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Desenvolvimento sustentável
O ambiente que temos e o que poderemos ter na UE


A degradação do meio ambiente têm vindo a intensificar-se nas últimas décadas.


• O esgotamento dos recursos naturais reflecte-se no fenómeno das alterações
climáticas com consequências comprovadamente nefastas para o planeta.


• A protecção do ambiente é essencial para a qualidade de vida das gerações actuais e
futuras e o desafio é combinar essa protecção com o crescimento económico.


     Deste    modo,    as   acções     da   União    Europeia,    relativamente   ao
ambiente, baseiam-se na convicção de que as políticas económica, social e
ambiental estão intrinsecamente ligadas.
A tomada de consciência

• A defesa do ambiente passou a ocupar, a partir dos anos 70, um lugar de destaque no
seio da Europa Comunitária.
• As primeiras medidas surgem em 1972, no contexto de quatro programas de acção
sucessivos com o objectivo de limitar a poluição através da introdução de normas
mínimas, que incidiam principalmente na gestão de resíduos, na poluição marítima e
atmosférica.
• Na década de 70, têm igualmente início as actividades de organizações e partidos
ecológicos, bem como as conferências e declarações internacionais sobre a temática do
ambiente.
• Implanta-se uma consciência ecológica colectiva à escala planetária através da
percepção dos riscos associados aos problemas ambientais.


            Torna-se urgente uma abordagem combinada à escala europeia e
internacional.
Alterações climáticas

• As alterações climáticas são uma realidade.


• As causas destas alterações são as emissões de gases com efeito de estufa
resultantes das actividades humanas, entre elas a queima de combustíveis fósseis nas
centrais de energia, os transportes rodoviários e aéreos, a deposição em aterros e os
processos de produção industrial.


• As consequências das alterações climáticas são entre outras:
          o acelerado degelo e o consequente aumento do nível do mar;
          a alteração dos ecossistemas (dificuldade de adaptação de certas espécies
de plantas e animais);
          o aumento dos riscos de incêndio e de condições climatéricas extremas
(Invernos muito rigorosos, com mais tempestades e inundações, nos países do
Norte, e períodos de seca com incêndios florestais nos países do Sul).
A União Europeia assume o combate às alterações
climáticas como uma das suas prioridades e tem
tido, neste domínio, um papel de vanguarda, a nível
internacional,    participando   activamente   nas
negociações e dando o exemplo mediante eficientes
políticas dentro da união.
Rumo a uma política ambiental europeia

• Com o Tratado da União Europeia a acção da UE a nível ambiental ganhou o
estatuto de política.


• O Tratado de Amesterdão elegeu como prioridades da UE o Desenvolvimento
Sustentável e a protecção ambiental.


• A partir daqui a acção comunitária passou a ter um cariz horizontal, isto é, incidindo
em todos os sectores económicos de onde resulta poluição:
                               indústria
                               energia
                               turismo
                               transportes
                               agricultura
• Os objectivos traçados no Tratado de Amesterdão foram complementados em
2001, no Conselho Europeu de Gotemburgo, com a adopção de uma estratégia
europeia para o desenvolvimento sustentável, orientada principalmente para:


     as alterações climáticas;               a saúde;
     os transportes;                        os recursos naturais.


• Para além disso, foi introduzida uma nova dimensão na Estratégia de Lisboa, para
além das dimensões económica e social, a dimensão ambiental.
A liderança mundial da UE na protecção ambiental


  • Domínios da acção europeia, quer ao nível dos Estados-Membros quer ao nível
  internacional:
             protecção da qualidade do ar e da água,
            preservação dos recursos e da biodiversidade
            gestão dos resíduos e das actividades com impacto negativo


  • A UE tem um papel bastante activo no que diz respeito à protecção ambiental.


  • De entre os vários domínios referentes ao ambiente, salienta-se o das alterações
  climáticas, que assume um papel crucial na estratégia ambiental da União.
• Ao abrigo do Protocolo de Quioto (uma convenção mundial, em vigor
desde 2005, que visa a redução das emissões de gases com efeitos de
estufa), a União Europeia criou o primeiro sistema de comércio de
emissões do mundo.


• Os Estados-Membros estabeleceram quotas para as empresas do
sector industrial e energético a fim de limitar as emissões de dióxido de
carbono, o principal gás com efeito de estufa.


• As empresas que não utilizarem todas as suas quotas podem vender o
excedente a empresas que, de outro modo, teriam de pagar pesadas
multas pelo não cumprimento dos seus limites de emissões.
• As políticas da União no domínio do ambiente alicerçam-se no princípio do
«poluídor-pagador».


