada é novidade para o time do
sempre tranquilo comandante Ken
Read. E só um time com a cabeça fria
e com a experiência do Puma para
reverter o quadro depois da quebra
na primeira etapa.
País: Espanha
Nome do barco: Telefónica
Comandante: Íker Martinez (ESP)
Tripulação: 7 espanhóis, 2
australianos, 1 britânico, 1 brasileiro
Projetista: Juan Kouyoumdjian
Construtor: King Marine (ESP)
Ano: 2011
Avaliação:
Barco
Tripulação
Comandante
Equipe/estrutura
Avaliação geral
15 pontos
O time é forte, mas precisa focar na recuperação
O
Puma começou esta regata com um objetivo: o título. A equipe
reuniu um time de velejadores experientes, um patrocinador forte
e o projetista mais badalado, o argentino Juan Kouyoumdjian. Com
tudo isso, eles só não contavam com o imprevisível. Na primeira
perna, após mais de 15 dias de regata, no meio do oceano, o mastro
quebrou de uma vez, sem dar sinais de fadiga. Sem velas, sem combustível
e sem nenhum porto por perto, eles levaram semanas até conseguir que
um navio fosse buscá-los na remota Ilha de Tristão da Cunha. Os pontos
perdidos na primeira perna estão fazendo falta, e a tarefa do Puma agora
é fazer uma regata de recuperação, tentando aos poucos tirar a grande
vantagem que os líderes abriram em relação a eles. j
País: Estados Unidos
Nome do barco: Mare Mostro
Comandante: Ken Read (EUA)
Tripulação: 3 americanos,
3 australianos, 3 neozelandeses,
1 alemão e 1 sul-africano
Projetista: Juan Kouyoumdjian
Construtor: New England Boat (EUA)
Ano: 2011
Avaliação:
Barco
Tripulação
Comandante
Equipe/estrutura
Avaliação geral
16 pontos
PERFILNÁUTICO
29
16. ESPECIAL
Volvo Ocean Race Equipes
Da cor do petróleo
A revelação
O primeiro participante árabe na Volvo Ocean Race veio com tanta
moral que até fez a regata mudar de percurso
Sem muito alarde, uma marca de calçados espanhola aliou-se à mais
respeitada escola de oceano do mundo. E deu certo
Team Abu Dhabi
Camper/Team New Zealand
Ponto forte: Petrodólares
Azzam é a palavra árabe para
“determinado”. E os árabes
entraram nesta regatas determinados
a fazer história, custe o que custar.
Não importa que o país não tenha
tradição nenhuma em regatas
de oceano, os árabes contrataram
um skipper britânico, um projetista
neozelandês, um estaleiro italiano
e, com tripulantes de seis países
diferentes, são o time mais
internacional desta regata.
Investimento pesado e a primeira parada árabe da história da competição
N
enhuma equipe nesta regata dispõe de tantos recursos como o Team
Abu Dhabi. Além de reunir uma equipe competitiva, os árabes
conseguiram mudar a rota da Volvo Ocean Race, que nunca tinha
passado pelo Oriente Médio. E não foi tarefa simples. Para fugir dos
piratas que infestam a costa da Somália, os veleiros tiveram de pegar carona
em um navio durante parte do percurso, numa operação que aumentou
muito os custos da regata. Mas, além de um ótimo orçamento, o Team Abu
Dhabi mostrou também coragem. Eles apostaram alto ao “ressucitar” o
designer neozelandês Bruce Farr, que tinha sido deixado de lado depois da
lavada que levou dos projetos do argentino Juan Kouyoumdjian nas duas
últimas edições desta regata. O barco já provou que é bom, mas eles ainda
estão pagando caro por uma quebra que tirou o Azzam da primeira etapa.
30 PERFILNÁUTICO
Ponto forte: Tripulação
O nome Team New Zealand é
provavelmente a marca no cenário
mundial da vela hoje. Uma história
que remonta ao lendário Peter Blake.
Vencedor da Regata Volta ao Mundo
(quando ainda se chamava Whitbread),
da America’s Cup e recordista da volta
ao mundo a vela sem escalas, Peter
Blake deixou um legado que ainda deve
perdurar por algumas gerações. Nesta
Volvo Ocean Race, por exemplo, todos os
times têm velejadores neozelandeses a
bordo, mas nenhum tem tantos quanto
o Camper. Essa experiência e a defesa
da tradição do nome Team New Zealand
são os grandes trunfos do Camper.
País: Emirados Árabes
Nome do barco: Azzam
Comandante: Ian Walker (GBR)
Tripulação: 4 britânicos, 2
americanos, 2 neozelandeses, 1
australiano, 1 irlandês e 1 árabe
Projetista: Bruce Farr
Construtor: Persico S.p.A (Itália)
Ano: 2011
O
Avaliação:
Barco
Tripulação
Comandante
Equipe/estrutura
Avaliação geral
Com tripulação ícone se mantém regular e sem quebras
14 pontos
projeto do Camper tinha tudo para ser apenas mais um estreante
cumprindo tabela na Volvo Ocean Race. Mas esse quadro mudou
radicalmente com a associação da marca com o Team New
Zealand, uma escola de velejadores de oceano que fez história
na America’s Cup e é respeitada até hoje em todo o mundo. O Camper
passou muito bem pelo teste de resistência das primeiras provas, com uma
regularidade valiosa nessa regata e — o mais importante — sem quebras.
O projetista, Marcelo Botín, também é exclusivo do Camper. Uma aposta
ousada, mas que deu certo. Até agora, graças a um projeto bem montado,
o Camper tem sido a revelação da Volvo Ocean Race. j
País: Nova Zelândia
Nome do barco: Camper (ESP/NZL)
Comandante: Chris Nicholson (AUS)
Tripulação: 6 neozelandeses, 2
australianos, 1 sul-africano, 1 espanhol
Projetista: Marcelino Botín
Construtor: Cookson Boats (NZL)
Ano: 2011
Avaliação:
Barco
Tripulação
Comandante
Equipe/estrutura
Avaliação geral
14 pontos
PERFILNÁUTICO
31
17. ESPECIAL
Volvo Ocean Race Equipes
Por novas águas
Não quebrar já é uma vitória
Mestres na arte de navegar trimarãs gigantes, os franceses do
Groupama aceitaram o desafio de recomeçar a bordo de um monocasco
Com um barco usado, chineses só querem promover a cidade de Sanya.
Se possível, sem fazer muito feio
Groupama Sailing Team
Team Sanya
Ponto forte: Escola francesa
Ponto forte: O comandante
Mike Sanderson
Diferentemente dos neozelandeses,
que ficaram famosos nas regatas de
curto e médio percurso, os franceses
são fanáticos por longas travessias.
Franck Cammas, o comandante do
Groupama, já foi o mais rápido a dar
a volta ao mundo a vela sem escalas
e também já venceu a Transat, regata
entre a França e o Brasil, sempre
a bordo de multicascos. Sim, a
experiência a bordo de monocascos
ainda é novidade para eles, mas
os franceses já mostraram que
aprendem rápido. Especialmente
quando o assunto é vela.
Equipe recordista a bordo de trimarãs, quer fazer história também em um Volvo 70
G
roupama 4 é o primeiro monocasco construído pelos franceses do
Groupama. Mas engana-se quem pensa que eles são novatos. A
equipe comandada por Franck Cammas é uma colecionadora de
recordes oceânicos a bordo dos trimarãs mais rápidos do planeta.
O próprio recorde da volta ao mundo sem escalas era do Groupama até
o começo deste ano (foi batido por outra equipe francesa, a Banque
Populaire). Com toda a moral que merecem, os franceses cometeram um
erro tático na primeira etapa e acabaram ficando para trás. Agora, correm
para recuperar o terreno perdido. Muita gente acredita que eles ainda têm
várias cartas escondidas na manga para mostrar.
32 PERFILNÁUTICO
País: França
Nome do barco: Groupama 4
Comandante: Franck Cammas
Tripulação: 6 franceses, 2 suecos, 1
neozelandês, 1 irlandês e 1 australiano
Projetista: Juan Kouyoumdjian
Construtor: Multiplast (França)
Ano: 2011
Avaliação:
Barco
Tripulação
Comandante
Equipe/estrutura
Avaliação geral
15 pontos
Em 2006, o neozelandês Mike
Sanderson deu uma lavada nos
adversários a bordo do ABN Amro 1.
Hoje, no comando do Sanya, sua
missão é bem diferente: evitar as
quebras e não fazer feio. Mas ele já
mostrou que, se tiver a chance, vai
tentar incomodar. Na segunda perna,
chegou a liderar graças a uma tática
arriscada, mas quebrou no caminho.
Mesmo com bons velejadores a bordo, o foco é o marketing esportivo
N
ão é a primeira vez que um patrocinador de última hora decide
resgatar um barco usado da edição anterior só para dar visibilidade
a sua marca, mesmo sabendo que não tem chance nenhuma de
vitória. O que a equipe chinesa Team Sanya fez de diferente foi
chamar um skipper de primeira linha para comandar um barco de segunda
mão. O barco comandado pelo neozelandês Sanderson é o antigo Telefónica
Azul, construído em 2007 e usado na edição passada. Como qualquer
projeto de carro que saiu de linha, o Sanya Lan tem um design ultrapassado
em comparação com seus adversários, que são as mais modernas máquinas
de regata do planeta. O barco chinês enfrenta outro problema: as quebras.
Eles não terminaram nenhuma das duas primeiras etapas da competição.
Já trocaram a mastreação e até a proa do barco, depois de uma batida.
