O documento discute a medição do tempo geológico e a idade da Terra. Ele explica como os geólogos usam princípios como a sobreposição de estratos e a identidade paleontológica para datar rochas de forma relativa, bem como métodos radiométricos para determinar idades absolutas. Além disso, destaca que a idade da Terra é de aproximadamente 4,6 bilhões de anos, com base em evidências como a datação de rochas canadenses com mais de 4,2 bilhões de anos.
1. A MEDIDA DO TEMPO
GEOLÓGICO E A IDADE DA
TERRA
by Ana Kastro
Biologia – Geologia (10º ano)
Escola Secundária c/ 3º ciclo D. Manuel I
Idade relativa e idade radiométrica
Memória dos tempos geológicos
2. O tempo emGeologia
A noção de tempo é um conceito fundamental em
geologia …
E a idade da Terra,
uma questão central!
3. O tempo emGeologia
Unidade de tempo para o último século Ano
Unidade de tempo para o estudo da civilização
romana
Séculos
Unidade de tempo para o estudo da pré-história Milharde anos
Unidade de tempo no domínio da Geologia MILHÕES DE ANOS
4. O tempo emGeologia
O tempo em geologia tem uma dimensão diferente daquela
habitualmente usada por qualquer ser humano.
Os físicos e químicos
estudamprocessos
que decorremem
fracções de segundo!
Os geólogos
estudamprocessos
que podemdurar
longos períodos…
Re acçõ e s q uím icas,
pro pag ação das o ndas
so no ras, e tc.
O ro g é ne se , e xpansão do s
fundo s o ce ânico s, e ro são
e tc.
Reacções
químicas,
propagação
das ondas
sonoras, etc.
Orogénese
(formação de
montanhas),
expansão dos
fundos
oceânicos,
erosão , etc.
5. O tempo emGeologia
Mas será que todos os fenómenos geológicos sãoMas será que todos os fenómenos geológicos são
lentos à escala humana?lentos à escala humana?
Sismos
Erupção vulcânica
Impacto de um meteorito
Avalanches
Inundações
Estes,
infelizmente, são
demasiado
rápidos…
7. O tempo emGeologia
Querem ter uma noção? …
Imagina uma ampulheta gigante cheia de
grãos de arroz! 1Kg de arroz tem 5000
grãos… A idade da Terra corresponderia
a uma ampulheta com 91 000 Kg de
arroz em que, por ano, caía um grão …
Por ano, é arrancado dos Himalaias e
por acção dos agentes erosivos, 1 mm
de material…
Ao fim de 1 M.a. Já 1Km foi arrancado!!!!
8. O tempo emGeologia
“O movimento das placas tectónicas da Terra
produziu ao longo do tempo maravilhas como o
cume do Evereste e dispôs os continentes na
forma como os conhecemos. Pelo meio
esqueceu-se da Baía de Hudson, no Canadá.
Agora, cientistas do Canadá e dos Estados
Unidos descobriram que na costa oriental da
baía podem estar as rochas mais antigas que
se conhece da crosta terrestre, produzidas há
4,28 mil milhões de anos.
"Existe m datas m ais antig as para m ine rais iso lado s pro ve nie nte s do O e ste da Austrália, m as e stas
são as ro chas m ais antig as q ue se co nhe ce até ag o ra ”, disse num comunicado Richard Carlson,
investigador do Departamento de Magnetismo Terrestre, do Instituto de Carnegie em Washington.
A descoberta foi publicada hoje na revista Science. Os investigadores estudaram amostras de uma
cintura de rochas metamórficas chamadas Nuvvuagittuq. Ao medirem a composição dos isótopos
de neodímio e de samário, elementos químicos raros que existem nestas rochas, conseguiram
datar as amostras entre os 3,8 e 4,28 mil milhões de anos.
A Terra tem 4,6 mil milhões de anos e é muito raro encontrar-se restos da crosta original, a maior
parte da qual foi esmagada e reciclada no interiordo planeta várias vezes. (…)” in
9. O tempo emGeologia
Se a Terra for “jovem”, ficamos
praticamente reduzidos a uma opção
– foi Deus que a criou …
Se a Terra for bem “velha”, a evolução
(dos seres vivos, por exemplo) é
teoricamente possível!