• O pagamento pode consistir :
         no investimento necessário ao cumprimento de normas mais elevadas;
         no compromisso de recolher, reciclar ou eliminar os produtos após a sua
         utilização;
         numa taxa aplicável às empresas ou aos consumidores pela utilização de
         produtos não-ecológicos como alguns tipos de embalagens.


• Para além disso, a Comissão Europeia aplica o chamado «princípio de
precaução» quando as ameaças para o ambiente são mais potenciais do que
comprovadas, actuando a um nível preventivo.
O sexto programa de acção em matéria de ambiente

• O sexto programa de acção em matéria de ambiente, adoptado em Julho de
2002, é o principal instrumento responsável pela implementação da política ambiental
no espaço comunitário, definindo as prioridades da Comunidade Europeia até 2010.
Realçam-se quatro domínios de acção:
    as alterações climáticas;         a natureza e a biodiversidade;
    o ambiente e a saúde;             a gestão dos recursos naturais e dos resíduos.
• O sexto programa de acção apoia-se em sete estratégias temáticas:
         a poluição atmosférica,
         o meio marinho,
         a utilização sustentável dos recursos,
         a prevenção e reciclagem dos resíduos,
         os pesticidas,
         a qualidade dos solos,
         o ambiente urbano .
.
Com este Programa de Acção e os cinco anteriores, a União
Europeia dispõe de um vasto sistema de protecção ambiental, com
vista à obtenção de um nível de protecção equivalente em todos
os Estados - Membros, tendo em conta as circunstâncias locais e
reconhecendo que se impõe um equilíbrio entre a protecção
ambiental   e    a   competitividade   das   empresas   no   plano
internacional.
As energias renováveis

A União Europeia definiu a 10 de Março de 2007, o objectivo de aumentar o
uso de energias renováveis para 20% até 2020.


• Assume uma posição de liderança no combate ao aquecimento global.


• Pressiona assim outros grandes poluidores como os EUA, a China e a Rússia para
a racionalização do uso da energia.


• Reconhece a forte relação que existe entre as questões energia, ambiente e
desenvolvimento.


.
A questão energética é tida como um factor essencial da
competitividade   e    do    desenvolvimento    económico
europeu, todavia a União Europeia sofre de uma forte
dependência energética relativamente ao exterior, cobrindo
cerca de metade das necessidades, com tendência a aumentar
nas próximas décadas
Os instrumentos

Tendo em vista a defesa do ambiente, a UE dispõe de variados instrumentos com
vista a pôr em prática uma política ambiental mais eficaz.


• Em matéria de instrumentos institucionais é de referir:
          a criação, em 1990, da Agência Europeia do Ambiente, (com o objectivo
           de recolher e divulgar informações comparáveis no sector do ambiente).


• Relativamente aos instrumentos de gestão e de cariz financeiros, é de salientar
de entre os primeiros:
          O rótulo ecológico
          O Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria (EMAS);

• Sendo que dos últimos realça-se :
           O LIFE
• o LIFE é um instrumento que tem em vista o desenvolvimento e a aplicação
da política e da legislação comunitárias a nível ambiental, bem como, o alcance
de um desenvolvimento sustentável na UE.


• O LIFE é utilizado para co-financiar acções em favor do ambiente na
Comunidade e em determinados países terceiros.


• O LIFE apresenta três vertentes temáticas:
          LIFE-Natureza,
          LIFE-Ambiente
          LIFE-Países terceiros.
A Comissão propõe um novo instrumento único, que substitui os
  programas financeiros existentes como o LIFE, para a racionalização e
  simplificação    de   financiamentos   das    acções   no   domínio   do
  ambiente, denominado LIFE+, para o período de 2007 a 2013.
Assim, prevê-se mais transparência, eficácia e coerência com os outros
  fundos e programas comunitários.
  O LIFE+ tem duas vertentes:
       uma vertente
                  «aplicação e governação»
       e uma vertente
                  «informação e comunicação».
Cooperação internacional
• As questões de protecção ambiental ultrapassam as fronteiras exclusivamente
nacionais ou regionais.


• O Tratado que institui a União Europeia prevê, no âmbito da política ambiental da
Comunidade, a promoção de medidas no plano internacional para fazer face aos
problemas mundiais relacionados com o ambiente mediante a cooperação da UE
com países terceiros e organizações internacionais.


• A UE aderiu, desde os anos 70, a várias convenções internacionais que visam a
protecção ambiental e, actualmente, integra mais de trinta convenções e acordos no
domínio do ambiente.


• Normalmente participa, como observador, nas actividades e negociações de
organismos ou programas internacionais sob a égide das Nações Unidas.
     • De entre as convenções de âmbito mundial salienta-se, o Protocolo de Quioto.
• Em   1992   e   em    2002,   realizaram-se,   no   Rio   de   Janeiro   e   em
Joanesburgo, respectivamente, cimeiras mundiais, no quadro da ONU, de onde
resultaram importantes planos de acção que visam o combate à pobreza e a protecção
ambiental, bem como a promoção do desenvolvimento sustentável.


