2. DEPARTAMENTO
ECONOMIA AGRÁRIA
COTHN
Março 2006
Os últimos 20 anos trouxeram uma forma diferente de organização noOs últimos 20 anos trouxeram uma forma diferente de organização no
que respeita à produção/venda de produtos agro-alimentares. Comque respeita à produção/venda de produtos agro-alimentares. Com
efeito, e particularmente no que respeita à União Europeia, aefeito, e particularmente no que respeita à União Europeia, a
Distribuição passou a ter um papel fundamental no sector agro-Distribuição passou a ter um papel fundamental no sector agro-
alimentar, podendo mesmo atribuir-se-lhe um carácter organizadoralimentar, podendo mesmo atribuir-se-lhe um carácter organizador
e/ou estruturante.e/ou estruturante.
A competitividade da produção agrícola e alimentar baseia-se naA competitividade da produção agrícola e alimentar baseia-se na
capacidade de integrar a lógica da distribuição que, por sua vez, exigecapacidade de integrar a lógica da distribuição que, por sua vez, exige
uma permanente inovação com base na diferenciação de produtouma permanente inovação com base na diferenciação de produto
Competitividade e Inovação na AgriculturaCompetitividade e Inovação na Agricultura
3. DEPARTAMENTO
ECONOMIA AGRÁRIA
COTHN
Março 2006
A problemática da Competitividade e Inovação na Agricultura, estáA problemática da Competitividade e Inovação na Agricultura, está
associada a dinâmicas que incluem:associada a dinâmicas que incluem:
↪↪ a designadaa designada estratégia de Lisboaestratégia de Lisboa
↪↪ o poder crescente da distribuiçãoo poder crescente da distribuição
↪↪ a organização dos produtores e o padrão de especializaçãoa organização dos produtores e o padrão de especialização
produtivaprodutiva
Estas dinâmicas, por sua vez, têm tratamento diferenciado conformeEstas dinâmicas, por sua vez, têm tratamento diferenciado conforme
estejamos a analisar a produção de cereais, leite, ou frutas e vegetaisestejamos a analisar a produção de cereais, leite, ou frutas e vegetais
frescos.frescos.
Competitividade e Inovação na AgriculturaCompetitividade e Inovação na Agricultura
6. DEPARTAMENTO
ECONOMIA AGRÁRIA
COTHN
Março 2006
A estratégia de Lisboa está já associada à nova PAC baseada noA estratégia de Lisboa está já associada à nova PAC baseada no
decouplingdecoupling tendo em vista, a prazo, reduzir e até terminar as ajudas àtendo em vista, a prazo, reduzir e até terminar as ajudas à
produçãoprodução
Esta nova abordagem implica:Esta nova abordagem implica:
↪↪ o reforço da orientação para o mercado, obrigando a umao reforço da orientação para o mercado, obrigando a uma
constante pesquisa de novas oportunidadesconstante pesquisa de novas oportunidades
↪↪ sustentabilidade ambientalsustentabilidade ambiental
↪↪ inovação do produto e do processo como forma de garantir oinovação do produto e do processo como forma de garantir o
reforço de vantagem competitivareforço de vantagem competitiva
↪↪ a produção baseada em padrões de qualidade elevada, com oa produção baseada em padrões de qualidade elevada, com o
resposta às exigências do consumoresposta às exigências do consumo
Competitividade e Inovação na AgriculturaCompetitividade e Inovação na Agricultura
7. DEPARTAMENTO
ECONOMIA AGRÁRIA
COTHN
Março 2006
No que respeita ao papel da distribuição, verificamos que a maioria daNo que respeita ao papel da distribuição, verificamos que a maioria da
produção agrícola e alimentar é hoje vendida através das grandesprodução agrícola e alimentar é hoje vendida através das grandes
superfíciessuperfícies
Mesmo para as frutas e legumes, os países do Sul da Europa queMesmo para as frutas e legumes, os países do Sul da Europa que
tinham a menor tradição de venda através das grandes superfícies,tinham a menor tradição de venda através das grandes superfícies,
começam também a ter um peso crescente da participação das suascomeçam também a ter um peso crescente da participação das suas
vendas através da grande distribuiçãovendas através da grande distribuição
Um inquérito realizado em Espanha em 2004, revelava que a grandeUm inquérito realizado em Espanha em 2004, revelava que a grande
distribuição detinha uma quota de mercado de 42% para a fruta e 40%distribuição detinha uma quota de mercado de 42% para a fruta e 40%
para os vegetais frescos e batatapara os vegetais frescos e batata
Competitividade e Inovação na AgriculturaCompetitividade e Inovação na Agricultura
8. DEPARTAMENTO
ECONOMIA AGRÁRIA
COTHN
Março 2006
A UE é o segundo maior produtor de Legumes e frutas a nívelA UE é o segundo maior produtor de Legumes e frutas a nível
mundial, com uma produção de 9%, sendo o maior importador (25%mundial, com uma produção de 9%, sendo o maior importador (25%
das importações mundiais) e o segundo maior exportador (20% dasdas importações mundiais) e o segundo maior exportador (20% das
exportações mundiais)exportações mundiais)