10. Um milhão de anos … uma “migalha” de tempo na
Terra …
Muitas questões podem ser colocadas sobre o
que aconteceu ao longo destes 4600 M.a. …
Quando apareceram e como evoluíram os primeiros seres vivos …
Que tipo de organismos povoaram a Terra? …
Será que existiram crises biológicas?
Quais as suas causas?
Quem foi afectado por essas crises?
Para conseguir responder a tudo isto é
necessário determinar idades – precisamos de
Relógios Geológicos (rochas e fósseis)!
13. Princípio da Horizontalidade Inicial
Princípio da Sobreposição de Estratos
Princípio da Intersecção
Princípio da Inclusão
Princípio da Continuidade Lateral
Princípio da Identidade Paleontológica
14. O tempo emGeologia – datação relativa de rochas
Princípio da Horizontalidade Inicial
Os sedimentos que estiveram na origem dos estratos são
depositados, em regra, segundo camadas horizontais paralelas à
superfície de deposição.
(Quaisq ue r fe nó m e no s de de fo rm ação q ue alte re m e sta
ho riz o ntalidade das cam adas é po ste rio r à se dim e ntação !).
17. Princípio da Sobreposição de Estratos
Se não ocorrerem deformações, a deposição ocorre por ordem
cronológica, da base para o topo – uma camada é mais recente que
a que lhe serve de base e mais antiga do que as que lhe estão
acima.
O tempo em Geologia – datação relativa de
rochas
19. Princípio da Sobreposição de Estratos
As camadas que se encontram no topo de uma sequência estratigrágica original
(se q uê ncia ve rticalde e strato s) são mais recentes que as camadas inferiores.
Isto permite analisarumperfil vertical de camadas como uma linha vertical de
tempo!
O tempo em Geologia – datação relativa de
rochas
20.
21. Excepções ao princípio da
Sobreposição de Estratos
Este princípio nemsempre pode
ser usado para datar os estratos
de forma relativa! Se ocorrerem
determinadas deformações nas
rochas a posição dos estratos
será alterada e, às vezes, até
invertida (como no caso das
dobras deitadas)!!!
Inglaterra, Crackington
Haven
1 - Dobrasdeitadas
O tempo emGeologia – datação relativa de rochas
22. Excepções ao princípio da
Sobreposição de Estratos
Os sedimentos depositados em grutas são
mais modernos do que as camadas que
lhe servem de tecto.
3 - Grutas
2 – Terraçosfluviais
O rio, por erosão, escava um novo leito,
provocando a formação de degraus onde
deposita sedimentos – terraços fluviais. Os
últimos a serem depositados foram os da zona
3 (mais recentes).
Mais antigo
Mais
recente
Mais antigo
Mais
recente
O tempo em Geologia – datação relativa de
rochas
23.
24.
25. Excepções ao princípio da
Sobreposição de Estratos
Estes estratos apresentam a mesma idade
apesar de não estarem “nivelados”
Blocos rochosos que
fracturam (“partem”) e que se
movimentam um em relação
ao outro.
4 - Falhas
O tempo emGeologia – datação relativa de rochas
26. Excepções ao princípio da
Sobreposição de Estratos
O Princípio da Sobreposição
deve ser aplicado com
precaução, uma vez que em
terrenos que experimentaram
fenómenos de deformação,
como dobras e falhas, o geólogo
deve apoiar-se em métodos de
interpretação complementares.
A sua aplicação poderá no entanto serválida para estratos que se
encontrememposição inclinada, desde que a deformação de origem
tectónica, posteriorà deposição dos estratos, não tenha provocado a sua
inversão.
O tempo em Geologia – datação relativa de
rochas
27. Princípio da Continuidade Lateral
Um estrato delimitado pelo
mesmo tecto e muro e com
semelhantes propriedades
litológicas possuí a mesma idade
em toda a sua extensão lateral!
Os estratos podem estender-se
lateralmente por longas distâncias.
