SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 20
Downloaden Sie, um offline zu lesen
Massa base para sabonetes
Fabricando sabonetes sólidos
Projeto Gerart
2009
Massa base para sabonetes / Ricardo Mercadante, Ivane-
te Daga Cielo, Fabiana Severo da Silva, Katia Fabiane
Rodrigues, Ana Caroline Franz, Patricia Hahn e Sandra
Regina Kchesinski Bueno.
Massa base para sabonetes
Fabricando sabonetes sólidos
Nesta apostila será visto o processo artesanal de produção da
massa base para fabricação de sabonetes, sendo explicado como
elaborar uma receita a partir de diversas gorduras.
A todos um BOM ESTUDO!
Projeto Gerart
2009
Sumário
Os sabonetes.............................................................................1
Os principais componentes .......................................................1
Gorduras .................................................................................................2
Óleos .......................................................................................................2
Soda ........................................................................................................3
Água........................................................................................................4
Álcool ......................................................................................................4
Clarificador..............................................................................................4
Corante ...................................................................................................4
Essências.................................................................................................4
Observações...............................................................................................................................5
Criando sua própria receita .......................................................5
Cálculo da soda .......................................................................................6
Cálculo da água .......................................................................................7
Observação.................................................................................................................................7
Base glicerinada para sabonetes...............................................7
Cálculo do álcool .....................................................................................9
Cálculo da glicerina .................................................................................9
Cálculo da água .......................................................................................9
Cálculo do açúcar ..................................................................................10
Base glicerinada......................................................................10
Observações.............................................................................................................................11
Purificação do sebo ...............................................................................11
Purificação do óleo ................................................................................12
Produzindo a massa base transparente.................................................12
Equipamentos..........................................................................................................................12
Materiais....................................................................................................................................13
Procedimentos na produção da massa base para sabonete...................................14
Deixando a massa transparente .......................................................................................14
Clareando a massa.................................................................................................................15
Observações.............................................................................................................................15
Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos
1
OS SABONETES
O que é um sabonete? O sabonete é na verdade um pequeno pedaço de
sabão. Contudo existem algumas diferenças básicas entre uma barra de sabão e
um sabonete, entre as quais se pode destacar que os sabonetes:
• São preparados com matéria prima purificada e de boa qualidade.
• Têm seus componentes pesados de forma a produzir um produto balancea-
do e com as características necessárias.
• Fazem uso de essências mais caras.
• Podem ter utilização terapêutica.
• Não apresentam excesso de soda.
• Quando apresentam excesso de óleos, esse é controlado.
• Tem adicionado extratos glicólicos específicos para determinadas funções.
• Têm um cuidado geral com seu formato e embalagem.
• Fazem uso de corantes a base de água.
Em resumo, os sabonetes são sabões especiais feitos para serem utilizados
na higienização do corpo humano, apresentando uma qualidade superior aquela
desejada nos sabões para uso de limpeza doméstica ou de roupas, devido a quali-
dade da matéria prima utilizada na sua fabricação e do rigoroso controle no pro-
cesso de fabricação.
Mas o que são sabões? Os sabões são o resultado da reação de compostos
graxos (gorduras, óleos ou ceras) com um álcali (hidróxido ou carbonato de sódio)
na presença de água, sendo um composto sólido e espumante que tem a capaci-
dade de ajudar na limpeza de sujeiras.
OS PRINCIPAIS COMPONENTES
Veremos a seguir quais são os produtos utilizados na fabricação da base
para sabonetes. É a partir dessa base que se fará todos os tipos de sabonetes sóli-
dos, sejam eles decorativos, terapêuticos ou para banho, transparentes ou opacos,
prensados ou fundidos.
É importante ressaltar que a matéria-prima deve ser escolhida entre aque-
las que estão disponíveis em cada região, entretanto certas vezes é necessário ob-
ter algumas matérias-prima que vem de outras regiões.
Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos
2
Gorduras
As gorduras são os principais componentes na fabricação da base para sa-
bonetes sólidos. As gorduras são sólidas a temperatura ambiente e são elas que
dão a dureza do sabão. Entre as gorduras mais utilizadas para fazer sabonetes es-
tão:
• O sebo de boi.
• O sebo de carneiro.
• A banha de porco.
• A banha de galinha.
• As gorduras vegetais.
Cada gordura tem uma composição diferente, produzindo uma mistura de
sabões com propriedades distintas. Veja na próxima tabela as características dos
sabões formados pelas principais gorduras:
Gordura
Tipo de espu-
ma
Propriedades
de limpeza
Ação so-
bre a pele
Saponificação
Dureza do sa-
bonete sólido
Banha
Razoavelmente
lenta, dura-
doura e espes-
sa.
Boa.
Muito mo-
derada.
Razoavelmente
fácil.
Duro.
Coco
Espuma rapi-
damente com
muitas bolhas
não persisten-
tes.
Excelente.
Ação mor-
dente en-
ruga a
pele.
Rápido.
Extremamente
duro.
Palma
Espuma len-
tamente, bo-
lhas pequenas
e duradouras.
Muito boa.
Muito mo-
derada.
Muito fácil. Muito duro.
Palmiste
Espuma rapi-
damente e
forma bolhas
largas, não
persistentes.
Excelente.
Ação mor-
dente en-
ruga a
pele.
Rápido.
Extremamente
duro.
Sebo
Razoavelmente
lenta, dura-
doura e espes-
sa.
Boa.
Muito mo-
derada.
Razoavelmente
fácil.
Muito duro.
Óleos
Os óleos também são importantes componentes na fabricação da base para
sabonetes sólidos. Os óleos são líquidos a temperatura ambiente e ajudam a au-
mentar a espuma e a suavidade do sabão. Entre os óleos mais utilizados para fa-
zer sabonetes estão:
• O óleo de algodão.
• O óleo de amêndoas doces.
Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos
3
• O óleo de babaçu.
• O óleo de canola.
• O óleo de soja.
• O óleo de oliva.
• O óleo de mamona (rícino).
Da mesma forma que as gorduras, os óleos também têm composição dife-
rente entre si e produzem sabões com propriedades distintas. Veja na próxima ta-
bela as características dos sabões formados pelos principais óleos:
Óleos
Tipo de es-
puma
Propriedades
de limpeza
Ação so-
bre a pele
Saponificação
Dureza do sa-
bonete sólido
Algodão
Oleosa, a-
bundante e
durabilidade
média.
Boa. Moderada.
Razoavelmente
fácil.
Macio para
duro.
Amêndoas
doces
Oleosa, pe-
quenas e
persistentes.
Regular para
boa.
Bastante
moderada.
Razoavelmente
fácil.
Muito macio.
Babaçu
Espuma
consistente
de bolhas
largas, não
persistentes.
Excelente.
Ação mor-
dente en-
ruga a
pele.
Rápido.
Extremamente
duro.
Canola
Oleosas, pe-
quenas e
duradouras.
Regular. Moderada.
Razoavelmente
fácil.
Macio.
Soja
Oleosa, a-
bundante e
duradoura.
Regular. Moderada.
Razoavelmente
fácil.
Macio.
Oliva
Gordurosa,
pequenas e
persistentes.
Regular para
boa.
Muito mo-
derada.
Razoavelmente
fácil.
Muito macio.
Mamona
Espessa e
duradoura.
Regular. Moderada. Muito fácil. Macio.
Soda
Para a produção da base para sabonete é necessário reagir as gorduras e
os óleos com um agente que cause sua saponificação, esse agente pode ser a bar-
rilha (carbonato de sódio) ou a soda (hidróxido de sódio).
A soda pode ser encontrada na forma de pastilhas ou escamas ou ainda na
forma líquida em uma concentração de 50 %.
Na hora de comprar a soda em escamas deve-se ter o cuidado de comprar
aquelas que têm pureza de 95 % ou superior. Existe a soda 42 % que vem com
sal grosso para completar o peso, essa soda não deve ser utilizada.
Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos
4
Água
A qualidade da água é importante na hora de fazer sabão, não se deve usar
água que contenha muito cálcio, porque isso vai diminuir a espumosidade dele. A
água também deve ser fervida para evitar contaminação por bactérias ou fungos
que possa depois se reproduzir no sabão, causando cheiro ruim no produto final ou
coceiras no usuário.
Álcool
O álcool etílico que é encontrado em bebidas, supermercados ou em posto
de combustível, pode ser utilizado na produção de sabão e tem a finalidade de
acelerar a reação. Seu uso não é obrigatório e quando usado deve ser evaporado o
máximo possível para que o sabão não venha a murchar quando estiver pronto.
O álcool de bebida pode ser obtido a partir da cana de açúcar ou de cereais,
já o álcool comprado no supermercado tem que ser o 92.8 GL ou superior; o álcool
comprado em posto não pode vir com aditivo e nem com cheiro ou cor diferente
daquela típica do álcool.
Clarificador
A base de sabonete naturalmente tem uma cor que vai do amarelo claro até
o marrom escuro dependendo da matéria-prima utilizada. Pode-se reduzir essa cor
natural utilizando um clareador doméstico conhecido como hipoclorito de sódio
(encontrado nas águas sanitárias) e depois deixando a massa descansar ao sol. O
clarificador só deve ser utilizado quando a massa estiver a uma temperatura infe-
rior a 40 ºC, para evitar que evapore e perca seu efeito.
Corante
A base de sabonete pode ser colorida ou deixada com sua cor natural ou
clarificada. Para colorir a base pode-se utilizar corante para óleo ou corante a base
de água. Os melhores corantes são os cosméticos, mas pode-se fazer uso de co-
rantes alimentícios ou outros que possam entrar em contato com a pele sem cau-
sar alergias ou irritações.
Essências
Os óleos essenciais e essências sintéticas também podem ser utilizados pa-
ra dar odor à base de sabonete.
Devem ser escolhidas essências próprias para sabonetes ou perfumaria,
não devendo ser utilizadas as essências destinadas para uso em velas, incensos ou
produtos de limpeza em geral, pois essas outras essências podem provocar alergi-
as e irritações na pele.
Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos
5
Observações
Tanto a essência como os corantes podem ser utilizados na hora de se fazer
o artesanato, não sendo necessário fazer sua utilização durante o preparo da mas-
sa. Seu uso nessa etapa só se justifica caso a quantidade de sabonete a ser pro-
duzida for grande e toda a massa for destinada a um único uso.
CRIANDO SUA PRÓPRIA RECEITA
Agora que conhecemos as propriedades dos componentes utilizados na
produção da base para sabonete, podemos criar nossas próprias receitas de sabo-
netes.
O primeiro passo na formulação de um sabonete é determinar quais serão
os óleos e gorduras que serão utilizados em sua composição. Está escolha é feita
baseada em alguns dos seguintes critérios:
• Pelas propriedades de cada óleo ou gordura que serão utilizados.
• Pelo custo da matéria prima.
• Pela facilidade de encontrar as matérias primas.
Em nosso exemplo, utilizaremos sebo, óleo de soja, óleo de canola e óleo
de rícino, para obter um sabonete duro, espumante, transparente e emoliente.
O segundo passo é calcular a quantidade de soda necessária para reagir
com estes componentes na quantidade certa para que não sobre soda.
A tabela a seguir apresenta a quantidade de soda necessária para saponifi-
car as principais gorduras e óleos,isso é,o índice de saponificação de cada produto.
Tabela de índice de saponificação
Materiais graxos Fator de multiplicação para
Óleos, ceras e gorduras Calcular a soda
Ácido esteárico 0,1430
Ácido oléico 0,1400
Banha de porco 0,1410
Breu 0,1340
Cera de abelha 0,0670
Cera de carnaúba 0,0570
Gordura de cabra 0,1670
Gordura de frango 0,1420
Lanolina 0,0760
Manteiga 0,1620
Manteiga de cacau 0,1380
Óleo de algodão 0,1390
Óleo de amêndoas doces 0,1390
Óleo de amendoim 0,1370
Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos
6
Óleo de babaçu 0,1750
Óleo de canola 0,1240
Óleo de coco 0,1910
Óleo de germe de trigo 0,1310
Óleo de girassol 0,1350
Óleo de jojoba 0,0660
Óleo de linhaça 0,1360
Óleo de mamona (rícino) 0,1290
Óleo de milho 0,1370
Óleo de oliva 0,1353
Óleo de palma 0,1420
Óleo de palmiste 0,1750
Óleo de soja 0,1360
Sebo de bovino 0,1400
Sebo de ovelha 0,1390
Os valores apresentados na tabela de índice de saponificação são aproxi-
mados, pois dependem da qualidade do produto. Assim sendo, deve-se sempre
medir o pH após a completa saponificação para fazer as correções adequadas e
eliminar os eventuais excessos de soda ou de gordura que possam ocorrer.
Cálculo da soda
Vejamos como podemos utilizar a tabela para elaborarmos nossa própria
receita de sabonete sólido constituída de diversos compostos graxos. A título de
exemplificação, vamos supor que decidimos fazer um sabonete com a seguinte
mistura de óleos e gorduras:
Sebo de bovino = 700 g (espuma espessa e duradoura, poder de limpeza
bom, ação muito moderada sobre a pele, duro e fácil de saponificar)
Óleo de soja = 200 g (espuma abundante e duradoura, poder de limpeza
regular, ação moderada sobre a pele, macio e razoavelmente fácil de saponificar)
Óleo de mamona = 100 g (espuma espessa e duradoura, poder de limpeza
regular, ação moderada sobre a pele, macio e muito fácil de saponificar)
A tabela anterior nos indica que o fator de multiplicação para encontrar a
quantidade de hidróxido de sódio que devemos utilizar para saponificar o sebo bo-
vino é de 0,1400, ou seja:
700 g × 0,14 = 98,0 g
Então são necessárias 98 g de hidróxido de sódio para saponificar o sebo
bovino.
Mas ainda temos que saponificar o óleo de soja. Pela tabela:
200 g × 0,136 = 27,2 g
Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos
7
Da mesma forma, calculamos a quantidade de hidróxido de sódio necessá-
rio para saponificar o óleo de mamona:
100 g × 0,129 = 12,9 g
Somando os valores calculados, temos:
98,0 g + 27,2 g + 12,9 g = 138,1 g
Então, serão necessárias 138,1 g de hidróxido de sódio seco.
Devemos lembrar que se a soda comercial (soda 99) tem em torno de 99 %
de soda, então devemos ainda acrescentar 1 % sobre este valor (1,38 g). Logo,
