3. Introdução
O que é uma Inteligência?
Como utilizar o conceito de inteligências
no processo de ensino-aprendizagem?
O Projeto “ O potencial humano”
4. Binet
(início do século passado)
Aplicação de testes para discriminar alunos
com tendência ao sucesso ou ao fracasso escolar
1°s Testes de Inteligência
Construtor do QI
Exploração para a eugenia => hereditariedade
QI tão inviolável como altura e cor de cabelo
5. Spearman
(1927)
“a inteligência seria melhor conceitualizada
como um fator geral
FATOR G - que
provavelmente tinha raízes numa propriedade
elementar do sistema nervoso, como a rapidez
“ ou a flexibilidade”
(apud Gardner, 1995)
Tanto para Binet como para Spearman
a inteligência está no interior do indivíduo.
6. Síntese Conceitual de Inteligência
Binet, Spearman e seguidores
“A inteligência é o traço do indivíduo isolado,
que pode ser avaliado sozinho; os indivíduos
nascem
com
um
certa
quantidade
de
inteligência, que pode ser medida cedo na vida.
Ela é um traço fixo, relativamente insensível ao
ambiente ou treinamento, prontamente eliciado
pela administração de instrumentos tipo papel e
lápis.”
7. Howard Gardner
Ponto de partida (1979): contestação da teoria de
Jean Piaget
“ apesar do seu ceticismo sobre itens de QI expressos
em linguagem, as próprias tarefas de Piaget, em geral
são transmitidas verbalmente. E quando elas foram
colocadas não lingüisticamente, os resultados são,
com freqüência, diferentes dos obtidos nos
laboratórios genebrinos.”
8. Gardner
Procurando os blocos construtores das inteligências
Estudos sobre uma população constituída de:
crianças normais
idiotas sábios*
pessoas com dano cerebral
crianças autistas
prodígios
crianças com dificuldade de aprendizagem
* Idiot Savant: pessoa mentalmente deficiente com
um talento especial altamente desenvolvido.
9. Gardner
Definição de inteligência
“Inteligência é a capacidade de resolver problemas
ou de elaborar produtos que sejam valorizados em
um ou mais ambientes culturais ou comunitários,
pois todos os indivíduos têm, em princípio, habilidade
de questionar e buscar respostas usando as inteligências.”
(Gardner, 1995)
11. Gardner
A distribuição da Inteligência
“ A inteligência existe, numa medida significativa,
fora do corpo físico do indivíduo.”
(Gardner, 1995)
12. Gardner
Inteligência Múltipla
“ O ponto essencial é que não existe apenas uma
capacidade mental subjacente. Ao invés, várias
inteligências, funcionando em combinação, são
necessárias para explicar como os seres humanos
assumem papéis diversos, como físicos,
fazendeiros e dançarinos.”
“É um erro tentar comparar inteligências em todos
os detalhes; cada uma deve ser pensada como um
sistema próprio e com suas próprias regras.”
13. As Inteligências de Gardner
J
I
H
A
N
G
E
R
A
R
D
C
L
O
D
I
S
R
E
G
I
S
M
I
L
T
O
N
I
E
S
U
S
14. Inteligência Lingüística
Idéias de Chomsky:
Para Chomsky, o mais importante é o conhecimento
existente na mente humana no nascimento - o
conhecimento inato. As habilidades de linguagem
surgem porque os seres humanos possuem uma
“faculdade de linguagem”.
Ele defende a existência de um dispositivo de
aquisição para explicar o domínio da língua nativa
pela criança em tão pouco tempo apesar da
natureza altamente abstrata das regras de linguagem.
15. Inteligência Lingüística - Introdução
Idéias de Chomsky:
A faculdade da linguagem é um órgão mental,
análogo ao fígado ou ao coração. Ele a vê como
algo relacionado aos aspectos físicos do cérebro.
“Em certos aspectos fundamentais nós não
aprendemos realmente a língua; é ela que
cresce na mente.” (Chomsky, 1980)
A faculdade da linguagem é uma herança
biológica da criança.