Aplicando este princípio podemos
correlacionar litologias que se encontrem
O tempo emGeologia – datação relativa de rochas
28. O tempo emGeologia – datação relativa de rochas
Princípio da Continuidade Lateral
29. Em vários ponto da Terra pode existir a mesma sequência estratigráfica,
isto é, há correlação entre estratos distanciados lateralmente!
30. Princípio da Continuidade Lateral
O tempo emGeologia – datação relativa de rochas
Isto foi usado para provar a
existência da Pangea –
margens da África e da
América do Sul contêm rochas
do mesmo tipo (idênticas
sequências estratigráfias)
31. Princípio da Inclusão
Este princípio aplica-se, por exemplo a rochas compostas por
fragmentos de outras (como o conglomerado)
Fragmentos ou porções
de uma rocha que se
encontramincorporados
(inclusão) noutra são
mais antigos que as
rochas que os contêm.
Mais antigo
Mais recente
O tempo emGeologia – datação relativa de rochas
32.
33. Princípio da Inclusão
Mais antigo
Mais recente
Antes desta rocha se formar (por
sedimentogénese e diagénese), os
detritos já existiam e pertenciam a
uma outra, logo são mais antigos!
OU ….
O tempo emGeologia – datação relativa de rochas
34. Magma
invade
pequenas
fracturas
A proximidade do
magma faz com que
as rochas encaixantes
se fundam
O magma destaca fragmentos das rochas
que estão próximas – a maioria funde mas
algumas ficam preservadas (as de ponto de
fusão mais alto)
35. Princípio da Intersecção
Este princípio aplica-se a estratos afectados por estruturas (falhas,
intrusões magmáticas, etc …)
A estrutura que
intersecta é mais recente
do que aquela que é
intersectada.
Mais antigo
Mais recente
O tempo emGeologia – datação relativa de rochas
36. Princípio da Intersecção
“Não se pode cortar
algo sem esse algo já
lá estar!” …
Filões
Magma invade as
fracturas
existentes nas
rochas
encaixantes (mais
antigas),
preenchendo-as e,
mais tarde,
solidificando
(filões).
O tempo emGeologia – datação relativa de rochas
40. O tempo emGeologia – datação relativa de rochas
PRINCÍPIO DA SOBREPOSIÇÃO DE
ESTRATOS
PRINCÍPIO DA INTERSECÇÃO
PRINCÍPIO DA HORIZONTALIDADE
INICIAL
41. O tempo emGeologia – datação relativa de rochas
Uma discordância
corresponde a um
período de tempo
durante o qual não
ocorreu
sedimentação (e a
erosão actuou),
iniciando-se depois
uma nova
sedimentação.
Disco rdância
42. O tempo emGeologia – datação relativa de rochas
Shepard Point ,
Utah – U.S.A.
43. O tempo emGeologia – datação relativa de rochas
Princípio da Identidade Paleontológica
Estratos com os
mesmos fósseis
possuem…
a mesma idade!
Os fósseis são
contemporâneos das
rochas onde se
encontram!
44. O tempo emGeologia – datação relativa de rochas
Princípio da Identidade Paleontológica
D
I
A
G
É
N
E
S
E
O processo de
fossilização
acompanha o
processo de
formação da
rocha, logo
fóssil e rocha
possuem a
mesma idade
(datação
relativa)!
Rocha e fóssil
são
contemporâneo
45. O tempo emGeologia – datação relativa de rochas
Princípio da Identidade Paleontológica
Mas nem todos os fósseis
podem ajudar a datar litologias
…
apenas os …
46. O tempo emGeologia – datação relativa de rochas
Princípio da Identidade Paleontológica
São fósseis de seres que fossilizam facilmente (têm
partes duras) e, por isso, ficam muitas vezes registados
nas rochas! OCORRÊNCIA EM ABUNDÂNCIA
São fósseis de seres que existiram em grande
quantidade e que se expandiram numa grande área
geográfica (assim, permitem correlacionar estratos em diferentes
pontos do globo) AMPLA DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
São fósseis de seres que não viveram durante muito tempo
(à escala geológica). CURTA DISTRIBUÇÃO TEMPORAL
47. O tempo emGeologia – datação relativa de rochas
As trilobites eram artrópodes (como
as aranhas, lagostas, insectos, etc)
exclusivos do meio marinho!