devemos pesar aproximadamente 140 g de hidróxido de sódio seco, para obter-
mos a completa saponificação do nosso sabonete.
Cálculo da água
Para uma solução a 60 %, ou seja, 60 g de soda a cada 40 g de água divi-
diremos a quantidade de água (40 g) pela quantidade de soda (60 g) para obter-
mos a constante de multiplicação que será utilizada para encontrarmos a quanti-
dade de água a ser adicionada a soda seca para fazermos a solução desejada.
Como em nosso exemplo precisaremos pesar 140 g de hidróxido de sódio
seco, então, devemos fazer o seguinte cálculo para encontrar a quantidade de á-
gua a ser pesada:
40 g
x
60 g
x 0,67
=
≅
Logo, devemos pesar 140 x 0,67 ≅ 94 g de água.
Observação
Uma boa massa base para sabonetes não deve ter excesso de soda.
A partir dessa massa base pode-se fazer:
• Sabonetes prensados.
• Sabonetes glicerinados transparentes.
• Sabonetes glicerinados opacos.
Nessa apostila será tratado como obter a massa base glicerinada transpa-
rente e opaca, sendo os sabonetes prensados tratados em outra apostila
BASE GLICERINADA PARA SABONETES
Para a produção de sabonetes sólidos transparentes, podemos utilizar uma
série de solventes, como o álcool (etanol), a glicerina e uma solução de açúcar.
Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos
8
Nesse ponto devemos escolher qual a proporção de sabão e de solvente que ire-
mos utilizar.
Em nosso exemplo faremos um sabão com 50 % de “sabão verdadeiro” e
50 % de solventes.
Os sabonetes transparentes devem ter entre 40 e 60 %, em peso, de sol-
vente para 60 a 40 % de “sabão verdadeiro”, respectivamente. Em nosso exem-
plo, faremos uma receita com 50% de solvente e 50 % de “sabão verdadeiro”.
Quanto mais solvente mais transparente o sabonete, contudo menos espu-
moso ele será e mais rápido irá se gastar no banho, isto devido a menor quantida-
de de sabonete contido em seu peso. Outros problemas podem surgir tais como, o
sabão ficar mais macio que o desejado ou suar em ambientes úmidos.
A massa do “sabão verdadeiro” é dada pela soma das massas dos compos-
tos graxos da fórmula com a massa da soda seca utilizada para neutralizá-los. No
nosso exemplo, teremos que a quantidade de “sabão verdadeiro” é dada por:
Peso do sebo: 700,0 g
Peso do óleo de soja: 200,0 g
Peso do óleo de mamona: 100,0 g
Peso do hidróxido de sódio seco: 140 g
Massa do “sabão verdadeiro”: 700,0 g + 200,0 g + 100 g + 140 g = 1.140 g
Para encontrar o peso total do sabonete a 50 % de “sabão verdadeiro” fa-
remos como se segue:
1.140 g 50 %
x 100 %
→
→
x 2.280 g≅
Este será o peso total de sabonete produzido com 50 % de solvente e 50 %
de sabonete.
Para calcular a quantidade de cada um dos solventes utilizados para dar
transparência no sabonete devem-se escolher os valores de cada um dos solventes
entre as faixas percentuais a seguir:
Álcool de 12 % do peso total a 14 % do peso total
Glicerina de 8 % do peso total a 12 % do peso total
Água de 12 % do peso total a 20 % do peso total
Açúcar de 8 % do peso total a 14 % do peso total
Lembrando que o percentual total sobre o peso final do sabonete deve ser
de 50 % para nosso exemplo. Caso a opção fosse por um sabão com 40 % de “sa-
bão verdadeiro”, a soma das porcentagens teria que dar 40 %, e assim por diante.
A escolha da quantidade de solvente será:
Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos
9
Álcool = 12 %, glicerina = 8 %, água = 15 % e açúcar = 15 %, dando um
total de 50 %, como desejado.
A seguir será visto como calcular a massa de cada um dos solventes:
Cálculo do álcool
O álcool é um solvente bastante útil na produção de sabonetes transparen-
tes. Valores menores que 12 % de álcool em relação ao peso total do sabonete
não darão boa transparência e valores acima de 14 % de álcool darão sabonetes
que murcham muito com sua evaporação.
A quantidade de álcool poderá ser calculada pela regra de três:
2.280 g 100 %
x 13 %
→
→
x = 296,4 g
Como há um perca de álcool durante a diluição do sabão em função da e-
vaporação podemos completar esta quantidade em mais 20 % (± 60 g). Então o
peso total do álcool deverá ser de 355 g.
Cálculo da glicerina
É um elemento excelente para melhorar a transparência, mas em excesso
produz sabonetes mais moles e que suam.
Em nosso exemplo, teremos que a quantidade de glicerina a ser utilizada
deverá ser:
2.280 g 100 %
x 8 %
→
→
x = 182,4 g
Cálculo da água
A água não deve ser colocada em excesso para não deixar o sabão mole,
sendo seu valor calculado em nosso exemplo por:
2.280 g 100 %
x 15 %
→
→
x = 342 g
Mas 94 g de água já foram utilizadas para diluir a soda, logo deveremos
utilizar 248 g de água para diluir o açúcar.
Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos
10
Cálculo do açúcar
Melhor que a glicerina como agente de transparência, mas quando em ex-
cesso também produz sabonetes que suam.
Em nosso exemplo, a quantidade de açúcar deve ser calculada pela regra
de três:
2.280 g 100 %
x 15 %
→
→
x = 342 g
Evidentemente a proporção de cada um dos solventes pode ser alterada a
gosto, bem como a proporção de solvente e massa de sabão, desde a massa de
“sabão verdadeiro” fique entre 40 a 60 % e que seja respeitado os limites de cada
solvente. A seguir algumas observações importantes:
• A utilização de óleos, como o de soja, algodão, milho, canola, amendo-
im, entre outros, melhora a espuma e deixa o sabonete mais macio.
• O sabonete transparente não deve ter muito álcool, pois ele poderá
murchar. Assim, percentagens menores de álcool produzirão melhores
sabonetes. É comum, para evitar que ele murche substituir parte do
álcool metanol por outros alcoóis menos voláteis, como o propileno gli-
col e dipropileno glicol, que também facilitam no rederretimento da
massa.
• A glicerina utilizada deve ser de boa qualidade para evitar odores de-
sagradáveis ou acentuar a coloração amarelada na massa.
• O óleo de mamona contribui significativamente para a transparência da
massa.
• Para deixar o sabonete mais espumoso pode-se acrescentar lauril éter
sulfato de sódio, que é um detergente sintético.
• Podem-se produzir sabonetes transparentes, sem alguns dos ingredi-
entes sugeridos. Assim, existem sabonetes transparentes sem açúcar,
sem glicerina adicional ou sem álcool.
Base glicerinada
Os sabonetes glicerinados, são aqui definidos como aqueles que recebem
glicerina e outros solventes para diluir a massa base do sabonete comum, além de
alguns ingredientes próprios dos sabonetes e, inicialmente são transparentes, mas
podem se tornar opacos, com o acréscimo de pigmento branco de óxido de titânio
ou óxido de zinco.
Desta forma mantém as mesmas características e facilidade de trabalho dos
sabonetes glicerinados transparentes, mas atende ao gosto dos que preferem os
opacos e permite ampliar seu uso no artesanato.
Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos
11
Devemos lembrar que, a princípio, na base de sabonete comum não deve
haver nem excesso de material graxo, nem excesso de soda, ou o sabonete corre
o risco de não ficará transparente.
Veremos a seguir como produzir a base glicerinada a partir dos componen-
tes básicos. Este processo consiste em duas etapas: na primeira faremos a massa
básica de sabão e na segunda mostraremos os procedimentos para deixá-la trans-
parente.
Observações
A qualidade final do produto está diretamente relacionada à qualidade do
material utilizado e do rigor com que a técnica é seguida. Assim, óleos já utilizados
em frituras ou sebo bruto só devem ser usados após tratamento adequado.
Em nenhuma hipótese utilize álcool metílico, pois é um produto ex-
tremamente tóxico.
Como estamos lidando com soda, hidróxido de sódio, que é uma substância
corrosiva, então deve-se utilizar luvas para prevenir contato de respingos com a
mão e avental para evitar respingos nas roupas e no corpo. Da mesma forma os
óculos de segurança reduzem a chance de algum acidente mais sério ocorrer.
Como iremos trabalhar com álcool e fogo ao mesmo tempo, devemos ter
muita atenção para evitar que o álcool pegue fogo e conseqüentemente, graves
queimaduras.
Purificação do sebo
O sebo bovino ou de carneiro é muito utilizado para fazer sabão no Brasil.
Este sebo pode ser comprado em ramas (natural) nos açougues, frito nos merca-
dos ou clarificado em lojas especializadas.
O sebo em ramas é o mais barato, mas vem misturado com pelancas e ou-
tras partes descartadas no açougue, sendo necessário fazer um processo de sepa-
ração do mesmo. A seguir está ilustrado o processo de purificação deste material:
1. Deve-se lavar o sebo em ramas e colocá-lo em uma panela.
2. O material deve ser frito.
3. Os pedaços sólidos grandes são retirados manualmente.
4. Após a temperatura do sebo diminuir, os pequenos pedaços devem ser
coados em uma peneira ou em tecido de algodão.
5. O material ao solidificar ficará com aparência de sujo e odor de gordura
frita.
6. Derrete-se novamente o sebo e acrescenta água na proporção de 1 litro
de água para 3 quilos de sebo, colocando 3 colheres de hipoclorito de
sódio (Qboa ou Cândida) para cada quilo de sebo.
7. Deixa-se o sebo solidificar.
8. Retira-se a água que está no fundo e tem-se o sebo purificado.
9. Pode-se ainda derreter o sebo mais uma vez para tirar todo o resíduo
de água.
Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos
12
O sebo frito comprado em mercados deve também ser purificado, utilizan-
do-se os passos 6 a 9. O material resultante é conhecido como sebo purificado e
deve ter cor bem clara e cheiro que lembra vela.
Já o sebo clarificado recebe tratamento especial, sendo aquecido com uma
substância conhecida como terra de clarificação ou terra ativada, para retirar os
pigmentos naturais do sebo.
Na produção do sabão podemos substituir o sebo por igual quantidade de
banha de porco.
Purificação do óleo
A purificação do óleo utilizado para fritura se faz de forma semelhante:
1. Côa-se o óleo, separando as partes sólidas.
2. Acrescenta-se 1 litro de água quente para cada 3 litros de óleo.
3. Acrescentam-se 3 colheres de sopa de hipoclorito de sódio por litro de
óleo.
4. Agita-se bem e deixa descansar.
5. Após a mistura ter esfriado, retira-se o óleo da parte superior com um
sifão ou com uma concha e descarta a água e uma fina camada de ó-
leo que estiver em contato com a mesma.
Produzindo a massa base trans-
parente
Equipamentos
Os equipamentos podem variar muito. A seguir uma dica de equipamento
simples e barato para a produção de sabonetes.
• 2 tachos esmaltados, o menor com capacidade mínima
de 15 Litros e o outro com capacidade mínima de 20 li-
tros, para o banho-maria.
• 1 colher de aço, plástico duro ou de madeira, com cabo
longo, para agitar a massa.
• 1 fogão a gás caseiro, industrial, fogão a lenha ou fogareiro.
• 1 termômetro de álcool, mercúrio ou digital, com capacidade de leitura
de até 120 °C.
Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos
13
• 1 mixer.
• 1 avental.
• 1 óculos de segurança.
• 1 luva plástica.
• Papel para medir o pH.
• 1 borrifador de plástico.
• 1 balança de cozinha.
• 1 copo medidor de volumes.
• Formas para secar a massa.
Materiais
Dividiremos o material em três grupos: as gorduras, os solventes e a solu-
ção de soda.
Solução de soda
• 910 g de água.
• 910 g de soda 99.
Gorduras
• 4.500 g de sebo bovino purificado.
• 1.000 g de óleo de soja purificado.
• 1.000 g de óleo de mamona.
Solventes
• 2.200 g de álcool de cereais.
• 1.200 g de glicerina.
• 2.300 g de açúcar cristal claro.
• 1.390 g de água.
Outros
• Ácido cítrico para controlar o pH, caso seja necessário.
• 0,200 L de lauril sulfato de sódio (opcional).
• 90 g de dióxido de titânio, se desejar fazer sabonete glicerinado opaco.
Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos
14
Procedimentos na produção da massa base para sabonete
1. Pesar o sebo e os óleos.
2. Colocar o sebo no tacho esmaltado e aquecer em banho-maria até que es-
teja totalmente derretido, acrescente o óleo e deixa a temperatura ficar
em torno de 75 ºC.
3. Pesar a soda e medir a quantidade de água para sua dissolução.
4. Colocar em uma vasilha a água e em seguida adicionar a soda, mexendo
até ela esteja toda dissolvida.
o Não utilizar água quente neste processo.
o Observe que a solução irá se aquecer sozinha, cuidado para não
se queimar ao tocar na vasilha.
o Evite respirar os vapores produzidos, pois são tóxicos.
o Jamais coloque água sobre a soda, pois poderá espirrar em você.
5. Deixe a temperatura da solução de soda ficar em torno de 70 ºC. Então
adicione lentamente a solução de soda à gordura enquanto mexe a mistu-
ra vigorosamente com uma colher.
6. Misture a massa até ela ficar com uma aparência cremosa, semelhante a
uma polenta mole (ponto de traço).
7. Quando atingir o ponto, deixe a massa cozinhando por cerca de uma hora
até toda massa estar gelificada, parecendo um creme semitransparente.
Deixando a massa transparente
1. Quando a massa estiver toda gelificada acrescente o álcool lentamente e
mexa-a até que esteja totalmente dissolvida.
o Tome cuidado para não por fogo no álcool.
o Nunca use a garrafa de álcool diretamente para transferir o con-
teúdo, passe o álcool para uma vasilha e depois transfira para a
panela.
o Caso seja necessário use o mixer para ajudar a dissolver a mas-
sa.
2. Em seguida acrescente a glicerina.
3. Por fim acrescente a solução de açúcar e misture bem a massa de sabão
que esteja totalmente líquida.
4. Desligue o fogo do banho-maria, deixe a massa descansar um pouco, até
que não tenha mais bolhas de ar em seu interior e fique transparente.
Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos
15
5. Acrescente o lauril, caso deseje um sabonete mais espumoso. Porém, ele
deixará de ser um sabonete natural, pois o lauril é sintético.
6. Se desejar fazer uma massa glicerinada branca, e não transparente, pode
acrescentar o dióxido de titânio e agitar até dissolver completamente.
7. Passe a massa por uma peneira coberta com meia de seda ou nylon e
transfira para uma forma grande.
8. Após a massa estar seca, desenforme e deixe em local arejado por apro-
ximadamente uma semana, para que ocorra a cura da massa.
Clareando a massa
1. Derreter a massa novamente.
2. Deixar esfriar até a temperatura de 40 °C.
3. Adicionar cerca de 30 mL de água sanitária por quilo de massa.
4. Misturar bem para tirar a cor.
5. Deixar esfriar na forma.
Observações
• Para uma massa base glicerinada opaca deve-se acrescentar 20 g de di-
óxido de titânio (um corante branco) para cada quilo de massa.
Este é o Volume VII da coleção de
apostilas do Projeto Gerart e trata do tema
massa base para sabonetes.
O projeto Gerart foi criado por profes-
sores da Unioeste – Universidade Estadual
do Oeste do Paraná, e faz parte do progra-
ma Universidade Sem Fronteiras – Extensão
Tecnológica Empresarial da SETI (Secretaria
de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior).
Busca contribuir com a geração de
empregos pela transferência de conheci-
mentos adquiridos na Universidade. Conhe-
cimentos estes, da área de fabricação de
produtos artesanais de higiene pessoal e
gestão de empresas.
O projeto possui parceria com as pre-
feituras dos municípios participantes:
• Diamante D’Oeste.
• Iracema do Oeste.
• São José das Palmeiras.
• São Pedro do Iguaçu.
• Vera Cruz do Oeste.
Como principais objetivos o Projeto
Gerart busca formar associações municipais
e uma cooperativa regional de produção e
comercialização de produtos para higiene
pessoal; contribuir com a melhoria da renda
dos associados, fazendo uso, quando possí-
vel, de matérias primas regionais para fabri-
cação dos produtos propostos.

