O documento discute como o manejo adequado de pastagens naturais, com controle da oferta de forragem, pode triplicar a produção animal sem custos adicionais, ao mesmo tempo em que melhora a biodiversidade, fertilidade do solo e sequestro de carbono. A produção animal otimizada depende de manter o pasto relativamente alto para permitir bom crescimento e seleção da dieta pelos animais.
1. Pastizales naturales que producen más carne. La tranquera es el cuello de botella? Carlos Nabinger [email_address] Depto. Plantas Forrageiras e Agrometeorologia III Encuentro de Ganaderos de Pastizales Naturales del Cono Sur Asunción del Paraguay, 9 al 11 de Octubre de 2009 Grupo de Pesquisa em Ecologia do Pastejo
2. O campo não cumpre apenas um papel produtivo (carne, leite, lã) É um recurso “multifuncional”
3. Mas, quem paga a “conta” desta preservação do ambiente, da paisagem e todas as outras funcionalidades deste recurso natural? Por enquanto é a pecuária e apenas com a venda do que foi produzido!
4. Produção / ha X Preço Simulação de Receita Bruta / ha (adaptado de Sant’Anna e Santos, 2006) Kg pv/ha R$/Kg pv
5. O produto animal visto como resultado da relação solo-clima-planta-animal Grupo de Pesquisa em Ecologia do Pastejo
6.
7. Grande resposta com níveis “médios” de intensificação: 1= manejo corrente, 2=controle da oferta (carga disponibilidade), 3= alteração estacional da oferta, 5= idem anterior + fertilização com Ca, P e K , 6=idem anterior + N, 7=idem anterior + introdução de espécies C3) O que sabemos hoje do potencial da pastagem nativa
8. A produção de pasto depende da quantidade de folhas verdes que sobram na pastagem, além de água temperatura e nutrientes ! COMO O NÍVEL DE DESFOLHA AFETA O CRESCIMENTO DO PASTO
9. A quantidade de pasto em oferta deve ser muito maior do que a capacidade de consumo dos animais É necessário que sobrem folhas para interceptar a energia solar e o pasto continuar a crescer!
10. A IMPORTÂNCIA DE CONTROLAR O NÍVEL DE OFERTA DE FORRAGEM . OFERTA = Kg FORRAGEM / kg de peso vivo animal / dia Quantidade de pasto que cada animal deve encontrar TODOS OS DIAS à sua disposição PORTANTO, é necessário controlar a carga animal em função da disponibilidade do pasto! = ajuste da carga animal
16. Portanto, manter o pasto relativamente alto significa maior crescimento e produção da pastagem, com maior estabilidade!
17. E o efeito sobre o animal? Manter a pastagem alta OU SEJA alta OFERTA DE MASSA, determina uma estrutura do perfil da pastagem diferente Esta estrutura, que normalmente é a que otimiza o crescimento do pasto, também otimiza o processo do pastejo via tamanho do bocado número de bocados tempo de deslocamento qualidade do que é colhido
18. Alturas de manejo da pastagem natural (Gonçalves e Carvalho, não publicado) 3cm 8cm 13cm 18cm 613 kg MS/ha 1300 kg MS/ha 1871 kg MS/ha 2066 kg MS/ha
20. Relações entre altura do pasto, profundidade e massa do bocado. Profundidade do bocado de ovinos (х) e bovinos (○) (regressão 1: y = 0,5842x + 0,0805 e R² = 0,92); Massa do bocado de bovinos (♦) (regressão 2: y = -0,176x² + 3,9952x – 9,9698 e R² = 0,92); Massa do bocado de ovinos (□) (regressão 3: y = -0,1111x² + 2,195x – 3,1013 e R² = 0,70). (Adaptado de Gonçalves, 2007)
21. Efeito do nível de oferta de forragem sobre o desempenho de novilhos em campo nativo na Depressão Central do RS. (adaptado de Maraschin et al ., 1997)
22. O NÍVEL DE OFERTA DE FORRAGEM QUE OTIMIZA O CONSUMO DEVE SER 4 A 5 VEZES MAIOR QUE A CAPACIDADE DE CONSUMO DIÁRIO DO ANIMAL. ISTO OTIMIZA O PROCESSO DO PASTEJO (COLHEITA) MAS TAMBÉM POSSIBILITA MELHOR SELEÇÃO DA DIETA .