Possuíam um exoesqueleto de
quitina endurecido com carbonato
de cálcio (por isso os seus fósseis
são tão abundantes!). A maioria das
espécies de trilobites tinha
sistema de visã muito apurado e
olhos complexos. O seu tórax
tinha muitos segmentos e, por
isso, podiam enrolar-se e
defender-se dos predadores
(como os bichos da conta!).
48.
49.
50. O tempo emGeologia – datação relativa de rochas
Princípio da Identidade Paleontológica
Os graptólitos surgiram há cerca
de 523 M.a.e extinguiram-se há
330 M.a. Eram pequenos animais
marinhos que viviam em colónias
(apenas de alguns cm) e que se
expandiram por várias regiões do
globo.
51. O tempo emGeologia – datação relativa de rochas
Princípio da Identidade Paleontológica
As amonites eram animais
marinhos e tinham corpo mole…
no entanto uma carapaça
encarregava-se de os proteger (e
facilmente fossilizava)! Os maiores
podiam atingir 1 m de diâmetro!
Estes seres eram carnívoros e
surgiram há cerca de 225 M.a. e
extinguiram-se há 65 M.a.
52. O tempo emGeologia – datação relativa de rochas
Princípio da Identidade Paleontológica
As amonites eram animais
marinhos e tinham corpo mole…
no entanto uma carapaça
encarregava-se de os proteger (e
facilmente fossilizava)! Os maiores
podiam atingir 1 m de diâmetro!
Estes seres eram carnívoros e
surgiram há cerca de 225 M.a. e
extinguiram-se há 65 M.a.
53. Mais informações sobre FÓSSEIS
Mas nem todos os fósseis apresentam características que lhes
permitem ajudar na datação de rochas…
Corais
Os corais são formados por pequeninos
animais de corpo mole (pólipos) que
vivem juntos num grande grupo (colónia).
Ao longo do tempo vão construindo uma
estrutura calcária onde se alojam e vive
em conjunto com uma alga que se
chama zooxanthelae. É esta alga
minuscula responsável pelas cores que
observamos nos corais como verde,
amarelo, azul, lilás, castanho e muitas
outras. Quando morrem, novos pólipos
crescem por cima dos esqueletos de
calcário que ficam (um kg de coral pode
ter nais de 80.000 pólipos). Assim,
quando vemos um recife de coral,
apenas a fina camada superficial é que é
54. Os corais estão entre as comunidades
marinhas mais antigas que se
conhecem - a sua história remonta
desde há 500 milhões de anos atrás!!!!
NÃO SÃOBONS FÓSSEIS DE
IDADE! Pólipos de corais
Mas… estes seres só conseguem
sobreviver em ambientes aquáticos de
águas quentes, calmas e pouco
profundas!!!!
Por viverem em ambientes tão
característicos e altamente específicos
Mais informações sobre FÓSSEIS
55. Recifes de coral
famosos;
Ameaças aos recifes;
Formas de protecção
Importância dos recifes;
56. Permitem caracterizar paleoambientes
São fósseis de seres que apresentam uma
reduzida distribuição geográfica pois
habitam apenas locais com condições
específicas.
São fósseis de seres que viveram durante
muito tempo (à escala geológica).
Mais informações sobre FÓSSEIS
57. Seres que habitam a Terra desde há milhões de anos e que,
para além de existirem actualmente, são encontrado também
sob a forma de fóssil!
Mais informações sobre FÓSSEIS
Existem diversos motivos pelos quais um organismo sobrevive milhões de anos
sem sofrer mudanças. Uma das explicações é o simples facto desse organismo se
encontrar muito bemadaptado à diversidade de condições do meio que habita. Já
outros organismos não evoluem devido à continuidade mais ou menos estável das
características do seu habitat. A sobrevivência de alguns fósseis “vivos” também
pode dever-se ao facto destes habitarem ambientes isolados, onde não enfrentam
a competição com outros organismos potencialmente melhor adaptados a esses
ambientes.