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Química nos cosméticos.pptx2
Química nos cosméticos.pptx2Química nos cosméticos.pptx2
Química nos cosméticos.pptx2Netosaimon Silva
 
Sugestoes formulas volumes_1_a_4
Sugestoes formulas volumes_1_a_4Sugestoes formulas volumes_1_a_4
Sugestoes formulas volumes_1_a_4Jumara Varolo
 
Trabalhando com a química dos sabões e detergentes
Trabalhando  com a  química dos sabões  e detergentesTrabalhando  com a  química dos sabões  e detergentes
Trabalhando com a química dos sabões e detergentesAdrianne Mendonça
 
Quimica nos cosmeticos
Quimica nos cosmeticosQuimica nos cosmeticos
Quimica nos cosmeticosRoberto Moura
 
Cosmetologia corporal Fisioterapia Dermato Funcional
Cosmetologia corporal   Fisioterapia Dermato FuncionalCosmetologia corporal   Fisioterapia Dermato Funcional
Cosmetologia corporal Fisioterapia Dermato FuncionalMayara Rodrigues
 
Desvendando a química dos cosméticos: quais os ingredientes que realmente faz...
Desvendando a química dos cosméticos: quais os ingredientes que realmente faz...Desvendando a química dos cosméticos: quais os ingredientes que realmente faz...
Desvendando a química dos cosméticos: quais os ingredientes que realmente faz...Cleber Barros
 