Definitivamente, este não será o ano do dragão. j
País: China
Nome do barco: Sanya Lan
Comandante: Mike Sanderson (NZL)
Tripulação: 7 neozelandeses,
1 noruegês, 1 belga, 1 chinês e
1 espanhol
Projetista: Bruce Farr
Construtor: King Marine/Hamble Yacht
Ano: 2007
Avaliação:
Barco
Tripulação
Comandante
Equipe/estrutura
Avaliação geral
10 pontos
PERFILNÁUTICO
33
18. ESPECIAL
Volvo Ocean Race
De Itajaí
para o mundo
M
uito em breve os olhos do mundo náutico
estarão voltados para a tranquila cidade
portuária de Itajaí, em Santa Catarina. O
município entrou para o mapa mundial da
vela há dois anos, quando foi anunciada
como parada sul-americana da regata.
Para isso, Itajaí venceu uma disputa contra cidades de
quatro países: Chile, Argentina, Uruguai e também do
Brasil, justamente onde ela encontrou seus adversários
mais fortes, como a capital do estado, Florianópolis,
34 PERFILNÁUTICO
e concorrentes tradicionais, como São Sebastião, no
litoral paulista, e a favoritíssima Rio de Janeiro.
Com pouco mais de 170 mil habitantes, o tamanho
da cidade não é visto como um problema pela
organização da regata. “O sucesso da parada em
Galway, na Irlanda, nos ensinou que cidades com
população relativamente pequena também podem
ter uma capacidade enorme de atrair espectadores”,
contou o CEO da Volvo Ocean Race, o norueguês Knut
Frostad. Itajaí é vizinha das cidades de Navegantes,
Balneário Camboríú, Blumenau e tem acesso fácil a
partir de diversas outras localidades catarinenses.
Além disso, apesar de ter pouca tradição na vela,
Itajaí tem uma inegável vocação náutica. A cidade,
importante centro pesqueiro, desenvolveu-se às
margens do Rio Itajaí-Açu, onde fica o segundo maior
porto do país em movimento de contêineres. “A
boa infraestrutura portuária e também de apoio às
embarcações pesou na escolha”, completa João Luiz
Demantova, do comitê organizador da regata. j
ronaldo silva jr.
Itajaí será a capital mundial da vela durante
duas semanas em abril
Obras em Itajaí já estão a todo vapor
PERFILNÁUTICO
35
19. Volvo Ocean Race
A Race Village de Itajaí — área que vai concentrar as
atividades do Stopover — será aberta no dia 3 de abril,
quando devem chegar os primeiros barcos. Depois de
duas semanas de manutenção, as equipes disputam
a Regata Pro-Am, no dia 20, a Regata In-Port, no dia
seguinte, e largam no dia 22 em direção a Miami. Em
todos esses eventos, os Volvo 70, com 4,5 metros de
calado, vão entrar e sair do Rio Itajaí-Açu graças ao
profundo canal para o trânsito de navios. Na regata
Pro-Am, que envolve convidados vips e velejadores
profissionais, todo o percurso será dentro do rio, para
que a população possa acompanhar de perto a disputa.
No mar e em terra
Em função da dureza do trecho entre a Nova Zelândia e
o Brasil, a movimentação em terra será grande também
nos boxes das equipes. Veleiros e velejadores chegarão
por aqui precisando de manutenção e descanso. Por
isso é importante contar com uma cidade que disponha
de mão de obra qualificada e de acesso à ferramentas
e materiais que possam ser necessários (embora as
equipes tragam boa parte desse material consigo).
Enquanto as equipes trabalham nos bastidores, a
regata abre as portas para o público. “A programação
na Race Village vai contar com shows musicais locais
e nacionais, atividades infantis e ações ligadas à
sustentabilidade”, explica João Luiz Demantova.
Algumas equipes também devem montar galpões para
receber a imprensa, amigos e clientes vips. A Puma, por
exemplo, deve levar convidados para assistir à regata
costeira e à largada de perto, a bordo de um hospitality
boat com capacidade para centenas de pessoas.
Feira náutica
Uma das novidades que Itajaí está trazendo à
regata é uma feira náutica. A Expo Náutica Brasil
será uma vitrine não só de barcos, mas também de
equipamentos, roupas e acessórios ligados ao iatismo.
Durante a feira, será lançado também o Polo Náutico
Catarinense. Uma das intenções do comitê organizador
“A Estrutura que o Porto de Itajaí está edificando
para ser a Race Village recebe investimentos de cerca
de três milhões de reais.” João Luiz Demantova
ronaldo silva jr.
ESPECIAL
O projeto para receber a regata é parte da revitalização da margem do Rio Itajaí-Açu
Simulação 3D da Race Village Itajaí Stopover
36 PERFILNÁUTICO
é justamente deixar um legado que sobreviva após a
passagem da regata por aqui.
“A estrutura que o Porto de Itajaí está edificando
para ser a Race Village recebe investimentos de cerca
de R$ 3 milhões e não será utilizada somente para a
regata. Passará a ser mais uma área de lazer para a
comunidade de Itajaí e, posteriormente, vai abrigar o
Centro Comercial Portuário, como parte do projeto de
revitalização da margem do Rio Itajaí-Açu”, explica
João Demantova.
Itajaí e Santa Catarina como um todo esperam ter
uma excelente oportunidade de desenvolver negócios e
impulsionar o turismo durante a regata. “Os municípios
que sediaram paradas obtiveram significativos
incrementos na economia local e regional”, fala João
Demantova. “Exemplo disso ocorreu em Galway, na
Irlanda, em 2009, onde o impacto econômico positivo
foi de U$ 58,8 milhões”, anima-se o membro do comitê
organizador, que vê muitas semelhanças entre as
realidades de Galway e Itajaí.
Além da área da Race Village, anexa ao
Centreventos Itajaí, na margem direita do rio, a regata
também poderá ser acompanhada de diversos outros
pontos do município, a exemplo dos molhes sul e
norte (em Itajaí e Navegantes, respectivamente),
praias do Atalaia, Cabeçudas e Geremias. O Morro
da Cruz, a 180 metros de altitude e com um mirante
voltado para a foz do rio, deve ser um dos locais mais
disputados da cidade nos dias de regata. j
Marque na agenda
Chegada: prevista para 4 de abril
Regata Pro-Am: 20 de abril
Regata costeira: 21 de abril
Largada para Miami: 22 de abril
PERFILNÁUTICO
37
20. ESPECIAL
Volvo Ocean Race
Costa Verde & Mar
Marcello sokal
Um lugar fascinante, com praias belíssimas e muitos atrativos turísticos
Por Thais Zago
“Em todos os segmentos, fazemos tudo com a alma
e o coração. Assim acolhemos todos os turistas,
independentemente do seu interesse.” As palavras
do governador João Raimundo Colombo confirmam a
hospitalidade do povo catarinense e a diversidade de
atrativos turísticos, motivos de sobra para quem estiver
no evento aproveitar melhor a região.
Para quem está viajando com a família, as praias
indicadas para passar o dia são as que têm águas
tranquilas para banho e estrutura de serviços e
restaurantes, como Cabeçudas em Itajaí ou praia
Central e Laranjeiras em Balneário Camboriú. Quem
gosta de tranquilidade não pode deixar de visitar
as praias de Taquaras e Taquarinhas em Balneário
juan Pablo Carnevalle
Praias para todos os gostos
Marcello sokal
O
cenário escolhido para sediar a etapa da Volvo
Ocean Race no Brasil não poderia ser melhor.
Águas claras, areia branca, rios, montanhas,
muito verde e o jeitinho açoriano facilmente
percebido nas canoas coloridas, na arquitetura
das cidades, na gastronomia e principalmente
no sotaque das pessoas. Itajaí está localizada no coração
de uma região conhecida como Costa Verde & Mar,
centro-norte de Santa Catarina, que também abrange os
municípios de Balneário Camboriú, Balneário Piçarras,
Bombinhas, Camboriú, Ilhota, Itapema, Luís Alves,
Navegantes, Penha e Porto Belo.
São mais de 80 praias, diversos parques naturais
e temáticos, grande concentração de lojas, agitado
circuito de festas, boa infraestrutura náutica e portuária
e requintadas opções de gastronomia e hospedagem.
Lindas praias com diversas opções de lazer. Para quem gosta de agito e de relaxar
joão Scharf
O maior serviço de infraestrutura náutica está concentrado
em Balneário Camboriú e Porto Belo, embora Bombinhas,
Itapema e Piçarras possuam marinas e iates clubes
Porto de Itajaí recebe vários navios cruzeiros de todo o mundo
38 PERFILNÁUTICO
Camboriú, e as praias da Tainha e da Costeira de
Zimbros em Bombinhas.
Em contrapartida, quem procura badalação
pode desfrutar do sol e do mar ouvindo boa música
eletrônica em clubes de praia, como o Parador
Beach Club no Estaleirinho (Balneário Camboriú) e
o Rakenne na Praia Brava de Itajaí. As melhores
opções para a prática de esportes náuticos estão em
Porto Belo e Itapema. Bombinhas possui escolas de
mergulho e operadoras especializadas com barcos e
lanchas equipados e profissionais qualificados.
Para os surfistas, as praias que têm as melhores
condições de surfe são Atalaia e Praia Brava em
Itajaí; Mariscal e Quatro Ilhas em Bombinhas; Praia
Central em Navegantes.