As frutas e hortícolas está particularmente desenvolvido no Sul daAs frutas e hortícolas está particularmente desenvolvido no Sul da
Europa, sendo que, em média, representam cerca de ¼ da produçãoEuropa, sendo que, em média, representam cerca de ¼ da produção
agrícola desses países (incluindo Portugal)agrícola desses países (incluindo Portugal)
O tomate é o produto hortícola com maior peso na produção deO tomate é o produto hortícola com maior peso na produção de
hortícolas da UE (15 milhões de toneladas) e o grupo dos citrinos é ohortícolas da UE (15 milhões de toneladas) e o grupo dos citrinos é o
que representa maior produção nas frutas com 10 milhões deque representa maior produção nas frutas com 10 milhões de
toneladas, seguido da maçã com 9 milhões de toneladastoneladas, seguido da maçã com 9 milhões de toneladas
Competitividade e Inovação na AgriculturaCompetitividade e Inovação na Agricultura
9. DEPARTAMENTO
ECONOMIA AGRÁRIA
COTHN
Março 2006
O total da produção de UE-15 ascende, nos hortícolas a 55 milhões deO total da produção de UE-15 ascende, nos hortícolas a 55 milhões de
toneladas e nas frutas a 57 milhões de toneladastoneladas e nas frutas a 57 milhões de toneladas
Os novos estados membros produzem 9 milhões de toneladas deOs novos estados membros produzem 9 milhões de toneladas de
hortícolas e 6 milhões de toneladas de frutas, sendo a Polónia ohortícolas e 6 milhões de toneladas de frutas, sendo a Polónia o
principal produtor com 5 milhões de hortícolas e 3 milhões de frutasprincipal produtor com 5 milhões de hortícolas e 3 milhões de frutas
O consumo de hortícolas frescos e frutas na UE tem-se mantidoO consumo de hortícolas frescos e frutas na UE tem-se mantido
estável, com 46 e 43 milhões de toneladas, respectivamenteestável, com 46 e 43 milhões de toneladas, respectivamente
Competitividade e Inovação na AgriculturaCompetitividade e Inovação na Agricultura
10. DEPARTAMENTO
ECONOMIA AGRÁRIA
COTHN
Março 2006
Portugal produz cerca de 1 milhão de toneladas de frutas e cerca dePortugal produz cerca de 1 milhão de toneladas de frutas e cerca de
800 mil toneladas de hortícolas frescos800 mil toneladas de hortícolas frescos
O peso das importações de hortícolas no total das importaçõesO peso das importações de hortícolas no total das importações
agrícolas foi, em 2002, de 4,5% e para as frutas de 7,9%,agrícolas foi, em 2002, de 4,5% e para as frutas de 7,9%,
representando, no seu conjunto, 230 milhões de eurosrepresentando, no seu conjunto, 230 milhões de euros
As exportações de hortícolas representou 5,4% do total dasAs exportações de hortícolas representou 5,4% do total das
exportações agrícolas, tendo as frutas um peso de 5,3% do total dasexportações agrícolas, tendo as frutas um peso de 5,3% do total das
exportações agrícolas representando, no seu conjunto, 47 milhões deexportações agrícolas representando, no seu conjunto, 47 milhões de
euroseuros
O complexo de produção agro-alimentar, mostra uma grandeO complexo de produção agro-alimentar, mostra uma grande
dependência do exterior: na UE-15, Portugal é o país que apresenta odependência do exterior: na UE-15, Portugal é o país que apresenta o
maior valor de défice líquido a seguir ao Luxemburgo –311,7 € permaior valor de défice líquido a seguir ao Luxemburgo –311,7 € per
capita, superior à Suécia (–261,4€), longe da Espanha (+95,4€)capita, superior à Suécia (–261,4€), longe da Espanha (+95,4€)
Competitividade e Inovação na AgriculturaCompetitividade e Inovação na Agricultura
11. DEPARTAMENTO
ECONOMIA AGRÁRIA
COTHN
Março 2006
Recomendações gerais – alguns contributosRecomendações gerais – alguns contributos
1.1. Melhoria da organização da produção em todas as fasesMelhoria da organização da produção em todas as fases
2.2. Reforço da verticalização da cadeia de produção, privilegiando aReforço da verticalização da cadeia de produção, privilegiando a
contratualização com a grande distribuiçãocontratualização com a grande distribuição
3.3. Desenvolvimento de I&D em parceria com os centros tecnológicos eDesenvolvimento de I&D em parceria com os centros tecnológicos e
as universidades, por for forma a reforçar o caracter de inovação deas universidades, por for forma a reforçar o caracter de inovação de
produto e/ou de processoproduto e/ou de processo
4.4. Incentivo à criação de marcas, com apoio à promoção do produtoIncentivo à criação de marcas, com apoio à promoção do produto
português em Portugalportuguês em Portugal
5.5. Definição de uma estratégia de orientação exportadora, suportadaDefinição de uma estratégia de orientação exportadora, suportada
em apoios públicos, e coordenada por organizações de produtoresem apoios públicos, e coordenada por organizações de produtores
6.6. Incentivar o desenvolvimento dos produtos de 4ª e 5ª gamaIncentivar o desenvolvimento dos produtos de 4ª e 5ª gama
Competitividade e Inovação na AgriculturaCompetitividade e Inovação na Agricultura