Componentes de uma formulação cosmética.pptx
Componentes de uma formulação cosmética.pptxComponentes de uma formulação cosmética.pptx
Componentes de uma formulação cosmética.pptxAna Cunha
 
Introdução à Cosmetologia: Histórico e Composição
Introdução à Cosmetologia: Histórico e ComposiçãoIntrodução à Cosmetologia: Histórico e Composição
Introdução à Cosmetologia: Histórico e ComposiçãoRodrigo Caixeta
 
Aula 1-e-2-de-cosmetologia
Aula 1-e-2-de-cosmetologiaAula 1-e-2-de-cosmetologia
Aula 1-e-2-de-cosmetologiaRomeu Abdala
 
Producao de Sabao e Detergente
Producao de Sabao e Detergente Producao de Sabao e Detergente
Producao de Sabao e Detergente Rock Dellura
 
Sabões e detergentes
Sabões e detergentesSabões e detergentes
Sabões e detergentesarceariane87
 
Estética- Introdução a cosmetologia
Estética- Introdução a cosmetologiaEstética- Introdução a cosmetologia
Estética- Introdução a cosmetologiaSueli Mazzero Polizel
 
145973060 aula-shampoo
145973060 aula-shampoo145973060 aula-shampoo
145973060 aula-shampooMarcelo Hiene
 

Was ist angesagt? (20)

Química nos cosméticos.pptx2
Química nos cosméticos.pptx2Química nos cosméticos.pptx2
Química nos cosméticos.pptx2
 
Sugestoes formulas volumes_1_a_4
Sugestoes formulas volumes_1_a_4Sugestoes formulas volumes_1_a_4
Sugestoes formulas volumes_1_a_4
 
Trabalhando com a química dos sabões e detergentes
Trabalhando  com a  química dos sabões  e detergentesTrabalhando  com a  química dos sabões  e detergentes
Trabalhando com a química dos sabões e detergentes
 
Quimica nos cosmeticos
Quimica nos cosmeticosQuimica nos cosmeticos
Quimica nos cosmeticos
 
Cosmetologia corporal Fisioterapia Dermato Funcional
Cosmetologia corporal   Fisioterapia Dermato FuncionalCosmetologia corporal   Fisioterapia Dermato Funcional
Cosmetologia corporal Fisioterapia Dermato Funcional
 
Receitas produtos limpeza
Receitas produtos limpezaReceitas produtos limpeza
Receitas produtos limpeza
 
Desvendando a química dos cosméticos: quais os ingredientes que realmente faz...
Desvendando a química dos cosméticos: quais os ingredientes que realmente faz...Desvendando a química dos cosméticos: quais os ingredientes que realmente faz...
Desvendando a química dos cosméticos: quais os ingredientes que realmente faz...
 
Componentes de uma formulação cosmética.pptx
Componentes de uma formulação cosmética.pptxComponentes de uma formulação cosmética.pptx
Componentes de uma formulação cosmética.pptx
 
Introdução à Cosmetologia: Histórico e Composição
Introdução à Cosmetologia: Histórico e ComposiçãoIntrodução à Cosmetologia: Histórico e Composição
Introdução à Cosmetologia: Histórico e Composição
 
Seminario de quimica sabao e sabonte
Seminario de quimica sabao e sabonteSeminario de quimica sabao e sabonte
Seminario de quimica sabao e sabonte
 
Cosmetologia
CosmetologiaCosmetologia
Cosmetologia
 
Aula 1-e-2-de-cosmetologia
Aula 1-e-2-de-cosmetologiaAula 1-e-2-de-cosmetologia
Aula 1-e-2-de-cosmetologia
 
Sabão e Detergente
Sabão e DetergenteSabão e Detergente
Sabão e Detergente
 
Producao de Sabao e Detergente
Producao de Sabao e Detergente Producao de Sabao e Detergente
Producao de Sabao e Detergente
 
Sabões e detergentes
Sabões e detergentesSabões e detergentes
Sabões e detergentes
 
óLeos essenciais
óLeos essenciaisóLeos essenciais
óLeos essenciais
 
Cosmetologia
CosmetologiaCosmetologia
Cosmetologia
 
Estética- Introdução a cosmetologia
Estética- Introdução a cosmetologiaEstética- Introdução a cosmetologia
Estética- Introdução a cosmetologia
 
Argiloterapia
ArgiloterapiaArgiloterapia
Argiloterapia
 
145973060 aula-shampoo
145973060 aula-shampoo145973060 aula-shampoo
145973060 aula-shampoo
 

Andere mochten auch

Fabricação de perfumes, Aromatizador de Ambiente,Sabonete Líquido, Detergente...
Fabricação de perfumes, Aromatizador de Ambiente,Sabonete Líquido, Detergente...Fabricação de perfumes, Aromatizador de Ambiente,Sabonete Líquido, Detergente...
Fabricação de perfumes, Aromatizador de Ambiente,Sabonete Líquido, Detergente...marciolobao
 
Sabonete asepxia para acnes cravos e espinhas
Sabonete asepxia para acnes cravos e espinhasSabonete asepxia para acnes cravos e espinhas
Sabonete asepxia para acnes cravos e espinhasWellington Rezende
 
Sabonete artesanal
Sabonete artesanalSabonete artesanal
Sabonete artesanalDiego Pedro
 
Apresentacao carcinogenicos
Apresentacao carcinogenicosApresentacao carcinogenicos
Apresentacao carcinogenicosKEYTIANE JVA
 
Definição de Receita Bruta na Lei 12.973 e seus impactos para o PIS e a COFINS
Definição de Receita Bruta na Lei 12.973 e seus impactos para o PIS e a COFINSDefinição de Receita Bruta na Lei 12.973 e seus impactos para o PIS e a COFINS
Definição de Receita Bruta na Lei 12.973 e seus impactos para o PIS e a COFINSEdgar Gonçalves
 
Formulas cremes e hidratante para os pés
Formulas cremes e hidratante para os pésFormulas cremes e hidratante para os pés
Formulas cremes e hidratante para os pésMina Sônia
 
Uso e produção de perfumes, o que a química tem a ver com isso
Uso e produção de perfumes, o que a química tem a ver com issoUso e produção de perfumes, o que a química tem a ver com isso
Uso e produção de perfumes, o que a química tem a ver com issoRomulo Coco
 
Armazem Body Colors Franchising
Armazem Body Colors FranchisingArmazem Body Colors Franchising
Armazem Body Colors FranchisingCia de Franchising
 
Quimica polimeros
Quimica polimerosQuimica polimeros
Quimica polimerosalexcueio
 
Biodiesel slide
Biodiesel slideBiodiesel slide
Biodiesel slidewddan
 
Marketing Estratégico - Nivea
Marketing Estratégico - NiveaMarketing Estratégico - Nivea
Marketing Estratégico - NiveaMª Luisa Pires
 

Andere mochten auch (20)

|| SABONETES ARTESANAIS ||
|| SABONETES ARTESANAIS |||| SABONETES ARTESANAIS ||
|| SABONETES ARTESANAIS ||
 
Sab liq
Sab liqSab liq
Sab liq
 
Revista sabonetes
Revista sabonetesRevista sabonetes
Revista sabonetes
 
Fabricação de perfumes, Aromatizador de Ambiente,Sabonete Líquido, Detergente...
Fabricação de perfumes, Aromatizador de Ambiente,Sabonete Líquido, Detergente...Fabricação de perfumes, Aromatizador de Ambiente,Sabonete Líquido, Detergente...
Fabricação de perfumes, Aromatizador de Ambiente,Sabonete Líquido, Detergente...
 
Sabonetes artesanais
Sabonetes artesanaisSabonetes artesanais
Sabonetes artesanais
 
Sabonete asepxia para acnes cravos e espinhas
Sabonete asepxia para acnes cravos e espinhasSabonete asepxia para acnes cravos e espinhas
Sabonete asepxia para acnes cravos e espinhas
 
Sabonete artesanal
Sabonete artesanalSabonete artesanal
Sabonete artesanal
 
Quimica dos cosmeticos
Quimica dos cosmeticosQuimica dos cosmeticos
Quimica dos cosmeticos
 
Apresentacao carcinogenicos
Apresentacao carcinogenicosApresentacao carcinogenicos
Apresentacao carcinogenicos
 
Definição de Receita Bruta na Lei 12.973 e seus impactos para o PIS e a COFINS
Definição de Receita Bruta na Lei 12.973 e seus impactos para o PIS e a COFINSDefinição de Receita Bruta na Lei 12.973 e seus impactos para o PIS e a COFINS
Definição de Receita Bruta na Lei 12.973 e seus impactos para o PIS e a COFINS
 
Formulas cremes e hidratante para os pés
Formulas cremes e hidratante para os pésFormulas cremes e hidratante para os pés
Formulas cremes e hidratante para os pés
 
Jasmim sabonetes artesanais.catàlogo
Jasmim sabonetes artesanais.catàlogoJasmim sabonetes artesanais.catàlogo
Jasmim sabonetes artesanais.catàlogo
 
Uso e produção de perfumes, o que a química tem a ver com isso
Uso e produção de perfumes, o que a química tem a ver com issoUso e produção de perfumes, o que a química tem a ver com isso
Uso e produção de perfumes, o que a química tem a ver com isso
 
Apresentação plano Bortoletto 2015
Apresentação plano Bortoletto 2015Apresentação plano Bortoletto 2015
Apresentação plano Bortoletto 2015
 
Pavs destaca 12 2013
Pavs destaca 12  2013Pavs destaca 12  2013
Pavs destaca 12 2013
 
Armazem Body Colors Franchising
Armazem Body Colors FranchisingArmazem Body Colors Franchising
Armazem Body Colors Franchising
 
Quimica polimeros
Quimica polimerosQuimica polimeros
Quimica polimeros
 
Biodiesel slide
Biodiesel slideBiodiesel slide
Biodiesel slide
 
Polimeros
PolimerosPolimeros
Polimeros
 
Marketing Estratégico - Nivea
Marketing Estratégico - NiveaMarketing Estratégico - Nivea
Marketing Estratégico - Nivea
 

Ähnlich wie Fabricando sabonetes

Especialidade de Modelagem e Fabricação de Sabão (Avançado)
Especialidade de Modelagem e Fabricação de Sabão (Avançado)Especialidade de Modelagem e Fabricação de Sabão (Avançado)
Especialidade de Modelagem e Fabricação de Sabão (Avançado)Gabriel Rodoval
 
Sais de banho e sachês
Sais de banho e sachêsSais de banho e sachês
Sais de banho e sachêsGhost98
 
Texto integral producao de sabão e oleos
Texto integral producao de sabão e oleosTexto integral producao de sabão e oleos
Texto integral producao de sabão e oleosAntnioAmorim7
 