• A defesa do ambiente está também presente nas reuniões bilaterais que a UE e os
seus Estados-Membros mantêm com os países terceiros e as organizações regionais
conduzem uma política activa em favor do ambiente durante as, nomeadamente, com
a Rússia os novos países vizinhos, resultantes do último alargamento, os países do
Mediterrâneo e os países em desenvolvimento.
Porquê "Desenvolvimento Sustentável"?


         Desde há muito as questões do desenvolvimento foram tratadas como um
patamar mais elevado do que o simples crescimento económico. Se a ligação entre
crescimento económico e coesão social, nos âmbito nacional, regional e
global, constituíram um dos primeiros traços diferenciadores, a protecção ambiental
somou-se a estas preocupações, quando o desenvolvimento económico começou a
pôr em causa o futuro para as novas gerações.
O agravamento dos problemas ligados a uma inadequada gestão dos
recursos naturais, com os riscos inerentes à protecção do equilíbrio
físico, juntou-se aos problemas da desigualdade na distribuição da riqueza e
do progresso científico.


É neste contexto que se desenvolvem preocupações e políticas a nível
global, regional, nacional e local, focalizadas na preocupação com a sustentabilidade
do desenvolvimento, tendo em conta as futuras gerações e o equilíbrio entre o
desenvolvimento económico, social e ambiental.
O Desenvolvimento Sustentável é uma estratégia ambiental?



O desenvolvimento sustentável está fortemente associado à necessidade
de gerir com visão de futuro os recursos naturais e a qualidade
ambiental, mas o seu conceito é mais amplo e compreende uma
dimensão económica, social e ambiental.


Trata-se de um novo modo de olhar o desenvolvimento nas suas múltiplas
facetas, constituindo-se como uma actuação transversal aos diferentes sectores de
intervenção. Não é possível, nem desejável, uma associação mais estreita às
estratégias ambientais, económicas ou sociais. O desenvolvimento sustentável
apela, exactamente, para a imprescindibilidade de garantir uma articulação sistémica
entre as mesmas.
Desenvolvimento Sustentável e sustentado é a mesma coisa?

As expressões desenvolvimento sustentável e sustentado não são conceitos definidos
rigorosamente mas é comum associar-se o desenvolvimento sustentável ao que
se sustenta por si, enquanto um desenvolvimento sustentado seria o que se faz à
custa de factores exógenos. Neste contexto o que se pretende é um desenvolvimento
sustentável, porque é capaz de combinar adequadamente o crescimento
económico com a protecção dos recursos e a coesão social, como factores
capazes de lhe dar continuidade no tempo.
Porquê uma Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável
                                    (ENDS)?


A Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável corresponde não
apenas a um desafio global e europeu, mas ao desenvolvimento de uma visão de
longo prazo para o desenvolvimento nacional, que enforma e perspectiva
estratégias de mais médio e curto prazo.


Consolidar a articulação das diferentes estratégias sectoriais, numa visão de
sustentabilidade do desenvolvimento dá-lhes maior coerência e sentido de futuro. A
Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável não se substitui às diferentes
estratégias nacionais sectoriais ou prioridades de mais médio prazo, mas dá-lhes um
sentido, enquadrando-as em valores e metas mais ambiciosas.
É possível olhar o Desenvolvimento Sustentável numa dimensão
nacional?

É necessário, mas claramente não suficiente.


         A sustentabilidade, não apenas ambiental, mas também económica e
social, carece, num mundo globalizado, de intervenções à escala mais ampla e
mesmo planetária.
É por esse motivo que a Organização das Nações Unidas e outras entidades supra-
nacionais têm desenvolvido acções e protagonizado intervenções à escala global.


Protocolos como o de Quioto ou a proclamação da década para a educação em
desenvolvimento sustentável da UNESCO, são disso exemplo.


A necessidade de acordos e incentivos de âmbito supra-nacional não retira aos
países a importância de estabeleceram as suas próprias metas e formas de
intervenção.
Existe uma Estratégia Europeia de Desenvolvimento Sustentável ( EDS) ?


A União Europeia aprovou pela 1ª vez, no Conselho Europeu de Gotemburgo, em
2001, uma Estratégia Europeia de Desenvolvimento Sustentável, centrada:
         • nas alterações climáticas,
         • riscos para a saúde pública,
         • recursos naturais
         • transportes sustentáveis.


Na sequência desta Estratégia, diversos países elaboraram as suas Estratégias
Nacionais e respectivos Planos de Implementação.