Parques naturais e temáticos
Para os aventureiros, a região apresenta muitos parques
naturais e opções de esporte ao ar livre. Um circuito de
cicloturismo percorre os 11 municípios num total de 270
km, possibilitando pedaladas em áreas urbanas e rurais,
com estradas sinuosas e paisagens à beira-mar. Em
Porto Belo, o Condomínio Aeronáutico oferece amplo
espaço de lazer, escola de pilotos e de paraquedismo. Na
Praia Vermelha (Penha), no Morro do Careca (Balneário
Camboriú) e em Bombinhas é possível praticar voo j
PERFILNÁUTICO
39
21. ESPECIAL
Volvo Ocean Race
Infraestrutura de primeira na Tedesco Marina. Para os baladeiros, a terceira maior casa de música eletrônica do mundo, a Green Valley
livre, salto duplo de parapente e sobrevoar as praias da
região. Camboriú, Luís Alves e Ilhota oferecem parques
aquáticos e pesque-pagues com tobogãs, piscinas,
quadras esportivas, paredões de escalada, tirolesas,
passeios a cavalo, trilhas para prática de motocross e
belas cachoeiras.
Para passeios em família, uma boa pedida são os
parques temáticos. Balneário Camboriú dispõe do
único teleférico do mundo que interliga duas praias,
o Parque Unipraias, um complexo de lazer em que
é possível praticar arvorismo, observar paisagens,
fazer compras e se aventurar no trenó de montanha,
uma descida de 700 metros a 60 km/h. Em Penha
está localizado o Beto Carrero World, o quinto maior
parque temático do mundo, que possui zoológico
com mais de 700 animais, parque de diversões com
brinquedos para todas as idades e shows temáticos.
40 PERFILNÁUTICO
Grande concentração de lojas
Aqueles que gostam de fazer compras encontram na
região um prato cheio! Ilhota concentra o maior número
de lojas de moda praia e moda íntima de Santa Catarina.
As marcas locais apresentam as últimas tendências da
moda com excelente relação custo-benefício, pois o
estado de Santa Catarina abriga um dos maiores polos
têxteis do Brasil. Já o comércio de Balneário Camboriú é o
mais diversificado da região, com mais de 5 mil lojas que
oferecem produtos de grifes nacionais e internacionais,
distribuídas no centro da cidade e nos shopping centers,
funcionando inclusive aos sábados, domingos e feriados.
Agitado circuito de festas
Em Balnerário Camboriú a vida noturna é bastante
agitada. Além de bares e boates para todos os estilos
musicais, é lá onde fica a terceira maior casa de música
O teleférico do Parque Unipraias permite um vista aérea única e liga a praia da Barra à de Laranjeiras em Balneário Camboriú
A Costa Verde & Mar é composta por 80 praias que oferecem
infraestrutura turística, além da hospitalidade catarinense
eletrônica do mundo, a Green Valley. Estaleirinho
e Praia Brava são palcos para festas em Beach Clubs
que começam no fim da tarde e vão até o amanhecer,
quando os baladeiros param para contemplar o nascer
do sol em um dos mais belos cenários da região. Em
Porto Belo, a badalação acontece em casas noturnas e
bares com música ao vivo.
Boa infraestrutura náutica e portuária
Embora Bombinhas, Itapema e Piçarras ofereçam
marinas, as maiores concentrações do serviço estão
em Balneário Camboriú e Porto Belo. Em Balneário, as
marinas estão localizadas na Barra Sul e ao longo do
Rio Camboriú, com destaque para a Tedesco Marina
Garden Plaza — com capacidade de abrigar até 500
embarcações, infraestrutura completa e equipamentos
de alta tecnologia. Além de marinas, Porto Belo possui
também um centro náutico e um iate clube. No setor de
cruzeiros marítimos, Itajaí e Porto Belo investem sem
cessar em infraestrutura e acolhimento, prova disso são
os novos píeres turísticos inaugurados em 2011. Itajaí é
uma das principais escalas das companhias e tem como
diferencial a realização de embarque e desembarque
de passageiros para a costa brasileira e Mercosul. Porto
Belo destaca-se pela capacidade de atracar mais de um
navio transatlântico por dia. j
PERFILNÁUTICO
41
22. Volvo Ocean Race
Tacca neto
ESPECIAL
O hotel Infinity Blue e a bela vista do Bistro La Table
Requintadas opções
de gastronomia e hospedagem
A Costa Verde & Mar possui uma gastronomia variada
que atende a diferentes públicos, tendo como ponto
forte uma infinidade de restaurantes à base de frutos
do mar. Itajaí traz excelentes opções ao longo da Via
Gastronômica, como o sofisticado restaurante de
cozinha internacional Chez Raymond, na praia de
Cabeçudas. Em Bombinhas, Itapema e Porto Belo, o
destaque fica para restaurantes que oferecem petiscos
como o bolinho de bacalhau e a casquinha de siri,
comumente acompanhados de pirão de farinha de
mandioca e frutos do mar.
Balneário Camboriú, além de oferecer a maior
variedade de restaurantes de frutos do mar e petiscos,
fast foods, pizzarias e churrascarias, possui requintados
restaurantes temáticos e de especialidades, como cafés,
bistrôs, enotecas e fusion cuisine. Há também bares
e restaurantes com música ao vivo por toda a orla.
No quesito acomodação, a Costa Verde & Mar oferece
excelentes opções em diferentes formatos, desde resorts
e spas a hotéis, pousadas com boa infraestrutura à
beira-mar em praias badaladas e acomodações menores
em praias mais isoladas ou em refúgios naturais, opções
para famílias com crianças, jovens interessados em
badalação ou casais procurando mais privacidade. S
Serviço
O Aeroporto Internacional Victor Konder, em
Navegantes, é o mais próximo da Costa Verde & Mar,
localizado a 7 km de distância de Itajaí.
Onde ficar:
Infinity Blue Resort & Spa:
www.infinityblue.com.br
Parador Estaleiro Hotel:
www.paradorestaleirohotel.com.br
Onde comer:
La Table: www.bistrolatable.com.br
Chez Raymond: (47) 3348-7032
Atum ao molho de jabuticaba do La Table, único
restaurante de comida contemporânea de Santa Catarina,
segundo o Guia Quatro Rodas 2012
42 PERFILNÁUTICO
INFORMAÇÕES:
Costa Verde & Mar: www.costaverdemar.com.br
Iate Clube Porto Belo: www.iateclubeportobelo.com.br
Santa Catarina Turismo: www.santur.sc.gov.br
Tedesco Marina: www.tedescomarina.com.br
PERFILNÁUTICO
43
23. CAPA Veleiros
Ao sabor
do vento
Velejar é uma opção diferente e
cheia de estilo para curtir o mar.
Descubra o velejador que
há dentro de você!
Gilles MARTIN-RAGET
Por Antonio Alonso Jr.
44 PERFILNÁUTICO
44 PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
45
45
24. P
CAPA Veleiros
aixão. Essa é explicação para
milhares de navegantes deixarem
de lado a praticidade e o conforto
dos motores para navegar só
com a força do vento, como se
fazia há séculos. Esportistas,
aventureiros, celebridades, reis,
milionários e espíritos livres
pelo mundo não deixam dúvida:
veleiros são barcos movidos a
vento e paixão. Nas próximas páginas, a Perfil Náutico
apresenta um pouco desse mundo tão próximo e tão
pouco compreendido. Ao longo de muitos séculos, os
veleiros desempenharam o papel que hoje é de naves
espaciais, aviões, navios e até das lanchas. Esse tempo
passou, ficou a elegância e o charme de um estilo de
vida que seduziu até Albert Einstein.
Quem são eles?
Navegar sem poluir, sem limite de autonomia, sem
barulho ou cheiro de combustível queimando. Além
de um esporte, é um estilo de vida. Ou melhor, vários.
Sim, a vela também tem suas várias tribos. As duas
mais fáceis de reconhecer são a dos cruzeiristas e a dos
regatistas. Enquanto uns sonham em morar no barco
e dar a volta ao mundo, os outros querem “apenas”
ganhar a America’s Cup.
A Meca dos cruzeiristas no Brasil é Angra dos Reis,
mais especificamente a Marina Brachuy. É uma das
poucas marinas no Brasil onde os veleiros ainda são
Semana de Vela de Ilhabela é o ponto de encontro dos regatistas. Reúne 150 veleiros a cada edição
mais numerosos que as lanchas. Muitos deles moram
ou planejam morar em seus barcos. Viajar está sempre
nos planos, mesmo que seja apenas no circuito AngraParaty. Quando saem de Angra, vão para longe:
Fernando de Noronha, Caribe ou as milhares de ilhas
tropicais de águas azul-turquesa do Pacífico.
Já os regatistas se espalham por iate clubes de
todo o país onde exista um calendário regular de
competições. Mas no inverno todos se encontram
na Semana de Vela de Ilhabela, no Yacht Clube de
Ilhabela, litoral paulista. Os mais jovens costumam
correr regatas de monotipos, barcos esportivos e que
Barco-escola Mistralis. Expedições pelo Brasil ensinando qualidade de vida
46 PERFILNÁUTICO
exigem excelente forma física. Os mais experientes
disputam regatas de oceano, em barcos maiores e com
tripulação, no qual o trabalho em equipe vale mais que
o esforço físico.