23. 1= manejo corrente; 2= ajuste da lotação (OF fixa); 3= ajuste da lotação (OF variável); 4= nível 2 + calcário, P e K; 5= idem anterior + nitrogênio; 6= idem anterior + introdução de espécies de inverno. Produção animal em sistema de recria e terminação em pastagem natural sob níveis crescentes de intensificação sem custo financeiro
24. Mas, a “estrutura” como a pastagem é percebida pelo animal também afeta sua resposta à oferta de forragem. Altura (cm) Massa de forragem (kg MS/ha) Índice de área foliar Oferta Consumo (kg MS/dia)
26. Ganho animal (kg PV/ha) do campo nativo da Depressão Central do RS nas diferentes estações do ano e total anual, em função dos distintos tratamentos de oferta de forragem. EEA/UFRGS, 2002-2003. (AGUINAGA, 2004) Oferta pretendida (kgMS/100kgPV) Estações do ano Total anual Primav. Verão Outono Inverno 4 71,9 36,3 20,1 -10,7 117,7 8 110,3 49,7 23, 5 -2,6 180,8 12 111,7 51,1 30, 5 -4,2 189,1 16 89,9 30,3 31,9 -3,3 148,8 8-12 160,3 52,5 37,8 12,2 263,0 12-8 104,4 61,0 36,9 -0,6 201,7 16-12 72,0 44,9 11,0 -6,2 121,6
27. Características da pastagem natural da Depressão Central do RS, submetida a alteração na oferta de forragem, e produção animal. Primavera=8% - resto do ano=12%. EEA/UFRGS 23/10/00 a 06/09/01. (Soares et al., 2002) TA = taxa de acúmulo diário; MF = massa de forragem; CA = carga animal; GMD = ganho médio diário; GVP = ganho de peso vivo Estação do ano 236 17,9 27,5 82 116 GPV (kg PV/ha) 0,466 0,178 0,283 0,677 0,780 GMD (kg/an/dia 397 352 429 399 479 CA (kg PV/ha) 1475 1390 1883 1179 979 MF (kg/ha) 12% 12% 12% 8% Média ou total Inverno Outono Verão Primavera Parâmetro
28. 1= manejo corrente; 2= ajuste da lotação (OF fixa); 3= ajuste da lotação (OF variável); 4= nível 2 + calcário, P e K; 5= idem anterior + nitrogênio; 6= idem anterior + introdução de espécies de inverno. Produção animal em sistema de recria e terminação em pastagem natural sob níveis crescentes de intensificação Ainda sem custo financeiro
29. É possível triplicar a produção animal na pastagem natural, em sistemas de recria e terminação, A CUSTO “ZERO” ! Aumento de produtividade E redução de custos
30.
31. Índice de diversidade em função de diferentes ofertas de forragem em pastagem natural da Depressão Central do RS (Carvalho et al., 2003)
32. Efeito do nível de oferta de forragem sobre o teor de matéria orgânica no solo, após 5 anos, numa pastagem natural na Depressão Central do RS (BERTOL et al, 1998)
33. Estoque de carbono na camada até 40 cm de profundidade num Chernossolo com pastagem natural submetida a diferentes ofertas de forragem, em Hulha Negra, RS. (Guterrez et al., 2006)
34. Se tudo isso que aqui foi dito é verdadeiro e aplicável, porquê estamos preocupados com o “futuro dos campos”?
35. Evolução da área pastagens naturais no RS (1000 ha). Desaparecimento de 134.000 ha por ano! 440.000 ha por ano
38. Se nós não valorizarmos os nossos recursos naturais ... ...perderemos até a nossa identidade cultural!!!!
39. “ a terra não é um bem que herdamos de gerações anteriores, mas sim um empréstimo que tomamos de nossos sucessores” Obrigado pela atenção! [email_address]