Em 2002 esta Estratégia foi completada com uma dimensão externa pelo Conselho de
Barcelona.
• A Estratégia Europeia de Desenvolvimento Sustentável (EDS) foi
revista, tendo sido fixados como principais desafios :


          as alterações climáticas e energia limpa;


           os transportes sustentáveis;


           a conservação e gestão dos recursos naturais;


          a saúde pública;


          a inclusão social, demografia e migração


           a pobreza global.
• São ainda consideradas políticas trans-sectoriais que contribuem para
a sociedade do conhecimento:
         a educação e formação
         a investigação e desenvolvimento.


• Constituem objectivos-chave da EDS :
         a protecção ambiental,
         a justiça e coesão social,
         a prosperidade económica
          o assumir as responsabilidades internacionais.
Qual a relação entre a Estratégia de Desenvolvimento Sustentável e a
Estratégia de Lisboa?


A   aprovação     pelo       Conselho    de    Gotemburgo         de   orientações    sobre   o
desenvolvimento sustentável aparece como complemento da Estratégia de
Lisboa, aprovada um ano antes e visando tornar a Europa uma das regiões mais
competitiva do mundo, baseada no conhecimento e capaz de garantir um crescimento
económico sustentável, com mais e melhores empregos e com maior coesão social.


Tratou-se   de   reforçar,    dentro    da    mesma   filosofia   de   acção,   a    componente
ambiental, articulando-a com as componentes económica e social.
No seu desenvolvimento actual as duas estratégias completam-se e ambas reconhecem
que os objectivos económicos, sociais e ambientais podem reforçar-se mutuamente.


• A EDS interessa-se em primeiro lugar pela :
         qualidade de vida,
         equidade intra-gerações e entre gerações
         e coerência entre todos os domínios políticos, incluindo aspectos externos.


• A Estratégia de Lisboa contribui de forma essencial para o objectivo fundamental do
desenvolvimento sustentável centrando-se em primeiro lugar :
         em acções e medidas destinadas a aumentar a competitividade e o crescimento
         económico
         melhorar a criação de empregos.
Qual a relação da ENDS com o PNACE?


A Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS) é:
          uma estratégia global de desenvolvimento, num horizonte de longo prazo
         (2015),
         focalizada na sustentabilidade e na articulação entre as dimensões
         económica, social e ambiental.


O Plano Nacional de Acção para o Crescimento e o Emprego (PNACE) representa o
Plano Nacional de Reformas (PNR) Português capaz de concretizar, nas situação
específica do País, a Estratégia de Lisboa de acordo com a focalização no crescimento
económico e no emprego marcada pelo Conselho da Primavera de 2005, para um
horizonte de 2008.
O que é e porquê um PIENDS?


O PIENDS é o Plano de Implementação da Estratégia Nacional de
Desenvolvimento Sustentável e apresenta as principais medidas a
concretizar no âmbito de cada um dos sete grandes objectivos da
ENDS.


Na perspectiva da sustentabilidade o PIENDS agrega diversas medidas
sectoriais dando-lhes um enquadramento global e prospectivo. Não se
trata de um Plano acabado, mas também não é uma mera agregação de
intenções. É um plano em desenvolvimento, com medidas concretas de
curto e médio prazo, sujeitas a metas e objectivos precisos e inspiradas
por preocupações de longo prazo.
Como avaliar a sustentabilidade do desenvolvimento?
Existem indicadores de desenvolvimento sustentável?


A preocupação com a avaliação está presente na Estratégia Europeia e na
Estratégia Nacional. A ENDS não só enuncia metas como apresenta uma lista de
indicadores capazes de garantir a monitorização e avaliação. Os documentos
aprovados para debate público incluem uma matriz de indicadores por objectivos e
com explicitação de metas. Este é, porém, um trabalho em construção, quer a nível
nacional, quer a nível comunitário.
Quem participa na concretização da ENDS/PIENDS?


Pela sua natureza abrangente a ENDS é uma estratégia de acção para as políticas
públicas e para a sociedade. Por este motivo é, enquanto definição de estratégia, objecto
de debate público. A sua concretização depende de todos os actores económicos e
sociais, tanto mais quanto depende não apenas de acções concretas como também do
modo de actuar de cada um incluindo as práticas de todos os dias a nível produtivo e de
comportamentos de cidadania. Na elaboração da ENDS, agora em debate público,
participaram todos os Ministérios e foram considerados múltiplos contributos da
sociedade civil, bem como tidos em conta os trabalhos anteriormente levados a cabo.
O   Desenvolvimento         Sustentável     e   o    crescimento      económico       são
compatíveis?


Esta é uma questão objecto de controvérsia, tendo sido dominante a ideia de oposição
entre os dois objectivos. Hoje, contudo, começa-se a explorar as oportunidades de
sinergia entre os dois processos e a prática demonstra, em particular a nível micro, que os
próprios sucessos empresariais e a sua sustentabilidade no tempo andam frequentemente
associados a comportamentos éticos quer do ponto de vista social quer ambiental. É
possível e desejável ver na sustentabilidade um desafio de progresso e uma oportunidade
mesmo a nível económico.