16. Inteligência Lingüística - Introdução
Os Hemisférios Cerebrais
Direito
Esquerdo
Intuitivo
Holístico
Sintético
Não-Temporal
Não-Racional
Não-Verbal
Pensamento Lógico
Processamento Linear
da Informação
Analítico e Simbólico
Abstrato
Temporal
Racional
Verbal
17. Inteligência Lingüística - Introdução
O Processamento da Linguagem pelos Hemisférios
O hemisfério esquerdo usa o processamento serial
(um item de cada vez) e o hemisfério direito usa o
processamento paralelo ou holístico.
A linguagem exige um processamento serial pois os
sons do discurso são gerados em seqüência.
O hemisfério direito não decodifica as palavras pela
análise fonética dos sons, mas parece reconhecê-las
pelos padrões espaciais (visão) ou acústicos (audição).
18. Inteligência Lingüística - Introdução
Cérebro do Bebê
Antes dos bebês tomarem contato com as palavras,
existem os sons, responsáveis pela formação de seus
mapas perceptivos, e que orientam as ligações entre
os neurônios utilizados no reconhecimento dos fonemas.
Aos seis meses as crianças já tem mapas perceptivos
diferenciados de acordo com cada língua.
Isso explica porque aprender uma segunda língua
depois, ao invés de com a primeira é mais difícil. O
mapa perceptivo da primeira língua restringe o
aprendizado da segunda.
19. Inteligência Lingüística - Definições
É manifestada por meio da linguagem – seja ela
escrita ou falada – pois o indivíduo gosta de ler,
escrever, ouvir, tem boa memória para nomes,
lugares, datas e trivialidades. Geralmente é um
bom contador de histórias e piadas, gosta de ler
livros e escrever histórias, tem vocabulário rico e
se expressa com fluência, gosta de fazer palavrascruzadas e jogos com palavras.
20. Inteligência Lingüística - Definições
As evidências da inteligência lingüisticas provém
da constatação da capacidade para a fala, universal
e de rápido desenvolvimento, entre as pessoas normais.
21. Inteligência Lingüística - Mecanismos
Mecanismos Centrais de Processamento da Informação
Fonologia (sons da fala)
Sintaxe (gramática)
Semântica (significado)
Pragmática (implicações e usos da linguagem
em vários ambientes)
22. Inteligência Lingüística - Exemplos
Os poetas são o melhor exemplo de inteligência
lingüistica: são profundamente sintonizados com
o som e os ricos significados da língua que usam.
Citamos como exemplo o compositor Chique Buarque,
que além de excelente letrista e músico, é um
inventor de palíndromos da língua portuguesa.
23. Inteligência Lingüística - Aspectos
Aspectos da Linguagem:
Retórica – a capacidade de usar a linguagem para
convencer outros indivíduos a respeito de um curso
de ação.
Potencial Mnemônico – capacidade de usar esta
ferramenta para ajudar a lembrar de informações,
variando de listas de posses às regras de um jogo,
de instruções para orientar-se até procedimentos
para operar uma nova máquina.
24. Inteligência Lingüística - Aspectos
Aspectos da Linguagem:
Papel da Explicação – Grande parte do ensino
aprendizagem ocorre por meio da linguagem (cada
vez mais pela escrita).
A linguagem oferece as metáforas que são cruciais
para lançar e explicar um novo desenvolvimento
científico.
Potencial da Linguagem para Explicar suas próprias
Atividades – usar a linguagem para refletir a linguagem, metalingüística.
25. Inteligência Lingüística - Considerações
Linguagem pode ser vista como meio vital, talvez
insubstituível;
Deve-se descrever com precisão um problema ou
situação e convencer os outros de que sua opinião, sua
interpretação da situação, é adequada e precisa;
Uma vez opinião transmitida, as escolhas lexicais
particulares feitas, são importantes pois, deixam que a
mensagem fale por si mesma.