Formulas de produtos de beleza
Formulas de produtos de belezaFormulas de produtos de beleza
Formulas de produtos de belezaDricandrade
 
Aula 8. DERIVADOS DE OLEO
Aula 8. DERIVADOS DE OLEOAula 8. DERIVADOS DE OLEO
Aula 8. DERIVADOS DE OLEOprimaquim
 
Catlogo_Virtual__Ciclo_2_-_2022__Hinode.pdf
Catlogo_Virtual__Ciclo_2_-_2022__Hinode.pdfCatlogo_Virtual__Ciclo_2_-_2022__Hinode.pdf
Catlogo_Virtual__Ciclo_2_-_2022__Hinode.pdfLia Pontes
 
FóRmulas Prod Limp Ii
FóRmulas Prod Limp IiFóRmulas Prod Limp Ii
FóRmulas Prod Limp Iiluiz campos
 
Blue nature katalog_portugal_pt
Blue nature katalog_portugal_ptBlue nature katalog_portugal_pt
Blue nature katalog_portugal_ptVitor Vieira
 
Blue nature catálogo_portugal_pt
Blue nature catálogo_portugal_ptBlue nature catálogo_portugal_pt
Blue nature catálogo_portugal_ptmadeira-nwa
 
Catálogo Hinode - Ciclo 4/2020
Catálogo Hinode - Ciclo 4/2020Catálogo Hinode - Ciclo 4/2020
Catálogo Hinode - Ciclo 4/2020Angelo Petry
 
Quimisa Household 2016
Quimisa Household 2016Quimisa Household 2016
Quimisa Household 2016Neiri Bozzolo
 

Ähnlich wie Fabricando sabonetes (20)

Especialidade de Modelagem e Fabricação de Sabão (Avançado)
Especialidade de Modelagem e Fabricação de Sabão (Avançado)Especialidade de Modelagem e Fabricação de Sabão (Avançado)
Especialidade de Modelagem e Fabricação de Sabão (Avançado)
 
Química orgânica
Química orgânicaQuímica orgânica
Química orgânica
 
Sais de banho e sachês
Sais de banho e sachêsSais de banho e sachês
Sais de banho e sachês
 
Texto integral producao de sabão e oleos
Texto integral producao de sabão e oleosTexto integral producao de sabão e oleos
Texto integral producao de sabão e oleos
 
kurt
kurtkurt
kurt
 
Formulas de produtos de beleza
Formulas de produtos de belezaFormulas de produtos de beleza
Formulas de produtos de beleza
 
Aula 8. DERIVADOS DE OLEO
Aula 8. DERIVADOS DE OLEOAula 8. DERIVADOS DE OLEO
Aula 8. DERIVADOS DE OLEO
 
Detergente em Pó
Detergente em PóDetergente em Pó
Detergente em Pó
 
Descarte de óleo 1 A
Descarte de óleo 1 ADescarte de óleo 1 A
Descarte de óleo 1 A
 
Catlogo_Virtual__Ciclo_2_-_2022__Hinode.pdf
Catlogo_Virtual__Ciclo_2_-_2022__Hinode.pdfCatlogo_Virtual__Ciclo_2_-_2022__Hinode.pdf
Catlogo_Virtual__Ciclo_2_-_2022__Hinode.pdf
 
Apostila banhos
Apostila banhosApostila banhos
Apostila banhos
 
Aprendendo sobre Balas
Aprendendo sobre BalasAprendendo sobre Balas
Aprendendo sobre Balas
 
File 167465-20170404201732
File 167465-20170404201732File 167465-20170404201732
File 167465-20170404201732
 
FóRmulas Prod Limp Ii
FóRmulas Prod Limp IiFóRmulas Prod Limp Ii
FóRmulas Prod Limp Ii
 
Blue nature katalog_portugal_pt
Blue nature katalog_portugal_ptBlue nature katalog_portugal_pt
Blue nature katalog_portugal_pt
 
Blue nature catálogo_portugal_pt
Blue nature catálogo_portugal_ptBlue nature catálogo_portugal_pt
Blue nature catálogo_portugal_pt
 
Curso de sabonetes artesanais
Curso de sabonetes artesanaisCurso de sabonetes artesanais
Curso de sabonetes artesanais
 
Catálogo Hinode - Ciclo 4/2020
Catálogo Hinode - Ciclo 4/2020Catálogo Hinode - Ciclo 4/2020
Catálogo Hinode - Ciclo 4/2020
 
Quimisa Household 2016
Quimisa Household 2016Quimisa Household 2016
Quimisa Household 2016
 
Maio plano estrategico
Maio plano estrategicoMaio plano estrategico
Maio plano estrategico
 

Kürzlich hochgeladen

AULA 12 Sistema urinário.pptx9999999999999
AULA 12 Sistema urinário.pptx9999999999999AULA 12 Sistema urinário.pptx9999999999999
AULA 12 Sistema urinário.pptx9999999999999vanessa270433
 
1. 2 PLACAS DE SINALIAÇÃO - (1).pptx Material de obras
1. 2 PLACAS DE SINALIAÇÃO - (1).pptx Material de obras1. 2 PLACAS DE SINALIAÇÃO - (1).pptx Material de obras
1. 2 PLACAS DE SINALIAÇÃO - (1).pptx Material de obrasosnikobus1
 
aula 7. proteínas.ppt. conceitos de proteina
aula 7. proteínas.ppt. conceitos de proteinaaula 7. proteínas.ppt. conceitos de proteina
aula 7. proteínas.ppt. conceitos de proteinajarlianezootecnista
 
DEPRESSÃO E CUIDADOS DE ENFERMAGEM - SAÚDE MENTAL
DEPRESSÃO E CUIDADOS DE ENFERMAGEM - SAÚDE MENTALDEPRESSÃO E CUIDADOS DE ENFERMAGEM - SAÚDE MENTAL
DEPRESSÃO E CUIDADOS DE ENFERMAGEM - SAÚDE MENTALCarlosLinsJr
 
AULA 12 DESENVOLVIMENTO FETAL E MUDANÇAS NO CORPO DA MULHER.pptx
AULA 12 DESENVOLVIMENTO FETAL E MUDANÇAS NO CORPO DA MULHER.pptxAULA 12 DESENVOLVIMENTO FETAL E MUDANÇAS NO CORPO DA MULHER.pptx
AULA 12 DESENVOLVIMENTO FETAL E MUDANÇAS NO CORPO DA MULHER.pptxEnfaVivianeCampos
 
A HISTÓRIA DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA..pdf
A HISTÓRIA DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA..pdfA HISTÓRIA DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA..pdf
A HISTÓRIA DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA..pdfMarceloMonteiro213738
 
PROCESSOS PSICOLOGICOS LINGUAGEM E PENSAMENTO
PROCESSOS PSICOLOGICOS LINGUAGEM E PENSAMENTOPROCESSOS PSICOLOGICOS LINGUAGEM E PENSAMENTO
PROCESSOS PSICOLOGICOS LINGUAGEM E PENSAMENTOvilcielepazebem
 
Dengue aspectos clinicos sintomas e forma de prevenir.pdf
Dengue aspectos clinicos sintomas e forma de prevenir.pdfDengue aspectos clinicos sintomas e forma de prevenir.pdf
Dengue aspectos clinicos sintomas e forma de prevenir.pdfEduardoSilva185439
 
Técnica Shantala para bebês: relaxamento
Técnica Shantala para bebês: relaxamentoTécnica Shantala para bebês: relaxamento
Técnica Shantala para bebês: relaxamentoPamelaMariaMoreiraFo
 
AULA_11 PRINCIPAIS DOENÇAS DO ENVELHECIMENTO.pdf
AULA_11 PRINCIPAIS DOENÇAS DO ENVELHECIMENTO.pdfAULA_11 PRINCIPAIS DOENÇAS DO ENVELHECIMENTO.pdf
AULA_11 PRINCIPAIS DOENÇAS DO ENVELHECIMENTO.pdfLviaParanaguNevesdeL
 
Aula sobre ANSIEDADE & Cuidados de Enfermagem
Aula sobre ANSIEDADE & Cuidados de EnfermagemAula sobre ANSIEDADE & Cuidados de Enfermagem
Aula sobre ANSIEDADE & Cuidados de EnfermagemCarlosLinsJr
 
avaliação pratica. pdf
avaliação pratica.                           pdfavaliação pratica.                           pdf
avaliação pratica. pdfHELLEN CRISTINA
 
AULA_08 SAÚDE E ALIMENTAÇÃO DO IDOSO.pdf
AULA_08 SAÚDE E ALIMENTAÇÃO DO IDOSO.pdfAULA_08 SAÚDE E ALIMENTAÇÃO DO IDOSO.pdf
AULA_08 SAÚDE E ALIMENTAÇÃO DO IDOSO.pdfLviaParanaguNevesdeL
 
PLANO DE ENSINO Disciplina Projeto Integrado I GESTaO.pdf
PLANO DE ENSINO Disciplina Projeto Integrado I  GESTaO.pdfPLANO DE ENSINO Disciplina Projeto Integrado I  GESTaO.pdf
PLANO DE ENSINO Disciplina Projeto Integrado I GESTaO.pdfHELLEN CRISTINA
 

Kürzlich hochgeladen (14)

AULA 12 Sistema urinário.pptx9999999999999
AULA 12 Sistema urinário.pptx9999999999999AULA 12 Sistema urinário.pptx9999999999999
AULA 12 Sistema urinário.pptx9999999999999
 
1. 2 PLACAS DE SINALIAÇÃO - (1).pptx Material de obras
1. 2 PLACAS DE SINALIAÇÃO - (1).pptx Material de obras1. 2 PLACAS DE SINALIAÇÃO - (1).pptx Material de obras
1. 2 PLACAS DE SINALIAÇÃO - (1).pptx Material de obras
 
aula 7. proteínas.ppt. conceitos de proteina
aula 7. proteínas.ppt. conceitos de proteinaaula 7. proteínas.ppt. conceitos de proteina
aula 7. proteínas.ppt. conceitos de proteina
 
DEPRESSÃO E CUIDADOS DE ENFERMAGEM - SAÚDE MENTAL
DEPRESSÃO E CUIDADOS DE ENFERMAGEM - SAÚDE MENTALDEPRESSÃO E CUIDADOS DE ENFERMAGEM - SAÚDE MENTAL
DEPRESSÃO E CUIDADOS DE ENFERMAGEM - SAÚDE MENTAL
 
AULA 12 DESENVOLVIMENTO FETAL E MUDANÇAS NO CORPO DA MULHER.pptx
AULA 12 DESENVOLVIMENTO FETAL E MUDANÇAS NO CORPO DA MULHER.pptxAULA 12 DESENVOLVIMENTO FETAL E MUDANÇAS NO CORPO DA MULHER.pptx
AULA 12 DESENVOLVIMENTO FETAL E MUDANÇAS NO CORPO DA MULHER.pptx
 