59. Permitem compreender a evolução dos seres vivos, as
adaptações e extinções ao longo da história da Terra;
Permitem reconstituiros organismos numa dada época, o
seu modo de vida, como é que interagiam entre si e como se
relacionavam com o meio ambiente onde viviam;
Permitem reconstituiros ambientes do passado e assim
reconstituir a geografia da Terra;
Permitem reconstituiros climas do passado;
Permitem efectuara datação relativa dos estratos rochosos.
61. Então isso significa que se eu
fizer uma pergunta TODOS
saberão responder.
E quem diz uma, diz várias.
62. Quais os
melhores
fósseis
de idade?
Ceratites,
goniatites,
belemnites e
amonites
(existiram em
grande número
-barra larga - e
tiveram uma curta
duração na história
É frequente os geólogos recorrerem ao estudo
de associações de diferentes fósseis de idade,
evitando datações baseadas apenas num
(seriam menos precisas!).
63. Quais dos estratos apresentados possuema
mesma idade?
A e K ; B, E e L ; C, F e M ; D, G e N
(pois posuem os mesmos fósseis – Princípio da Identidade Paleontológica)
64. As camadas 1 e 5 sofreram deformações, inclinando,
após a sua formação (estas camadas experimentaram
a mesma história geológica pois a sua inclinação é
semelhante).
Princípio da
Horizontalidade
Inicial
A intrusão 6 atravessa as camadas 1, 2 e 3 logo é
mais recente que estas.
As camadas 9 e 10 são “cortadas” pelo vale logo podemos
afirmar que este foi a última estrutura a formar-se.
Princípio da
Intersecção
65. Inclusões no
granito
Metamorfismo de
contacto (devido às
elevadas temperaturas)
Inclusões de
granito
mais antigas que ele
Princípio
da Inclusão
Princípio
da Inclusãomais antigas que a rocha
que as contém
Podem-se formar novas
rochas por alteração das
anteriores
66. As camadas de 1 a 10 depositaram-se horizontalmente umas sobre as outras.
Sofreram deformação, inclinando-se. Posteriormente ocorreu a formação de
uma intrusão magmática que deu origem ao granito (contém inclusões de outras
rochas mais antigas). Deu-se a erosão de todo este conjunto e, posteriormente
depositaram-se as camadas 11 (com inclusões do granito, mais antigo) a 14.
67.
68. Os sedimentos acumulam-se
horizontalmente
Forças tectónicas provocam o
seu levantamento e
deformação
Surge uma intrusão magmática
com um “ramo” – dique – que
“corta” as camadas
deformadas
Surge uma falha (que corta o
dique e as estruturas
deformadas)
Princípio da
Horizontalidade
Inicial
Princípio da
Intersecção
69. 1 - Deposição de A, B, C, D, E, F
e G e posterior inclinação;
2 – Ocorrência da falha H;
3 – Erosão e formação de uma
descontinuidade (I) – superfície
irregular;
4 – Deposição de J, K e L;
5 – Aparecimento da Intrusão M;
6 – Novo episódio de erosão com
formação de uma segunda
descontinuidade (N);
7 – Deposição de P (com inclusões de
rochas mais antigas) e Q;
8 – O filão R e as camadas de lava S e T surgiram depois da deposição de Q mas não é possível
concluir se R surgiu antes ou depois de S e T pois não o intersecta; Com certeza sabemos apenas
que a camada mais recente de todas é a T.
72. O tempo em Geologia – datação
absoluta
Pela descoberta da
radioactividade
espontânea, Antoine
Becquerel partilhou o
Prémio Nobel da
Física em 1903, com
os físicos Pierre e
Marie Curie.
Marie Curie isolou
elementos
radioactivos: urânio,radio, …! Foi a
primeira mulher aganhar um prémio
Nobel.
Ernest Rutherford concluiu
que a radioactividade
podia ser usada para
determinar a idade (ainda
que com alguma margem de
erro) de uma rocha
73. O tempo em Geologia – datação
absoluta
A radioactividade é uma das principais fontes de
energia térmica interna da Terra!
74. O tempo em Geologia – datação
absoluta
Os átomos fazem parte da
constituição da matéria (de tudo aquilo que
existe)! … Nas rochas também existem
átomos!