Porém, as fronteiras não são rígidas e as duas tribos
se encontram em vários eventos. Os cruzeiristas
adoram usar a Regata Recife-Noronha como uma boa
desculpa para visitar Fernando de Noronha. “Mesmo
que muitos fiquem com preguiça no caminho e liguem
os motores, abandonando a competição para chegar
logo e aproveitar a ilha”, conta Ricardo Amatucci,
cruzeirista apaixonado. j
Paixão é a explicação para que navegantes
troquem a praticidade e o conforto dos
motores pela força dos ventos
PERFILNÁUTICO
47
25. A velejadora
CAPA Veleiros
A
os 10 anos, a paulista Mariana Peccicacco
resolveu sair com o pai para ver como era
velejar e não parou mais. Hoje, com 28, ela
já velejou de Oceano, Optimist, 420, Snipe,
Match Race e virou até professora de vela. As mulheres
ainda são minoria na vela brasileira, por isso não
faltam convites para ela participar de regatas. “Não
dá para apontar uma coisa que me atrai na vela. É um
conjunto. É o trabalho em equipe, que você leva para
a vida toda, é o clima de amizade e as comemorações
nos campeonatos e é também o contato com a
natureza, só você, o barco e o vento.” Mariana acha
que todo mundo deveria experimentar a vela pelo
menos uma vez na vida e que todos podem aprender,
até quem tem medo de água. “Eu não consigo imaginar
outro esporte em que eu consiga competir ao lado
do meu pai, que é um gordinho simpático, mas nada
atlético”, brinca. j
O que atrai Mariana é um conjunto que só a vela
pode proporcionar: o trabalho em equipe, o
clima de amizade e o contato com a natureza
Alex Juk veleja na classe Snipe há 12 anos e acaba de se tornar campeão brasileiro da categoria
O regatista
O
engenheiro paranaense Alex Juk, de 29 anos,
aprendeu a velejar aos 11, no barco do pai. Aos 17
ele conheceu a classe Snipe, um dos monotipos
mais populares do Brasil. Já se passaram 12
anos e ele continua na ativa. Acaba de se sagrar campeão
brasileiro máster de Snipe. Alex não abandonou a vela de
oceano, mas confessa que sua paixão são os monotipos.
Como muitos velejadores, ele gosta de lanchas, mas acha
que não dá para comparar. “A lancha é mais um meio de
transporte, enquanto no veleiro eu curto o caminho.” Já
na regata é diferente. “Uso cada velejada para aprimorar
minha técnica em todos os tipos de vento. Nunca vou ser
tão rápido quanto uma lancha, mas meu objetivo é ser
mais rápido do que os adversários.”
“A lancha é mais um meio de
transporte, enquanto no veleiro
eu curto o caminho.” Alex juk
48 PERFILNÁUTICO
Mariana foi apresentada à vela pelo pai e hoje, além de competir, também dá aulas
PERFILNÁUTICO
49
26. CAPA Veleiros
O Professor
A
os 66 anos, o campineiro Fábio Reis é uma
referência para lancheiros e velejadores do
Brasil. Físico de profissão, já foi diretor do
Instituto de Física da Unicamp e hoje é autor
de livros e cursos de navegação. Foi quando comprou
um pequeno veleiro, de 23 pés, aos 32 anos, que ele
se encantou. Logo dominou a complicada navegação
pelas estrelas. Numa época em que não havia GPS, ele
saía sozinho para mergulhar ou fazer caça submarina
e, se fosse preciso, sabia refazer o caminho baseado
nas estrelas ou no sol. Não demorou para aparecerem
amigos querendo aprender o básico para fazer o curso de
arrais ou até a navegação astronômica, para dar a volta
ao mundo. “Eu gosto de velejar, mas com expectativa
de chegar a algum lugar. Hoje estou em Angra. Se me
chamarem para ir agora para Florianópolis, eu topo.
Agora, sair e ficar dando voltinhas por aí, não é comigo.”
Ultimamente ele anda fã dos catamarãs, pelo conforto
que eles oferecem mesmo com o mar batido.
Na época de Fábio Reis
não existia GPS. Com
o auxílio do Sol e das
estrelas, o físico saía
para mergulhar e caçar
Cruzeiros pelo Brasil ao lado da esposa e da filha renderam dois livros e um DVD
O Cruzeirista
O
paulista Ricardo Amatucci, 48 anos, começou a
velejar procurando um esporte, mas encontrou
muito mais do que isso e virou um cruzeirista
tão inveterado que chegou a presidir e faz parte
da Associação Brasileira de Velejadores de Cruzeiro, a
ABVC. “Um dia eu estava assistindo à TV com minha
mulher e comentei como nós éramos ativos e estávamos
nos tornando sedentários.” A sugestão de experimentar
partiu da mulher, Diana, que comentou que o avô tinha
O físico, que já escreveu livros e cursos de navegação, prefere hoje o conforto dos catamarãs
50 PERFILNÁUTICO
velejado na Guarapiranga até os 85 anos e só parou
depois que uma tempestade afundou seu veleiro. “Hoje
já temos no currículo uma viagem até Santa Catarina e
outra a Salvador em nosso 30 pés. Viajamos apenas nós
três: ela, eu e nossa filha.” Toda essa aventura virou
literatura. Nos livros “Uma Família pela Costa Sul” e
“Uma Família pela Costa Leste” (também em DVD),
Ricardo e Diana contam em detalhes como foi essa
mudança em suas vidas. j
Amatucci começou na vela para sair do
sedentarismo, e se apaixonou pelo esporte. Foi
presidente e hoje é membro atuante da ABVC
PERFILNÁUTICO
51
27. CAPA Veleiros
O que é o quê em um veleiro
O comprimento
do casco na
linha d’água está
diretamente
relacionado com a
velocidade máxima
do veleiro. Quanto
maior, mais veloz.
Cascos mais
largos permitem
um interior mais
confortável e
maior estabilidade,
os cascos mais
estreitos são mais
velozes e instáveis.
W Mastro
A altura do mastro
vai definir a área
vélica que o veleiro
pode suportar.
Mastros muito
altos precisam
também de quilhas
muito profundas
e pesadas para
contrabalancear a
força lateral que o
vento faz no barco.
E Estais
Eles “prendem” o
mastro ao barco.
Servem para
equilibrar as forças
exercidas pelas
velas. Se um deles
quebra, o mastro
pode vir abaixo logo
em seguida.
R Quilha
T Vela mestra
ou grande
Reponsável pela
maior parte da
propulsão.
Y Vela de proa
Um barco
normalmente tem
uma série de opções
para usar como vela
de proa, cada uma
indicada para ventos
de força e ângulos
diferentes. Enquanto
a vela mestra só é
trocada em caso
de avaria, a vela
de proa pode ser
trocada várias vezes
em uma regata,
dependendo das
mudanças do vento.
U Leme
Deve ser forte
o suficiente para
suportar uma grande
pressão da água.
O Escotas
Cada vela tem
suas escotas, que
são cabos usados
para posicionar as
velas de acordo
com o desejo dos
velejadores.
P Adriças
São os cabos usados
para içar e baixar as
velas. Normalmente
correm por dentro
ou junto ao mastro e
não ficam aparentes
no barco.
{ Burro
É ele que mantém
a retranca na
horizontal e evita
que sua ponta seja
levantada pela
pressão na vela
mestra.
W
T
Como o veleiro navega?
Y
E
A favor do vento
A situação mais fácil de entender é quando o vento
simplesmente empurra a vela e, por consequência, o
veleiro. Esse evento é o famoso “vento de popa” que,
apesar da expressão popular, não é a melhor condição
para o velejador.
I
O
Os veleiros podem
ter uma bolina
(móvel) ou quilha
fixa. Pense nela
como um “trilho”.
Ela não deixa o barco
derivar lateralmente,
como uma canoa
faria, e nem tombar
quando o vento
atinge as velas
lateralmente.
P
{
Q
R
U
52 PERFILNÁUTICO
E
I Retranca
Está ligada
horizontalmente
ao mastro e à parte
inferior da vela,
chamada esteira.
É essencial no
controle da vela
mestra.
Ao contrário do que muita gente pensa, velejar recreativamente não é difícil. Além das centenas de iate clubes espelhados pelo Brasil, há várias escolas especializadas em cursos de vela em represas, lagos e rios. Um
curso básico padrão tem cerca de cinco aulas, entre teoria e prática, que já permitem fazer um barco simples
velejar. O Rio Yacht Club, em Niterói, e o Yacht Club
Santo Amaro (YCSA), em São Paulo, são dois dos mais
vitoriosos clubes de vela do mundo todo. Em lugares
como esses, encontram-se velejadores de vários níveis
e entusiastas do esporte dispostos a trocar ideias sobre
materiais, técnicas, manutenção e de regatas e passeios que você não pode perder na sua região. Alguns
segredos, no entanto, você só vai aprender depois de
muita tentativa e observação. Portanto, não há melhor
escola de vela do que velejar.
“Um dos segredos de uma velejada gostosa é a boa
companhia. Se você está se divertindo entre amigos,
até o tempo melhora.” A dica de Fábio Reis é baseada
nas “roubadas” em que já entrou em viagens longas.
“E o pior é que não dá para pular do barco e sair fora”,
brinca. “A saída é velejar o melhor possível para chegar logo no destino.”
João Amadeu Vieira
Q Casco
Quem pode?
Contra o vento
Embora alguns veleiros modernos consigam velejar em
ângulos muito pequenos contra o vento, é impossível
navegar diretamente contra o vento, mas é possível
velejar nessa direção fazendo um zigue-zague com o
vento atingindo as velas lateralmente ou “de través”.
Por mais surpreendente que pareça, nessa situação
alguns veleiros conseguem velejar mais rápido do que
o vento. A quilha desempenha um papel fundamental
nessa situação. Simplificando muito, podemos dizer
que, sem ela, o vento lateral arrastaria o barco. Como
ela impede esse arrasto lateral, a força do vento nas
velas mais a força de resistência da quilha criam uma
força resultante, que impulsiona o veleiro para a frente.
Orça máxima é o ângulo mínimo que o veleiro
consegue navegar contra o vento.
A ARTE DE VELEJAR
Por mais diferentes que sejam entre si, todos os veleiros
são máquinas de transformar a força do vento em movimento. Para conseguir isso, eles podem ser extremamente simples, com apenas uma vela e um cabo para
controlá-la, ou muito complexos, quando são necessários dezenas de tripulantes para fazê-los velejar.