27. Movimento Inteligente
Manifesta-se tipicamente no atleta, no artista
que na maioria das vezes não elabora cadeias de
raciocínios para realizar seus movimentos, e
freqüentemente não consegue explicá-los verbalmente
Através de exercícios e treinamento pode-se
desenvolver tal competência
28. Movimento Inteligente
O controle do movimento corporal está
localizado no córtex motor, com cada hemisfério
dominante dos movimentos corporais no lado
contra-lateral.
A evolução dos movimentos especializados
do corpo é uma vantagem óbvia para as espécies
e, nos seres humanos, esta adaptação é ampliada
através do uso de ferramentas.
29. A Evolução da Habilidade
corporal
Cada espécie tem tendencies
de usar certas ferramentas .
Pesca de cupins por
chimpanze
Encontrar um tunel.
Selecionar uma ferramenta
Para sondar ,inserir a sonda
numa prefundedade correta.
30. .
Três conjuntos de fatores determina
se um primata será capaz de
aprender a usar ferramenta :
maturação sensório-motora
,necessaria para a habilidade .
brinquedo com objetos ambientais ,
estimulação que depende da
resposta,que ensina o organismo
jovem que seu próprio
comportamento pode controlar o
meio
31. O uso de ferramntas pelo
homen
Pedras arredondadas usadas para ferir
objetos e pedras irregular para cortar(3
mi)
Machados bifaciais ou de mão
comecaram a aparecer.(1 milhão).
Martelar pedras .(0,5 milhão)
Fogo,casadas coletivas,jogos
brutais,combates .
32. Movimento Inteligente
Características e comportamentos
Processo do conhecimento através de sensações
corporais;
Excelente coordenação motora fina;
Fortes sentimentos pelas coisas;
Representa através da mímica suas melhores ou
piores qualidades e maneirismos;
Freqüentemente taxado de hiperativo
Atletas, bailarinos, atores, mímicos, palhaços,
e professores...
33. Movimento Inteligente
Estratégias de Sala de Aula
viagens exploratórias
atividades práticas
movimento criativo
linguagem do corpo
atividades de manipulação
atividades de educação física
artesanato
teatro
34. Movimento Inteligente
Testes Corporais
Fique num pé só com os olhos fechados. Quanto tempo
você pode ficar assim? (Equilíbrio)
Jogue um papel amassado numa lixeira, numa distância
de dois metros. Aumente ou diminua a distância para ajustar
o nível de dificuldade. (Coordenação)
Escreva seu nome com um lápis entre os dedos dos pés.
Descubra se você é destro ou canhestro (com os pés).
(Destreza)
Veja se consegue coçar toda a extensão das suas costas
com seus dedos. (Flexibilidade)
35. Movimento Inteligente
Mais Testes Corporais
Faça dobraduras (Origami). (Coordenação)
Caminhe no cordão da calçada ao longo de uma quadra.
(Equilíbrio)
Participe de uma quebra de braço com alguém do seu
tamanho. (Força)
Comunique o conceito de “igualdade” usando somente
seu corpo. (Expressão)
Faça “trekking” num fim-de-semana, caminhando pelo
menos 10 km por dia. (Resistência física)
Faça um lindo e gostoso bolo de chocolate!(Criatividade)
36. Inteligência Musical
É, talvez, o talento que surge mais cedo no
indivíduo
Exemplos de crianças com talento musical
precoce:
Crianças
que participam do programa Suzuki
Crianças autistas com grande capacidade musical
Crianças que cresceram numa família musical
Inteligência musical não garante sucesso
musical no futuro
37. Composição
Idéias: sons na cabeça a todo instante, em todo
lugar
A idéia capta a atenção do compositor e sua
imaginação começa a trabalhar sobre ela.
“O que quer que ocorra numa peça musical nada
é além do que um infindável remodelar de uma
forma básica. Ou, em outras palavras, não há
nada numa peça musical além do que vem do
tema, brota dele e pode ser traçado de volta a
ele.”
38. Composição
Habilidade em escutar música:
está
ligado à criação musical;
ouvir as melodias, ritmos, harmonias e cores
dos sons de forma consciente;
conhecer os princípios da forma musical.