Alguns deles (urânio, rádio, etc) são
radioactivos, isto é, ao longo dos
tempos, e naturalmente, os seus
núcleos vão-se desintegrando
espontaneamente para se tornarem
mais estáveis. Quando isso acontece
liberta-se energia!
75. O tempo em Geologia – datação
absoluta
O ambiente no qual vivemos é
naturalmente radioactivo. Por exemplo,
respiramos carbono-14, que é radioactivo;
comemos bananas que apresentam na sua
composição potássio-40, com núcleo
instável, nos nossos ossos e sangue existe
rádio-226 …
Vivendo em um ambiente radioativo, os
seres humanos, e todos os demais seres
vivos, são naturalmente radioativos. O
problema está na quantidade de radiação
à qual estes seres sãoexpostos: acima de
certo nível a exposição às radiações
provoca, no corpo humano, e nos demais
seres vivos, várias reações adversas
(danos nas células e no materal genético).
76. O tempo em Geologia – datação
absoluta
A datação absoluta pode também ser chamada de
…
O mesmo elementos químico (carbono, por exemplo), pode ter no núcleo do átomo:
O mesmo número de protões e neutrões (6P + 6N) C12
Diferente número de protões e neutrões (6P + 8N) C14
Diferente número de protões e neutrões (6P + 7N) C13
ESTÁVEL
ESTÁVEL
INSTÁVEL
… Isótopos …
Nota: C12, C13 e C14 são isótopos de carbono!
77. O tempo em Geologia – datação
absoluta
Urânio submetido a radiação U.V.
Os isótopos de urânio são muito
frequentes nas rochas (1g por cada 1000 Kg
de rocha) !
Estes isótopos são muito instáveis – os seus
núcleos desintegram-se espontaneamente
formando um átomo de umelemento químico
diferente, mais estável!
Átomo inicial: ISÓTOPO – PAI
(instável)
Átomo formado após desintegração: ISÓTOPO – FILHO (mais
estável) Nota: O isótopo Rubídio-87 forma o isótopo de Estrôncio-87 quando se desintegra!
78. O tempo em Geologia – datação
absoluta
A taxa de decaimento radioactivo
(desintegração dos isótopos-pai em isótopos-filho) é
constante para cada isótopo!
(não varia com condições de pressão, tenperatura ou
outros aspectos associados aos processos geológicos)
A desintegração é irreversível: o isótopo-pai
não volta a adquirir as propriedades iniciais!
Quando a rocha se forma adquire elementos radioactivos que se começam
a desintegrar marcando o momento de formação daquela rocha!
79. O tempo em Geologia – datação
absoluta
… o conceito mais importante…
Período de semi-
vida ou período de
semi-
transformação
Tempo decorrido para que metade do número de
isótopos-pai radioactivos sofra desintegração,
transformando-se em isótopos-filho.
No final de um período de semi-vida, 50% dos isótopos-pai já foram
transformados em isótopos-filho… No final do 2º período de semi-vida,
metade da metade que restou (¼) do nº original de isótopos-pai ainda
permanecem na rocha… No 3º período de semi-vida 1/8 e assim por diante!
(re stará se m pre um a q uantidade re sidualde isó to po s-pai na ro cha)
80. O tempo em Geologia – datação
absoluta
Espectrometro de massa – consegue
detectar quantidades diminutas de isótopos!
81. O tempo em Geologia – datação
absoluta
Basta conhecer o período de semi-vida e o nº de isótopos-pai e filho
existentes na rocha para que se possa calcular o tempo decorrido desde
que o processo de desintegração se iniciou
82. O tempo em Geologia – datação
absoluta
À medida que os milhões de anos passam, o potássio 40 decai lentamente e, um a um, os átomos
de árgon 40 substituem os de potássio 40 no cristal. A quantidade de árgon 40 acumulada é uma
medida do tempo decorrido desde a formação da rocha. Decorridos 1,26 mil milhões de anos, o
rácio será 50-50. Ao fim de mais 1,26 mil milhões de anos, metade do potássio 40 remanescente
terá sido convertido em árgon 40, e assim por diante.
83. O tempo em Geologia – datação
absoluta
Há medida que o tempo passa aumenta
na rocha o número de isótopos-filho e
diminui o número de isótopos-pai!