Na primeira vez que se vai a bordo de um veleiro,
tem-se impressão de estar entre um amontoado de
cordas, rodinhas e ferragens de vários tipos. É perfeitamente possível velejar um barco sem saber exatamente como ele se movimenta e quais forças atuam
sobre ele. Mas saber como ele funciona vai permitir
que se tire o melhor desempenho do veleiro.
Existem coleções inteiras de livros sobre a arte de
velejar. Agora, se você quer mesmo aprender, vai ter
de trocar os livros por velas, por cabos e pelo timão. j
Dica de Leitura
Para sonhar:
Sozinho ao Redor do Mundo, por Joshua Slocum
O Longo Caminho, por Bernard Moitessier
Aventuras no Mar — Andanças e Peripécias de um Velejador
Boa-Praça, por Hélio Setti Jr.
Para aprender:
Código da Vela, por Fábio Reis (www.escolanautica.com.br)
Regulagem de Velas - Manual Ilustrado, por Ivar Dedekan
Guia Prático de Manobra, por Erick Tabarly
PERFILNÁUTICO
53
28. CAPA Veleiros
Seis veleiros
de 30 a 55 pés
Fizemos uma seleção de modernos
veleiros que não deixam de lado
o estilo clássico de velejar
Por Angelo sfair
54 PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
55
29. CAPA Veleiros BENETEAU
Sense 55
C
om o Sense 55, lançado no Salão Náutico de
Paris de 2011, o estaleiro francês Beneteau
superou e deu origem a uma pequena
revolução no mundo dos veleiros. O
modelo alcançou um luxo antes exclusivo
dos superiates, oferecendo uma série de
atributos que também estão presentes nos luxuosos
iates construídos pela Construction Navale Bourdeaux
— subsidiária do grupo Beneteau.
O conceito do Sense 55 resume-se em combinar
a privacidade e o prazer de convivência. Os espaços
interiores são independentes, mas todos sutilmente
ligados. A suíte máster é grande e aberta, com um
banheiro confortável, gabinete e vários armários. As
outras duas cabines mantêm o nível de conforto e
também apresentam chuveiros privados. O acabamento
das áreas internas em madeira lacada com iluminação
indireta dá um charme especial ao interior deste veleiro.
As opções de personalização são grandes, desde a cor do
casco aos estofamentos da mobília.
O Sense 55 também é um barco que navega de
forma eficiente e confortável. O casco tem uma rigidez
excelente e uma vela equilibrada, o que garante
O modelo alcançou um
luxo antes exclusivos
dos superiates. O
conceito combina
privacidade e o prazer
da convivência a bordo
velocidades surpreendentes. O cockpit pode ser fechado
para garantir mais segurança e tem um grande painel
de instrumentos no posto de comando. Os assentos do
timoneiro podem ser levantados para liberar o acesso
ao banheiro. Já os assentos da cabine de estibordo têm
forma de “U” e proporcionam uma grande vista.
O barco é equipado com um motor a diesel de 120
HP de potência. Também está incluso o sistema Dock
& Go — que, além de trazer confiança e poder de
manuseio, proporciona um conforto extra ao reduzir
vibrações e deixar a viagem mais silenciosa.j
O casco rígido e a vela equilibrada fazem o Sense 55 alcançar grandes velocidades
Especificações técnicas
Boca: 4,97 m
Comprimento total: 17,20 m
Linha d’água:
15,93 m
Calado:
1,84 m – 2,35 m
Área vélica:
152,5 m²
O acabamento interno em madeira lacada realça o luxo e a beleza. A suíte principal é espaçosa e confortável
56 PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
57
30. CAPA Veleiros JEANNEAU
Sun Odyssey 509
F
abricando com o que há de mais novo
em tecnologia de arquitetura naval,
aliado ao desgin assinado pelo renomado
projetista Philippe Briand, o Sun
Odyssey 509 é a materialização do ideal
Jeanneau. O veleiro é o carro-chefe da
linha Sun Odyssey — que engloba os modelos 409 e
439 — e combina conforto, design e navegabilidade.
Equipado com mastro de enrolar e um plano vélico
de alta performance, o barco permite a utilização
de uma grande variedade de velas, entre elas buja
autocambante, genoa, code zero e outras.
O layout pode ser escolhido entre cinco versões. As
opções incluem modelos com três, quatro ou cinco
cabines. Além do layout, ainda há outras opções de
personalização como o plano vélico, a quilha e os
tecidos utilizados na decoração.
O interior é luxuoso e tem um excelente
acabamento de marcenaria. A iluminação interna
é boa graças ao generoso tamanho das janelas, e a
iluminação artificial é toda feita com LED. Há vários
armários, o que é essencial para quem pretende fazer
cruzeiros com familiares e amigos.
O modelo 509 é o carrochefe da linha Sun
Odyssey. Um dos atrativos
é a personalização: cinco
opções de layout e grande
variedade de velas
O trabalho do designer Philippe Briand é o destaque
do Sun Odyssey 509. O casco, moderno e equilibrado,
combina uma linha d’água longa com um “chine”
acentuado para melhor velocidade e conforto no
mar. O convés é clean, seguro e ergonômico, com
gaiutas e cabos embutidos. Há dois lemes e o cockpit
é confortável, com uma grande mesa e espaço para
iluminação, frigobar e para o 360 Docking – sistema
operacional da Jeanneau que auxilia na hora de atracar
o veleiro. j
O design assinado por Philippe Briand combina desempenho e conforto a bordo
Especificações técnicas
Boca: 4,79 m
Comprimento total: 15,38 m
Linha d’água:
13,92 m
Calado:
1,73 m – 2,28 m
Deslocamento:
13.900 kg
Área vélica:
134 m²
O Sun Odyssey possui boa área de convivência no cockpit com mesa e espaço para frigobar. A cabine é iluminada por janelas amplas
58 PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
59
31. CAPA Veleiros DELphia yachts
Delphia 47
E
leito o “Barco Croata de 2009” e
indicado para o prêmio “Iate Europeu
de 2009/2010”, o Delphia 47 é um
veleiro que garante alto desempenho
e segurança em alto-mar. É um barco
confortável, atraente, bem construído e
está disponível em duas versões: a Owner, com três
cabines másteres e chuveiro individual; e a Charter,
com cinco cabines duplas, quatro delas acompanham
chuveiros.
O veleiro Delphia 47 tem um interior elegante e
moderno. A marcenaria é trabalhada com capricho, as
portas são de madeira maciça e o acabamento é feito
de mogno envernizado, contrastando com os tons
claros. A combinação destes aspectos com a luz natural
que provém das amplas portas cria um ambiente
aconchegante, luminoso e arejado. A cozinha em
formato de “L” é equipada com bancadas de Corian,
um fogão de quatro bocas e as pias são de aço inox. O
salão é espaçoso, acolhedor e contém uma mesa de
cartas de bom tamanho com assentos confortáveis,
e tem a vantagem de não oferecer dificuldades para
entrar ou sair quando o tempo está chuvoso.
O Delphia 47 é reconhecido
internacionalmente. Foi
escolhido o “Barco Croata
de 2009” e indicado para o
“Iate Europeu 2009/10”
O cockpit do Delphia 47 é muito espaçoso e contém
dois lemes. Ao contrário de alguns veleiros de leme
duplo, a navegação é bem suave e mal se pode sentir
o atrito extra da segunda estação. O veleiro pode ser
facilmente navegado por uma só pessoa graças ao
enrolador de velas que permite ao tripulante diminuir
a área vélica rapidamente quando o vento aumentar.
O deque também tem uma grande área onde é possível
permanecer várias pessoas ao mesmo tempo para
tomar sol ou dar um mergulho. O Delphia 47 é um
barco motorizado e vem equipado com um Volvo
Penta de 57 cavalos. j
O veleiro é de encher os olhos. Além de atraente, o barco tem construção sólida e esbanja conforto
Especificações técnicas
Boca: 4,48 m
Comprimento total: 14,48 m
Linha d’água:
14,07 m
Calado:
1,80 m – 2,30 m
Deslocamento:
13.300 kg
Área vélica:
94 m²
O 47 da Delphia Yachts está disponível em duas versões Owner e Charter, variando de três a cinco cabines
60 PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
61
32. CAPA Veleiros delta yachts
Delta 41
O
Delta 41 é um veleiro da Delta Yachts
no qual podemos observar algumas das
características marcantes do estaleiro
gaúcho. Com design assinado por Nestor
Volker, são perceptíveis o esmero e a
sofisticação tanto no acabamento interno
como na mastreação e na escolha das ferragens.
O espaço interno é confortável, disponível em duas
ou três cabines, e nas duas versões há dois banheiros
com box separado. A iluminação interna é eficaz e
moderna, a maioria das luminárias é de LED. Todo
o interior é construído em cedro com compensados
multilaminados e acabamentos em verniz semibrilho.
Já as ferragens, dobradiças, trincos e pias são todos de
aço inoxidável.