A HISTÓRIA DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA..pdf
A HISTÓRIA DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA..pdfA HISTÓRIA DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA..pdf
A HISTÓRIA DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA..pdf
 
PROCESSOS PSICOLOGICOS LINGUAGEM E PENSAMENTO
PROCESSOS PSICOLOGICOS LINGUAGEM E PENSAMENTOPROCESSOS PSICOLOGICOS LINGUAGEM E PENSAMENTO
PROCESSOS PSICOLOGICOS LINGUAGEM E PENSAMENTO
 
Dengue aspectos clinicos sintomas e forma de prevenir.pdf
Dengue aspectos clinicos sintomas e forma de prevenir.pdfDengue aspectos clinicos sintomas e forma de prevenir.pdf
Dengue aspectos clinicos sintomas e forma de prevenir.pdf
 
Técnica Shantala para bebês: relaxamento
Técnica Shantala para bebês: relaxamentoTécnica Shantala para bebês: relaxamento
Técnica Shantala para bebês: relaxamento
 
AULA_11 PRINCIPAIS DOENÇAS DO ENVELHECIMENTO.pdf
AULA_11 PRINCIPAIS DOENÇAS DO ENVELHECIMENTO.pdfAULA_11 PRINCIPAIS DOENÇAS DO ENVELHECIMENTO.pdf
AULA_11 PRINCIPAIS DOENÇAS DO ENVELHECIMENTO.pdf
 
Aula sobre ANSIEDADE & Cuidados de Enfermagem
Aula sobre ANSIEDADE & Cuidados de EnfermagemAula sobre ANSIEDADE & Cuidados de Enfermagem
Aula sobre ANSIEDADE & Cuidados de Enfermagem
 
avaliação pratica. pdf
avaliação pratica.                           pdfavaliação pratica.                           pdf
avaliação pratica. pdf
 
AULA_08 SAÚDE E ALIMENTAÇÃO DO IDOSO.pdf
AULA_08 SAÚDE E ALIMENTAÇÃO DO IDOSO.pdfAULA_08 SAÚDE E ALIMENTAÇÃO DO IDOSO.pdf
AULA_08 SAÚDE E ALIMENTAÇÃO DO IDOSO.pdf
 
PLANO DE ENSINO Disciplina Projeto Integrado I GESTaO.pdf
PLANO DE ENSINO Disciplina Projeto Integrado I  GESTaO.pdfPLANO DE ENSINO Disciplina Projeto Integrado I  GESTaO.pdf
PLANO DE ENSINO Disciplina Projeto Integrado I GESTaO.pdf
 