A margem de erro é de apenas alguns
M.a.
84. O tempo em Geologia – datação
absoluta
Na altura e m q ue a ro cha se fo rm o u o s isó to po s ficaram inco rpo rado s no s m ine rais e , ne sse
m o m e nto inicial, ape nas e xistiam isó to po s-pai e ne nhuns isó to po s-filho !
85. O tempo em Geologia – datação
absoluta
Oque inferirquando
a quantidade de
isótopos-filho e
isótopos-pai é igual ?
Oque inferirquando
a quantidade de
isótopos-filho é 3
vezes superiorà
quantidade de
isótopos-pai?
Passou um período
de semi-vida!
Passaramdois
período de semi-
86. O tempo em Geologia – datação
absoluta
Qual o melhorisótopo
para datarrochas jovens?
Carbono-14, pois temo
período de semi-vida
mais curto!
É que se a rocha for “velha” e a taxa
de decaimento for rápida, os
isótopos-pai já se transformaram
quase todos em isótopos-filho:
sabemos que o relógio isotópico
parou, não sabemos é há quanto
tempo isso aconteceu!
87. O tempo em Geologia – datação
absoluta
OCarbono-14 é muito usado
na arqueologia e é o ideal para
datarfósseis ou quaisquer
outros resíduos orgânicos…
Porquê?
Todos os seres vivos contém
carbono. Ele é aborvido pelos
seres fotossintéticos e daí segue
portoda a cadeia alimentar!
Quando os seres morreminicia-
se o decaimento! E a
arqueologia estuda eventos
recentes – interessamisótopos
com menortempo de semi-vida!
88. O tempo em Geologia – datação
absoluta
Não permite datarrochas sedimentares!
(este método pressupõe que as rochas sejam sistemas fechados, não existindo entradas ou saídas
de isótopos. Mas, se as rochas sofrerem erosão ou meteorização, podem ocorrer perdas de
isótopos (pais e filhos) o que irá influenciar a idade atribuída!).
Cada grão de areia tem um relógio calibrado para uma data distinta, a qual remonta provavelmente
a muito antes de a rocha sedimentar se formar. Assim, em matéria de cronometragem, a rocha
sedimentar é uma confusão. Não serve!
Atribuí uma idade ao metamorfismo e não à rocha antes de o
sofrer!
(Se tivermos em conta que as rochas metamórficas resultam de modificações, devidas a pressão e
tem-peratura, sofridas por outras rochas, o metamorfismo que as afectou não elimina os átomos-
filho que elas possam conter nesse momento e, dessa forma, obtém-se uma idade superior à que
deveria corresponder à última fase de metamorfismo. Nem sempre as rochas contêm grandes quantidades dos
isótopos
89. O tempo em Geologia – datação
absoluta
As rochas ígneas costumam conter
muitos isótopos radioactivos
diferentes. A solidificação das rochas
ígneas dá-se bruscamente, o que
tem uma consequência feliz: todos os
relógios de um dado fragmento de
rocha são calibrados em simultâneo.
Apenas as rochas ígneas
proporcionam bons relógios
radioactivos!
90. O tempo em Geologia – datação
absoluta
As rohas estão
constantemente a ser
recicladas e transformadas
noutras – é impossível datá-las
porcompleto!
O melhor que há a fazer é combinar todos
os métodos de datação para que se
consiga elaborar um calendário da
história da Terra! Em locais onde ocorram
afloramentos com mais do que um tipo de
rocha, podem-se datar as rochas
magmáticas por dataçao absoluta e, em
seguida, estabelecer uma equivalência
com os restantes fenómenos geológicos
92. O tempo emGeologia
Os sedimentos não se acumulam numa taxa
constante em nenhum ambiente de sedimentação
(podem até haver longos momentos de ausência de
sedimentação). Por exemplo, durante uma inundação,
um rio poderá depositar uma camada de areia de
vários metros de espessura em questão de poucos
dias, enquanto durante todos os anos que se
seguirem entre as inundações ele apenas deposita
uma camada de areia com poucos centímetros de
espessura. Além disso a taxa de erosão também
não é constante.
Por que motivo a estratigrafia
não permite medir o tempo de
forma absoluta?