O espaço do convés também é muito bem
aproveitado. O cockpit é espaçoso e confortável, com
quase quatro metros de boca, onde se encontram dois
lemes construídos em fibra de vidro e poliéster.
o 41 traz o dna
marcante da delta
yachts. sofisticação
no interior e no
exterior
O Delta 41 é motorizado com um Yanmar 4JH
com rabeta modelo SD-50 de 54 HP. O sistema é
controlado por um comando lateral no cockpit e
conta com alternador de 80 AH, isolamento térmico e
acústico, hélice fixo de bronze com três pás, sistema
de alimentação e anti-incêndio. j
O Delta 41 foi desenhado por Nestor Volker e sua boca tem quase quatro metros. O veleiro é equipado com motor Yanmar de 54 HP
Especificações técnicas
Boca: 3,95 m
Comprimento total: 12,60 m
Linha d’água:
11,00 m
Calado:
1,55 m – 1,95 m
Deslocamento:
7.780 kg
Área vélica:
78,38 m²
Convés amplo e cockpit com dois lemes. O interior destaca-se pela iluminação toda em LED
62 PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
63
33. CAPA Veleiros bavaria yachts
Cruiser 36
R
esultado da aliança entre germânicos
e norte-americanos, o Cruiser 36, da
Bavaria Yachts, é um veleiro que navega
muito bem. Construído para atender a
todos os quesitos do Germanischer Lloyd
Certification, é um barco robusto e com a
borda muito alta, o que aumenta o seu volume interno
e externo, além de passar a impressão de que ele é
maior do que um 36 pés. O veleiro ainda apresenta
uma extensa lista de itens opcionais, como sistema
de enrolar a vela principal, água quente, guinchos
elétricos e outros recursos.
A boa navegabilidade não é surpresa, tendo em
vista que o projeto foi arquitetado pela Farr Yachts
Design. Internamente, o veleiro tem opções de layout
com duas ou três cabines. O Cruiser 36 é espaçoso,
tem um bom pé-direito e um salão com espaço
muito bem aproveitado. A cozinha é bem localizada,
repleta de gavetas e armários e está equipada com
uma geladeira tipo “arca”, com grande capacidade de
armazenamento.
O aproveitamento dos espaços é uma das
características marcantes desse barco. A mesa de
O veleiro da Bavaria
Yachts destaca-se
pelas linhas robustas e
sólidas. É o barco mais
pesado da categoria
jantar tem uma “asa” dobrável, permitindo que
ela seja confortável quando está aberta e, quando
fechada, otimiza a circulação interna. Os sofás são
grandes o suficiente para permitir que um adulto
durma tranquilamente. O mais destacável, porém,
é a plataforma de popa — grande vantagem da linha
Cruiser — que aumenta consideravelmente o espaço
de circulação na área externa. Outro diferencial é o
peso do veleiro, que é muito superior aos modelos
de tamanho similar e comprova a qualidade da
construção desse barco. j
O veleiro tem as bordas muito altas, aumentando o seu volume interno e externo. A impressão é de que o veleiro tem mais de 36 pés
Especificações técnicas
Boca: 3,67 m
Comprimento total: 11,30 m
Linha d’água:
9,90 m
Calado:
1,63 m – 1,95 m
Deslocamento:
7.000 kg
Área vélica:
69 m²
Cruiser 36 foi projetado pela Farr Yachts. A navegabilidade é excelente e o espaço interno é espaçoso, com pé-direito alto
64 PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
65
34. CAPA Veleiros skipper
Skipper 30
F
abricado no Rio Grande do Sul, assim
como seus antecessores 21 e 25, o veleiro
Skipper 30 é resultado de um projeto
construtivo de última geração, com
linhas elegantes e qualidade impecável.
O barco é extremamente seguro e está
disponível em três versões de quilha para diferentes
tipos de velejadas: longa (1,80 m), curta (1,55 m) e
retrátil (1,00 m – 1,80 m).
O grande diferencial do Skipper 30 é o fato de se
ajustar perfeitamente para cruzeiros e regatas. Para as
velejadas em família, o veleiro oferece todo o conforto
necessário para um cruzeiro agradável. Há duas
grandes cabines de casal — uma de proa e uma de popa
—, e acomoda até mais duas pessoas na sala central
para pernoite. Possui banheiro com um confortável
pé-direito, água pressurizada em todo o sistema
hidráulico, possibilidade de instalar água quente,
cozinha completa (com fogão, forno e geladeira),
vários armários e roupeiros.
Nas regatas, o Skipper 30 destaca-se em todos
os eventos de que participa. Segundo o estaleiro, o
O Skipper 30 oferece
todo o conforto
necessário para um
cruzeiro e é muito
veloz, por esse motivo
também procurado por
regatistas
veleiro é o barco de cruzeiro mais veloz do mercado, o
que permite que em um dia ele possa estar velejando
de cruzeiro com a família e no outro estar participando
de competições. O barco pode perfeitamente ser
conduzido por até uma pessoa, já que seus comandos
são de fácil acesso. Outro diferencial do Skipper 30
é adernar menos contra os ventos, fato que também
agrada às mulheres e às crianças. S
O barco está disponível em três versões de quilha, uma para cada tipo de velejada: longa, curta e retrátil
Especificações técnicas
Boca: 3,20 m
Comprimento total: 9,15 m
Linha d’água:
8,00 m
Calado:
1,00 m – 1,80 m
Deslocamento:
3.100 kg
Área vélica:
47,42 m
Apesar do tamanho, o veleiro é espaçoso, possui duas cabines confortáveis e ainda pode acomodar pessoas na sala central
66 PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
67
35. PERFIL
Intermarine 65
www.intermarine.com.br
Um barco
` altura dos
A
seus sonhos
Com quatro cabines, muito conforto e excelente
performance, a nova Intermarine 65 enche os olhos
dos apaixonados por barcos Por Amanda Kasecker
68 PERFILNÁUTICO
L
A 65 pés da Intermarine oferece duas luxuosas suítes e dois quartos de solteiro. Comporta 23 pessoas em passeio
ançada em outubro de 2011, a nova
Intermarine 65 é uma embarcação
capaz de encher os olhos de qualquer
apaixonado por barcos. Segundo o
estaleiro, trata-se da única embarcação
da categoria no mundo a oferecer quatro
cabines, sem beliches.
Com capacidade de levar 23 pessoas em passeio, a
65 é um barco ideal para quem gosta de receber amigos
e família a bordo, mas também valoriza a privacidade.
Ela acomoda 15 pessoas no flybridge e 16 pessoas no
salão. Para o pernoite, comporta oito pessoas em duas
luxuosas suítes e dois camarotes, além de cabine para
dois tripulantes. O design do exterior e do interior fica
por conta do estúdio Luiz de Basto Designs, profissional
com mais de 30 anos de experiência no design de iates
de luxo. Outro destaque da Intermarine 65 é a opção
de decorar o interior com os luxuosos enxovais da
grife italiana Missoni Home, que, em parceria com a
Intermarine e com ambientação dos espaços de Karol
de Paula, oferece seus produtos como um opcional para
quem deseja ainda mais glamour a bordo.
E não para por aí. Além de muito espaço, design
original e interior sofisticado, a Intermarine 65
também é conhecida pela excelente performance, que
pode chegar a 34 nós de velocidade máxima e a 30
PERFILNÁUTICO
69
36. PERFIL
Intermarine 65
nós de velocidade de cruzeiro. A nova linha de iates
Intermarine, que vão de 42 a 85 pés, mostra a excelência
do estaleiro na fabricação de embarcações de luxo
nacionais. Além do estúdio Luiz de Basto Designs, foram
fechadas parcerias com a BMW Group DesignworksUSA
e com Fernando de Almeida Yacht Design. “Esta nova
realidade nos deu liberdade de trazer o futuro para
o presente”, diz Suzana Costa, CEO da Intermarine.
“A linha inteiramente nova tem como referência o
cliente e seu lazer; e especialmente o modo pelo qual os
brasileiros usam seus barcos e o que esperam deles.”
A Intermarine com seus iates de luxo seduz um
público-alvo requintado, que viaja, consome os
melhores produtos e ama o mar. Ao que tudo indica,
após conhecer a 65, eles também passarão a amar esta
embarcação, que promete estar à altura dos sonhos de
qualquer um.
Entre e sinta-se em casa
A Intermarine 65 possui tantos diferenciais de
design que fica difícil descrever todos. No quesito
sofisticação, dois nomes ganham destaque. O estúdio
Luiz de Basto Designs, que projetou o exterior e o
interior do novo modelo e a grife italiana Missoni, que
em parceria com a Intermarine colocou na embarcação
seus requintados itens de decoração.
O design do renomado Luiz de Basto explora
grandes áreas envidraçadas que trazem muita luz
natural ao interior do barco. O designer ainda mescla
a suavidade das linhas orgânicas das amplas janelas a
detalhes que expressam toda a força da embarcação,
As cabines de solteiro possuem duas camas confortáveis
O banheiro da máster se destaca pelo tamanho e privacidade.
Na cabine de comando conforto e tecnologia, equipada com
GPS, carta náutica 3D, display multifunção de 9”, entre outros
como as esportivas entradas de ar em aço inox e a
targa do flybridge. A decoração de Karol de Paula com
produtos Missoni dá o um toque colorido a roupas de
cama, almofadas, toalhas de mesa, jogos de banho e
louças. Tudo ao alcance do cliente, que pode escolher
quais desses detalhes quer adquirir junto com a sua 65.
“Escolhemos as empresas que atenderam aos
nossos padrões de modernidade, requinte, conforto
e qualidade; são designers com trabalhos diferentes e
premiados”, explica Suzana em relação à escolha dos
parceiros da nova linha Intermarine.
Internamente, o conforto fica por conta das quatro
cabines da embarcação. Segundo o estaleiro, trata-se
da única embarcação da categoria no mundo a oferecer
quatro cabines, sem beliches. São duas suítes – uma
máster e uma vip – e dois camarotes de hóspedes, que
totalizam oito lugares para pernoite. j
“Escolhemos empresas que atenderam nossos padrões
de modernidade, requinte, conforto e qualidade, são
designers com trabalhos diferentes e premiados.”