Fabricando sabonetes

  • 1. Massa base para sabonetes Fabricando sabonetes sólidos Projeto Gerart 2009
  • 2. Massa base para sabonetes / Ricardo Mercadante, Ivane- te Daga Cielo, Fabiana Severo da Silva, Katia Fabiane Rodrigues, Ana Caroline Franz, Patricia Hahn e Sandra Regina Kchesinski Bueno.
  • 3. Massa base para sabonetes Fabricando sabonetes sólidos Nesta apostila será visto o processo artesanal de produção da massa base para fabricação de sabonetes, sendo explicado como elaborar uma receita a partir de diversas gorduras. A todos um BOM ESTUDO! Projeto Gerart 2009
  • 4. Sumário Os sabonetes.............................................................................1 Os principais componentes .......................................................1 Gorduras .................................................................................................2 Óleos .......................................................................................................2 Soda ........................................................................................................3 Água........................................................................................................4 Álcool ......................................................................................................4 Clarificador..............................................................................................4 Corante ...................................................................................................4 Essências.................................................................................................4 Observações...............................................................................................................................5 Criando sua própria receita .......................................................5 Cálculo da soda .......................................................................................6 Cálculo da água .......................................................................................7 Observação.................................................................................................................................7 Base glicerinada para sabonetes...............................................7 Cálculo do álcool .....................................................................................9 Cálculo da glicerina .................................................................................9 Cálculo da água .......................................................................................9 Cálculo do açúcar ..................................................................................10 Base glicerinada......................................................................10 Observações.............................................................................................................................11 Purificação do sebo ...............................................................................11 Purificação do óleo ................................................................................12 Produzindo a massa base transparente.................................................12 Equipamentos..........................................................................................................................12 Materiais....................................................................................................................................13 Procedimentos na produção da massa base para sabonete...................................14 Deixando a massa transparente .......................................................................................14 Clareando a massa.................................................................................................................15 Observações.............................................................................................................................15
  • 5. Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos 1 OS SABONETES O que é um sabonete? O sabonete é na verdade um pequeno pedaço de sabão. Contudo existem algumas diferenças básicas entre uma barra de sabão e um sabonete, entre as quais se pode destacar que os sabonetes: • São preparados com matéria prima purificada e de boa qualidade. • Têm seus componentes pesados de forma a produzir um produto balancea- do e com as características necessárias. • Fazem uso de essências mais caras. • Podem ter utilização terapêutica. • Não apresentam excesso de soda. • Quando apresentam excesso de óleos, esse é controlado. • Tem adicionado extratos glicólicos específicos para determinadas funções. • Têm um cuidado geral com seu formato e embalagem. • Fazem uso de corantes a base de água. Em resumo, os sabonetes são sabões especiais feitos para serem utilizados na higienização do corpo humano, apresentando uma qualidade superior aquela desejada nos sabões para uso de limpeza doméstica ou de roupas, devido a quali- dade da matéria prima utilizada na sua fabricação e do rigoroso controle no pro- cesso de fabricação. Mas o que são sabões? Os sabões são o resultado da reação de compostos graxos (gorduras, óleos ou ceras) com um álcali (hidróxido ou carbonato de sódio) na presença de água, sendo um composto sólido e espumante que tem a capaci- dade de ajudar na limpeza de sujeiras. OS PRINCIPAIS COMPONENTES Veremos a seguir quais são os produtos utilizados na fabricação da base para sabonetes. É a partir dessa base que se fará todos os tipos de sabonetes sóli- dos, sejam eles decorativos, terapêuticos ou para banho, transparentes ou opacos, prensados ou fundidos. É importante ressaltar que a matéria-prima deve ser escolhida entre aque- las que estão disponíveis em cada região, entretanto certas vezes é necessário ob- ter algumas matérias-prima que vem de outras regiões.
  • 6. Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos 2 Gorduras As gorduras são os principais componentes na fabricação da base para sa- bonetes sólidos. As gorduras são sólidas a temperatura ambiente e são elas que dão a dureza do sabão. Entre as gorduras mais utilizadas para fazer sabonetes es- tão: • O sebo de boi. • O sebo de carneiro. • A banha de porco. • A banha de galinha. • As gorduras vegetais. Cada gordura tem uma composição diferente, produzindo uma mistura de sabões com propriedades distintas. Veja na próxima tabela as características dos sabões formados pelas principais gorduras: Gordura Tipo de espu- ma Propriedades de limpeza Ação so- bre a pele Saponificação Dureza do sa- bonete sólido Banha Razoavelmente lenta, dura- doura e espes- sa. Boa. Muito mo- derada. Razoavelmente fácil. Duro. Coco Espuma rapi- damente com muitas bolhas não persisten- tes. Excelente. Ação mor- dente en- ruga a pele. Rápido. Extremamente duro. Palma Espuma len- tamente, bo- lhas pequenas e duradouras. Muito boa. Muito mo- derada. Muito fácil. Muito duro. Palmiste Espuma rapi- damente e forma bolhas largas, não persistentes. Excelente. Ação mor- dente en- ruga a pele. Rápido. Extremamente duro. Sebo Razoavelmente lenta, dura- doura e espes- sa. Boa. Muito mo- derada. Razoavelmente fácil. Muito duro. Óleos Os óleos também são importantes componentes na fabricação da base para sabonetes sólidos. Os óleos são líquidos a temperatura ambiente e ajudam a au- mentar a espuma e a suavidade do sabão. Entre os óleos mais utilizados para fa- zer sabonetes estão: • O óleo de algodão. • O óleo de amêndoas doces.
  • 7. Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos 3 • O óleo de babaçu. • O óleo de canola. • O óleo de soja. • O óleo de oliva. • O óleo de mamona (rícino). Da mesma forma que as gorduras, os óleos também têm composição dife- rente entre si e produzem sabões com propriedades distintas. Veja na próxima ta- bela as características dos sabões formados pelos principais óleos: Óleos Tipo de es- puma Propriedades de limpeza Ação so- bre a pele Saponificação Dureza do sa- bonete sólido Algodão Oleosa, a- bundante e durabilidade média. Boa. Moderada. Razoavelmente fácil. Macio para duro. Amêndoas doces Oleosa, pe- quenas e persistentes. Regular para boa. Bastante moderada. Razoavelmente fácil. Muito macio. Babaçu Espuma consistente de bolhas largas, não persistentes. Excelente. Ação mor- dente en- ruga a pele. Rápido. Extremamente duro. Canola Oleosas, pe- quenas e duradouras. Regular. Moderada. Razoavelmente fácil. Macio. Soja Oleosa, a- bundante e duradoura. Regular. Moderada. Razoavelmente fácil. Macio. Oliva Gordurosa, pequenas e persistentes. Regular para boa. Muito mo- derada. Razoavelmente fácil. Muito macio. Mamona Espessa e duradoura. Regular. Moderada. Muito fácil. Macio. Soda Para a produção da base para sabonete é necessário reagir as gorduras e os óleos com um agente que cause sua saponificação, esse agente pode ser a bar- rilha (carbonato de sódio) ou a soda (hidróxido de sódio). A soda pode ser encontrada na forma de pastilhas ou escamas ou ainda na forma líquida em uma concentração de 50 %. Na hora de comprar a soda em escamas deve-se ter o cuidado de comprar aquelas que têm pureza de 95 % ou superior. Existe a soda 42 % que vem com sal grosso para completar o peso, essa soda não deve ser utilizada.
  • 8. Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos 4 Água A qualidade da água é importante na hora de fazer sabão, não se deve usar água que contenha muito cálcio, porque isso vai diminuir a espumosidade dele. A água também deve ser fervida para evitar contaminação por bactérias ou fungos que possa depois se reproduzir no sabão, causando cheiro ruim no produto final ou coceiras no usuário. Álcool O álcool etílico que é encontrado em bebidas, supermercados ou em posto de combustível, pode ser utilizado na produção de sabão e tem a finalidade de acelerar a reação. Seu uso não é obrigatório e quando usado deve ser evaporado o máximo possível para que o sabão não venha a murchar quando estiver pronto. O álcool de bebida pode ser obtido a partir da cana de açúcar ou de cereais, já o álcool comprado no supermercado tem que ser o 92.8 GL ou superior; o álcool comprado em posto não pode vir com aditivo e nem com cheiro ou cor diferente daquela típica do álcool. Clarificador A base de sabonete naturalmente tem uma cor que vai do amarelo claro até o marrom escuro dependendo da matéria-prima utilizada. Pode-se reduzir essa cor natural utilizando um clareador doméstico conhecido como hipoclorito de sódio (encontrado nas águas sanitárias) e depois deixando a massa descansar ao sol. O clarificador só deve ser utilizado quando a massa estiver a uma temperatura infe- rior a 40 ºC, para evitar que evapore e perca seu efeito. Corante A base de sabonete pode ser colorida ou deixada com sua cor natural ou clarificada. Para colorir a base pode-se utilizar corante para óleo ou corante a base de água. Os melhores corantes são os cosméticos, mas pode-se fazer uso de co- rantes alimentícios ou outros que possam entrar em contato com a pele sem cau- sar alergias ou irritações. Essências Os óleos essenciais e essências sintéticas também podem ser utilizados pa- ra dar odor à base de sabonete. Devem ser escolhidas essências próprias para sabonetes ou perfumaria, não devendo ser utilizadas as essências destinadas para uso em velas, incensos ou produtos de limpeza em geral, pois essas outras essências podem provocar alergi- as e irritações na pele.
  • 9. Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos 5 Observações Tanto a essência como os corantes podem ser utilizados na hora de se fazer o artesanato, não sendo necessário fazer sua utilização durante o preparo da mas- sa. Seu uso nessa etapa só se justifica caso a quantidade de sabonete a ser pro- duzida for grande e toda a massa for destinada a um único uso. CRIANDO SUA PRÓPRIA RECEITA Agora que conhecemos as propriedades dos componentes utilizados na produção da base para sabonete, podemos criar nossas próprias receitas de sabo- netes. O primeiro passo na formulação de um sabonete é determinar quais serão os óleos e gorduras que serão utilizados em sua composição. Está escolha é feita baseada em alguns dos seguintes critérios: • Pelas propriedades de cada óleo ou gordura que serão utilizados. • Pelo custo da matéria prima. • Pela facilidade de encontrar as matérias primas. Em nosso exemplo, utilizaremos sebo, óleo de soja, óleo de canola e óleo de rícino, para obter um sabonete duro, espumante, transparente e emoliente. O segundo passo é calcular a quantidade de soda necessária para reagir com estes componentes na quantidade certa para que não sobre soda. A tabela a seguir apresenta a quantidade de soda necessária para saponifi- car as principais gorduras e óleos,isso é,o índice de saponificação de cada produto. Tabela de índice de saponificação Materiais graxos Fator de multiplicação para Óleos, ceras e gorduras Calcular a soda Ácido esteárico 0,1430 Ácido oléico 0,1400 Banha de porco 0,1410 Breu 0,1340 Cera de abelha 0,0670 Cera de carnaúba 0,0570 Gordura de cabra 0,1670 Gordura de frango 0,1420 Lanolina 0,0760 Manteiga 0,1620 Manteiga de cacau 0,1380 Óleo de algodão 0,1390 Óleo de amêndoas doces 0,1390 Óleo de amendoim 0,1370
  • 10. Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos 6 Óleo de babaçu 0,1750 Óleo de canola 0,1240 Óleo de coco 0,1910 Óleo de germe de trigo 0,1310 Óleo de girassol 0,1350 Óleo de jojoba 0,0660 Óleo de linhaça 0,1360 Óleo de mamona (rícino) 0,1290 Óleo de milho 0,1370 Óleo de oliva 0,1353 Óleo de palma 0,1420 Óleo de palmiste 0,1750 Óleo de soja 0,1360 Sebo de bovino 0,1400 Sebo de ovelha 0,1390 Os valores apresentados na tabela de índice de saponificação são aproxi- mados, pois dependem da qualidade do produto. Assim sendo, deve-se sempre medir o pH após a completa saponificação para fazer as correções adequadas e eliminar os eventuais excessos de soda ou de gordura que possam ocorrer. Cálculo da soda Vejamos como podemos utilizar a tabela para elaborarmos nossa própria receita de sabonete sólido constituída de diversos compostos graxos. A título de exemplificação, vamos supor que decidimos fazer um sabonete com a seguinte mistura de óleos e gorduras: Sebo de bovino = 700 g (espuma espessa e duradoura, poder de limpeza bom, ação muito moderada sobre a pele, duro e fácil de saponificar) Óleo de soja = 200 g (espuma abundante e duradoura, poder de limpeza regular, ação moderada sobre a pele, macio e razoavelmente fácil de saponificar) Óleo de mamona = 100 g (espuma espessa e duradoura, poder de limpeza regular, ação moderada sobre a pele, macio e muito fácil de saponificar) A tabela anterior nos indica que o fator de multiplicação para encontrar a quantidade de hidróxido de sódio que devemos utilizar para saponificar o sebo bo- vino é de 0,1400, ou seja: 700 g × 0,14 = 98,0 g Então são necessárias 98 g de hidróxido de sódio para saponificar o sebo bovino. Mas ainda temos que saponificar o óleo de soja. Pela tabela: 200 g × 0,136 = 27,2 g