39. Elementos centrais da música
Tom: mais central nas culturas orientais, que
chegam a utilizar intervalos de quarto de tom.
Ritmo: mais central em culturas como a da
África do Sul, onde as proporções rítmicas
são mais complexas
Timbre: qualidade característica de um som.
A música pode ter:
Organização
horizontal: melodia
Organização vertical: som harmônico ou
dissonante.
40. Definição da música pelos
indivíduos
Estímulo ao sentido da audição
Organização rítmica: citado por indivíduos
como ponto de entrada para experiências
musicais
Aspectos afetivos: impressão agradável
ao ouvido
41. Abordagens na investigação
psicológica da música
“de baixo para cima”: análises de padrões
elementares, sons sozinhos, destituídos de
informação contextual
“de cima para baixo”: análises de peças ou
segmentos musicais quanto às características
globais (rápida ou lenta, suave ou alta) e
metafóricas (pesada ou leve, triunfante ou
trágica)
“meio termo”: análises de peças curtas ou
fragmentos de peças com tom ou ritmo claro,
comparando finais, tons e padrões rítmicos.
42. Resultados da investigação
Praticamente todos os indivíduos
reconhecem algo da estrutura musical:
Escolher
tipo de final mais adequado
Completar ritmo com adequação
Com um pouco de treinamento, conseguem
identificar um relacionamento privilegiado da
tônica com a dominante e subdominante
43. Desenvolvimento da
competência musical
Bebês de 2 a 4 meses já captam aspectos da
música como altura, volume e até estrutura
rítmica, antes mesmo de serem capazes de
captar aspectos da fala
A partir de 1 ano e meio, reproduzem trechos de
melodias familiares
Pouco desenvolvimento adicional após o início
da idade escolar – problema: aceitação do
analfabetismo musical
44. Formação de um músico
Não é estritamente um reflexo de
habilidade inata, mas é suscetível a
estímulo e treinamento cultural
Questões de motivação, personalidade e
caráter são decisivas. “Sorte” também
contribui.
Intérprete x Compositor
45. Facetas neurológicas da música
Capacidade musical concentra-se principalmente
no hemisfério direito do cérebro, enquanto
capacidade linguística concentra-se no esquerdo.
Variedade de representações neurais:
Variedade
de tipos e graus de habilidades musicais
encontradas na população humana
Encontro inicial com a música por meios e formas
diferentes
Não há nada que sugere qualquer conexão
sistemática da música com outras faculdades (tais
como pensamento linguístico, numérico ou
espacial).
46. Relação da competência musical
com outras competências
Competência Linguística:
Embora
ambas baseiam-se no sistema
oral-auditivo, procedem de maneira
neurologicamente distintas
Propósitos distintos: a música não é
utilizada para comunicação explícita ou
propósitos evidentes de sobrevivência
47. Relação da competência musical
com outras competências
Linguagem corporal ou gestual
Muitos
compositores enfatizam a ligação
entre as duas competências
Exemplos:
Crianças relacionam ambas de forma natural
Métodos eficazes de ensino musical integram voz,
mão e corpo
Relação entre a música e a dança
48. Relação da competência musical
com outras competências
Aspectos sentimentais
Relação
neurológica não foi estudada
“a música pode servir como um meio para
capturar sentimentos… comunicando-os
do intérprete ou do criador para o ouvinte
atento”
Exemplo de um músico com danos no
hemisfério direito, que manteve a
capacidade de ensinar música, mas
perdeu a capacidade e o desejo de
compor
49. Relação da competência musical
com outras competências
Matemática
Na
sabedoria popular, é a competência
que se encontra mais intimamente ligada
com a música
Competência musical exige sensibilidade à
regularidade e proporções que podem, às
vezes, ser complexos, mas isto atinge um
nível relativamente básico traduzido ao
pensamento matemático
Para a matemática, a música é apenas
mais um padrão, ela não considera os
poderes e efeitos expressivos da música.