70 PERFILNÁUTICO
O design de Luiz de Basto explora amplas janelas e portas envidraçadas para trazer mais luz natural aos ambientes internos
PERFILNÁUTICO
71
37. Intermarine 65
Especificações técnicas
Boca: 5,20 m
PERFIL
Comprimento total (com PÚLPITO): 21,1 m
Calado máximo: 1,60 m
Altura acima da linha d´água: 4,99 m
Deslocamento carregado: 38 t
Velocidade máxima: 34 nós
Velocidade de cruzeiro: 30 nós
Tanque de combustível: 3.740 L
Tanque de água: 1.000 L
Motorização: 2 x 1.200 HP
Capacidade máxima de passageiros: 23
Cabines: 4 + 1 Leitos: 8 + 2
O colorido dos produtos Missoni dão um toque especial às áreas externas da Intermarine 65: são dois solários e um grande flybridge
Plataforma
submergível favorece
o banho de mar
A suíte máster
ocupa toda a largura da
embarcação, tem cama
queen size, grandes janelas
e um banheiro especial,
com vaso sanitário em
uma área isolada e boxe
separado e fechado. A suíte
vip fica na proa, possui
cama de casal, amplas
janelas com vista para o
mar e banheiro com box
fechado. Os dois camarotes
possuem duas camas de
solteiro cada. Para os
marinheiros, a cabine tem acesso pela popa, acomoda
dois tripulantes e possui banheiro privativo.
O salão da nova 65 divide-se em sala de estar, sala
de jantar, cozinha (com vista para o mar) e posto de
comando. As amplas janelas tornam o ambiente iluminado
e proporcionam perfeita integração com o oceano.
A 65 conta com um grande flybridge, dois solários,
um confortável sofá e mesa para refeições. Outro
solário para três pessoas pode ser desfrutado na proa.
Na plataforma da popa, uma prática churrasqueira
mostra como a embarcação foi pensada para o uso do
brasileiro. E, para que não falte lugar para ninguém, a
praça de popa também conta com um confortável sofá,
mesa para refeições, cooler e diversos compartimentos
para armazenagem.
A churrasqueira na praça de popa dá um toque
bem brasileiro à embarcação
72 PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
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38. PERFIL
Intermarine 65
A 65 é a terceira maior embarcação da nova linha Intermarine, lançada no ano passado e composta por seis modelos de 42 a 85 pés
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Praia particular a bordo
Além de ter amplo espaço interno e conforto acima do
comum, a Intermarine reservou para os amantes de
barco alguns diferenciais de performance e tecnologia.
A 65 vem equipada com dois motores de 1.200 HP
cada, que levam a embarcação a 34 nós de velocidade
máxima e a 30 nós de velocidade de cruzeiro.
O comprimento também chama a atenção. Com 21,1
metros, atualmente a 65 é a terceira maior embarcação
da Intermarine. Ela ainda tem altura acima da linha
d’água de 4,99 metros.
Além disso, a 65 tem praticamente uma praia
particular a bordo. Sua plataforma de popa, que
possui dois metros de comprimento, é equipada com
passarela de desembarque, lift hidráulico, que a leva
abaixo do nível da água deixando acessível para os
tripulantes se refrescarem ou para que o bote ou o jet
ski sejam içados com facilidade.
São dois motores de
1.200 HP cada que fazem
o barco chegar a 34 nós
de velocidade máxima
74 PERFILNÁUTICO
Nova fase, nova linha
CM
Foi em 2011 que o estaleiro Intermarine lançou os
primeiros barcos de sua linha completamente nova
de lanchas e iates. Nesta nova fase, a Intermarine tem
como parceiros renomados estúdios internacionais
de design que projetam as novas embarcações sob
suas especificações. A 65 faz parte desta leva, que
ainda conta com outros seis modelos: Intermarine
42, Intermarine 53, Intermarine 55, Intermarine 60,
Intermarine 75 e Intermarine 85.
Essas embarcações são fabricadas nas instalações
da Intermarine, que ocupam 50 mil m² na região
metropolitana de São Paulo. Quem quiser adquirir a
65 tem duas opções: os representantes Interyachts e
SP Marine, que mantêm escritórios em 17 locais das
regiões Sul, Sudeste e Nordeste. A assistência técnica
está disponível em todo o país.
De acordo com a CEO da Intermarine,
a nova linha tem sido bem aceita. “É um tempo
de desafios e oportunidades, e nós estamos superando
com competência e inovação”, afirma Suzana Costa.
“A aceitação do mercado está sendo total
com nossa nova linha.” S
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CMY
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Serviço
Intermarine: www.intermarine.com.br; Interyachts:
www.interyachts.com.br; SP Marine: www.spmarine.com.br
PERFILNÁUTICO
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39. PERFIL
Flyer Grand Turismo 49
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A francesa
com alma
italiana
O estaleiro francês Beneteau apresenta a Flyer
Grand Turismo 49, inspirada na paixão italiana
por carros de luxo Por Amanda Kasecker · Fotos Jérôme ké Lagopian
O
centenário estaleiro francês Beneteau a cada lançamento mostra que
vanguarda é um dos seus grandes diferenciais há 120 anos. Prova disso
é a Flyer Grand Turismo 49, inspirada no mundo italiano de carros
de luxo e alta performance, que surpreende em todos os sentidos.
Desenhada pelo renomado designer italiano P. Andreani, mentor
de marcas como Maserati e motos Guzzi, o novo modelo da linha de
lanchas day cruisers da Beneteau vem substituir sua precedente, a
Monte Carlo 47, e promete ser uma das lanchas de melhor desempenho em navegação,
conforto e elegância. Com motorização Volvo IPS 600, radar digital, piloto automático
e VHF AIS, a Grand Turismo 49 conta ainda com móveis de acabamento italiano
exclusivo, cabines espaçosas, plataforma hidráulica submergível e até uma garagem
para botes motorizados.
Esta requintada embarcação foi lançada no Brasil no final de 2011, logo após sua
apresentação mundial na feira de Cannes, na França, no mesmo ano. O diretorcomercial da Beneteau, Márcio Evangelista, conta que a produção do estaleiro está
ajustada para atender com rapidez os pedidos dos apaixonados por essa novidade, que, a
julgar pela apresentação desta luxuosa lancha, deverão ser muitos. j
76 PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
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40. PERFIL
Flyer Grand Turismo 49
Novo padrão: luxo, conforto e
praticidade
A nova Flyer Grand Turismo 49 estabelece um novo
padrão de luxo, conforto e praticidade. Através de seus
designers, o estaleiro lança anualmente cores de tecidos
e madeiras com tendências mundiais. E assim foi com a
novidade da Beneteau. Em parceria com uma empresa
Todo o interior possui
janelas panorâmicas
com vista ao nível
do mar
italiana, o estaleiro desenvolveu um acabamento
de móveis exclusivo, chamado de sistema Alpi, que
padroniza os cortes e as cores das madeiras. Os tecidos
utilizados na lancha também são importados e únicos.
“O couro Alcântara é proveniente de uma tecnologia
alemã e é utilizado somente em requintados ambientes
das embarcações”, conta Evangelista.
Além do sofisticado design de interior, o conforto
também é uma das prioridades desse modelo. O espaço
interno conta com um pé-direito médio de dois metros,
o que torna tranquila a integração na navegação. Para
garantir um bom descanso, a Grand Turismo vem com
três cabines, sendo duas suítes com camas king size,
iluminação de LED e banheiro com box individual. Para
a terceira cabine há a opção de transformá-la em sala
ou em um terceiro quarto com
cama de casal, aumentando
ainda mais a capacidade de
pernoite da lancha.
Todo o interior possui janelas
panorâmicas que aumentam a
iluminação natural e oferecem
vista ao nível do mar. Além
disso, a cabine máster possui a
mesma largura da boca (4,3 m)
com duas janelas panorâmicas
enormes na linha d’água.
A praticidade fica por conta
dos dois espaços gourmets
na lancha. O interno tem a
acabamento
luminosidade das amplas
italiano em
madeira
vidraças no teto da embarcação
com espaço para todo tipo de j
78 PERFILNÁUTICO
Sofisticação e tecnologia. Na suíte máster espaço e
luz natural. Sistema de som Bose e iluminação LED
em todos os ambientes, na cabine de comando um
painel comparável aos de aeronaves
O pé-direito de dois metros permite convivência confortável nos ambientes que contam com farta iluminação natural
PERFILNÁUTICO
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41. Flyer Grand Turismo 49
Especificações técnicas
Altura: 5,10 m
Calado: 0,70 m
Deslocamento: 12.500 kg
Motor: 2 x 435 CV (IPS 600)
Combustível: 1.300 L
Capacidade de água doce: 640 L
Potência total: 2 x 435 HP
Motorização máxima: 2 x 435 HP
Capacidade: de 14 a 16 passageiros
Boca 4,3 m
PERFIL
Comprimento total (com a popa): 15,60 m
A Flyer Gran Turismo é feita sob encomenda e personalizada de acordo com o gosto de cada cliente
equipamentos eletrodomésticos, utensílios e lixeira
com separação de detritos orgânicos e recicláveis. O
espaço gourmet externo fica localizado na popa do
barco e conta com grill, geladeira e pia. “Esses espaços
chamam a atenção pela quantidade de utilidades
disponíveis, como a geladeira de 270 litros integrada
com um freezer” , destaca Evangelista.
Outra surpresa é reservada no espaço abaixo da
escada de acesso para as cabines: uma completa préinstalação para colocar uma máquina de lavar roupa.
Já na popa, a Grand Turismo 49 conta com uma ampla
plataforma submergível e ainda uma garagem com
abertura automática para guardar um bote motorizado.