          O desenvolvimento sustentável representará a médio prazo algo
de semelhante ao desafio da globalização, movimento inevitável e a que
nos temos que adaptar tirando partido, como todas as grandes evoluções
da história.

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14 o ambiente na união europeial

  • 2. O ambiente que temos e o que poderemos ter na UE A degradação do meio ambiente têm vindo a intensificar-se nas últimas décadas. • O esgotamento dos recursos naturais reflecte-se no fenómeno das alterações climáticas com consequências comprovadamente nefastas para o planeta. • A protecção do ambiente é essencial para a qualidade de vida das gerações actuais e futuras e o desafio é combinar essa protecção com o crescimento económico. Deste modo, as acções da União Europeia, relativamente ao ambiente, baseiam-se na convicção de que as políticas económica, social e ambiental estão intrinsecamente ligadas.
  • 3. A tomada de consciência • A defesa do ambiente passou a ocupar, a partir dos anos 70, um lugar de destaque no seio da Europa Comunitária. • As primeiras medidas surgem em 1972, no contexto de quatro programas de acção sucessivos com o objectivo de limitar a poluição através da introdução de normas mínimas, que incidiam principalmente na gestão de resíduos, na poluição marítima e atmosférica. • Na década de 70, têm igualmente início as actividades de organizações e partidos ecológicos, bem como as conferências e declarações internacionais sobre a temática do ambiente. • Implanta-se uma consciência ecológica colectiva à escala planetária através da percepção dos riscos associados aos problemas ambientais. Torna-se urgente uma abordagem combinada à escala europeia e internacional.
  • 4. Alterações climáticas • As alterações climáticas são uma realidade. • As causas destas alterações são as emissões de gases com efeito de estufa resultantes das actividades humanas, entre elas a queima de combustíveis fósseis nas centrais de energia, os transportes rodoviários e aéreos, a deposição em aterros e os processos de produção industrial. • As consequências das alterações climáticas são entre outras: o acelerado degelo e o consequente aumento do nível do mar; a alteração dos ecossistemas (dificuldade de adaptação de certas espécies de plantas e animais); o aumento dos riscos de incêndio e de condições climatéricas extremas (Invernos muito rigorosos, com mais tempestades e inundações, nos países do Norte, e períodos de seca com incêndios florestais nos países do Sul).
  • 5. A União Europeia assume o combate às alterações climáticas como uma das suas prioridades e tem tido, neste domínio, um papel de vanguarda, a nível internacional, participando activamente nas negociações e dando o exemplo mediante eficientes políticas dentro da união.
  • 6. Rumo a uma política ambiental europeia • Com o Tratado da União Europeia a acção da UE a nível ambiental ganhou o estatuto de política. • O Tratado de Amesterdão elegeu como prioridades da UE o Desenvolvimento Sustentável e a protecção ambiental. • A partir daqui a acção comunitária passou a ter um cariz horizontal, isto é, incidindo em todos os sectores económicos de onde resulta poluição: indústria energia turismo transportes agricultura
  • 7. • Os objectivos traçados no Tratado de Amesterdão foram complementados em 2001, no Conselho Europeu de Gotemburgo, com a adopção de uma estratégia europeia para o desenvolvimento sustentável, orientada principalmente para: as alterações climáticas; a saúde; os transportes; os recursos naturais. • Para além disso, foi introduzida uma nova dimensão na Estratégia de Lisboa, para além das dimensões económica e social, a dimensão ambiental.
  • 8. A liderança mundial da UE na protecção ambiental • Domínios da acção europeia, quer ao nível dos Estados-Membros quer ao nível internacional: protecção da qualidade do ar e da água, preservação dos recursos e da biodiversidade gestão dos resíduos e das actividades com impacto negativo • A UE tem um papel bastante activo no que diz respeito à protecção ambiental. • De entre os vários domínios referentes ao ambiente, salienta-se o das alterações climáticas, que assume um papel crucial na estratégia ambiental da União.
  • 9. • Ao abrigo do Protocolo de Quioto (uma convenção mundial, em vigor desde 2005, que visa a redução das emissões de gases com efeitos de estufa), a União Europeia criou o primeiro sistema de comércio de emissões do mundo. • Os Estados-Membros estabeleceram quotas para as empresas do sector industrial e energético a fim de limitar as emissões de dióxido de carbono, o principal gás com efeito de estufa. • As empresas que não utilizarem todas as suas quotas podem vender o excedente a empresas que, de outro modo, teriam de pagar pesadas multas pelo não cumprimento dos seus limites de emissões.