  • 11. Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos 7 Da mesma forma, calculamos a quantidade de hidróxido de sódio necessá- rio para saponificar o óleo de mamona: 100 g × 0,129 = 12,9 g Somando os valores calculados, temos: 98,0 g + 27,2 g + 12,9 g = 138,1 g Então, serão necessárias 138,1 g de hidróxido de sódio seco. Devemos lembrar que se a soda comercial (soda 99) tem em torno de 99 % de soda, então devemos ainda acrescentar 1 % sobre este valor (1,38 g). Logo, devemos pesar aproximadamente 140 g de hidróxido de sódio seco, para obter- mos a completa saponificação do nosso sabonete. Cálculo da água Para uma solução a 60 %, ou seja, 60 g de soda a cada 40 g de água divi- diremos a quantidade de água (40 g) pela quantidade de soda (60 g) para obter- mos a constante de multiplicação que será utilizada para encontrarmos a quanti- dade de água a ser adicionada a soda seca para fazermos a solução desejada. Como em nosso exemplo precisaremos pesar 140 g de hidróxido de sódio seco, então, devemos fazer o seguinte cálculo para encontrar a quantidade de á- gua a ser pesada: 40 g x 60 g x 0,67 = ≅ Logo, devemos pesar 140 x 0,67 ≅ 94 g de água. Observação Uma boa massa base para sabonetes não deve ter excesso de soda. A partir dessa massa base pode-se fazer: • Sabonetes prensados. • Sabonetes glicerinados transparentes. • Sabonetes glicerinados opacos. Nessa apostila será tratado como obter a massa base glicerinada transpa- rente e opaca, sendo os sabonetes prensados tratados em outra apostila BASE GLICERINADA PARA SABONETES Para a produção de sabonetes sólidos transparentes, podemos utilizar uma série de solventes, como o álcool (etanol), a glicerina e uma solução de açúcar.
  • 12. Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos 8 Nesse ponto devemos escolher qual a proporção de sabão e de solvente que ire- mos utilizar. Em nosso exemplo faremos um sabão com 50 % de “sabão verdadeiro” e 50 % de solventes. Os sabonetes transparentes devem ter entre 40 e 60 %, em peso, de sol- vente para 60 a 40 % de “sabão verdadeiro”, respectivamente. Em nosso exem- plo, faremos uma receita com 50% de solvente e 50 % de “sabão verdadeiro”. Quanto mais solvente mais transparente o sabonete, contudo menos espu- moso ele será e mais rápido irá se gastar no banho, isto devido a menor quantida- de de sabonete contido em seu peso. Outros problemas podem surgir tais como, o sabão ficar mais macio que o desejado ou suar em ambientes úmidos. A massa do “sabão verdadeiro” é dada pela soma das massas dos compos- tos graxos da fórmula com a massa da soda seca utilizada para neutralizá-los. No nosso exemplo, teremos que a quantidade de “sabão verdadeiro” é dada por: Peso do sebo: 700,0 g Peso do óleo de soja: 200,0 g Peso do óleo de mamona: 100,0 g Peso do hidróxido de sódio seco: 140 g Massa do “sabão verdadeiro”: 700,0 g + 200,0 g + 100 g + 140 g = 1.140 g Para encontrar o peso total do sabonete a 50 % de “sabão verdadeiro” fa- remos como se segue: 1.140 g 50 % x 100 % → → x 2.280 g≅ Este será o peso total de sabonete produzido com 50 % de solvente e 50 % de sabonete. Para calcular a quantidade de cada um dos solventes utilizados para dar transparência no sabonete devem-se escolher os valores de cada um dos solventes entre as faixas percentuais a seguir: Álcool de 12 % do peso total a 14 % do peso total Glicerina de 8 % do peso total a 12 % do peso total Água de 12 % do peso total a 20 % do peso total Açúcar de 8 % do peso total a 14 % do peso total Lembrando que o percentual total sobre o peso final do sabonete deve ser de 50 % para nosso exemplo. Caso a opção fosse por um sabão com 40 % de “sa- bão verdadeiro”, a soma das porcentagens teria que dar 40 %, e assim por diante. A escolha da quantidade de solvente será:
  • 13. Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos 9 Álcool = 12 %, glicerina = 8 %, água = 15 % e açúcar = 15 %, dando um total de 50 %, como desejado. A seguir será visto como calcular a massa de cada um dos solventes: Cálculo do álcool O álcool é um solvente bastante útil na produção de sabonetes transparen- tes. Valores menores que 12 % de álcool em relação ao peso total do sabonete não darão boa transparência e valores acima de 14 % de álcool darão sabonetes que murcham muito com sua evaporação. A quantidade de álcool poderá ser calculada pela regra de três: 2.280 g 100 % x 13 % → → x = 296,4 g Como há um perca de álcool durante a diluição do sabão em função da e- vaporação podemos completar esta quantidade em mais 20 % (± 60 g). Então o peso total do álcool deverá ser de 355 g. Cálculo da glicerina É um elemento excelente para melhorar a transparência, mas em excesso produz sabonetes mais moles e que suam. Em nosso exemplo, teremos que a quantidade de glicerina a ser utilizada deverá ser: 2.280 g 100 % x 8 % → → x = 182,4 g Cálculo da água A água não deve ser colocada em excesso para não deixar o sabão mole, sendo seu valor calculado em nosso exemplo por: 2.280 g 100 % x 15 % → → x = 342 g Mas 94 g de água já foram utilizadas para diluir a soda, logo deveremos utilizar 248 g de água para diluir o açúcar.
  • 14. Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos 10 Cálculo do açúcar Melhor que a glicerina como agente de transparência, mas quando em ex- cesso também produz sabonetes que suam. Em nosso exemplo, a quantidade de açúcar deve ser calculada pela regra de três: 2.280 g 100 % x 15 % → → x = 342 g Evidentemente a proporção de cada um dos solventes pode ser alterada a gosto, bem como a proporção de solvente e massa de sabão, desde a massa de “sabão verdadeiro” fique entre 40 a 60 % e que seja respeitado os limites de cada solvente. A seguir algumas observações importantes: • A utilização de óleos, como o de soja, algodão, milho, canola, amendo- im, entre outros, melhora a espuma e deixa o sabonete mais macio. • O sabonete transparente não deve ter muito álcool, pois ele poderá murchar. Assim, percentagens menores de álcool produzirão melhores sabonetes. É comum, para evitar que ele murche substituir parte do álcool metanol por outros alcoóis menos voláteis, como o propileno gli- col e dipropileno glicol, que também facilitam no rederretimento da massa. • A glicerina utilizada deve ser de boa qualidade para evitar odores de- sagradáveis ou acentuar a coloração amarelada na massa. • O óleo de mamona contribui significativamente para a transparência da massa. • Para deixar o sabonete mais espumoso pode-se acrescentar lauril éter sulfato de sódio, que é um detergente sintético. • Podem-se produzir sabonetes transparentes, sem alguns dos ingredi- entes sugeridos. Assim, existem sabonetes transparentes sem açúcar, sem glicerina adicional ou sem álcool. Base glicerinada Os sabonetes glicerinados, são aqui definidos como aqueles que recebem glicerina e outros solventes para diluir a massa base do sabonete comum, além de alguns ingredientes próprios dos sabonetes e, inicialmente são transparentes, mas podem se tornar opacos, com o acréscimo de pigmento branco de óxido de titânio ou óxido de zinco. Desta forma mantém as mesmas características e facilidade de trabalho dos sabonetes glicerinados transparentes, mas atende ao gosto dos que preferem os opacos e permite ampliar seu uso no artesanato.
  • 15. Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos 11 Devemos lembrar que, a princípio, na base de sabonete comum não deve haver nem excesso de material graxo, nem excesso de soda, ou o sabonete corre o risco de não ficará transparente. Veremos a seguir como produzir a base glicerinada a partir dos componen- tes básicos. Este processo consiste em duas etapas: na primeira faremos a massa básica de sabão e na segunda mostraremos os procedimentos para deixá-la trans- parente. Observações A qualidade final do produto está diretamente relacionada à qualidade do material utilizado e do rigor com que a técnica é seguida. Assim, óleos já utilizados em frituras ou sebo bruto só devem ser usados após tratamento adequado. Em nenhuma hipótese utilize álcool metílico, pois é um produto ex- tremamente tóxico. Como estamos lidando com soda, hidróxido de sódio, que é uma substância corrosiva, então deve-se utilizar luvas para prevenir contato de respingos com a mão e avental para evitar respingos nas roupas e no corpo. Da mesma forma os óculos de segurança reduzem a chance de algum acidente mais sério ocorrer. Como iremos trabalhar com álcool e fogo ao mesmo tempo, devemos ter muita atenção para evitar que o álcool pegue fogo e conseqüentemente, graves queimaduras. Purificação do sebo O sebo bovino ou de carneiro é muito utilizado para fazer sabão no Brasil. Este sebo pode ser comprado em ramas (natural) nos açougues, frito nos merca- dos ou clarificado em lojas especializadas. O sebo em ramas é o mais barato, mas vem misturado com pelancas e ou- tras partes descartadas no açougue, sendo necessário fazer um processo de sepa- ração do mesmo. A seguir está ilustrado o processo de purificação deste material: 1. Deve-se lavar o sebo em ramas e colocá-lo em uma panela. 2. O material deve ser frito. 3. Os pedaços sólidos grandes são retirados manualmente. 4. Após a temperatura do sebo diminuir, os pequenos pedaços devem ser coados em uma peneira ou em tecido de algodão. 5. O material ao solidificar ficará com aparência de sujo e odor de gordura frita. 6. Derrete-se novamente o sebo e acrescenta água na proporção de 1 litro de água para 3 quilos de sebo, colocando 3 colheres de hipoclorito de sódio (Qboa ou Cândida) para cada quilo de sebo. 7. Deixa-se o sebo solidificar. 8. Retira-se a água que está no fundo e tem-se o sebo purificado. 9. Pode-se ainda derreter o sebo mais uma vez para tirar todo o resíduo de água.
  • 16. Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos 12 O sebo frito comprado em mercados deve também ser purificado, utilizan- do-se os passos 6 a 9. O material resultante é conhecido como sebo purificado e deve ter cor bem clara e cheiro que lembra vela. Já o sebo clarificado recebe tratamento especial, sendo aquecido com uma substância conhecida como terra de clarificação ou terra ativada, para retirar os pigmentos naturais do sebo. Na produção do sabão podemos substituir o sebo por igual quantidade de banha de porco. Purificação do óleo A purificação do óleo utilizado para fritura se faz de forma semelhante: 1. Côa-se o óleo, separando as partes sólidas. 2. Acrescenta-se 1 litro de água quente para cada 3 litros de óleo. 3. Acrescentam-se 3 colheres de sopa de hipoclorito de sódio por litro de óleo. 4. Agita-se bem e deixa descansar. 5. Após a mistura ter esfriado, retira-se o óleo da parte superior com um sifão ou com uma concha e descarta a água e uma fina camada de ó- leo que estiver em contato com a mesma. Produzindo a massa base trans- parente Equipamentos Os equipamentos podem variar muito. A seguir uma dica de equipamento simples e barato para a produção de sabonetes. • 2 tachos esmaltados, o menor com capacidade mínima de 15 Litros e o outro com capacidade mínima de 20 li- tros, para o banho-maria. • 1 colher de aço, plástico duro ou de madeira, com cabo longo, para agitar a massa. • 1 fogão a gás caseiro, industrial, fogão a lenha ou fogareiro. • 1 termômetro de álcool, mercúrio ou digital, com capacidade de leitura de até 120 °C.
  • 17. Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos 13 • 1 mixer. • 1 avental. • 1 óculos de segurança. • 1 luva plástica. • Papel para medir o pH. • 1 borrifador de plástico. • 1 balança de cozinha. • 1 copo medidor de volumes. • Formas para secar a massa. Materiais Dividiremos o material em três grupos: as gorduras, os solventes e a solu- ção de soda. Solução de soda • 910 g de água. • 910 g de soda 99. Gorduras • 4.500 g de sebo bovino purificado. • 1.000 g de óleo de soja purificado. • 1.000 g de óleo de mamona. Solventes • 2.200 g de álcool de cereais. • 1.200 g de glicerina. • 2.300 g de açúcar cristal claro. • 1.390 g de água. Outros • Ácido cítrico para controlar o pH, caso seja necessário. • 0,200 L de lauril sulfato de sódio (opcional). • 90 g de dióxido de titânio, se desejar fazer sabonete glicerinado opaco.
  • 18. Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos 14 Procedimentos na produção da massa base para sabonete 1. Pesar o sebo e os óleos. 2. Colocar o sebo no tacho esmaltado e aquecer em banho-maria até que es- teja totalmente derretido, acrescente o óleo e deixa a temperatura ficar em torno de 75 ºC. 3. Pesar a soda e medir a quantidade de água para sua dissolução. 4. Colocar em uma vasilha a água e em seguida adicionar a soda, mexendo até ela esteja toda dissolvida. o Não utilizar água quente neste processo. o Observe que a solução irá se aquecer sozinha, cuidado para não se queimar ao tocar na vasilha. o Evite respirar os vapores produzidos, pois são tóxicos. o Jamais coloque água sobre a soda, pois poderá espirrar em você. 5. Deixe a temperatura da solução de soda ficar em torno de 70 ºC. Então adicione lentamente a solução de soda à gordura enquanto mexe a mistu- ra vigorosamente com uma colher. 6. Misture a massa até ela ficar com uma aparência cremosa, semelhante a uma polenta mole (ponto de traço). 7. Quando atingir o ponto, deixe a massa cozinhando por cerca de uma hora até toda massa estar gelificada, parecendo um creme semitransparente. Deixando a massa transparente 1. Quando a massa estiver toda gelificada acrescente o álcool lentamente e mexa-a até que esteja totalmente dissolvida. o Tome cuidado para não por fogo no álcool. o Nunca use a garrafa de álcool diretamente para transferir o con- teúdo, passe o álcool para uma vasilha e depois transfira para a panela. o Caso seja necessário use o mixer para ajudar a dissolver a mas- sa. 2. Em seguida acrescente a glicerina. 3. Por fim acrescente a solução de açúcar e misture bem a massa de sabão que esteja totalmente líquida. 4. Desligue o fogo do banho-maria, deixe a massa descansar um pouco, até que não tenha mais bolhas de ar em seu interior e fique transparente.
  • 19. Massa base para sabonetes: fabricando sabonetes sólidos 15 5. Acrescente o lauril, caso deseje um sabonete mais espumoso. Porém, ele deixará de ser um sabonete natural, pois o lauril é sintético. 6. Se desejar fazer uma massa glicerinada branca, e não transparente, pode acrescentar o dióxido de titânio e agitar até dissolver completamente. 7. Passe a massa por uma peneira coberta com meia de seda ou nylon e transfira para uma forma grande. 8. Após a massa estar seca, desenforme e deixe em local arejado por apro- ximadamente uma semana, para que ocorra a cura da massa. Clareando a massa 1. Derreter a massa novamente. 2. Deixar esfriar até a temperatura de 40 °C. 3. Adicionar cerca de 30 mL de água sanitária por quilo de massa. 4. Misturar bem para tirar a cor. 5. Deixar esfriar na forma. Observações • Para uma massa base glicerinada opaca deve-se acrescentar 20 g de di- óxido de titânio (um corante branco) para cada quilo de massa.
  • 20. Este é o Volume VII da coleção de apostilas do Projeto Gerart e trata do tema massa base para sabonetes. O projeto Gerart foi criado por profes- sores da Unioeste – Universidade Estadual do Oeste do Paraná, e faz parte do progra- ma Universidade Sem Fronteiras – Extensão Tecnológica Empresarial da SETI (Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior). Busca contribuir com a geração de empregos pela transferência de conheci- mentos adquiridos na Universidade. Conhe- cimentos estes, da área de fabricação de produtos artesanais de higiene pessoal e gestão de empresas. O projeto possui parceria com as pre- feituras dos municípios participantes: • Diamante D’Oeste. • Iracema do Oeste. • São José das Palmeiras. • São Pedro do Iguaçu. • Vera Cruz do Oeste. Como principais objetivos o Projeto Gerart busca formar associações municipais e uma cooperativa regional de produção e comercialização de produtos para higiene pessoal; contribuir com a melhoria da renda dos associados, fazendo uso, quando possí- vel, de matérias primas regionais para fabri- cação dos produtos propostos.