Desempenho e Tecnologia
Mesmo com todo o luxo e potência, a performance do
lançamento da Beneteau consegue ser econômica. O
design do casco foi desenvolvido para obter o melhor
resultado no desempenho do sistema IPS 600, que
ainda proporciona navegação confortável e aprovada
pela Volvo. No comando, o painel com acabamento
em couro e tinta antirreflexiva vem equipado com
duas telas E120W multifuncionais, touch screen,
com joystick, radar digital, piloto automático
e VHF AIS, um moderno sistema de segurança.
“Trata-se de um sistema de segurança e localização
similar aos utilizados nas aeronaves, que através do
Design do casco permite melhor performance do
sistema IPS 600 da Volvo o que resulta em economia
80 PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
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42. PERFIL
Flyer Grand Turismo 49
C
Plataforma de popa hidráulica e submergível garante diversão a bordo
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CM
GPS e satélites pode obter informações de outras
embarcações próximas, seus rumos e localizações”,
explica Márcio Evangelista, ressaltando ainda que
os comandos estão disponíveis tanto no comando
principal como no flybridge.
A 49 ainda vem equipada com plataforma de popa
hidráulica, mesas elétricas no cockpit e salão e sistema
exclusivo Bose independente em todos ambientes, que
proporciona fidelidade no som e na imagem em toda a
embarcação.
MY
CY
CMY
K
A sua Grand Turismo exclusiva
Para adquirir essa lancha, é necessário se programar.
“Esta é uma embarcação vendida sob encomenda para
atender o perfil de cada cliente em suas necessidades
e expectativas”, informa Evangelista. Para isso o
estaleiro possui uma programação de produção, pois
desta forma o proprietário pode personalizar seu barco
escolhendo alguns itens como cor do casco, tecidos
dos estofamentos e alguns opcionais eletrônicos.
A Beneteau é hoje uma das líderes mundiais em
pleasure boats. Em 2011, o estaleiro francês teve mais
de oito mil unidades vendidas no mundo. No Brasil,
segundo Evangelista, a projeção é otimista. “A Beneteau
cresce diariamente em número de unidades vendidas
no país. Estimamos comercializar oito unidades da Flyer
Grand Turismo 49 apenas neste ano.” S
Garagem com comando automático tem espaço
para bote motorizado
82 PERFILNÁUTICO
Serviço
Beneteau: www.beneteau.com.br
(21) 2443 1010
PERFILNÁUTICO
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43. PERFIL
TRITON 295
www.tritonboats.com.br
A novidade
que conquistou
os mares
Mais espaçosa interna e externamente, a nova
Triton foi criada para levar a família com conforto
e segurança ao alto-mar Por Thais Zago
84 PERFILNÁUTICO
A
Com mais espaço no convés e no solário, a 295 já é a mais vendida da Triton
nova Triton 295 é a lancha de passeio
da Way Brasil que mais vende desde
outubro de 2011, quando foi lançada
no São Paulo Boat Show. O aumento
de espaço no convés e no solário de
popa, o melhoramento do casco,
os acabamentos mais requintados e a
possibilidade de utilizar um ou dois motores ao mesmo
tempo são alguns dos pontos fortes do barco. O projeto,
assinado pelo próprio dono do estaleiro, José Maria
Cechelero Junior, é uma melhoria da extinta Triton 280,
trazendo toda a qualidade, a segurança e o conforto já
conhecidos das embarcações Way Brasil.
A linha de lanchas de passeio Triton é o carro-chefe
do estaleiro paranaense Way Brasil, conhecido por suas
embarcações robustas, com amplo espaço interno, bem
projetadas interiormente e com um design inovador.
Em 2005, a linha recebeu o certificado de qualidade
europeu e hoje é exportada para vários países, como
Noruega, Holanda e Espanha. Em 2011, “a necessidade
de atender os clientes com uma nova disposição de
solário, que fez muito sucesso na Triton 275, motivou
a criação da Triton 295”, declarou o proprietário do
estaleiro, José Maria Cechelero Junior.
Com características de um barco para a família,
“oferece duas camas de casal, com uma cabine de j
PERFILNÁUTICO
85
44. PERFIL
TRITON 295
Para o novo modelo, a parte traseira foi remodelada e teve seus espaços sociais ampliados
meia-nau muito confortável para um barco deste
porte”, conta. “Além do novo solário que é muito
espaçoso, aumentamos o casco — o que produziu uma
melhora no desempenho do barco, tanto no planeio
mais rápido quanto na velocidade final e na economia
de combustível. Toda a parte traseira foi remodelada,
deixando-o mais harmonioso e o solário com um
design mais bonito.”
Desde o seu lançamento em outubro do ano passado,
a Triton 295 é a mais vendida da linha. “Mesmo antes
do lançamento oficial, o estaleiro já tinha 14 pedidos.
No São Paulo Boat Show, vendeu 12 unidades. E,
desde então, mais 33 (até o final de janeiro de 2012).”
Segundo o empresário, a excelente aceitação da nova
Triton não é por acaso: “É o melhor custo-benefício da
categoria. Nela temos um padrão de qualidade muito
alto, comparado às melhores marcas importadas, com
um preço justo e competitivo. Além disso, o estaleiro
Way Brasil preza por uma boa relação com seus clientes,
permitindo um nível de personalização muito alto.”
Mais espaçosa e equipada
As ampliações dos espaços sociais são algumas das
melhorias presentes na nova Triton 295. A cabine de proa
acomoda até quatro pessoas no pernoite. Além da cama
de casal, há um sofá em “U” para quatro pessoas, que —
rebaixando a mesa de centro — pode ser convertido em
cama de casal. A proa também é equipada com j
“Aumentamos o casco, o que produziu uma
melhora no desempenho do barco.”
86 PERFILNÁUTICO
PERFILNÁUTICO
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45. PERFIL
TRITON 295
Especificações técnicas
Comprimento total: 9 m
PESO (casco): 2.100 kg
Capacidade: 10/04 pessoas
Boca: 2,75 m
MOTORIZAÇÃO: 1 ou 2 motores
Gasolina: 1x 260 HP a 380 HP
2x 220 HP a 260 HP
Diesel: 1x 270 HP a 350 HP
2x 170 HP a 220 HP
COMBUSTÍVEL / ÁGUA DOCE:
235 L / 115 L
cama de casal é revestida com tecido, já o estofamento
do sofá é em corvin antimofo ou tecido camurça,
conforme escolha do cliente.
Na cabine de comando, destaque para os detalhes de
madeira e o para-brisa de alumínio e vidro temperado.
Tanto no interior como no exterior do barco, as
lâmpadas utilizadas são de LED, garantindo baixo
consumo de energia, alta durabilidade e elegância na
iluminação. Da mesma forma, todas as ferragens são
de aço inoxidável 316, um material nobre, altamente
sofisticado e mais resistente.
O barco tem uma laminação especial feita em gel
coat — material de melhor qualidade e durabilidade
que protege a superfície contra a ação das j
Na cabine de comando, o painel possui detalhes de madeira e o banco do comandante é duplo
banheiro fechado que possui sanitário com descarga
elétrica de série, ducha higiênica e armário. Há também
na proa espaço para micro-ondas e armário com pia.
A praça de popa tem capacidade para até cinco
pessoas. O solário rebatível incorporado permite a
utilização do mesmo assento por duas pessoas deitadas
ou até quatro sentadas. Possui mesa de centro com
apoio para copos e pia com armário.
Na cabine de comando, o banco do comandante
é duplo e comporta ao lado uma charmosa chaise
longue. A lancha vem equipada com sistema de som
e caixas marinizadas. No entanto, a escolha de todos
os acessórios complementares como, por exemplo,
aparelho de som, geladeira, cooler, forno elétrico,
micro-ondas, tipos de capota, entre outros é feita de
acordo com o gosto do cliente.
Qualidade no acabamento
A qualidade dos materiais utilizados e o requinte
dos mobiliários escolhidos dão um toque especial ao
acabamento da Triton 295.
Na cabine de proa, destaque para os acabamentos
de madeira utilizados na escada, na mesa de centro e
na bancada próxima à pia. O tampo da pia é feito de
magicstone, um material importado mais resistente
à umidade e à maresia, e a cuba agora é de inox. A
Melhoramentos realizados no casco fazem
com que a Triton 295 apresente uma navegação
confortável e segura
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O espaço gourmet e uma charmosa chaise longue compõem a praça de popa para até cinco pessoas
PERFILNÁUTICO
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46. PERFIL
TRITON 295
O cliente pode escolher a cor da faixa do casco e também entre usar um ou dois motores
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intempéries e do meio ambiente, além de dar às peças
um acabamento liso, brilhante e colorido.
O layout externo tem design moderno, com a
possibilidade de o cliente escolher a cor da faixa,
do casco ou mesmo do barco inteiro, conforme sua
vontade, dentro das cores disponíveis.
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CY
CMY
K
navegação confortável e segura
Ao adquirir essa lancha, o proprietário tem a
possibilidade de escolha entre utilizar um motor
ou dois ao mesmo tempo, aumentando assim
a performance do barco.
Melhoramentos realizados no casco fazem
com que a Triton 295 apresente uma navegação
confortável e segura, com melhor desempenho
do que sua antecessora, a Triton 280. “Estabilizadores
laterais decorrentes do próprio design do casco dão
um maior conforto quando o barco está parado e
uma maior estabilidade em curvas”, declara José
Maria Cechelero Junior. S
Revendas
Cabine de proa com acabamento de madeira e
tampo da pia em magicstone
90 PERFILNÁUTICO
As revendas Triton estão presentes em todo o Brasil.
Para encontrar a mais próxima de você é só acessar
o site da empresa: www.tritonboats.com.br.
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