  • 10. • As políticas da União no domínio do ambiente alicerçam-se no princípio do «poluídor-pagador». • O pagamento pode consistir : no investimento necessário ao cumprimento de normas mais elevadas; no compromisso de recolher, reciclar ou eliminar os produtos após a sua utilização; numa taxa aplicável às empresas ou aos consumidores pela utilização de produtos não-ecológicos como alguns tipos de embalagens. • Para além disso, a Comissão Europeia aplica o chamado «princípio de precaução» quando as ameaças para o ambiente são mais potenciais do que comprovadas, actuando a um nível preventivo.
  • 11. O sexto programa de acção em matéria de ambiente • O sexto programa de acção em matéria de ambiente, adoptado em Julho de 2002, é o principal instrumento responsável pela implementação da política ambiental no espaço comunitário, definindo as prioridades da Comunidade Europeia até 2010. Realçam-se quatro domínios de acção: as alterações climáticas; a natureza e a biodiversidade; o ambiente e a saúde; a gestão dos recursos naturais e dos resíduos. • O sexto programa de acção apoia-se em sete estratégias temáticas: a poluição atmosférica, o meio marinho, a utilização sustentável dos recursos, a prevenção e reciclagem dos resíduos, os pesticidas, a qualidade dos solos, o ambiente urbano . .
  • 12. Com este Programa de Acção e os cinco anteriores, a União Europeia dispõe de um vasto sistema de protecção ambiental, com vista à obtenção de um nível de protecção equivalente em todos os Estados - Membros, tendo em conta as circunstâncias locais e reconhecendo que se impõe um equilíbrio entre a protecção ambiental e a competitividade das empresas no plano internacional.
  • 13. As energias renováveis A União Europeia definiu a 10 de Março de 2007, o objectivo de aumentar o uso de energias renováveis para 20% até 2020. • Assume uma posição de liderança no combate ao aquecimento global. • Pressiona assim outros grandes poluidores como os EUA, a China e a Rússia para a racionalização do uso da energia. • Reconhece a forte relação que existe entre as questões energia, ambiente e desenvolvimento. .
  • 14. A questão energética é tida como um factor essencial da competitividade e do desenvolvimento económico europeu, todavia a União Europeia sofre de uma forte dependência energética relativamente ao exterior, cobrindo cerca de metade das necessidades, com tendência a aumentar nas próximas décadas
  • 15. Os instrumentos Tendo em vista a defesa do ambiente, a UE dispõe de variados instrumentos com vista a pôr em prática uma política ambiental mais eficaz. • Em matéria de instrumentos institucionais é de referir: a criação, em 1990, da Agência Europeia do Ambiente, (com o objectivo de recolher e divulgar informações comparáveis no sector do ambiente). • Relativamente aos instrumentos de gestão e de cariz financeiros, é de salientar de entre os primeiros: O rótulo ecológico O Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria (EMAS); • Sendo que dos últimos realça-se : O LIFE
  • 16. • o LIFE é um instrumento que tem em vista o desenvolvimento e a aplicação da política e da legislação comunitárias a nível ambiental, bem como, o alcance de um desenvolvimento sustentável na UE. • O LIFE é utilizado para co-financiar acções em favor do ambiente na Comunidade e em determinados países terceiros. • O LIFE apresenta três vertentes temáticas: LIFE-Natureza, LIFE-Ambiente LIFE-Países terceiros.
  • 17. A Comissão propõe um novo instrumento único, que substitui os programas financeiros existentes como o LIFE, para a racionalização e simplificação de financiamentos das acções no domínio do ambiente, denominado LIFE+, para o período de 2007 a 2013. Assim, prevê-se mais transparência, eficácia e coerência com os outros fundos e programas comunitários. O LIFE+ tem duas vertentes: uma vertente «aplicação e governação» e uma vertente «informação e comunicação».
  • 18. Cooperação internacional • As questões de protecção ambiental ultrapassam as fronteiras exclusivamente nacionais ou regionais. • O Tratado que institui a União Europeia prevê, no âmbito da política ambiental da Comunidade, a promoção de medidas no plano internacional para fazer face aos problemas mundiais relacionados com o ambiente mediante a cooperação da UE com países terceiros e organizações internacionais. • A UE aderiu, desde os anos 70, a várias convenções internacionais que visam a protecção ambiental e, actualmente, integra mais de trinta convenções e acordos no domínio do ambiente. • Normalmente participa, como observador, nas actividades e negociações de organismos ou programas internacionais sob a égide das Nações Unidas. • De entre as convenções de âmbito mundial salienta-se, o Protocolo de Quioto.
  • 19. • Em 1992 e em 2002, realizaram-se, no Rio de Janeiro e em Joanesburgo, respectivamente, cimeiras mundiais, no quadro da ONU, de onde resultaram importantes planos de acção que visam o combate à pobreza e a protecção ambiental, bem como a promoção do desenvolvimento sustentável. • A defesa do ambiente está também presente nas reuniões bilaterais que a UE e os seus Estados-Membros mantêm com os países terceiros e as organizações regionais conduzem uma política activa em favor do ambiente durante as, nomeadamente, com a Rússia os novos países vizinhos, resultantes do último alargamento, os países do Mediterrâneo e os países em desenvolvimento.
  • 20. Porquê "Desenvolvimento Sustentável"? Desde há muito as questões do desenvolvimento foram tratadas como um patamar mais elevado do que o simples crescimento económico. Se a ligação entre crescimento económico e coesão social, nos âmbito nacional, regional e global, constituíram um dos primeiros traços diferenciadores, a protecção ambiental somou-se a estas preocupações, quando o desenvolvimento económico começou a pôr em causa o futuro para as novas gerações.
  • 21. O agravamento dos problemas ligados a uma inadequada gestão dos recursos naturais, com os riscos inerentes à protecção do equilíbrio físico, juntou-se aos problemas da desigualdade na distribuição da riqueza e do progresso científico. É neste contexto que se desenvolvem preocupações e políticas a nível global, regional, nacional e local, focalizadas na preocupação com a sustentabilidade do desenvolvimento, tendo em conta as futuras gerações e o equilíbrio entre o desenvolvimento económico, social e ambiental.
  • 22. O Desenvolvimento Sustentável é uma estratégia ambiental? O desenvolvimento sustentável está fortemente associado à necessidade de gerir com visão de futuro os recursos naturais e a qualidade ambiental, mas o seu conceito é mais amplo e compreende uma dimensão económica, social e ambiental. Trata-se de um novo modo de olhar o desenvolvimento nas suas múltiplas facetas, constituindo-se como uma actuação transversal aos diferentes sectores de intervenção. Não é possível, nem desejável, uma associação mais estreita às estratégias ambientais, económicas ou sociais. O desenvolvimento sustentável apela, exactamente, para a imprescindibilidade de garantir uma articulação sistémica entre as mesmas.
  • 23. Desenvolvimento Sustentável e sustentado é a mesma coisa? As expressões desenvolvimento sustentável e sustentado não são conceitos definidos rigorosamente mas é comum associar-se o desenvolvimento sustentável ao que se sustenta por si, enquanto um desenvolvimento sustentado seria o que se faz à custa de factores exógenos. Neste contexto o que se pretende é um desenvolvimento sustentável, porque é capaz de combinar adequadamente o crescimento económico com a protecção dos recursos e a coesão social, como factores capazes de lhe dar continuidade no tempo.
  • 24. Porquê uma Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS)? A Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável corresponde não apenas a um desafio global e europeu, mas ao desenvolvimento de uma visão de longo prazo para o desenvolvimento nacional, que enforma e perspectiva estratégias de mais médio e curto prazo. Consolidar a articulação das diferentes estratégias sectoriais, numa visão de sustentabilidade do desenvolvimento dá-lhes maior coerência e sentido de futuro. A Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável não se substitui às diferentes estratégias nacionais sectoriais ou prioridades de mais médio prazo, mas dá-lhes um sentido, enquadrando-as em valores e metas mais ambiciosas.
  • 25. É possível olhar o Desenvolvimento Sustentável numa dimensão nacional? É necessário, mas claramente não suficiente. A sustentabilidade, não apenas ambiental, mas também económica e social, carece, num mundo globalizado, de intervenções à escala mais ampla e mesmo planetária. É por esse motivo que a Organização das Nações Unidas e outras entidades supra- nacionais têm desenvolvido acções e protagonizado intervenções à escala global. Protocolos como o de Quioto ou a proclamação da década para a educação em desenvolvimento sustentável da UNESCO, são disso exemplo. A necessidade de acordos e incentivos de âmbito supra-nacional não retira aos países a importância de estabeleceram as suas próprias metas e formas de intervenção.
  • 26. Existe uma Estratégia Europeia de Desenvolvimento Sustentável ( EDS) ? A União Europeia aprovou pela 1ª vez, no Conselho Europeu de Gotemburgo, em 2001, uma Estratégia Europeia de Desenvolvimento Sustentável, centrada: • nas alterações climáticas, • riscos para a saúde pública, • recursos naturais • transportes sustentáveis. Na sequência desta Estratégia, diversos países elaboraram as suas Estratégias Nacionais e respectivos Planos de Implementação. Em 2002 esta Estratégia foi completada com uma dimensão externa pelo Conselho de Barcelona.
  • 27. • A Estratégia Europeia de Desenvolvimento Sustentável (EDS) foi revista, tendo sido fixados como principais desafios : as alterações climáticas e energia limpa; os transportes sustentáveis; a conservação e gestão dos recursos naturais; a saúde pública; a inclusão social, demografia e migração a pobreza global.
  • 28. • São ainda consideradas políticas trans-sectoriais que contribuem para a sociedade do conhecimento: a educação e formação a investigação e desenvolvimento. • Constituem objectivos-chave da EDS : a protecção ambiental, a justiça e coesão social, a prosperidade económica o assumir as responsabilidades internacionais.
  • 29. Qual a relação entre a Estratégia de Desenvolvimento Sustentável e a Estratégia de Lisboa? A aprovação pelo Conselho de Gotemburgo de orientações sobre o desenvolvimento sustentável aparece como complemento da Estratégia de Lisboa, aprovada um ano antes e visando tornar a Europa uma das regiões mais competitiva do mundo, baseada no conhecimento e capaz de garantir um crescimento económico sustentável, com mais e melhores empregos e com maior coesão social. Tratou-se de reforçar, dentro da mesma filosofia de acção, a componente ambiental, articulando-a com as componentes económica e social.
  • 30. No seu desenvolvimento actual as duas estratégias completam-se e ambas reconhecem que os objectivos económicos, sociais e ambientais podem reforçar-se mutuamente. • A EDS interessa-se em primeiro lugar pela : qualidade de vida, equidade intra-gerações e entre gerações e coerência entre todos os domínios políticos, incluindo aspectos externos. • A Estratégia de Lisboa contribui de forma essencial para o objectivo fundamental do desenvolvimento sustentável centrando-se em primeiro lugar : em acções e medidas destinadas a aumentar a competitividade e o crescimento económico melhorar a criação de empregos.
  • 31. Qual a relação da ENDS com o PNACE? A Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS) é: uma estratégia global de desenvolvimento, num horizonte de longo prazo (2015), focalizada na sustentabilidade e na articulação entre as dimensões económica, social e ambiental. O Plano Nacional de Acção para o Crescimento e o Emprego (PNACE) representa o Plano Nacional de Reformas (PNR) Português capaz de concretizar, nas situação específica do País, a Estratégia de Lisboa de acordo com a focalização no crescimento económico e no emprego marcada pelo Conselho da Primavera de 2005, para um horizonte de 2008.
  • 32. O que é e porquê um PIENDS? O PIENDS é o Plano de Implementação da Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável e apresenta as principais medidas a concretizar no âmbito de cada um dos sete grandes objectivos da ENDS. Na perspectiva da sustentabilidade o PIENDS agrega diversas medidas sectoriais dando-lhes um enquadramento global e prospectivo. Não se trata de um Plano acabado, mas também não é uma mera agregação de intenções. É um plano em desenvolvimento, com medidas concretas de curto e médio prazo, sujeitas a metas e objectivos precisos e inspiradas por preocupações de longo prazo.
  • 33. Como avaliar a sustentabilidade do desenvolvimento? Existem indicadores de desenvolvimento sustentável? A preocupação com a avaliação está presente na Estratégia Europeia e na Estratégia Nacional. A ENDS não só enuncia metas como apresenta uma lista de indicadores capazes de garantir a monitorização e avaliação. Os documentos aprovados para debate público incluem uma matriz de indicadores por objectivos e com explicitação de metas. Este é, porém, um trabalho em construção, quer a nível nacional, quer a nível comunitário.
  • 34. Quem participa na concretização da ENDS/PIENDS? Pela sua natureza abrangente a ENDS é uma estratégia de acção para as políticas públicas e para a sociedade. Por este motivo é, enquanto definição de estratégia, objecto de debate público. A sua concretização depende de todos os actores económicos e sociais, tanto mais quanto depende não apenas de acções concretas como também do modo de actuar de cada um incluindo as práticas de todos os dias a nível produtivo e de comportamentos de cidadania. Na elaboração da ENDS, agora em debate público, participaram todos os Ministérios e foram considerados múltiplos contributos da sociedade civil, bem como tidos em conta os trabalhos anteriormente levados a cabo.
  • 35. O Desenvolvimento Sustentável e o crescimento económico são compatíveis? Esta é uma questão objecto de controvérsia, tendo sido dominante a ideia de oposição entre os dois objectivos. Hoje, contudo, começa-se a explorar as oportunidades de sinergia entre os dois processos e a prática demonstra, em particular a nível micro, que os próprios sucessos empresariais e a sua sustentabilidade no tempo andam frequentemente associados a comportamentos éticos quer do ponto de vista social quer ambiental. É possível e desejável ver na sustentabilidade um desafio de progresso e uma oportunidade mesmo a nível económico. O desenvolvimento sustentável representará a médio prazo algo de semelhante ao desafio da globalização, movimento inevitável e a que nos temos que adaptar tirando partido, como todas as grandes evoluções da história.